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ESTRUTURAS V
Prof.: JUAN W. MOORE E.
juan@unisul.br
ÍNDICE
CAP. 1 - PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
1.0 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 1
1.1 INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS DE LIGA NAS PROPRIEDADES DOS AÇOS................................ 1
1.2 TIPOS DE AÇOS ESTRUTURAIS E SEUS PRODUTOS........................................................................... 3
1.2.1 Aço-Carbono (Média Resistência Mecânica) ...................................................................................... 3
1.2.2 Aço de Baixa Liga ..................................................................................................................................... 5
1.2.3 Aços Resistentes ao Fogo ...................................................................................................................... 8
1.3 DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO.......................................................................................................... 9
1.4 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS AÇOS ................................................................................................. 11
1.4.1 Elasticidade ................................................................................................................................................ 11
1.4.2 Plasticidade................................................................................................................................................ 12
1.4.3 Ductilidade ................................................................................................................................................. 12
1.4.4 Tenacidade ................................................................................................................................................. 12
1.4.5 Dureza ......................................................................................................................................................... 12
1.4.6 Fragilidade ................................................................................................................................................. 12
1.4.7 Resiliência................................................................................................................................................... 12
1.4.7 Fadiga .......................................................................................................................................................... 13
1.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO AÇO ESTRUTURAL.................................................................... 13
1.6 PRODUTOS SIDERÚRGICOS ESTRUTURAIS ........................................................................................... 14
1.6.1 Chapas .......................................................................................................................................................... 14
1.6.2 Barras.......................................................................................................................................................... 14
1.6.3 Perfis Laminados....................................................................................................................................... 15
1.6.4 Fios, Cordoalhas, Cabos .......................................................................................................................... 15
1.7 PRODUTOS METALÚRGICOS ESTRUTURAIS .......................................................................................... 15
1.8 PERFIS FABRICADOS E PERFIS COMPOSTOS ........................................................................................ 16
1.9 DESIGNAÇÃO DOS PERFIS ............................................................................................................................ 17
1.9.1 Perfis Laminados ....................................................................................................................................... 17
1.9.2 Perfis de chapas dobradas..................................................................................................................... 17
1.9.3 Perfis soldados.......................................................................................................................................... 18
1.10 FATORES QUE INFLUENCIAM O CUSTO DE UMA ESTRUTURA .................................................... 18
1.11 PRINCIPAIS FASES NA CONSTRUÇÃO DE UMA OBRA ...................................................................... 19
1.12 ENTIDADES NORMATIVAS PARA O PROJETO E CÁLCULO DE
ESTRUTURAS METÁLICAS.......................................................................................................................... 20
1.13 APLICAÇÃO DAS ESTRUTURAS METÁLICAS ........................................................................................ 20
CAP. 2 - AÇÕES E SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS DE AÇO
2.1 CRITÉRIO DE DIMENSIONAMENTO ELÁSTICO E PLÁSTICO ...................................................... 25
2.1.1 Teoria Elástica de Dimensionamento ................................................................................................... 25
2.2.2 Teoria Plástica de Dimensionamento das Seções ou “Estado Limite Último”........................... 25
2.2 DIMENSIONAMENTO DAS SEÇÕES NO ESTADO LIMITE DE PROJETO.................................... 26
2.3 CÁLCULO DAS SOLICITAÇÕES ATUANTES SEGUNDO CRITÉRIOS DA NB-14 ......................... 26
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS E PROPOSTOS .................................................................................................. 29
CAP. 3 - PEÇAS TRACIONADAS
3.1 ELEMENTOS CONSTRUTIVOS .................................................................................................................. 31
3.2 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO ...................................................................................................... 32
3.2.1 Distribuição de Tensões Normais na Seção ...................................................................................... 32
3.2.1.1 Peças em geral com furos........................................................................................................ 33
3.2.1.2 Pecas com extremidades rosqueadas .................................................................................. 34
3.2.2 Esbeltez das Peças Tracionadas .......................................................................................................... 35
3.3 ÁREAS DE CÁLCULO ......................................................................................................................................... 35
3.3.1 Área Bruta ................................................................................................................................................. 35
3.3.2 Área Líquida .............................................................................................................................................. 36
3.3.3 Área Líquida Efetiva ............................................................................................................................... 37
3.4 BARRAS COMPOSTAS TRACIONADAS...................................................................................................... 39
3.5 DIMENSÕES E USO DE FUROS.................................................................................................................... 40
3.5.1 Espaçamento Mínimo entre Furos ........................................................................................................ 40
3.5.2 Distância Mínima de um Furo às Bordas ............................................................................................ 40
3.5.3 Distância Máxima às Bordas ................................................................................................................. 40
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS E PROPOSTOS .................................................................................................. 41
Cap. 4 - PEÇAS COMPRIMIDAS
4.1 ESFORÇO DE COMPRESSÃO ....................................................................................................................... 47
4.2 CONCEITO DE FLAMBAGEM ELÁSTICA E INELÁSTICA ................................................................. 47
4.2.1 Esforço de Compressão .......................................................................................................................... 47
4.2.2 Comportamentos de Peças pela aplicação de Cargas de Compressão
Segundo a Teoria de Euler .................................................................................................................... 47
4.3 COMPRIMENTOS EFETIVOS DE FLAMBAGEM ..................................................................................... 48
4.4 LIMITES DO ÍNDICE DE ESBELTEZ ....................................................................................................... 51
4.5 FLAMBAGEM LOCAL ...................................................................................................................................... 51
4.6 RESISTÊNCIA DE CÁLCULO SEGUNDO A NB-14 ................................................................................. 51
4.7 VALORES LIMITES DA RELAÇÃO LARGURA/ESPESSURA ................................................................ 53
4.7.1 Elementos Comprimidos não-enrijecidos (QS) .................................................................................. 54
4.7.2 Elementos Comprimidos enrijecidos (QA).......................................................................................... 55
4.8 PEÇAS COMPOSTAS COMPRIMIDAS ........................................................................................................ 56
EXERCÍCIOS PROPOSTOS.................................................................................................................................... 58
Cap. 5 - FLEXÃO
5.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 60
5.2 FLEXÃO ELÁSTICA E PLÁSTICA .............................................................................................................. 61
5.3 PLASTIFICAÇÃO DA SEÇÃO E EFEITO DA TENSÃO RESIDUAL ................................................. 64
5.4 DETERMINAÇÃO DO MOMENTO RESITENTE (Resistência a Flexão) ............................................ 65
5.4.1 Flambagem Local dos Elementos (FLA e FLM).................................................................................. 66
5.4.2 Flambagem Lateral da Barra por Flexo-Torção (FLT) ................................................................... 67
5.4.2.1 Vigas com Contenção Lateral (sem flambagem lateral) .................................................. 68
5.4.2.2 Vigas sem Contenção Lateral (flambagem lateral) .......................................................... 68
EXERCÍCIOS PROPOSTOS.................................................................................................................................... 70
5.5 ESFORÇO CORTANTE DE BARRAS FLETIDAS....................................................................................... 71
5.5.1 Resistência de Cálculo............................................................................................................................ 71
5.6 DEFORMAÇÕES NA FLEXÃO ........................................................................................................................ 74
5.6.1 Processo Aproximado ............................................................................................................................. 74
5.6.1.1 Viga bi-apoiada com carga concentrada no meio do vão .................................................. 75
5.6.1.2 Viga bi-apoiada com duas cargas concentradas, simétricas em
relação ao meio do vão......................................................................................................... 75
5.6.1.3 Viga engastada com carga concentrada na extremidade livre...................................... 75
5.6.1.4 Viga bi-apoiada com carga distribuída uniforme .............................................................. 75
5.5.1.5 Viga engastada e apoiada com carga concentrada no meio do vão ............................... 75
5.5.1.6 Viga engastada e apoiada com carga uniformemente distribuída ................................ 75
EXERCÍCIOS PROPOSTOS.................................................................................................................................... 78
5.7 FLEXÃO COMPOSTA......................................................................................................................................... 79
5.7.1 Equações de Interação ........................................................................................................................... 79
5.7.2 Critérios de Verificação ........................................................................................................................ 80
EXERCÍCIOS PROPOSTOS.................................................................................................................................... 80
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANEXOS
Cap. 1 - Propriedades dos Materiais Estruturas V
Capítulo 1
Propriedades dos Materiais
1. INTRODUÇÃO
Propriedade / Elemento C Mn Si S P Cu Ti Cr Nb
Resistência Mecânica + + + - + + + +
Ductilidade - - - - - - -
Tenacidade - - - +
Soldabilidade - - - - - - -
Resistência à Corrosão - + + + + +
Desoxidante + +
( + ) efeito positivo;
( - ) efeito negativo.
Cr =0,20%
Ni =0,25%,
Al 0,10%
B = 0,0030%
Cu = 0,35%
1.2.2 Aços de Baixa Liga (Média e Alta Resistência Mecânica, Resistentes à Corrosão
Atmosférica):
De acordo com a NBR 6215, são aços com teor de carbono inferior ou igual a
0,25%, com teor total de elementos de liga inferior a 2,0% e com limite de escoamento
igual ou superior a 300 MPa. Usualmente, esses aços são fabricados com baixo teor de
carbono e pequenas adições de elementos de liga, tais como níquel, cromo, molibdênio,
vanádio, titânio, nióbio, cobre, zircônio ou boro, além de manganês e silício, em algumas
combinações e quantidades adequadas, de forma que se obtenha alta resistência,
mantendo boa ductilidade, tenacidade, soldabilidade, resistência à corrosão e à abrasão.
A utilização de aços de alta resistência proporciona uma redução na espessura das
peças, comparativamente aos aços-carbono, o que implica em redução do consumo e
melhor aproveitamento do material, o que os recomenda nas aplicações da construção
civil.
Aços de alta resistência e baixa liga disponíveis no mercado:
USI-SAC-350, COS-AR-COR 500 e CSN 500 que possuem alta resistência
mecânica. Devem ser citados também os aços que, apesar de sua alta resistência à
corrosão, possuem média resistência mecânica, com custo unitário menor do que o
anterior:
USI-SAC-250 e 300, COS-AR-COR 400 e 400E, e CSN 420.
No tocante aos tipos de atmosfera que afetam os metais, e os aços em particular,
convencionou-se adotar os seguintes padrões: urbana, industrial, rural e marinha. A
adição, em pequena proporção, de elementos de liga, como cobre, cromo, fósforo e silício,
criou o grupo dos aços patináveis ou aclimáveis, que se caracteriza por excelente
resistência à corrosão atmosférica aliada à resistência mecânica adequada.
9 Propriedades Mecânicas
Além da excelente soldabilidade, os aços patináveis podem apresentar tanto alta
como média resistência mecânica; no primeiro caso, proporcionam economia no peso da
estrutura, pela redução da espessura da chapa.
Na tabela a seguir são mostradas as propriedades mecânicas dos aços patináveis
brasileiros:
DOBRAMENTO
DESIGNAÇÃO LE LR
SIDERÚRGICA LONGITUDINAL
COMERCIAL (MPa) (MPa)
180° (Calço)
USI-SAC-250
≥ 250 402 a 510 1,5 (e)
(USI-SAC-41)
USI-SAC-300
USIMINAS ≥ 300 402 a 510 1,5 (e)
(USI-SAC-41)
USI-SAC-350
≥ 373 490 a 608 1,5 (e)
(USI-SAC-50)
COS-AR-COR-400 ≥ 250 380 a 520 1,0 (e)
COSIPA COS-AR-COR-400 E ≥ 300 380 a 520 1,0 (e)
COS-AR-COR-500 ≥ 375 490 a 630 3,0 (e)
CSN COR 420 ≥ 300 420 1,5 (e)
CSN
CSN COR 500 ≥ 380 520 1,5 (e)
NOMENCLATURA:
LE = Limite de Escoamento; LR = Limite de Ruptura; (1 MPa = 10 kgf/cm2); e = espessura
Um dos pontos mais importantes nos projetos de construção civil é reduzir o risco
de incêndios e, caso estes ocorram, aumentar o tempo de início de deformação da
estrutura, conferindo, assim, segurança a essas construções.
9 Composição Química.
Após o Tensão
Limite de
f Re = Resistência
escoamento, ainda na fase (σ)
f Y = Escoamento
Limite de
plástica, a estrutura
f P = Proporcionalidade
Limite de
interna do aço se
f Re
rearranja e o material
passa pelo encruamento,
em que se verifica
novamente a variação da fY
fP
to
en
am r d
to
m
co m a
ua
porém não-linearmente. O
Es a t a
cr
En
P
como os aços, o limite de escoamento é bem definido, pois a determinada tensão aplicada
o material escoa, isto é ocorre deformação plástica sem haver praticamente aumento da
tensão. O limite de escoamento é a constante física mais importante no cálculo das
estruturas de aço. Deve-se impedir que essa tensão seja atingida nas seções transversais
das barras, como forma de limitara a sua deformação.
• Resistência à fadiga. É definida como a tensão para o qual o aço rompe depois de
repetidas aplicações de carga, está relacionada com o número de ciclos de carga e com
a amplitude da variação das cargas.
• Coeficiente de dilatação térmica. Na faixa normal de temperaturas ambientais.
Segundo norma NB-14 para aços estruturais adota-se valores (item 4.6.10):
As usinas produzem
aços para utilização
estrutural sob diversas
formas: chapas, barras,
perfis laminados, fios
trefilados, cordoalhas e
cabos.
1.6.1 Chapas - As chapas
são produtos
laminados, nos quais
Fig. 4 - Chapas Finas ou Grossas (em formatos específicos)
uma dimensão
(espessura) é muito menor que as outras duas (largura e comprimento).
As chapas se dividem em duas categorias:
• chapas grossas: t ≥ 4,76 mm (3/16”); a espessura é oferecida em polegadas ou
milímetros Fig. 4.
• chapas finas: a espessura das chapas finas é em geral fornecida em bitolas
sendo usual no Brasil a bitola MSG, as mesmas são fabricadas em bobinas Fig. 5.
MSG n° 9 10 11 12 13 14 15 16
1.6.4 Fios, Cordoalhas, Cabos – Os fios ou arames são obtidos por trefilação.
Fabricam-se fios de aço doce e também de aço duro (aço de alto carbono).
Os Fios de aço duro são empregados em molas, cabos de protensão de estruturas
etc.
As cordoalhas são formadas por três ou sete fios arrumados em forma de hélice.
O módulo de elasticidade da cordoalha é quase tão elevado quanto o de uma barra maciça
de aço.
Existem chamadas viradeiras, que permitem dobrar chapas a frio, formando perfis
L e U. para evitar a fissuração da chapa, as dobras obedecem a raios mínimos, de maneira
que os cantos dos perfis dobrados são arredondados. Como exemplo, temos:
Na Fig. 9b, c, d,
vemos perfis compostos
formados pela associação
de perfis laminados
simples Esses perfis são
(a) (b) (c) (d)
evidentemente mais caros
que os laminados simples; Fig 9 - Perfis compostos de chapas ou perfis laminados
seu emprego se justifica para atender conveniências de cálculo como, por exemplo, em
colunas ou estacas onde se deseja o momento de inércia elevado nas duas direções
principais.
Exemplo de perfis:
I 100 → perfil I, abas inclinadas com altura de 100 mm.
IP 500 → perfil I, abas paralelas com altura de 500 mm.
HPP 500 → perfil H, abas paralelas, série pesada com altura de 500 mm.
HPM 400 → perfil H, abas paralelas, série média, com altura de 400 mm.
HPL 100 → perfil H, abas paralelas, série leva, com altura de 100 mm.
U 100 → perfil U, abas inclinadas com altura de 100 mm.
L 50 x 3 → perfil L (cantoneira), abas iguais de 50 mm e espessura 3 mm.
L 50 x 30 x 3 → cantoneira de abas desiguais (50 e 30 mm) e espessura 3 mm.
Projeto estrutural 1 – 3%
Detalhamento 2 – 6%
Fabricação 20 – 40%
Transporte 1 – 3%
Montagem 20 – 35%
Fig. 12 - Telhados
Fig. 14 - Residências
Fig. 15 - Hangares
Fig. 18 - Reservatórios
Capítulo 2
Ações e Segurança nas Estruturas de Aço
σ ≤ σadm ( 2.1)
S ( Σ γi . Qi ) < Ru ( 2.2)
Sd = ( Σ γf . Qi ) ( 2.3)
Segundo a NB-14 que estabelece que a solicitação de cálculo “Sd” não pode ser
maior do que a resistência de cálculo “Nr” do elemento estrutural:
Sd ≤ N r ( 2.4 )
Que por sua vez a resistência de cálculo é calculada para cada estado limite
aplicável, sendo igual ao produto da resistência nominal “Nn” pelo coeficiente de
resistência “φ” (fator redutor menor do que a unidade):
Nr = φ . Nn ( 2.5 )
Onde:
Sd → solicitação de cálculo (ou projeto);
Nr → resistência de cálculo;
Nn → resistência nominal;
φ → coeficiente de resistência (coeficiente de redução NB-14, Caps. 5, 6 e 7).
n
Sd = S ( γ g . G ) + γ q1.Q1 + S( γ qj
. ? j . Q j ) ( 2.6 )
j= 2
Onde:
Q1 → ação variável predominante para o efeito considerado;
Qj → demais ações variáveis que atuam simultaneamente com a ação principal;
γg → coeficiente de ponderação da ação permanente;
γq1 → coeficiente de ponderação da ação predominante;
γqj → coeficiente de ponderação das ações variáveis;
ψj → fator de combinação de ações no estado limite de projeto.
b) para combinações excepcionais (NB-14, item 4.8):
n
S d = S (? g . G) + E + S (? q . ? . Q ) ( 2.7 )
j= 2
Onde:
E → ação excepcional; são consideradas excepcionais, tais como: explosões, choque
de veículos, efeitos sísmicos (terremotos), etc.
ψ → fator de combinação de ações no estado limite de projeto.
Durante a
Construção 1,3 (0,9*) 1,2 (1,0*) 1,2 1,0 1,2 1,3
Excepcionais
1,2 (0,9*) 1,1 (1,0*) 0 0 1,0 1,1
OBS:
Algumas explicações são necessárias para aplicação da tabela 1.
ü As ações permanentes são consideradas de grande variabilidade quando a imprecisão
no processo construtivo levar incerteza aos valores finais de carga, por exemplo:
§ obras de alvenaria, onde as paredes costumam apresentar espessuras diversas;
§ a espessura dos revestimentos;
§ peças de concreto fundidas em obra; etc.
ü As ações permanentes de pequena variabilidade, podem ser consideradas os
componentes das estruturas oriundas do peso de peças de aço e de elementos em
concreto pré-moldado com controle final de peso.
ü As variações de temperaturas definidas na tabela 1, são apenas as variações devidas
ao meio ambiente.
ü Dentro de ações variáveis pode-se considerar como cargas variáveis decorrentes do
uso da edificação: sobrecargas em pisos e em coberturas, cargas de pontes rolantes,
cargas de outros equipamentos, etc.
ü Os valores entre parênteses (*) correspondem aos coeficientes para ações
permanentes favoráveis à segurança; ações variáveis e excepcionais favoráveis à
segurança não entram nas combinações.
ü Quando o peso próprio da estrutura supera 75% do peso permanente total da
construção, este último é considerado como carga permanente de pequena
variabilidade; caso contrário, como de grande variabilidade.
Os valores que a NB-14 apresenta para os fatores de combinação (ψ) encontram-
se na tabela 2, levando em conta que as solicitações variáveis provavelmente não ocorrem
em seus valores máximos simultaneamente.
Tabela 2 – Fatores de Combinação “ψ”
Ações ψ
OBS:
Algumas explicações para aplicação da tabela 2.
• O impacto, quando aplicável, deve ser considerado na carga variável correspondente;
• Adota-se ψ = 1, para combinações envolvendo cargas da mesma natureza, por exemplo, todas
as ações variáveis decorrentes do uso de uma edificação (sobrecargas em pisos e coberturas,
cargas de pontes rolantes e de outro equipamento) são consideradas da mesma natureza da
ação variável predominante (Q1 ), assim como as ações variáveis não citadas nesta tabela.
EXERCÍCIOS:
1) Calcular a solicitação de projeto (intervalo de cargas) que agem sobre uma barra de
treliça de um galpão industrial decorrentes dos seguintes carregamentos:
Solução:
Sd1 = (120 x 1,3) + (150 x 1,3) + (110 x 1,5) + (180 x 1,4 x 0,6)
Sd1 = 156 + 195 + 165 + 151,20
Sd1 = 667,20 KN
Sd2 = (120 x 1,3) + (150 x 1,3) + (180 x 1,4) + (110 x 1,5 x 1,00)
Sd2 = 156 + 195 + 252 + 165
Sd2 = 768 KN
Sd3 = (120 x 1,0) + (150 x 1,0) + (-50 x 1,2) + (-800 x 1,2 x 1,00)
Sd3 = 120 + 150 – 60 - 960
Sd3 = 270 - 780
Sd3 = - 750 KN
Sd4 = (120 x 1,0) + (150 x 1,0) + (-800 x 1,2) + (-50 x 1,2 x 1,0)
Sd4 = 120 + 150 – 960 - 60
Sd4 = - 750 KN
Intervalo de Carregamentos:
Sd = 768 kN (Tração)
Sd = - 750 kN (Compressão)
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Determine o Md na viga.
F
G
H
1,5 m
I
E D C B A
1,5 m 1,5 m 1,5 m 1,5 m
Fig. 1
Estrado de madeira
2,0 m.
Apoio Apoio
4,0 m. 2,0 m.
Fig. 2
Capítulo 3
Peças Tracionadas
3.1 ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
O elemento estrutural feito em material aço apresenta um bom desempenho quando
solicitadas a esforços de tração (carga axial), o que se denomina solicitação a tração
simples.
Os elementos tracionados são empregados, nas estruturas, sob diversas formas
como por exemplo:
• Tirantes ou pendurais;
• Contraventamento de torres (estais);
• Travejamento de vigas ou colunas, geralmente com dois tirantes em forma de X
(xizamento);
• Tirantes de vigas armadas;
• Barras tracionadas de treliça.
Os elementos tracionados em geral podem ser constituídos por barras de seção
simples ou compostas, como por exemplo:
• Cabos de aço;
• Barras redondas (rosqueadas – Fig. 1a) ou chatas (Fig. 1b);
• Barras laminadas (simples – Fig. 1c) ou compostas de duas cantoneiras simples
(Fig. 1d).
As ligações das extremidades das peças tracionadas com outras partes da estrutura
podem ser feitas por diversos meios, tais como:
• soldagem;
• conectores aplicados em furos parafusos ou rebites;
• rosca e porca (casos de barras rosqueadas).
A seguir mostra-se o desenho de um nó de treliça (Fig. 2), cujas barras são
formadas por associação de duas cantoneiras. As barras são ligadas a uma chapa de nó,
denominada “gusset”, suja espessura “t” é igual ao espaçamento entre as cantoneiras. As
ligações das barras com chapa “gusset” são feitas por meio de furos e conectores.
P P
N T
N
N N N
σmáx = 3 σ méd
fy fy fu
N N N N
(a) fase (b) início do (c) plastificação (d) limite de resistência
elástica escoamento da seção líquida da seção líquida
Fig. 3 – Distribuição de tensões normais (tração axial), em uma peça com furo
Porém, quando a seção transversal varia de forma brusca, as tensões podem ter
distribuição bastante variada. O caso mais comum é a presença de furos nas ligações, que
provocam concentração de tensões. Observamos na Fig. 3a uma peça submetida a tração e
as tensões em uma seção afastada do furo são uniformes. Na Fig. 3b pode-se observar as
tensões que acontecem no furo, podendo notar:
• define-se que quando as tensões encontram-se na zona elástica a distribuição de
tensões são maiores nas fibras próximas ao furo;
• quando a fibra mais solicitada alcança a tensão de escoamento (início do escoamento)
ela permanece sem aumento de tensão, porém as demais fibras vão aumentando até,
também, chegarem à tensão de escoamento. Logo quando todas as fibras estiverem
solicitadas na tensão de escoamento atinge-se o estado limite de plastificação, que
se caracteriza por deformações grandes.
É evidente que as seções cortadas pelo furo atingem plastificação antes das demais,
mas o alongamento da peça como conseqüência desta plastificação prematura, é
praticamente desprezível.
Logo, podemos considerar que as tensões sejam uniformes na área líquida e
aumentam até a ruptura ou estado limite de ruína. Como a ruptura deve ocorrer na seção
mais frágil da peça, os furos têm que ser levados em conta.
Quando a tensão é maior a aquela correspondente à zona elástica diz-se que o
elemento começa a plastificar. Quando as deformações atingem o valor limite (ε y) diz-se
que foi atingido o estado limite de plastificação, e se supõe que toda a seção esteja
solicitada por tensões de escoamento.
A resistência de cálculo de um elemento solicitado a tração (esforço axial) pode ser
determinada pela ruptura da seção líquida (provocando colapso), ou pelo escoamento
generalizado da seção bruta (que provoca deformações exageradas).
Nr = φ t . N n ( 3.1 )
φt = 0,90
Nn = A g . f y ( 3.2 )
Nr = φ t . N n ( 3.3 )
φt = 0,75
Nn = A e . f u ( 3.4 )
Onde:
Nn → resistência nominal à tração;
Ag → área bruta da seção (desprezar a presença de furo);
fy → tensão de escoamento do aço;
Rd → resistência de cálculo;
φt → coeficiente de resistência à tração;
Ae → área líquida efetiva da barra;
fu → tensão de ruptura do aço.
OBS:
É importante ressaltar que o coeficiente de minoração para a peça plastificada é
menor do que a peça submetida no estado de ruína. Isto porque o estado limite de
plastificação não leva maiores danos à estrutura do que uma exagerada deformação,
enquanto que a ruína significa a segurança de vidas e coisas. De qualquer forma, mesmo
para peças em que o dimensionamento fica regido pelo estado limite último de plastificação,
o coeficiente de segurança à ruptura é no mínimo 0,75.
Onde:
fu → resistência à tração do material do parafuso ou barra rosqueada (segundo
Anexo A, item A-4);
Ap → área bruta, baseada no diâmetro nominal “d” do parafuso ou barra rosqueada
(A = π . d2 / 4);
Ar → área efetiva à tração (conforme item 7.3.1.2).
λ
Para barras principais 240
le
λ =
r
I
r =
A
Onde:
le → comprimento entre os centros de ligação (apoios) da barra;
r → raio de giração da seção;
I → momento de inércia (o menor com relação aos eixos principais);
A → área de seção transversal.
A esbeltez das peças será estudado com maior ênfase no Cap. IV – para peças
comprimidas.
b
3.3 ÁREAS DE CÁLCULO
3.3.1 Área Bruta ( A g )
t
A área bruta de uma seção deve
ser calculada pela soma dos produtos da
espessura pela largura bruta do
elemento (Fig. 4), medida em direção Fig. 4 – Área bruta de emenda de duas chapas
Ag = b . t ( 3.7 )
Para cantoneiras, a largura bruta é a soma das abas subtraída de sua espessura (Fig.
5).
Ag = l . t ( 3.8 )
sendo: t
l =a+b-t
a
s2
bn = b - ∑ d f + ∑ 4g ( 3.9 )
Onde:
bn → largura líquida da seção;
b → largura bruta da seção;
s → distância entre furos consecutivos medida na direção do esforço;
g → distância entre furos consecutivos medida ortogonalmente ao esforço.
Sendo:
df = d + p + f ( 3.10 )
Onde:
d → diâmetro do parafuso;
p → espessura da parede danificada (imperfeições) pela punção do furo
(NB 14 - item 7.3.4.1- furo padrão);
f → folga entre o parafuso e o furo (f = 2,0 mm) (NB-14, item 5.1.1.2 - “a”).
1 2 3 4
1 3 4
4
g 1
3
N 1 4 N
2
1 3 4
OBS:
Considera-se que, quando trabalhamos com ligações parafusadas observa-se que a
largura do furo da ligação é maior que o diâmetro do parafuso, isto se deve que é muito
comum furar a peça por puncionamento, conseqüentemente o furo é obtido por rasgamento
da peça, acarretando um orifício aproximadamente tronco-cônica, com paredes de
superfície irregular. O material que circunda as paredes do furo apresentando algumas
trincas (Fig. 7), o que faz t
com que seja considerada
uma folga provocada pelas 1,5 mm
imperfeições que nela se a
.
pode-se adotar “p = 0” e,
para parafusos e furos
ajustados, isto é, parafusos
Fig. 7 – Imperfeições na peça, provocado pelo puncionamento do furo
usinados e furos
perfurados por brocas, podem reduzir a folga entre o furo e o fuste do conector.
3.3.3 Área Líquida Efetiva (Ae)
Segundo a NB-14, ressalta que, quando a transmissão de carga for feita para apenas
alguns elementos (mesa ou alma) da seção, a área líquida efetiva (Ae) deve ser calculada
por:
A e = Ct . A n ( 3.11 )
Onde:
Ct → coeficiente que depende da forma com é feita a ligação (item 5.1.1.3).
Isto acontece, devido a que nem sempre a superfície de ruptura por tração é plana.
Por uma simples razão, o fluxo de tensões que ocorre na região de transferência de
esforços (furos, soldas, etc.). Assim, é que em alguns casos uma peça sem furos (onde a
área bruta é igual à área líquida) ao ser tracionada rompe-se com tensões inferiores às
tensões de ruptura (fu) do aço que a compõe.
Já no caso de uma cantoneira tracionada, cuja ligação se faz por uma de suas abas,
apenas pode romper por uma superfície tal que sua resistência seja inferior à resistência
teórica da área líquida transversal ao eixo de aplicação do esforço.
Segundo NB-14 (item 5.1.1.3), alguns critérios para adoção do Ct:
a) perfis I ou H cujas mesas tenham uma largura não inferior a 2/3 da altura do perfil e
perfis T cortados desses perfis, com ligações das mesas (Fig. 8), tendo, no caso de
ligações parafusadas, um mínimo de três parafusos por linha de furação na direção da
solicitação.
Ct = 0,90
N/2
N Se:
d < 1,5 b → C t = 0,90
d
d ≥ 1,5 b → Ct = 0,85
N/2
b
Fig. 8 – Perfis I, H ou T com um mínimo de 3 parafusos por linha de furação, na direção da solicitação
(ligado somente pelas mesas)
b) perfis I e H que não atendam os requisitos anteriores (Fig. 8), perfis T cortados desses
perfis e todos os demais perfis, incluindo barras compostas, tendo, no caso de ligações
parafusadas um mínimo de três parafusos por linha de furação na direção da solicitação:
Ct = 0,85
c) em todas as barras com ligações parafusadas, tendo somente dois parafusos por linha
de furação na direção da solicitação (Fig. 9):
Ct = 0,75
d) Quando os componentes da estrutura Fig. 9 – Dois parafusos por linha de furação, na direção
apresenta todos os seus elementos da solicitação.
ligados entre si (Fig. 10).
Ct = 1,0
Fig. 10
N N N N
≤ 600mm
≤ 24 t
PARAFUSOS
PARAFUSOS
2b/3
(L/rmín) ≤ 300
≤ 150 mm
≥
b
(L/rmín) ≤ 300
SOLDA INTERMITENTE DE FILETE
D D
B B
PARAFUSOS
A
L
≥ 2b/3
≤ 150 mm
≤ 300mm.
≤ 600mm
≤ 24 t
b
C C
≥ b/50
N N N
N
t
rmín
CORTE D-D
CORTE B-B
polegadas
Nas ligações parafusadas entre barras devem ser usados furos padrão, a não ser
que seja aprovado pelo responsável pelo projeto o uso de furos alargados ou alongados.
3.5.1 Espaçamento Mínimo entre Furos
A distância entre centros de furos padrão, alargados ou alongados, não pode ser
inferior a “2,7d”, de preferência “3d”, sendo “d” o diâmetro nominal do parafuso ou barra
rosqueada. Além deste requisito, a distância livre entre as bordas de dois furos
consecutivos não pode ser inferior a “d”.
3.5.2 Distância Mínima de um Furo às Bordas
A distância do centro de um furo padrão a qualquer borda de uma parte ligada não
pode ser inferior ao valor indicado na tabela 2 (NB-14, Tab. 18).
Tabela 2 – Distância mínima do centro de um furo padrão à borda
Diâmetro “d” Borda cortada com serra ou Borda laminada ou cortada
ASTM ISO tesoura (mm) a maçarico (mm)
M12 21 18
1/2” 22 19
5/8” M16 29 22
3/4” 32 26
M20 35 27
7/8” M22 38 29
M24 42 31
1” 44 32
1 1/8” M27 50 38
M30 53 39
1 1/4” 57 41
M33 58 42
> 1 1/4” > M33 1,75d 1,25d
EXERCÍCIOS:
1. Para a chapa (MR 250 / ABNT), calcular a espessura necessária quando sujeita a um
esforço axial de 100 kN (Fig. 1), sabendo que a chapa apresenta uma largura de 10 cm.
(a) fazer o dimensionamento no
estado limite; (b) considerando que
a tensão admissível é 60% da
10 cm.
tensão de escoamento, qual a
100 kN 100 kN
espessura da chapa.
Fig. 1
Solução:
Sd ≤ N r Nr = Φ t x A g x f y (Φ t = 0,90)
Sd = γq x Q
Nr 150 x 10 3
Sd = 1,5 x 100 Ag = =
Φ t . fy 0,90 . 250
Área Bruta:
666,67
Ag = l x t t= t = 6,67 mm
100
b)
σTADM = 0,6 . fy
100 x 10 3
150 ≥
A
45
50
55 N
45
[ mm ]
60 40 # 12 mm
Fig. 2
Solução:
bn = b - ∑d f +
∑S 2
4g
bf = φ + 2 + 1,5
bf = 28,9 mm
LR1 :
bn = 195 – 2 × 28,9 + 0 = 137,2 mm
LR2 :
60 2 60 2
bn = 195 – 3 × 28,9 + + = 171,56 mm
4 × 50 4 × 55
LR3 :
40 2 60 2
bn = 195 – 3 × 28,9 + + = 132,66 mm
4 × 50 4 × 55
LR4 :
60 2
bn = 195 – 2 × 28,9 + = 155,2 mm
4 × 50
Logo:
bn = 132,66 mm
An = b n × t
An = 15,92 cm²
3. Duas chapas de 7/8“ x 30 cm (Fig. 3), são emendadas por transpasse, com 8 parafusos
com l = 16 mm. Verificar se as dimensões das chapas são satisfatórias, admitindo-se aço
A-36.
300 kN 300 kN
# 7/8 "
Solução: Fig. 3
• Área bruta:
Ag = 6668 mm²
• Área líquida:
Sd = γ x Q
Sd = 1,5 x 300
S d = 450 KN
Ag:
An:
Nr = 1478,4 KN
90
[ mm ]
70
63 37 '
50 50 50 50 50
Fig. 4
Solução :
b = 200 + 100 – 20
b = 290 mm
Logo:
Ag = 29,0 x 2,0
Ag = 58,0 cm²
bf = 20 + 2 + 1,5
bf = 235 mm = 2,35 cm
LR1 :
4 × 9,0 4 × 11,3
bn2 = 23,19 cm
LR3 :
bn3 = 29,0 – 3 (2,35) + 5,0 + 5,0
2 2
4 × 9,0 4 × 11,3
bn3 = 23,19 cm
LR4 :
bn4 = 29,0 – 2 ( 2,35) + 5,0
2
4 × 9,0
bn4 = 24,99 cm
Área líquida:
Ag = 56,0 cm²
An = 46,38 cm²
Nr = 1260 KN
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
5. Na treliça abaixo, A C D
dimensione a barra AB Q
são: E F
P = 200 kN (GV);
B
Q = 20 kN (vento). P
Nó B
50
50
35
35
35
35
φ = 13 mm.
Fig. 5
P/2 P P P P P P/2
Detalhe do Nó
Fig. 6
Capítulo 4
Peças Comprimidas
4.1 ESFORÇO DE COMPRESSÃO
Os elementos estruturais sob carga de compressão podem ser caracterizados
basicamente em colunas (em diferente configuração) e barras de treliça.
As colunas são elementos cuja finalidade é levar os carregamentos neles aplicados
às fundações (elemento de apoio). Sob o ponto de vista estrutural, as colunas podem ser
divididos em: principais, que suportam maior parcela de das cargas, e secundárias, que
suportam menor parcela de carga (colunas de tapamento).
Basicamente, cada coluna é composta de três partes principais: fuste, que é o
elemento portante básico da coluna; ponto de ligação, que serve de apoio para outras partes
da estrutura e a base, que têm por finalidade distribuir as cargas nas fundações, além de
fixá-la. Com relação à fixação das bases, as colunas se subdividem em rotuladas e
engastadas.
As colunas podem ser sujeitas a esforços de compressão; compressão com flexão;
tração com flexão (caso de pendurais e o caso de algumas colunas, quando solicitadas ao
peso próprio mais vento). Nas colunas sujeitas a cargas de compressão, podemos dividi-las
em compressão centrada, em que as cargas estão aplicadas diretamente no centro da seção
da coluna (Fig. 1a) ou de forma simétrica em relação ao eixo do fuste (Fig. 1b e 1c) e
compressão excêntrica, em que as cargas estão aplicadas fora do eixo longitudinal (C.G. em
relação à seção transversal – Fig. 1d e 1e).
N N
N
(a) (b)
N
N N N
Nos dois casos também pode ocorrer a flexão simultânea, típica de colunas de galpões
industriais (Fig. 2).
F
s=
A
Exemplo:
Sejam duas barras comprimidas, uma
tubular com seção transversal S = 7,07
50 mm.
40 mm.
30 mm.
cm2 e outra redonda maciça com a
mesma área e feitas do mesmo material,
ambas com comprimento de 1 m.
rotuladas nas extremidades, calcular as
Fig. 3
resistências teóricas de Euler (Fig. 3).
4.3 COMPRIMENTOS EFETIVOS DE FLAMBAGEM
A fórmula de Euler está deduzida para hastes com duas extremidades rotuladas,
mas pode ser aplicada para outros casos de vinculação.
Conforme NB-14 (Anexo H – Fig. 16) estabelece valores para o parâmetro “K”
(Tabela 1) que corrige o comprimento da barra em função do tipo de vinculação, permitindo
assim o cálculo do índice de esbeltez.
A Linha Tracejada
Indica o Eixo da Barra Original.
A Linha Contínua Indica a Linha
Elástica de Flambagem
Para o caso de treliças, estas condições de vinculação não são ideais e para tanto a
NB 14 (Anexo G – Tab. 17) apresenta valores do coeficiente “k”, determinados a partir de
uma análise de flambagem elástica para cada tipo de barra. Estes valores apresentados na
Tab. 2.
1 Corda 1,0
Flambagem no plano da treliça
Diagonal comprimida
Ft
contínua, ligada no centro a 1,0 − 0,75 ≥ 0,
8 Fc
uma diagonal tracionada de
mesma seção
Para colunas de pórticos cuja estabilidade lateral depende da rigidez à flexão das
vigas e dos pilares, o parâmetro de flambagem “k”, segundo a NB 14 (Anexo I), deve ser
determinado por uma análise estrutural e não deve ser menor que 1,0.
O valor de “k” é obtido pela reta que une os valores de GA e GB, onde:
IC
∑
l C
GA = A
IV
∑
A
lV
Onde:
IC e l C são os momentos de inércia e os comprimentos das colunas que chegam no nó
“A”. IV e l V são os momentos de inércia e os comprimentos das vigas que chegam no nó “A”.
o somatório é feito para todas as vigas e colunas rigidamente ligadas à colunas em análise.
O cálculo de GB é análogo ao de GA apenas referido à extremidade “B” da coluna em
análise.
4.4 LIMITES DO ÍNDICE DE ESBELTEZ (Estado Limite de Utilização)
Para evitar a introdução de esforços não contabilizados no cálculo corrente,
provocados pelo fenômeno da vibração nas barras comprimidas, a NB 14 (item 5.3.5)
estabelece como limite para o índice de esbeltez (λ) o valor de 200, independente o tipo de
barra.
4.5 FLAMBAGEM LOCAL
Em peças de aço com paredes finas, onde a espessura é muito pequena diante da
largura, pode ocorrer instabilidade localizada, antes da flambagem global da peça,
denominada flambagem local. Esta instabilidade se caracteriza pelo colapso das paredes
sob tensões inferiores às tensões de escoamento do aço.
Para quantificar a flambagem local a NB-14 (item 5.3.4.2) apresenta um coeficiente
“Q” (minorador da resistência ), onde Q = 1, para seções cujos elementos têm relação “b/t”
iguais ou inferiores às dadas na Tabela 1 (NB-14), para seções classe 3, solicitadas por
força normal, abaixo dos quais não existe flambagem local.
Para perfis onde a relação “b/t” não cumpre a condição de norma, têm-se Q < 1 (ver
NB-14 / Anexo E).
4.6 RESISTÊNCIA DE CÁLCULO SEGUNDO A NB-14
A resistência de cálculo de uma barra comprimida é obtida pela redução da
resistência nominal da peça pela introdução de um coeficiente de segurança (minorador) φ c,
através da equação:
Nr = φ c . N n ⇒ φ c = 0,90
Nn = ρ . Q . N y Nn = ρ . Q . A g . f y
Valores aproximados de “ρ” são dados pelas fórmulas a seguir mais precisos estão
indicados na Tab. 4 e na Fig. 4 (NB-14).
ρ = 1,0 0 ≤ λ ≤ 0,2
1
? = ß− ß2 − λ > 0,2
( λ )2
β =
1
[
2 .( λ ) 2
1+ α ( λ ) 2 − 0,04 + ( λ ) 2 ]
1 k.l Q . fy
? = . .
p r E
Tipo de Curva α
a 0,158
b 0,281
c 0,384
d 0,572
λ Q . fy
λ = .
p E
Como o coeficiente Q sendo:
Q = Q s x Qa
onde:
Qs e Qa são coeficientes que levam em conta a flambagem local de elementos não
enrijecidos e enrijecidos respectivamente.
p/ E b E
0,55 < ≤ 1, 02
fy t fy
temos:
b fy
Q s = 1, 42 − 0,76 . .
t E
p/ b E
> 1,02
t fy
temos:
0,67 . E
Qs = 2
b
fy .
t
p/ E b E
0,74 < ≤ 1,02
fy t fy
temos:
b fy
Q s = 1,91 − 1,24 . .
t E
p/ b E
> 1,02
t fy
temos:
0,67 . E
Qs = 2
b
fy .
t
p/ E b E
0, 44 < ≤ 0,90
fy t fy
temos:
b fy
Q s = 1,34 − 0,77 . .
t E
p/ b E
> 0,90
t fy
temos:
0,52 . E
Qs = 2
b
fy .
t
Elementos não enrijecidos de perfis “U” e “T” também devem obedecer as seguintes
limitações:
Perfil Fabricação bf /d tf /tw
Laminado ≤ 0,25 ≤ 3,00
U
Soldado ≤ 0,50 ≤ 2,00
Laminado ≥ 0,50 ≥ 1,25
T
Soldado ≥ 0,50 ≥ 1,10
797 . t 158
bef = 1− ≤b
f ( )
b . f
t
b) outros casos.
797 . t 140
bef = 1− ≤b
f
( )
b . f
t
Onde:
f → tensão de cálculo no elemento enrijecido, em MPa, obtida por aproximações
sucessivas, dividindo-se a força normal de cálculo pela área efetiva A ef.
(NB 14 / Anexo E – 3.2);
Nd
f=
Aef
Aef
Qa =
Ag
Onde:
Aef = Ag − ∑ ( b− b ef
). t
E
L2 ≥ b ≥ b2 ≥b
Chapa de extremidade Chapa intermediária Chapa de extremidade
de travejamento
mín. 3
r1 = raio de giração
mínimo do elemento
Cap. 4 - Peças Comprimidas
paraf.
F
0,7
L
r1 3≤
L1
20 L3
0
/r 1
≥60
°
b
b
b
≤1
≥45°
L1
L1 40
N
N
CORTE F-F
CORTE E-E
F
r mín
≤ 6d
≥ 50b
r mín
Soldas
E
L L
L KL L KL
( rmin) ≤ ( r )conjunto ( rmin) ≤ ( r ) conjunto
Para b>380 mm usar
da solda ≥ 3
2
Comprim. total
travejamento simples
c/ cantoneiras ou
travejamento duplo
H
40
r≥
D
N
N
CORTE G-G
CORTE H-H
H
G
t t t
Estruturas V
57
Cap. 4 - Peças Comprimidas Estruturas V
EXERCÍCIOS:
1. Dimensionar a barra da Fig. 1, o aço é MR 250 e a carga P é de 210 kN. Apresentar cinco
soluções e comparar os resultados. Alternativas:
1a Cantoneira dupla de abas
iguais, formando T;
2a Perfil C padrão americano; P P
a
3 Perfil I padrão americano; .
Fig. 1
Travejamento
.
6m
3
x 22,
250
W
Fig. 2
m
1,8
• Carga devida ao vento: Q = - 7,1 kN.
L=
B L = 1,8 m C
4. Dimensionar os pilares (Fig. 4) usando perfil
HPL de aço MR 250.
Fig. 3
Fig. 4
Fig. 5
Capítulo 5
Flexão
5.1 INTRODUÇÃO
Os perfis de aço estrutural carregados transversalmente são tipos comuns de
elementos estruturais em edifícios, pontes e outras estruturas. Na maioria dos casos, as
vigas têm as cargas aplicadas no plano da alma, produzindo assim, flexão em torno do eixo
de maior inércia da seção. Em algumas situações, as cargas se aplicam na direção
perpendicular à alma produzindo flexão em torno do eixo de menor inércia da seção
transversal. Em ambos os casos, considera-se a carga passando através do centro de
cisalhamento da seção transversal produzindo, portanto, flexão simples, sem torção, em
relação a qualquer dos eixos ou a ambos simultaneamente.
Quando as cargas não passam pelo centro de cisalhamento da seção é produzido um
momento torçor, o qual ocasiona a torção da viga e com isto, esforços adicionais.
Quando as barras estão sujeitas a ações axiais e de flexão combinadas, a
deformação desta barra pode ter uma influência importante nos momentos internos que
devem ser resistidos. O efeito é particularmente importante se ação axial é de
compressão.
No método dos estados limites, a verificação de uma barra prismática submetida à
flexão simples começa com a identificação dos estados limites que podem ocorrer.
Elementos com muita massa próxima ao eixo neutro, por exemplo, peças maciças de
seção quadrada ou circular, trabalham com menor eficiência na flexão, isto é, para o mesmo
peso da viga, têm menor capacidade de carga, elemento com seções transversais com na
Fig. 1, são mais usuais.
M. y
s = ( 5.1 )
I
onde:
σ → tensão normal em qualquer ponto do eixo longitudinal (onde são aplicadas as
cargas);
M → momento fletor em torno de um dos eixos ortogonais ao plano longitudinal que
contém “y”;
y → distância do eixo neutro a um dos pontos da seção transversal onde é referida a
tensão;
σxC
b P
σxC σP
y
P
d
y d
Mz
σxT
σx
T
A Eq. 5.1 fornece a tensão normal em qualquer ponto da seção. Para que nenhuma
fibra ultrapasse o limite elástico do material devem-se estudar as tensões máximas na
seção, as quais ocorrem nas fibras mais afastadas da linha neutra e garantir que elas não
ultrapassem o limite de escoamento característico para cada material.
Para uma viga com seção retangular de altura “d” a tensão na borda é dada por:
M d
f =s = ( 5.2 )
b máx I 2
onde: σ
M
f = ( 5.4 )
b W fy
Fig. 3 – Diagrama σ x ε
O momento My define o limite de comportamento
elástico do elemento, isto é, qualquer incremento no
valor do momento fletor vai definindo um comportamento não linear (inelástico) na
deformação.
Onde, para momento atuantes de valores iguais ou menores do que My as
deformações são reversíveis, isto é, todas as fibras submetidas a tensões maiores do que o
limite elástico apresentará deformações residuais uma vez cessada a solicitação. Para
momentos atuantes maiores do que My as deformações não desaparecem totalmente após a
descarga (deformações residuais ou permanentes).
O diagrama “Tensão x Deformação” (σ x ε) de um material elasto-plástico ideal (Fig.
3) onde a reta de proporcionalidade termina ao ser atingida a tensão de escoamento e, a
partir daí, transforma-se em uma reta paralela ao eixo das deformações, o que significa
alongamento sob tensão constante.
Na Eq. 5.5, mostra-se que uma seção submetida ao momento My têm atuando em sua
fibra mais solicitada a tensão de escoamento, ou seja, o alongamento dessa fibra é o
alongamento εy. Se, incrementamos a solicitação, as fibras poderão aumentar (alongamento)
ou diminuir (encurtamento), podendo ultrapassar o valor de ε y (Fig. 4), onde as tensões
permanecem constantes no valor de f y, de acordo com o diagrama (σ x ε) da Fig. 3. Diz-se,
então, que a seção está plastificando, pois as deformações das fibras que ultrapassam o
εc
P P
εy RC
y
LN Z
d
RT
b εT fy fy
Seção Transversal
Fig. 4 – Processo de Plastificação da Seção
superfície da seção acima da linha neutra fica comprimida sob tensão constante igual à
tensão de escoamento, cuja resultante para uma seção retangular vale:
A
R = . fy ( 5.6 )
c 2
onde:
A → área da seção transversal onde as resultantes de forças (tração ou
compressão) estão referenciadas.
Analogamente, considerando-se que o comportamento do material a tração seja o
mesmo que a de compressão, a resultante das tensões de tração vale:
A
= . fy
( 5.7 )
R
T 2
onde:
z → braço de alavanca interno da seção em análises da resultante de esforços as
duas zonas (tração e compressão) em relação a linha neutra.
Substituindo os valores de RC e RT, têm-se:
A
R + Rc = . f y .2 ( 5.9 )
c 2
M = QT . f y ( 5.13 )
T
Sendo:
M = M C + M T = (Q C + Q T ). fy
pl ( 5.14 )
ou seja,
Z = QC + QT ( 5.15 )
que significa que o módulo plástico é a soma dos momentos estáticos da seção em relação à
L.N.
EXEMPLO:
Determinar o módulo plástico de uma seção retangular (Fig. 5)
e o momento que provoca a plastificação total da seção.
d
O momento resistente de cálculo de uma seção genérica de uma viga é definido pela
relação:
MR = φ b . Mn ( 5.17 )
onde:
φ b → coeficiente minorador da resistência (φ b = 0,90);
Mn → momento resistente nominal, que depende de várias condições, vistas a seguir
para os casos de verificação da flambagem do elementos que compõem o
perfil.
M Pl ; para : λ p ≤ λ
λ .λp
M n = M Pl − (MPl − Mr ) . ; para : λ p < λ ≤ λ r (5.18)
λr . λ p
M ; para : λ > λ r
cr
onde:
Mpl = Zx . fy
Mr = Wx . (fy – f r)
flambagem na fase P P
Classe 4
inelástica sem atingir Mpl. Compactas
λr < λ
As vigas classe 2, a a
chamadas compactas, e as
da classe 1, chamadas δ
flecha no meio do vão
supercompactas, atingem Mpl sem que ocorra a flambagem de nenhum dos elementos da
seção transversal.
Como nesta etapa do curso as análises das estruturas ficarão restritas à análise
elástica, as classes 1 e 2 serão tratadas como uma única classe.
Considerando os comportamentos possíveis para as diversas seções e com os limites
estabelecidos para cada classe, onde relacionamos os índices de esbeltez dos elementos da
viga com o modo de flambagem ou o
momento limite. M
Temos, portanto, uma nova Flambagem elástica
função de λ.
Na NBR-8800/86 esta curva Mr
lateral a uma força (Fig. 10), este fenômeno é denominado de flambagem lateral por flexo-
torção (FLT).
A parte superior da viga sofre tensões de compressão variáveis na seção e
constantes ao longo da barra. Podemos considerar então que ela é uma barra sujeita à
compressão e portanto sujeita a flambagem e para a qual podemos calcular uma tensão
crítica de flambagem. Esta tensão crítica depende do comprimento de flambagem e das
condições de apoio.
A seção considerada não flamba em relação ao eixo de maior inércia, pois a viga tem
rigidez suficiente para impedi-la. A flambagem em relação ao eixo de menor inércia não é
livre, pois a parte comprimida da viga está ligada à parte tracionada que impede
parcialmente esta flambagem. Daí ocorre a flambagem lateral com torção da viga.
Segundo a NB-14 alguns critérios são levados em consideração quando trata de
elementos submetidos a solicitação de flexão em vigas I duplamente simétricas. O
momento resistente nominal depende do comprimento da peça sem contenção lateral l b
(comprimento não contraventado), que mudam o comportamento das vigas (NB-14, item
5.4.5.1), têm-se:
1
Seções Super-compactas Mn = Mpl
0 < λ < λpl
2
Seções Compactas Mn = Mpl
λpl < λ < λp
3
Seções Não-compactas Interpolar entre Mr e Mpl
λp < λ < λr
4
Seções Esbeltas Mn = W . fcr
λr < λ
Uma viga fletida, quando simétrica em torno da sua linha neutra, a seção
comprimida funciona como uma coluna entre dois pontos de apoios sujeita a fenômeno de
flambagem (flamba em seu próprio plano), isto é existe um desalinhamento da parte
comprimida da seção transversal ao plano da solicitação do momento fletor. Como a seção
(mesa) tracionada é estabilizada pelas tensões de tração, ela combate o deslocamento
b) seção transversal da viga no meio do vão, mostrando a posição antes da flambagem e após a
flambagem;
c) vista superior do flange (mesa) comprimida, sujeita a tensões de compressão σc.
(a) (b)
σc σc
(c)
Fig. 11 – Desalinhamento da viga provocado pela FLT
As vigas sem contenção lateral contínua podem ser divididas em três categorias, dependendo a
distância entre os pontos de apoio lateral: lb
OBS:
ü Nas vigas curtas, o efeito de flambagem lateral pode ser desprezado. A viga atinge o momento
definido por escoamento ou flambagem local;
ü As vigas intermediárias apresentam ruptura por flambagem lateral inelástica a qual é muito
influenciada por imperfeições geométricas da peça e pelas tensões residuais embutidas durante
processo de fabricação da viga;
ü As vigas longas rompem por flambagem lateral em regime elástico, atingindo o momento crítico
Mcr.
ü Comprimento não contraventado: fazendo a analogia das barras comprimidas, para que haja
flambagem lateral é necessário que a mesa possa deslocar transversalmente e girar em torno do
seu eixo longitudinal. Peças com contraventamento contínuo não estão sujeitas a flambagem
lateral, como é o caso das vigas que suportam lajes de concreto.
ü Rigidez a torção de seção: seções com grande rigidez à torção têm, bom comportamento quanto
a flambagem lateral.
y
EXERCÍCIOS:
y Fig. 1
Fig. 3
d = 203 mm tw = 6,9 mm b = 101,6 mm
tf = 10,79 mm Ix = 2400 cm4 Wx = 236 cm3
V
f Vméd = ( 5.20 )
AW
onde:
Aw → área da alma do perfil (NB-14, item 5.1.1.4)
Para barras fletidas cuja seção transversal possui um ou dois eixos de simetria,
onde os esforços cortantes agem em um dos planos de simetria ou num plano ortogonal de
simetria e que passa pelo centro de cisalhamento, a NB-14 define para a determinação da
resistência de cálculo quando solicitada ao esforço cortante a seguinte relação:
VR = φ R . Vn ( 5.21 )
onde:
φ R → coeficiente de minoração (φR = 0,90);
Vn → resistência nominal ao esforço cortante.
A relação acima é aplicável para barra fletidas, prismáticas, com seção transversal:
ü perfis I, H duplamente simétricos;
ü perfis U;
ü perfis caixão.
Os valores da resistência nominais para os perfis acima referenciados são
determinados segundo os seguintes casos (NB-14, item 5.5.2):
λ ≤ λp Vn = V pl ( 5.22 )
?p
λp < λ ≤ λ r Vn = Vpl ( 5.23 )
?
2
? p
λr < λ Vn = 1,28 Vpl
( 5.24 )
?
onde:
h k .E k .E
?= ? p =1,08 ? r = 1,40
tw fy fy
5,34
k= 4 +
(a h )
2 para a/h < 1 (Fig. 13)
4
k = 5,34 +
(a h ) 2
para a/h ≥ 1
para:
Vpl = 0,6 Aw . f y (análise elástica);
Vpl = 0,55 Aw . f y (análise plástica);
onde:
a → distância entre enrijecedores transversais;
h → altura livre da alma entre mesas;
tw → espessura da alma.
OBS:
Os enrijecedores transversais de cisalhamento devem obedecer às quatro condições
a a y
tf
tw
d h x
bf
Fig. 13 – Arranjo dos Enrijecedores Transversais de Cisalhamento
1a Condição:
Os enrijecedores transversais devem ser soldados à alma e às mesas do perfil,
podendo, entretanto, do lado da mesa tracionada, ser interrompidos de forma que a
distância “x” entre os pontos mais próximos das soldas mesa/alma e enrijecedores/alma
fique entre:
4 tw ≤ X ≤ 6 tw
2a Condição:
Quando h ≥ 260 deverá atender simultaneamente à:
tw
2
a
≤3 a 260
≤
h h h
tw
3a Condição:
As relações largura/espessura dos elementos que formam os enrijecedores não
podem ultrapassar os valores “l/b” dados na Tab. 1, para seções Classe 3 sujeitas à força
normal (compressão).
4a Condição:
O momento de inércia da seção de um enrijecedor (simples ou aos pares), com
relação ao eixo no plano médio da alma não poderá ser inferior a:
4
h
50
Aw = 0,67 . A g
Aw = 0,75 . A g
Aw = 0,50 . A g
Aw = 0,67 . d o . tw
EXERCÍCIO:
6. Determinar a resistência de cálculo ao esforço cortante de uma viga composta de um
perfil I 457x11,7 mm, aço A-36 sabendo-se que não possui enriquecedores fora dos
apoios e que o vão da viga possui l = 6 m. Dados do perfil:
d = 457 mm. tw = 11,7 mm. b = 152,4 mm. tf = 17,55 mm.
h d
do tw
bf
Fig. 15
Pode-se então, utilizar este processo também para determinar deformações em vão
internos de vigas contínuas, com carregamento acima descrito. Para facilitar as
verificações de flecha, a seguir mostram-se alguns casos comuns de vigas com seus
respectivos carregamentos e o cálculo das flechas máximas:
P .L3
y máx = ( 5.25 )
L.
48 E.I Fig. 15
L
.
Fig. 16
W
5 q.L4
y máx = ( 5.28 )
384 E .I
Fig. 18
P
1 P .L 3
y máx = ( 5.29 )
5 48 E.I
L
Fig. 19
5.6.1.6 Viga engastada e apoiada com carga
uniformemente distribuída:
W .L4
y máx = ( 5.30 )
185 E.I
Fig. 20
Prof. Juan W. Moore E. 75
Cap. 5 - Flexão Estruturas V
400
h = altura do edifício
EXERCÍCIOS:
7. Dimensionar as vigas de piso (Fig. 1) para o aço MR-250, de um edifício cujas cargas
são:
A
Viga 1
2,5 m
Viga 1
Viga 2
Viga 2
Viga 2
2,5 m
Viga 1
2,5 m
Viga 1
A
5,0 m 5,0 m
Laje (8 cm.)
Viga 1
Viga 2
Corte A-A
Pilar
Fig. 1
Nd M dx Mdy
+ + ≤1 ( 5.31 )
φ . Nn φ b . Mnx φb . Mny
onde:
Nd → força normal (tração ou compressão), constante ao longo do elemento;
Mdx, Mdy → momentos fletores de cálculo na seção analisada, em torno dos eixos de
simetria;
φ.Nn → resistência de cálculo para carregamento axial, podendo ser calculada da
seguinte maneira:
ü para barras tracionadas, segundo as Eqs. do Cap. III (Barras
Tracionadas) para o ELP e ELR.
ü para barras comprimidas, segundo a Eq. do Cap. IV (Barras Comprimidas
– Item 4.3), onde ρ = 1,0 quando não se considera a flambagem por
flexão, logo:
Nd = 0,9 . Q . N y
Ny = A . f y
Nd C mx . Mdx C mx . Mdy
+ + ≤1
φc . Nn Nd N ( 5.32 )
1 − φ b . Mnx 1 − d φb . Mny
0,73 . Nex 0,73 .N
ey
onde:
Nd, Mdx, Mdy , φ b.Mnx, φ b.Mny → são definidos igual à Eq. da 1 a Interação;
Cmx e C my → parâmetro fixado conforme um dos três casos (NB-14, Item 5.6.1.3.2)
EXERCÍCIOS:
35 kN/m
210 kN 210 kN
4,00 m
Fig. 2