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Trabalho Prático nº2

Álvaro Cláudio Gomes Ferraz


Nº 2018722
João Martim Fernandes Gonçalves
Nº 2058720
Luís Filipe Costa Pequeneza
Nº 2071022

UNIDADE CURRICULAR:
Edificações
Curso Técnico Superior Construção
Civil DOCENTE:
José Manuel Martins Neto dos Santos
Ana Rita Vasconcelos Quintas de Almeida

DATA:
29 de Março de 2023

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Índice
1 Introdução ................................................................................................................................. 3

2 Medidas para evitar a condensação ascensional e de infiltração .................................................. 5

3 Resolução da ficha de exercícios n.º2 ......................................................................................... 8

3.1 Alínea A) ............................................................................................................................ 8

3.2 Alínea B) ............................................................................................................................ 8

3.3 Alínea C) ............................................................................................................................ 9

3.4 Alínea D) ............................................................................................................................ 9

3.5 Alínea E) .......................................................................................................................... 10

3.6 Alínea F)........................................................................................................................... 10

3.7 Alínea G) .......................................................................................................................... 11

3.8 Alínea H) .......................................................................................................................... 11

3.9 Alínea I) ........................................................................................................................... 12

3.10 Alínea J) ........................................................................................................................... 13

4 Inexistência de condensações e desenvolvimentos de resultados numa parede simples ............. 14

5 Conclusão ................................................................................................................................ 19

6 Bibliografia.............................................................................................................................. 20

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1 Introdução
A humidade é um dos piores fatores que pode existir numa habitação, não só provoca
estragos, como ainda reduz o conforto de quem vive nestas. A humidade é considerada umas das
principais causas de degradação das edificações. Por esse motivo, é cada vez mais importante
compreender a ação deste fenómeno, para poder garantir um melhor diagnóstico, prevenção e o
tratamento/ resolução da mesma. (Pereira, 2021)

Na presença de humidade em edificações, surgem inúmeras anomalias, tais como, ferrugem,


mofo, eflorescência, descascamento, bolores e falhas estruturais. A humidade na construção é
habitualmente dividida em grupos distintos, tais como:

 Humidade de Construção (fase vapor- fase líquida);


 Humidade do terreno/ ascensional (fase líquida);
 Humidade de precipitação/ Infiltração (fase líquida);
 Humidade devido a fenómeno de *higroscopicidade (fase vapor);
 Humidade devido a causas fortuitas (fase líquida);

*
Higroscopicidade é a propriedade que os materiais porosos têm para, quando colocados no
estado seco num determinado ambiente a uma determinada humidade relativa, reterem nos seus
poros uma certa quantidade de humidade existente no ambiente até atingir uma situação de equilíbrio
(equilíbrio higroscópico) com esse mesmo ambiente. (Desconhecido, s.d.)

A humidade da construção é um tipo de humidade que tende a desaparecer ou a estabilizar


com o passar do tempo. O desaparecimento da água contida nos materiais ocorre quando toda
humidade atravessa, no estado líquido ou gasoso, os poros presentes até alcançar a superfície
externa. Sabe-se que num ambiente com maior índice de humidade, o processo de evaporação é mais
lento, enquanto em ambientes mais secos, o processo de evaporação é mais rápido.

As consequências da humidade, em espaços interiores de um edifício, podem ser evitadas


com a utilização de soluções construtivas e com o recurso a técnicas de construção apropriadas. Caso
estas medidas não estejam implementadas, é necessário resolver o problema com soluções
definitivas.

Note-se a importância de definir humidade relativa e a humidade absoluta. Ora, a humidade


relativa é a relação entre a massa de vapor de água contida num m3 de ar húmido e a massa de vapor
de água que o mesmo conteria se fosse saturado à mesma temperatura e pressão. Quando o ar

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encontra-se no seu limite de saturação, a humidade relativa é 100%. Varia consoante a temperatura
do ar, enquanto a humidade absoluta permanece constante durante uma mudança de temperatura do
ar. A humidade relativa diminui quando a temperatura aumenta, pois o limite de saturação aumenta.

Humidade absoluta é a massa de vapor de água contida em cada m3 de ar húmido ou, o que é
equivalente, a massa específica de vapor de água contida no ar húmido.

Uma carta psicométrica permite determinar valores de todas as grandezas características do ar


húmido a partir do conhecimento dos valores de duas delas, e permite determinar as variações de
cada uma das grandezas numa qualquer transformação sofrida pelo ar húmido.

A pretensão deste trabalho passa por considerar as temperaturas médias para a RAM no
Verão e no Inverno, bem como o valor médio da humidade para as diferentes estações, analisar a
inexistência de condensações nas paredes recorrendo à análise dos diagramas psicométricos e
apresentar possíveis medidas para evitar a condensação ascensional e de infiltração.

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2 Medidas para evitar a condensação ascensional e de infiltração
A humidade por precipitação/infiltração é caracterizada pela envolvente de um edifício
habitacional ou comercial, estar sujeita a uma ação de molhagem através da chuva e do vento, e
reduz significativamente a resistência térmica dos materiais que constituem a envolvente (parede).
Isto é provocado pela penetração da água através de fissuras estruturais ou através de juntas mal
vedadas, como por exemplo, na junção da parede com o caixilho.

A humidade ascensional, proveniente de águas freáticas ou superficiais, ocorre devido ao


fenómeno da ascensão capilar. A água ascende através de materiais de construção permeáveis e
progride até verificar o estado de equilíbrio entre a absorção (quantidade de água que entra) e a
evaporação de água (quantidade de água que sai). Este fenómeno é condicionado por diversos
fatores, tais como, a quantidade de água em contacto com a envolvente, condições de evaporação à
superfície, porosidade, espessura, orientação e a presença de sais.

Os fatores referidos influenciam de diversas formas, tais como:

 Quanto maior a espessura da parede, maior será a altura atingida pela humidade;
 Devido à incorreta impermeabilização duma parede, as condições de evaporação são
reduzidas, e facilita a progressão da água por ascensão capilar;
 A insolação, por termo migração, conduz a humidade para o lado interior duma parede;
 Na presença de humidade relativa elevada, a ação de evaporação da parede é prejudicada
acentuadamente;
 O grau de porosidade de uma parede aumenta a percentagem de humidade de uma
parede por ascensão capilar;
 Existência de ventilação na base de uma parede reduz a ascensão capilar;
 Os sais presentes nos materiais e na água, reduzem a permeabilidade ao vapor, por
cristalização, e origina um aumento da ascensão capilar e degradação do material.

As técnicas corretivas da humidade ascensional (normalmente em obras de reabilitação ou por


ação forçada), são utilizadas, muitas vezes, como solução para a humidade por infiltração. Sendo que
estas baseiam-se em quatro princípios de intervenção:

 Impedir o acesso da água nas paredes (drenagens periféricas);


 Retirar a água em excesso das paredes (tubos de arejamento, eletro-osmose, impulso
eletrónico);

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 Impedir a ascensão da água nas paredes (redução da seção absorvente, barreiras físicas,
barreiras químicas (injeção, difusão ou pistola de aplicação), ventilação da base das
paredes.)
 Ocultar as anomalias (aplicação de forra interior separada por um espaço de ar,
revestimento de paredes).

Das medidas corretivas apresentadas, é selecionado um método para impedir a ascensão capilar
nas paredes através de barreiras físicas. Este método é evitado na maior parte das vezes pelos
empreiteiros ou pelos próprios proprietários da habitação, devido ao seu método de execução e
aplicação e também por ter custos elevados.

Neste método coloca-se uma barreira física contínua, na base das paredes de alvenaria, de modo
a impedir a ascensão da água. As barreiras físicas contínuas podem ser constituídas por diferentes
materiais como barreiras metálicas, betuminosas ou plásticas. Passa por executar um rasgo na parede,
através de um corte mecânico em troços de 1 metro de comprimento ou mais, que vão sendo
preenchidos com materiais estanques, efetuada a limpeza das aberturas para assegurar a aderência do
novo produto. É fundamental assegurar não só a aderência do material de enchimento como também
evitar assentamentos, pelo que é necessário preencher os espaços eventualmente livres entre a parede
e o material colocado para garantir a continuidade do material.

Ilustração 1 - Intervenção através de corte mecânico

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Com base na experiência no ramo da construção civil, o Penetron Standard + Pentron Mortar tem
uma aplicação rápida e eficaz e é o único aditivo cimentício certificado pela UE. O Penetron
Standard é um material de impermeabilização por cristalização integral, aplicado superficialmente,
que impermeabiliza e protege o betão em profundidade (penetra no betão até 1 metro). Quando o
Penetron Standard é aplicado na superfície do betão, os componentes químicos ativos reagem com os
compostos da pasta de cimento e com a humidade presente nos capilares do betão para formar uma
estrutura cristalina insolúvel. Esses cristais preenchem os poros e fissuras de retração do betão para
prevenir qualquer ingresso de água, mesmo sob pressão. E quando necessário para enchimento da
parede, aplicar por cima do Penetron Standard, o Penetron Mortar, é uma argamassa cimentícia
utilizada para a reparação e a selagem do betão. Contudo ainda permitirá a passagem do vapor de
água através da estrutura, ou seja, o betão será capaz de respirar. (Penetron, 2018)

Ilustração 2 - Humidade por infiltração e ascensão (antes) Ilustração 3 - Humidade por infiltração e ascensão (depois)

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3 Resolução da ficha de exercícios n.º2

3.1 Alínea A)

𝑻𝒊 = 𝟏𝟑, 𝟖 𝒈/𝒎𝟑 𝒆 𝑻𝒆𝒏𝒖 = 𝟑, 𝟖 𝒈/𝒎𝟑

3.2 Alínea B)

𝑾𝒊 = 𝟏𝟏, 𝟖𝟎 𝒈 𝒅𝒆 𝒗𝒂𝒑𝒐𝒓/𝒌𝒈 𝒅𝒆 𝒂𝒓 𝒔𝒆𝒄𝒐 𝒆 𝑾𝒆𝒏𝒖 = 𝟑 𝒈 𝒅𝒆 𝒗𝒂𝒑𝒐𝒓/𝒌𝒈 𝒅𝒆 𝒂𝒓 𝒔𝒆𝒄𝒐

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3.3 Alínea C)

𝑩𝒐𝒍𝒃𝒐 𝑯ú𝒎𝒊𝒅𝒐𝒊 = 𝟏𝟕 ℃ 𝒆 𝑩𝒐𝒍𝒃𝒐 𝑯ú𝒎𝒊𝒅𝒐𝒆𝒏𝒖 = 𝟒, 𝟓𝟎 ℃

3.4 Alínea D)

𝑷𝒘𝒊 = 𝟏𝟖𝟒𝟎 𝑷𝒂 𝒆 𝑷𝒘𝒆𝒏𝒖 = 𝟑𝟗𝟎 𝑷𝒂

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3.5 Alínea E)
𝐷𝑎𝑑𝑜𝑠: 𝑇𝑖 , 18℃ , 𝜃 = 87% (𝑍 = 0): 𝑃 = 101325 𝑃𝑎

𝑃𝑠 = 2,4615𝜃 2 + 37,1182𝜃 + 610,5 ↔

↔ 𝑃𝑠 = 2,4615 × 182 + 37,1182 × 18 + 610,5 = 𝟐𝟎𝟕𝟔, 𝟏𝟓 𝑷𝒂

𝑃𝑤 = 𝜃 × 𝑃𝑠 ↔ 𝑃𝑤 = 0,87 × 2076,15 ↔ 𝑷𝒘 = 𝟏𝟖𝟎𝟔, 𝟐𝟓 𝑷𝒂

𝑃 = 𝑃𝑎 + 𝑃𝑤 ↔ 𝑃 = 101325 + 1806,25 ↔ 𝑷 = 𝟏𝟏𝟗𝟑𝟖, 𝟐𝟓 𝑷𝒂

𝐷𝑎𝑑𝑜𝑠: 𝑇𝑒𝑛𝑢 , 10℃ , 𝜃 = 40% (𝑍 = 0): 𝑃 = 101325 𝑃𝑎

𝑃𝑠 = 2,4615𝜃 2 + 37,1182𝜃 + 610,5 ↔

↔ 𝑃𝑠 = 2,4615 × 102 + 37,1182 × 10 + 610,5 = 𝟏𝟐𝟐𝟕, 𝟖𝟑 𝑷𝒂

𝑃𝑤 = 𝜃 × 𝑃𝑠 ↔ 𝑃𝑤 = 0,40 × 1227,83 ↔ 𝑷𝒘 = 𝟒𝟗𝟏, 𝟏𝟑 𝑷𝒂

𝑃 = 𝑃𝑎 + 𝑃𝑤 ↔ 𝑃 = 101325 + 491,13 ↔ 𝑷 = 𝟏𝟎𝟏𝟖𝟏𝟔, 𝟎𝟑 𝑷𝒂

3.6 Alínea F)
Zona maciça:

𝐷𝑎𝑑𝑜𝑠: 𝑇𝑖 = 14,92 ℃

𝑃𝑠 = 2,4615𝜃 2 + 37,1182𝜃 + 610,5 ↔

↔ 𝑃𝑠 = 2,4615 × 14,922 + 37,1182 × 14,92 + 610,5 = 𝟏𝟕𝟏𝟐, 𝟐𝟓 𝑷𝒂

Zona vazada:

𝐷𝑎𝑑𝑜𝑠: 𝑇𝑖 = 15.90 ℃

𝑃𝑠 = 2,4615𝜃 2 + 37,1182𝜃 + 610,5 ↔

↔ 𝑃𝑠 = 2,4615 × 15,902 + 37,1182 × 15,90 + 610,5 = 𝟏𝟖𝟐𝟐, 𝟗𝟕 𝑷𝒂

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3.7 Alínea G)

𝑷𝒐𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒐𝒓𝒗𝒂𝒍𝒉𝒐𝒊 = 𝟏𝟓 ℃ 𝒆 𝑷𝒐𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒐𝒓𝒗𝒂𝒍𝒉𝒐𝒆𝒏𝒖 = −𝟓℃

3.8 Alínea H)
Zona maciça cobertura (ascendente):

𝜃𝑝 = 𝜃𝑖 −∪. 𝑅𝑠𝑖. ( 𝜃𝑖 − 𝜃𝑒 )

𝜃𝑝 = 14,92 − 3,06 × 0,10 × ( 14,92 − 13,08)

𝜽𝒑 = 𝟏𝟒, 𝟑𝟓𝟔 ℃

Zona maciça cobertura (descendente):

𝜃𝑝 = 𝜃𝑖 −∪. 𝑅𝑠𝑖. ( 𝜃𝑖 − 𝜃𝑒 )

𝜃𝑝 = 14,92 − 1.99 × 0,17 × ( 14,92 − 13,08)

𝜽𝒑 = 𝟏𝟒, 𝟐𝟗𝟕 ℃

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Zona vazada cobertura (ascendente):

𝜃𝑝 = 𝜃𝑖 −∪. 𝑅𝑠𝑖. ( 𝜃𝑖 − 𝜃𝑒 )

𝜃𝑝 = 15,90 − 3,06 × 0,10 × ( 15,90 − 12,10)

𝜽𝒑 = 𝟏𝟒, 𝟕𝟑𝟕 ℃

Zona vazada cobertura (descendente):

𝜃𝑝 = 𝜃𝑖 −∪. 𝑅𝑠𝑖. ( 𝜃𝑖 − 𝜃𝑒 )

𝜃𝑝 = 15,90 − 1.99 × 0,17 × ( 15,90 − 12,10)

𝜽𝒑 = 𝟏𝟒, 𝟔𝟏𝟒 ℃

𝑪𝒐𝒏𝒇𝒐𝒓𝒎𝒆 𝒂 𝒍𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒆) 𝒔𝒂𝒃𝒆𝒎𝒐𝒔 𝒒𝒖𝒆: 𝑷𝒘𝒊 = 𝟏𝟖𝟎𝟔, 𝟐𝟓 𝑷𝒂

𝑃𝑤 1806,25
237,3 × ln(610,5 ) 237,3 × ln( 610,5 )
𝜃𝑑 = ↔ 𝜃𝑑 = ↔ 𝜽𝒅 = 𝟏𝟓, 𝟖𝟖 ℃
𝑃𝑤 1806,25
17,269 − ln(610,5 ) 17,269 − ln( 610,5 )

Logo verifica-se que ocorrerão condensações superficiais nas duas zonas porque,
𝜽𝒑 ≤ 𝜽𝒅 , sendo que a zona maciça possuirá uma condensação maior que a superfície vazada.

3.9 Alínea I)
A temperatura superficial mínima foi registada na zona maciça de cobertura descendente
na alínea H)
𝜃𝑠𝑖.𝑚𝑖𝑛 − 𝜃𝑒
𝐹𝑅𝑠𝑖.𝑚𝑖𝑛 =
𝜃𝑖 − 𝜃𝑒

14,297 − 10
𝐹𝑅𝑠𝑖.𝑚𝑖𝑛 = ↔ 𝐹𝑅𝑠𝑖.𝑚𝑖𝑛 = 𝟎, 𝟓𝟑𝟕
18 − 10

O fator de temperatura superficial mínima ocorre sobre a ponte térmica onde a temperatura
interior atinge o seu valor mínimo. Visto que 𝐹𝑅𝑠𝑖.𝑚𝑖𝑛 = 0,537, tendo em consideração os valores
mínimos recomendados, verifica-se um risco na ocorrência de condensações e de desenvolvimento

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de bolores para edifícios residenciais com elevada ocupação. Caso o valor obtido seja referenciado
para edifícios residenciais com ocupações menores, armazéns ou escritórios, no qual os valores
mínimos recomendados é que o 𝐹𝑅𝑠𝑖.𝑚𝑖𝑛 < 0,65 , é constatado uma fraca probabilidade no
surgimento condensações e na ocorrência de manchas ou bolores.

3.10 Alínea J)
Sendo que a temperatura superficial mínima foi registada na zona maciça de cobertura
descendente, e a temperatura superficial máxima ocorreu na zona vazada cobertura
ascendente.

𝜃𝑖 − 𝜃𝑠𝑖.𝑚𝑖𝑛 18 − 14,297
𝜇ℎ = ↔ 𝜇ℎ = ↔ 𝝁𝒉 = 𝟏, 𝟏𝟑𝟒
𝜃𝑖 − 𝜃𝑠𝑖.𝑚𝑎𝑥 18 − 14,737

O fator de heterogeneidade da temperatura superficial relaciona o afastamento da temperatura


sobre a ponte térmica em relação ao valor que apresenta na zona corrente. Conforme as
recomendações no qual fator 𝝁𝒉 deve ser < 𝟐, 𝟎 em condições de inverno. Relacionando o valor
obtido, este confronta com uma baixa probabilidade de ocorrência de manchas e bolores resultante
de condensações superficiais.

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4 Inexistência de condensações e desenvolvimentos de resultados numa
parede simples
Com uma breve análise ao clima e às condições meteorológicas médias anuais na Região
Autónoma da Madeira, é possível verificar que as temperaturas médias estão entre os 18,1ºC e os
20,6ºC.

Ilustração 4 - Temperatura média do ar na estação Funchal/Observatório (1976 - 2019)

No que respeita à humidade relativa média do ar na Região Autónoma da Madeira na análise da


informação à escala mensal, no ano de 2019, as estações que registaram a média anual de humidade
relativa do ar mais elevada foram Achadas da Cruz/Lombo da Terça (88%), Ponta de São Jorge
(86%), Santo da Serra (84%) e Santana (82%). Os valores mais baixos foram observados na estação
do Pico do Areeiro-CFM (62%), Funchal/Observatório (64%), Lugar de Baixo e Quinta Grande
(ambos com 65%). (DREM, 2020)

Ilustração 5 - Humidade relativa média do ar, na estação Funchal/Observatório (2012 - 2019)

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Ao considerar 15,9ºC de temperatura média para o inverno e 77% de humidade relativa do ar,
e 22,2ºC de temperatura média para o verão e 72% de humidade relativa do ar, obtém-se os seguintes
resultados:

Ocorrem condensações quando 𝑃𝑠 < 𝑃𝑤 𝑜𝑢 𝜃𝑑 > 𝜃𝑠𝑖 .

Pressão de saturação para o verão (22,2ºC):

𝑃𝑠 = 2,4615𝜃 2 + 37,1182𝜃 + 610,5 ↔

↔ 𝑃𝑠 = 2,4615 × 22,22 + 37,1182 × 22,2 + 610,5

↔ 𝑃𝑠 = 2647,65 𝑃𝑎

Dada a temperatura de 22,2ºC com humidade relativa de 72%, e em análise ao diagrama


psicométrico para obter o Pw (pressão parcial do vapor de água), tem-se:

𝑃𝑤 = 1890 𝑃𝑎

𝑃𝑠 > 𝑃𝑤 , logo não ocorreram condensações superficiais no verão.

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Pressão de saturação para o inverno (15,9ºC):

𝑃𝑠 = 2,4615𝜃 2 + 37,1182𝜃 + 610,5 ↔

↔ 𝑃𝑠 = 2,4615 × 15,92 + 37,1182 × 15,9 + 610,5

↔ 𝑃𝑠 = 1822,97 𝑃𝑎

Dada a temperatura de 15,9ºC com humidade relativa de 77%, e em análise ao diagrama


psicométrico para obter o Pw (pressão parcial do vapor de água), tem-se:

𝑃𝑤 = 1300 𝑃𝑎

𝑃𝑠 > 𝑃𝑤 , logo não ocorreram condensações superficiais no inverno.

Como solução que cumpra com o regulamento do desempenho térmico dos edifícios, e por
sua vez, satisfaça as necessidades biológicas e o bem-estar do Homem, optamos, na realização do
trabalho prático nº1, por uma parede simples com revestimento exterior independente em pedra
artificial com 0,02m de espessura (λ = 1,30 m℃/w), espaço de ar ventilado com 0,03m de
espessura, isolamento térmico em poliestireno expandido extrudido (XPS) com 0,05m de espessura

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(λ = 0,037 m℃/w), bloco de betão com 0,2m de espessura (λ = 0,30 m℃/w), e por fim como
acabamento interior, reboco tradicional 0,025m de espessura (λ = 1,80 m℃/w).

O coeficiente térmico dos materiais constituintes da parede exterior é de U ≈ 0,27 w/m2 ℃.

Ilustração 4 - Esquema representativo da parede simples de fachada (Fonte - ITE 50)

Com os valores referidos anteriormente, referentes à RAM e com base na parede apresentada, é
pedido para determinar a inexistência de condensações:

 No verão, 𝜃𝑖 = 20,0 ℃ 𝑒 𝜃𝑒 = 22,2 ℃, com uma humidade relativa de 72%.

𝜃𝑃 = 𝜃𝑖 − 𝑈 × 𝑅𝑠𝑖 × (𝜃𝑖 − 𝜃𝑒 ) ↔ 𝜃𝑃 = 20,0 − (0,27 × 0,13 × (20,0 − 22,2)) ↔ 𝜃𝑃 = 20,08º𝐶

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No gráfico acima, está representado o ponto de orvalho dos 20,0ºC, 𝜃𝑑 = 15℃

𝜃𝑃 ≥ 𝜃𝑑 ↔ 20,08℃ ≥ 15,00℃ 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑛ã𝑜 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟á 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑒𝑠𝑎çõ𝑒𝑠.

 No inverno, 𝜃𝑖 = 20,0 ℃ 𝑒 𝜃𝑒 = 15,9 ℃, com uma humidade relativa de 77%.

𝜃𝑃 = 𝜃𝑖 − 𝑈 × 𝑅𝑠𝑖 × (𝜃𝑖 − 𝜃𝑒 ) ↔ 𝜃𝑃 = 15,9 − (0,27 × 0,13 × (15,9 − 20,0)) ↔ 𝜃𝑃 = 16,04º𝐶

No gráfico acima, está representado o ponto de orvalho dos 15,9ºC, 𝜃𝑑 = 11℃

𝜃𝑃 ≥ 𝜃𝑑 ↔ 16,04℃ ≥ 11,00℃ 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑛ã𝑜 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟á 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑒𝑠𝑎çõ𝑒𝑠.

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5 Conclusão
No seguimento deste trabalho, foram analisados diversos pontos fundamentais relacionados com
o tema da humidade, pontos esses que não devem ser postos de parte numa obra nova ou em obra de
reabilitação. Para a elaboração deste trabalho considerou-se uma cobertura inclinada junto ao mar e
uma parede exterior de uma habitação elaborada pelo grupo no trabalho prático nº1.

Na resolução da ficha prática, foram analisados conteúdos programáticos e os respetivos valores


que ao exceder os valores mínimos e máximos tabelados, origina condições de insalubridade e
contribui para uma acelerada degradação dos materiais.

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6 Bibliografia
Desconhecido. (s.d.). Portal de Arquitetura e Construção Sustentável. Obtido de CSustentável:
https://www.csustentavel.com/glossary/higroscopicidade/

DREM. (16 de Dezembro de 2020). DREM. Obtido de Estatística da Madeira:


https://estatistica.madeira.gov.pt/download-now/ambiente-territorio/dados-
meteorologicos/dados-meteorologicos-em-foco/send/670-dados-meteorologicos-em-
foco/12957-em-foco.html

Penetron. (2018). Penetron. Obtido de http://penetroniberica.pt/item/penetron/

Pereira, E. (Setembro de 2021). Obtido de Repositoria.ipl:


https://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/14048/1/Dissertacao.pdf

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