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ENGENHARIA CIVIL

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA CIVIL

5N

TRABALHO DE IMPERMEABILIZAÇÃO

Grupo:

Jaqueline F. Zimmermann

Paulo C. M. dos Anjos

Thaís dos Reis

Prof. Eng. Alexandre Silva de Vargas

Setembro de 2017

1. Introdução

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A água é um dos maiores causadores de patologia na construção civil, sendo
pela sua falta ou por excesso. Mostra-se assim, que a impermeabilização tem papel
fundamental em uma construção.

Neste trabalho será descrito, como a impermeabilização é importante para uma


construção livre de infiltrações, mostrando as etapas para uma construção protegida
da unidade.

2. Impermeabilização na Construção Civil

Segundo Arantes (2007) Se a água segundo levantamentos de setores ligados


a construção civil é responsável por 85% dos problemas em uma edificação. No Brasil
a agressividade da água fica por conta de seu estado líquido e gasoso sendo ela o
canalizador e provocador da corrosão deterioração e envelhecimento de uma obra. Os
primeiros materiais utilizados para a proteção contra a umidade pode-se dizer que
foram os betuminosos pois desde a antiguidade os mesmos já eram utilizados para a
proteção das estacas de madeira, pois possuem propriedades aglomerantes,
hidrófugas e quimicamente inerte.

Na atualidade muitos materiais foram desenvolvidos para ajudar na


impermeabilização. Segundo o AEI (2017), Impermeabilização consiste em uma
técnica de aplicação de produtos específicos com o objetivo de proteger as diversas
áreas de um imóvel. As aplicações têm por objetivo minimizar a ação de umidade e
água, que pode ser proveniente da chuva ou de outros fatores, como mostra a figura
1.

Figura 1: FATORES QUE MANIFESTAM INFILTRAÇÃO.

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Meu Mundo Reverso, 2017.

Na figura 1 encontra-se uma relação de causa e consequência. A água


proveniente da chuva e de lavagens pode ocasionar infiltrações em paredes,
coberturas, etc. Já a umidade que provém do solo, pode causar infiltrações nas
fundações, pisos, e entre outros.

2.1. O que são os sistemas de impermeabilização

São sistemas destinados a garantir as funções de um edifício diante dos


agentes agressivos. Assim, um sistema de proteção contra água, de acordo com a
NBR 9575:2003, é o conjunto de produtos e serviços destinados a conferir
estanqueidade a partes de uma construção. Ou seja, a estanqueidade é a propriedade
de um elemento de impedir a passagem ou penetração de água ou outro fluído. Assim
geralmente a impermeabilização é composta de um conjunto de camadas.

Segundo Arantes (2017), para a execução com sucesso desta proteção, é necessário
um sistema de impermeabilização que é composto por três processos. Cada um deles
tem igual importância na formação de um sistema impermeável, e sua correta
construção evita que um determinado componente do sistema se sobrecarregue,
assumindo todas as funções que deveriam ser compartilhadas: base,
impermeabilização e durabilidade.

2.2. Normas técnicas

No Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), através da


NBR 15.575 “Edificações habitacionais-Desempenhos” (2013), estabelece requisitos
mínimos a serem atendidos pelas edificações habitacionais, incluindo métodos de
avaliação de desempenho. Na parte 1 “Requisitos Gerais”, por exemplo, a norma
estabelece que a edificação deve ser estanque às fontes de umidades externas,
provenientes da água de chuva e da umidade do solo e do lençol freático.

2.3. Custo benefício

Como foi citado, a impermeabilização reduz o risco de infiltrações e


vazamentos, fazendo com que a obra tenha um grande ganho com manutenções
futuras e aumentando consideravelmente sua vida útil. Porém, o valor destinado na
maioria das obras é o menor possível, ou mesmo deixam de fazer a mesma achando

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que isso será uma economia (Sistemas de Impermeabilização na Construção Civil,
Portal Metalica - 2015). Segundo a Associação das Empresas de Impermeabilização
do estado do Rio de Janeiro - AEI (2015), é importante salientar que, se for executada
apenas depois de serem constatados problemas com infiltrações em construções já
finalizadas, a impermeabilização ultrapassa os 3% - percentual do valor total da obra
destinado à impermeabilização - e pode chegar a até 25% do custo total da obra,
pois os revestimentos, que estão entre os itens mais caros da obra, precisarão ser
removidos e depois repostos. Portanto é de extrema importância que o projeto de
impermeabilização seja desenvolvido juntamente com os demais projetos para que a
obra esteja adequada às normas, e não obtenha problemas futuros com infiltração.

A figura 2, apresenta uma simulação de quanto custará a impermeabilização


conforme o andar da construção.

Figura 2: GASTOS COM IMPERMEABILIZAÇÃO.

Apostila de Impermeabilização - EEP e Mackenzie, 2012.

A figura 2, apresenta uma projeção de tempo e custo. Quanto mais tarde for
executada a impermeabilização, maior será o custo.

2.4 Tipos de impermeabilização

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De acordo com o eng. civil José Miguel Morgado, diretor-executivo do Instituto
Brasileiro de Impermeabilização – IBI (2017), elaborar um projeto de
impermeabilização da obra é primordial, especificando corretamente o material
necessário, seja ele classificado como rígido ou flexível. Segundo ele, “O profissional
irá estudar o caso e especificar adequadamente o sistema e os produtos, pois
impermeabilizar uma obra não é tarefa fácil”.

2.4.1. Impermeabilização rígida

O sistema de impermeabilização rígido é o indicado para áreas que “não


trabalham”, como piscinas enterradas, poço de elevadores, muros de arrimo,
baldrames e galerias (Incopre, 2016). Como já diz o nome, não possui elasticidade,
logo não é indicado para locais com grandes variações de temperatura, ou que estão
sujeitas a fissuras. Os impermeabilizantes normalmente utilizados, são a base de
materiais como argamassa impermeável e argamassa polimérica(Mobuss Construção,
2017). Na figura abaixo, estão retratados alguns dos tipos de impermeabilizantes
rígidos utilizados.

Figura 3: ALGUNS IMPERMEABILIZANTES RÍGIDOS

Equipe de Obra, 2012.

A figura acima demonstra alguns dos sistemas rígidos, como os cristalizantes e


o cimento polimérico.

2.4.2. Impermeabilização flexível

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Indicado a áreas sujeitas a fissuras, pois são os produtos que trabalham, feitos com
materiais poliméricos e elásticos (Incopre, 2016). Estes materiais podem ser moldados
no lugar como as membranas ou pré-fabricados como as mantas. Sendo assim, os
materiais indicados para a impermeabilização de varandas, terraços, coberturas, pisos
frios, entre outros (AIE, 2015).

2.5 Sistemas mais utilizados

Segundo o INCOPRE (2016), os sistemas de impermeabilização mais utilizados são:

● Argamassa polimérica: Cimento, aditivos, agregados e polímeros.

● Manta asfáltica: Asfalto modificado com polímeros.

● Emulsão acrílica (membrana acrílica): Base acrílica com elastômeros.

● Emulsão asfáltica: Minicomponente, aplicado à frio. Requer proteção mecânica.

● Hidrofugantes: Material que repele a água. Mantém a superfície seca.

● Hidrorrepelentes: Repele a água. Mantém a superfície seca.

● Calafetador (tipo de massa, pronta para uso): Utilizados em juntas internas e


externas.

3. Manta asfáltica

Dentre os sistemas de impermeabilização, a manta asfáltica é de todas a mais


utilizada. Segundo o site Mobuss Construção (2017), a manta asfáltica “é um material
pré-fabricado, composto por poliéster, polietileno, PVC ou fibra de vidro, recoberto por
um composto asfáltico em ambos os lados”.

Por suportar altas temperaturas, a manta asfáltica é utilizada em diversas


superfícies, como em lajes, terraços, viga-calha, tanques, taludes, cozinhas,
banheiros, etc. Sendo encostada no concreto ou diretamente sobre o solo (TRIPOD,
2017). Segundo a FiberSals (2017), existem no mercado diversas mantas asfálticas,
cada uma com sua característica, pois varia o tipo de ativo que foi usado no asfalto, o
reforço interno, o acabamento, a espessura e a resistência. Os mais utilizados são:

● Aderida:

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É um dos métodos mais comuns, sendo feito de duas formas: Aderência por
asfalto,ou seja, colada à superfície com asfalto quente. Ou é por meio do aquecimento
do substrato e da face de aderência da manta utilizando um maçarico. No entanto,
“deve haver cuidado para que a intensidade não danifique a manta asfáltica
(diminuição da espessura) e proporcione a adequada aderência da manta ao
substrato” (OLIVEIRA, 2015, p. 35).

● Flutuante:

Como o nome já diz, não é aderida à face. É aplicada de modo que se envelopa a
estrutura. Segundo Rocha (2016), é indicado à superfícies que sofre grandes fissuras
e deformidades.

● Aluminizada:

Também chamada de manta alumínio. Considerada autoprotegida, com uma lâmina


de alumínio no lado superior. Indicada como acabamento final à áreas sem trânsito.

● Ardosiada:

Estas mantas, possuem um tipo de camada de proteção na sua face superior,


e não necessita de proteção mecânica. Normalmente utilizadas como acabamento
final em coberturas não transitáveis (SiberSals, 2017). Indicada para áreas de baixa
deformação, e com inclinação menor que 30% (MORAES, 2002, p. 24).

Moraes (2002, p. 30) destaca que “durabilidade caracteriza a propriedade dos


Sistemas de Impermeabilização de apresentarem performances satisfatórias; ou seja,
estanqueidade total num intervalo de tempo, variando de 5 a 10 anos, conforme o
sistema adotado, tipo e localização da obra, custos de execução, etc. Conforme
experiência prática na construção civil no Brasil, um Sistema de Impermeabilização
com duração de 20 anos, é considerado de notável longevidade”.

Deste modo, a durabilidade da impermeabilização depende da superfície a ser


protegida, como por exemplo a Figura 4, que apresenta algumas formas de
impermeabilizar a fundação de uma construção.

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Figura 4: A IMPERMEABILIZAÇÃO COMEÇA NA FUNDAÇÃO.

Apostila de Impermeabilização - EEP e Mackenzie, 2012.

Na figura acima, nota-se que a impermeabilização de uma casa começa na


sapata, onde pode ser feita a cristalização, sistema pertencente ao grupo dos rígidos
(Cunha, 2016). Depois se impermeabiliza o baldrame com um sistema flexível, mas
pode-se também colocar alguma solução do grupo dos rígidos misturado ao concreto
do baldrame. Então, deve-se assentar as alvenarias com a argamassa impermeável
(Cunha, 2016).

4. Conclusão

Proteger as estruturas contra infiltrações é condição mínima para a qualquer


edificação, independentemente de qual parte da obra a infiltração possa se manifestar.
O Cliente deve exigir que todas as partes da sua edificação estejam estanques e sem
nenhuma umidade. O emprego de impermeabilizantes tem como função principal
proteger a edificação, permitindo um aumento da sua vida útil e melhorando a
qualidade de vida dos usuários.

Como uma das principais preocupações de uma obra é canalização de


recursos financeiros, deve-se analisar a “relação custo/benefício”. E com a
impermeabilização não é diferente. Quando feita de maneira correta, com produtos e
serviços adequados, os custos de uma impermeabilização atingem, na média, 3% do

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valor total da obra. Assim, se deixado para executar depois de serem constatados
problemas com infiltrações na edificação já pronta, esse percentual aumenta para 25%
ultrapassando muito o percentual inicial.

Portanto, fica confirmado de que prevenir é a melhor solução. Existem muitos


produtos disponíveis ao consumidor no mercado, facilitando a prevenção contra
infiltrações.

4. Referências bibliográficas

MORAES, Claudio Roberto Klein de. Impermeabilização em lajes de cobertura:


levantamento dos principais fatores envolvidos na ocorrência de problemas na cidade
de Porto Alegre. 2002. 123 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC). Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2002. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/10183/2708>. Acesso em: 29 de setembro 17.

ARANTES, Yara de Kássia. “ Uma visão geral sobre impermeabilização na construção


civil”. 2007. Monografia apresentada ao curso de Especialização em Construção Civil
da Escola de Engenharia. Escola de Engenharia UFMG, Belo Horizonte, 2007.
Disponível em: <http://www.cecc.eng.ufmg.br/trabalhos/pg1/monografia_
Impermeabiliza%E7%E3o.pdf>. Acesso em: 11 de setembro de 2017.

ROCHA, Guilherme da Silva. Diagnóstico do uso de impermeabilização com mantas


asfálticas na região da grande Porto Alegre. 2016. 114 f. Trabalho de conclusão de
curso (Bacharel em Engenharia Civil) – Curso de Engenharia Civil, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2016. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/10183/159643>. Acesso em: 28 de setembro de 2017.

OLIVEIRA, Michel Vinícius Takahashi de. Avaliação das causas e consequências das
patologias dos sistemas impermeabilizantes: um estudo de caso. 2015. 78 f. Trabalho
de conclusão de curso (Bacharelado – Engenharia Civil) – Universidade Estadual
Paulista, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2015. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/11449/139165>. Acesso em: 29 de setembro de 2017.

Impermeabilização com Manta Asfáltica: Uma maneira eficaz de proteger lajes,


telhados, piscinas, floreiras, pisos, etc. - Arquiteta Nadine Vitille, 2012. Disponível em:

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<http://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/impermeabilizacao-com-manta-
asfaltica.html>. Acesso em: 29 de setembro de 2017.

Tudo sobre manta asfáltica - SiberSals, 2017. Disponível em:


<https://fibersals.com.br/blog/tudo-sobre-manta-asfaltica/>. Acesso em: 28 de
setembro de 2017.

Impermeabilização na construção civil - Assiciação das Empresas de


Impermeabilização do estado do Rio de Janeiro, 2015. Disponível em:
<http://aei.org.br/impermeabilizacao-na-construcao-civil/>. Acesso em 11 de setembro
de 2017.

Conhecendo os impermeabilizantes: Veja quais são os sistemas de impermeabilização


mais utilizados e saiba qual produto é mais adequado para a sua obra - Reportagem:
Romário Ferreira, Equipe de Obra, 2012. Disponível em:
<http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/44/conhecendo-os-
impermeabilizantes-veja-quais-sao-os-sistemas-de-245388-1.aspx>. Acesso em: 15 de
setembro de 2017.

Impermeabilização - Meu mundo reverso, 2017. Disponível em:


<http://www.meumundoreverso.com.br/tecnicas-de-impermeabilizacao-e-
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Quais são os tipos de impermeabilização usados na construção civil - INCOPRE, Pré-


fabricados de concreto, 2016. Disponível em: <http://incopre.com.br/index.php/quais-
sao-os-tipos-de-impermeabilizacao-usados-na-construcao-civil/>. Acesso em 25 de
setembro de 2017.

Sistemas de impermeabilização: conheça os sistemas mais utilizados e suas


aplicações - Tecnológica Mobuss Construção, 2017. Disponível em:
<https://www.mobussconstrucao.com.br/blog/2017/01/sistema-de-
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Impermeabilização - EEP e Mackenzie, 2012. Disponível em:


<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA3SMAE/apostila-sobre-impermeabilizacao>.
Acesso em 18 de agosto de 2017.

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Impermeabilização rígida e flexível: diferenças e aplicações - Mapa da Obra,
2017. Disponível em:
<http://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/impermeabilizacao- rigida-e-
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