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Pesquisa de Mestrado

Análise da Viabilidade da Produção de Blocos Intertravados


de Pavimentos de Concreto com o Uso de Resíduos de
Termelétrica e de Agregados Reciclados da Construção Civil
Webert Brasil Cirilo da Silva, Doutorando
Dra. Sc. Suelly Helena de Araújo Barroso, Profa. Orientadora
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Transportes (PETRAN)/Universidade Federal do Ceará
Dr. Sc. Antônio Eduardo Bezerra Cabral, Prof. Coorientador
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Estrutural e Construção Civil (PEC)/Universidade Federal do Ceará

2022 Centro de Tecnologia em


Asfalto Norte/Nordeste
Análise da Viabilidade da Produção de Blocos Intertravados de Pavimentos de Concreto
com o Uso de Resíduos de Termelétrica e de Agregados Reciclados da Construção Civil

SUMÁRIO
• CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

• CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUOS DE TERMELÉTRICA E AGREGADOS RECICLADOS


DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA FABRICAÇÃO DE BLOCOS INTERTRAVADOS DE PAVIMENTOS

• CAPÍTULO 3 – ANÁLISE DAS PROPRIEDADES DE BLOCOS INTERTRAVADOS DE PAVIMENTOS


COM RESÍDUOS DE TERMELÉTRICA E AGREGADOS RECICLADOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

• CAPÍTULO 4 – ESTUDO DO DIMENSIONAMENTO EMPÍRICO E MECANÍSTICO-


EMPÍRICO DE PAVIMENTOS INTERTRAVADOS DE CONCRETO

• CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES

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Cap. 1 – Considerações Iniciais

PAVIMENTO PAVIMENTO
INTERTRAVADO ASFÁLTICO

CAMADAS A SEREM
EQUIPARADAS

+ REVESTIMENTO ASFÁLTICO
BASE

SUB-BASE

REFORÇO DO SUB-LEITO

SUB-LEITO

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Cap. 1 – Materiais Alternativos

R RAP 1 RESÍDUO DE
E CALCÁRIO
S
Í
D
U
O ESCÓRIA SCDP 2
S

Notas:
1RAP → Asfalto fresado;
2SCDP → Solo Contaminado por Derivados de Petróleo;
3RCD → Resíduo de Construção e Demolição.
RCD 3 CINZAS 3/58
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Cap. 1 – Dimensionamento de Pavimento Intertravado
❖Para Pavimento Intertravado (PI), a maioria dos
métodos de dimensionamento veio de adaptações de
metodologias para pavimentos asfálticos (Cruz, 2003).

➢Essas adaptações podem provocar gastos ➢A disposição das camadas do PI pode


superestimados na construção do PI. provocar defeitos funcionais na estrutura.

Método
empírico

➢ Adaptação do método da AASHTO1 por Rada et al. (1992)


(Estados Unidos).

Nota:
1AASHTO → American Association of State Highway of Transportation Officials. 4/58
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Cap. 1 – Problema de Pesquisa

❖ Na Usina Termelétrica do Pecém (UTP), há ❖ Em Fortaleza, a Usina de Reciclagem de


produção de cerca de 381 toneladas/dia Fortaleza (USIFORT), relatou que, a partir
de cinzas (Alcantara, 2018), sem que seja de 2016, houve reduções na demanda de
dada uma finalidade útil para as mesmas. agregado reciclado de RCD (Crispim, 2018).

Vista superior da USIFORT.


Fonte: Google Maps (2020).

➢ A redução na demanda faz com que o entulho se


Vista superior da UTP.
acumule cada vez mais, podendo chegar a um ponto
Fonte: Google Maps (2020). de que a USIFORT não consiga mais receber RCD. 5/58
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Cap. 1 – Justificativa
Maior conforto térmico

❖ O avanço da tecnologia de PI no
Estado do Ceará está associado a
certas características desse pavimento. Melhora na iluminação

❖ Com esse avanço, os Blocos Intertravados de Pavimentos (BIPs), com o uso de materiais
alternativos, podem ser incentivados a partir de análises técnica, financeira e ambiental. 6/58
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Cap. 1 – Objetivos

➢ Analisar o desempenho de BIPs, por meio do uso de resíduos de termelétrica e de


❖ GERAL agregados reciclados da construção civil, para verificar a viabilidade técnica, financeira
e ambiental da fabricação de blocos de concreto intertravados para pavimentação.

➢ Avaliar a incorporação de materiais alternativos em diferentes


teores na composição dos BIPs para selecionar as peças alternativas
com o melhor desempenho do ponto de vista mecânico.

➢ Analisar as diferenças entre os BIPs, ao serem comparadas as


propriedades dos mesmos, com o uso ou não da compactação, por
❖ ESPECÍFICOS meio de uma máquina de vibro-prensa, na produção do concreto.

➢ Analisar a influência que a relação água/cimento, especificada em traços


de concreto, pode exercer no comportamento mecânico dos BIPs.

➢ Avaliar quais das metodologias empregadas para dimensionamento de PI


permitem a melhor relação de custo-benefício na construção desse
pavimento.
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Análise da Viabilidade da Produção de Blocos Intertravados de Pavimentos de Concreto
com o Uso de Resíduos de Termelétrica e de Agregados Reciclados da Construção Civil

SUMÁRIO
• CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

• CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUOS DE TERMELÉTRICA E AGREGADOS RECICLADOS


DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA FABRICAÇÃO DE BLOCOS INTERTRAVADOS DE PAVIMENTOS

• CAPÍTULO 3 – ANÁLISE DAS PROPRIEDADES DE BLOCOS INTERTRAVADOS DE PAVIMENTOS


COM RESÍDUOS DE TERMELÉTRICA E AGREGADOS RECICLADOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

• CAPÍTULO 4 – ESTUDO DO DIMENSIONAMENTO EMPÍRICO E MECANÍSTICO-


EMPÍRICO DE PAVIMENTOS INTERTRAVADOS DE CONCRETO

• CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES

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Cap. 2 – Considerações Iniciais

❖ Com relação às UTPs I e II, das cinzas volantes produzidas, ❖ Conforme dados da Associação Brasileira de Reciclagem
60 % são armazenadas no pátio das próprias usinas da Construção Civil e Demolição (ABRECON), é
(Vasconcelos, 2018). Já as cinzas pesadas continuam estimado que apenas 21 % do RCD coletado no Brasil
sendo depositadas a céu aberto (Kniess, 2005). seja reciclado (Miranda e Brocardo, 2015).

Cinzas presentes no módulo de armazenagem da UTP. Produção de agregados reciclados na USIFORT.


Fonte: Universidade Federal do Ceará (2015). Fonte: USIFORT (2020).

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Cap. 2 – Revisão Bibliográfica → Reaproveitamento de
Resíduos de Termelétrica
❖ Cinzas no cenário ❖ Cinzas no cenário
internacional nacional

Estados Unidos China Geração de 3 milhões de toneladas de cinzas


produzidas em 2019 (Kniess et al., 2019)

Estado de Santa Catarina Estado do Ceará

107,4 milhões de 540 milhões de


toneladas de cinzas toneladas de cinzas
geradas em 2016 geradas em 2014
Complexo Termelétrico
UTPs I e II
Jorge Lacerda
Reaproveitamento de 56 % Reaproveitamento de 68 % das
das cinzas, destacando-se o cinzas, destacando-se o uso na Reaproveitamento de 100 % Reaproveitamento de 40 %
uso na indústria cimenteira indústria cerâmica (tijolos) das cinzas volantes para a das cinzas volantes para a
(Vasconcelos, 2018) (ACAA1, 2017) indústria cimenteira indústria cimenteira
(Vasconcelos, 2018) (Alcantara, 2018)
Nota:
1ACAA → American Coal Ash Association. 10/58
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Cap. 2 – Revisão Bibliográfica → Reaproveitamento de
Resíduos de Construção e Demolição
❖ RCD no cenário ❖ RCD no cenário
internacional nacional

Reino Unido Coreia do Sul Coleta de 44,5 milhões de toneladas de RCD em 2018 (ABRELPE1,
2019) e estimativa de reciclagem de 21 % (Miranda e Brocardo, 2015)

Estado de Minas Gerais Estado do Ceará

109 milhões de toneladas 68 milhões de toneladas


de RCD gerados em 2015 de RCD gerados em 2017
Usina de reciclagem Estoril USIFORT

Estimativa de reciclagem São produzidos materiais Foram realizados estudos com o


Estimativa de reciclagem de 98 %
de 52 % do RCD (Brasileiro para camadas granulares uso de RCD puro e misto nas
do RCD (Weissheimer, 2017)
e Matos, 2015) de pavimentos camadas granulares de pavimento
(Sales, 2009) (Silva, 2009; Lima, 2008)

Nota: 11/58
1ABRELPE → Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.
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Cap. 2 – Materiais e Método de Pesquisa → Materiais

CP V – ARI1 Brita 19 mm Brita 12,5 mm Areia artificial Aditivo Água

Cinza pesada RCD 19 mm RCD 12,5 mm Areia de RCD

Fonte: Autor (2020).

Nota:
1CP V – ARI → Cimento Portland de Alta Resistência Inicial. 12/58
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Cap. 2 – Materiais e Método de Pesquisa →
Método de Pesquisa

• Realização dos ensaios de


caracterização e ambientais nas
Etapa 1 cinzas pesadas e nos agregados
reciclados de RCD misto.

• Realização dos ensaios de


Etapa 2 caracterização nos materiais
convencionais.

• Análise das misturas dos


Etapa 3 materiais de acordo com a
dosagem do concreto.
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Cap. 2 – Etapa 1 do Método de Pesquisa
• Análise granulométrica → DNER1-ME 051:1994
• Limite de liquidez → DNER-ME 122:1994
• Limite de plasticidade → DNER-ME 082:1994 Cinza pesada separada
• Densidade real → DNER-ME 093:1994
em duas porções
• Massa específica e absorção de água para agregado graúdo →
Testes na cinza ABNT2 NBR NM 53:2009
pesada
• Massa específica/absorção de água para agregado miúdo →
ABNT NBR NM 52:2009/ABNT NBR NM 30:2001
Cinza grossa Cinza fina
• Massa unitária e índice de vazios → ABNT NBR NM 45:2006
• Extrato lixiviado → ABNT NBR 10005:2004
• Extrato solubilizado → ABNT NBR 10006:2004
• Composição granulométrica → ABNT NBR NM 248:2003
• Massa específica e absorção de água para agregado graúdo →
ABNT NBR NM 53:2009
• Massa específica/absorção de água para agregado miúdo →
ABNT NBR NM 52:2009/ABNT NBR NM 30:2001
Testes nos
• Massa unitária e índice de vazios → ABNT NBR NM 45:2006 Passante na 19 mm Passante na
agregados
reciclados • Teor de fragmentos à base de cimento e rocha → ABNT NBR 15116:2004 e retida na 2 mm 2 mm
de RCD • Teor de material passante na malha 75 µm → ABNT NBR NM 46:2003
• Teor de argila → ABNT NBR 7218:2010
Fonte: Autor (2020).
• Determinação de cloretos e sulfatos → ABNT NBR 9917:2009
• Extrato lixiviado → ABNT NBR 10005:2004
• Extrato solubilizado → ABNT NBR 10006:2004
Notas:
1DNER → Departamento Nacional de Estradas de Rodagem; 2ABNT → Associação Brasileira de Normas Técnicas.
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Cap. 2 – Etapa 2 do Método de Pesquisa

• Composição granulométrica → ABNT NBR 17054:2022


Agregado graúdo
(Brita 19 mm e • Massa específica e absorção de água → ABNT NBR NM 53:2009
12,5 mm) • Massa unitária e índice de vazios → ABNT NBR NM 45:2006

• Composição granulométrica → ABNT NBR NM 248:2003

Agregado miúdo • Massa específica → ABNT NBR NM 52:2009


(Areia artificial) • Absorção de água → ABNT NBR NM 30:2001
• Massa unitária e índice de vazios → ABNT NBR NM 45:2006

• Massa específica → ABNT NBR 16605:2017


Cimento
• Extrato lixiviado → ABNT NBR 10005:2004
(CP V – ARI)
• Extrato solubilizado → ABNT NBR 10006:2004
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Cap. 2 – Etapa 3 do Método de Pesquisa

❖ Traços de referência em massa – Concreto do tipo seco:


1,00 : 4,66 : 1,97 : 0,45 : 0,63 → Traço REF-0,63
1,00 : 5,56 : 2,28 : 0,52 : 0,73 → Traço REF-0,73
(Cimento : Ar. artificial : Br. 12,5 : Br. 19 : Relação a/c)
➢ Nesses traços, foram utilizados 0,04 % de aditivo, com relação à massa total das misturas.
➢ Foram realizadas oito estabilizações granulométricas, com base na massa dos materiais, totalizando dez misturas.
Areia artificial Brita 19 mm Brita 12,5 mm
Traços de
concreto Original Cinza fina Areia de Original Cinza RCD 19 mm Original RCD 12,5 mm
(%) (%) RCD (%) (%) grossa (%) (%) (%) (%)
REF-0,63 100 0 0 100 0 0 100 0
20B19-0,63 100 0 0 80 20 0 100 0
20A-0,63 80 20 0 100 0 0 100 0
20A20B19-0,63 80 20 0 80 20 0 100 0
REF-0,73 100 0 0 100 0 0 100 0
20B19-0,73 100 0 0 80 20 0 100 0
20A-0,73 80 20 0 100 0 0 100 0
20A20B19-0,73 80 20 0 80 20 0 100 0
50RCD-0,63 50 0 50 50 0 50 50 50 16/58
50RCD-0,73 50 0 50 50 0 50 50 50
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Cap. 2 – Resultados e Discussões → Ensaios Ambientais de
Extrato Lixiviado e Solubilizado
Areia Areia
Cinza CP V – ARI Norma Cinza CP V – ARI Norma
de RCD de RCD
Pesquisas (mg/L) Pesquisas (mg/L)
Ensaio Íons Ensaio Íons
ABNT NBR ABNT NBR
Autor Autor Autor Autor Autor Autor
10004:2004 10004:2004
(2020) (2020) (2020) (2020) (2020) (2020)
(Valor limite) (Valor limite)
Fluoreto (F-) 339,15 278,99 427,80 150,00 Fluoreto (F-) 0,92 0,67 0,05 1,50
Cloreto (Cl-) 72,34 5,96 0,25 – Cloreto (Cl-) 5,14 6,97 16,14 250,00
Brometo (Br-) 13,28 – 0,25 – Brometo (Br-) 3,52 – 0,25 –

Extrato solubilizado
Nitrato (NO3-) 0,42 – 0,25 – Nitrato (NO3-) 0,08 – 0,25 10,00
Extrato lixiviado

Nitrito (NO2-) 9,75 – 0,25 – Nitrito (NO2-) 0,95 0,51 0,25 –


Fosfato (PO43-) 0,50 – 0,50 – Fosfato (PO43-) 0,50 – 0,50 –
Sulfato (SO42-) 79,28 50,99 414,29 – Sulfato (SO42-) 59,39 131,11 995,59 250,00
Lítio (Li+) 0,51 – – – Lítio (Li+) 0,07 – – –
Sódio (Na+) 1281,64 – – – Sódio (Na+) 7,75 – – 200,00
Amônio (NH4+) 0,62 – – – Amônio (NH4+) 0,62 – – –
Potássio (K+) 33,17 – – – Potássio (K+) 3,26 – – –
Magnésio (Mg2+) 19,36 – – – Magnésio (Mg2+) 1,37 – – –
Cálcio (Ca2+) 217,99 – – – Cálcio (Ca2+) 20,66 – – –

➢ Os resultados de extrato lixiviado classificam os materiais ➢ Uma possível solução mitigadora é que, com o
como classe I (perigoso). endurecimento do concreto, pode ocorrer uma
➢ Fica constatada a atenção que se deve ter com o uso do diminuição na solubilidade dos contaminantes, além 17/58
cimento CP V – ARI (concentração significativa de sulfato). do uso da compactação da máquina de vibro-prensa.
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Cap. 2 – Resultados e Discussões → Ensaios de
Caracterização Física dos Materiais
Massa específica (ME) e Massa unitária (MU)

Absorção de água e Índice de vazios ➢ A cinza grossa possui os maiores valores de índice de
vazios e de absorção de água, o que é um indicativo dos
vazios presentes no interior do material.

➢ Os agregados reciclados de RCD possuem os maiores


resultados de ME seca, o que pode estar relacionado
com a presença de fragmentos à base de cimento e
rocha nesses materiais.
Notas: 18/58
SSS → Saturado Superfície Seca; Aparente → Inclusão dos poros permeáveis no volume.
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Cap. 2 – Resultados e Discussões → Ensaios de
Granulometria dos Materiais
Curvas granulométricas da cinza completa e suas porções Curvas granulométricas dos agregados
convencionais e agregados reciclados de RCD

➢ A brita e o RCD 19 mm estão situados próximos da zona


granulométrica 9,5/25.
➢ A cinza completa possui 31 % de pedregulho e 42 % de ➢ A brita 12,5 mm está melhor situada na zona granulométrica
areia fina, o que é um indicativo de que o resíduo pode 4,75/12,5 do que o RCD 12,5 mm.
vir a substituir a brita 19 mm ou a areia artificial. ➢ A areia artificial está parcialmente situada na zona utilizável,
enquanto que a areia de RCD está posicionada quase que inteiramente
dentro da zona ótima.

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Cap. 2 – Resultados e Discussões → Dosagem dos
Materiais Convencionais e Alternativos
Curvas granulométricas das misturas dos
materiais convencionais e alternativos

➢ O uso da cinza grossa fez a mistura com a brita


19 mm se encaixar melhor na zona 9,5/25.

➢ A incorporação de 50 % de areia de RCD inseriu


completamente a curva do agregado miúdo na
zona utilizável.

Curvas granulométricas das misturas


utilizadas na produção do concreto

➢ As curvas das dez misturas estão


parcialmente inseridas nos novos limites, o
que é interessante do ponto de vista
granulométrico.
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Análise da Viabilidade da Produção de Blocos Intertravados de Pavimentos de Concreto
com o Uso de Resíduos de Termelétrica e de Agregados Reciclados da Construção Civil

SUMÁRIO
• CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

• CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUOS DE TERMELÉTRICA E AGREGADOS RECICLADOS


DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA FABRICAÇÃO DE BLOCOS INTERTRAVADOS DE PAVIMENTOS

• CAPÍTULO 3 – ANÁLISE DAS PROPRIEDADES DE BLOCOS INTERTRAVADOS DE PAVIMENTOS


COM RESÍDUOS DE TERMELÉTRICA E AGREGADOS RECICLADOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

• CAPÍTULO 4 – ESTUDO DO DIMENSIONAMENTO EMPÍRICO E MECANÍSTICO-


EMPÍRICO DE PAVIMENTOS INTERTRAVADOS DE CONCRETO

• CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES

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Cap. 3 – Considerações Iniciais

Seção de PI Pesquisas Pesquisas


nacionais em BIPs internacionais em BIPs

BIPs
Uso de Uso de óxido Uso de agregado Uso de
minério de ferro de alumínio reciclado fibra de aço

Nataraja e Gupta e
Guerra (2014) Souza (2011)
Das (2006) Tiwari (2016)

Fonte: Marchioni (2012).

➢ Alemanha e Holanda são os dois maiores


polos produtores de BIPs (Fernandes, 2016).

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Cap. 3 – Revisão Bibliográfica → Prescrições Normativas
dos Blocos de Concreto Intertravados

Ensaio de resistência à compressão

Resistência característica à compressão aos 28 dias de cura (MPa)


Tipos de Solicitação Brasil África do Sul Austrália
ABNT NBR 9781:2013 TSABS SANS 1058:2012 SA AS/NZS 4456.4:2003

Ciclovias e estacionamentos – – 15
Veículos leves e veículos
comerciais de linha 35 25 25
Veículos especiais ou cargas
que produzem acentuados 50 35 60
efeitos de abrasão

➢ Outras propriedades dos blocos, como o Módulo de Elasticidade (MDE) e o coeficiente


de Poisson, não são sequer abordadas nas normativas consultadas nesta pesquisa.
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Cap. 3 – Revisão Bibliográfica → Uso de Cinzas nos
Blocos de Concreto no Escopo Internacional
❖ Traço de Referência;
Senaratna et al. (2013) ❖ 3 Traços ❖ Traço 1 – Substituição, em massa, de 10 % de
cinzas em relação ao agregado miúdo;
❖ Traço 2 – Substituição, em massa, de 20 % de
cinzas em relação ao agregado miúdo.
▪ Cinza pesada de
carvão mineral

Bloco
Stockholm

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Cap. 3 – Revisão Bibliográfica → Uso de Agregados
Reciclados nos Blocos de Concreto no Escopo Internacional
❖ Traço de Referência;
❖ Traço 1 – Substituição, em massa, de 25 % de
Darshika e Udamulla (2016) ❖ 5 Traços material reciclado em relação ao agregado miúdo;
❖ Traço 2 – Substituição, em massa, de 50 % de
material reciclado em relação ao agregado miúdo;
❖Traço 3 – Substituição, em massa, de 75 % de
material reciclado em relação ao agregado miúdo;
▪ Agregado reciclado ❖Traço 4 – Substituição, em massa, de 100 % de
de RCD misto material reciclado em relação ao agregado miúdo.

Bloco
paralelepípedo

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Cap. 3 – Materiais e Método de Pesquisa → Materiais

Concreto seco em Betoneira de 400 Máquina de


estado fresco Blocos de concreto
litros vibro-prensa1

Fonte: Autor (2020).

Nota:
1O modelo da máquina é VP50 da marca Tprex.
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Cap. 3 – Materiais e Método de Pesquisa →
Método de Pesquisa

• Escolha dos traços para a


Etapa 1 produção dos BIPs.

• Realização dos ensaios no


Etapa 2 concreto em estado fresco.

• Realização dos ensaios no


Etapa 3 concreto em estado endurecido.

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Cap. 3 – Etapa 1 do Método de Pesquisa

Areia Brita Brita Cinza Cinza RCD RCD Areia de


Traços de Cimento Água Aditivo
artificial 12,5 mm 19 mm grossa fina 19 mm 12,5 mm RCD
concreto (kg/m³) (kg/m³) (kg/m³)
(kg/m³) (kg/m³) (kg/m³) (kg/m³) (kg/m³) (kg/m³) (kg/m³) (kg/m³)
REF-0,63 243,1 1132,9 478,9 109,4 – – – – – 153,2 0,85
20B19-0,63 241,0 1123,0 474,7 86,8 21,7 – – – – 151,8 0,84
20A-0,63 234,8 875,5 462,6 105,7 – 218,9 – – – 147,9 0,82
20A20B19-0,63 235,3 877,3 463,6 84,7 21,2 219,3 – – – 148,3 0,82
REF-0,73 218,0 1212,1 497,1 113,4 – – – – – 159,1 0,88
20B19-0,73 219,4 1219,8 500,2 91,3 22,8 – – – – 160,2 0,88
20A-0,73 199,1 885,6 453,9 103,5 – 221,4 – – – 145,3 0,80
20A20B19-0,73 195,4 869,0 445,4 81,3 20,3 217,2 – – – 142,6 0,79
50RCD-0,63 241,2 562,1 237,6 54,3 – – 54,3 237,6 562,1 152,0 0,84
50RCD-0,73 215,7 599,6 245,9 56,1 – – 56,1 245,9 599,6 157,4 0,87

➢ Os consumos de cimento nas dez misturas não são iguais, devido às diferenças
entre os teores de ar e de ME dos materiais em cada um dos traços de concreto. 28/58
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Cap. 3 – Etapa 2 do Método de Pesquisa

Consistômetro VeBe

• Massa específica, rendimento e teor de ar →


ABNT NBR 9833:2008
Testes no
Fonte: Autor
concreto (2020).
fresco
• Consistência pelo método VeBe →
DNIT1-ME 064:2004; ACI2 211.3R-02:2009 e
USACE3 CRD-C 53-01:2001

Notas: Equipamento específico


1DNIT → Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes;
para concreto do tipo seco
2ACI → American Concrete Institute;
3USACE → United States Army Corps of Engineers. 29/58
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Cap. 3 – Etapa 3 do Método de Pesquisa

Blocos tipo I
• Inspeção visual; avaliação dimensional;
20 cm × 10 cm × 8 cm
absorção de água e resistência à compressão →
Comprimento × Largura × Espessura
ABNT NBR 9781:2013
Testes no
concreto • Índice de vazios e porosidade →
endurecido ABNT NBR 9778:2005

• Ensaios ambientais →
Duas metodologias aplicadas

Fonte: Autor (2020).


1ª Metodologia ambiental 2ª Metodologia ambiental
➢ Foram avaliados os ➢ Foram avaliados os
líquidos em contato com a resíduos de BIPs triturados,
superfície externa dos BIPs. decorrentes da ruptura dos Fonte: Autor
blocos. (2020).
➢Execução do ensaio de ➢Execução dos ensaios de
extrato solubilizado. extrato lixiviado e
Fonte: Autor (2020).
solubilizado.
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Cap. 3 – Resultados e Discussões → Ensaios
Realizados no Concreto Fresco
Grupos de Traços de ME aparente média Rendimento Teor de ar Tempo VeBe Tipo de
misturas concreto (kg/m³) (m³) (%) (s) consistência
REF-0,63 2117,5 0,062 10,2 19,9 Extremamente
20B19-0,63 2099,0 0,063 10,5 19,3 seco
1º Conjunto
20A-0,63 2045,4 0,065 11,7 17,4
Muito seco
20A20B19-0,63 2049,8 0,064 11,0 17,8
Extremamente
REF-0,73 2199,8 0,064 6,5 18,2
seco
2º Conjunto 20B19-0,73 2213,8 0,063 5,4 17,2
20A-0,73 2009,0 0,070 13,0 17,8
20A20B19-0,73 1971,4 0,071 14,2 17,7 Muito seco
50RCD-0,63 2101,3 0,063 10,5 15,1
3º Conjunto
50RCD-0,73 2176,2 0,061 7,1 17,3
➢ O concreto seco, de um modo geral, é mais poroso do que o tipo plástico, o qual costuma
apresentar teores de ar da ordem de 5 %.
➢ Pelo tipo de consistência apresentado pelas misturas, são recomendados métodos de
compactação por vibração forte e compressão. 31/58
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Cap. 3 – Resultados e Discussões → Ensaios Qualitativos
Realizados no Concreto Endurecido
Avaliação visual e dimensional dos blocos
Traço REF-0,63 Traço 20B19-0,63

Traço 20A-0,63 Traço 20A20B19-0,63

Traço REF-0,73 Traço 20B19-0,73


Fonte:
Autor
Comprimento Comprimento
(2020).
Largura Largura
Traço 20A-0,73 Traço 20A20B19-0,73

Comprimento Largura Comprimento Largura


Traço 50RCD-0,63 Traço 50RCD-0,73

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Cap. 3 – Resultados e Discussões → Ensaios Ambientais
Realizados no Concreto Endurecido
Análise dos resíduos dos blocos Análise dos líquidos em contato com os blocos
Extrato lixiviado e solubilizado Extrato solubilizado
Fluoreto Cloreto Nitrato Nitrito Sulfato Fluoreto Cloreto Nitrato Nitrito Sulfato
Ensaios Pesquisas F- Cl- NO3- NO2- SO42- Ensaio Composições F- Cl- NO3- NO2- SO42-
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L)
REF-0,73 290,89 13,35 17,16 – 90,31 REF-0,73 0,09 0,23 0,04 0,00 15,45
Extrato lixiviado

Extrato solubilizado
20B19-0,73 313,12 18,67 35,38 11,25 233,69
20A-0,73 160,03 69,32 32,07 18,33 274,99 20B19-0,73 0,17 0,91 0,01 0,02 29,26
20A20B19-0,73 379,1 13,83 61,07 19,57 416,56 20A-0,73 0,28 1,34 0,05 0,01 41,27
ABNT NBR
20A20B19-0,73 0,11 2,93 0,07 0,05 49,83
10004:2004 150,00 – – – –
(Valor limite) ABNT NBR
10004:2004 1,50 250,00 10,00 – 250,00
Extrato solubilizado

REF-0,73 2,33 29,49 2,97 3,64 19,81


20B19-0,73 0,84 33,68 17,36 4,03 61,41 (Valor limite)
20A-0,73 0,54 39,38 22,52 4,02 65,97
➢ Não foram detectadas concentrações de compostos acima do
20A20B19-0,73 1,23 40,69 16,06 3,70 57,58
ABNT NBR
limite imposto pela norma NBR 10004:2004.
10004:2004 1,50 250,00 10,00 – 250,00 ➢ Isso mostra que, com o endurecimento do concreto durante
(Valor limite) o período de cura, o mesmo funciona como um encapsulante.
➢ Os resultados de extrato lixiviado classificam os resíduos dos
blocos testados como classe I (perigoso).
➢ Fica constatado o aumento significativo da concentração de sulfato
à medida que as cinzas são usadas nos traços de concreto.
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Cap. 3 – Resultados e Discussões → Ensaios Quantitativos
Realizados no Concreto Endurecido
Absorção de água média dos blocos Índice de vazios médio dos blocos

➢ Os valores médios de absorção de água estão abaixo de ➢ Os blocos do traço 20B19-0,73 apresentaram as menores
6 % (limite da norma NBR 9781:2013), com exceção dos médias de absorção de água e índice de vazios aos 7 e 28 dias.
traços 20A-0,73 e 20A20B19-0,73 aos 7 dias.
➢ Isso indica que esses blocos podem apresentar um
➢ Isso é um indício de que uma maior quantidade de água desempenho favorável no que se refere à RCS.
não foi benéfica a essas duas misturas, se comparados
aos traços com relação água/cimento de 0,63. 34/58
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Cap. 3 – Resultados e Discussões → Ensaios Quantitativos
Realizados no Concreto Endurecido
Resistência à compressão média dos blocos Curvas de Abrams aos 28 dias de cura dos blocos

➢ Os valores de RCS estão abaixo de ➢ Para aumentar a resistência, podem ➢ Os resultados dos traços 20B19-0,73 e
35 MPa aos 28 dias, o que não está ser testados outros tipos de aditivos 50RCD-0,63 incentivam o uso de materiais
de acordo com a NBR 9781:2013. ou agregados de diferentes alternativos na composição dos BIPs.
composições mineralógicas.
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Cap. 3 – Resultados e Discussões → Ensaios Quantitativos
Realizados no Concreto Endurecido
Comparação com outras pesquisas que utilizaram materiais alternativos em blocos de concreto
Cinzas de Termelétrica Agregados reciclados de RCD
RCS média (MPa) RCS média (MPa)
Pesquisa Misturas Pesquisa Misturas
28 Dias 28 Dias
Referência Referência
18,34 18,34
(REF-0,63) (REF-0,63)
Autor Alternativo com Autor Alternativo com
23,27 25,21
(2020) 20 % de agregado (2020) 50 % de agregados por
Aumento de 26,88 %, com Aumento de 37,46 %, com
miúdo por cinzas agregado reciclado de RCD
relação ao REF-0,63 (18,34) relação ao REF-0,63 (18,34)
(20A-0,63) (50RCD-0,63)
Referência 21,82 Referência 44,00
Darshika e
Silva Alternativo com 18,52 Alternativo com 50 % de 45,50
Udamulla
(2017) 10% de agregado Diminuição de 15,12 %, com agregado miúdo por Aumento de 3,41 %, com
(2016)
miúdo por cinzas relação ao Tr. Ref. (21,82) agregado reciclado de RCD relação ao Tr. Ref. (44,00)
➢ No trabalho de Silva (2017), não foi utilizada ➢ Nas duas pesquisas, o uso do agregado reciclado foi
uma máquina de vibro-prensa na fabricação dos benéfico, do ponto de vista mecânico para o concreto.
blocos de concreto.
➢ O uso dessa máquina pode ter contribuído para ➢ Na pesquisa de Darshika e Udamulla (2016), apesar
uma maior resistência dos blocos alternativos do menor aumento percentual (3,41 % < 37,46 %),
(23,27 MPa > 18,52 MPa). foram alcançadas resistências significativas dos blocos. 36/58
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Análise da Viabilidade da Produção de Blocos Intertravados de Pavimentos de Concreto
com o Uso de Resíduos de Termelétrica e de Agregados Reciclados da Construção Civil

SUMÁRIO
• CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

• CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUOS DE TERMELÉTRICA E AGREGADOS RECICLADOS


DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA FABRICAÇÃO DE BLOCOS INTERTRAVADOS DE PAVIMENTOS

• CAPÍTULO 3 – ANÁLISE DAS PROPRIEDADES DE BLOCOS INTERTRAVADOS DE PAVIMENTOS


COM RESÍDUOS DE TERMELÉTRICA E AGREGADOS RECICLADOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

• CAPÍTULO 4 – ESTUDO DO DIMENSIONAMENTO EMPÍRICO E MECANÍSTICO-


EMPÍRICO DE PAVIMENTOS INTERTRAVADOS DE CONCRETO

• CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES

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Cap. 4 – Considerações Iniciais
Dimensionamento de Pavimento Intertravado
Método empírico Método mecanístico-empírico
➢ Uso de ábacos, tabelas ou fluxogramas. ➢ Huurman (1996) propôs um método de dimensionamento
baseado na deformação permanente transversal e
longitudinal nas camadas de base e de assentamento do PI.

Fonte: Cook e Knapton (1996).


Fonte: Shackel (1990).
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Cap. 4 – Revisão Bibliográfica → Experiências no
Dimensionamento de Pavimento Intertravado
❖ Dimensionamento de PI ❖ Dimensionamento de PI
no cenário internacional no cenário nacional

Método Método
Método empírico Método empírico
mecanístico-empírico mecanístico-empírico
Reino Unido Austrália Estado do Rio de Janeiro Estado de São Paulo

Cook e Knapton (1996) Shackel (1990)


DNIT (2005) Hallack (1998)
Uso de parâmetros, Uso do programa
como o CBR1 do Uso de parâmetros,
Lockpave Uso do programa
subleito e o número N como o CBR do subleito
Elsym 5
e a carga de roda

Notas:
1CBR → California Bearing Ratio.
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Cap. 4 – Materiais e Método de Pesquisa → Materiais

Blocos de concreto Programa DesignPave1

Fonte: Autor (2020).

Nota:
1O programa foi desenvolvido pela Concrete Mansory

Association of Australia e University of South Australia.


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Cap. 4 – Materiais e Método de Pesquisa →
Método de Pesquisa

• Uso da metodologia empírica


Etapa 1 para dimensionar PI.

• Uso da metodologia mecanística-


Etapa 2 empírica para dimensionar PI.

• Escolha dos níveis de tráfego


Etapa 3 e dos materiais para o
dimensionamento de PIs.

• Aplicação de dados para simular a


Etapa 4 construção de PI e analisar custos.

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Cap. 4 – Etapa 1 do Método de Pesquisa
• ABCP1 ET2 27:1998
Dimensionamento
empírico de PI
• PMSP3 IP4 06:2004
ET 27:1998 da ABCP IP 06:2004 da PMSP
Valor do CBR (%) do subleito
Número N 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 5,0 6,0 8,0 10,0 15,0 20,0
Espessura da base granular (cm)
1 × 103 27 21 17
2 × 103 29 24 20 17
4 × 103 33 27 23 19 17
8 × 103 36 30 25 22 19
Valor mínimo

de 15
1 × 104 37 31 26 23 20
2 × 104 41 34 29 25 22 17
4 × 104 44 37 32 28 24 19
8 × 104 48 40 35 30 27 21 17
.
.
.

Notas:
1ABCP → Associação Brasileira de Cimento Portland; 2ET → Estudo Técnico;
3PMSP → Prefeitura Municipal de São Paulo; 4IP → Instrução de Projeto.
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Cap. 4 – Etapa 2 do Método de Pesquisa
Uso do programa DesignPave

1) Tipo de pavimento 2) Análise de tráfego 3) Dados do tráfego e do CBR do subleito

4) Tipo de seção para o PI 5) Análise de dimensionamento

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Cap. 4 – Etapa 3 do Método de Pesquisa
Escolha do tráfego e dos materiais para PI Módulo de Elasticidade (MDE)
dos blocos de concreto
Número N CBR do subleito
Determinação do módulo dinâmico (ABNT NBR 8522:2017)
N = 6 × 104 N = 6 × 105 CBR = 5 % CBR = 10 %
N = 2 × 106 N = 1 × 107 CBR = 15 % CBR = 20 %
Cinza
Camadas do PI Misturas Solo (%) Cal (%) Fonte: Autor (2020).
volante (%)
Assentamento e
material de M1 100,0 0,0 0,0
rejuntamento
Base M5 47,5 47,5 5,0 ➢ No programa
Sub-base M7 48,5 48,5 3,0 Conversão do MDE dinâmico e DesignPave, foi usado
➢ As misturas acima foram formuladas por Vasconcelos da RCS para o MDE estático o MDE estático.
(2018), que utilizou cinzas da UTP e cal hidratada calcítica. 𝟎,𝟑
Ec = 0,16 × Ed1,36 fc Fonte: CEN EN
➢ O solo foi coletado em uma jazida na Região Ec = 22 × 1992-1-1:2004.
Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Fonte: Lee et al. (2017). 10
Ec: módulo de elasticidade estático do bloco (GPa);
Ed: módulo de elasticidade dinâmico do bloco (GPa); 44/58
fc: resistência à compressão do bloco (MPa).
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Cap. 4 – Etapa 4 do Método de Pesquisa
Aplicação de dados para simular a construção de PI

➢ Foi simulada a construção de PI a ser instalado na área de estacionamento (160 m × 142 m)


da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), sendo que é uma obra real que está em andamento.
Tráfego médio → N = 6 × 105; CBR = 10%

➢Foram comparados os PIs


pelos métodos de
dimensionamento empírico
e mecanístico-empírico.

ABCP ET Programa
27:1998 DesignPave

➢ Para a análise de custos, foram utilizados dados da Secretaria


Vista superior da área de de Infraestrutura do Estado do Ceará (SEINFRA-CE).
estacionamento na UNIFOR.
Fonte: Google Maps (2020). 45/58
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Cap. 4 – Resultados e Discussões → Conversão do Módulo de Elasticidade
Dinâmico e da Resistência à Compressão em Módulo de Elasticidade Estático
MDE RCS MDE estático médio (GPa) Correlação entre os dados de MDE estático
Traços de
dinâmico média Uso do MDE
concreto Uso da RCS
médio (GPa) (MPa) dinâmico
REF-0,63 40,1 15,8 24,3 25,3
20B19-0,63 27,5 11,4 14,5 22,9
20A-0,63 29,8 21,9 16,2 27,8
20A20B19-0,63 32,3 15,8 18,1 25,3
REF-0,73 37,5 23,9 22,1 28,5
20B19-0,73 36,1 27,2 21,0 29,7
20A-0,73 28,6 20,1 15,3 27,1
20A20B19-0,73 30,7 20,7 16,9 27,3
50RCD-0,63 36,4 27,5 21,3 29,8
50RCD-0,73 37,3 22,2 22,0 27,9
➢De acordo com os dados, não há uma relação diretamente ➢ Os dados obtidos não apresentam uma correlação
proporcional entre a RCS e o MDE dinâmico. satisfatória (R² = 0,16).
➢Isso indica que a capacidade de deformação dos blocos de ➢Algo a ser feito para aumentar o coeficiente R² é o
concreto pode ser influenciada por outras variáveis, como o uso de outras equações de conversão que se
método de adensamento e o processo de cura. adequem melhor aos dados desta pesquisa.
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Cap. 4 – Resultados e Discussões → Dimensionamento de
Pavimento Intertravado
N = 6 × 104 (tráfego leve); CBRSUBLEITO = 5 %

ABCP ET Programa
27:1998 DesignPave

PMSP IP Programa
06:2004 DesignPave

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Cap. 4 – Resultados e Discussões → Dimensionamento de
Pavimento Intertravado
N = 6 × 105 (tráfego médio); CBRSUBLEITO = 10 %

ABCP ET Programa
27:1998 DesignPave

PMSP IP Programa
06:2004 DesignPave

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Cap. 4 – Resultados e Discussões → Dimensionamento de
Pavimento Intertravado
N = 2 × 106 (tráfego meio-pesado); CBRSUBLEITO = 15 %

ABCP ET Programa
27:1998 DesignPave

PMSP IP Programa
06:2004 DesignPave

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Cap. 4 – Resultados e Discussões → Dimensionamento de
Pavimento Intertravado
N = 1 × 107 (tráfego pesado); CBRSUBLEITO = 20 %

ABCP ET Programa
27:1998 DesignPave

PMSP IP Programa
06:2004 DesignPave

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Cap. 4 – Resultados e Discussões → Simulação de
Pavimento Intertravado para Análise de Custos
Método empírico → ABCP ET 27:1998 Método mecanístico-empírico → Programa DesignPave

Relação dos volumes totais de materiais presentes


nas camadas do PI na área de estacionamento

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Cap. 4 – Resultados e Discussões → Simulação de
Pavimento Intertravado para Análise de Custos
Relação das massas totais dos materiais utilizados
nas camadas do PI na área de estacionamento

➢ A quantidade de concreto necessária nos dois métodos de


dimensionamento é igual (espessura de 8 cm do revestimento),
então, o que difere é a mistura utilizada (REF-0,73 e 50RCD-0,63).

Relação das massas totais dos materiais


utilizados na produção dos blocos de concreto
➢ Calcula-se que sejam necessários cerca de 1.136.000 blocos
de concreto para o estacionamento.

➢ Apesar do traço 50RCD-0,63 requerer mais cimento (438,4 t >


396,2 t), ao analisar os agregados convencionais (areia e
brita), o traço REF-0,73 exige uma maior quantidade, o que
também implica no custo de produção dos blocos.

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Cap. 4 – Resultados e Discussões → Simulação de
Pavimento Intertravado para Análise de Custos
Serviços necessários na construção do PI

Carga, transporte Compactação


Regularização
e descarga de mecânica da camada
do subleito
materiais de sub-base

Estabilização granulométrica Pavimentação em blocos


do solo presente na camada intertravados com
de assentamento material de rejuntamento

Custos totais para a


construção do PI
➢ O uso do programa DesignPave proporcionou uma
solução de construção mais econômica e racional se
comparada com o método empírico.
➢ O uso do traço alternativo 50RCD-0,63 barateou o
preço da execução do revestimento em BIPs, devido
ao custo de aquisição do RCD ser nulo.

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Análise da Viabilidade da Produção de Blocos Intertravados de Pavimentos de Concreto
com o Uso de Resíduos de Termelétrica e de Agregados Reciclados da Construção Civil

SUMÁRIO
• CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

• CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUOS DE TERMELÉTRICA E AGREGADOS RECICLADOS


DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA FABRICAÇÃO DE BLOCOS INTERTRAVADOS DE PAVIMENTOS

• CAPÍTULO 3 – ANÁLISE DAS PROPRIEDADES DE BLOCOS INTERTRAVADOS DE PAVIMENTOS


COM RESÍDUOS DE TERMELÉTRICA E AGREGADOS RECICLADOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

• CAPÍTULO 4 – ESTUDO DO DIMENSIONAMENTO EMPÍRICO E MECANÍSTICO-


EMPÍRICO DE PAVIMENTOS INTERTRAVADOS DE CONCRETO

• CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES

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Cap. 5 – Principais Contribuições e Constatações da Pesquisa

❖ Viabilidade ambiental da fabricação de BIPs


➢ Analisando, conjuntamente, os resultados dos ensaios ambientais dos Capítulos 2 e 3, percebe-se que o
concreto enrijecido pode atuar como um encapsulante para diminuir a solubilidade dos contaminantes.

❖ Viabilidade técnica da fabricação de BIPs


➢ Ao comparar as propriedades mecânicas dos blocos, no Capítulo 3, foram constatadas aplicações
potenciais da cinza pesada (traço 20B19-0,73) e dos agregados reciclados de RCD misto (traço 50RCD-0,63).

❖ Viabilidade financeira da fabricação de BIPs


➢ No Capítulo 4, o programa DesignPave promoveu uma análise mais sofisticada do PI, em que, por meio
da avaliação de parâmetros do concreto, como o MDE, otimizam-se as espessuras das camadas granulares.

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Centro de Tecnologia do Asfalto
Principais Referências Bibliográficas

❖ ALCANTARA, M. R. G. Estudo da utilização de cinzas pesadas de termoelétricas para produção de blocos de concreto para pavimentos intertravados.
2018. 99 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Transportes) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.
❖ AMERICAN COAL ASH ASSOCIATION. Coal combustion Products Production & Use Statistics. United States, 2017. Disponível em:
<https://www.acaa-usa.org/publications/productionusereports.aspx> Acesso: em: 09 set. 2017.
❖ CRISPIM, M. Entulho volta a ser material de construção. Eco Nordeste, Fortaleza, 25 nov. 2018. Disponível em:
http://agenciaeconordeste.com.br/entulho-volta-a-ser-material-de-construcao/. Acesso em: 18 abr. 2020.
❖ CRUZ, L. O. M. Pavimento Intertravado de Concreto: Estudo dos Elementos e Métodos de Dimensionamento. 2003. 281 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003.
❖ GUERRA, A. N. L. P. Caracterização e utilização de rejeito de minério de ferro pellet feed em pavimentos de blocos intertravados de concreto. 2014.
127 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014.
❖ GUPTA, A.; TIWARI, A. Effect on mechanical properties of paver block consist crusher stone dust as fine aggregate with inclusion of steel fiber.
International Journal for Research in Applied Science & Engineering Technology, v. 4, n. 10, p. 529–535, 2016.
❖ KNIESS, C. T. Desenvolvimento e caracterização de materiais cerâmicos com adição de cinzas pesadas de carvão mineral. 2005. 279 f. Tese (Doutorado
em Ciência e Engenharia de Materiais) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.
❖ MIRANDA, L. F. R; BROCARDO, F. L. M. Relatório: Pesquisa Setorial. Associação Brasileira de Reciclagem da Construção Civil e Demolição, São Paulo,
2015.
❖ NATARAJA, M.C., DAS, L. A study on the strength properties of paver blocks made from unconventional materials. International Organization of
Scientific Research – Journal of Mechanical and Civil Engineering, v. 4, n. 10, p. 01-05, 2006.
❖ RADA, G. R.; SMITH, D. R.; MILLER, J. S.; WITCZAK, M. W. Structural Design of Interlocking Concrete Pavements in North America. In: INTERNATIONAL
CONFERENCE ON CONCRETE BLOCK PAVING, 4., 1992, Auckland, New Zealand. Proceedings... Auckland: 1992. p. 99-116.
❖ VASCONCELOS, S. D. Avaliação das cinzas de carvão mineral produzidas em usina termelétrica para construção de camadas de pavimentos. 2018. 135
f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Transportes) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. 2018.
❖ SENARATNA, A. U.; WEERASINGHE, W. P. N.; SILVA, S.; SILVA, S. Utilization of bottom ash as a construction material. In: INTERNATIONAL
CONFERENCE ON STRUCTURAL ENGINEERING AND CONSTRUCTION MANAGEMENT, 4., 2013, Kandy, Sri Lanka. Proceedings...
❖ Kandy: 2013. p. 82-93.
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Centro de Tecnologia do Asfalto
Pesquisa de Doutorado – Em Andamento

Proposição de Metodologias para Análises Mecânicas e Ambientais em Blocos Intertravados


de Pavimentos de Concreto com o Uso de Materiais Reciclados da Construção Civil
❖Pavimento Intertravado ❖Principais Investigações
Bloco Resíduo
Questão
ambiental
MATERIAL DE CAMADA DE
REJUNTAMENTO ASSENTAMENTO Revestimento Água
BLOCO DE Análise de
BASE
CONCRETO drenagem
CONFINAMENTO
SUB-BASE Pavimento Tráfego
LATERAL
REFORÇO DO SUBLEITO Esforço de
SUBLEITO modelagem
57/58
Muito
Obrigado!! Dúvidas??
Sugestões??

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