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SISTEMAS ESTRUTURAIS

Arquitetura e Urbanismo

Prof. Ms. Gabriel Baião


FUNDAÇÕES
Chegamos ao último passo de nossos sistemas estruturais, o último componente, mas não menos
importante. Antes de entrar nesse mundo que pode corresponder a fatia de 30% do orçamento de
uma obra, vamos revisar em como os esforços fazem para chegar lá
Caso eu aplique uma carga na viga central, Quando chegar no próximo apoio, ela
como ela faz para chegar até as fundações? deverá continuar seguindo
Essa carga irá se mover até o próximo apoio

Fará o menor percurso possível até as


fundações

Nas fundações irá surgir uma força


igual e contrária que irá estabilizar
nossa estrutura
FUNDAÇÕES
Então quando fazemos os cálculos de reação de apoio e esforços internos, estamos basicamente
tentando entender qual a quantidade de carga chega naquele apoio, que pode ser uma viga,
pilar, laje ou até uma fundação, mas também queremos compreender como ela está “andando”
em nossas peças estruturais.

Uma vez que dimensionamos nossa estrutura, já garantimos que não haverá nenhuma deformação
ou movimentação excessiva, lembrando que uma estrutura sofre de cargas móveis, dilatações
térmicas, impactos de rajada de vento e muitos outros detalhes que irão desestabilizar
temporariamente, porém ela precisa ser resiliente e passar por todos esses momentos e ainda assim
garantir suas características.
FUNDAÇÕES
Então para que serve a fundação?

A fundação poderia ser considerado o tênis ou sapato da nossa estrutura, ela precisa ser escolhida
e dimensionada para garantir que nossa estrutura seja bem apoiada no solo.

Então para dimensionar e escolher nossa fundação precisamos de dois dados importantes:
• A carga que estará sendo apoiada nessa fundação;
• O tipo de solo e a resistência dele nas diferentes camadas;

Um solo resistente em suas camadas mais superficiais nos garante menos escavação, então facilita
a execução da obra. Então como eu faço para conhecer cada componente?
• Cálculo estrutural;
• Ensaio SPT (standard penetration test)
FUNDAÇÕES
O que é o ensaio SPT?

Segundo a norma 6484:2001

3 – Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições da NBR 6502 e as seguintes:


3.1 SPT (standard penetration test): Abreviatura do nome do ensaio pelo qual se
determina o índice de resistência à penetração (N).

3.2 N: Abreviatura do índice de resistência à penetração do SPT, cuja determinação se


dá pelo número de golpes correspondente à cravação de 30 cm do amostrador-
padrão, após a cravação inicial de 15 cm, utilizando-se corda de sisal para
levantamento do martelo padronizado.
FUNDAÇÕES
Com o ensaio você irá identificar um gradiente de resistência das diversas camadas de solo,
sabendo essa relação profundidade e resistência, podemos então escolher melhor nossa fundação.

Para isso temos dois tipos de fundações:

• Fundações rasas (diretas): são aquelas onde a resistência do solo satisfaz a de projeto em
profundidades inferiores à 3 metros de altura;

• Fundações profundas (indiretas): são aquelas onde precisamos ir em camadas mais profundas de
solo para encontrar a resistência solicitada pelo projetista.
FUNDAÇÕES
O gradiente de profundidade:

Nessa nossa edificação fictícia temos 4


pilares com diferentes tipos de carga
chegando nas fundações. No solo
também temos diferentes tipos de carga 25 60 75 15
15
que cada cama resiste.
25
Podemos então ter uma ideia de como
serão e essas fundações;
40
*Iremos considerar a distância entre cada
48
linha como 2 metros.
65

72
FUNDAÇÕES
Fundação 1:
Temos uma carga de 25 KN chegando na
base de nosso pilar, vamos encontrar a
camada de solo que pode resistir;
Fundação 2: 25 60 75 15
Temos uma carga de 60 KN chegando na 15
base de nosso pilar, vamos encontrar a
camada de solo que pode resistir; 25
Fundação 3:
Temos uma carga de 75 KN chegando na 40
base de nosso pilar, vamos encontrar a
camada de solo que pode resistir; 48
Fundação 4:
Temos uma carga de 15 KN chegando na 65
base de nosso pilar, vamos encontrar a
camada de solo que pode resistir; 72
FUNDAÇÕES
• Muitas vezes o grande desafio é
alcançar a camada que precisamos
para estabilizar nossas fundações,
porém nem tudo é tão prático, então
iremos ver os tipos de fundações e seus
impactos.

• Fundações rasas (diretas): podemos


fazer com sapatas, radiers, brocas,
sapatas corridas.

• As fundações rasas são usualmente


utilizadas em casas ou edifícios mais
leves, geralmente são empregadas em
obras onde não precisaremos de
grandes escavações para chegar na
camada mais resistente, mais
compactada.
FUNDAÇÕES
Fundações rasas:

Por definição são elementos que transferem as cargas para o solo como o contato da sua base:
FUNDAÇÕES
Fundações rasas:

Por definição são elementos que transferem as cargas para o solo como o contato da sua base:
FUNDAÇÕES
Fundação direta

A fundação direta mais barata que temos atualmente é conhecida como “radier”, estruturalmente
falando é apenas uma laje que está apoiada sobre o solo e que têm a função de distribuir esses
esforços.

O grande problema do radier está no terreno que o apoia, para ser utilizado é necessário que a
resistência superficial desse terreno seja alta, ou seja, o primeiro metro já precisa possuir a resistência
necessária.
FUNDAÇÕES
Radier
FUNDAÇÕES
Sapatas:

As sapatas são basicamente de quatro tipos: Sapata isolada, sapata corrida, sapata associada ou
combinada e sapata alavancada.

Isolada: Transmite os esforços de um único pilar; pode ter diversas formas, pode ser retangular,
quadrada, circular, etc..
Corrida: Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao longo de
um mesmo alinhamento.
Associada: É a sapata comum a mais de um pilar, sendo também chamada sapata
combinada ou conjunta. Transmitem solicitações de dois ou mais pilares não lineares e é utilizada
como alternativa quando a distância entre duas ou mais sapatas é pequena.
Alavancada: É utilizada uma viga de equilíbrio para suportar as cargas do momento fletor
gerado quando o centro de gravidade do pilar não coincide com o do bloco
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Sapata isolada
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Sapata associada
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Sapata corrida
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Sapata Alavanca
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Sapata Alavanca
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Para as fundações indiretas temos diversas tecnologias que podem ser utilizadas, diferentes
materiais, maneiras de cravar a estaca, efeitos aos lotes lindeiros e muitas outras observações que
precisam ser feitas ao escolher uma fundação profunda.

Um mito que precisa ser desfeito é: fundação rasa é somente para pequenas construções e
fundações profundas para grandes construções.

O fator que define uma fundação está mais para o tipo de solo e as resistências do que para o tipo
de construção.
FUNDAÇÕES
Fundações indiretas (profundas)

São as fundações onde precisamos alcançar 3 metros ou mais de profundidade para atingir a
resistência necessária para manter nossa estrutura em estabilidade.

Podem ser utilizados vários métodos diferentes, todos eles partem de um mesmo principio.
FUNDAÇÕES
Fundações indiretas (profundas)

Para esse tipo de fundação temos que levar em conta


duas resistências:
• Resistência de ponta;
• Resistência lateral por atrito;

Devido o método executivo deste tipo de fundação, a


mesma é cravada no solo, entrando forçada e com isso
gera diversas resistências por atrito na rugosidade entre a
estaca e o solo.
O fato dela não ser lisa ou receber algum tipo de pasta
lubrificante, aumenta consideravelmente a resistência por
atrito.
FUNDAÇÕES
Fundações indiretas (profundas)

Vamos conhecer alguns métodos que podemos utilizar


para alcançar os solos mais resistentes.
• Estaca pré-moldada de concreto;
• Estacas metálicas;
• Estacas de madeira;
• Estacas Franki;
• Estacas escavadas;
• Estacas Strauss;
• Estacas trado rotativo;
• Estaca hélice contínua;
• Estaca Raiz;
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Tubulão
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Estaca Franki
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Estaca metálica
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Estaca de concreto
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Bloco de Estacas

É um bloco de concreto armado feito para distribuir de maneira uniforme as tensões para as
estacas:
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Fundações

O importante na hora de escolher suas fundações é conhecer muito bem o seu terreno e o perfil de
sondagem dele, muitas vezes não queremos atingir grandes profundidades, por isso precisamos de
materiais mais resistentes.

Outras vezes a profundidade não é um problema e sim o método executivo, podendo ser
excessivamente barulhento ou gerando grande impacto negativo aos lotes lindeiros.

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