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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA I

DETERMINAÇÃO DA CURVA DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA

ACADÊMICOS:

EMILY SAUCEDO PIRES RA: 107100

JOÃO PEDRO CARDOSO RA: 107472

LEONARDO BRONZATI RA: 108250

ENGENHARIA CIVIL - 2569 - 01

PROFESSOR: DANIEL CORDEIRO FERREIRA

Maringá, 25 de novembro de 2020.


1. INTRODUÇÃO

Nos sistemas de abastecimento de água, quando necessário um ganho de


pressão, ou ganho na altura de elevação, são utilizadas as bombas.

Bombas hidráulicas são equipamentos que realizam a transferência de


energia ao fluido, estas podem ser caracterizadas pela forma que fazem isso, assim
são divididas em de deslocamento positivo e de fluxo contínuo. As de deslocamento
positivo, ou também denominadas volumétricas, dão pressão ao fluido através de
variações de volume, o que faz com que ele se movimente, alguns modelos são a
bomba pistão, de engrenagem ou de palhetas.

Contudo, a mais utilizada na engenharia civil é a bomba de fluxo contínuo ou


dinâmica, as quais acrescentam quantidade de movimento ao fluido através de um
rotor, ocorre a conversão de velocidade em pressão, o que ocorre é que quando a
água entra na bomba ela é acelerada. A bomba de fluxo contínuo de maior
interesse, é a centrífuga, a qual vence grandes elevações com baixas vazões, nelas
o movimento transmitido pelo rotor é radial, ou seja o líquido entra axialmente e saí
radialmente.

As bombas possuem curvas características, informadas pelos fabricantes e


que relaciona a vazão com altura de elevação, com a sua potência ou com o seu
rendimento, se utilizadas em conjunto servem para análise do desempenho e para a
escolha da bomba ideal para determinado projeto. Um termo que se torna muito
importante para projetos, é a rotação específica (Ns), a qual relaciona rotação
nominal da bomba, com vazão e altura de elevação e deve ser calculada no ponto
de rendimento ótimo, com ele também é possível escolher o modelo da bomba a
partir do catálogo.

É importante observar aspectos de operação da bomba, como o ponto de


operação imaginado, o qual difere do de fato, que é onde a curva da bomba cruza a
curva do sistema, graficamente.

Na análise de bombas fabricadas há algum tempo, é importante comparar a


curva atual com a antiga, isso pois podem existir diferenças, na estrutura, que pode
ter sido modificada, no diâmetro do rotor ou em outros pontos.
1.1. OBJETIVO

O objetivo é determinar experimentalmente a curva característica de uma


bomba já escolhida, da altura de elevação pela vazão, a qual pode ser descrita por
uma equação do segundo grau. E também determinar um gráfico de potência
hidráulica por vazão. Além disso, a confecção da curva característica é de extrema
importância, porque essa irá confrontar a curva do sistema e a intersecção dessas
duas curvas mostrará o ponto de operação, no qual o sistema estará funcionando
melhor com um maior rendimento.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Os materiais utilizados nessa prática foram o termômetro, o manômetro em


U, o dispositivo motobomba, o reservatório, os registros ao longo do sistema de
tubulação e o medidor tipo diafragma.

Primeiramente deve ser averiguada a temperatura da água, logo após é


verificado se os registros estão fechados, a jusante da bomba, o da tubulação em
paralelo e a jusante da descarga. Assim é efetuado o ligamento da bomba do
dispositivo motobomba e a abertura do registro a jusante da bomba, fazendo com
que o escoamento se inicie ao longo da tubulação de recalque.

Deve ser realizada a escorva, processo pelo qual o manômetro em U é


colocado à pressão atmosférica de forma a eliminar essas bolhas de ar,
deslocando-as pelo manômetro até a atmosfera. As mangueiras devem ser unidas
para utilização dos três manômetros em “U”.

Após isso, foram tomadas 5 leituras no manômetro para 5 diferentes vazões,


isso pois para 5 vazões são 5 alturas de elevação. Assim, realizadas as leituras dá
se início ao fechamento e desligamento do sistema.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dados de entrada
Propriedades do fluido
{Shg} {T} Peso
{g} Acel. da Densidade Temperatura {u} Viscosidade {Yh20} Peso específico
gravidade [m/s] relativa [—] [ºC] cin. [N*s/m2] específico [N/m3] Hg [N m3]
9,806 13,55 20,5 0,000001002 9806 133361,6
Medidor da vazão - Características do medidor por obstrução
(Diafragma) Característica da tubulação
{DTD} Diâmetro {DoV} Diâmetro {ATD} Área {Ao} Área {CDD} Coef. de
(tubo) [m] obstrução [m] tubo [m2] obstrução [m2] descarga [-]
0,0762 0,0508 0,00456037 0,00202683 0,71
Comprimento equivalente de cada singularidade Dados da bomba
Registro de gaveta Conexão Velocidade de
3'' [m] (niple) 3'' [m] União 3'' [m] Modelo rotação [rpm]
KSB Meganorm
0,5 0,4 0,4 80-200 1750
Medida da altura de elevação - dados da tubulação
{LT} {Σ𝐿𝑒q} {LT}
Comprimento Compriment Comprimento Rugosidade eq.
{D} Diâmetro [m] real [m] o eq. [m] total [m] [mm]
0,0762 0,3 1,7 2 0,001

Coleta de dados do experimento


Medida da pressão após a bomba
Equação do manômetro Vazão
Medida
{δm1}[m] {δm2}[m] {δm3}[m] {δm4}[m] {δm5}[m] {δm6}[m] {δm7}[m] {δm8}[m] {δm9}[m] {δmq}[m]

1 0,802 0,85 0,261 0,857 0,236 0,935 0,176 0,757 0,354 0,076
2 0,802 0,892 0,219 0,834 0,277 0,908 0,203 0,729 0,382 0,265
3 0,802 0,879 0,232 0,803 0,308 0,887 0,224 0,703 0,408 0,441
4 0,802 0,858 0,253 0,766 0,345 0,864 0,247 0,676 0,435 0,617
5 0,802 0,824 0,287 0,724 0,387 0,833 0,278 0,648 0,463 0,789

Resultados do experimento
Medida da pressão após a bomba
Equação do manômetro
pB = γH2O(δm1 − δm2 + δm5 − δm6 + δm9) + γHg(−δm3 + δm4 − δm7 + δm8) + patm
Medida
{δm1} {δm2} {δm3} {δm4} {δm5} {δm6} {δm7} {δm8}
[m] [m] [m] [m] [m] [m] [m] [m] {δm9} [m] {pB} [N/m2]
1 0,802 0,850 0,261 0,857 0,236 0,935 0,176 0,757 0,354 153112,8452
2 0,802 0,892 0,219 0,834 0,277 0,908 0,203 0,729 0,382 148841,3516
3 0,802 0,879 0,232 0,803 0,308 0,887 0,224 0,703 0,408 137597,792
4 0,802 0,858 0,253 0,766 0,345 0,864 0,247 0,676 0,435 124253,7872
5 0,802 0,824 0,287 0,724 0,387 0,833 0,278 0,648 0,463 107573,7812

Medida da vazão, carga de pressão e potência da bomba


Medida da
vazão Perdas de carga localizadas Dados dos gráficos
(diafragma) {hD} {ΔH }
Medida
[m] [m]
{δmQ} {Q} {hLRG} {hLunião} {2* hLcon.} {H} {Q} {ẆH}
[m] [m3/s] [m] [m] [m] [m] [m3/H] [kW]

1 0,076 0,0070 0,0139 0,0111 0,0222 0,0083 0,0556 16,9786 25,0620 4172628,3
2 0,265 0,0130 0,0435 0,0348 0,0696 0,0261 0,1739 16,5430 46,7985 7591686,0
3 0,441 0,0168 0,0695 0,0556 0,1113 0,0417 0,2781 15,3964 60,3710 9114639,8
4 0,617 0,0198 0,0949 0,0759 0,1519 0,0569 0,3796 14,0356 71,4088 9828213,8
5 0,789 0,0224 0,1193 0,0954 0,1909 0,0716 0,4771 12,3346 80,7510 9767076,7

Determinação da equação da curva manométrica


Equação Q H Coeficientes
Eq.1 60,37101047 15,39639967 a -0,0028848165
Eq.2 71,40879956 14,03559967 b 0,2568750110
Eq.3 80,75095215 12,33459967 c 10,4027678289

A pressão no ponto B, a jusante da bomba, foi obtida pela manômetro, no


caso foi necessária a utilização de mais de um manômetro pois a pressão seria
muito elevada, o que gera uma carga alta de mercúrio. A vazão foi medida pelo
diafragma em 5 pontos, ou seja para 5 vazões foram obtidas 5 alturas de elevação.
A partir dos resultados obtidos foi possível encontrar a curva característica da
bomba, da altura de elevação pela vazão e da potência pela vazão, apresentadas
nos gráficos (1) e (2).

Gráfico 1
Gráfico 2

No gráfico 1 são apresentadas as curvas características prática e teórica da

bomba com diâmetro de rotor de 179 mm, é possível observar uma diferença da
bomba nova para a que está sendo usada há alguns anos e que para altas vazões a
altura de elevação se torna diferente. Comparando as curvas, observa-se que na
vazão próxima a 60 m³/H ocorre o ponto de maior rendimento, ou seja, no qual a
bomba tem maior capacidade de elevação na teoria, para a bomba nova no caso,
porém é a região na qual ocorreu maior diferença entre as curvas pois a bomba
antiga eleva menos carga.

Sabe-se que a partir de três pontos também é possível obter uma equação
do segundo grau que descreve a curva característica dessa bomba, como
apresentado, contudo é possível observar que com cinco pontos, como realizado no
experimento, a curva apresenta melhor comportamento, ela se adapta mais a
bomba.

4. CONCLUSÃO

Como exposto anteriormente, o objetivo desse relatório era determinar a


curva característica de uma bomba centrífuga para assim confrontar essa curva com
a curva do sistema, assim encontra-se o ponto de funcionamento da bomba, que
ocorre na intersecção das curvas. É de extrema importância esse estudo, tendo em
vista que sem obter a curva característica, não se pode encontrar o ponto de
operação. Assim, para execução de projetos, onde deve-se ter o ponto de
funcionamento da bomba, é necessário, portanto, conhecer essa curva
característica.
Após realizado o experimento, e posterior análise dos dados mediante a
execução do relatório, pode-se concluir que, de fato, a quantidade de pontos no
desenvolvimento da curva tem impacto direto na precisão final da mesma. Apesar
de, com três pontos - quantidade mínima de pontos, visto que estamos trabalhando
com uma equação do terceiro grau - já ser possível fazer seu traçado, a partir do
momento que aumenta-se a quantidade de pontos, têm-se também um aumento na
precisão, ou seja, a curva fica mais ajustada.
Por fim, pode-se observar também que em regiões onde se têm maior
rendimento as bombas novas apresentam uma maior capacidade quando
comparadas com as bombas antigas já existentes.
REFERÊNCIAS

Notas de aulas Hidráulica.

Notas de aulas Laboratório de Hidráulica.

Notas de aulas Sistema de Abastecimento.

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