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JONAS FEITOSA DOS SANTOS

PROJETO DE FACHADA

PALMAS-TO, 2021
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JONAS FEITOSA DOS SANTOS

PROJETO DE FACHADA

Trabalho solicitado como nota parcial da


disciplina Sistemas Construtivos 2, ministrado pelo
Dr. Gilson Marafiga Pedroso.

PALMAS – TO , 2021

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1 INTRODUÇÃO
O subsistema de fachada é um tipo de acabamento adotado amplamente em
praticamente todos as edificações. Esse item assumem um papel de enorme destaque no
edifício ao contribuir para a sua proteção. Sem sombra de dúvida a principal função da
fachada é proteger a superfície que foi submetida a esse tratamento contra a ação das
intempéries e de outros malefícios. Além disso a fachada também desempenha a função
estética ou sejam essa estrutura contribui para o embelezar de qualquer edifício. É
importante salientar que essa é uma maneira bastante econômica para valorizar e por
consequência ampliar o preço do imóvel.
De maneira geral a fachada é um tratamento feito na parede por algum tipo de
revestimento. Para a NBR 13529, Sistema de Revestimento é o “Conjunto formado por
revestimento de argamassa e acabamento decorativo, compatível com a natureza da base,
condições de exposição, acabamento final e desempenho, previstos em projeto.” Sendo
assim a fachada é um item bastante importante para ser secundarizado num edifício. Esse
subsistema devem ser implantado com muito esmero e com um planejamento minucioso
para inibir a sua degradação precoce.
A implantação do subsistema de fachada num edifício demanda a elaboração de
um projeto. Esse documento possui a finalidade de subsidiar e orientar a equipe que irá
efetuar a execução dessa estrutura. É importante salientar que a elaboração do projeto é
uma incumbência do projetista, esse profissional realiza essa atividade por meio das
informações técnicas passadas pela construtora e demais colaboradores.
A elaboração de um projeto de fachada devem ser efetuada de forma simultânea
à produção de outros projetos da edificação, tais como o projeto arquitetônico, estrutural,
de vedação e entre outros. Essa determinação deve ser seguida porque a produção ao
mesmo de tempo de diferentes projetos permite a troca de ideias entre os projetistas, esse
acontecimento é importante para inibir a necessidade de retrabalhos. Além disso a
confecção simultânea dos projetos impedirá a existência de incompatibilidade entre eles.
Quando um projeto é elaborado de maneira isolada sem contato com os demais ou
pior feito após a conclusão dos outros o aparecimento de algum tipo de inadequação é
algo que o mais inexperiente projetista pode vaticinar sem nenhum medo de se equivocar.
O desdobramento mais previsível desse fato é o encarecimento da obra, isso ocorre devido
a necessidade de reparar eventuais inadequações.
O projeto é um item indispensável para que a fachada seja implantada de forma
exitosa. Apesar disso é bastante comum que o projeto sejam secundarizado ou até
ignorado tanto por parte dos empreendedores e construtores, como por parte dos
projetistas. Essa atitude irresponsável costuma ter um preço incalculável, um projeto ruim
ou pior a sua falta inibirá o êxito da operação de instalação desse subsistema. É sabido
que o projeto possui a função de orientar a equipe de execução de como proceder essa
importante atividade, mas não é difícil inferir que sem um bom projeto os colaboradores
estarão sujeito ao erro e dificilmente conseguirão desempenhar as suas incumbências de
maneira produtiva.

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Não é incomum o desenvolvimento dos projetos de arquitetura, estrutura,
alvenaria e esquadrias sem efetuar a definição do tipo de fachada que será implementada
na edificação. Além disso outro equívoco cometido no planejamento da fachada é a
aquisição dos insumos de acordo com a verba disponível, é importante salientar que nem
sempre é necessário incorrer em alto custo para realizar uma fachada, mas essa estrutura
deve ser feita com matérias que atenda as suas necessidades estruturais. O emprego de
material de menor qualidade pode interferir no período de vida dessa estrutura ou sejam
a sua durabilidade e estabilidade estará seriamente comprometida.
Nem sempre a escolha da fachada é uma decisão baseada em critérios técnicos,
geralmente essa decisão é efetuada levando em consideração apenas aspectos estéticos e
econômicos. A seleção do material que será utilizado para efetuar a fachada é realizada
com intuito de promover o embelezamento do edifício. Além desse fator essa escolha
geralmente é consubstanciada levando em consideração a qualidade do material da
camada mais externa e algumas de suas características, facilidade de composição
arquitetônica, custo e disponibilidade de aquisição no mercado.
Mas esse processo de escolha condicionado a esses fatores é limitado porque tende
a desconsiderar se o material adquirido terá seu melhor desempenho. De maneira sucinta
o desempenho está relacionado a capacidade do material empregado possui de efetuar as
suas incumbências, principalmente aquelas relacionadas a proteção da superfície contra a
ação deletéria das intempéries e outros fatores que acarretam a degradação desse
importante subsistema.
2. REVESTIMENTO DE FACHADA
A fachada é um subsistema do edifício constituído por elementos que
compartimentam e definem os ambientes internos dos externos, controlando a ação de
agentes indesejáveis, sendo, portanto o invólucro do edifício. Dessa forma, as esquadrias
e o revestimento são partes da vedação de fachada. Porém, do ponto de vista construtivo,
os revestimentos são, em alguns casos, considerados separadamente, em função da
sequência de execução dessas atividades no conjunto dos serviços (SABBATINI et al.
1998).

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Figura 01 – fachada de um edifício

Fonte: Lopes, 2014

De acordo com (SABBATINI 2003), as fachadas são construídas para atender as


seguintes funções:
Proteção da edificação: a função do revestimento de fachada de proteger os elementos de
vedação e da estrutura contra a deterioração está associada a durabilidade dos elementos
estruturais e das vedações, evitando assim a ação de agentes agressivos sobre este.
Auxiliar as funções de vedação: ou seja, ajudar as vedações nas funções de estanqueidade
ao ar e a água, proteção térmica e acústica e funções de segurança contra ação do fogo,
intrusões e estrutural da própria vedação.
Regularizar a superfície: regularização dos elementos de vedação, servindo de base
regular e adequada ao recebimento de outros revestimentos ou constituir-se no
acabamento final;
Proporcionar o acabamento final: definindo as características estéticas da vedação da
edificação, o padrão e o valor econômico da mesma.
Principais tipos de fachada
2.1 Cerâmica
Para que o revestimento cerâmico de fachadas de edifícios seja seguro, é essencial ter um projeto de
assentamento desenvolvido por consultores especializados. Nele serão considerados as condições
climáticas, o tipo de cerâmica mais apropriada e as interfaces com vigas, caixilhos, varandas e outros
revestimentos, de acordo com o trabalho de cada material. Também serão detalhadas as juntas
estruturais (de movimentação), que são obrigatórias e devem ficar aparentes. (Costa, 2013, p.10 )

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Figura 01 – Revestimento Cerâmico

Fonte: Liga blog, 2018

A execução desse revestimento de fachada é iniciada com aplicação de uma


camada de chapisco, essa camada possui a finalidade de homogeneizar a superfície que
será submetida a esse tratamento. Ao concluir a aplicação da camada de chapisco a
execução desse revestimento é prosseguida com a aplicação de uma camada de emboço.
É importante salientar é necessário efetuar a colocação de telas de aço galvanizado ou
fibra de vidro ou qualquer outro produto similar entre as junções da alvenaria com as
estruturas de concreto. A colocação desses produtos é efetuada principalmente para inibir
o aparecimento de fissuras.
Figura 01- Tela de reforço

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Fonte: Revista Equipe de Obra,2003
A aplicação do emboço só deve ser iniciada após 24 horas do término da
implantação da camada de chapisco. Tanto a camada de chapisco como a de emboço
possui a argamassa como a principal material utilizado, sendo assim essas operações
podem ser efetuada com a aquisição de argamassa pré-fabricada ou preparada no próprio
canteiro de obras.
O emboço é uma camada que devem apresentar uma espessura igual ou inferir a
25 mm. Nem sempre o emboço é feito com a espessura máxima de 25 mm, as vezes esse
valor necessita ser excedido devido aos esforços solicitantes que essa estrutura estará
submetida, quando isso ocorre a aplicação do emboço deve ser efetuada em duas ou mais
camadas com espessura de 10 a 15 mm. A aplicação de sucessivas camadas de emboco
devem ser feita com período mínimo de 7 dias de cura.
A aplicação da cerâmica é efetuada com a argamassa colante, essa substância
possui a finalidade de realizar a fixação da peça cerâmica ao substrato. Devido a isso a
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argamassa colante ser preparada num recipiente limpo com água, a quantidade de água
adicionada no recipiente deve levar em consideração as condições climáticas do local
aonde a fachada será implantada.
Figura 03 - argamassa colante/ cerâmica

Fonte: http://www.iau.usp.br/pesquisa/grupos
A argamassa colante deve ser preparada com bastante cuidado obedecendo as
especificações técnicas contidas no projeto. Após o preparo essa substância devem
permanecer um período em repouso, esse intervalo de descanso possui a duração entre
cinco a dez minutos. Após esse descanso a argamassa colante deve ser mexida, é
importante salientar que durante esse meximento não pode incrementado nenhuma porção
de mais pó ou líquido no recipiente. Durante a utilização desse produto é fundamental
mexe-la ocasionalmente para manter a mistura trabalhável.
A fixação da peça cerâmica ao substrato depende da argamassa colante, sendo
assim a qualidade desse produto será um item indispensável para o sucesso dessa
operação. Diante disso não poderá ser utilizado em hipótese alguma qualquer argamassa
fora do prazo de validade.

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A aplicação do revestimento cerâmico demanda o umedecimento da superfície
aonde esse tipo de fachada será implantada. A aplicação da cerâmica deve ser uma
operação efetuada no menor tempo possível, mas é importante salientar que esse prazo
de aplicação não deve ser muito estreito. O tempo para aplicar a cerâmica devem ser algo
razoável ou sejam sem comprometer a qualidade do serviço. Para aplicar esse
revestimento de maneira ágil é fundamental que ocorra a delimitação da área de trabalho.
A aplicação do revestimento cerâmico é feito por meio do posicionamento de cada
peça no substrato. Ao efetuar essa parte da aplicação é necessário pressionar a cerâmica
na parede para que possam aderir a superfície. Para garantir essa aderência é fundamental
pressionar a cerâmica com as próprias mãos e principalmente com o auxílio de martelo
de borracha, tanto o martelo como também a mão ajuda a fixar o revestimento na parede.
As peças cerâmicas necessitam de um distanciamento entre si, esse objetivo é
alcançado mediante o emprego de espaçadores. Durante a aplicação da cerâmicas é
importante observar as juntas de assentamento e o posicionamento das eventuais juntas
de dilatação do revestimento.
Figura 04 – Aplicação da cerâmica e do rejunte

Fonte: http://www.revistatechne.com.br

Após a conclusão da aplicação da peças cerâmicas é necessário efetuar a limpeza


da superfície das peças aplicadas e também de todas as juntas. É importante salientar que
essa operação deve ser efetuada enquanto a argamassa colante ainda não estiver
endurecida. A finalização da aplicação do revestimento cerâmico é prosseguida com a
retirada dos espaçadores e a posterior aplicação do rejuntamento, esse produto deve ser

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empregado 24 horas após o assentamento da cerâmica. A finalidade do rejunte é
preencher o espaço entre as peças de cerâmica.
2.2 Revestimento argamassado
De acordo com Costa ( 2013, p.8) o revestimento argamassado é um “ sistema
pode ser definido como um revestimento multicamadas capaz de recobrir a superfície de
concreto ou alvenaria, ao mesmo tempo em que cria um substrato adequado para receber
o acabamento final (pintura, cerâmica, pastilha etc.).”
A aplicação do revestimento argamassado demanda que a superfície que receberá
esse tratamento esteja desprovida de irregularidades ou sejam plana. Ao certificar e
contatar a planeza da superfície é necessário aplicar uma camada de chapisco, essa
operação costuma ser efetuada com a utilização de cimento e areia grossa. O traço da
argamassa utilizada para confeccionar o chapisco costuma ser preparado na proporção
1:3 ou 1:4.
Figura 02 – Chapisco mais usuais

Fonte: Revista Equipe de Obra,2004


É importante salientar que a camada de chapisco requer o umedecimento da
superfície para que possa ser aplicada. O intuito do chapisco é ampliar a capacidade de
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aderência do substrato, esse intento é facilmente alcançado porque a argamassa utilizada
para efetuar a camada de chapisco costuma ter propriedades impermeabilizantes. O
incremento .da aderência da superfície é um item indispensável para que a penetração e
a fixação do revestimento argamassado ocorra. Caso a aderência seja a fraca o
revestimento estará sujeito ao aparecimento de patologias.
Com o chapisco implantado a execução do revestimento argamassado é
prosseguida com a aplicação de uma camada de emboço, essa camada é aplicado visando
promover a regularização da superfície. A argamassa utilizada para instalar essa camada
possui traço variado. O principal fator que deve ser considerado na determinação do traço
da argamassa é o tipo de acabamento que essa superfície receberá. A espessura dessa
camada estar no intervalo de 1 a 2,5 cm.
Após a implantação do emboço ocorre a instalação de taliscas, esse componente
costuma ser um parâmetro para a implementação do acabamento. Quando as taliscas
estiverem instaladas é necessário efetuar o preenchimento do espaço entre as taliscas.
Esse preenchimento devem ser feito com a mesma argamassa utilizada para fazer o
emboço e sua aplicação devem ocorrer de forma vertical.
Figura 06 – Taliscamento

Fonte: Procedimento Executivo Empresa "A"

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A execução do revestimento argamassado demanda a instalação das mestras, é
importante salientar que que componente devem ser instalado somente quando a massa
estiver firme. Após a implantação e a consolidação das mestras têm-se o início do
preenchimento dos vãos entre esses componentes. Essa operação devem ser efetuada com
cuidado porque o preenchimento é feito por intermédio de porções chapadas.
Figura 04 – sarrafeamento

Fonte: http://casasedecoracoes.blogspot.com.br

O preenchimento dos vãos devem ocorrer de modo que haja um excesso em


relação ao plano das mestras. Além dessa importante observação é necessário enfatizar
que o comprimento das chapadas devem ser longo com colher de pedreiro no primeiro
espalhamento.
Após o término do preenchimento dos vãos entre as mestras é necessário aguardar
que a argamassa estejam um pouco endurecida para iniciar o sarrafeamento. Essa
operação consiste na retirada do excesso de material chapeado com a utilização de uma
régua. Esse equipamento devem ser manuseado de baixo para cima para que o
sarrafeamento sejam uma atividade bem sucedida.
Com a conclusão do sarrafeamento é necessário efetuar o desempeno. Essa
operação é executada por meio do pressionamento superfície chapeada com o auxílio do
dedo. Esse ato possui a finalidade de apurar o ponto necessário para iniciar o desempeno.
O desempeno da superfície é realizado geralmente com desempenadeira de mão
adequada para cada caso.
Após a finalização do emboço o prosseguimento da implantação do revestimento
argamassado ocorre com a execução do reboco. Essa camada possui a finalidade de deixar
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a superfície apropriada para o recebimento da pintura. O reboco costuma ter jma
espessura mínima de 2 mm.
O reboco é aplicado diretamente em cima do emboço com uma desempandeira
de mão comprimindo-se a massa contra a parede, arrastando de baixo para cima, dando o
acabamento (alisamento) com movimentos circulares, trocando-se de desempenadeira
dependendo do acabamento desejado. Uma vez terminada essa etapa, a fachada está
pronta para receber a pintura.
Figura 10 – etapas da execução do revestimento argamassado

Fonte: Escola Engenharia, 2016

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3. PROJETO DE FACHADA
De acordo com Beasley (2012), as patologias de fachada têm causas diversas,
sendo que aquelas que progridem ao longo do tempo comprometendo o desempenho da
fachada, normalmente, foram originadas em projeto. O autor destaca que isso pode
ocorrer pela ausência de uma comunicação eficiente com a obra (BEASLEY, 2012).
Ainda, ao analisar uma série de casos de falhas de engenharia, Williams Jr. e Johnson
(2015) concluem que frequentemente as falhas são decorrentes de uma gestão inadequada
do projeto e não de desafios técnicos.
Figura 06 – Projeto de fachada

Fonte: habitissimo, 2012


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3.1 Funções do projeto visando melhorar desempenho
Figura 07 – Projetista elaborando o projeto

Fonte: Paradigma da arquitetura, 2018


A implementação de um sistema de fachada de qualidade é o principal intuito de
um projeto. Sendo assim o projeto de fachada deve ser concebido como um manual com
orientações relacionados ao processo de execução, manutenção e controle dessa estrutura.
Uma fachada bem executada terá um período de vida mais longo e sem necessidade de
efetuar manutenções periódicas. Para alcançar esse intento o projeto deve abordar as
seguintes especificações:
- condicionantes para o projeto;

- especificação dos materiais;

- diretrizes de seleção do sistema;


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-diretrizes para controle de produção; e

- diretrizes de inspeção e manutenção.

O projeto de revestimento é um documento que serve como uma guia para efetuar
a instalação desse subsistema do edifício. Sendo assim a sua elaboração deve ser efetuada
em etapas, isso é importante porque fase da instalação de um revestimento possui suas
particularidades. Para Gripp ( 2008, p.56) a sequência de desenvolvimento do projeto de
revestimento pode ser:
projeto inicial – finalizado antes do início da execução da alvenaria: o projetista apresenta em linhas
gerais o partido do projeto, bem como as especificações básicas de desempenho dos materiais;

verificação de parâmetros – iniciada após o início da alvenaria: deverão ser testados e ensaiados os
parâmetros definidos no projeto inicial nas condições de obra (painéis), para definição dos produtos
e sistemas com as suas respectivas marcas a serem utilizados. Deve se atentar que esta é a etapa mais
demorada do processo, demandando no mínimo 60 a 90 dias para a sua conclusão;

verificação de desvios geométricos da estrutura, definição da mão-de-obra e equipamentos –


executada logo após a conclusão da estrutura; e

projeto final – concluído antes do início dos trabalhos de revestimento de fachada.

3.1 Condicionantes para o projeto


A elaboração de um projeto de fachada é uma operação que devem ser efetuada
considerando as limitações que o ambiente aonde será implantada essa estrutura. Além
disso das características físicas o projeto também está sujeito a outros condicionantes,
entre os principais destaca-se as condições ambientais, arquitetônicas, estruturais, prazos
para a execução dessa obra e entre outros impedimentos que impõe condicionamentos
que devem ser resolvidos pelo projetista que elabora o projeto.
É importante salientar que nem sempre o projetista levam em consideração esses
condicionantes durante a elaboração do projeto. Essa atitude temerária e sem nenhum
respaldo racional possui a capacidade de comprometer toda a estrutura executada ao
desconsiderar fatores que comprometa a estabilidade da fachada. Sendo assim o
recolhimento desses dados é uma etapa é indispensável para a confecção de um projeto
de qualidade. O acesso aos dados relacionados ao edifício é um fator indispensável para
confecção de um projeto de qualidade. De acordo com Gripp ( 2008, p. 54) os principais
fatores que permite a elaboração de um bom projeto são:
condições ambientais: são necessárias informações sobre condições de insolação, regime de chuvas,
umidade relativa do ar, temperatura, ventos predominantes, poluentes na atmosfera e outros. Essas
variáveis são importantes para a formulação das argamassas (retenção de água, permeabilidade),
condições e períodos de aplicação, textura da camada decorativa, juntas, etc.;

arquitetura: projeto arquitetônico, cores, detalhes de frisos e elementos decorativos. Estas variáveis
são importantes para paginação da fachada, elaboração dos reforços e juntas, definição dos pré-
moldados, etc.;

c)estrutura: geometria, rigidez e deformações previstas. Estas variáveis são importantes para
definição de juntas, detalhes construtivos das ligações das alvenarias com pilares, vigas ou lajes,
preparação da base, definição da ponte de aderência (chapisco), entre outros. Estes detalhes
condicionam a viabilidade do uso de revestimento de argamassa;

instalações: interferência nas fachadas, como rasgos e aberturas. Estas variáveis são importantes para
a definição dos enchimentos e reforços;

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vedação: detalhes deste projeto, materiais utilizados e suas interferências nos revestimentos de
fachada. Variáveis importantes para a definição de juntas e reforços no revestimento de fachada, bem
como da definição da ponte de aderência (chapisco) e preparação da base;

processos construtivos: estrutura (sistema de forma, velocidade de desforma, resistência do concreto,


tipologia pretensão), alvenaria (tipo e dimensão dos componentes de vedação), equipamentos
(“andaime fachadeiro”, balancim, elétrico ou não) e mão-de-obra (nível de qualificação) previstos
inicial e preferencialmente serão empregados. Estas variáveis são importantes para definições
geométricas do projeto, especificação dos materiais da fachada e definição do processo de aplicação
da argamassa; e

prazos: o cronograma das atividades é importante para a elaboração do planejamento e para a


definição de toda a logística de produção.

3.2 Detalhamento construtivo


A função primordial de qualquer projeto é detalhar de maneira satisfatória o
processo produtivo adotado para efetuar a execução da estrutura. Num projeto de fachada
esse detalhamento construtivo costuma ser realizado por meio de desenhos. Esses
desenhos possui a finalidade de efetuar a transmissão das ideias desenvolvidas pelo
projetista. Além de servir como um meio de comunicação os desenhos são importante
porque auxilia a equipe que irá executar a colocar a prática as soluções propostas pelo
projetista e ratificada pela construtora e pelo cliente. De acordo com Gripp ( 2008, p.56
) o detalhamento construtivo deve conter:
- projeção das fachadas (arquitetura) sobre a estrutura de concreto;

- elevação das fachadas, posicionando os frisos, “bunhas” e/ou as juntas de movimentação;

- dimensões dos frisos, bunhas e seus respectivos moldes para executá-los;

- posicionamento e identificação das molduras e outros elementos decorativos, definidos no projeto


arquitetônico;

- fixação dos elementos decorativos (pré-moldados), que deverá ser compatibilizada e aprovada pelo
projetista, fazendo parte do projeto;

- indicação das regiões que deverão ser reforçadas com telas ou outro material (planta e elevação); e

- posicionamento dos “balancins fachadeiros” e dos demais equipamentos de transporte e mistura.

3.3 Especificação dos materiais e equipamentos


O projeto de fachada é um manual que fornece a receita para confeccionar essa
importante estrutura da edificação. Um item indispensável para êxito dessa operação são
os materiais e equipamentos empregados durante a execução da fachada. Sendo assim é
importante que os equipamentos e materiais sejam escolhidos de modo que possa atender
de maneira satisfatória o processo produtivo adotado e também deve satisfazer as
especificações que a obra solicita.
Esses itens requer que sejam indicado e detalhado no projeto de fachada, essa
indicação devem ser efetuada de maneira clara e objetiva ou sejam não pode dar margem
para interpretações dúbias. A indicação correta de como utilizar determinado
equipamento e material é importante para inibir a ocorrência de improvisos, esse
fenômeno ocorre com frequência durante a execução da fachada porque não é costume
da indústria de construção civil utilizar projeto para implantar essa estrutura. A
improvisação na utilização de qualquer material ou equipamento é perigoso porque essa
prática pode comprometer a qualidade do serviço executado.

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Um serviço mal executado é prejudicial porque diminui a durabilidade da
estrutura ou sejam a fachada necessitará de reparos e manutenções com maior frequência.
Além disso a indicação inadequada de como utilizar os equipamentos e materiais no
projeto é um malefício incontornável, sem essa importante especificação a equipe
incumbida de efetuar a execução ficará desprovida de informações relacionado a melhor
maneira de utilizar esses itens. Dessa forma a equipe cometerá mais equívocos; esses
erros poderão danificar os equipamentos e materiais e a construtora terá de substituí-las
por novos exemplares. Essa substituição ocasionada pela uso irregular aumentará o custo
de produção, sendo assim a especificação dos materiais e equipamentos é um
indispensável para a implantação de um serviço de qualidade. Gripp ( 2008, p.57)
recomenda que o projeto especifique os seguintes itens:
- os equipamentos para o preparo e limpeza das bases que proporcionem ao chapisco/argamassa
micro ancoragem e macroancoragem;

- os chapiscos industrializados: desempenhos mínimos de aplicação mecânicos e físicos esperados;

- os chapiscos produzidos em obra: os materiais constituintes, a composição das misturas e os


desempenhos de aplicação mecânicos e físicos esperados;

- as argamassas produzidas na obra: os materiais constituintes, composição das misturas e os


desempenhos mínimos de aplicação mecânicos e físicos esperados;

- as argamassas de emboço industrializadas: desempenhos mínimos de aplicação mecânicos e físicos


esperados;

- as argamassas utilizadas no emboço e no acabamento final;

-as telas de reforço: telas plásticas, telas metálicas galvanizadas (eletrossoldadas, viveiros e pinteiros)
e telas de fibra de vidro (álcalis resistente) devem ser dimensionadas e posicionadas em projeto; e

- os acabamentos: podem ser em forma de pintura, argamassas cimentícias ou poliméricas (textura)


e revestimento cerâmico. Devem ser abordados em projeto considerando o dimensionamento de
elementos como juntas e frisos.

3.4 Diretrizes para seleção das argamassas


A escolha da argamassa é uma decisão que deve ser baseada em critérios técnicos
ou sejam o preço jamais deve ser a única variável analisada no momento de efetuar uma
aquisição. Após a compra é necessário fazer um estudo detalhado de todos os fatores
que intervirão na qualidade e produtividade dos serviços. Para Gripp ( 2008, p.59) esse
levantamento deve abranger os seguintes itens:
armazenamento de insumos e local de produção;

interferências no layout e no fluxo de materiais;

equipes de canteiro;

controle de qualidade no recebimento dos materiais;

controle da produção de argamassa; e

equipamentos de mistura e forma de aplicação.

Toda argamassa adquirida executar a fachada devem ser submetida a ensaios e


testes para averiguar a qualidade desse produto. É importante salientar que não devem ser
empregada uma argamassa que rejeitada durante uma testagem. A rejeição ou aceitação

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desse produto deve ser efetuada por meio de rigorosos critérios técnicos. Entre os
inúmeros ensaios e testes que a argamassa devem ser submetida se destaca os seguintes:
- Resistência à compressão e à tração na flexão (NBR 13280);
- Retenção de água (NBR 13277);
- Módulo de elasticidade13 ;
- Resistência de aderência à tração (NBR 13528 e 13749); e
- Resistência de aderência à tração superficial
3.5 Diretrizes para execução
A execução de uma fachada é uma operação que requer um projeto para que a
implantação sejam bem sucedida e ocorra sem nenhum percalço. O projeto devem
especificar todas as etapas da implantação da fachada, mas deve dá ênfase para a
execução. Essa atividade só pode ser efetuada por meio de do procedimento de execução
que nada mais é do que a parte do projeto que detalha os métodos construtivos e as
técnicas para instalar esse subsistema do edifício.
Além de detalhar a execução o procedimento de execução também deve relatar de
maneira minuciosa e com linguagem de fácil entendimento todas as etapas que compõem
o processo executivo. Em outras palavras o procedimento de execução é um manual que
possui o intento de orientar a equipe incumbida de colocar em prática todas os ideais
pensados pelo projetista.
3.6 Diretrizes para controle e inspeção
O procedimento de controle deve conter período, inspeção, amostragem,
procedimento de ensaio e eventuais disposições.
3.7 Diretrizes para inspeção periódica e manutenção
A fachada é uma estrutura que requer uma inspeção periódica, esse procedimento
possui o intuito de observar o aparecimento de patologias. Diante disso é recomendado
que o projeto de fachada reserve uma parte para explicar aos usuários da obra como
utilizar esse bem de maneira correta. As vezes o usuário seguem todas as recomendações
de uso, mas mesmo assim alguma patologia se manifesta, essa situação pode ser
melhorada ou no mínimo atenuado por uma manutenção.
Além de fornecer dicas de como usar a fachada o projeto também deve detalhar a
melhor maneira possível de fazer a manutenção da estrutura. Tanto a utilização consciente
e a manutenção devem ser descrita de forma clara e com bastante objetividade para que
o usuário possa aproveitar a fachada da melhor maneira possível.
As recomendações técnicas sobre a manutenção da fachada possui a finalidade de
ampliar a vida útil desse importante subsistema do edifício. Isso é importante porque uma
fachada bem cuidada e submetida a uma manutenção periódica diminui a necessidade de
efetuar reparos e até reconstrução em casos que essa estrutura esteja degradada. De

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acordo com Gripp ( 2008, p.61 ) o projeto deve disponibilizar de maneira didática os
seguintes tópicos:
- inspeção rotineira das fachadas;

- conservação e limpeza;

- restaurações das condições originais; e

- validades e garantias.

3..8 Conteúdo do projeto de revestimento


A seguir será descrito o conteúdo básico de um projeto de revestimento de fachada.
3.8.1 Relação dos projetos consultados e analisados
A elaboração de um projeto de fachada de qualidade deve ser efetuada por meio
consulta aos projetos de outros subsistemas do edifício. Essa prática é importante para
inibir uma eventual incompatibilidade entre o sistema de revestimentos externos e outras
partes da edificação. O resultado dessa atitude nobre é bastante benéfico porque diminui
a possibilidade de aparecimento e desenvolvimento de patologias.
3.8.2 Detalhamento construtivo
O projeto possui a incumbência de relatar de maneira minuciosa o posicionamento
e a definição de detalhes construtivos como: frisos e juntas; elementos decorativos;
pingadeiras; soleiras; guarda-corpos; e peitoris.
3.8.3 Memorial de especificação dos materiais
O memorial de especificação dos materiais é parte do projeto que possui a
incumbência de efetuar a caracterização de modo criterioso de todos os materiais e
componentes empregados na implantação de uma fachada. Esse documento devem
detalhar e fornecer todas as informações relevantes relacionados a um determinado
insumo, essa caracterização é uma ferramenta indispensável para inibir a ocorrência de
erros de execução que podem comprometer a estabilidade da fachada. Além disso esse
documento é importante porque o detalhamento das características dos materiais inibe
que haja a aplicação de qualquer produto que não satisfaça as necessidades requeridas
pela superfície aonde será implantada a fachada. De acordo com Gripp ( 2013, p.62 ) o
memorial de especificação dos materiais devem especificar as seguintes informações:
- as propriedades das argamassas de chapisco, emboço e de acabamento;

- as especificações dos materiais das juntas de movimentação; e

- as especificações das telas, ou de outro material, indicando as dimensões dos reforços.

3.8.4 Memorial executivo


O projeto de fachada é um documento formado por várias partes. Sem sombra de
dúvidas a parte mais importante do projeto é o memorial executivo que possui a
incumbência de descrever em profundidade e de maneira detalhada tudo que será
executado na fachada do edifício. O memorial executivo integra o projeto e fornece i
informações detalhadas que ajudam a colocar tudo que o projetista idealizou. De modo

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simplificado é correto afirmar que essa parte do projeto é manual feito para que a equipe
incumbida da execução da fachada consulte durante a realização dessa atividade.
O memorial executivo é uma ferramenta importante porque efetua a padronização
das inúmeras fases da execução do revestimento de fachada. Esse documento costuma
disponibilizar informações relacionadas desde a escolha dos fornecedores de insumos até
a entrega desse material, ou seja essa parte do projeto costuma descrever o procedimento
de execução da fachada nos mínimos detalhes, aonde praticamente nada é ignorado. Para
Gripp ( 2008, p.62 ) o memorial descritivo deve conter as seguintes especificações:
- instruções e dimensões mínimas para execução dos painéis protótipos, das amostras para seleção
das argamassas;

- descrição das inspeções e dos ensaios laboratoriais a serem executados nas argamassas aplicadas
nos painéis protótipos e descrição de controle durante a execução do revestimento;

- instruções para a rastreabilidade dos lotes de aplicação das argamassas nas fachadas;

- controle no recebimento dos materiais;

- critérios para a definição de lotes de materiais recebidos e aplicados;

- preparo e aplicação das argamassas;

- definição de rotinas de inspeções dos lotes das fachadas;

- definição de um controle de qualidade para o recebimento dos serviços;

- posicionamento e dimensionamento dos balancins e andaimes fachadeiros;

- definição das etapas de execução e seus intervalos;

critérios de mapeamento e taliscamento; e

procedimento de execução, aplicação, controle e aceitação:

I. limpeza e preparo da base; II. chapisco;

colocação de reforços;

argamassa de emboço;

frisos, juntas, calafetação e fixação de elementos pré-moldados; e

revestimento final (camada decorativa, revestimento cerâmico, etc.).

3.8.5 Definição de controle


O projeto é um guia que fornece a receita de como implantar uma determinada
estrutura, nesse caso específico se refere a fachadas. Além de funcionar como um manual
de preparo esse importante documento deve conter o procedimento de controle. Essa parte
do projeto se refere normalmente a um conjunto de experimentos e orientações que visar
promover a aceitação de procedimentos de execução e materiais. Além disso o
procedimento de controle é um item indispensável para que a execução da fachada
aconteça sem nenhum percalço.
Durante a instalação de qualquer subsistema do edifício é comum que a falta de
avaliação de alguns processos produtivos e insumos não seja efetuado. Isso ocorre
principalmente com a finalidade de promover uma redução dos custos de produção. Mas
é importante salientar que essa atitude pode ser contraproducente ou sejam em vez de
diminuir o custo de produção essa decisão temerária tende a ampliar esse gasto ao
aumentar a necessidade de reparos e em casos mais graves pode comprometer toda a
21
fachada ou sejam essa estrutura necessitará ser construída novamente. Para evitar esse
transtorno é importante que o projeto de fachada contenha o procedimento de controle,
essa parte do projeto é formada pelo período, inspeção, amostragem, procedimento de
ensaio e eventuais disposições. Além disso Gripp( 2008, p.63.) recomenda que o
procedimento contenha as seguintes ensaios e determinações:
- recebimento dos materiais;

- aceitação da base;

- preparo e aplicação das argamassas – chapisco;

- aceitação do chapisco;

- preparo e aceitação das argamassas – emboço;

- colocação das telas;

- aceitação do emboço e de detalhes construtivos;

- recebimento dos pré-moldados;

- fixação dos pré-moldados; e

- aplicação e aceitação do revestimento final.

3.8.6 Definição de rotina de manutenção e inspeção


Dados para elaboração do manual de manutenção.
3.9 Principais atribuições de responsabilidade na fase de projeto
O processo construtivo da fachada de um edifício é uma operação que aparenta
ser algo simples, mas essa impressão não resiste a uma análise mais acurada. A construção
da fachada envolve inúmeros atores e cada um desses possui uma incumbência nessa
importante tarefa.
A construção de uma fachada requer um projeto, este deve ser elaborado por um
projetista. O processo de produção do projeto demanda uma conferência de todos os
dados técnicos que irá subsidiar o projetista nessa atividade. Esse banco de dados é um
item indispensável para confeccionar um projeto de qualidade ou sejam que atenda às
exigências e o gosto do cliente. De acordo com Gripp ( 2008, p.64 ) as principais
atribuições do projetista são:
solicitar todas as informações técnicas necessárias (à administração da obra e aos fornecedores de
insumos) para execução de um projeto que atenda às expectativas do cliente;

fazer o projeto dentro das diretrizes fixadas pela construtora e pelos demais projetistas (estrutura,
vedação, etc.); e

definir através de indicação clara os intervalos aceitáveis para os parâmetros especificados no


projeto.

O projetista é o profissional incumbido de efetuar a elaboração do projeto da


fachada, normalmente quem designa essa importante atribuição a esse profissional é a
construtora ou a empresa que promove a administração da obra. Isso ocorre porque
dificilmente o cliente opta por efetuar a escolha do projetista antes de contratar a
construtora, geralmente a construtora mostra alguns exemplos de fachada para o cliente
e esse faz a sua decisão de acordo com suas preferências e gostos.

22
Quando essa decisão subjetiva é tomada pelo o cliente, o roteiro costuma ser esse;
a construtora repassa ao projetista os desejos do cliente e esse profissional deve
confeccionar o projeto de fachada levando esse gosto em consideração. Essa informação
é fundamental para elaborar um bom projeto, no entanto é insuficiente, a elaboração do
projeto demanda que a construtora forneça todas as informações técnicas importantes que
possa consubstanciar o projeto. De acordo com Gripp ( 2008, p.65 ) durante a fase do
projeto é incumbência da construtora:
- fornecer ao projetista todas as informações técnicas relevantes sobre os procedimentos e controles
normalmente utilizados pela construtora, bem como todos os projetos (estrutura, arquitetura,
vedações, etc.) necessários;

- definir o sistema de produção: produção no canteiro ou argamassa industrializada, fornecimentos


em silos ou em sacos, central de produção ou argamassadeiras nos andares; e

- efetuar análise crítica do projeto, discutir e apontar necessidade de modificações ou adequações em


função, entre outras coisas, do sistema de produção.

O processo construtivo da fachada exigem que se estabeleça um contato de


qualidade com os fornecedores. Essa relação é importante para que a execução da fachada
transcorra sem nenhum percalço. Como qualquer produto a fachada demanda insumos de
qualidade para ser uma operação exitosa e cabe a construtora adquiri-los e emprega-los
da maneira mais eficiente possível. Sem sobra de dúvidas a atribuição do fornecedor de
insumos no processo construtivo da fachada é fornecer produtos que comprar os
requisitos técnicos e esteja em sintonia com a tecnologia empregada. De acordo com
Gripp ( 2008, p.65 ) é atribuição do fabricante de argamassa e/ou aos fornecedores de
insumos:
- fornecer as informações técnicas sobre o desempenho e características tecnológicas de seus
produtos.

O fornecimento insumos de qualidade inferior pode comprometer a fachada ou


sejam essa estrutura não terá capacidade de resistir aos esforços em que estará sujeito.
Além da hipossuficiência estrutural o uso de material de baixa qualidade provoca a
incapacidade dessa estrutura de desempenhar suas atribuições com o mínimo de
qualidade. Ao não conseguir desempenhar suas funções básicas a fachada perderá o seu
de existência ou sejam essa estrutura será disfuncional.
O processo construtivo da fachada engloba também a enorme mão de obra que
incumbência de efetuar as diversas atividades que envolve a construção de um
revestimento externo. Para que implantação dessa estrutura sejam uma operação bem
sucedida não basta somente um bom projeto, uma construtora empenhada em suas
atribuições e materiais de excelente qualidade; é necessário ainda que não de obra sejam
qualificada. A mão de obra exerce uma importante função na construção de uma fachada
ao absorver as determinações dos demais elos do processo, principalmente o projetista e
a construtora. Muita gente imagina que a mão de obra é o elo frágil no processo produtivo
da fachada, mas essa percepção não procede. A mão de obra desempenha de forma altiva
e sem submissão as suas incumbências, isso pode ser constatado ao perceber que cabe a
mão de obra comunicar os demais elos os imprevistos e as informações que ainda não
foram captadas. De acordo com Gripp( 2008, p.65 ) compete à mão-de-obra:
- por intermédio da equipe técnica da obra fornecer informações ao projetista que contribuam com
a construtibilidade e produtividade da obra.

23
Diante do relatado acima é possível inferir que o êxito da implantação da fachada
depende da combinação de inúmeros fatores. Esse objetivo pode ser alcançado mais
facilmente por meio da colaboração e contato de todos os elos do processo produtivo da
fachada. Tanto o projetista necessita das informações técnicas para desenvolver o seu
trabalho como também a mão de obra requer as orientações do projeto para poder executar
essa estrutura. Essa interpendência requer um trabalho em equipe, se essa determinação
é seguida é praticamente impossível não colher louros com a instalação desse subsistema.

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4 CONCLUSÃO
A ocorrência de patologias é um fenômeno bastante comum em fachadas de
edifícios. A manifestação desse fenômeno apresenta inúmeras causas, mas sem sombra
de dúvidas a principal causa desse problema são as falhas de execução provocadas por
inadequações dos processos executivos. A solução primordial para essa questão passa
pelo projeto de fachada, essa ferramenta devem conter de maneira detalhada os métodos
construtivos, suas aplicações e execuções das argamassas de fachada.
A execução da fachada é uma operação que requer a utilização de mão de obra
capacitada, isso é importante para que esse serviço sejam bem feito. A necessidade de
força de trabalho altamente preparada para desempenhar essa função ocorre porque a
maioria das patologias das fachadas tendem a se originar no período que acontece a
aplicação do revestimento.
O aparecimento de patologias seria um acontecimento residual caso toda
implementação de uma fachada fosse feita com um projeto. Mas a disponibilização desse
documento sem sempre acorre, as vezes até existe o projeto de fachada, mas esse é mal
concebido e até disfuncional. O desdobramento desse conjunto de equívocos é bem
previsível, a fachada executada será um serviço de qualidade questionável e com
durabilidade seriamente comprometida.
O projeto de fachada é elaborado pelo projetista para que a equipe de execução
possa seguir a risca todos os pontos nele abordados. Ao obedecer fielmente as
determinações contidas nesse documento como os controles dos materiais, o uso de mão-
de-obra capacitada e um acompanhamento de profissionais especializados ocorrerá um
sensível diminuição na possibilidade de aparecer alguma patologia.
O processo produtivo da elaboração do projeto da fachada envolve inúmeros
atores. É importante salientar que que essa atividade deve ser efetuada em concomitância
com o planejamento e desenvolvimento dos projetos de outros subsistemas do edifício.
Caso haja algum hiato na elaboração desses projetos é comum a ocorrência de
incompatibilidades entre eles. Para evitar esse problema é recomendado que a confecção
dos diferentes projetos da edificação sejam efetuada de forma simultânea.
O processo produtivo do projeto da fachada ocorre através da comunicação dos
dados técnicos relacionados a essa obra ao projetista, esse profissional possui a
incumbência de analisar essas informações e propor uma solução adequada para essa
situação. Ao concluir o projeto o projetista devem libera-lo para que a execução possa ser
efetuada.

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