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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE QUÍMICA DE SÃO CARLOS

Relatório da Prática Nº 03
LABORATÓRIO DE OPERAÇÕES
UNITÁRIAS
Regime de escoamento e o número de Reynolds

Profª. Drª. Elisabete Moreira Assaf

Aluno: João Ricardo Vicente Filho N°USP:10784498

São Carlos
Outubro 2021
OBJETIVOS

Provar a análise dimensional do Re. Comparar, visualmente e


experimentalmente, as características dos escoamentos laminar e turbulento.
Determinar experimentalmente a variação do coeficiente de atrito com o número
de Reynolds (diagrama de Moody).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Massa do recipiente de coleta (kg) = 0,130 kg

Dados para os cálculos:

Temperatura (ºC): 20 ºC

Densidade da água (ρ) a 20 ºC = 1000 kg/m3

Viscosidade da água (µ) a 20 ºC = 1,00 cP

Tubo utilizado no experimento: 2

Diâmetro interno do tubo = (dt – m) = 0,212

Área do tubo (A – m2) = π.dt2/4 = 0,035298935 m2

Lembra que: 1P = 100cP = 1g/cm.s

A Tabela 1 mostra os dados obtidos com a simulação do experimento. Seu


diâmetro foi definido como sendo 0,0212 m e sua área de 3,35.10-4 m2.

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Tabela 1. Dados obtidos com o experimento

Vazão
MH2O Tempo Vazão
Pontos M (kg) mássica Visualização
(kg) (s) mássica (kg/s)
média (kg/s)
0,29 0,16 15,75 0,0102
1 0,265 0,135 15,65 0,0086 0,0090 Laminar
0,26 0,13 15,91 0,0082
0,49 0,36 10,38 0,0347
2 0,47 0,34 10,69 0,0318 0,0322 Laminar
0,455 0,325 10,78 0,0301
0,54 0,41 10,5 0,0390
3 0,675 0,545 10,65 0,0512 0,0455 Transição
0,62 0,49 10,59 0,0463
2,80 2,67 5,87 0,4548
4 3,20 3,07 6,72 0,4568 0,4628 Transição
3,50 3,37 7,07 0,4767
4,15 4,02 10,69 0,3760
5 5,30 5,17 14,80 0,3493 0,3529 Turbulento
6,40 6,27 18,80 0,3335
6,90 6,77 5,47 1,2376
6 7,15 7,02 5,71 1,2294 1,2756 Turbulento
7,35 7,22 5,31 1,3597
5,75 5,62 5,44 1,0331
7 5,50 5,37 5,50 0,9764 1,0157 Turbulento
6,20 6,07 5,85 1,0376
8,50 8,37 11,06 0,7568
8 8,25 8,12 10,69 0,7596 0,7521 Turbulento
8,15 8,02 10,84 0,7398

Através do número de Reynolds as medidas 3 e 4 foram determinadas como


transição por não estarem mais nitidamente pertencentes ao regime laminar, ou
seja, não se enquadravam como linear e nem como curvilíneo.

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Para os cálculos da vazão volumétrica utilizou-se ρ como 1000 kg/m3.
Reynolds foi determinado pela Equação 1, enquanto 5 pela 2. O coeficiente de
atrito foi calculado com base nas Equações 3 e 4, sabendo que um número de
Re > 2100 caracteriza um regime turbulento.

𝜌.𝑣.𝑑
𝑅𝑒 = (1)
𝜇

𝑄 = 𝑣. 𝑎 (2)
Laminar:
64
𝐶𝑓 = (3)
𝑅𝑒

Turbulento:
0,184
𝐶𝑓 = (4)
𝑅𝑒 0,2

A Tabela 2 apresenta os valores obtidos e calculados

Tabela 2. Valores calculados com o experimento

Pontos Q (m3/s) v (m/s) Re Regime Cf

1 0,000009 0,000254965 54,05262218 Laminar 1,184031365


2 0,0000322 0,000912209 193,3882705 Laminar 0,330940444

3 0,0000455 0,001288991 273,2660344 Laminar 0,234204006

4 0,000462767 0,013109933 2779,305755 Transição 0,437822151

5 0,000352933 0,009998413 2119,663569 Transição 0,462201774

6 0,001275567 0,036136123 7660,858122 Turbulento 0,357461696

7 0,0010157 0,028774239 6100,138706 Turbulento 0,374125279

8 0,000752067 0,021305647 4516,797265 Turbulento 0,397300284

A partir dos valores da Tabela 2, pode-se dizer através do número de


Reynolds (Re) que os três primeiros pontos são de regime laminar, no quarto e
no quinto pontos há uma mudança no perfil do fluido, passando para o

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escoamento de transição e, em seguida, do ponto cinco até o 8 há novamente
uma mudança no escoamento do fluido passando para o escoamento turbulento.
A Figura 2 mostra o gráfico de Moody.

Figura 2: Gráfico de Moody.

1,4
Cf

1,2

0,8

0,6

0,4

0,2

0
0 2000 4000 6000 8000 10000
Re

A partir da Figura 2, verifica-se que o regime passa de laminar para o de


transição e, logo em seguida, para o turbulento ao atingir a faixa de Re de 2100,
caracterizando Reynolds crítico. A partir disso, percebe-se que conforme
aumenta a vazão do fluido, maior o número de Reynolds e, consecutivamente,
mais turbulento o regime. Além disso, comparando-se com um gráfico de Moody
teórico, é notório reportar certas semelhanças para ambos os regimes,
principalmente no que diz respeito ao turbulento, por conta de uma leve curva a
partir do quarto ponto, onde está ocorrendo a transição. Por fim, espera-se que
o Re crítico previsto pela teoria seja inferior ao observado experimentalmente,
pois a transformação de perturbações amplificadas em turbulência leva algum
tempo para ocorrer, permitindo que as perturbações percorram alguma distância
na direção a jusante.

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Referências

1 – FOX, R. W.; McDONALD, A. T. Introdução à mecânica dos fluidos. 6. ed. Rio


de Janeiro: LTC, 2006

2 - WHITE, F. M. Mecânica dos fluidos. 6. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2002.

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