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IMPERMEABILIZAÇÃO:

CARACTERIZAÇÃO, EXECUÇÃO E DESEMPENHO

João Mario Foganholo Junior¹


Gerson De Marco²

Resumo: A impermeabilização nas construções civis muitas vezes são negligenciadas, mas é de
suma importância para o bem estar das pessoas que ali habitam e para a durabilidade do imóvel,
evitando problemas patológicos no futuro. Os impermeabilizantes são substâncias que impedem
a penetração de água, fungos e bactérias em lugares que devem ser mantidos secos. Neste artigo
será demonstrado os tipos de umidades e suas origens, classificação do sistema de
impermeabilização, desempenho, bem como a caracterização, execução dos produtos trabalhados
em lajes e suas vantagens.

Palavras-chave: Impermeabilizantes. Construções. Patológicos. Desempenho.

WATERPROOFING: CHARACTERIZATION, PERFORMANCE


AND PERFORMANCE

Abstract: Waterproofing in civil constructions is often overlooked, but it is of paramount


importance to the well-being of the people who live there and the durability of the property,
avoiding pathological problems in the future. Waterproofing agents are substances that prevent
the penetration of water, fungi and bacteria in places that should be kept dry. This paper will
demonstre-te the types of moisture and their origins, waterproofing system classification,
performance, as well as the characterization, execution of slab products and their advantages.

Key-words: Waterproofing. Construction. Pathological. Performance.

_________________________

Graduando do Curso de Engenharia Civil da Universidade de Araraquara- UNIARA. Araraquara-SP. E-mail:


joao_foganholo@hotmail.com.

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Orientador. Engenheiro Civil e pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho pelas Faculdades
Integradas-FIAR de Araraquara–São Paulo. E-mail: gersondm@yahoo.com.br
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INTRODUÇÃO

A impermeabilização representa uma parte muito importante das construções civis, é


através dela que a edificação fica protegida contra ações das intempéries, assim trazendo uma
durabilidade maior para a edificação e um melhor conforto aos moradores.

Uma das maiores preocupações no campo da construções é combater a umidade, até


mesmo antes dela a aparecer, pois traz problemas muito difíceis de serem corrigidos, devido ao
seu poder de penetração. Muitas vezes a impermeabilização não é tradada com importância,
devido à falta de orientação, capacitação de funcionários e até mesmo a falta de recursos
financeiros, sendo negligenciada na obra, assim resultando em futuras patologias.

Neste artigo, tem como objetivo mostrar a impermeabilização na construções civis para
os profissionais da área e aqueles que se interessa no assunto, demonstrando os problemas
associados a umidades e como evitar, fazendo um bom planejamento logo no início do projeto
ou sanar, fazendo uma nova impermeabilização e tendo como objetivo específico, a
demonstração da caracterização, execução, desempenho dos produtos impermeabilizante. Assim
possibilitando avaliar as vantagens.

Perante aos grandes números de patologias decorrente de infiltração encontradas nas


obras, se vê a necessidade de uma atenção na parte de impermeabilização que são muitas vezes
menosprezados, causando um prejuízo futuro, tanto na área financeira como na edificação.

É evidente que a falta de impermeabilização, resulta em danificações causadas pelas


umidades, uma vez que ela tem uma rápida penetração de água, assim degradando a obra. Desta
forma este artigo possibilita orientar quanto ao cumprimento de uma boa impermeabilização em
lajes, trazendo os métodos de caracterização e execução do sistema, evitando o aparecimentos de
anomalias, assim garantindo uma durabilidade maior para edificação e menos transtornos aos
moradores.

Nos últimos anos o setor de construções civis vem crescendo gradativamente, essa
demanda faz com que as empresas realizam construções, até mesmo de grande porte com espaço
de tempo cada vez mais curto, ajudando para o aparecimento de grandes lapsos, resultando em
futuras patologias nos imóveis. A impermeabilização é necessário e deixa salutar a obra, trazendo
segurança e durabilidade na edificação, pois os agentes transportados pela água e os poluentes
integrados ao ar causam consequência enormes na estruturas das edificações.
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1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo a NBR 9575/2003, a impermeabilização é o produto oriundo de um conjunto de


elementos construtivos que tem como objetivo proteger a construção contra os ataques da
umidades.

1.1. Umidades na edificações

As patologias nas construções civis são danos causados nas edificações e elas podem ser
manifestada através de vários tipos, como: trincas, fissuras, infiltrações e umidades excessivas.

Conforme a NBR 15575/2013, a patologia é a “não conformidade que se manifesta no


produto em função de falhas no projeto, na fabricação, na instalação, na execução, na montagem,
no uso ou na manutenção bem como problemas que não decorrem do desgaste natural”.

Conforme Perez (1985), a umidade é um dos maiores contratempo de serem corrigidos


dentro de uma construção civil. A dificuldade está relacionada a complexidade dos fenômenos
envolvidos e as faltas de estudos e pesquisas.

Segundo Souza (2008), as patologias oriundas das umidades, criam problemas e de


difíceis solução, tais como:

a. Prejuízos de caráter funcional da edificação;

b. Desconforto dos usuários funcional da edificações;

c. Danos em equipamentos e bens presentes nos interiores das edificações; e

d. Diversos prejuízos financeiros.

A umidade age também como meio para que grande parte das patologias ocorra em
construções civis. É um fator para o aparecimento de eflorescências, ferrugens, mofo, bolores,
perdas de pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes estruturais. Verçoza (1983).

As causas da presença de umidade nas edificações são:

a. Umidade de infiltração;

b. Umidade de ascensional;

c. Umidade por condensação;


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d. Umidade de obra; e

e. Umidade acidental.

Origens Presente na
Confecção do concreto
Umidade proveniente da
Confecção de argamassas
execução da construção
Execução de pinturas
(Umidade de Obra)

Cobertura (telhados)
Umidade oriunda das chuvas Paredes
(Umidade por Infiltração) Lajes de terraços

Umidade trazida por capilaridade


Terra, através do lençol freático
(Umidade ascensional)

Paredes
Umidade resultante de vazamento de redes Telhados
de água e esgotos (Umidade acidental) Pisos
Terraços
Paredes, forros e pisos
Umidade de condensação Peças com pouca ventilação
Banheiros, cozinha e garagens

Quadro 1: Tipos de umidades e suas origens


Fonte: Adaptada de KLEIN, 1999.

1.1.1. Umidade de Infiltração

A umidade de infiltração é muito comum nas edificações, ela é ocasionada pela presença
direta de água do exterior para interior da residência, entrando pela fachada ou cobertura,
através de pequenas fissuras nas paredes. Outras situações desse tipo de umidade são os
escapamento de encanamentos, ausência de impermeabilização e isolamento ineficaz de casas
adjacentes. As construções de ambientes enterrados, como os subsolos, também são muito
afetadas, devido estarem abaixo do nível do lençol freático.
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Figura 2: Umidade de infiltração


Fonte: Casa & Construções, 2010

1.1.2. Umidade ascensional

É caracterizada pela presença da água do solo, essa umidade é percebida em paredes e


pisos, devido a ascensão da água pela existência de capilares, permitindo que a água suba até o
momento em que entra em equilíbrio com a força da gravidade. É uma umidade que causa a
redução do valor estético, provocando manchas em lugares próximo ao solo. Em contato com
outros agentes pode causar eflorescência e biodegradação.

Figura 2: Umidade Ascensional


Fonte: Casa & Construções, 2010
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1.1.3. Umidade por condensação

A umidade por condensação é resultado do encontro de vapor de água com superfície


mais fria, como: vidros, metais e paredes, formando gostas de água. Ela ocorrem geralmente no
inverno favorecendo os microrganismos que são prejudiciais à saúde.

Figura 3: Umidade por Condensação


Fonte: Tintas e pinturas, 2017

1.1.4. Umidade de obra

Segundo Righi (2009), a umidade de obra é uma umidade que ficou interior dos
materiais, devido sua execução e resultando em exteriorizar em decorrência do equilíbrio que
se estabelece entre os matérias e ambiente como no caso da umidade contida em uma argamassa
de reboco, passando para a parte interna da alvenaria, necessitando de um tempo superior do
que o da cura do próprio reboco para entrar em equilíbrio com o ambiente interno.

1.1.5. Umidade acidental

A causa dessa umidade é devido falhas no sistema de tubulações, como de águas


pluviais, esgoto e água potável, resultando em infiltrações nas edificações.
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A umidade acidental é de difícil identificação do local e de sua correção, isso se deve


ao fato deste vazamentos estarem na maioria das vezes encobertos pela construção, sendo
danosos para o bem desempenhos das edificações.

Figura 4: Umidade acidental


Fonte: Caça vazamentos, 2019

1.2. Impermeabilização

A impermeabilização é a proteção de uma área, usando produtos que bloqueia a


passagem de água, fungos, bactérias e todas a coisas que podem levar a danificação de diversas
área da construção.
A durabilidade de um imóvel é resultado de uma boa impermeabilização, além de
mantar a estrutura, concreto, alvenaria, revestimento resistente, ela deixa o local salubre,
evitando umidades, fungos e mofos. A correta aplicação do produto evita provocar problemas
na edificação, evitando também gasto futuros para tal correção.
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas é o órgão responsável pela
normalização técnica no Brasil, fornecendo insumos ao desenvolvimento tecnológico
brasileiro.

• ABNT NBR 9575:2010 – Impermeabilização- Seleção e Projeto.


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Esta Norma estabelece as exigências e recomendações relativas à seleção e projeto de


impermeabilização, para que sejam atendidos os requisitos mínimos de proteção da construção.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Projeto de impermeabilização

Segundo Porciúncula (2012), impermeabilizar é o ato de isolar e proteger os materiais


de uma construção da passagem de líquidos e vapores. Consiste em uma técnica de aplicação de
produtos específicos com o objetivo de assegurar as áreas de um imóvel contra a ação de águas.

É comum encontrar residências com falta de impermeabilização, muitas delas não teve
um planejamento de impermeabilização, devido ser uma gasto a mais ou por outros motivos. A
negligência para com a impermeabilização compromete a durabilidade de um imóvel, causando
prejuízo financeiros e até mesmo a saúde, pois deixa o lugar insalubre, por conta da umidade,
fungo e mofos.

De acordo com a NBR 13531:1995 – Elaboração de projetos de edificações – Atividades


técnicas, aplicável em conjunto com a NBR 9575:1998 – Projeto de impermeabilização, e Projeto
NBR 9575:2003, o projeto de impermeabilização são composta de um conjunto de informações
gráficas e descritivas que definem totalmente as características de todos os sistemas de
impermeabilização utilizado em uma dada construção, de forma a orientar sua produção. O
projeto de impermeabilização deverá ser constituído de dois projetos que se complementam:
projeto básico e projeto executivo
Segundo Souza e Melhado (1998) o projeto de impermeabilização deve conter as
seguintes informações:

a. Os sistemas a serem adotados em cada uma das áreas;

b. A espessura total do sistema de impermeabilização (incluindo-se a regularização);

c. As alturas e espessuras necessárias dos eventuais rebaixos necessários na alvenaria


para a execução dos rodapés;

d. Desníveis necessários para a laje;

e. Corte típico de cada sistema a ser empregado, identificando as camadas e suas


respectivas espessuras mínimas e declividades

f. Lista com os pontos críticos dos demais projetos que possam comprometer o sistema
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de impermeabilização, juntamente com as justificativas e as alterações propostas.

O Projeto executivo de impermeabilização segundo a NBR 9575/2003, deve conter:

a. Plantas de localização e identificação das impermeabilizações, bem como dos locais


de detalhamento construtivo;

b. Detalhes genéricos e específicos que descrevam graficamente todas as soluções de


impermeabilização.

c. Memorial descritivo de materiais e camadas de impermeabilização;

d. Memorial descritivo de procedimentos de execução;

e. Planilha de quantitativos de materiais e serviços;

f. Metodologia para controle e inspeção dos serviços;

g. Cuidados sobre a manutenção da impermeabilização.

2.2. Classificação do sistema de impermeabilização


Os matérias estão sujeito a expansão e contração, devido ações térmicas, sendo quanto
mais quente, mais dilatação sofrerá e no frio o inverso, os sistema de impermeabilização é
dividido em Sistema Rígido, Sistema Flexível e Sistema Semiflexível.

2.2.1 Sistema rígido


São utilizados em lugares com poucas ou nenhuma movimentação estrutural e elementos
com pouquíssima exposição ao sol ou enterrados, como as fundação, subsolos, poço de elevador,
reservatórios, piscinas enterradas, vigas baldrames, muro de arrimos, pisos em contato direto
com solo.
Produtos impermeabilizantes rígidos:

a. Argamassa polimérica;

b. Argamassa impermeável (Aditivo hidrófungos); e

c. Resina Epoxi.

2.2.2. Sistema flexível


São utilizados em lugares expostos e mais sujeitos a fissuras, pois são capazes de
acompanhar as contrações e dilatações térmicas que as estruturas estão sujeitas, sendo trabalhado
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com uma membrana de proteção. Os lugares indicados são: Terraços, lajes maciças, reservatórios
de água superior, varanda, entre outros.
Produtos impermeabilizantes flexível:

a. Manta asfáltica;

b. Poliureia;

c. Sistema acrílicos (Emulsão acrílica); e

d. Poliéster flexível (Sistema fibersals).

2.2.3. Sistema semiflexível


Possuem característica e propriedades intermediária, nessa classificação estão as
argamassa poliméricas. Os locais mais indicados são aqueles que tem baixa movimentação
térmica como vigas baldrames, reservatórios de água, região subsolos, já os lugares contra
indicados são aqueles que possibilita movimentações como as lajes vigas e pilares expostos.

2.3. Produtos Impermeabilizante

2.3.1. VEDAPREN

É uma manta líquida, de base asfalto elastomérico e aplicação a frio sem emendas,
preparada para o uso e moldada no local. Cobre a estrutura com uma proteção impenetrável e
apresenta características de elasticidade, flexibilidade e aderência, com grande durabilidade
(Manual Técnico Vedapren, 2019).

Figura 5: Vedapren, 18 litros


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Fonte: Vedacit, 2019

2.3.1.1. Características técnicas

a. Densidade: 1,02 g/cm³

b. Aparência: Preto (a)

c. Composição básica: Emulsão asfáltica modificada com elastômeros.

d. Validade: 24 meses

2.3.1.2. Lugares de aplicação

Segundo a Vedapren, 2019, é indicado para as seguintes áreas de impermeabilização:

a. Áreas molhadas e molháveis (banheiros, sacadas, varandas, cozinhas e áreas de


serviço);

b. Lajes;

c. Jardineiras e floreiras; e

d. Calhas de concreto.

2.3.1.3. Preparo do substrato

A base deve estar limpa e seca, sem impregnação de produtos que prejudiquem a
aderência, como desmoldantes, graxa, agentes de cura química, óleo, tintas, entre outros. (Manual
Técnico Vedapren, 2019).

2.3.1.4. Preparo do produto


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Produto pronto para uso. Misturar o produto antes da aplicação, utilizando ferramenta
limpa a fim de evitar a sua contaminação (Manual Técnico Vedapren, 2019).

2.3.1.5. Aplicação

O VEDAPREN é aplicado como pintura, com trincha ou vassoura de cerdas macias, em


demãos, respeitando o consumo por m² para cada campo de aplicação, com intervalo mínimo de
8 horas entre cada demão. Somente na 1ª demão, o VEDAPREN deve ser diluído em, no máximo,
10% de água limpa para oferecer uma melhor penetração do produto. A proteção mecânica deve
ser devidamente dimensionada para aguentar os esforços à qual estará sujeita e deve ser prevista
execução de juntas de dilatação e dessolidarização, conforme projeto (Manual Técnico Vedapren,
2019).

2.3.1.6. Valor do Produto

O Vedapren 18 litros correspondente a 10 m², tem o custo médio por m² de R$ 19,30.

2.3.1.7. Vantagens

a. Fácil aplicação;

b. Possui um excelente acabamento;

c. Ótima aderência;

d. Alta resistência e impermeabilidade.

2.3.2. V-PRO POLIÉSTER II

Segundo o Manual Técnico V-Pro Poliéster II 2019, é uma manta asfáltica, sistema pré-
fabricado de impermeabilização, aplicação com maçarico. Disponível nas espessuras de 3,0 mm
e 4,0 mm.
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Figura 6: V-Pro Poliéster II, 10 m²


Fonte: Vedacit, 2019

2.3.2.1 Característica técnicas

a. Densidade: g/cm³

b. Aparência: Preto(a)

c. Composição básica: Asfalto com polímeros e elastômeros estruturados com não


tecido resinado de poliéster e acabamento de polietileno nas duas faces.

d. Validade: 60 meses.

2.3.2.2 Lugares de aplicação

a. Lajes com trânsito de pedestres (3,0mm e 4,0mm de espessura);

b. Viga calha (3,0mm e 4,0mm de espessura);

c. Sacadas (3,0mm e 4,0mm de espessura).

2.3.2.3 Preparo do substrato

O concreto deve estar limpo, íntegro, seco e sem impregnação de desmoldantes, agentes
de cura, ou qualquer outro material que prejudique a aderência da manta. (Manual Técnico V-
Pro Poliéster II, 2019).
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2.3.2.4 Aplicação

Conforme o manual técnico V-Pro Poliéster II (2019), Iniciar a aplicação da manta pelos
coletores, tubulações passantes, e outras interferências, executando os arremates, posicionar e
alinhar os rolos de manta asfáltica no sentido oposto ao fluxo de água na área de aplicação a
partir da parte mais baixa para as partes mais altas, fazendo que as emendas obedeçam ao sentido
do fluxo da água. Com maçarico, realizar a colagem da manta asfáltica, aquecendo o lado inferior
da manta e, ao mesmo tempo, a superfície imprimada, pressionando-a do centro para as bordas a
fim de evitar a formação de bolhas de ar.
A proteção mecânica deve ser devidamente dimensionada para aguantar os esforços que
estará sujeita e deve ser prevista execução de juntas de dilatação e dessolidarização, conforme
projeto.

2.3.2.5 Valor do produto

O V-Pro Poliéster II 10 m², tem o custo médio por m² de R$ 29,90.

2.3.2.6 Vantagens

a. Capacidade de impermeabilização do espaço;

b. Flexível;

c. Resistente a fissurações;

d. Suporta variações térmicas.

2.3.3. Vida útil

a. Manta líquida tem uma vida útil de cerca de 10 anos.

b. Manta asfáltica tem uma vida útil de cerca de 20 anos.

2.4. DESEMPENHO

A impermeabilização é fundamental, pois ela garante uma vida útil e condições de uso
para as edificações sendo importante para proteção de ações nocivas da água e da umidade.
Segundo o IPI (2017), atender às exigências da NBR 15.575 demanda novas práticas nas
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etapas de projeto, seleção de materiais e sistemas construtivos, escolha de fornecedores, execução


das obras e gestão de uso e manutenção.
Segundo a Guia de aplicação da Norma de Desempenho para a Impermeabilização-IPI
(2018), o sistema de impermeabilização deve atender às exigências de desempenho, compatíveis
com as solicitações previstas em projeto, tais como:

a. Resistir às cargas estáticas e dinâmicas;

b. Resistir aos efeitos dos movimentos de dilatação e retração do substrato e dos


acabamentos ocasionados por variações térmicas;

c. Resistir à degradação ocasionada por influências climáticas, térmicas, químicas ou


biológicas decorrentes da ação da água, gases ou ar atmosférico;

d. Resistir às pressões hidrostáticas, de percolação, coluna d’água e umidade do solo;

e. Apresentar aderência, flexibilidade, resistência e estabilidade físico-mecânica;

f. Apresentar vida útil compatível com as condições previstas em projeto;

g. Resistir à água de percolação, água de condensação, umidade de solo e à pressão


unilateral e bilateral.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente trabalho possibilitou demonstrar a importância que a


impermeabilização representa na construção civil, pois é através dela que as edificações ficam
protegidas, trazendo um bem estar as pessoas e uma durabilidade maior, sendo que a falta, bem
como a má impermeabilização pode ocasionar diversos transtorno.
Muitas das vezes as pessoas acaba negligenciando a etapa da impermeabilização, devido
vários fatores que afeta diretamente a obra, como a falta de orientação, falta de mão de obra
qualificada e até mesmo a falta de recursos financeiros, resultando em futuras patologia.
Segundo Porciúncula (2012), se calcular o custo da impermeabilização, veremos que
varia entre 1% a 3% do custo final da obra. Se os serviços forem realizado após constatar
problemas com infiltrações na edificação, o custo com a impermeabilização ultrapassa esse
percentual. Refazer a impermeabilização pode gerar um aumento de 10% a 15% do valor do
serviço.
Neste trabalho foi possível verificar também os tipos de umidades e suas origens
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trazendo também os prejuízos que podem causar, demostrando ainda que essas patologias traz
grandes problemas de difíceis soluções.
Demonstrou-se que para cada lugar a ser impermeabilizado existe uma classificação de
sistema de impermeabilização, fazendo uma correta impermeabilização a vida útil da edificação
pode prolongar até 100 anos e sem ela não chegaria a 30 anos.
Foram exemplificado dois produtos impermeabilizante, o Vedapren e o V-Pro Poliéster
II, ambos para lajes e com suas vantagens e durabilidade. A manta asfáltica é um produto com
durabilidade maior, porém o valor financeiramente é mais caro, é aplicado em lajes transitável,
devendo ser operada por pessoas especializada devido ao uso de maçarico. Já a Manta líquida
tem uma aplicação fácil e não exige de mão de obra especializada, é destinado para lajes não
transitável. Cada produto tem suas vantagens, cabe ao responsável da obra analisar o custo-
benefício.
Portanto, conclui que uma impermeabilização correta é resultado de vários elementos
relacionados entre si. Recomenda-se que haja uma integração entre a qualidade na execução do
serviço de impermeabilização, materiais corretos e de qualidade, fiscalização, projeto de
impermeabilização e entre outros que pode contribuir para o desempenho, durabilidade da
impermeabilização, bem estar e segurança das pessoas.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR


9575 – Seleção e Projeto. Rio de Janeiro, 2003.

______. NBR 15575 – Edificações Habitacionais, 2013


______. NBR 9574 - Execução de Impermeabilização, 2008
______. NBR 9575 – Impermeabilização- Seleção e Projeto, 2010
______. NBR 13531 – Elaborações de Projetos de Edificações, 1995
______. NBR 9575 – Projeto de impermeabilização, 1998
______. NBR 9575 - Projeto de impermeabilização, 2003

PEREZ, A. R. Umidade nas Edificações: recomendações para a prevenção de penetração de água


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2008.

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