Você está na página 1de 9

Relatório de Experimento

NOTA :
Lab. de Físico-Química – Turma: A

Título do experimento: Determinação da CMC do dodecil sulfato de sódio por condutividade.

Data de realização do experimento: 29/09/2020

Grupo: 3

Nome / Matrícula Ana Luiza Piragibe Freire 13/0063339

Nome / Matrícula Katiuscia Pereira de Araujo 11/0082842

Nome / Matrícula Letícia Rezende Rocha 14/0169466

Não escrever abaixo deste ponto – Uso exclusivo do professor

Data de entrega do relatório ______________

Cálculos e Resultados ( 4,0 ): ______________

Discussão ( 4,0 ): ______________

Conclusão ( 2,0 ): ______________

Referência: ( ) sim ( ) não

Pontos negativos por ausência de referência: ______________

Pontos negativos por atraso: ______________


Resultados (4,0)

Lab. de Físico-Química

- Relatar o(s) objetivo(s) do experimento.


- Apresentar todas as equações utilizadas para obter ou tratar os resultados, equações de ajustes,
valores apresentados em tabelas e gráficos, incluindo valores de constantes e suas unidades.
- Tabelas devem estar corretamente formatadas, colunas / linhas rotuladas com unidades consistentes.
- Valores médios e desvios padrão incluídos quando aplicável.
- Gráficos devem ser apresentados com escalas adequadas, rótulos e unidades nos eixos de
coordenadas.

Para a preparação do titulante, utilizou-se surfactante com volume de 50mL para a obtenção
de uma solução de 80 mM de Dodecil Sulfato de Sódio (DSS). Essa solução já se encontrava pronta
para o experimento.
Como descrito no roteiro experimental, foi medida a condutividade da solução de água com
DDS, para diferentes concentrações do surfactante, com o objetivo de determinar a concentração
micelar crítica (CMC) do mesmo (tabela 1). As cinco primeiras e últimas alíquotas da titulação foram
de 1 mL, enquanto o restante foi de 0,5 mL.

A concentração do surfactante na solução, para cada titulação, foi calculada a partir da se-
guinte equação (1):
𝐶𝑡𝑖𝑡 ∗ 𝑉𝑡𝑖𝑡
𝐶𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = (1)
𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

Em que 𝐶𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 e 𝐶𝑡𝑖𝑡 correspondem à concentração de DDS na solução e no titulante, respectiva-


mente. 𝑉𝑡𝑖𝑡 corresponde ao volume de titulante colocado na solução e 𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 ao volume total da
solução.
A determinação da condutividade específica molar da solução foi feita a partir da seguinte
equação (2):

𝐾𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 – 𝐾𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒
Ʌ = (2)
𝐶

Em que Ʌ corresponde à condutividade molar, 𝐾𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 e 𝐾𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 correspondem à condutividade


da solução e do solvente (água), respectivamente, e C é a concentração de DDS na solução. Sabendo
𝑆
que 𝐾𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 = 0.00000447 𝑐𝑚 (tabela 1), os valores da concentração de DDS na solução e da con-
dutividade molar, após a primeira alíquota, são:

0,08 𝑚𝑜𝑙. 𝐿−1 ∗ 1,0 𝑚𝐿


𝐶𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = = 0,00015686 𝑚𝑜𝑙. 𝐿−1
51,0 𝑚𝐿
−1 −1 −1 −1 )
1000𝑐𝑚3
Ʌ = (0,0000538 𝑆 . 𝑐𝑚 − 0,00000447 𝑆 . 𝑐𝑚 ∗
0,00015686𝑚𝑜𝑙
= 31,447875 𝑆 −1 . 𝑐𝑚2 . 𝑚𝑜𝑙 −1
Os valores da concentração do surfactante, da condutividade específica e da condutividade
molar da solução, referentes ao restante das alíquotas, são mostrados na tabela 1.

Tabela 1. Valores da Concentração do surfactante, da condutividade específica, e da condutividade


molar para cada respectivo volume de titulante adicionado.
Volume adicionado (mL) Volume Concentração do Condutividade Condutividade
total DSS (mol·L-1) específica (k) (Ω- molar (Λ) (Ω-
-1
(mL) 1·cm ) 1·cm2·mol-1)
0 50 0 0,00000447 -
1 51 0,001568627 0,0000538 31,447875
2 52 0,003076923 0,000336 107,74725
3 53 0,004528302 0,000492 107,662875
4 54 0,005925926 0,000623 104,3769375
5 55 0,007272727 0,000732 100,035375
5,5 55,5 0,007927928 0,000782 98,07480682
6 56 0,008571429 0,000845 98,06183333
6,5 56,5 0,00920354 0,000882 95,34700962
7 57 0,009824561 0,000918 92,98430357
7,5 57,5 0,010434783 0,000945 90,134125
8 58 0,011034483 0,000992 89,49490625
8,5 58,5 0,011623932 0,001022 87,53750735
9 59 0,01220339 0,001051 85,75731944
9,5 59,5 0,012773109 0,001096 85,45530921
10 60 0,013333333 0,001128 84,26475
10,5 60,5 0,013884298 0,001161 83,29769643
11 61 0,01442623 0,001191 82,24810227
11,5 61,5 0,01495935 0,001222 81,3892337
12,5 62,5 0,016 0,001283 79,908125
13 63 0,016507937 0,001316 79,44845192
13,5 63,5 0,017007874 0,001341 78,58301389
14 64 0,0175 0,001372 78,14457143
14,5 64,5 0,017984496 0,001399 77,54067672
15 65 0,018461538 0,00143 77,21620833
15,5 65,5 0,018931298 0,00146 76,88485081
16 66 0,019393939 0,001487 76,44295313
16,5 66,5 0,019849624 0,001514 76,04829167
17 67 0,020298507 0,001539 75,59816912
17,5 67,5 0,020740741 0,001567 75,33626786
18 68 0,021176471 0,001589 74,82502778
18,5 68,5 0,021605839 0,001618 74,68027365
19 69 0,022028986 0,00164 74,24445395
20 70 0,022857143 0,001693 73,8731875
21 71 0,023661972 0,001734 73,09323214
22 72 0,024444444 0,00176 71,81713636
23 73 0,025205479 0,00177 70,0454837
24 74 0,025945946 0,00177 68,04646875
25 75 0,026666667 0,00177 66,207375
Com os dados da Tabela 1, plotou-se o gráfico 1 de Condutividade específica versus Concen-
tração molar do Dodecil Sulfato de Sódio (DSS).

Gráfico 1. Condutividade específica da solução em função da concentração do surfactante.

Pode-se perceber que existem dois comportamentos lineares diferentes no gráfico.


No começo, o monômero de Dodecil Sulfato de Sódio apresenta comportamento de um ele-
trólito forte, assim, a condutividade da solução aumenta mais com o aumento da concentração do
surfactante. Isso ocorre devido ao aumento de íons no meio.
Entretanto, após a concentração micelar crítica atingida, as micelas se comportam como um
eletrólito fraco, em que, a condutividade depende do grau de ionização das micelas (α), ou seja, do
número de íons presentes, já que, nesse momento, nem todas as micelas são ionizadas. Por esse mo-
tivo, a condutividade aumenta mais lentamente.
Dessa forma, para representar o primeiro comportamento linear, foi construído o gráfico 2
com os dados correspondentes até o volume de surfactante adicionado igual a 55,0 mL.

Gráfico 2. Condutividade específica da solução em função da concentração do surfactante


antes da CMC.
Gráfico 2 (Corrigido). Condutividade específica da solução em função da concentração do
surfactante antes da CMC.

Foi retirado o primeiro valor para se obter um melhor valor de R2.


O gráfico 3 representa o segundo comportamento linear e foram utilizados os dados a partir
do volume de surfactante adicionado igual a 56,0 mL.

Gráfico 3. Condutividade específica da solução em função da concentração do


surfactante depois da CMC.

O ponto de intersecção das duas retas corresponde ao valor da CMC. Então, iguala-se as equa-
ções das retas para encontrar essa concentração.

𝑌 1 = 0,0944𝑥 + 0,00005 (3)


𝑌 2 = 0,0594𝑥 + 0,0003 (4)
𝑌 1 = 𝑌 2 (5)
0,0944𝑥 + 0,00005 = 0,0594𝑥 + 0,0003
𝑥 = 7,14

O valor da CMC do DDS em água através de medidas de condutividade foi de 7,14 mmol.L-
1
, o que se aproxima ao valor teórico de 8,00 mmol.L-1 [2]

7,81 − 8,00
𝐸𝑟 = ∗ 100% = −10,75 %
8,00

Sabendo os coeficientes angulares das retas, foi possível calcular o grau de ionização das mi-
celas (α) utilizando a seguinte equação (6):
𝑆3
𝛼 = (6)
𝑆2

onde S3 é a inclinação da região linear acima da CMC e S2 da região abaixo da CMC.

Logo,

0,0594
𝛼= 100% = 62,92%
0,0944
Discussão (4,0)

Lab. de Físico-Química

- Comparar os resultados obtidos, individuais ou médios, com a literatura ou com valores de


referência devidamente citados.
- Justificar, na medida do possível, as observações em termos de conceitos e propriedades atômicas
e/ou moleculares.
- Buscar significado físico nas propriedades obtidas, quando não for evidente.
- Sugerir alteração no experimento para reduzir ou eliminar a principal fonte de erro detectada.

O valor da CMC do Dodecil Sulfato de Sódio (DSS) determinado por condutividade foi obtido
pela intercessão de duas retas. O gráfico 1 mostra a variação da condutividade específica da solução
em função da concentração de DDS adicionado em água.
As retas do gráfico 2 e 3 correspondem ao estado de monômero e micela do tensoativo. O
ponto de intercepção corresponde ao valor da CMC. Antes da CMC, a variação da condutividade é
devida à adição de moléculas do tensoativo à solução. Após a CMC, a variação da condutividade
deve-se ao aumento de micelas no meio e a partir da CMC a concentração do monômero permanece
constante.
Acima da CMC não existe um aumento significativo no número de monômeros isolados e,
consequentemente, a força de coesão das moléculas da superfície é pouco modificada, não se
observando efeitos significativos sobre a tensão superficial da solução. No caso da condutividade
elétrica, a partir da CMC o acréscimo é menor, pois os aglomerados micelares conduzem menos que
os respectivos monômeros individuais.
Pode-se observar que o valor encontrado para a CMC do DDS é muito próximo do encontrado
na literatura, tendo um erro de 10,75% que pode ter ocorrido devido à instabilidade para a leitura da
condutividade.
Como já foi exemplificado, o comportamento antes de se atingir a CMC se deve ao fato de
que o monômero se comporta como um eletrólito forte, no qual a quantidade de íons na solução é
diretamente proporcional à quantidade de eletrólito adicionado. Já após a CMC, a adição do DDS
contribui para a formação das micelas, as quais não são totalmente ionizadas, ou seja, apenas uma
fração α de íons livres ficam disponíveis na solução, caracterizando um eletrólito fraco. No
experimento apenas 62,92% das micelas foram ionizadas. Dessa forma, percebe-se que a adição do
surfactante, após a CMC, não contribui tanto para o aumento da condutividade da solução.
Conclusão ( 2,0 )

Lab. de Físico-Química

- Apresentar os principais resultados obtidos.


- Sintetizar as relações mais relevantes verificadas.
- Conectar com os objetivos do experimento.
Importante: O experimento ou o aparato experimental utilizado não estão sob análise.

Os resultados obtidos neste experimento são próximos aos encontrados na literatura. Como
previsto, pode-se constatar dois tipos de comportamento associados ao surfactante manipulado na
solução aquosa: o primeiro ocorre quando essas espécies se comportam como eletrólitos fortes, o que
ocorre antes da CMC, e o segundo quando elas se comportam como eletrólitos fracos por conta da
formação das micelas, o que ocorre depois da CMC.
A falta de uma homogeneização impecável da solução ao longo da titulação, paralaxe
correspondente à bureta e a precisão pouco confiável do equipamento devido às oscilações do mesmo,
podem ter sido os motivos pelo quais encontrou-se pequenos erros neste trabalho.
Por fim, apesar de alguns erros associados ao experimento, é possível concluir que este
experimento foi eficiente para a determinação do CMC do Dodecil Sulfato de Sódio por
condutividade.
Referências

Lab. de Físico-Química

- Somente incluir referências efetivamente utilizadas, todas as referências incluídas devem estar
citadas no texto, dados, tabelas, fórmulas e/ou gráficos onde foram utilizadas.
- Referências da internet devem conter o link completo utilizado e data.

[1] Weinberg, R.; Pratical capillary electrophoresis, Academic Press, In.: New York, 1993, p.150.
[2] Ivanise Ma Rizzatti e Dilson R. Zanette; Determinação potenciométrica da concentração micelar
crítica de surfactantes: uma nova aplicação metodológica no ensino de Química; Quim. Nova, Vol.
32, No. 2, 518-521, 2009

Você também pode gostar