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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL

JOSÉ LUCIANO PINHEIRO NETO - 508410

RELATÓRIO DE AULA: GRANULOMETRIA POR PENEIRAMENTO

FORTALEZA
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 04
2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................. 04
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................. 05
4 CONCLUSÕES ................................................................................................. 08
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 09
1 INTRODUÇÃO

Na mecânica dos solos, a análise granulométrica é um procedimento fundamental. Por


meio dela, há a determinação da distribuição dos tamanhos das partículas em uma amostra de
solo. Essa análise possui importância em diferentes aspectos, como na caracterização de
materiais, ajudando a entender sua natureza e suas propriedades, consequentemente suas
aplicações, ou também na avaliação de impactos ambientais, avaliando a qualidade dos
sedimentos em corpos d’água, auxiliando no monitoramento ambiental.
Para o ensaio de análise granulométrica, será utilizada como base a NBR 7181, de
dezembro de 1984. Entretanto, essa norma padroniza os ensaios de dois tipos de análise: a
granulometria por peneiramento, utilizado para determinação da granulometria de frações mais
grossas da amostra, e a granulometria por sedimentação, utilizando para frações mais finas,
como silte e argila.
Nesta aula, foi realizado o ensaio de granulometria por peneiramento, tendo a análise
por sedimentação a ser realizada durante a aula seguinte.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais utilizados foram:


• Balança;
• Estufa;
• 13 peneiras, com aberturas de 50,00; 38,00; 25,00; 19,00; 9,50; 4,80; 2,00; 1,20;
0,60; 0,42; 0,25; 0,15 e 0,075 milímetros.

O procedimento realizado foi:


Primeiramente, foi pesado 1,5 kg de amostra de solo, sendo chamado de Massa
Total (MT). Após isso, o material pesado foi passado pela peneira de 2,00 milímetros, a
última peneira do chamado peneiramento “grosso”. A amostra que passou pela peneira,
será utilizada para calcular a fração, em porcentagem, utilizada no peneiramento “fino”,
chamado de N.
A parte retida na peneira foi lavada, a fim de eliminar o material aderente, e seca
em estufa até constância de massa, sendo este o material utilizado no peneiramento
grosso.
Essa parte foi, então, vertida nas sete primeiras peneiras, e a massa retida em
cada uma delas foi pesada e anotada.
Da parte fina, que passou pela peneira de 2,00 milímetros, foi retirado 100
gramas (mh). O material foi, então, vertido na peneira de 0,075 milímetros, lavado e
seco em estufa, para realização do peneiramento fino.
Após isso, a amostra de peneiramento fino foi vertida nas peneiras mais finas,
pesando e anotando seus pesos retidos em cada uma delas.
Por fim, parte da amostra de solo previamente separada foi utilizada para
determinação de sua umidade na estufa, pelo mesmo método utilizado no ensaio de
determinação de umidade.

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Inicialmente, é necessário calcular a umidade da amostra de solo utilizando a amostra


de solo da cápsula número 9, seca na estufa no período de 24 horas, e a seguinte equação:

Equação - Determinação do teor de umidade


𝑃𝐵𝐻 ∗ 𝑃𝐵𝑆
𝑤(%) = ∗ 100%
𝑃𝐵𝑆 ∗ 𝑃𝐶
Fonte: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, 1994

Tabela – Teor de umidade da Amostra


Peso da Cápsula (Pc) 13,94 g
Peso Bruto Úmido (PBH) 51,96 g
Peso Bruto Seco (PBS) 50,61 g
Umidade (w) 3,68%

Após isso, determina-se a massa total seca da amostra utilizada. Dos 1500 gramas de
amostra utilizados (MT), 664,75 gramas foram retidos pela peneira de 2,00 mm, sendo esse o
material grosso (Mg). Com esses valores, e o teor de umidade anteriormente calculado, pode-se
determinar a massa total de amostra úmida do ensaio pela equação a seguir.

Equação – Determinação da massa total seca da amostra


𝑀𝑇 − 𝑀𝐺
𝑀𝑠 = 𝑀𝐺 + ( ) ∗ 100
100 + 𝑤
Tabela – Massa total seca da amostra
Massa Total (MT) 1500,00 g
Massa retida na peneira de 2,00 mm (MG) 664,75 g
Umidade (w) 3,68%
Massa total da amostra seca (MS) 1470,35 g

A seguir, a massa retida na peneira número 10, de abertura 2,00 mm, passou pelo
peneiramento grosso, enquanto 100 gramas da amostra fina que passou pela peneira foi
separada para a realização do peneiramento fino. Com um valor de umidade de 3,68%, 100
gramas de amostra úmida equivalem a 96,45 gramas de amostra seca. Os resultados dos dois
peneiramentos estão nas duas tabelas seguintes.
Tabela – Peneiramento Grosso
Peneira n° Abertura (mm) Massa retida (g) Massa retida acumulada (g) % retida % passa
2’’ 50,00 0,00 0,00 0,00 100,00
1 1/2” 38,00 0,00 0,00 0,00 100,00
1” 25,00 58,64 58,64 3,99 96,01
3/4” 19,00 58,60 117,24 7,97 92,03
3/8” 9,50 241,06 358,30 24,37 75,63
n° 4 4,80 64,63 422,93 28,88 71,12
n° 10 2,00 139,27 562,20 38,24 61,76

Tabela – Peneiramento Fino


Peneira n° Abertura (mm) Massa retida (g) Massa retida acumulada (g) % retida* % passa*
- 1,20 13,60 13,60 14,10 85,90
- 0,60 14,79 28,39 29,43 70,57
n° 40 0,42 6,22 34,61 35,88 64,12
- 0,25 8,35 42,96 44,54 55,46
n° 100 0,15 5,50 48,46 50,24 49,76
n° 200 0,075 4,31 52,77 54,71 45,29
*Em relação à amostra de 100 gramas

Já que o valor da porcentagem da amostra que passa no peneiramento fino é feito em


relação à amostra de 100 gramas separada, e não à massa total seca da amostra inicial, deve-se
multiplicar seus valores por um fator N, que corresponde à mesma porcentagem de amostra que
passa na peneira n° 10 do peneiramento grosso, 61,76%. Ao realizar essa correção, o gráfico da
curva granulométrica do peneiramento pode ser montado:
Gráfico – Granulometria por peneiramento

100
90
80
Porcentagem que passa

70
60
50
40
30
20
10
0
0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro das Partículas (mm)

Por fim, a tabela com os valores das porcentagens retidas e passadas em cada peneira,
com a correção do fator N:

Tabela – Granulometria por peneiramento


% que
Peneira n° Abertura (mm) % Retida acumulada
passa
2’’ 50,00 0,00 100,00
1 1/2” 38,00 0,00 100,00
1” 25,00 3,99 96,01
3/4” 19,00 7,97 92,03
3/8” 9,50 24,37 75,63
n° 4 4,80 28,88 71,12
n° 10 2,00 38,24 61,76
- 1,20 46,95 53,05
- 0,60 56,42 43,58
n° 40 0,42 60,40 39,60
- 0,25 65,75 34,25
n° 100 0,15 69,27 30,73
n° 200 0,075 72,03 27,97
4 CONCLUSÕES

Em conclusão, os resultados da prática revelaram-se fundamentais para um melhor


entendimento de conceitos e propriedades até então apresentados em sala de aula, em relação
às propriedades físicas do solo e à distribuição do tamanho das partículas, principalmente
quando relacionados às aplicações na engenharia ambiental e/ou geotécnica.
Ao analisar a tabela e a curva de granulometria, percebemos um certo nível de graduação
da amostra, o que pode levar a diversos usos distintos, por causa de suas propriedades, como
drenagem, resistência mecânica e capacidade de compactação. Ao mesmo tempo, também
percebemos uma grande quantidade de pedregulho, fração com diâmetro maior que 2
milímetros: quase 40% da amostra
Entretanto, para uma melhor análise e compreensão desse tipo de solo, uma nova etapa
será necessária e realizada futuramente. Uma granulometria por peneiramento não é suficiente
para determinar completamente a distribuição das partes de solo, principalmente se tratando de
partículas mais finas, como o silte e argila.
REFERÊNCIAS

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM (DNER). DNER-ME


041-94: Solos – Preparação de amostras para ensaios de caracterização. 1994.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM (DNER). DNER-ME


213-94 - Determinação da umidade. Rio de Janeiro: DNER, 1994.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7181: Solo -


Análise granulométrica. Rio de Janeiro, 1984.

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