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UnB - Instituto de Química

1190332 – Laboratório de Físico-Química


Profa. Maria José Sales

Prova 1 – 06/10/2020, Turma A

Aluno: __Ana Luiza Piragibe Freire________________________________________________


Matrícula: ____13/0063339________

Questão 1.
(a) (1,0) Indique três parâmetros que influenciam a velocidade de um líquido em um tubo capilar e
justifique.
Em um fluido newtoniano, a velocidade é dada pela seguinte expressão:
v= (ΔP/4ηL) (r2-x2)
sendo ΔP queda de pressão na extensão do comprimento L do capilar, x a distância a partir do
eixo do tubo, r é o raio do tubo, e η é a viscosidade.

(c) (1,5) Com os dados sobre o experimento “Viscosidade de líquidos” apresentados na tabela abaixo,

Líquido Equação da reta T-1 versus ln  Uvap (kJ·mol-1)


Água y = 1383,6x – 4,9262 43,99
Etanol y = 2025,3x – 6,5422 42,32

calcule a energia de ativação viscosa por mol (Ev) e a fração de interações intermoleculares rompidas
para cada líquido estudado e explique os resultados obtidos. Dado: R = 8,31 JK-1mol-1.

A variação da viscosidade de um líquido com a temperatura é uma exponencial baseada na equação de


Arrhenius:

ln(η)= (Ev/R) *(1/T) + ln(A)


A = constanten(A)
Ev = energia de ativação viscosa por mol
T = temperatura Kelvin
R = constante dos gases

Relacionando com a equação linear, y= ln(η), coeficiente angular = Ev/R, coeficiente linear = ln(A) e x=1/T,
logo:

Para água: 1383,6= Ev/R  Ev=1383,6*8,31 = 11497,716 J. mol-1=Ev

Para etanol: 2025,3 = Ev/R  Ev = 2025,3* 8,31 = 16830,243 J. mol-1=Ev

A fração de interações intermoleculares é dada pela relação Ev/ΔUvap, logo:

Para água: Ev/ΔUvap = 11497,716 J. mol-1/43990 J. mol-1= 0,26137

Para etanol: Ev/ΔUvap = 16830,243 J. mol-1/42320 J. mol-1= 0,39769


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Profa. Maria José Sales

Questão 2.
Considere a eletrólise do experimento “Determinação da constante de Faraday por método
eletroquímico”.
(a) (1,0) Indique se o processo é espontâneo e descreva como é feita a medida do “volume morto” da
bureta.
A passagem de uma corrente elétrica, em uma célula eletrolítica, proveniente de uma fonte externa de
energia, através de uma substância eletrólita, produzirá uma reação química redox resultando em um
processo não espontâneo.

A medida do “volume morto” da bureta foi realizada, com o objetivo de calibrá-la, utilizando-se 10
mL de água destilada, com uma pipeta volumétrica, e transferiu-se essa quantidade para uma
bureta de 25 mL. Logo após, comparou-se o valor inicial com o observado na bureta, e assim, com
essa diferença, foi possível determinar a quantidade de “volume morto” no experimento. Acrescentou-
se esse volume ao volume de gás hidrogênio formado.

(b) (1,5) Escreva as semi-reações envolvidas na eletrólise para calcular a constante de Faraday,
especificando as que ocorrem no ânodo e no cátodo, indicando a oxidação e a redução.

No catodo ocorre a redução do íon hidrogênio para gás hidrogênio.

2H+(aq) + 2e-→ H2 (g) Eºred= 0,00 V

No ânodo pode ocorrer a oxidação do cobre, com a seguinte semi-reação

Cu(s)→ 2e-+ Cu2-(aq) Eºred= 0,34

Como o potencial de redução do cobre é menor, por consequência, seu potencial de oxidação é maior
do que o da água, logo o cobre irá oxidar.

VH2O(aq)→ ½ O2(g)+ 2H+(aq)+ 2e- Eºred= 1,23 V


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Questão 3.
(a) (0,5) O que você entende por rotação óptica? Descreva três variáveis que afetam a rotação óptica e
a influência destas variáveis no ângulo de rotação óptica.
A rotação óptica é a propriedade de girar o plano de polarização da luz. Esta é uma característica
de muitas substâncias que possuem em sua estrutura molecular centros quirais, normalmente,
constituído por átomos de carbono com quatro substituintes diferentes.
Os enatiômeros podem apresentar propriedades ópticas diferentes e são divididos entre:
dextrogiros - os quais promovem o giro do plano de polarização da luz no sentido horário, e levogiros-
que giram o plano da luz em sentido anti-horário. O desvio da luz ocorre na mesma quantidade de graus,
mudando apenas em direção.
Essa mudança de direção ocorre como resultado da interação dos elétrons das moléculas de
compostos opticamente ativos com o campo elétrico do feixe de luz. A medida da rotação óptica, de
uma determinada substância, também, é um critério de identidade e pureza enantiomérica. Sua
temperatura, comprimento de onda da luz incidente, solvente aplicado, concentração e natureza da
substância são fatores que influenciam esta propriedade.

(b) (1,0) Pelo experimento de inversão da sacarose, foi visto que o HCl atua como catalisador/iniciador.
O que se pode prever para os valores dos ângulos de inversão da sacarose no tempo infinito e das
constantes de velocidade (k) das reações com HCl 2 M e HCl 4 M? Explique porque.

No tempo infinito, pode-se observar que os ângulos de rotação tendem ao um mesmo valor de
inversão, e a velocidade da reação, consequentemente, no tempo infinito, tende a zero, pois não ocorre
mais reação.
Ao longo do experimento, observou que que o aumento da concentração do catalisador gera
uma maior constante de velocidade, pois quando se tem uma solução com concentração de 4M a
constante de velocidade é maior do que para a solução com apenas 2M.

(c) (1,0) Calcule o volume de solução de ácido clorídrico concentrado (suponha 37% em massa, d =
1,19 gmL-1) necessário para preparar 50 mL de uma solução aquosa 4,0 molL-1 de HCl (Considere: M
(H) = 1,0 gmol-1 e M (Cl) = 35,5 gmol-1).

O cálculo para o preparo da solução foi o seguinte:


C1V1 = C2V2 (1)
C1 – é a concentração desejada de 4 mol.L -1 de HCl
V1 – é o volume desejado de 50 mL de solução
C2 – é a concentração de HCl inicial de 37% de pureza
V2 – é o volume necessário de HCl para atingir a concentração desejada de 4 mol.L -1

• Massa molar (MM) = 36,5 g.mol-1


• Densidade (ρ) = 1,19 g.mL-1
• Pureza = 37% = 0,37

Assim, pode-se calcular o C2 da seguinte maneira:

C2 = (ρ/MM) ∗ pureza =(1,19/36,5) ∗ 0,37 = 0,01206 mol. mL−1

Consequentemente, pode-se usar o valor encontrado e substituir na equação (1) para encontrar
o V2 para 4M de HCl:

0,004 mol. mL-1∗ 50 mL = 0,01206 mol. mL−1 ∗ V2

V2 = 16,5837 mL
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Questão 4.
(a) (1,5) Explique o que é concentração micelar crítica (CMC) e descreva qual o comportamento da
condutividade antes e depois da CMC para surfactantes iônicos e como as medidas de condutividade
permitem a determinação da CMC.

A concentração micelar crítica (CMC) é uma propriedade intrínseca do surfactante, no qual


ocorre o processo de iniciação de formação das micelas.
Antes da CMC, a variação da condutividade é devida à adição de moléculas do tensoativo à
solução, onde o DSS apresenta comportamento de um eletrólito forte, assim, a condutividade da solução
aumenta mais com o aumento da concentração do surfactante. Isso acontece devido ao aumento de íons
no meio.
Após a CMC, a variação da condutividade deve-se ao aumento das micelas no meio. As micelas
se comportam como um eletrólito fraco, em que, a condutividade depende do grau de ionização das
micelas (α), ou seja, do número de íons presentes, já que, nesse momento, nem todas as micelas são
ionizadas. Por esse motivo, a condutividade aumenta mais lentamente.

(b) (1,0) Diga como as funções termodinâmicas entalpia e entropia atuam antes e depois da CMC em
um sistema de surfactante iônico em meio aquoso.

As variações na temperatura, pH e concentração de eletrólitos geram, no meio, mudanças nas


interações entre as micelas e entre as moléculas que a compõe. Assim, são alteradas a estabilidade,
distribuição de tamanho, e formato das micelas. As funções termodinâmicas de entalpia e entropia
atuam de maneira que a entalpia aumenta antes da CMC e a entropia diminui, em que, o ao contrario é
verdadeiro para depois da CMC.

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