Você está na página 1de 15

INTRODUÇÃO AS FUNDAÇÕES

Curso de Engenharia Civil

Paulo Rhuan Cordeiro da Silva

BRASÍLIA-DF
2°/2021
Sumário
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................3

TIPOS DE FUNDAÇÕES............................................................................................................................3

FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS.....................................................................................................................3

Blocos e alicerces...............................................................................................................................3

Fundação rasa....................................................................................................................................4

Viga baldrame....................................................................................................................................4

Radiers................................................................................................................................................6

FUNDAÇÕES PROFUNDAS......................................................................................................................8

Tubulões.............................................................................................................................................8

Estacas................................................................................................................................................8

Brocas.................................................................................................................................................9

Estacas strauss..................................................................................................................................10

Estaca raiz.........................................................................................................................................10

Estaca franki.....................................................................................................................................10

Estaca hélice contínua monitorada..................................................................................................10

Estaca hélice de deslocamento monitorada.....................................................................................10

ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO PROJETO..............................................................................................11

VERIFICAÇÃO DE DESEMPENHO...........................................................................................................11

CONCLUSÃO.........................................................................................................................................14

BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................................15
INTRODUÇÃO

As fundações são responsáveis por distribuir a carga da construção para o


solo de forma segura para que não ocorram deslizamentos de terra e problemas
como trincas e rachaduras na sua casa. Por isso, a escolha do tipo de fundação
certa para a sua casa deve ser feita por um engenheiro capacitado. O responsável
pela obra terá que analisar as características do solo, o peso da edificação e seus
materiais para elaborar o projeto estrutural. Um projeto bem feito economiza na
compra dos materiais e evita problemas no futuro.

TIPOS DE FUNDAÇÕES

As fundações são convencionalmente separadas em dois grandes grupos:

• Fundações superficiais (“diretas” e rasas);

• Fundações profundas (diretas ou indiretas)

As fundações se classificam em diretas e indiretas, de acordo com a forma de


transferência de cargas da estrutura para o solo onde ela se apoia. Fundações
diretas são aquelas que transferem as cargas para camadas de solos capazes de
suportá-las, sem deformar-se exageradamente. Esta transmissão é feita através da
base do elemento estrutural da fundação, considerando apenas o apoio da peça
sobre a camada do solo, sendo desprezada qualquer outra forma de transferência
das cargas. As fundações diretas podem ser subdivididas em rasas e profundas.

FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

De acordo com a NBR 6122/2010 a fundação superficial pode ser definida


como elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões
distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação
ao terreno adjacente da fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da
fundação. São elas:
Blocos e alicerces

Este tipo de fundação é utilizado quando há atuação de pequenas cargas,


como por exemplo, um sobrado. Os blocos são elementos estruturais de grande
rigidez, ligados por vigas denominadas “baldrames”. Suportam predominantemente
esforços de compressão simples provenientes das cargas dos pilares. Geralmente
usa-se blocos quando a profundidade da camada resistente do solo está entre 0.5 e
1.0 m de profundidade.

Fundação rasa

Se caracteriza quando a camada de suporte está próxima a superfície do solo


(profundidade até 2,0 m), ou quando a cota de apoio é inferior à largura do elemento
da fundação. A fundação é considerada profunda se suas dimensões ultrapassam
todos os limites acima mencionados. Em casas com até dois pavimentos é comum
utilizarmos as fundações diretas ou rasas devido ao seu custo benefício.

As fundações rasas transmitem as cargas diretamente para o solo por suas


bases. Possuem profundidade igual ou inferior a 3 metros. Geralmente as
escavações deste tipo de fundação são feitas manualmente.

Os formatos das fundações mudam conforme o tipo, mas todas são


construídas com concreto e aço. Esta combinação é conhecida como concreto
armado. As sapatas isoladas são recomendadas para terrenos com solo firme e de
boa resistência.
Viga baldrame

Figura 1: Fundação rasa.

De acordo com a figura 1, o peso da edificação é transmitido para as colunas,


que por sua vez, transferem o peso para as sapatas que distribuem para o solo.
Geralmente as sapatas isoladas têm a base quadrada ou retangular e o topo pode
ser reto ou piramidal.

Sapatas - Ao contrário dos blocos, as sapatas não trabalham à compressão


simples, mas também a flexão, devendo, neste caso, serem executadas incluindo
material resistente à tração.

Sapatas Isoladas- são aquelas que transmitem para o solo, através de sua
base, a carga de uma coluna (pilar) ou um conjunto de colunas. Sapatas corridas-
são elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, as quais lhes
transmitem a carga por metro linear.

Sapatas associadas- um projeto econômico deve ser feito com o maior


número possível de sapatas isoladas. No caso em que a proximidade entre dois ou
mais pilares seja tal que as sapatas isoladas se superponham, deve-se executar
uma sapata associada.

Sapata alavancadas- No caso de sapatas de pilares de divisa ou próximos a


obstáculos onde não seja possível fazer com que o centro de gravidade da sapata
coincida com o centro do pilar, cria-se uma viga alavancada ligada entre duas
sapatas, de modo que um pilar absorva o momento resultante da excentricidade da
posição do outro pilar.

Figura 2: Viga Baldrame.

Conforme a figura 2, a viga baldrame fica localiza abaixo do nível do solo e


percorre todo o comprimento das paredes da construção. A viga conecta com as
sapatas isoladas para melhor distribuição dos pesos da construção, o que contribui
também para um melhor travamento das colunas ou pilares da construção.

Radiers

Sapata Corrida

A sapata corrida é uma fundação superficial muito utilizada na construção de


casas com vãos pequenos, muros, paredes de reservatórios e piscinas.
Figura 4:Sapata Corrida.

Conforme a figura 4, é uma estrutura contínua de concreto armado que fica


abaixo das paredes, se assemelha a viga baldrame, porém suas dimensões de
largura e altura são normalmente maiores. O peso da construção é transferido para
as colunas e depois distribuído linearmente para o solo.

Quando o solo tem baixa resistência é necessário combinar a utilização de


fundações rasas e profundas ou indiretas. As fundações indiretas mais comuns em
casas são as estacas tipo broca, no que se dá por cilindros de concreto e aço que
enterrados conectam as fundações rasas com solos mais firmes.

A utilização de sapatas corridas é adequada economicamente enquanto sua


área em relação à da edificação não ultrapasse 50%. Caso contrário, é mais
vantajoso reunir todas as sapatas num só elemento de fundação denominado radier.
Este é executado em concreto armado uma vez que, além de esforços de
compressão, devem resistir a momentos provenientes dos pilares diferencialmente
carregados, e ocasionalmente as pressões do lençol freático.

RADIER

O radier uma fundação rasa recomendada para solos com baixa resistência.


O radier é uma placa de concreto armado ou protendido que fica abaixo da casa e
em contato direto com o solo.
Figura 3: Fundação Radier.

De acordo com a figura 3, neste tipo de fundação a casa é construída logo


acima dele o peso (carga) dela é distribuído de forma uniforme para o solo. O fato do
radier ser uma peça inteiriça pode lhe conferir uma alta rigidez, o que muitas vezes
evita grandes recalques diferenciais. Uma outra vantagem é que a sua execução
cria uma plataforma de trabalho para os serviços posteriores, porém em
contrapartida, impõe a execução precoce de todos os serviços enterrados na área
do radier (instalações sanitárias etc.).

FUNDAÇÕES PROFUNDAS

As fundações profundas são aquelas em que o elemento estrutural de


fundações transmite as cargas, às camadas de solos resistentes mais profundos,
pela base, por sua superfície lateral ou por uma combinação das duas, e está
embutido em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta e
no mínimo 3m. São elas:

Tubulões

● Tubulões são elementos estruturais da fundação que transmitem a carga ao


solo resistente por compressão, através da escavação de um fuste cilíndrico e
uma base alargada tronco-cônica a uma profundidade igual ou maior do que
três vezes o seu diâmetro. Podem ser classificados em:
● Tubulões a céu aberto: Consiste em um poço aberto manualmente ou
mecanicamente em solos coesivos, de modo que não haja desmoronamento
durante a escavação, e acima do nível d’água. Quando há tendência de
desmoronamento, reveste-se o furo com alvenaria de tijolo, tubo de concreto
ou tubo de aço. O fuste é escavado até a cota desejada, a base é alargada e
posteriormente enche-se de concreto.
● Tubulões com ar comprimido: Este tipo de fundação é utilizado quando existe
água. Exige-se grandes profundidades e existe o perigo de desmoronamento
das paredes. Neste caso, a injeção de ar comprimido nos tubulões impede a
entrada de água, pois a pressão interna é maior que a pressão da água,
sendo a pressão empregada no máximo de 3 atm, limitando em 30m abaixo
do nível d’água.

Estacas

● Estacas de madeira são troncos de árvores cravados com bate-estacas de


pequenas dimensões e martelos leves. Antes da difusão da utilização do
concreto, elas eram empregadas quando a camada de apoio às fundações se
encontrava em profundidades grandes. Para sua utilização, é necessário que
fiquem totalmente abaixo d’água. Utilizam-se estacas de madeira para
execução de obras provisórias, principalmente em pontes e obras marítimas.
Os tipos mais usados são eucalipto, aroeira, ipê e guarantã.
● Estacas metálicas – As estacas metálicas podem ser perfis laminados, perfis
soldados, trilhos soldados ou estacas tubulares. Podem ser cravadas em
quase todos os tipos de terreno: possuem facilidade de corte e emenda;
podem atingir grande capacidade de carga; trabalham bem à flexão e se
utilizadas em serviços provisórios, podem ser reaproveitadas várias vezes.
Seu emprego necessita com cuidados sobre a corrosão do material metálico.
Sua maior desvantagem é o custo maior em relação às estacas pré-moldas
de concreto, Strauss e Franki.
● Estacas Pré-Moldadas de Concreto – podem ser de concreto armado ou
protendido e, como decorrência do problema de transporte e equipamento,
têm limitações de equipamentos, sendo fabricadas em segmentos, o que leva
em geral à necessidade de grande estoque e requerem armaduras especiais
para içamento e transporte. Costumam ser fabricadas em firmas
especializadas, com suas responsabilidades bem definidas, ou no próprio
canteiro, sempre num processo sob controle rigoroso.
● Estacas Mega - É constituída de elementos justapostos (de concreto armado,
protendido ou de aço) ligados uns aos outros por emenda especial e cravados
sucessivamente por meios de macacos hidráulicos.

Estes buscarão reação ou sobre a estrutura existente ou na estrutura que


esteja sendo construída ou em cargueiras especialmente construídas para tanto
(cravação estática). A solidarização da estaca com a estrutura é feita sob tensão:
executa-se um bloco sobre a extremidade da estaca: com o macaco hidráulico
comprime-se à estaca calçando à estaca sob a estrutura; retira-se o macaco e
concreta-se o conjunto. Costumam ser utilizadas para reforços de fundações, mas
às vezes também são empregadas como solução direta, permitindo em alguns
casos até a execução da estrutura antes da fundação.

Brocas

São estacas executadas “in loco” sem molde, por perfuração no terreno com
o auxílio de um trado, sendo o furo posteriormente preenchido com concreto
apiloado.

Estacas strauss

É uma fundação em concreto (simples ou armado), moldada in loco,


executada com revestimento metálico recuperável. Para sua execução, são
empregados os seguintes equipamentos: tripé de madeira ou aço, guincho acoplado
a motor, sonda de percussão, soquete, tubos de aço, guincho manual, roldanas,
cabos e ferramentas.

Estaca raiz

É uma estaca de pequeno diâmetro concretada “in loco”, cuja perfuração é


realizada por rotação, em direção vertical ou inclinada. Essa perfuração se processa
com um tubo de revestimento e o material escavado é eliminado continuamente por
uma corrente fluida (água, lama bentonítica ou ar) que introduzida através do tubo
reflui pelo espaço entre o tubo e o terreno.
Estaca franki

Apresentam grande capacidade de carga e podem ser executadas a grandes


profundidades, não sendo limitadas pelo nível do lençol freático. Seus maiores
inconvenientes dizem respeito à vibração do solo durante a execução, área
necessária ao bate-estacas e possibilidade de alterações do concreto do fuste, por
deficiência do controle. Sua execução é sempre feita por firma especializada.

Estaca hélice contínua monitorada

Estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução, por


rotação de um trado helicoidal contínuo no terreno e injeção de concreto pela própria
haste central do trado simultaneamente com a sua retirada, sendo que a armadura é
introduzida após a concretagem da estaca.

Estaca hélice de deslocamento monitorada

Estaca de concreto moldada in loco que consiste na introdução e um trado


apropriado no terreno, por rotação, sem que haja retirada de material, o que
ocasiona um deslocamento do solo junto ao fuste e a ponta. A injeção do concreto é
feita pelo interior do tubo central.

ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO PROJETO

Os elementos necessários para o desenvolvimento de um projeto de fundações são:


Topografia da área:

• Levantamento topográfico (planialtimétrico)


• Dados sobre taludes e encostas no terreno (ou que possam atingir o
terreno) Dados geológico-geométrico
• Investigação do subsolo (às vezes em duas etapas: preliminar e
complementar)
• Outros dados geológicos e geométricos (mapas, fotos aéreas e de
satélite, levantamentos aerofotogramétricos, artigos sobre experiências
anteriores na área etc.)

Dados sobre construções vizinhas


• Número de pavimentos, carga média por pavimento;
• Tipo de estruturas e fundações;
• Desempenho das fundações;
• Existências de subsolo;
• Possíveis consequências de escavações e vibrações provocadas pela
nova obra;

Dados das estruturas a construir

• Tipo e uso que terá a nova obra;


• Sistemas estrutural (hiperestaticidade, flexibilidade etc.)
• Sistema construtivo (convencional, flexibilidade etc.)
• Cargas (ações nas fundações)

VERIFICAÇÃO DE DESEMPENHO

A atual Norma ABNT NBR 6122/2010 - Projeto e execução de fundações


reconhece que a engenharia de fundações não é uma ciência exata e que riscos são
inerentes a toda e qualquer atividade que envolva fenômenos ou materiais da
natureza.

Portanto, as duas metas a serem atingidas no projeto e na execução são:


Determinação do risco geotécnico decorrente da ruína da fundação, no estado limite
último (ELU) e de serviço (ELS), devido a variabilidade previsível das cargas e das
propriedades dos materiais naturais e artificiais envolvidos e, especificação de
materiais, métodos e processos visando evitar a ocorrência de erros humanos
imprevisíveis.

No caso de estacas a variabilidade da resistência especificada no projeto


pode ser comprovada por provas de carga estática ou ensaios de carregamento
dinâmico de energia crescente, nas quantidades prescritas no item 9.2.2 da NBR
6122/2010. A integridade pode ser verificada durante ou após a execução por
métodos destrutivos ou não destrutivos.
No cenário de análise do risco de ruína, da população total ou parcial de
elementos isolados de cada região representativa do terreno, a resistência
característica é definida a partir da quantidade de perfis de ensaio do solo ou do
número de provas de carga realizadas, conforme prescreve o item 6.2.1.2 da NBR
6122/2010.

A resistência da fundação representada por esta superfície resistente


depende da variabilidade do maciço de solo na região analisada, do tipo de
fundação, do equipamento, da equipe e, principalmente, da metodologia de controle
da resistência durante a execução.

No caso da distribuição de Gauss a curva é simétrica e definida por três


pontos: o valor médio em prova de carga sobre estaca, um bloco de coroamento
deve ser previamente executado, como elemento de transmissão das cargas do
macaco para a fundação.

Atualmente a tradicional medida das cargas aplicadas durante o ensaio,


através de manômetros que fornecem a pressão no sistema de acionamento do
macaco ou conjunto de macacos hidráulicos, tem evoluído para a utilização de
células de carga, visando a obtenção de maior precisão.

Os deslocamentos da placa ou do topo do elemento de fundação na direção


da aplicação da carga são medidos por dois pares de extensômetros mecânicos,
com sensibilidade e leituras de 0,01 milímetro. Posicionados diametralmente opostos
em relação ao ponto de aplicação da carga, permitem calcular o deslocamento como
a média destas leituras, bem como alertar para a eventual ocorrência de recalques
diferenciais que podem comprometer a continuidade do ensaio.

Vigas de referência servem de apoio para os deflectômetros, exigindo


cuidados especiais para que não venham a falsear os resultados devido a sua
deformação ou movimentação. São o objeto de detalhadas recomendações na
Norma NBR 12131.
CONCLUSÃO

Portanto de acordo com a pesquisa apresentada, as fundações para a


disciplina de engenharia civil são de suma importância, por serem o idem inicial de
uma edificação, visando a estabilidade do imóvel sem que haja, recalques, com isso
comprometendo a estrutura onde pode vir a apresentar fissuras, rachadura e entre
outros.
BIBLIOGRAFIA

Disponível em: http://ofitexto.arquivos.s3.amazonaws.com/degustacao/fundacoes-teoria-e-


pratica_deg.pdf Acesso em: 7 de outubro de 2021.

Disponível em: http://repositorio.eesc.usp.br/bitstream/handle/RIEESC/7443/Projeto%20de


%20funda%C3%A7%C3%B5es.pdf?sequence=1 Acesso em: 8 de outubro de 2021.

Disponível em: http://repositorio.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10019429.pdf Acesso em: 5


de outubro de 2021.

Disponível em: https://construindocasas.com.br/blog/construcao/tipos-de-fundacoes/ Acesso


em: 8 de outubro de 2021.

Disponível em:
https://engenhariacivilunip.weebly.com/uploads/1/3/9/9/13991958/seminrio_engenharia_civil_inte
grada_-_fundaes.pdf Acesso em: 6 de outubro de 2021.

Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/84644/196368.pdf?


sequence=1 Acesso em: 2 de outubro de 2021.

Disponível em: https://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/


volume3/2170-fundacoes-superficiais/file Acesso em: 2 de outubro de 2021.

Você também pode gostar