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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA:

ATRITO EM TUBOS LISOS

ARIANE MARINA DE ALBUQUERQUE TEIXEIRA

CAMILA PATRÍCIA JERONYMO PINTO

GABRIELA DANTAS MEDEIROS

GUILHERME RIBEIRO ALVES DE FREITAS PAIXÃO

LARISSA ROBERTO FRANCO DE ALMEIDA

MATHEUS MONTENEGRO DE LACERDA

João Pessoa – PB

2017
SUMÁRIO

1. OBJETIVO ............................................................................................................................ 2
2. INTRODUÇÃO TEÓRICA .................................................................................................. 2
3. MATERIAIS UTILIZADOS ...................................................................................................
4. PROCEDIMENTO ..................................................................................................................
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...........................................................................................
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................
ANEXO ........................................................................................................................................
1. OBJETIVO

Este relatório tem como objetivo estudar a perda de carga linear em tubos lisos,
descrevendo como o experimento foi realizado.

2. INTRODUÇÃO TEÓRICA

No escoamento de fluídos, a perda de carga é considerada linear quando o tubo se


encontra numa posição horizontal, sem apresentar diferenças de altura; possuindo uma secção
circular constante. Para determinamos a diferença de energia ℎ1 entre dois pontos qualquer
desse tubo, podemos usar a expressão geral para perda de carga, que é dada por:

p1  p 2 V12  V22
hl    z1  z 2
 2g

Onde,

𝜌: pressão;

𝛾: massa específica;

𝑣: velocidade média;

𝑍: altura;

𝑔: aceleração da gravidade.

Essa perda de carga no tubo ocorre devido ao cisalhamento viscoso e pela dissipação de
energia em decorrência à turbulência, o fluxo podendo ser laminar ou turbulento. Na grande
maioria das práticas na engenharia, o escoamento de tubos está no regime turbulento, e podemos
calcular a perda de carga através da equação de Darcy-Weisbach:

∆𝑝 𝐿. 𝑣 2
ℎ1 = = 𝑓𝑑
𝛾 2𝐷. 𝑔

2
Pela fórmula de Darcy-Weisbach, podemos isolar o coeficiente de atrito obtendo a
seguinte equação:
2∆𝑝. 𝐷. 𝑔
𝑓𝑑 =
𝛾. 𝐿. 𝑣 2

Onde,

𝒇𝒅 : coeficiente de atrito;

𝐷: diâmetro do tubo;

𝑣: velocidade média;

𝐿: distância entre as tomadas de pressão;

𝑔: aceleração da gravidade.

Outra maneira de determinarmos o coeficiente de atrito () é pela equação de Blasius:

 = 0,316Re-1/4

Onde,

𝑅𝑒: número de Reynolds.

Já o número de Reynolds (𝑅𝑒) pode ser obtido da seguinte forma:

𝑣𝐷𝜌
𝑅𝑒 =
𝜇

Onde,

𝜌: densidade do fluído;

𝐷: diâmetro do tubo;

𝜇: viscosidade do fluído;

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Com isso, a partir de todos os conhecimentos e fórmulas apresentadas podemos calcular
o coeficiente de atrito () e o número de Reynolds (𝑅𝑒) para cada uma das vazões dos três tubos
utilizados. Também realizar a plotagem dos gráficos de coeficiente de atrito () versus o número
de Reynolds (𝑅𝑒).

3. MATERIAIS UTILIZADOS

- Cronômetro digital;
- Recipiente volumétrico;
- Bomba de pneu de bicicleta;
- Planilha de dados;
- 02 folhas de papel pautado;
- 01 folha de papel di-log.

4. PROCEDIMENTO

I) Primeiramente foram abertas todas as válvulas do sistema, com exceção da de descarga,


que se encontra mais próxima do reservatório. Em seguida, a bomba foi ligada.

II) Abriu-se a válvula de descarga gradualmente, até que todo o ar da tubulação saísse.

III) Os tubos plásticos foram conectados nas tomadas de pressão do primeiro tubo, seguidos
do fechamento das válvulas dos tubos 2 e 3. Foi verificado se não haviam bolhas de ar nos
tubos plásticos, de modo que isto não viesse a interferir no procedimento.

IV) Através do fechamento parcial da válvula de descarga, foram feitas leituras das perdas de
carga no manômetro para 5 vazões diferentes, aguardando a estabilização dos meniscos.

V) Desse modo, para cada vazão considerada, foi desviado o fluxo do reservatório para o
recipiente de medida e vice-versa, de tal maneira que fosse recolhido pelo menos ¾ do seu
volume e o tempo de recolhimento fosse medido através do cronômetro. O recipiente
volumétrico foi levado até a balança, seu peso total anotado, e ao fim deste processo, a água
que fora recolhida foi devolvida ao reservatório.

VI) Os procedimentos (III), (IV) e (V) foram repetidos para os tubos 2 e 3. Já que a perda no
tubo 3 é muito grande, sua leitura foi feita no manômetro de mercúrio.

VII) O recipiente foi pesado para que pudesse ser anotado seu peso.

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VIII) Por fim, fechou-se a descarga e a bomba foi desligada

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Sabendo que o diâmetro dos tubos 1, 2 e 3 são, respectivamente, 25,2mm, 20,5 mm e


15,9 mm e com os dados obtidos no dia do experimento foi calculada a vazão e a velocidade de
cada medida, cujos valores estão presentes na Tabela 1.

Tabela 1: Dados experimentais característicos dos escoamentos nos tubos.


h
Tubo ‫׀‬Δh‫(׀‬in) V (l) t (s) Q (m3/s) v(m/s)
(in) (in)
54,9 35,5 19,4 6,980 7,00 1,00 2,00
55,3 37,5 17,8 6,900 7,25 0,95 1,91
55,8 39,5 16,3 6,600 7,22 0,91 1,83
1 57,4 44,2 13,2 6,550 8,53 0,77 1,54
58,4 47,7 10,7 7,220 10,94 0,66 1,32
59,5 53,5 6,0 6,900 15,94 0,43 0,87
60,3 58,3 2,0 6,480 28,34 0,23 0,46
33,5 54,0 20,5 6,275 6,69 0,94 2,84
32,5 57,0 24,5 6,850 7,37 0,93 2,82
2 36,0 54,5 18,5 6,800 7,60 0,89 2,71
42,0 56,0 14,0 6,140 8,66 0,71 2,15
52,5 54,3 1,8 6,850 26,5 0,26 0,78
8,0 81,0 73,0 6,900 8,88 0,78 3,91
13,1 76,5 63,4 6,920 9,19 0,75 3,79
15,4 75,5 60,1 7,080 9,59 0,74 3,72
3
17,0 74,8 57,8 7,000 9,72 0,72 3,63
20,8 72,7 51,9 6,550 9,50 0,69 3,47
52,7 55,1 2,4 6,450 32,24 0,20 1,01
A partir dos dados expostos na Tabela 1 podemos calcular o coeficiente de atrito 𝒇
através da equação (2) e do número de Reynolds (𝑹𝒆).
Isolando o 𝑓 na equação de Darcy-Weisbach, equação (2), foi obtida a seguinte
expressão:
2∆𝑝. 𝐷. 𝑔
𝑓𝑑 =
𝛾. 𝐿. 𝑣 2
Já na equação (4), a equação de Blasius, temos que:

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𝑓𝑏 = 0,316𝑅𝑒 −0,25
𝑣𝐷𝜌
onde o 𝑅𝑒 é igual a 𝑅𝑒 = .
𝜇

A Tabela 2 abaixo apresenta os valores encontrados para o número de Reynolds (𝑹𝒆)


e os coeficientes de atrito 𝒇 em cada medida.

Tabela 2: Valores do 𝑅𝑒 e do 𝑓 calculados pelas equações de Darcy-Weisbach e Blasius.

Tubo Q (m3/s) 𝒇𝑫𝒂𝒓𝒄𝒚 𝑹𝒆 𝒇𝑩𝒍𝒂𝒔𝒊𝒖𝒔


1,00 0,02990 56603,3 0,02049
0,95 0,03012 54025,0 0,02073
0,91 0,02990 51890,9 0,02094
1 0,77 0,03431 43588,9 0,02187
0,66 0,03765 37463,1 0,02271
0,43 0,04907 24572,2 0,02524
0,23 0,05863 12979,5 0,02961
0,94 0,01272 48787,2 0,02126
0,93 0,01549 46565,0 0,02151
2 0,89 0,01262 44725,5 0,02173
0,71 0,01521 37569,9 0,02270
0,26 0,01471 32290,0 0,02357
0,78 0,01853 37839,8 0,02266
0,75 0,01714 36116,2 0,02292
0,74 0,01690 34689,5 0,02315
3
0,72 0,01708 29139,6 0,02419
0,69 0,01674 25044,4 0,02512
0,20 0,00919 16426,8 0,02791

Como o 𝑅𝑒 apresentou valores maiores que 2000 não podemos considerar o


escoamento como laminar, portanto não se pode achar o 𝑓 pela relação 𝑓 = 64/𝑅𝑒. Entretanto,
como esses valores são maiores que 100000, estão contidos no intervalo de aplicabilidade da
equação de Blasius para tubos lisos.
Com os dados da Tabela 2 foram plotados os gráficos do coeficiente de atrito 𝑓 versus
o Número de Reynolds 𝑅𝑒 em papel di-log para cada um dos três tubos. Os Gráficos 1, 2 e 3
estão presentes no anexo. Para cada um dos gráficos além do coeficiente de atrito obtido pela
equação de Darcy-Weisbach foi plotado também a equação de Blasius.

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Traçados os gráficos podemos comparar os valores de 𝑓 das duas equações. Ao
observamos os desenhos podemos perceber que os resultados gerados pela equação Darcy-
Weisbach são menos precisos que os gerados pela equação de Blasius. Isso porque a expressão
de Darcy apresenta uma quantidade considerável de variáveis envolvidas, e considerando os
arredondamentos e os erros das medições, como o da perda de carga (depende da leitura do
manômetro) e da velocidade média (depende do calculo da vazão), geram resultados menos
exatos.
Em compensação, a equação de Blasius é em função do número de Reynolds. E que,
por sua vez, apresenta variáveis com menores erros, como a densidade e viscosidade do fluido
que já são valores determinados e o diâmetro que é informado pelo fabricante. Dessa forma a
função do número de Reynolds geram valores com maior precisão, diferente da expressão de
Darcy-Weisbach.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Roteiro da aula prática. LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA. Luiz Simão de Andrade Filho;

FOX, Robert W. & MCDONALD, Alan T., Introdução à Mecânica dos Fluidos. 7º Ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan S.A. 2010.

Streeter, Victor Lyle. Mecânica dos Fluidos; tradução de: Celso da Silva Muniz e Outros. 7ª
Ed. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil. 1909.

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ANEXO

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GRÁFICO 1

Gráfico do coeficiente de atrito 𝑓 versus o Número de Reynolds 𝑅𝑒 para o Tubo 1.

𝑓 Darcy-Weisbach

𝑓 Blasius

GRÁFICO 2

Gráfico do coeficiente de atrito 𝑓 versus o Número de Reynolds 𝑅𝑒 para o Tubo 2.

𝑓 Darcy-Weisbach

𝑓 Blasius

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GRÁFICO 3

Gráfico do coeficiente de atrito 𝑓 versus o Número de Reynolds 𝑅𝑒 para o Tubo 3.

𝑓 Darcy-Weisbach

𝑓 Blasius

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