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JONAS FEITOSA DOS SANTOS

FÔRMAS PARA CONCRETO ARMADO

PALMAS-TO, 2021
JONAS FEITOSA DOS SANTOS

FÔRMAS PARA CONCRETO ARMADO

Trabalho exigido como nota parcial da

disciplina de Sistemas Construtivos 1,

ministrado pelo professor Dr. Gilson

Marafiga Pedroso.

PALMAS-TO, 2021
Introdução

As fôrmas são estruturas que realizam a moldagem do concreto e sustenta-o até que este
obtenha uma resistência suficiente para suportar as tensões em que estar submetido. Por ser
um molde de concreto fresco, as fôrmas deve ter capacidade para aguentar deformações
excessivas e também é importante que essas peças tenha estanqueidade. Quando as fôrmas
não consegue atender essas especificações essas peças estarão comprometidas devido a baixa
resistência e durabilidade, isso ocasiona inúmeras consequências que pode chegar até
comprometer a estabilidade da futura edificação.

Ao promover a sustentação do concreto, as fôrmas se comportam como uma estrutura


provisória que possuem a função de ofertar a resistência ao concreto. Sendo assim essas peças
precisam ter resistência para suportar os esforços provenientes do seu próprio peso e do
concreto lançado, e dos operários, e entre outros. Além disso qualquer cuidado na concepção
ou execução do sistema de fôrmas podem proporcionar uma economia relevante de recursos
para a obra que está sendo construída.

Sendo um elemento indispensável em qualquer obra de concreto armado, o sistema de fôrmas


geralmente é constituída de uma fôrma propriamente dita que possuem a incumbência de dar
a forma a futura estrutura e também de um sistema escoramento formado principalmente de
pontaletes. A função da escora é sustentar e manter estável o sistema de fôrma, isso é
imprescindível para que concreto endurecido seja resistente.

Diante do relatado acima é fácil constatar que o sistema de fôrmas é sem sombra de dúvidas a
parte mais importante numa obra realizada por meio do concreto armado. Por causa disso a
execução de um elemento estrutural utilizando fôrmas deve ser devidamente planejada e
estudada com minúcia para que seja bem sucedida. Geralmente o uso de fôrmas e também do
escoramento é feito através de um projeto que tem a função de relatar as características da
estrutura

FÔRMAS PARA CONCRETO ARMADO

De acordo com NBR 15696: 2009 fôrma pode ser definido como “estruturas provisórias
utilizadas para moldar o concreto fresco, resistindo a todas as ações provenientes das cargas
variáveis resultantes das pressões do lançamento do concreto fresco até que o concreto se torne
autoportante”. Sendo assim a fôrma é uma estrutura imprescindível para construir

Figura 1. Esquema Gráfico de uma Fôrma

Fonte: (Azeredo, 1987)


A fôrma é considerada um molde responsável por dar forma a estrutura de concreto, sem
sombra de dúvida essa é a principal função desse importante elemento. De acordo com Barros
e Melhado a fôrma é uma peça que inúmeras funcionalidades, abaixo há as principais funções
dessa estrutura provisória de acordo com esses teóricos.

- conter o concreto fresco e sustentá-lo até que tenha resistência suficiente para se sustentar
por si só.

- proporcionar à superfície do concreto a rugosidade requerida.

- servir de suporte para o posicionamento da armação, permitindo a colocação de espaçadores


para garantir os cobrimentos.

- servir de suporte para o posicionamento de elementos das instalações e outros itens


embutidos

- servir de estrutura provisória para as atividades de armação e concretagem, devendo resistir


às cargas provenientes do seu peso próprio, além das de serviço, tais como pessoas,
equipamentos e materiais.

- atuar como protetor do concreto novo contra choques mecânicos.

- diminuir a perda de água do concreto, isso facilita a cura

Para a fôrma poder desempenhar de maneira adequada as suas funções é indispensável que
atenda alguns requisitos. Segundo Barros e Melhado ( 2006) as principais propriedades que as
fôrmas de concreto armado tem de apresentar estar listado abaixo.

- resistência mecânica à ruptura: A fôrma deve possuir resistência para suportar os esforços
provenientes do seu peso próprio, do empuxo do concreto, do adensamento e do tráfego de
pessoas e equipamentos;

- resistência à deformação: A fôrma deve ser rígida para que suas dimensões não sejam
alteradas ou sofram deformações dentro do limite aceito pelo projeto.

- estanqueidade: A fôrma deve evitar a perda de água e de finos de cimento durante a


concretagem;

- regularidade geométrica: A fôrma deve possuir uma geometria em conformidade com as


especificações do projeto.

- textura superficial adequada: A fôrma deve ter uma textura superficial de acordo com as
especificações do projeto.

- estabilidade dimensional: As dimensões da fôrma não pode ser modificada durante o


lançamento ou durante a fase de cura, isso é importante para que seus elementos estruturais
apresentem dimensões compatíveis com as definidas pelo projeto;

- possibilitar o correto posicionamento da armadura: ou seja, não deve apresentar detalhe de


montagem que dificulte ou impeça a colocação da armadura no local especificado pelo projeto;

- baixa aderência ao concreto: Essa propriedade é imprescindível para facilitar o processo de


desforma, sem danificar a superfície do elemento de concreto;

- proporcionar facilidade para o correto lançamento e adensamento do concreto;


- não influenciar nas características do concreto: os seja, não deve apresentar absorção d'água
que comprometa a necessidade de água para a hidratação do cimento do concreto e além disto,
o desmoldante, quando utilizado, não dever afetar a superfície do elemento de concreto que
está sendo produzido;

- segurança: A fôrma deve estável e rígida para não colocar em risco a segurança dos operários
e da própria estrutura que está sendo construída;

- economia: este aspecto está diretamente relacionado aos danos provocados durante a
desforma, exigindo manutenção ou mesmo reposição de parte das fôrmas; á facilidade de
montagem e desforma e ao reaproveitamento que o sistema pode proporcionar.

Constituintes das Fôrmas

Uma fôrma é uma estrutura formada pelo molde, estrutura do molde, escoramento e peças
acessórias.

Segundo Fajersztajn (1987) o molde é o responsável pela característica da peça, ou seja é o


elemento que entra em contato direto com o concreto, definindo o formato e a textura
concebidos para peça durante o projeto. Comumente esse elemento é formado por painéis de
laje, fundos e faces de vigas e faces pilares.

Para sustentar e travar o molde é indispensável a existência da estrutura do molde, esse


constituinte das fôrmas garante o enrijecimento do molde, impossibilitando a sua deformação
quando este está submetido a esforços ocasionados pelas operações de armação e
concretagem. Essa parte da fôrma pode possuir várias configurações em virtude das fôrmas e
peças consideradas, é comum encontrar o molde de estrutura formado principalmente por
gravatas, sarrafos acoplados aos painéis e travessões.

O apoio à estrutura da fôrma é realizado por meio do escoramento ou cimbramento. Esse


constituinte possui a incumbência de transmitir os esforços da estrutura do molde para algum
ponto de suporte no solo ou na própria estrutura de concreto. Esse elemento geralmente é
formado por guias, pontaletes e pés-direitos.

Além dos itens citados acima uma forma também é constituída por elementos acessórios ou
seja que auxiliam a fôrma. De forma geral esses componentes acessórios são empregados com
mais intensidade no nivelamento, prumo e locação das peças, sendo constituídos comumente
por aprumadores, sarrafos de pé-de-pilar e cunhas.

Principais Materiais Utilizados para a Produção de Fôrmas

Para Fajersztajn (1987) a construção do molde é feita com o uso de madeira na forma de tábua
ou de compensado e também através de materiais metálicos como o aço e o alumínio.
Ultimamente está tendo uma tendência de empregar materiais que antigamente era pouco
utilizado; entre essas matérias primas destaca-se o concreto, a alvenaria, o plástico, o papelão,
a fôrma incorporada (por exemplo, o poliestireno expandido ou lajotas cerâmicas e materiais
sintéticos.

Segundo Fajersztajn (1987) a fabricação da estrutura do molde emprega principalmente


madeira aparelhada, na forma de treliça ou perfis de madeira colada. Além disso esse
constituinte das fôrma utiliza com bastante frequência de materiais metálicos como o perfil
dobrado de aço, perfis de alumínio e treliças. Durante a construção da estrutura do molde é
comum ocorrer a combinação de madeira e elementos metálicos.
De acordo Fajersztajn ( 1987) o escoramento é um constituinte indispensável para que a fôrma
tenha estabilidade; a fabricação desse importante componente é realizada por meio do
emprego de madeira bruta ou aparelhada, aço na forma de perfis tubulares extensíveis e de
torres. Já os acessórios emprega sobretudo elementos metálicos (aço) e cunhas de madeira.

Projetos de fôrmas e escoramento

A utilização do concreto armado como método produtivo demanda o uso de fôrmas. Para
viabilizar a construção dessas estruturas é imprescindível fazer um bom projeto que tenha todas
as informações necessárias para que esse empreendimento seja viabilizado. De acordo com a
NBR 15696: 2009 o projeto de forma deve atender os seguintes itens.

- especificar os materiais utilizados;

- definir clara e exatamente o posicionamento de todos os elementos utilizados;

- mencionar os critérios adotados para o dimensionamento da fôrma, tais como a pressão do


concreto, a velocidade de lançamento, altura de concretagem e de vibração, consistência do
concreto, metodologia de lançamento etc.;

- ser detalhado com plantas, cortes, vistas e demais detalhes, de tal forma que não fiquem
dúvidas para a correta execução da montagem.

Todo fôrma necessita de escoramento para que tenha estabilidade e possa sustentar a carga e
suportar os inúmeros esforços a que está submetido. O conhecimento dessas tensões e adoção
de medidas para atenua-las exigem a implementação de um projeto de escoramento. Segundo
a NBR 15696: 2009 um projeto de escoramento devem atender as seguintes especificações.

- especificar as cargas admissíveis dos equipamentos utilizados;

- definir clara e exatamente o posicionamento de todos os elementos;

- definir as cargas nas bases de apoio;

- ser detalhado com plantas, cortes, vistas e demais detalhes, de tal forma que não fiquem
dúvidas para a correta execução da montagem.

TIPOS DE FÔRMAS

As fôrmas de madeira são as mais utilizadas devido ao uso de profissionais que não requer
muito treinamento (carpinteiro) e conseguem exercer sua profissão usando equipamentos e
complementos com baixo grau de sofisticação e com preços acessíveis (serras manuais e
mecânicas, furadeiras, martelos etc.). As fôrmas de madeira são estruturas que consegue que
resistem com facilidade a impactos e não costuma se deteriorar durante as operações de
transporte e armazenagem.

As fôrmas de madeira podem ser reaproveitadas após seu uso, para que essa estrutura
provisória sejam usadas várias vezes é necessário tomar cuidados e precauções que inibam o
seu não reaproveitamento. Entre as medidas que pode ser implementadas para ampliar o
período de validade desse importante componente está a manutenção de características físicas
e químicas que favorecem o seu uso como a pouca variação dimensional devido a temperatura
e também a não-toxicidade.

As fôrmas que possuem a madeira como o seu constituinte apresenta inúmeras vantagens, essas
características favoráveis contribui para seu uso massivo e bastante disseminado na indústria
da construção civil. Apesar disso há alguns entraves que precisam serem observados para que a
utilização desse tipo de fôrma sejam uma operação exitosa. Para Azeredo ( 1977) os
impedimentos para utilizar a madeira como elemento que promove a sustentação e de molde
para concreto está diretamente relacionado ao tipo de obra e as condições de uso. As principais
em relação a madeira são a pouca durabilidade, a baixa resistência nas ligações e emendas, a a
alta inflamabilidade desse material e também a grandes deformações quando submetida a
variações bruscas de umidade.

Entre as fôrmas feitas de madeira predomina o emprego de fôrmas de tábuas. Essas estruturas
costumam ter como matéria prima o pinho (araucária ), cedrinho, jatobá e pinus (não-
recomendado). Na construção civil é comum empregar o pinho de terceira categoria ou 3ª
construção ou IIIªC. O emprego das tábuas ocorre com maior intensidade em painéis laterais e
de fundo dos elementos a concretar.

Outro tipo de fôrma feita de madeira que é amplamente utilizada pelo construção civil são as
chapas de compensados. Essas peças são constituídas por lâminas de madeira sobrepostas que
são coladas e passam um processo de pressão que as une de maneira definitiva. Essas fôrmas
são empregadas principalmente para substituir às tábuas nos painéis das fôrmas dos elementos
de concreto armado. De acordo com Azeredo (1977) a chapa compensada é adequada para o
concreto aparente, essas peças possuem alta qualidade e costumam ter um acabamento melhor
do que os painéis feito de tábuas.

Em obras correntes é bastante comum o emprego de chapas resinadas, essas peças


correspondem a uma chapa fina de madeira compensada que é unida por cola branca, de modo
que as fibras se cruzem. Esse tipo de chapa é bastante utilizado na construção civil devido ao
seu baixo custo e fácil manuseio. Em obras que requer um acabamento sofisticado e bem feito
é recomendado a utilização chapas plastificadas que geralmente possui um preço mais elevado,
mas esse maior desembolso é compensado pelo maior índice de reaproveitamento.

A utilização de chapas para construção de fôrmas requer um estudo minucioso para otimizar o
corte de madeira e consequentemente reduzir ao máximo possível as perdas e ineficiências.
Pintar as bordas cortadas é imprescindível para evitar a infiltração de umidade e elementos
químicos do concreto entre as lâminas, este é o principal fator de deterioração das chapas.
Quando todas essas medidas são adotadas dificilmente o sistema de fôrmas para executar uma
estrutura de concreto armado não apresentam êxito.

A moldagem de paredes, vigas altas, pilares de grandes dimensões e base para assoalhados feita
com chapas de compensados é uma operação de alto risco e requer um reforço nas chapas para
ampliar a inércia dessas peças, isso é importante para obtenção de um bom rendimento e
também para que essa estrutura tenha mais resistência. Esse intento é alcançado mediante ao
uso de reforços de madeira (ripamento justaposto), peças metálicas ou ainda sistemas mistos
de peças de madeira e metálicas.

A construção das fôrmas com painéis de tábuas e com chapas de compensados requer o
emprego de complementos e acessórios para realizar o reforço e sustentação da estrutura. Para
Azeredo (1977) esses constituintes do sistema de fôrmas podem ser formados por peças únicas
de madeira ou metálicas ou por um conjuntos de peças de madeira e metal, como por exemplo:
guias, talas de emenda, cunhas, placas de apoio, chapuzes, gravatas, escoras (mão-francesa),
espaçadores, estais, tirantes etc. Nos casos das peças de madeira, pode-se usar: sarrafos de
½”x2”; ripas de 1”x2”, 1”x3”; caibros de 2”x3”, 3”x4”, 2”x4”, 4”x5”; pontaletes de 2”x2”, 3”x3”,
4”x4” etc.

As fôrmas metálicas vem sendo cada vez mais demandada na indústria da construção civil. Essas
fôrmas são chapas feitas de metais como aço e alumínio, essas peças podem ser encontradas
assumindo várias espessuras, isso ocorre principalmente devido as dimensões dos elementos
estruturais que irão serem concretados e também dos esforços que deverão resistir. Para
Azeredo (1977) é muito comum o uso dos painéis metálicos na fabricação de elementos de
concreto pré-moldados, com as fôrmas são sofrendo nenhuma alteração durante as fases de
armação, lançamento, lançamento, adensamento e cura. Esses painéis metálicos costumam ter
vibradores, essas peças normalmente permanecem acopladas nas próprias fôrmas.

Durante uma construção os elementos metálicos costumam ter seu uso mais difundido em
escoras e travamentos. As fôrmas metálicas possuem um custo mais elevado quando
comparado com as fôrmas feitas de madeira, mas apesar disso os elementos metálicos tem
inúmeros benefícios, principalmente em relação a durabilidade.

Normalmente as fôrmas são feitas principalmente de madeira e em menor escala de metal,


apesar disso é bastante corriqueiro o uso de fôrmas mistas que são geralmente de painéis de
madeira com travamentos e escoramentos metálicos. Para Pessoa os constituintes metálicos
possuem uma maior durabilidade quando são bem cuidadas e os elementos feitos de madeira
tem uma validade menor, essas peças são reutilizadas poucas vezes.

Nos últimos anos a indústria de construção civil está ampliando os materiais usados na
fabricação de fôrmas. Além das convencionais fôrmas feitas de madeira e metais é comum
também o emprego de papelão, vidro, plástico e outras matérias primas. Essa diversidade de
fôrmas é importante porque dependendo da estrutura a ser moldada ela irá necessitar de
características específicas de molde e resistência.

Conceito Estrutural das Fôrmas

A concepção das fôrmas devem ser feita mediante o conhecimento dos esforços atuantes sobre
essas estruturas. As principais forças que agem em quaisquer peças constituintes do sistema de
fôrmas são o próprio peso das fôrmas, o peso do concreto e do aço, a sobrecarga de
trabalhadores e equipamentos e o empuxo adicional nas peças de maior profundidade
ocasionadas pela vibração.

O esforço atuante nas fôrmas pode atuar sobre o painel formam o molde ou seja sobre a chapa
de madeira, de compensado, metálica ou mista. Ao receber os esforços a chapa do molde realiza
a transmissão destes para um reticulado ( estrutura do molde ), aonde é enrijecida. A estrutura
do molde possui sua carga equilibrada devido as escoras ( pontaletes e pés-direitos), esse
equilíbrio é obtido por meio da transmissão da carga para o solo ou para a estrutura já
executada.

EXECUÇÃO DAS FÔRMAS


De acordo com Azeredo (1977) para executar qualquer fôrma é imprescindível que alguns
procedimentos sejam adotados como o recebimento e estocagem das peças brutas de madeira
e dos compensados; a existência do projeto estrutural completo com a indicação das prumadas
e embutidos das instalações prediais (água, esgoto, elétrica, telefone etc.) e do projeto de
fôrmas; e, preferencialmente, a existência de uma carpintaria (central de fôrmas) com todos os
equipamentos e bancadas necessários.

As fôrmas de concreto armado devem ser dimensionadas durante a sua execução. Esse
dimensionamento é importante para que essa estrutura provisória possa ter resistência para
suportar o seu próprio peso, o peso das armaduras e do concreto, o peso dos operários e
equipamentos e também as vibrações em decorrência ao adensamento. Para que execução da
fôrma sejam uma operação exitosa é imprescindível que essas estruturas estejam estanques, ou
seja não permitir a passagem de argamassa pelas frestas das tábuas. Além disso é importante
que a execução das fôrmas ocorra de modo a possibilitar o reuso, permitindo relevante
economia no material e mão-de-obra.

Figura 02 – Processo de montagem e escoramento de fôrmas

Fonte – UFGRS - 2018

Fôrma de pilares

A execução das fôrmas dos pilares é uma operação que deve ser realizada levando em
consideração a transferência dos eixos do piso anterior para a laje que será executada e também
do nível de referência. Essa observação é imprescindível para que o pilar sejam bem feito e
sejam executado de acordo com a geometria da obra especificada pelo projeto. De forma geral
o receituário para executar um pilar possui a sequência relatada abaixo.

- Transferir os eixos e nível para a laje (esse procedimento é feito por meio de uma trena
metálica );

- Realizar a locação e fixação dos gastalhos nos tacos (colocados na concretagem) a partir dos
eixos sem se preocupar com o nível;

- Apicoar o concreto na base interna do gastalho a fim de remover a nata de cimento;

- Fixar um pontalete guia, travando no gastalho e aprumando de acordo com os eixos (2


escoras em mão-francesa);

- Colocar as formas (3 faces) do pilar, cuidando para que fiquem solidarizadas no gastalho e
aprumadas no pontalete guia;

- Verificar o nível do conjunto marcando no pontalete guia a altura do pilar;

- A cada operação é necessário conferir prumo, nível e ortogonalidade do conjunto (usando


esquadro metálico);

- Passar desmoldante nas faces internas das fôrmas, quando essa estrutura provisória sejam
uma peça reutilizada ;

- Conferir e liberar para colocação e montagem da armadura;

- Após a colocação da armadura e de todos os embutidos (prumadas, caixas etc.) é necessário


posicionar as galgas e espaçadores a fim de garantir as dimensões internas e o recobrimento
da armadura;

- Prever janela de inspeção e limpeza em pilares com mais de 2,5 m de altura;

- Executar o travejamento da fôrma por meio de gravatas, tirantes, tensores, encunhamentos


etc., de acordo com as dimensões dos painéis e da carga de lançamento a suportar;

- Conferir todo o conjunto e partes e liberar para concretagem, verificando principalmente:


prumo, nível, imobilidade, travejamento, estanqueidade, armaduras, espaçadores, esquadro e
limpeza do fundo.

Uma forma de pilares possuem como principais integrantes as faces de pilar, gravatas
(gastalhos), gastalhos de pé-de-pilar, escoras para aprumar o pilar.

Figura 03 - Esquema de fôrma convencional para pilar


[Fonte: FAJERSZTAJN, 1987]

Fôrmas de vigas

A execução das vigas ocorre geralmente após a concretagem dos pilares, mas está operação
podem ser realizada de forma simultânea por meio da combinação de um conjunto de fôrmas
pilares, ou vigas e lajes. Durante a execução das vigas é bastante corriqueiro a ocorrência do
lançamento das fôrmas de vigas a partir das das cabeças dos pilares com apoios intermediários
em garfos ou escoras. De maneira geral o receituário para executar uma fôrma de vigas seguem
os procedimentos relatados abaixo.

- Após realizar a limpeza dos painéis das vigas, é necessário que ocorra a passagem do
desmoldante com rolo ou broxa. (providenciar a limpeza logo aos a desmoldagem dos
elementos de concreto, armazenando os painéis de forma adequada para impedir
empenamento);

- Lançar os painéis de fundo de vigas sobre a cabeça dos pilares ou sobre a borda das fôrmas dos
pilares, providenciando apoios intermediários com garfos (espaçamento mínimo de 80 cm);

- Fixar os encontros dos painéis de fundo das vigas nos pilares cuidando pra que não ocorram
folgas (verificar prumo e nível);

nivelar os painéis de fundo com cunhas aplicadas nas bases dos garfos e fixando o nível com
sarrafos pregados nos garfos (repetir nos outros garfos até que todo o conjunto fique nivelado);

- Lançar e fixar os painéis laterais;

- Conferir e liberar para colocação e montagem da armadura ;


- Depois de colocada a armadura e todos os embutidos (prumadas, caixas etc.) posicionar as
galgas e espaçadores a fim de garantir as dimensões internas e o recobrimento da armadura;

- Dependendo do tipo de viga (intermediária ou periférica) executar o travejamento da fôrma


por meio de escoras inclinadas, chapuzes, tirantes, tensores, encunhamentos etc., de acordo
com as dimensões dos painéis e da carga de lançamento a suportar;

- Conferir todo o conjunto e partes e liberar para concretagem, verificando principalmente:


alinhamento lateral, prumo, nível, imobilidade, travejamento, estanqueidade, armaduras,
espaçadores, esquadro e limpeza do fundo.

Os principais elementos das fôrmas de vigas são as faces de viga, fundo de viga, travessa de
apoio (das gravatas), gravatas (ou gastalhos), pontaletes (similar ao pé-direito da laje).

Figura 04 - Esquema de fôrma convencional para viga

[Fonte: CIMENTO E CONCRETO, 1944].

Fôrmas de lajes

O lançamento das fôrmas das lajes é um processo que depende do tipo de laje que vai ser
executada e também está diretamente relacionado com um ao processo de execução das
fôrmas de vigas e pilares. A execução lajes pré-moldadas ocorre de maneira a posteriori da
concretagem das vigas, mas quando lajes são pré-fabricadas ou moldadas in loco a execução
ocorre de forma conjunta com as vigas, para serem solidarizadas na concretagem. De maneira
geral o receituário para executar uma laje segue procedimentos citados abaixo.

- Lançar e fixar as longarinas apoiadas em sarrafos guias pregados nos garfos das vigas;

- Providenciar o escoramento mínimo para as longarinas por meio de escoras de madeira ou


metálicas (1 a cada 2 metros);

- Lançar o assoalho (chapas compensadas ou tábuas de madeira) sobre as longarinas;

- Conferir o nível dos painéis do assoalho fazendo os ajustes por meio cunhas nas escoras ou
ajustes nos telescópios;

- Fixar os elementos laterais a fim de reduzir e eliminar as folgas e pregar o assoalho nas
longarinas;

- Verificar a contra-flecha e se for o caso de laje-zero, nivelar usando um aparelho de nível (laser)
a fim de garantir a exatidão no nivelamento;

- Travar o conjunto todo;

- Limpar e passar desmoldante;

- Conferir nos projetos das instalações os pontos de passagens, prumadas, caixas, embutidos
etc.;

- Liberar para execução da armadura;

- Conferir todo o conjunto e partes antes de liberar para concretagem, verificando


principalmente: nivelamento, contra-flecha, alinhamento lateral, imobilidade, travejamento,
estanqueidade, armaduras, espaçadores, esquadro e limpeza do fundo.

Os principais elementos das fôrmas de laje são os painéis, travessões, guias, pés-direitos, talas,
cunhas e calços.

Figura 05 - Esquema de fôrma convencional para laje, utilizando-se travessões e guias


Fonte - CIMENTO E CONCRETO, 1944

Figura 06 - Esquema de fôrma convencional para laje, utilizando-se apenas guias

Fonte - FAJERSZTAJN, 1987

Figura 07 - Esquema de laje mista usualmente empregada em edifícios de múltiplos pavimentos

Fonte - CASA CLÁUDIA, s.d.

Escoramento

De acordo com NBR 15696 o escoramento correspondem a “estruturas provisórias com


capacidade de resistir e transmitir às bases de apoio da estrutura do escoramento todas as ações
provenientes das cargas permanentes e variáveis resultantes do lançamento do concreto fresco
sobre as fôrmas horizontais e verticais, até que o concreto se torne autoportante”. Ou seja esse
componente é imprescindível para manter o equilíbrio do sistema de fôrmas.
O escoramento dos painéis de fundo de vigas e lajes necessitam ser realizado para que que seus
pés-direitos sejam garantidos e não venham a sofrer desníveis e provocar deformações nos
elementos de concreto. Os escoramentos podem ser de madeira ou metálicos.

A sustentação dos painéis de lajes e de vigas é realizada por meio de escoras( pontaletes) que
é uma peça de madeira beneficiada colocadas numa posição vertical. As escoras geralmente é
constituída por uma seção circular que deve possuir um diâmetro com no mínimo 8 cm e as
dimensões do comprimento devem estar circunscrita ao intervalo de 2,40 a 3,20 m. Em casos
das escoras terem seção quadrada é recomendado que essa peça tenha dimensões mínimas de
2”x2” para madeiras duras e 3”x3” para madeiras menos duras. Os pontaletes ou varas devem
ser inteiros, sendo possível fazer emendas segundo os critérios estabelecidos na norma:

- Cada pontalete não pode possuir mais uma emenda;

- a emenda somente poderá ser feita no terço superior ou inferior do pontalete;

- número de pontaletes com emenda deverão ser inferior a 1/3 do total de pontaletes
distribuídos.

Para que as escoras consiga equilibrar o sistema de fôrmas é imprescindível que haja algum
apoio no solo. Esse apoio é fornecido por calços de madeira que são assentados no terreno; para
que essa operação seja bem sucedida é necessário que a terra esteja apiloada ou que haja algum
contrapiso de concreto. Além disso é imprescindível deixar uma pequena folga entre a escora e
o calço para a introdução de cunhas de madeira.

Figura 08 – Escoramento de madeira

Fonte – UTFPR - 2018


A madeira é o material mais empregado na construção de escoras. Nos últimos anos está
aumentando a utilização de escoramento metálico que realizado através de pontaletes feitos
com algum metal; principalmente o aço e em menor frequência outros matérias primas como o
alumínio. Para Azeredo ( 1977) as escoras metálicas são pontaletes tubulares extensíveis com
ajustes a cada 10 cm, com chapas soldadas na base para servir como calço. Podem ter no topo
também uma chapa soldada ou uma chapa em U para servir de apoio as peças de madeira
(travessão ou guia). Para que esse tipo de escoramento obtenha êxito é fundamental utilizar
placas de apoio em terrenos que não dispõe de contrapiso e também é necessário que as cargas
estejam centradas e os pontaletes aprumados.

Figura 09 – escoramento metálico

Fonte – Indicadores do concreto - 2018

Desforma

A desforma é uma operação que deve ser efetuada quando o concreto estiver endurecido para
resistir aos esforços que nele atuarem. A retirada das fôrmas deve ser feita de maneira gradual
para impossibilitar o surgimento de fissuras e trincas. Também é recomendado o uso de força
de trabalho qualificada para desempenhar essa atividade.

A desforma é uma operação que requer no mínimo um auxiliar de carpintaria supervisionado


por carpinteiro com experiência ou um oficial de pedreiro para que possa ser executada sem
causar nenhum transtorno ou prejuízo. Essa atividade deve ser feita sem a utilização de
ferramentas e equipamentos que acarretam danos as fôrmas ou mesmo a superfície do concreto
(nunca usar pés-de-cabra ou pontaletes). A desforma é uma operação que demanda o
seguimento de alguns procedimentos para que sejam bem sucedida. Veja abaixo as principais
medidas que devem ser adotadas durante a desforma.

- respeitar o tempo de cura para início da desforma, que segundo a norma de execução de
estruturas de concreto armado , dado por: . 3 dias para retirada de fôrmas de faces laterais;

- 7 dias para a retirada de fôrmas de fundo, deixando-se algumas escoras bem encunhadas;
- 21 dias para retirada total do escoramento;

- execução do reescoramento (antes do início da desforma propriamente dita);

- retirada dos painéis com cuidado para não haver queda e danificá-los;

- efetuar a limpeza dos painéis;

- realizar os reparos (manutenção) necessários;

- transportar os painéis para o local de montagem; - verificar o concreto das peças desformadas.

Figura 10 – Processo de desforma

Fonte – Casa Anderson - 2016


Conclusão

Numa estrutura de concreto armado as fôrmas possuem a finalidade de moldar e sustentar o


concreto até o momento que este esteja endurecido e com resistência suficiente para suportar
as tensões. Sendo assim a fôrma pode ser compreendida como uma estrutura provisória e como
qualquer elemento estrutural requer que um dimensionamento para resistir a todos esforços
solicitantes.

A execução de uma estrutura de concreto armado demanda um sistema de fôrmas que precisam
ser construído. Essas peças podem ser pré-fabricadas ou construídas no próprio canteiro de
obras. O material mais utilizado na fabricação de fôrmas é a madeira, mas atualmente é bastante
corriqueiro o uso de metais e até papelão, vidro, plástico e outras matérias primas. Sendo assim
é importante ter cautela na escolha do material que será usado na construção das fôrmas,
alguns materiais como a madeira possuem a vantagem da reutilização, mas esse material é
bastante inflamável e não consegue resistir de maneira adequada a mudanças bruscas de
umidade.

A operação de execução deve ser precedida por um projeto de fôrma e desforma, esse projeto
norteiam toda a execução da fôrma. Quando a fôrma estiver disponível é importante monta-la
e também estabelecer um sistema de escoramento que realizam a sustentação das fôrmas sem
comprometer as características desejadas para a estrutura de concreto.

Diante do exposto acima é possível inferir que a realização de um planejamento detalhado


sobre o processo de construção das fôrmas e escoramento é imprescindível para que a
execução das estruturas de concreto armado sejam bem sucedida.
Referências bibliográficas

AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard Blücher, 1987.

AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher, 1977.

FAJERSZTAJN, H. Fôrmas para concreto armado: aplicação para o caso do edifício. São Paulo,
1987. . Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 15696: Fôrmas e escoramentos


para estruturas de concreto — Projeto, dimensionamento e procedimentos executivos. Rio de
Janeiro: ABNT, 2009

Barros, Mércia Maria S. Botturade ; Melhado, Silvio Burrattino. RECOMENDAÇÕES PARA A


PRODUÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO EM EDIFÍCIOS. São Paulo, 2006. Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo.

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