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Relatório de Experimento

NOTA:
Lab. de Físico-Química – Turma: A

Título do experimento: Polarimetria - Cinética da inversão da Sacarose

Data de realização do experimento: 15/09/2020

Grupo: 3

Nome / Matrícula Ana Luiza Piragibe Freire 13/0063339

Nome / Matrícula Katiuscia Pereira de Araujo 11/0082842

Nome / Matrícula Letícia Rezende Rocha 14/0169466

Não escrever abaixo deste ponto – Uso exclusivo do professor

Data de entrega do relatório ______________

Cálculos e Resultados ( 4,0 ): ______________

Discussão ( 4,0 ): ______________

Conclusão ( 2,0 ): ______________

Referência: ( ) sim ( ) não

Pontos negativos por ausência de referência: ______________

Pontos negativos por atraso: ______________


Resultados (4,0)

Lab. de Físico-Química

- Relatar o(s) objetivo(s) do experimento.


- Apresentar todas as equações utilizadas para obter ou tratar os resultados, equações de ajustes,
valores apresentados em tabelas e gráficos, incluindo valores de constantes e suas unidades.
- Tabelas devem estar corretamente formatadas, colunas / linhas rotuladas com unidades
consistentes.
- Valores médios e desvios padrão incluídos quando aplicável.
- Gráficos devem ser apresentados com escalas adequadas, rótulos e unidades nos eixos de
coordenadas.

O objetivo desse experimento é analisar a rotação e determinar a constante de velocidade


para a hidrólise de sacarose. A sacarose é formada por dois monossacarídeos, a glicose e a frutose,
unidos por uma ligação glicosídica. Quando a sacarose é catalisada por um ácido, acaba hidrolisada
em D-glicose e D-frutose, em uma reação conhecida como a inversão de sacarose:

H+
𝐶12 𝐻22 𝑂11 (𝑎𝑞) → 𝐶6 𝐻12 𝑂6 (𝑎𝑞) + 𝐶6 𝐻12 𝑂6 (𝑎𝑞) (1)

Para atingir o objetivo desse experimento é necessário deixar o meio ácido para que ocorra a
hidrolise, dessa forma, foram preparadas duas soluções, uma de 2mol.L-1 e outra de 4 mol. L-1, de
ácido clorídrico (HCl) de 50 mL para usar no meio. O cálculo para o preparo da solução foi o
seguinte:
𝐶1 𝑉1 = 𝐶2 𝑉2 (2)

Onde C1 é a concentração desejada de 2 mol.L -1 e de 4 mol.L -1 de HCl; V1 é o volume desejado


de 50 mL de solução; C2 é a concentração de HCl inicial de 38% de pureza e V2 é o volume
necessário de HCl para atingir a concentração desejada de 2 mol.L -1 e de 4 mol.L -1

Foram fornecidos os seguintes dados sobre o HCl concentrado:

• Massa molar (MM) = 36,46 g.mol-1


• Densidade (ρ) = 1,189 g.mL-1
• Pureza = 38% = 0,38

Assim, pode-se calcular o C2 da seguinte maneira:

𝜌 1,189
𝐶2 = ∗ 𝑝𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎 = ∗ 0,38 = 0,01239 𝑚𝑜𝑙. 𝑚𝐿−1
𝑀𝑀 36,46

Consequentemente, pode-se usar o valor encontrado e substituir na equação (2) para


encontrar o V2 para 2M e 4M de HCl:

0,002 𝑚𝑜𝑙. 𝑚𝐿−1 ∗ 50 𝑚𝐿 = 0,01239 𝑚𝑜𝑙. 𝑚𝐿−1 ∗ 𝑉2


𝑉2 = 8,0696 mL
0,004 𝑚𝑜𝑙. 𝑚𝐿−1 ∗ 50 𝑚𝐿 = 0,01239 𝑚𝑜𝑙. 𝑚𝐿−1 ∗ 𝑉2
𝑉2 = 16,1392 mL

Em seguido, foi introduzido a solução na célula e levado ao polarímetro para realizar a


medida do ângulo. Foram feitas as medições óticas da solução de sacarose, a solução de sacarose
diluída no tempo zero e o branco, gerando os seguintes dados:

Tabela 1. Dados dos ângulos da água (branco), da solução de sacarose e da solução de sacarose
diluída
α (solvente) 0,02º
α (sacarose) 26,24º
α (sol, t=0) 12,91º

A sacarose, na preparação com água, sofre uma hidratação e, por consequência, a rotação
ótica ocorre de maneira mais lenta. Dessa forma, foi considerado o ângulo no tempo zero da reação
a partir da diluição da solução de sacarose preparada em água. Os ângulos foram medidos de 5 em 5
minutos, os valores da rotação específica da sacarose foram considerando a diluição da solução
original de sacarose em soluções de HCl de 2M e 4M, sendo para a de 2M em um tempo total de 40
minutos e a de 4M em 30 minutos. Os seguintes dados foram obtidos:

Tabela 2. Dados dos ângulos da reação da solução de sacarose com HCl 2M e com HCl 4M
Tempo (min) Ângulo de Rotação (º) 4M Ângulo de Rotação (º) 2M
de HCl de HCl
0 12,91 12,91
5 10,05 15,23
10 7,6 10,15
15 5,49 9,16
20 3,72 8,26
25 2,23 7,44
30 1,00 6,66
35 - 5,95
40 - 5,27
∞ -4,07 -3,79

A partir dos dados obtidos experimentalmente (tabela 1 e 2) a constante de velocidade (k) da


hidrolise da sacarose, obtido da lei da velocidade, deve ser calculado conforme a seguinte equação:
1 𝑎
𝑘 = ( ) ∗ ln ( ) (3)
𝑡 𝑎−𝑥
Onde a corresponde a concentração dos reagentes no tempo zero; a-x corresponde ao saldo de
concentração dos reagentes passado um tempo desde o início da reação e t é o tempo da reação.
Tal equação (3) pode ser reescrita em termos dos ângulos de rotação, da seguinte forma:

1 α (corr,t=0)−α (corr,t=∞)
𝑘 = ( ) ∗ ln ( ) (4)
𝑡 α (corr,t)−α (corr,t=∞)

• α (corr, t = 0) = α (sol, t = 0) − α (solvente)


• α (corr, t = ∞) = α (mix, t) − α (solvente)
• α (corr, t) = α (mix, t = ∞) − α (solvente)
α (solvente) – ângulo de desvio realizado pelo solvente (água destilada)
α (sol, t=0) – ângulo de desvio pela solução da sacarose diluída no tempo zero
α (mix, t) – ângulo de desvio da mistura das soluções de sacarose e HCl em um tempo
α (mix, t=∞) – ângulo de desvio da mistura no tempo infinito, neste caso 48 horas depois
Assim, foram feitas as correções dos ângulos obtidos em relação ao ângulo relativo ao
solvente, com os seguintes resultados como exemplo:
α (corr, t = 0) = α (sol, t = 0) − α (solvente) = 12,91º -0,02º = 12,89º
α (corr(4M), t) = α (mix, t) − α (solvente) =10,05º-0,02º = 10,03º
α (corr(2M), t = ∞) = α (mix, t = ∞) − α (solvente) = -3,79º-0,02º=-3,81º

Desta maneira, a equação (4) pode ser escrita analogamente da forma linearizada, y = a+bx:

ln(α (corr, t) − α (corr, t = ∞)) = ln (α (corr, t = 0) − α (corr, t = ∞) − kt (5)

Tabela 3. Aplicação da reta linearizada para as misturas


2M de HCl 4M de HCl
Tempo ln[α(corr,t)-α(corr,t=∞)] ln[α(corr,t)-α(corr,t=∞)]
(min)
0 2,8320 2,8154
5 2,9601 2,6276
10 2,6546 2,4327
15 2,5825 2,2279
20 2,5120 2,0162
25 2,4432 1,7951
30 2,3730 1,5665
35 2,3046 -
40 2,2343 -

A equação da reta representada acima pode ser obtida por meio de uma regressão linear
considerando os formatos para os coeficientes linear “a” e angular “b”, também conhecido como
método dos mínimos quadrados:

(6)

(7)

onde, N é o número de pares (x,y) determinados no experimento.

Tabela 4. Método dos Mínimos Quadrados para mistura de 4M


X*Y X2 N Somatórios
0 0 1  x = 105
13,1378 25 2

24,3274 100 3  y = 15,4814


33,4179 225 4

40,3247 400 5  xy = 203,0809


44,8772 625 6

46,9959 900 7  x2 = 2275


Tabela 5. Método dos Mínimos Quadrados para mistura de 2M
X*Y X2 N Somatórios
0 0 1  x = 180
14,8005 25 2

26,5465 100 3  y = 22,8965


38,7373 225 4

50,2407 400 5  xy = 432,6294


61,0804 625 6

71,1913 900 7
80,6604 1225 8  x2 = 5100
89,3723 1600 9

A partir das equações de “a” e “b” os coeficientes para a reta forma encontrados pelo
método dos mínimos quadrados. Assim, considerando os valores das Tabelas 4 e 5, chegou-se aos
valores dos coeficientes:

Tabela 6. Dados dos coeficientes linear, angular e constante de velocidade calculados pelo Método
dos Mínimos Quadrados.
Mistura a b k
Sacarose 2,8814 -0,0169 0,0169
(2M)
Sacarose 2,8361 -0,0416 0,0416
(4M)

A constante de velocidade pode ser obtida também por meio do coeficiente angular
resultante do gráfico ln[α(corr,t)-α(corr,t=∞)] versus o tempo. A partir dos dados da Tabela 3, foi
plotado os seguintes gráficos:

Gráfico 1. ln[α(corr,t)-α(corr,t=∞)] V.S. tempo para mistura 2M


Gráfico 2. ln[α(corr,t)-α(corr,t=∞)] V.S. tempo para mistura 2M (corregido)

No gráfico 2, foi necessário retirar o valor de 5 minutos para se obter um melhor valor de
2
R.

Gráfico 3. ln[α(corr,t)-α(corr,t=∞)] V.S. tempo para mistura 4M


4M de HCl
00.003

00.003
ln[α(corr,t)-α(corr,t ∞)]

y = -0,0416x + 2,8361
R² = 0,9988
00.002

00.002
ln[α(corr,t)-α(corr,t ∞)]
00.001 Linear (ln[α(corr,t)-α(corr,t ∞)])

00.001

00.000
0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (min)

Portanto, a partir das equações de reta obtidas pelos gráficos 2 e 3, chegou-se as seguintes
constantes:

Tabela 7. Dados dos coeficientes linear, angular e constante de velocidade pelos gráficos
Mistura a b k
Sacarose 2,8127 -0,0147 0,0147
(2M)
Sacarose 2,8361 -0,0416 0,0416
(4M)

Após um período de 48 horas, onde considerou-se um tempo igual a infinito, mediu-se a


polaridade das misturas, e obteve-se os valores de -3,79 para a de 2M e -4,07 para a de 4M.
Discussão (4,0)

Lab. de Físico-Química

- Comparar os resultados obtidos, individuais ou médios, com a literatura ou com valores de


referência devidamente citados.
- Justificar, na medida do possível, as observações em termos de conceitos e propriedades
atômicas e/ou moleculares.
- Buscar significado físico nas propriedades obtidas, quando não for evidente.
- Sugerir alteração no experimento para reduzir ou eliminar a principal fonte de erro detectada.

Na reação os íons hidrônio têm como função catalisar o processo e a sua concentração será
diretamente proporcional à velocidade da reação, o que pode ser observado no experimento uma
vez que a constante de velocidade para a reação utilizando a solução de 4 mol.L-1 de HCl foi maior
que a constante utilizando 2 mol.L-1.
As substâncias utilizadas durante o experimento são opticamente ativas, ou seja, são
substâncias capazes de girar o plano da luz polarizada. A sacarose e a glicose desviam o plano da
luz polarizada para a direita, ou seja, são substâncias dextrogiras. Já a frutose desvia o plano da luz
polarizada para a esquerda, o que a caracteriza como ama substância levogira.
Dessa forma, no início da reação foi observada uma rotação ótica para a direita, pois só a
sacarose estava presente. No decorrer da reação, este desvio foi se tornando cada vez menor, devido
a formação de frutose, chegando a ser observado uma rotação levogira. Após um longo período, a
solução se torna levogira indicando alta presença de frutose.
No que diz respeito a ordem de reação da inversão da sacarose, embora frequentemente haja
coincidência entre a ordem e a molecularidade das reações, como a água está presente em
quantidade acentuada, embora bimolecular, nesse caso a reação será representada por uma
expressão de primeira ordem, equação denominada como pseudo-molecular.
Temos que a velocidade de consumo da sacarose é:
−𝑑[𝑆]
= 𝐾 ′ . [𝑆]. [𝐻2 𝑂][𝐻 + ]
𝑑𝑡

Trabalhando com o excesso de água, sua variação pode ser considerada desprezível, de
modo que a concentração de água [𝐻2 𝑂] pode ser considerada constante. Como o ácido é
catalizador, [𝐻 + ] é constante, logo essas duas concentrações podem ser englobadas na constante de
reação.
𝐾 = 𝐾 ′ [𝐻2 𝑂][𝐻 + ]
−𝑑[𝑆]
= 𝐾. [𝑆]
𝑑𝑡

Tornando-se assim uma reação de pseudo primeira ordem. Como esperado, o R medido
muda de acordo com a concentração do ácido utilizado (HCl), mas sua constante de velocidade não
dobra proporcionalmente à sua concentração. Isso pode ser explicado devido a constante depender
de outras variáveis além da concentração de 𝐻 + , tais como a concentração de água e a temperatura.
As impurezas nas soluções são fatores que podem atrapalhar o caminho óptico pelo qual a luz passa
e é um fator que interfere na medida do desvio.
Os erros relativos aos valores encontrados na literatura foram:
Para uma mistura com a solução de 2M de HCl tem-se K= 0,0137 min-1
0,0147 − 0,0137
%𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = ∗ 100% = 7,2993%
0,0137
Para a mistura com a solução de 4M de HCl tem-se K = 0,0448 min-1

0,0416 − 0,0448
%𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = ∗ 100% = −7,1429%
0,0448
Conclusão (2,0)

Lab. de Físico-Química

- Apresentar os principais resultados obtidos.


- Sintetizar as relações mais relevantes verificadas.
- Conectar com os objetivos do experimento.
Importante: O experimento ou o aparato experimental utilizado não estão sob análise.

Através da realização do experimento é possível constatar a relação existente entre a rotação


do plano de luz polarizada com a cinética da reação de hidrólise da sacarose. A Polarimetria se
mostrou bastante eficiente na determinação da constante de velocidade da reação, nos fornecendo
dados precisos e bem próximos dos encontrados na literatura, e como consequência, nos
proporcionando erros relativos pequenos. A regressão linear (R2) utilizada se mostrou satisfatória já
que se aproximou de 1, tendo que ser modificada para chegar a esse valor para a mistura de 2M.
Também é possível observar que o aumento da concentração do catalisador gera uma maior
constante de velocidade, pois quando se tem uma solução com concentração de 4,0 mol·L-1 de
sacarose, sua constante de velocidade é maior do que para a solução com apenas 2 mol·L-1 de
sacarose. Contudo, a hidrólise sem o ácido clorídrico tem velocidade bastante lenta, o que tem
grande importância para a determinação do ângulo de rotação no tempo zero.
Por fim, é possível concluir que no início da reação a solução tem um comportamento
dextrogira, ou seja, os elementos curvos giram ou se voltam para a direita, e ao longo que a reação
vai ocorrendo, ela se torna levogira, ou seja, os elementos curvos giram ou se voltam para a
esquerda, com uma taxa de velocidade que irá depender da concentração do catalisador, como já
dito anteriormente.
Referências

Lab. de Físico-Química

- Somente incluir referências efetivamente utilizadas, todas as referências incluídas devem estar
citadas no texto, dados, tabelas, fórmulas e/ou gráficos onde foram utilizadas.
- Referências da internet devem conter o link completo utilizado e data.

[1] Shoemaker, D. P.; Garland, C. W. & Nibler, J. W., Experiments in Physical Chemistry, 5ª Ed.,
New York, Mc Graw-Hill Publishing Company, 1989.
[2] ATKINS, P. W. Físico - Química, v. 2, Rio de Janeiro: LTC, 1999.
[3] Dr. Herman, Bonnie Jenkins, Jennifer Williams, INVERSION OF SUCROSE; KINETICS OF A
PSEUDO-FIRST ORDER REACTION DETERMINED BY POLARIMETRY DIFFERENTIAL
EQUATIONS, Nov. 6, 1996
[4] LAB REPORT ON THE VELOCITY OF THE INVERSION OF SUCROSE IN ACID
SOLUTION, http://www.art-xy.com/2011/11/lab-report-on-velocity-of-inversion-of.html
[5] D. Stern, Guide to Informatlon Sources in the Physical Sciences, Libraries Unlimited,
Englewood, CO (2000).
[6] DEXTROGIRO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2020.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Dextrogiro&oldid=59309107>. Acesso
em: 19 set. 2020.

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