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Resumo: Este estudo tem como finalidade a análise do método de impermeabilização por manta de
PVC, abordando desde seu histórico, características e aplicabilidade. Por meio do condensamento do
conteúdo, aborda-se as características do material; os métodos construtivos; técnicas e aplicações em
campo e seu desempenho na construção. Serão abordados estudo de campo, resultando na visualização
do benefício da aplicação de manta de PVC nos métodos de impermeabilização em obras.
INTRODUÇÃO
1. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo a contextualização do que é a manta de PVC, suas atribuições,
histórico e como ela é aplicada dentro da construção civil de forma pragmática, permitindo
facilitar a compreensão desse material perante o seu uso).
2. RELEVÂNCIA DO TRABALHO
4. METODOLOGIA
Este trabalho trata-se de um estudo qualitativo e de caráter descritivo com caráter exploratório,
pois se caracteriza-se como um levantamento de revisão bibliográfica dos aspectos que
abrangem o tema de manta de PVC.
4.1. Características da Manta de PVC
As mantas geomembranas de PVC (Cloreto de Polivinila) ainda são pouco utilizadas no Brasil
em comparação aos países da Europa, América do Norte, Oceania e Ásia (CARVALHO 2014).
As aplicações mais comuns são em lajes expostas, tanques de resíduos industriais, lagoas para
piscicultura, reservatórios de água potável ou reuso, piscina, pisos de subsolo e túneis. As
mantas de PVC poderiam ser utilizadas na maior parte das impermeabilizações que conhecemos
em que se utilizam mantas asfálticas.
As membranas flexíveis de PVC são fabricadas a partir de um composto virgem de PVC,
aditivos especiais, plastificantes, estabilizadores, etc., que conferem à resina básica algumas
propriedades particulares de flexibilidade, resistência aos raios ultravioleta (as membranas
resistentes aos raios ultravioletas passam por um tratamento específico em sua fabricação para
atenderem a essa finalidade) e ainda resistência química, podendo-se obter materiais especiais
para diferentes aplicações de impermeabilização (TÉCHNE, 2008).
A durabilidade do sistema representa uma diferença significativa em comparação aos métodos
tradicionais de impermeabilização, nos quais a vida útil, em média, mal ultrapassa a metade
daquela dos sistemas de mantas flexíveis de PVC. Além disso, as manutenções periódicas são
substancialmente mais frequentes nos sistemas convencionais para assegurar a continuidade de
sua funcionalidade.
Outro aspecto importante é que no sistema de mantas PVC, de acordo com o Instituto Brasileiro
de Desenvolvimento da Arquitetura (IBDA), permite projetar coberturas planas, que significa
menos peso estrutural e vãos maiores das plantas inferiores.
Sem a necessidade de um tratamento especial em juntas de dilatações devido à flexibilidade da
manta, sem necessidade de meias canas periférica, nem embutir a manta na parede e tampouco
fazer grandes caídas para o escoamento (1% seria suficiente para sistema cobertura de manta a
vista e 0% para sistema jardim), como nos sistemas de mantas asfálticas (FERREIRA, 2009).
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• Grande elasticidade. O alargamento à ruptura pode ser superior a 350%;
• É um material tenaz. Apesar de sua elasticidade não é um material fácil de soltar ou
rasgar;
• Elevada capacidade de adaptação às irregularidades do suporte graças à sua alta
deformabilidade e à elevada resistência de suas soldas;
• Leveza do material;
• Qualificação estética: ampla gama de cores, além de serem aplicadas em coberturas
inclinadas.
• Material impermeável com baixa deformação permanente;
• Pode ser aplicada em estruturas subterrâneas e expostas;
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FONTE: IBI, 2020
A Figura 03, mostra o detalhamento de um projeto de telhado verde, onde tem-se a preocupação
com a descida dos tubos de drenagem do jardim. Nesse casso, é detalhado o sistema de
drenagem no ralo adicionando sistemas de inspeção para eventual manutenção.
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Figura 03 – Telhado verde – detalhe 1
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impermeabilização na cobertura de um reservatório na cidade de Jacareí-SP, descrito pelo
pesquisador Pires Giovanett Guadia (2018).
5.3. Impermeabilização da cobertura do reservatório em Jacareí
O serviço em estudo foi executado no local conhecido como “Capela do Socorro” entre os
meses de abril a junho de 2020. O trabalho teve como objetivo estancar vazamentos e manter a
estrutura segura e sem problemas com infiltrações, por meio da aplicação do método de Manta
de PVC.
Guadia (2018), inicia descrevendo que foi realizada a remoção das películas presentes no local
e o tratamento prévio do substrato. Além disso, houve a remoção de toda proteção mecânica
antes do processo de impermeabilização.
Após a remoção das estruturas mecânicas e da vegetação, notou-se que não seria possível iniciar
a aplicação da Manta PVC, tendo em vista que foi possível perceber que ocorria o acúmulo de
poças na superfície devido às chuvas, sendo necessário executar o nivelamento da superfície
para que o projeto estivesse em condições seguras de ser feito.
Guadia (2018), afirma que como o substrato de instalação da Manta de PVC não é totalmente
uniforme, é necessário reduzir o atrito preservando a camada de impermeabilização. Por isso,
primeiramente realiza a instalação de uma camada amortecedora composta por uma manta
geotêxtil. O geotêxtil deve ser sobreposto no substrato, aplicado por trás dos perfis colaminados
e fixados mecanicamente ao substrato. A sobreposição correta é de no mínimo 10 cm, a fim de
cobrir toda a área impermeabilizada.
Após a colocação da manta de geotêxtil e da fixação dos perfis colaminados, foi feito o
lançamento das mantas PVC. A fixação da manta se dá por um sistema mecanicamente preso,
neste processo de fixação é necessário saber as condições do material base.
Guadia (2018), descreve que quando a instalação da manta for feita em lajes de concreto
deverão ser sobrepostas de acordo com a subdivisão do piso em setores seguindo o alinhamento
das chapas colaminada. Neste caso é necessário que o piso não seja setorizado, propiciando a
aplicação do descritivo do projeto.
Neste contexto também é possível indicar a aplicação de uma sobreposição miníma de 100 mm,
enquanto a largura de solda deverá variar entre 20 e 50 mm.
Para a etapa de solda inicia-se com uma linha de solda, denominada pré-solda, deve ser
realizada à 200 mm da extremidade, com objetivo de garantir um alinhamento das mantas
durante a execução. Essa soldagem tem a função de selar as emendas da manta de PVC.
Esse procedimento deve ser feito através do processo de soldagem por termofusão, executado
manualmente ou automatizada. Para obter uma soldagem perfeita entre as mantas de PVC
recomenda- se a utilização do soprador de ar a quente, do tipo manual LEISTER mod.–Triac-
S (com bocal de 40 mm em toda sua extensão e bocal de 25 mm para detalhes e cantos).
A temperatura ideal é de 550°C (verificar e testar previamente a temperatura e a velocidade da
soldagem no local da aplicação) com bico à 45º e pressionados paralelamente com rolo de
pressão, controlando a velocidade de avanço e a pressão do rolo, mantendo-os constante.
Para que a solda esteja perfeita ao final, é necessária a higienização da superfície com um pano
úmido, para assim não ficar resíduos de material da manta. Para manter a aderência da manta
de PVC é importante fazer essa higienização regulamente, para serem retirados todos os
resíduos de PVC.
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Esse processo de limpeza contínuo deve ser feito com um pano úmido e uma escova de aço, a
fim de manter o local sempre limpo e livre de resíduos externos, aumentando a durabilidade da
manta e da soldagem.
Após a fixação das mantas de PVC no piso e paredes, executar a aplicação dos arremates
necessários. Nos cantos é necessária uma personalização da manta de acordo com o espaço
disponível, para assim a soldagem ficar correta e completamente aderente.
Após o término da instalação do sistema com manta de PVC e a checagem das soldas, deverá
ser realizado o teste de estanqueidade na cobertura. Para isso são realizados testes logo após a
finalização do processo.
Essa é uma exigência das normas ANBT NBR 9575, este teste é realizado com lâmina d’água
com 10 cm pelo período mínimo de 72h. Caso não seja possível a utilização de lâminas de água
o teste será feito com Holiday detector e/ou testes com jato de água, simulando a ação de chuva,
sobre o sistema aplicado para avaliar existem pontos de vazamento.
O principal objetivo dos testes é encontrar falhas no sistema ou verificar se toda a extensão de
vazamentos foi resolvida. Por esse motivo ele deve ser realizado assim que finalizado para
verificar a efetividade da solução aplicada.
Após o término da instalação do sistema com manta de PVC foi aplicada uma passarela que
define o caminhamento sobre a impermeabilização até a tampa de acesso ao reservatório e os
seus componentes externos, dessa forma preserva-se o sistema de impermeabilização aplicado.
Por fim, é recomendado medidas de preservação da manta, visto que o sistema fica exposto.
6. CONCLUSÕES
Tendo em vista os problemas com infiltrações em grande parte das construções, seja por falta
de impermeabilização, ou até mesmo pela escolha incorreta de materiais, o presente artigo teve
como objetivo apresentar um levantamento bibliográfico acerca do sistema de
impermeabilização com utilização da manta de policloreto de vinila (PVC).
Um sistema de impermeabilização com manta em PVC é um facilitador em todo o processo de
execução da obra, tempo de execução e utilização de materiais se comparado aos métodos
tradicionais, como por exemplo a impermeabilização com utilização de manta asfáltica.
Para garantir as vantagens citadas, o estudo indicou a necessidade de contratação de mão de
obra qualificada a fim de otimizar a utilização de técnicas e dos materiais empregados. Além
disso, a sua aplicação apesar de simples, deve ser rigorosamente controlada e verificada por
meio do teste de estanqueidade, verificação visual ou com o uso de equipamento específico que
localiza as falhas de soldagem e/ou rasgos no material.
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REFERÊNCIAS
[1] IBI TALKS. Impermeabilização com Manta PVC, 2020. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=jiU8jJiK8ck&t=6528s. Acesso em: 16 jan. 2024.
[2] GUADIA. Impermeabilização com Manta PVC. Disponível em: .
https://lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/3566.pdf. Acesso em: 16 jan. 2024.
[3] CARVALHO, F. C. Influência do intervalo de assentamento do revestimento na aderência
com a impermeabilização cimentícia. Monografia (Bacharel em Engenharia Civil)—Brasília:
Centro Universitário de Brasília, 2014.
[4] TÉCHNE. Impermeabilização com mantas de PVC, 2008. Disponível em:
http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/111/artigo285503-1.aspx. Acesso em: 16 jan.
2024.
[5] FERREIRA, R. Conhecendo os impermeabilizantes. Revista Equipe de Obras – Artigo,
Ed 141, dezembro, 2008.