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A bomba-relógio dos lixões

A escola municipal infantil construída sobre um lixão desativado em Vila Nova


Cachoeirinha, São Paulo, e o deslizamento do morro do Bumba, em Niterói (RJ),
representam só a ponta de um iceberg. Não se conhece ao certo a extensão dessa
ameaça ambiental subterrânea. Em décadas passadas, não havia no país capacidade
técnica para administrar de forma adequada resíduos tóxicos de origem industrial e
doméstica. O usual era depositá-los a céu aberto, sem impermeabilização do solo, em
lixões desprovidos de limites precisos. Aterrados, ficaram disponíveis para a expansão
urbana e terminaram ocupados por favelas, parques e até escolas.

A remediação do problema, no Estado de São Paulo, começou para valer só no século


21. Em 2002, a Cetesb – Companhia Estadual de Saneamento Ambiental – publicou a
primeira relação de áreas contaminadas, com 255 locais. Com a identificação paulatina
de mais e mais terrenos contaminados no passado, em seis anos a lista saltava para 2
514 pontos de contaminação. Na capital do Estado encontram-se 781 dessas áreas. A
grande maioria (657) são postos de combustíveis com vazamentos. Mas há 21
depósitos de lixo relacionados e nada menos que 11 680 áreas potenciais de
contaminação, cujo risco ainda carece de investigação e avaliação – o que em geral
ocorre quando se solicita à prefeitura uma licença de mudança de uso, por exemplo,
para construção de imóveis. Não foi o caso da escola paulistana, inaugurada em 1988.
Em 1999, a área foi oficialmente declarada como contaminada. Em 2006, medições
constataram alta concentração do gás metano, com risco de explosão. Em 2007,
decidiu-se que a escola seria fechada, e os alunos, transferidos, mas eles ainda estão
lá. Não basta já se vê fazer mapeamentos. É preciso que o poder público aja de
maneira tempestiva para afastar ao menos os riscos que já são conhecidos.

(Folha de S.Paulo, 16.04.2010)

1. De acordo com o texto, os lixões

(A) deixaram de ser um risco às pessoas depois de 2006.

(B) representam uma ameaça à integridade física das pessoas.

(C) devem ficar a céu aberto, sem impermeabilização do solo.

(D) foram retirados do Estado de São Paulo a partir de 2002.

(E) tornaram-se problemas com a intervenção da Cetesb.


2. O texto deixa claro que a capacidade técnica para administrar adequadamente
resíduos tóxicos de origem industrial e doméstica, em São Paulo,

(A) pôs o Estado à frente dos demais, de tão antiga.

(B) ainda é uma idealização no Estado.

(C) é uma realidade relativamente recente no Estado.

(D) conseguiu erradicar rapidamente o problema.

(E) deixou de existir com o aumento de pontos de contaminação.

3. Com a frase – É preciso que o poder público aja de maneira tempestiva para afastar
ao menos os riscos que já são conhecidos. – no último parágrafo do texto, evidencia-se

(A) a prontidão com que o governo atua em relação ao problema das áreas
contaminadas.

(B) a pouca necessidade de investimentos para resolver o problema das áreas


contaminadas.

(C) a impossibilidade de o governo agir em relação ao problema das áreas


contaminadas.

(D) o fato de o governo estar fazendo mais do que precisa no combate ao problema
das áreas contaminadas.

(E) o mínimo que o governo tem de fazer, diligentemente, em relação ao problema das
áreas contaminadas.

4. Sobre o título do texto, afirma-se que

I. Está elaborado em linguagem figurada, reportando ao sentido de perigo;

II. Apresenta uma questão cujo enfoque no texto é a cidade do Rio de Janeiro;

III. Apresenta uma questão cujos índices dispensam atenção mais urgente das
autoridades.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.

(B) II, apenas.


(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

Presidente filipina nomeia manicure para posto-chave

A presidente filipina Gloria Arroyo designou a própria manicure para um cargo bem
remunerado em uma agência governamental de Habitação, uma decisão criticada pelo
candidato favorito às eleições presidenciais por considerá-la própria de uma política do
“clientelismo”. Anita Carpon, manicure da presidente Arroyo e considerada estilista,
foi nomeada no conselho de administração de uma agência responsável por financiar
as casas dos funcionários, anunciou Gary Olivar, porta-voz da presidência.

Ela receberá um salário mensal equivalente a 2900 dólares, o dobro do que recebe a
presidente Arroyo, segundo a imprensa.

A nomeação foi muito criticada pelo candidato favorito às eleições presidenciais de 10


de maio, Benigno Aquino, filho da ex-presidente Corazón Aquino. “Acentua a cultura
do clientelismo político no país ao nomear as pessoas que são leais para postos
delicados sem preocupação com a qualificação”, disse Butch Abad, diretor da
campanha de Aquino.

(Gazeta do Povo, 22.04.2010)

5-De acordo com o texto criticou-se a nomeação da manicure da presidente Gloria


Arroyo para um cargo bem remunerado em uma agência governamental porque

(A) não ficou evidente que a nomeada seja fiel à presidente.

(B) o salário da nomeada será equivalente ao da presidente.

(C) a nomeada passou a financiar casas para os funcionários.

(D) foi considerada como uma prática de favorecimento.

(E) mostra ser uma atitude legal e necessária ao governo.


6. No contexto em que está inserido, o termo delicado, em destaque no último
parágrafo do texto, significa.

(A) suaves.

(B) estratégicos.

(C) insignificantes.

(D) inferiores.

(E) carentes.

7-A frase – A nomeação foi muito criticada pelo candidato favorito às eleições
presidenciais de 10 de maio... – transposta para a voz ativa, assume a seguinte
redação:

(A) O candidato favorito às eleições presidenciais de 10 de maio muito criticou a


nomeação.

(B) Criticou-se muito a nomeação o candidato favorito às eleições presidenciais de 10


de maio.

(C) A nomeação tem sido muito criticada pelo candidato favorito às eleições
presidenciais de 10 de maio.

(D) Tem-se criticado muito a nomeação pelo candidato favorito às eleições


presidenciais de 10 de maio.

(E) A nomeação fora muito criticada pelo candidato favorito às eleições presidenciais
de 10 de maio.

8-De acordo com o texto, os dois macacos preferiam o antigo. funcionário porque ele
(A) desrespeitava as regras determinadas.

(B) fizera dois cursos superiores.

(C) os alimentava, ao contrário do que faz o novo.

(D) deixava frequentemente de cumprir suas obrigações.

(E) não sabia que as placas eram para o público.

.9- No 2.º quadrinho, passando-se a expressão o analfabeto para o plural, obtém-se:

(A) Era melhor os analfabetos que não lia as placas!

(B) Eram melhor os analfabetos que não lia as placas!

(C) Era melhores os analfabetos que não liam as placas!

(D) Eram melhores os analfabetos que não liam as placas!

(E) Eram melhores os analfabetos que não lia as placas!

10. Observe as inversões de termos em expressões do texto:

I. O novo funcionário / O funcionário novo

II. Era melhor o analfabeto / Era o melhor analfabeto

III. que não lia as placas / que as placas não lia

Houve alteração de sentido com a inversão feita em

(A) I, apenas.

(B) I e II, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.
Leia o trecho do romance, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis,
para responder às questões de números. 11 a 14.

Saímos à varanda, dali à chácara, e foi então que notei uma circunstância. Eugênia
coxeava um pouco, tão pouco que eu che-guei a perguntar-lhe se machucara o pé. A
mãe calou-se; a filha respondeu sem titubear:

– Não, senhor, sou coxa de nascença.

(...)

Tratei de apagar os vestígios de meu desazo; – não me foi difícil porque a mãe era,
segundo confessara, uma velha patusca, e prontamente travou de conversa comigo.
Vimos toda a chácara, árvores, flores, tanque de patos, tanque de lavar, uma
infinidade de coisas, que ela me ia mostrando, e comentando, ao passo que eu, de
soslaio, perscrutava os olhos de Eugênia...

Palavra que o olhar de Eugênia não era coxo, mas direito, perfeitamente são, vinha de
uns olhos pretos e tranquilos. Creio que duas ou três vezes baixaram estes, um pouco
turvados; mas duas ou três vezes somente; em geral, fitavam-me com franqueza, sem
temeridade, nem biocos.

(...)

O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão
senhoril; e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso
escárnio. Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se bonita?

GLOSSÁRIO

Desazo: falta de jeito

Patusca: divertida

Biocos: falsa modéstia


11. De acordo com o texto, é correto afirmar que o narrador.

(A) sente pena de Eugênia não pelo fato de ser coxa, mas pela sua atitude submissa e
desajeitada.

(B) demonstra dificuldade para aceitar o fato de que beleza e imperfeição estejam
associadas.

(C) recebe com descaso a informação de que Eugênia é coxa e logo se distrai com os
atrativos da chácara.

(D) está cegamente apaixonado por Eugênia e acredita que o fato de coxear é fruto de
um machucado passageiro.

(E) fica admirado com a perfeição da natureza ao perceber que o fato de ser coxa
amplia a beleza de Eugênia.

12. Uma característica recorrente na obra de Machado de Assis que pode ser
percebida no texto é

(A) a religiosidade.

(B) a ironia.

(C) o conformismo.

(D) o surrealismo.

(E) o misticismo.

13. Com a frase – Tratei de apagar os vestígios de meu desazo;

– o narrador afirma que

(A) procurou esconder o fato de que preferia caminhar pela chácara acompanhada
apenas de Eugênia.

(B) tentou disfarçar que estava apaixonado por Eugênia, pois não se sentia preparado
para pedi-la em casamento.

(C) encontrou uma maneira de afastar-se de Eugênia, já que havia perdido


completamente o interesse por ela.

(D) buscou uma forma de fazer esquecer a gafe que cometera ao mencionar o modo
de Eugênia caminhar.
(E) agiu com naturalidade durante o passeio pela chácara, pois não queria que o
reconhecessem.

14. Em — Não, senhor, sou coxa de nascença. ⎯o termo senhor deve ser classificado
como

(A) vocativo.

(B) aposto.

(C) agente da passiva.

(D) complemento verbal.

(E) complemento nominal.

Leia o fragmento do poema de Gonçalves Dias e responda às questões de números

15 a 18.

Seus olhos

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

De vivo luzir,

Estrelas incertas, que as águas dormentes Do mar vão ferir;

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

Têm meiga expressão,

Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta.

De noite cantando, — mais doce que a frauta

Quebrando a solidão,

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

Assim é que são;

Eu amo esses olhos que falam de amores

Com tanta paixão.

GLOSSÁRIO– frauta: flauta


15. No poema, tem-se a voz de alguém que

(A) defende uma opinião pessimista sobre o amor.

(B) descreve objetivamente seu estado atual.

(C) narra a história de um amor proibido.

(D) expressa o que sente pelo ser amado.

(E) retrata o amor como um sentimento mórbido.

16. Nos versos – Eu amo esses olhos que falam de amores/ Com tanta paixão. –
percebe-se o uso de

(A) pleonasmo.

(B) metonímia.

(C) ironia.

(D) comparação.

(E) antítese.

17. Na primeira estrofe, a expressão – De vivo luzir – é adjunto adnominal de

(A) olhos, e luziré classificado como substantivo.

(B) negros, e luziré classificado como artigo.

(C) puros, e luzir é classificado como pronome.

(D) Estrelas, e luzir é classificado como adjetivo.

(E) águas, e luzir é classificado como advérbio.


18. Considere os seguintes trechos dos textos de Machado de

Assis e de Gonçalves Dias.

• Palavra que o olhar de Eugênia não era coxo, mas direito, perfeitamente são, vinha
de uns olhos pretos e tranquilos.

Creio que duas ou três vezes baixaram estes, um pouco turvados; mas duas ou três
vezes somente; em geral, fita-vam-me com franqueza, sem temeridade, nem biocos.

• Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

Têm meiga expressão, Mais doce que a brisa, – mais doce que o nauta

De noite cantando, – mais doce que a frauta.

Quebrando a solidão, Ao comparar a maneira como os olhos e o olhar são descritos, é


correto afirmar que o texto de Machado de Assis e o de

Gonçalves Dias pertencem

(A) ao Romantismo.

(B) ao Realismo.

(C) ao Pós-modernismo.

(D) ao Realismo e ao Romantismo, respectivamente.

(E) ao Romantismo e ao Pós-modernismo, respectivamente.

Leia o poema de Manuel Bandeira para responder às questões de Números 19 a 20.

Poema tirado de uma notícia de jornal

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no

[morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de
Novembro

Bebeu

Cantou

Dançou

[Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado].


19. A disposição em paralelo dos verbos bebeu, cantou, dançou

(A) descreve um comportamento guiado pela lógica e pela razão.

(B) retrata João Gostoso como alguém desequilibrado emo-cionalmente.

(C) sugere a passagem do tempo que antecede a morte de

João Gostoso.

(D) confirma que João Gostoso sofria de um caso clássico de alcoolismo.

(E) prova que a morte de João Gostoso só pode ter sido criminosa.

20. A forma verbal que reúne em uma só expressão os significados de se atirou e


morreu é

(A) caiu.

(B) faleceu.

(C) se contundiu.

(D) se jogou.

(E) se suicidou.

Leia o texto para responder às questões de números 21 a 29.

A tecnologia e o futuro do policiamento

O policiamento – como todas as demais atividades – está sendo reimaginado na era


das montanhas de dados, sob a expectativa de que uma análise mais ampla e profunda
sobre crimes passados, combinada a algoritmos1 sofisticados, possa ajudar a prever
futuros delitos.

Trata-se de uma prática conhecida como “policiamento preditivo” e, ainda que exista
há apenas alguns anos, muitos especialistas a veem como uma revolução na forma
pela qual o trabalho policial é realizado.

Um exemplo é o departamento de polícia de Los Angeles que está usando um software


chamado PredPol. O software começa pela análise de anos de estatísticas criminais
disponíveis, depois divide o mapa de patrulha em zonas (de cerca de 45 metros
quadrados) e calcula a distribuição e frequência de crimes em cada uma delas. Por fim,
informa aos policiais sobre as probabilidades de local e horário de crimes, o que
permite que eles policiem de maneira mais intensa as áreas sob ameaça. A atraente
ideia que embasa o policiamento preditivo é a de que é muito melhor prevenir um
crime antes que aconteça do que chegar depois e investigá-lo. Assim, mesmo que os
policiais em patrulha não apanhem o bandido em flagrante, sua presença no lugar
certo e na hora certa pode exercer efeito dissuasório2. A lógica parece sólida. Em Los
Angeles, houve um declínio de 13% na criminalidade. A cidade de Santa Cruz, também
usuária do PredPol, viu queda de 30% no número de furtos. Mas, apesar do mérito
inegável do novo sistema, há quem questione sua eficácia, uma vez que as ações da
polícia não podem ser guiadas apenas pela interpretação de números aproximados.
Isso porque, nos regimes democráticos, a polícia precisa de causa provável – alguma
forma de prova, e não apenas um palpite – para deter e revistar alguém na rua.

Também há o problema dos crimes que passam sem denúncia. Embora a maioria dos
homicídios seja denunciada, muitos estupros e furtos residenciais não são. Mesmo na
ausência desse tipo de denúncia, a polícia continua a desenvolver métodos de
descobrir quando algo de estranho acontece em um bairro. Os críticos do policiamento
preditivo temem que esse conhecimento obtido pela análise atenta que os policiais
fazem de seu entorno seja substituído pela análise exclusiva das estatísticas. Se apenas
dados sobre crimes que foram registrados em queixas formais forem usados para
prever futuros crimes e orientar o trabalho policial, algumas formas de crime poderão
passar sem registro – e, com isso, sem qualquer repressão. As recompensas do
policiamento preditivo podem ser reais, mas seus perigos também o são. A polícia
precisa sujeitar seus algoritmos a um rigoroso exame externo e enfrentar a questão
das distorções implícitas que carreguem.

(Evgeny Morozov, tradução de Paulo Migliacci,

www1.folha.uol.com.br, 23.07.2012. Adaptado)

1. algoritmo: conjunto das regras e procedimentos lógicos que levam à solução de um


problema

2. Dissuasório: que convence ou tenta convencer a desistir


21. De acordo com o texto, o PredPol ajuda a prever futuros delitos por meio de
cálculos feitos a partir

(A) da vigilância ininterrupta das regiões mais populosas.

(B) de informações sobre crimes cometidos no passado.

(C) de denúncias feitas por cidadãos que se sentem ameaçados.

(D) do interrogatório dos bandidos que são presos em flagrante.

(E) da análise do comportamento de criminosos em detenção.

22. Com o auxílio do PredPol, os policiais são enviados para patrulharem os locais em
que a ocorrência de crimes é mais

(A) provável.

(B) aleatória.

(C) inusitada.

(D) irregular.

(E) repentina.

23. O policiamento preditivo parte do pressuposto de que os atos criminosos podem


ser

(A) flagrados, com o monitoramento das áreas de risco feito por meio de câmeras
sofisticadas.

(B) extintos, com o melhor armamento dos policiais que patrulham o perímetro
urbano.

(C) evitados, com a intensificação do policiamento em locais e horários estratégicos.

(D) interrompidos, com o sistema digital de vigilância que aciona a polícia quando um
delito está acontecendo.

(E) remediados, com a condução de investigações mais criteriosas de delitos


recorrentes.
24. De acordo com o quinto parágrafo, nos regimes democráticos, para deter e revistar
alguém na rua, a polícia precisa agir com base em.

(A) evidências.

(B) rumores.

(C) estimativas.

(D) suspeitas.

(E) instinto.

25. Segundo o que se afirma no sexto parágrafo, com o policiamento preditivo,


algumas formas de crime poderão permanecer sem qualquer repressão, se a atuação
da polícia.

(A) for orientada por estatísticas que tratam crimes formais e informais de maneira
indistinta.

(B) desconsiderar os cálculos numéricos obtidos a partir das queixas feitas com maior
frequência.

(C) resultar da análise informal que alguns policiais fazem das alterações da rotina de
um bairro.

(D) tiver seus esforços concentrados no combate a delitos que passam sem um registro
formalizado.

(E) ficar restrita à análise de estatísticas, ignorando os crimes que deixam de ser
denunciados.

26. No trecho do sexto parágrafo – Se apenas dados sobre crimes que foram
registrados em queixas formais forem usados para prever futuros crimes e orientar o
trabalho policial, algumas formas de crime poderão passar sem registro – e, com isso,
sem qualquer repressão. – a conjunção Se, em destaque, expressa.

(A) comparação.

(B) consequência.

(C) alternância.

(D) condição.

(E) finalidade.
Releia o último parágrafo para responder às questões de números

27 e 28. As recompensas do policiamento preditivo podem ser reais, mas seus perigos
também o são. A polícia precisa sujeitar seus algoritmos a um rigoroso exame externo
e enfrentar a questão das distorções implícitas que carreguem.

27. O termo rigoroso, em destaque, tem sentido oposto ao de.

(A) exato.

(B) acurado.

(C) superficial.

(D) irrepreensível.

(E) minucioso.

28. O termo implícito, em destaque, é empregado com o sentido de.

(A) subentendidas.

(B) significativas.

(C) persistentes.

(D) evidenciadas.

(E) agravantes.
29. Assinale a alternativa em que a passagem do texto está reescrita corretamente, no
que se refere à pontuação.

(A) A polícia mesmo na ausência desse tipo de denúncia, continua a desenvolver


métodos de descobrir, quando algo de estranho, acontece em um bairro. (sexto
parágrafo)

(B) Também usuária do PredPol, a cidade de Santa Cruz viu queda de 30% no número
de furtos. (quarto parágrafo)

(C) Assim, sua presença no lugar certo e na hora certa, pode exercer efeito dissuasório
mesmo que, os policiais em patrulha, não apanhem o bandido em flagrante. (terceiro
parágrafo)

(D) Por fim, informa aos policiais sobre as probabilidades de local e horário de crimes,
o que permite que eles policiem as áreas sob ameaça de maneira mais intensa.
(segundo parágrafo)

(E) Houve, em Los Angeles um declínio, de 13% na criminalidade.

(quarto parágrafo).

História de pescador

Gosto muito de pescar. Não que eu saiba a isca adequada para cada tipo de peixe ou
tenha conhecimento de luas, marés, cardumes e anzóis. Meu negócio é jogar a linha na
corrente e esperar que algo aconteça. Enquanto isso, os ruídos da natureza me
acalmam. O rio Tijuco testemunhou muitos desses meus pensamentos e de seu leito
tirei muito piau e cascudo. Além de pescador, sou mineiro. E mineiro é bicho contador
de história. O ouvinte escolhe o tema: basta alguém prestando atenção para que a
noite seja curta para tanto causo. Estou quase certo de que o relato a seguir já foi
narrado em algum outro momento. O jeito é tentar contá-lo de uma maneira
diferente. Vou tentar. Cabe a você acreditar ou não em minha história. Uma vez,
voltávamos do rancho, eu, meu cunhado e mais dois ou três amigos. Todos sabem que
mineiro tem dois carros: um para a pescaria e outro para ficar na garagem. O primeiro
é, normalmente, um veículo bem antigo e o segundo nem tanto. Vínhamos, portanto,
em um Chevette 1976, o que significava, na época, 150 mil quilômetros rodados e
vinte e poucos anos de uso. Havia um trecho muito curto de rodovia estadual a
percorrer, de modo que a lei e a ordem não pareciam grandes problemas para nós.

Mas, mal entramos na rodovia, vimos um policial muito jovem, e com um uniforme
muito esquisito, vir em nossa direção, fazendo sinal para que parássemos. Descemos,
para que ele pudesse inspecionar o veículo. É claro que faltava desde o extintor de
incêndio até o farol traseiro. Nós nem deixamos o guarda abrir a boca e desatamos a
falar, pedindo que não apreendesse nosso carro. Prometemos ir a sessenta
quilômetros por hora e juramos que faríamos uma revisão no Chevrolet no dia
seguinte. O jovem guarda manteve-se imóvel e encarando-nos com um olhar
assustado. Como não dissesse nada, concluímos que estávamos liberados. O problema
foi na hora em que meu cunhado tentou virar a chave. Nada. Nem um barulhinho
sequer. A bateria entregava os pontos. Chamamos o guarda e comentamos que, se
deixássemos o automóvel ali, dificilmente retornaríamos para resgatá-lo. Pedimos,
com educação, que nos ajudasse a empurrar a máquina. Solícito, o rapaz veio em
nosso auxílio, mas antes, revelou: “Olha, eu vou ajudar vocês, mas eu não sou policial
não, eu só estava pedindo uma carona!”.

(Whisner Fraga, www.cronicadodia.com.br, 14.04.2013. Adaptado)

30. No primeiro parágrafo, o narrador revela ser um pescador.

(A) profissional.

(B) ruidoso.

(C) paciente.

(D) desastroso.

(E) perito.

31. O trecho que faz referência ao extenso e diversificado repertório de histórias do


narrador é:

(A) O ouvinte escolhe o tema: basta alguém prestando atenção para que a noite seja
curta para tanto causo.

(segundo parágrafo)

(B) Estou quase certo de que o relato a seguir já foi narrado em algum outro momento.
(segundo parágrafo)

(C) Meu negócio é jogar a linha na corrente e esperar que algo aconteça. (primeiro
parágrafo)
(D) Cabe a você acreditar ou não em minha história. (segundo parágrafo)

(E) Uma vez, voltávamos do rancho, eu, meu cunhado e mais dois ou três amigos.
(terceiro parágrafo)

32. Conforme o segundo parágrafo, a história narrada pode ser.

(A) comprovada pelo narrador.

(B) ratificada pela polícia.

(C) confirmada pelo rapaz que pedia carona.

(D) validada pelos pescadores.

(E) questionada pelo leitor.

33. De acordo com o terceiro parágrafo, o narrador e seus companheiros.

(A) acreditavam viajar em um veículo moderno para a época.

(B) tinham consciência de que o veículo estava irregular.

(C) duvidavam de que o veículo pudesse ser considerado velho.

(D) sabiam que o veículo era antigo, mas muito bem conservado.

(E) desconheciam o fato de que o carro não estava completamente equipado.

34. Considere o trecho do terceiro e quarto parágrafos:

[...] Havia um trecho muito curto de rodovia estadual a percorrer, de modo que a lei e
a ordem não pareciam grandes problemas para nós. Mas, mal entramos na rodovia,
vimos um policial muito jovem, e com um uniforme muito esquisito, vir em nossa
direção, fazendo sinal para que parássemos. [...] O termo Mas, em destaque, sinaliza
que o gesto do jovem – confundido com um policial – solicitando que os pescadores
parassem.

(A) foi recebido com naturalidade, pois os pescadores eram parados por policiais
naquela rodovia com frequência.

(B) tinha sido previsto, pois eles eram parados pela fiscalização sempre que circulavam
com aquele carro.
(C) já era esperado, pois eles haviam sido informados de que a rodovia seria fiscalizada
pela polícia naquela ocasião.

(D) surpreendeu-os, pois eles desconheciam o fato de haver policiamento em rodovias


estaduais.

(E) contrariou a expectativa de que, por trafegarem em um trecho muito curto da


rodovia, não teriam problemas com a lei e a ordem.

35. De acordo com o narrador, o rapaz, ao auxiliá-los a empurrar o carro, agiu com.

(A) soberba.

(B) truculência.

(C) hesitação.

(D) zelo.

(E) inépcia.

36. Considere a passagem do último parágrafo:

O problema foi na hora em que meu cunhado tentou virar a chave. Nada. Nem um
barulhinho sequer. A bateria entregava os pontos. Chamamos o guarda e comentamos
que, se deixássemos o automóvel ali, dificilmente retornaríamos para resgatá-lo. A
forma pronominal -lo, em destaque, refere-se a.

(A) automóvel.

(B) cunhado.

(C) barulhinho.

(D) problema.

(E) ali.

BONS ESTUDOS E BOA SORTE

GRUPO DE ESTUDOS CONCURSO POLICIA MILITAR DE SÃO PAUO 2014.

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