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DOI:10.34117/bjdv6n5-039
RESUMO
As escórias de aciaria são resíduos gerados em grande volume nas usinas siderúrgicas, seu
descarte, além de oneroso, é muito prejudicial ao meio ambiente. O aproveitamento desse
material como lastro ferroviário é um dos objetivos deste trabalho, que visa também estudar a
viabilidade de aplicação de resíduo de rocha ornamental como lastro. O estudo foi feito por
meio de ensaios de caracterização física, mineralógica, microestrutural, ambiental e análises
de expansibilidade e condutividade e os resultados de ensaios de resíduos de rocha ornamental
foram retirados de estudos anteriores. Com base nos resultados foi feita uma análise
comparativa com valores máximos e mínimos estabelecidos em norma, permitindo concluir
quais características atendem aos requisitos e quais não atendem, estabelecendo quais foram
os problemas encontrados e os motivos, possibilitando análises mais profundas sobre esses
materiais.
ABSTRACT
Steel slag is a residue generated in large volume by steel mills, its disposal, besides costly, is
very harmful to the environment. The use of this material as a rail ballast is the main object of
this work, which also aims to study the feasibility of applying ornamental rock residue as
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.5, p.23335-23352 may. 2020. ISSN 2525-8761
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Brazilian Journal of Development
ballast. The study was based on physical, mineralogical, microstructural, environmental tests
and expansibility and conductivity analyzes, and the results of ornamental rock residue tests
were obtained from previous studies. Based on the results, a comparative analysis was
performed with maximum and minimum values established by the standard, allowing to
conclude which characteristics are according to the requirements and which are not,
establishing what problems were found and the reasons, allowing a deeper analyzes of these
materials.
1 INTRODUÇÃO
A via permanente de uma ferrovia divide-se em infraestrutura e superestrutura, dentre
os componentes da superestrutura existe o lastro. Ele é um elemento granular situado entre os
dormentes e o sublastro, o material mais utilizado como lastro é a brita.
O uso da brita, além de ser um recurso não renovável, gera problemas ambientais devido
a sua exploração. Ao mesmo tempo em que a brita se torna um material escasso, a indústria
siderúrgica gera cada vez mais resíduos que demandam altos custos com transporte e descarte.
A escória de aciaria é um desses resíduos, gerado no processo de transformação de ferro gusa
em aço, podendo ser da aciaria elétrica (Escória de Forno Elétrico a Arco) ou em conversores
a oxigênio (Escória LD). Para solucionar tal problema surge a possibilidade de se utilizar a
escória como lastro ferroviário.
Por outro lado, algumas características do material, como a expansibilidade,
condutividade elétrica e alta resistência a abrasão, geram problemas para a via.
O estudo desse coproduto é essencial para analisar suas características e aplicabilidade,
de forma a viabilizar seu uso, gerando benefícios para as siderúrgicas e para o meio ambiente.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 MATERIAIS UTILIZADOS
Cinco materiais foram utilizados na pesquisa, escória de aciaria LD (não tratada), escória
de aciaria de forno elétrico a arco, e resíduos de rocha ornamental amarela, verde e cinza.
3 RESULTADOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA
Os ensaios físicos foram realizados nos laboratórios de geotecnia e de materiais de
construção da Universidade federal do Espírito Santo. As normas utilizadas foram a NBR 5564
(ABNT, 2011), NBR NM 46 (ABNT, 2003), NBR 7218 (ABNT, 1987), NBR NM 45 (ABNT,
2006) e NBR NM 51 (ABNT, 2001). Vale ressaltar que os ensaios de índice treton e
fragmentos macios e friáveis foram adaptados para a realização nestes laboratórios.
Nos ensaios de resistência a intempérie as amostras foram submetidas a 40 ciclos de
submersão em sulfato de sódio. No ensaio de compressão simples os corpos de prova das
Figura 9. Gráficos de expansão dos três corpos de prova de Escória de Forno Elétrico a Arco
4 DISCUSSÃO
Comparando-se os resultados obtidos nos ensaios de caracterização física com os valores
estabelecidos em norma pela NBR 5564 (ABNT, 2011), nota-se que nenhum dos materiais
atendeu a todos os critérios recomendados.
A escória LD deixou de atender os critérios de absorção de água, resistência a
intempérie, porosidade e compressão simples, sendo que a heterogeneidade deste material é o
principal responsável pelos valores divergentes dos da norma. Já a escória FEA não atendeu
aos critérios de porosidade e absorção de água. E, por fim, os resíduos de rocha ornamental
também nao obtiveram o desempenho desejado em boa parte dos ensaios, só atenderam os
requisitos de massa específica aparente, material pulverulento, torrões de argila, massa unitária
e absorção de água, com exceção do resíduo verde, que além desses também atendeu os
padrões para os ensaios de resistência a intempérie e porosidade.
A Fluorescência de Raio-X permitiu observar que as composições químicas
predominantes das escórias são óxido de ferro, óxido de cálcio (CaO), dióxido de silício
(SiO2), óxido de alumínio (Al2O3), óxido de magnésio (MgO), e óxido de manganês (MnO).
Um fator fundamental na análise de expansibilidade é a quantidade de óxido de cálcio
livre presente nas amostras. Os resultados de fluorescência de Raio-X apresentados mostram
5 CONCLUSÃO
A norma vigente para lastro ferroviário, a NBR 5564 (ABNT, 2011), não foi pensada
para materiais alternativos. Logo é normal que estes materiais não atendam a alguns
parâmetros presentes na norma, o que não significa que o material seja impróprio para a
utilização como lastro ferroviário.
Os ensaios de expansão, mostrataram que o material sem tratamento não se enquadra
nos valores limites para uso como lastro, mas com a realização do processo de cura o valor de
expansão cai drasticamente, atendendo a norma.
No ensaio de condutividade percebeu-se que a baixa resistividade era originada da
concentração de hidróxido de cálcio na solução, esse problema pode ser contornado com a
lavagem do material, ou com o próprio processo de cura. Ao realizar um processo de cura na
escória é possível estabilizar o meio e reduzir a condutividade do material.
Os resultados dos ensaios das rochas ornametais no geral mostraram a não viabilidade
do uso desses materiais como lastro. No caso das escórias, alguns ensaios não apresentaram
bons resultados, recomenda-se fazer todo o estudo com o material tratado e reformulando
alguns dos ensaios, de forma a se obter a classificação definitiva do material.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos nossos pais, pelo apoio e por todo incentivo dado para alcançarmos
nossos objetivos, e a Deus por todas as oportunidades colocadas em nossos caminhos e saúde
e sabedoria para atingir nossas metas. Agradecemos ao nosso orientador, professor Patrício
José Moreira Pires, que nos encaminhou nessa jornada, nos auxiliando nos problemas e
colaborando com a concretização desse trabalho. Aos técnicos do Laboratório de Solos e do
LEMAC, obrigada por toda assistência. Por fim, agradecemos a ArcelorMittal, pelo material
e dados fornecidos e por disponibilizarem seus laboratórios para realização de ensaios.
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