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O Processo e a Construção

do Barro em Vaso.
Para se tornar um vaso, o barro passa por sete processos:

1. A extração do material. Para termos o barro, extraímos


a argila, que também é conhecida como barro. A
extração ocorre em um açude com profundidade. Isso
demanda Tempo e trabalho

2. Limpeza do material retirado: é tirar do barro as


pedras, as raízes de árvores podres, os galhos secos, a
areia grossa e todo lixo que não pertence ao barro.
Neste momento o barro entra em um processo de
transformação.

3. Amassar o barro: Aquilo que antes era visto como


torrões seco e duro, agora será umedecido com água,
depois pisado e ainda amassado pelo oleiro. Que
transformação mais linda! No processo de amassar
aparecem mais sujeiras. Todo barro traz algum tipo de
impureza, não obstante o lugar onde foi apanhado.
Enquanto toda sujeira não for tirada, o barro não
estará pronto para ser utilizado.

4. É, um longo período de tratamento com o barro. O


processo demanda tempo. O barro é coberto por uma
lona preta, nesse período será extraído o oxigênio, ou
bolha de ar para adquirir uma consistência maior e não
trincar, o barro fica lá até que chegue no ponto de ser
moldado.
5. A moldagem do Barro: O oleiro o coloca sobre as
rodas, vai amassando de dentro para fora num
movimento circular e dando forma, em um curto
espaço de tempo nas mãos do oleiro ele recebe a
forma de um vaso, conforme a vontade do oleiro.

6. Depois que o vaso fica pronto ele é colocado em uma


espécie de cabide na sombra e no vento até que ele se
enxugue e fique resistente ao último estágio.

7. A Fornalha de Fogo: O vaso precisa passar vinte e


quatro horas dentro do forno, que é aquecido com
uma temperatura acima dos limites comuns. E quanto
mais o fogo aquece, mais o vaso fica belo e resistente,
é nessa hora que ele é purificado de toda impureza
interna não aparente e do mau cheiro, além disso ele é
transformado para ser sempre um vaso útil. Quem o
fez entende de vasos e sabe quanto um vaso pode
suportar o calor do forno sem trincar.

Todos os estágios de transformação do barro nas mãos do


olheiro é de extrema importância. Nenhuma etapa pode ser
burlada. O processo de transformação demanda tempo,
constância e perseverança.

Assim são as etapas da vida. Vivemos em transformação para o


perfeiçoamento do nosso caráter. As Fases complexas da vida
molda aqueles que se colocam nas mãos do oleiro para
vivenciarem essa transformação.

Viva as etapas da transformação. Use as adversidades,


frustrações e decepções para ser forjado no calor da fornalha.
Após a transformação, você se tornará um vaso valioso nas
mãos do oleiro.
Para ser moldado é preciso coragem e resiliência. O mundo
precisa de mais corajosos! Pessoas com brilho nos olhos e amor
pelo que faz! E se você tem isso meu amigo, eu preciso dizer
que sua hora está mais próxima do que imagina.

As fases do barro na olaria


“Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.
E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as
rodas, Como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro,
tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do
oleiro fazer. Então veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Não poderei
eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o SENHOR. Eis
que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa
de Israel.” (Jeremias 18:2-6)

Por que será que Deus usou o processo da olaria para falar conosco? Vamos nos
aprofundar um pouquinho?

1ª Fase – Extração do Barro

 O barro é extraído do chão, cheio de resíduos de plantas, raízes


mortas, sementes, pedras, calcário, areia e até lixo;
 A argila não pode ser extraída e usada em seguida;
 Após a extração o barro precisa passar pelo envelhecimento ou
curtimento da argila (sol e chuva).
Está claro porque precisamos de um amadurecimento mínimo para sermos
transformados em vasos úteis?

2ª Fase – Limpeza do Barro

 Quanto mais fina for a argila, melhor a peça;


 A argila é moída, é separada dos bolos de barro, e peneirada para
retirada dos gravetos, pedras e lixo.
3ª Fase – Mistura do Barro

 A argila é misturada com a água;


 A mistura deve ficar homogênea para que as “bolhas de ar” sejam
retiradas por completo da massa;
 Para misturar bem é preciso amassar, bater, usar o traçador,
barretes, pés e as mãos;
 Em todo o processo a água deve ser colocada moderadamente;
 A argila é levada para “curar” ou “descansar”, é durante esse
descanso que a água se espalha, tornando a argila maleável, evitando as
rachaduras.
Durante todo o processo, a água é figura constante, isso porque sem as águas do
Espírito Santo é impossível passar por esse processo tão profundo e tão doloroso.
Somos amassados constantemente para que “as bolhas de ar”, o nosso “eu”, o
nosso “ego”, sejam retirados de nós.

A massa que contém “bolhas de ar” quando levada a altas temperaturas, a peça
explode, e danifica os outros vasos que também estão assando no forno. Entendeu
o mistério? Se você antecipar alguma fase do processo, e for levado a altas
temperaturas com o seu “eu” vivo e volumoso, você não irá suportar e irá ferir
outras pessoas que estiverem por perto.

Veja que tremendo esse período de descanso da massa! É durante o descanso que
o Espírito Santo continua agindo e entrando onde antes não havia espaço. Sabe por
que? Porque não adianta ser uma benção na igreja, e ser uma treva em casa. Não
adianta ser uma benção ministrando o louvor, e ser uma esposa insubmissa. Não
adianta ser frequente nos cultos, e não ser luz no seu trabalho! Mas existem
mudanças que apenas são possíveis através do agir direto do Espírito Santo!

E esse período de descanso queridos requer separação, solidão e silêncio! Sabe


aqueles momentos em que você se sente só, não entende nada que está
acontecendo, e quase nada faz sentido? Abra os ouvidos do seu coração amado,
você pode estar na casa do Oleiro, no período de descanso para que as águas do
Espírito possam “molhar” todas as áreas que ainda estão secas.

Perceba que esse descanso vem depois de um período em que a massa foi
amassada, e eu vejo esse período, como aquele momento em que respiramos no
meio da tempestade sabe? Aqueles segundos que antecedem uma onda mais forte,
em que você respira fundo, tentando armazenar o máximo de ar nos seus pulmões?
Se você identificou a situação, respire com calma, e se cale. O Oleiro está apenas
começando!

4ª Fase – Preparação do Barro

 Depois de “curada” é preciso retirar as bolhas de ar, e continuar


retirando as pedras pequenas;
 É preciso cortar, amassar, bater, usar o barrete e beliscar o barro;
esse processo deve ser repetido várias vezes.
Durante todo o processo o Oleiro continua “limpando” a massa. As
pedras“grandes” já se foram, agora chegou a vez das “pequenas”, aquelas
pedrinhas que conseguimos santificar, mascarar e esconder até de nós mesmos.
Sabe aquele veneninho que soltamos de vez em quando? Aquela mentirinha?
Aquela fofoquinha? Aquela invejinha santa? Aquele incomodo quando alguém
prospera e nós não? Não estou falando dos “pecados capitais”, estou falando dos
pecados que a nossa sociedade cristã classificou como “inhos”. Pecado é pecado
meu amadinho.

5ª Fase – Modelagem do Vaso

 A argila é “centralizada” na roda, ou torno;


 O Oleiro usa as mãos para modelar o vaso segundo o que
foi “projetado”;
 O Oleiro “rasga” o interior do vaso;
 A partir desse momento, a modelagem passa a ser de dentro para
fora;
 Quando a forma do vaso já está definida, os “excessos” passam a
ser retirados (faca, rolo), e a boca do vaso é finalizada;
 A modelagem é feita com duas ferramentas: as mãos do Oleiro e a
água.
Depois de limpos, e maleáveis através da ação contínua do Espírito Santo, o Oleiro
nos coloca no centro da sua vontade, e é ali, bem no centro que somos moldados
por Suas mãos hábeis e precisas, segundo o propósito que Ele tem para nós. Nós
então teremos a profundidade e o tamanho exato para sermos usados segundo a
Sua vontade.

Durante essa fase parece que a parte “dolorida” já passou, não é verdade,
quando estamos na “roda” é que o Oleiro rasga o interior do vaso, e
esse“rasgar” faz toda a diferença, porque é a partir de então que o vaso passa a
ser moldado por dentro. Quando Ele rasga os nossos corações, Ele nos conduz ao
quebrantamento amados, e nós passamos a ter uma relação mais íntima com Ele.

Nossos corações podem ser rasgados apenas pela ação do Espírito Santo, ou então
por alguma situação que provoque essa sensação de coração em pedaços! Qualquer
que seja o caminho, não se desespere! Faz parte do processo!

“A um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos


51:17)

É também durante a modelagem do vaso que os excessos vão embora! Excessos


de ciúmes, de partidarismo, de materialismo, de futilidade, de preguiça, de má
vontade, de mau humor, de intolerância, de picuinha.

Nós achamos que devemos viver uma vida sem pecado e só. E se analisarmos bem,
já é muito né? Mas Jesus amado, foi além de não pecar, Ele viveu uma vida que
agradava ao Pai. Viver uma vida sem pecado, e viver uma vida voltada para o Pai,
uma vida de entrega são distintas! Muitas coisas que toleramos em nossas vidas
não são pecados, mas são excessos, e os excessos também nos impedem de
mergulharmos mais fundo!

A boa notícia é que TODOS os excessos são retirados durante essa fase, inclusive
os excessos de dor. Muitas vezes somos vasos rachados, com fissuras, porque
fomos feridos por outras pessoas. Muitas vezes a obra se torna tão grande, que as
raízes forçam a estrutura do vaso provocando rachaduras. Eu não sei qual é a razão
para o seu excesso de dor, mas eu sei que ela está aí, te ferindo, te desesperando,
te confundindo, te cegando, te fazendo chorar na solidão, dores secretas, e
incontáveis. O Oleiro vai retirar esses excessos também meus amados! Ele vai
transformar a sua dor em cura, em restauração, em esperança!

“Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,


daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)

6ª Fase – Secagem do Vaso

 O vaso é levado para secagem isolado;


 O processo de secagem é demorado, e garante a resistência do vaso.
Mais silêncio, mais solidão. Passei a compreender o desaparecimento dos meus
amigos em alguns momentos, deixei de ficar magoada porque entendi que o Oleiro
queria trabalhar em mim.

7ª Fase – Queima e Resfriamento

 O vaso é levado ao forno para queimada;


 Na primeira temperatura (até 200C), o excesso de água evapora;
 No meio da queima (de 30oC até 600C), o restante de material
orgânico é eliminado;
 Na terceira temperatura (de 600C até 900C) os gases são eliminados.
Resistente o nosso “eu” né? Até na queima, na temperatura mais alta, ele está lá
escondido, prontinho para ser queimado!

8ª Fase – Descanso do Vaso

 O vaso é levado para prateleira;


 O tempo de descanso é determinado pelo Oleiro;
 O Oleiro pode refinar o acabamento nessa fase.
O fato de você ter passado pelo processo, não quer dizer que está pronto para ser
usado. Mais silêncio, mais solidão durante a espera. Ah…Se nós soubéssemos do
tesouro que se esconde na espera!

Depois desse longo e doloroso processo, enfim o vaso está firme e pronto para ser
usado naquilo que expande o Reino. O relacionamento entre o criador e a criação
está mais íntimo e consistente, e o vaso já pode ser cheio. Cheio de amor, de
misericórdia, de fé, de esperança e da glória de Deus, tão cheio que irá
transbordar.

O processo na roda é contínuo. A minha casa está sendo construída na olaria de


Deus. Porque? Porque eu sei quem eu sou, e eu não quero abrir mão de quem Ele
é. Não importa o preço, meu coração está pronto.

Eu não tenho outras escolhas pra fazer…Eu não quero outras escolhas!

Que a tua, e a minha oração sejam uma só neste dia que o Senhor nos dá de vida.
“Eu quero ser, Senhor amado

Como o vaso nas mãos do oleiro


Quebra a minha vida e faze-a de novo
Eu quero ser, eu quero ser um vaso novo

Como Tu queres

Senhor sou Teu


Tu és Oleiro, barro sou eu
Quebra e transforma
Até que enfim
Tua vontade se cumpra em mim…”

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