Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO .........................................................................................5
2
CAPÍTULO 3 - COMBUSTÍVEIS E COMBUSTÃO.....................................41
3.1 - combustão
3.2 - combustível
3.2.1 combustíveis industriais
3.2.2 combustíveis fósseis
3.3 - comburente
3.4 temperatura de combustão
3.5 - reações químicas básicas da combustão
3.6 - calor de combustão
3.7 - determinação do pci
3.8 - fatores que influenciam a velocidade da combustão
3.9 - cálculo da combustão
3.10 - incovenientes com o enxofre
3.11 - cálculo da quantidade necessária de ar para combustão
3.12 - excesso de ar
3.13 - calor residual nos gases de combustão
3.14 - temperatura da combustão
3.15.1 - conceito. gera
3.15 - fornalhas e queimadores
3
INTRODUÇÃO
Casa da
caldeira
4
A idéia evoluiu aos dias de hoje, a ponto de tornar o vapor d’água
indispensável em diversos setores industriais. Naturalmente que, com a
mesma finalidade, outros fluidos de trabalho poderiam ou podem ser
empregados. Algumas unidades, por exemplo, são construídas para
operarem com óleos minerais ou produtos orgânicos sintéticos. São fluidos
identificados por altas temperaturas de ebulição (170 a 350 °C) ou, no caso
de óleos minerais, temperaturas em inicio de destilação.
6
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS GERAIS
7
Suponhamos um cilindro com a parte inferior vedada, envolvido com
isolamento térmico com eficiência de 100 %, de tal forma que não haja perda
de calor para a atmosfera e contendo 1 kg de água à temperatura de 0°C
(ponto de fusão). Essa condição será tomada, doravante, como ponto de
referência, onde passaremos a considerar, para nossos propósitos, que a
QUANTIDADE DE CALOR existente nessa massa de água é igual a ZERO.
Supondo que a pressão exercida sobre a água seja atmosférica,
qualquer adição de calor absorvida pela água fará com que sua temperatura
se eleve, conforme mostra a figura abaixo.
8
Quanto maior a quantidade de calor absorvida pelo sistema, maior
será a massa de água transformada em vapor, conforme as figuras abaixo.
9
Observando a posição final do gráfico Temperatura x Calor, podemos dividi-
lo em três partes distintas, conforme a abaixo:
1.4 - CALOR
11
houver uma transferência de calor de 1 kcal para uma massa de 1 kg de
água, ocorrerá um aumento de 1°C na temperatura.
12
CALOR TOTAL = 100 + 539,7 = 639,7 kcal
1.5 - PRESSÃO
15 m
10 m
1m
1m
13
Avaliemos a pressão exercida pela água na base do reservatório:
F
P= ------- , onde:
A
P = pressão
F = força
A = área
10000
Portanto : P = --------- = 1 kgf/cm2
10000
(aproximadamente igual a 1 bar).
14
No caso do Brasil, onde as variações de altitude são pouco
significativas (abaixo de 1000 m, em média), consideramos a pressão
atmosférica como 1 bar abs, bastando somar este valor ao valor da pressão
manométrica para se chegar à pressão absoluta.
15
100 °C 184 °C
Calor Sensível
Calor Sensível
100 kcal
180kcal
0 °C 0 °C
16
Gráfico da Pressão x Volume do vapor
Volume específico
1,5
(m^3/kg)
1
0,5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
17
0,10 45,4 14,95 45,4 617,0 571,6
0,12 49,1 12,60 49,0 618,5 569,5
0,15 53,6 10,21 53,5 620,5 567,0
0,20 59,7 7,795 59,6 623,1 563,5
0,25 64,6 6,322 64,5 625,1 560,6
0,30 68,7 5,328 68,6 626,8 558,2
0,35 72,2 4,614 72,2 628,2 556,0
0,40 75,4 4,069 75,4 629,5 554,1
0,50 80,9 3,301 80,8 631,6 550,8
0,60 85,5 2,783 85,4 633,4 548,0
0,70 89,5 2,409 89,4 634,9 545,5
0,80 92,9 2,125 92,9 636,2 543,2
0,90 96,2 1,904 96,2 637,4 541,2
0 1,0 99,1 1,725 99,1 638,5 539,4
0,1 1,1 101,8 1,578 101,8 639,4 537,6
0,2 1,2 104,2 1,455 104,3 640,3 536,0
0,3 1,3 106,6 1,350 106,7 641,2 534,5
0,4 1,4 108,7 1,259 108,9 642,0 533,1
0,5 1,5 110,8 1,180 110,9 642,8 531,9
0,6 1,6 112,7 1,111 112,9 643,5 530,6
0,8 1,8 116,3 0,995 116,5 644,7 528,2
1,0 2,0 119,6 0,902 119,9 645,8 525,9
1,2 2,2 122,6 0,826 123,0 646,9 524,0
1,4 2,4 125,5 0,7616 125,8 648,0 522,1
1,6 2,6 128,1 0,7066 128,5 649,1 520,4
1,8 2,8 130,5 0,6592 131,0 650,2 518,7
2,0 3,0 132,9 0,6166 133,4 650,3 516,9
2,2 3,2 135,1 0,5817 135,7 651,0 515,8
2,4 3,4 137,2 0,5495 137,8 651,7 514,3
2,6 3,6 139,2 0,5208 139,9 652,4 512,8
2,8 3,8 141,1 0,4951 141,8 653,1 511,3
3,0 4,0 142,9 0,4706 143,6 653,4 509,8
3,5 4,5 147,2 0,4224 148,1 654,6 506,7
4,0 5,0 151,1 0,3816 152,1 655,8 503,7
4,5 5,5 154,7 0,3497 155,9 656,8 501,2
5,0 6,0 158,1 0,3213 159,3 657,8 498,5
5,5 6,5 161,2 0,2987 162,7 658,6 496,1
6,0 7,0 164,2 0,2778 165,6 659,4 493,8
6,5 7,5 167,0 0,2609 168,7 660,1 491,6
7,0 8,0 169,6 0,2448 171,3 660,8 489,5
7,5 8,5 172,1 0,2317 174,0 661,4 487,5
8,0 9,0 174,5 0,2189 176,4 662,0 485,6
8,5 9,5 176,8 0,2085 179,0 662,5 483,7
9 10 179,0 0,1981 181,2 663,-0 481,8
10 11 183,2 0,1808 185,6 663,9 478,3
11 12 187,1 0,1664 189,7 664,7 475,0
12 13 190,7 0,1541 193,5 665,4 471,9
13 14 194,1 0,1435 197,1 666,0 468,9
14 15 197,4 0,1343 200,6 666,6 466,0
15 16 200,4 0,1262 203,9 667,1 463,2
16 17 203,4 0,1190 207,1 667,5 460,4
17 18 206,1 0,1126 210,1 667,9 457,8
18 19 208,8 0,1068 213,0 668,2 455,2
19 20 211,4 0,1016 215,8 668,5 452,7
21 22 216,2 0,0925 221,2 668,9 447,7
23 24 220,8 0,0849 226,1 669,1 443,2
25 26 225,0 0,0785 230,8 669,3 438,7
27 28 229,0 0,0729 235,2 669,6 434,4
29 30 232,8 0,06802 239,5 669,7 430,2
31 32 236,3 0,06375 243,6 669,7 426,1
18
33 34 239,8 0,05995 247,5 669,6 422,1
35 36 243,0 0,05658 251,2 669,5 418,3
37 38 246,2 0,05353 254,8 669,3 414,5
39 40 249,2 0,05078 258,2 669,0 410,8
41 42 252,1 0,04828 261,6 668,8 407,2
43 44 254,9 0,04601 264,9 668,4 403,5
45 46 257,6 0,04393 268,0 668,0 400,0
47 48 260,2 0,04201 271,2 667,7 396,5
49 50 262,7 0,04024 274,2 667,3 393,1
54 55 268,7 0,03636 281,4 666,2 384,8
59 60 274,3 0,03310 288,4 665,0 376,6
64 65 279,5 0,03033 294,8 663,6 368,8
69 70 284,5 0,02795 300,9 662,1 361,2
74 75 289,2 0,02587 307,0 660,5 353,5
79 80 293,6 0,02404 312,6 658,9 346,3
84 85 297,9 0,02241 318,2 657,0 338,8
89 90 301,9 0,02096 323,6 655,1 331,5
94 95 305,8 0,01964 328,8 653,2 324,4
99 100 309,5 0,01845 334,0 651,1 317,1
109 110 316,6 0,01637 344,0 646,7 302,7
119 120 323,2 0,01462 353,9 641,9 288,0
129 130 329,3 0,01312 363,0 636,6 273,6
139 140 335,1 0,01181 372,4 631,0 258,6
149 150 340,6 0,01065 381,7 624,9 243,2
159 160 345,7 0,00962 390,8 618,3 227,5
179 180 355,3 0,00781 410,2 602,5 192,3
199 200 364,1 0,00620 431,5 582,3 150,8
19
1.9 - TIPOS DE VAPOR
CT = CS + CL * X
CT = 172,5 + (489,6 * 0,95)
CT = 637,6 kcal/kg
Este valor representa uma redução de 24,5 kcal/kg em relação ao calor total
do vapor a 7 bar, encontrado nas Tabelas de Vapor Saturado.
20
temperatura de saturação. O fluxo de energia, neste caso, é menor do que o
alcançado com o vapor saturado.
A diferença entre a temperatura de saturação e a temperatura em que
se encontra o vapor superaquecido, para uma determinada pressão, é
chamado de GRAU DE SUPERAQUECIMENTO. Como exemplo, se o vapor
estiver submetido a uma pressão de 10 bar e temperatura de 220°C, o grau
de superaquecimento será:
Pressão = 10 barg
Temperatura de saturação = 183,2°C
Temperatura do vapor = 220°C
Grau de superaquecimento = 220 - 183,2 = 36,8°C
21
CAPÍTULO 2- DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÃO GERAL
Água Vapor
CALDEIRA
Combustível + Ar Gases de Combustão
22
Caldeiras recuperadoras de calor para acoplar em
motogeradores e outras aplicações, desde uma capacidade
de 300 até 8000 kg de vapor/hora
23
b) Quanto ao tipo construtivo:
- Caldeiras Flamotubulares: os gases de combustão circulam pelo interior
dos tubos e água a ser vaporizada fica por fora dos tubos;
Água
Gases de combustão
Água Água
Gases de combustão
24
2.2 - PARTES ESSENCIAIS DE UMA CALDEIRA
a) Fornalha
b) Câmara de água
c) Câmara de vapor
Câmara de vapor
Câmara de água
fornalha
Superfície de
aquecimento = 140 m2
25
Em utilização industrial, poderíamos arbitrar uma classificação de
geradores de vapor em relação à pressão de trabalho:
26
As caldeiras flamotubulares são construídas com fornalhas internas
ou externas. A produção de vapor por unidade de superficie de aquecimento
é maior nas caldeiras de fornalha interna, podendo variar entre 30 e 40
kg/m2 h. A figura abaixo mostra o esquema de uma caldeira flamotubular
adaptada com fornalha interna e feixe tubular para três passagens de gases.
O maior número de passagens pelos tubos permite melhor aproveitamento
da energia disponível nos gases de combustão.
27
A construção da fornalha junto à base, ou mais ao centro, inclusive,
previne problemas relacionados com uma eventual falta de água,
garantindo-se maior margem de segurança contra os perigos de
superaquecimento e explosão da caldeira.
As caldeiras flamotubulares de fornalhas internas são também
conhecidas por caldeiras escosesas e são geralmente, projetadas para
queimarem óleo ou gás natural. Embora apresentem um bom rendimento
térmico, na ordem de 84%, elas são limitadas na pressão e na produção de
vapor. Valores superiores a 22 bar e 15000 kg/h de vapor não são
recomendáveis por implicarem na construção de caldeiras flamotubulares de
dimensões exageradas, tomando-se menos competitivas que as caldeiras
aquotubulares. Sua forma construtiva a torna muito vulnerável aos perigos
de explosão. A pressão do vapor atua diretamente sobre as paredes da
fornalha, tubos, carcaça externa e espelhos.
O diâmetro das fornalhas pode variar entre 400 e 1300 mm. As
fornalhas podem ser projetadas e construídas com paredes corrugadas
figura abaixo. Paredes corrugadas admitem maiores pressões de trabalho,
garantem maior margem de segurança e trazem a vantagem de aumentar a
superfície de troca de calor entre a água e gases de combustão. Paredes lisas
serão sempre susceptíveis a amassanientos e riscos de explosão, podendo
trazer graves consequências à segurança da caldeira.
28
A opção por fornalhas externas permite a utilização de combustíveis
sólidos, como lenha e carvão fóssil. A figura abaixo, mostra uma caldeira de
fornalha externa, também conhecida por caldeira multitubular ou caldeira
mista. A fornalha é totalmente envolvida por paredes d´água, característica
básica das caldeira aquatubulares. A queima de combustíveis sólidos se
desenvolve com maior eficiência em fornalhas externas com paredes d´água.
29
caldeiras de eletrodos submersos e caldeiras a jatos de água. Ambos os
tipos, funcionam com três eletrodos e contra-eletrodos controlados por
mecanismos que modulam a carga da caldeira, de acordo com as
necessidades da instalação. A figura abaixo mostra o esquema de uma
caldeira projetada para operar com eletrodos submersos. São três eletrodos
instalados a cada 120° e continuamente refrigerados pela água da própria
caldeira, com o auxílio de uma bomba de recirculação. Os eletrodos
submersos podem ser instalados para operar com voltagem diversas, em
geral, entre 3,8 e 13,8 kV. As caldeiras a jato de água atendem de 3,8 a 25,0
kV.
30
2.4.3 – Caldeiras Aquatubulares
2.4.3.1 Características principais
Gases passam por fora dos tubos e a água fica por dentro;
Limite de pressão de até 220 kgf/cm2 ou 22 MPa (Temperatura final pode
chegar nos 600ºC);
Produção de vapor de até 1600 ton/h;
31
2.4.3.2 -Câmaras de combustão
32
A figura abaixo mostra um gráfico que nos fornece a relação entre os
pesos específicos do líquido e vapor saturado em função da pressão de
saturação. A força motriz da circulação de água é exatamente a diferença de
peso específico.
33
principalmente em grandes tamanhos, tais como lenha em toras, cavacos,
etc, além da possibilidade de retirada de cinzas por baixo das grelhas (o
cinzeiro). As caldeiras mistas não reunem todas as vantagens da
aquatubular, como a segurança, maior eficiência térmica, etc., porém, é uma
solução prática e eficiente quando se tem disponibilidade de combustível
sólido a baixo custo. Tem ainda a possibilidade de queimar combustível
líquido ou gasoso, com a instalação de queimadores apropriados. O
rendimento térmico destas caldeiras são menores que as flamotubulares,
devido a perda de calor pela antecâmara. Dificilmente as paredes frontais e
traseira são revestidas de tubos, devido a dificuldade construtiva pelo
pequeno tamanho da caldeira
Vapor Superaquecido
6
9
3
4
8
Combustível 10
7
1
34
1) Grelha → local para suporte do combustível, quando o combustível é
sólido, caso contrários, para combustíveis líquidos e gasosos a queima é
feita através de queimadores.
35
Montagem da parede lateral da
fornalha.
36
temperatura de saída maior que o necessário, a fim de permitir margem de
contrôle. A temperatura de saída do atemperador é então controlada pela
vazão de água injetada. Um esquema do atemperador é mostrado na figura
abaixo.
37
Serpentina de economizador.
38
- Regenerativos rotativos
39
9)Ventilador de ar → insufla o ar de combustão;
40
CAPÍTULO 3 - COMBUSTÍVEIS E COMBUSTÃO
3.1 - COMBUSTÃO
41
Como é comumente assimilável, a combustão é a combinação química da
substância que queima (combustível), com o oxigênio do ar (comburente),
acompanhada de uma liberação de calor.
De uma maneira geral, três são os fatores intervenientes em uma
reação de combustão:
- o combustível;
- o comburente;
- a temperatura.
3.2 - COMBUSTÍVEL
42
3.2.1 COMBUSTÍVEIS INDUSTRIAIS
Carbono - C
Hidrogênio - H
Oxigênio - O
Enxofre - S
Nitrogênio - N
43
Água - H2O
Cinzas - Z
44
Um esquema básico de refino é apresentado na figura abaixo.
- Gás residual
- Gás Liquefeito de Petróleo
- Nafta petroquímica
- Gasolina
- Querosene
- Óleo Diesel
- Óleo Combustível
- Lubrificantes
- Óleos residuais
- Asfaltos
Óleo Combustível
45
A especifição básica para os óleos combustíveis são a viscosidade, o ponto de
fluidez e o teor de enxôfre. As especificações atuais brasileiras para os óleos
combustíveis são apresentados na tabela abaixo.
46
Gás Liquefeito de Petróleo
Gás Natural
A exploração do gás natural pode ser feita através da produção do "
gás associado" a um poço de petróleo, com frações de gás leves que
justifiquem seu aproveitamento, ou em bacias produtoras de gás natural.
Sempre há produção de gases associados a exploração do petróleo.
Quando a produção de gás é pequena, ou o centro consumidor está muito
distante, o gás é queimado localmente em chamas abertas na atmosfera
(flare).
Gás natural é basicamente metano, com algumas parcelas leves de
etano e propano. Sua composição pode variar de local a local.
Gases manufaturados
Gases são fabricados a partir de diversos combustíveis como carvão
mineral, nafta e lenha. A composição varia principalmente em relação ao
processo de fabricação e síntese e em relação a matéria prima.
47
Composição típica de gás de lenha com umidade de 15 a 22%.
Análise imediata:
São determinados alguns parâmetros relacionado com a utilização do
combustível:
- Carbono fixo
- Material volátil
- Cinzas
- Umidade
- Enxofre total
48
Carvão Mineral
O carvão mineral brasileiro é utilizado principalmente na produção de
energia termoelétrica e na indústria cimenteira. Devido ao seu alto teor de
cinzas e enxofre, não é muito utilizado industrialmente, a não ser nas
localidades próximas a minas produtoras. As principais propriedades de
carvões brasileiros são apresentados na tabela 10.
Lenha
49
O bagaço da cana-de-açucar é o combustível das usinas de açucar e
alcool e utilizado localmente, logo após a moagem da cana. As modernas
usinas não consomem todo o bagaço produzido e o excedente pode ser
fornecido a terceiros, "in natura" ou sêco e enfardado. O bagaço é queimado
diretamente com 50% de umidade, como vem da colheita. A composição
elementar é muito semelhante a lenha e suas propriedades podem ser
tomadas como similares, exceto é claro, quanto a sua forma física. Outros
combustíveis sólidos vegetais, geralmente resíduos de produção agro-
industriais são utilizados ocasionalmente, e lista de alguns com
propriedades típicas é apresentado na tabela abaixo.
3.3 - COMBURENTE
50
O ar atmosférico é a mistura de nitrogênio, oxigênio, vapor de água,
dióxido de carbono, argônio, neônio e pequenas quantidades de outros gases
raros. Para todos os fins práticos de combustão, o ar pode ser considerado
como composto, em volume, de oxigênio (O2) 20,9%; nitrogênio (N2) 79,1%; e,
em peso, de oxigênio (O2) 23,15%; nitrogênio (N2) 76,85%.
51
perdurarem os três fatores intervenientes da combustão. Na falta de
qualquer um desses fatores, a combustão é interrompida, ou seja, se o
combustível for totalmente consumido, ou se faltar o comburente, ou ainda,
se a temperatura for reduzida para um valor inferior ao do ponto de
inflamação, cessa a combustão.
C + O2 CO2
C + ½ O2 CO
S + O2 SO2
H2 + ½ O2 H2O
52
3.6 - CALOR DE COMBUSTÃO
53
3.7 - DETERMINAÇÃO DO PCI
O
Pci = 8140.C + 34100. H − + 2200.S − 600(W + 9.H )
8
54
3.8 - FATORES QUE INFLUENCIAM A VELOCIDADE DA COMBUSTÃO
55
Com esse procedimento, a velocidade de combustão será aumentada.
56
se assim, serão obtidas maiores velocidades de combustão, e menores
câmaras de combustão.
C + ½ O2 CO + 2450 kcal/kg
57
alcançarmos o MÁXIMO DO PODER CALORÍFICO de um combustível
composto, é necessário obter a maior PERCENTAGEM POSSÍVEL de CO2
nos gases de combustão. Na queima de óleos combustíveis, recomenda-se
manter elevado o valor de CO2
- Excesso de ar;
- Insuficiência de ar, caracterizando uma combustão incompleta.
- Entrada falsa de ar na fornalha;
- Tiragem excessiva;
- Nebulização imperfeita do combustivel.
SO2 + ½ O2 SO3
58
3.11 - CÁLCULO DA QUANTIDADE NECESSÁRIA DE AR PARA
COMBUSTÃO
O kg ar
mar* = 11,55.C + 34,56. H − + 4,32.S →
8 comb
kg
O m 3 ar
V = 8,85.C + 26,65. H − + 3,33.S →
*
ar
8 kg comb
O kg ar
m*g = 12,55.C + 35,56. H − + 5,32.S →
8 kg comb
O m 3 ar
V g* = 8,84.C + 31,52. H − + 3,31.S →
8 kg comb
m ar
3
* 1,01.Pci
V = + 0,5 →
kg comb
ar
1000
m ar
3
0,89.Pci
*
V = + 1,65 →
kg comb
g
1000
59
Para óleos combustíveis
m ar
3
0,85.Pci
*
V = + 2 →
kg comb
ar
1000
1,10.Pci m ar
3
*
V = →
1000 kg comb
g
3.12 - EXCESSO DE AR
1) Combustão completa de
H2 + ½ O 2 H2 O + 34100 kcal/kg
C + ½ O2 CO + 2450 kcal/kg
3) Combustão completa de
60
Pode ocorrer também, um fenômeno chamado de REIGNIÇÃO, que
consiste na combustão do combustível fora da câmara de combustão.
61
Essa quantidade é denominada de AR REAL DA COMBUSTÃO ( Var )e a
relação entre o ar real e o ar estequiométrico é chamada de EXCESSO DE
AR (e).
Onde:
e = coeficiente de excesso de ar
62
O excesso de ar é uma das causas prováveis da obtenção de baixos
valores de CO2. Essa proposição pode ser facilmente demonstrada pela
análise da equação
*
% CO 2
e=
%CO2 (cha min é )
*
2240 C
% CO 2 = . *
12 Var
Onde:
C = teor de carbono do combustível (kg/kgcomb);
63
Com o gráfico abaixo podemos avaliar as relações entre o CO2 , O2 e o
excesso de ar nos gases de uma combustão completa.
Q = mg .c p .(t 2 − t1 )
Onde:
64
exterior. Quando a temperatura dos gases de combustão é superior a 200
ºC, é conveniente o aproveitamento do calor residual para os seguintes
casos:
— Pré-aquecimento do ar de combustão;
— Pré-aquecimento da água de alimentação das caldeiras;
— Aquecimento do combustível utilizado;
— Secagem de matérias-primas e outros materiais.
Pci
tc =
mg .c p
65
As fornalhas de queima em suspensão, figura abaixo, têm aplicação
mais abrangente, principalmente por permitirem a queima de óleo, carvão
pulverizado. ou mesmo gás natural. Serragem, casca de arroz e outros
resíduos Industriais também vêm, sendo empregados nesse tipo de fornalha.
66
As fornalhas adaptadas com grelha têm aplicação restrita a unidades
de pequeno ou de médio porte e são projetadas para consumo de
combustivels sólidos.
67
B
K g =
Sg
Onde:
Kg = carga da grelha (kg/m2.h)- tabelado;
B = consumo de combustível (kg/h);
Sg = área do suporte do combustível (m2).
B . PCI
K f =
Vc
Onde:
Kf = carga da fornalha (kcal/m3.h)- tabelado;
Vc = volume da câmara de combustão (m3);
68
CAPÍTULO 4- TIRAGEM E CHAMINÉS
4.1 - TIRAGEM
69
No caso de caldeiras flamotubulares, por exemplo, o ventilador deve
ter capacidade suficiente para promover o processo de combustão,
superando as perdas de carga através do queimador e garantir velocidades
mínimas para remoção dos gases do interior da câmara de combustão.
gases
chaminé
combustível
exaustor
caldeira
Ar
ventilador
70
A pressão no interior da câmara é normalmente negativa, na faixa de -
10 a -100 Pa ( - 1 a -10 mmH2O ). A depressão aumenta na medida em que
os gases se deslocam para chaminé
4.2 - CHAMINÉS
71
A altura útil, H, é medida a partir do nível de queimadores ou da
grelha. A chaminé pode ser projetada para atender uma ou mais caldeiras,
podendo ser construída em aço carbono ou em alvenaria, revestida ou não
de material refratário. A figura abaixo mostra o esquema de uma chaminé
construída em alvenaria, com secção variável, comumente utilizada em
unidades geradoras de vapor. Além de lhe dar auto-sustentação, a opção
pela forma de tronco de cone propicia uma velocidade de saida adequada e
compensa a diminuição do volume especifico, decorrente da redução gradual
na temperatura dos gases de combustão, O ângulo de inclinação, portanto,
pode ser determinado em função da redução no volume específico e da
velocidade desejada no topo da chaminé. Em geral, a inclinação varia na
faixa de 0,5 a 1°.
72
chaminé, além de ser uma função da velocidade dos gases. Para o cálculo da
perda de carga na chaminé, assume-se que a chaminé comporta-se como
um duto, e uma altura excessiva da chaminé pode ter o efeito inverso de
diminuir a depressão disponível para a caldeira por excesso de perda de
carga. Para tiragem natural, as velocidades recomendadas estão na faixa dos
4 a 8 m/s. Com tiragem artificial pode-se chegar a valores da ordem de 10 a
15 m/s.
73
CAPÍTULO 5 – DISPOSITIVOS DE CONTROLE E SEGURANÇA
5.1 Generalidades
74
O alto grau de superaquecimento, combinado com a ação prolongada
de vapor sob pressão, interfere na estrutura molecular do material e provoca
deformações como empenamento ou abaulamento de tubos, especialmente
nas caldeiras aquotubulares. O problema é mais comum nas regiões
próximas aos queimadores e tende a se agravar pela presença de
incrustações generalizadas, pela presença de sulfatos, carbonatos, silicatos e
sólidos em suspensão. A incrustação se comporta como isolante térmico,
prejudicando o trabalho de refrigeração dos tubos. Além de promover o
superaquecimento excessivo do aço, as incrustações favorecem a migração
de agentes corrosivos para sua interface com a parede do tubo, aumentando
os riscos de explosão
75
controlar a alimentação de água, a alimentação do combustivel, de prevenir
a ocorrência de incrustações, depósitos de fuligem e, sobretudo, de evitar
que o nível de pressão se eleve acima dos níveis normais da caldeira.
Saída de Vapor
Eletrodos
Entrada de energia
Quadro
de
Comando
Nível de água
Visor de Nível
Fornecimento de energia
Garrafa de Nível
Entrada de Água
Bomba
76
ser introduzida no interior da caldeira. A presença de visor é indispensável
ao operador de caldeiras.
77
Nas caldeiras de alta pressão são utilizadas bombas centrifugas de
multiestágios, Nas caldeiras de pequeno porte, é comum a instalação de
injetores de vapor (figura abaixo). São dispositivos destinados à alimentação
de água, como alternativa em caso de falha na bomba convencional. o
funcionamento é baseado no escoamento de vapor, proveniente da própria
caldeira, através de uma série de tubos. A energia do vapor é convertida em
energia cinética, a ponto de criar uma depressão suficiente para succionar
água do tanque de alimentação e, em seguida, pressurizá-la até o nível de
operação da caldeira
78
5.3 - Controle da Pressão de Trabalho
79
Dois pressostatos são utilizados. O pressostato de pressão máxima
tem a finalidade de controlar a pressão interna da caldeira, dando a partida
ou interrompendo o funcionamento dos queimadores. O pressostato
modulador, de acordo com a variação da pressão de vapor, atua sobre um
servo-mecanismo programado para regular o fluxo de óleo e o fluxo de ar
para os queimadores,
80
alivio, válvulas solenóides e chave sequencial. A chave sequencial tem a
finalidade de promover, automaticamente, o ciclo completo de operação da
caldeira, Para efeito de proteção e de controle da chama, são também
utilizados termoelementos (lâminas bimetálicas) e células fotoelétricas. São
dispositivos usualmente empregados para assegurar que o procedimento de
partida seja obedecido, para prevenir falhas ou, na eventual ausência de
chama, cortar o fornecimento de combustivel aos queimadores. As falhas
podem ocorrer por conta de problemas diversos. Os Pressostatos podem
apresentar falhas no diafragma ou falha elétrica pelo colamento dos
platinados. As válvulas solenóides oferecem risco quando deixam de
funcionar, permanecendo na posição aberta, por falha mecânica ou,
simplesmente, pela instalação incorreta.
P1 = pressão da mola
Descarga de vapor
P2 = pressão do vapor
CALDEIRA
81
A pressão de abertura de cada válvula de segurança deve ser
periodicamente testada e, se necessário, ajustada, Elas devem ser
dimensionadas de modo a garantir descarga total do vapor gerado, caso haja
aumento superior a 10% da pressão de trabalho ou valor pré-estabelecido
para a instalação. As tubulações de descarga devem ter uma área de
passagem útil, no mínimo, igual à soma das áreas dos orificios de todas as
válvulas de segurança montadas na caldeira e suficiente de modo a evitar
contrapressões, acúmulo de depósitos ou de condensado, que venha
restringir a passagem do vapor. Os bocais devem ter o minimo comprimento
possível. A presença eventual de umidade e partículas sólidas no vapor torna
a sede da válvula de segurança suscetível a danos. Por esta razão testes
habituais das válvulas de segurança devem ser precedidos de limpeza na
caldeira, superaquecedores ou linhas de vapor.
82
Em geral, os sopradores são instalados nos anteparos ou divisórias da
caldeira, junto aos superaquecedores, economizadores e outros locais que
venham favorecer os depósitos de cinzas. Dependendo de sua localização, os
sopradores podem ser fixos ou retráteis.
83
Outra causa importante de falhas em caldeiras é a corrosão interna,
causada por má qualidade da água de alimentação. O principal desgaste
corrosivo é devido a presença de oxigênio e dióxido de carbono dissolvidos.
Oxigênio causa corrosão por oxidação do metal. Dióxido de carbono, forma
com oxigênio dissolvido, ácido carbonico, diminuindo o pH da água da
caldeira
84
requisitos gerais para a qualidade da água da caldeira conforme a pressão de
trabalho
85
Caldeiras de alta pressão exigem água de alimentação de alta pureza,
o qual é obtido com processo de desmineralização por resinas iônicas e
catiônicas. Estas resinas absorvem os íons anions e cátions em solução na
água, produzindo água de pureza comparável a água destilada. A figura
abaixo apresenta um fluxograma de um sistema de produção de vapor que
se utiliza de água desmineralizada.
86
CAPÍTULO 6 - EFICIÊNCIA DE UM GERADOR DE VAPOR
Energia Perdida
(estrutura, chaminé)
ms .(hs − he )
ηcaldeira = .100 (%)
mcomb ⋅ PCI
onde:
87
TRABALHO A SER DESENVOLVIDO PELOS ALUNOS
RECOMENDAÇÕES GERAIS
88