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Diagramas de Fases

Apresentação preparada utilizando os seguintes livros:


1-) Phase Diagrams in Metallurgy
Frederich N. Rhines
McGRAW-HILL BOOK COMPANY, New York, USA, 1956.

2-) Ciência e Engenharia de Materiais – Uma Introdução


William D. Callister, Jr, LTC, Várias edições

3-) Askeland, D. R. The Science and Engineering of Materials,


Ed. PWS Publishing Company, Boston.
4-) Segadães, A. M. , Diagramas de fases - teoria e aplicação em cerâmica.
Editora Edgard Blucher

5-) MODERN CERAMIC ENGINEERING: PROPERTIES, PROCESSING, AND USE IN DESIGN, David Richerson, 3a. Edição, Materials
Engineering v. 29, CRC Press, 2005

6-) Clifton G. Bergeron and Subhash H. Risbud, Introduction to Phase Equilibria in Ceramics, The American Ceramic Society,
Ohio, 1984.

Além de acesso(s) à internet identificando o link(s).


ESTRUTURAS CERÂMICAS

Como as cerâmicas são compostas por pelo menos dois elementos, e


frequentemente mais do que isso, as suas estruturas cristalinas são em geral mais
complexas do que as dos metais.

A ligação atômica nesses materiais varia:


- desde puramente iônica até totalmente covalente
- muitas cerâmicas exibem uma combinação desses dois tipos de ligação, sendo o
nível do caráter iônico dependente das eletronegatividades dos átomos.
Ligações Químicas – adap. Callister
Ligação iônica – NaCl

Ligação Covalente – Molécula de Hidrogênio


Materiais Cerâmicos
A seguinte Tabela, apresenta o percentual do caráter iônico para vários materiais
cerâmicos mais comuns.
Materiais Cerâmicos
Os valores desta tabela foram determinados utilizando a equação 2.16 e as
eletronegatividades da Figura apresentada na próxima página:

O percentual de caráter iônico (%CI ou %IC) de uma ligação entre 2 elementos A


e B (em que A é o elemento mais eletronegativo) pode ser aproximado pela
equação 2.16:

em que XA e XB representam as eletronegatividades dos respectivos elementos.


Materiais Cerâmicos
Valores de eletronegatividade para os elementos:
Materiais Cerâmicos
ESTRUTURAS CRISTALINAS
Duas características dos íons componentes em materiais cerâmicos cristalinos
influenciam a estrutura do cristal:
- a magnitude da carga elétrica em cada um dos íons componentes
- e os tamanhos relativos dos cátions e dos ânions.

Em relação à primeira característica, o cristal deve ser eletricamente neutro; isto é,


todas as cargas positivas dos cátions devem ser contrabalançadas por um número igual
de cargas negativas dos ânions.

O segundo critério envolve os tamanhos ou raios iônicos dos cátions e dos ânions, 𝑟𝑐 e
𝑟𝐴 , respectivamente.
Uma vez que os elementos metálicos cedem elétrons quando ficam ionizados, os cátions
𝑟𝑐
são, ordinariamente, menores do que os ânions, consequentemente, a razão Τ𝑟𝐴 é
menor do que a unidade.
Materiais Cerâmicos
Estruturas cerâmicas cristalinas estáveis se formam quando aqueles ânions que
circundam um cátion estão todos em contato com aquele cátion, como está
ilustrado na Figura abaixo:

Os círculos maiores são os ânions e os menores, cátions.


Materiais Cerâmicos

0 número de coordenação (isto é, o número de ânions vizinhos mais próximos


para um cátion) está relacionado com a razão entre o raio do cátion e o raio do
ânion.

Para um número de coordenação específico, existe uma razão 𝑟𝑐Τ𝑟𝐴 crítica ou


mínima para a qual esse contato cátion-ânion é estabelecido, razão essa que pode
ser determinada a partir de considerações puramente geométricas (próximo
exercício).

Os números de coordenação e as geometrias dos vizinhos mais próximos para


diferentes valores da razão 𝑟𝑐Τ𝑟𝐴 estão apresentados na Tabela da página
seguinte.
Materiais Cerâmicos
Números de Coordenação ( isto é, o número de ânions vizinhos mais próximos para um cátion) e
Geometria para várias razões entre raios do cátion e do ânion (𝑟𝑐Τ𝑟𝐴):
Materiais Cerâmicos
Detalhando a Tabela anterior, onde os íons são considerados como “esferas rígidas”:
Para razões 𝒓𝒄Τ𝒓𝑨 inferiores a 0,155, o cátion, que é muito pequeno, está ligado a dois ânions de
uma maneira linear, e o número de coordenação é 2:

Se 𝒓𝒄Τ𝒓𝑨 apresenta um valor entre 0,155 e 0,225, o número de coordenação para o cátion é 3.
Isso significa que cada cátion está envolvido por três ânions na forma de um triângulo
equilátero planar, com o cátion localizado no centro.
Materiais Cerâmicos
O número de coordenação é 4 para valores de 𝒓𝒄Τ𝒓𝑨 entre 0,225 e 0,414; o cátion está
localizado no centro de um tetraedro, com os ânions localizados em cada um dos quatro
vértices.

Para 𝒓𝒄Τ𝒓𝑨 entre 0,414 e 0,732, o cátion pode ser considerado como se estivesse situado no
centro de um octaedro, circundado por seis ânions, cada um localizado sobre um dos vértices
do octaedro, com número de coordenação 6.
Materiais Cerâmicos
O número de coordenação é 8 para valores de 𝒓𝒄Τ𝒓𝑨 0,732 e 1,0, com os ânions localizados em
todos os vértices de um cubo, e com um cátion posicionado no centro.

Para uma razão entre os raios superiores à unidade, o número de coordenação é 12.

Os números de coordenação mais comumente encontrados nos materiais cerâmicos são:


4, 6 e 8.
Materiais Cerâmicos
Raios iônicos para vários cátions e ânions para um número de coordenação 6:
Materiais Cerâmicos
Exercício
Mostre que a razão mínima entre os raios do cátion e do ânion para um número de
coordenação 3 é de 0,155.
Materiais Cerâmicos
ESTRUTURAS CRISTALINAS DO TIPO AX
Alguns dos materiais cerâmicos usuais são aqueles em que existem números
iguais de cátions e ânions.

Esses materiais são designados por compostos AX (A representa o cátion e X


representa o ânion).

A estrutura cristalina AX mais comum é aquela do tipo cloreto de sódio (NaCl), ou


sal-gema (sal de cozinha).

Alguns dos materiais cerâmicos mais comuns que se formam segundo essa
estrutura cristalina são NaCl, MgO, MnS, LiF e FeO.
Materiais Cerâmicos
Cela unitária para a estrutura cristalina do cloreto de sódio (NaCl):
Materiais Cerâmicos
Adaptado – Livro Kittel
Materiais Cerâmicos
Estrutura do Cloreto de Césio
Materiais Cerâmicos
Estrutura do Cloreto de Césio
A Figura, na página anterior, mostra uma cela unitária para a estrutura cristalina
do cloreto de césio (CsCl); o número de coordenação para ambos os tipos de íons
é 8.

Os ânions estão localizados em cada um dos vértices de um cubo, enquanto o


centro do cubo contém um único cátion.

O intercâmbio de ânions com cátions, e vice-versa, produz a mesma estrutura


cristalina.
Materiais Cerâmicos
Estrutura da Blenda de Zinco
Uma terceira estrutura do tipo AX é aquela em que o número de coordenação é
4; isto é, todos os átomos estão coordenados tetraedricamente.
Materiais Cerâmicos
Adaptado – Livro Kittel
Materiais Cerâmicos
Estrutura da Blenda de Zinco
Essa estrutura é conhecida por estrutura da blenda de zinco, ou esfalerita, em
função do termo mineralógico para o sulfeto de zinco (ZnS).
Uma cela unitária foi apresentada na Figura da página anterior, todos os vértices e
posições faciais da cela cúbica estão ocupados por átomos de S, enquanto os
átomos de Zn preenchem posições tetraédricas interiores.
Ocorre uma estrutura equivalente se as posições dos átomos de Zn e de S forem
invertidas.
Dessa forma, cada átomo de Zn está ligado a quatro átomos de S, e vice-versa.

Na maioria das vezes, a ligação atômica nos compostos que exibem essa
estrutura cristalina é altamente covalente, estando incluídos entre esses
compostos o ZnS, o ZnTe e o SiC.
Materiais Cerâmicos
Exercício 2
Com base nos raios iônicos, qual estrutura cristalina você esperaria para o FeO?
Materiais Cerâmicos
ESTRUTURAS CRISTALINAS DO TIPO 𝑨𝒎 𝑿𝒑

Se as cargas dos cátions e dos ânions não forem iguais, pode existir um composto
com a fórmula química 𝐴𝑚 𝑋𝑝 , onde m e/ou p é ≠ 1.

Um exemplo seria um composto 𝐴𝑋2 , para o qual uma estrutura cristalina típica
é aquela encontrada na fluorita 𝐶𝑎𝐹2 .

A razão entre os raios iônicos 𝑟𝑐Τ𝑟𝐴 para o 𝐶𝑎𝐹2 é de aproximadamente 0,8, a qual,
de acordo com a Tabela apresentada, fornece um número de coordenação de 8.

Os íons cálcio estão posicionados nos centros de cubos, com os íons flúor
localizados nos vértices.
Materiais Cerâmicos
ESTRUTURAS CRISTALINAS DO TIPO 𝑨𝒎 𝑿𝒑 _cont...

A fórmula química mostra que para um determinado número de íons 𝑭− existe


apenas metade deste número de íons 𝑪𝒂𝟐+ e, portanto, a estrutura cristalina
seria semelhante àquela apresentada pelo CsCl , exceto pelo fato de que apenas
metade das posições centrais no cubo estariam ocupadas por íons 𝑪𝒂𝟐+ .

Uma cela unitária consiste em oito cubos, como está indicado na próxima Figura.

Outros compostos que possuem essa estrutura cristalina incluem o 𝑈𝑂2 , o 𝑃𝑢𝑂2
e o 𝑇ℎ𝑂2 .
Materiais Cerâmicos
Cela unitária para a estrutura cristalina da fluorita (𝐶𝑎𝐹2 ):
Materiais Cerâmicos
ESTRUTURAS CRISTALINAS DO TIPO 𝑨𝒎 𝑩𝒏 𝑿𝒑
Também é possível que os compostos cerâmicos possuam mais do que um tipo de
cátion; no caso de dois tipos de cátions (representados por A e B), as suas fórmulas
químicas podem ser designadas por 𝑨𝒎 𝑩𝒏 𝑿𝒑 .

O titanato de bário 𝑩𝒂𝑻𝒊𝑶𝟑 , que possui os cátions 𝑩𝒂𝟐+ e 𝑻𝒊𝟒+ , se enquadra nessa
classificação.

Esse material possui a estrutura cristalina da perovskita, além de propriedades


eletromecânicas consideravelmente interessantes, que serão discutidas posteriormente.

A temperaturas acima de 120°C , a estrutura cristalina é cúbica.

Uma cela unitária dessa estrutura está mostrada na Figura da próxima página.
Materiais Cerâmicos
Cela unitária para a estrutura cristalina da perovskita:

Os íons 𝐵𝑎2+ estão localizados em todos os oito vértices2−do cubo, enquanto um único íon 𝑇𝑖 4+
encontra-se posicionado no centro do cubo, com os íons 𝑂 localizados no centro de cada uma das
seis faces.
Materiais Cerâmicos
ESTRUTURAS CRISTALINAS DA COMPACTAÇÃO DENSA DE ÂNIONS:

No caso dos metais, o empilhamento de planos de átomos densamente compactados uns sobre
os outros gera estruturas cristalinas tanto do tipo CFC como do tipo HC.

De maneira semelhante, várias estruturas cristalinas cerâmicas podem ser consideradas em


termos de planos de íons densamente compactados, bem como de celas unitárias.

Normalmente, os planos densamente compactados são compostos pelos ânions, de maiores


dimensões.

A medida que esses planos são empilhados uns sobre os outros, pequenos sítios intersticiais são
criados entre eles, onde os cátions podem ser alojados.
Materiais Cerâmicos
Essas posições intersticiais existem em dois tipos diferentes, como está ilustrado
na Figura da próxima página.
Quatro átomos (três em um plano e um único átomo no plano adjacente)
circundam um dos tipos, essa posição é chamada posição tetraédrica, uma vez
que as linhas retas traçadas a partir dos centros das esferas circundantes formam
um tetraedro com quatro lados.
O outro tipo de sítio, representado na Figura, envolve seis esferas de íons, três em
cada um dos dois planos. Uma vez que um octaedro é produzido pela união
desses seis centros de esferas, esse tipo de sítio é chamado uma posição
octaédrica.
Dessa forma, os números de coordenação para os cátions que estão preenchendo
as posições tetraédrica e octaédrica são 4 e 6, respectivamente.

Ademais, para cada uma dessas esferas de ânions, irão existir uma posição
octaédrica e duas posições tetraédricas.
Materiais Cerâmicos
Estruturas cerâmicas cristalinas desse tipo dependem de dois fatores:
(1) o empilhamento das camadas densamente compactadas de ânions (são possíveis tanto
arranjos CFC como arranjos HC, os quais correspondem às sequências ABCABC... e
ABABAB..., respectivamente)
(2) a maneira segundo a qual os sítios intersticiais são preenchidos com os cátions.
Materiais Cerâmicos
Seção da estrutura cristalina do cloreto de sódio, onde um dos vértices foi removido. O plano de
ânions que está exposto é (111), os cátions ocupam as posições octaédricas intersticiais:
Materiais Cerâmicos

A estrutura do espinélio é uma daquelas do tipo 𝐴𝑚 𝐵𝑛 𝑋𝑝 que é encontrada para o


aluminato de magnésio ou espinélio (𝑀𝑔𝐴𝑙2 𝑂4 ).

Com essas estruturas, os íons 𝑂2− formam uma rede cristalina CFC, enquanto os
íons 𝑀𝑔2+ preenchem sítios tetraédricos, e os íons 𝐴𝑙 3+ se alojam em posições
octaédricas.

As cerâmicas magnéticas, ou ferritas, possuem uma estrutura cristalina que é uma


ligeira variação dessa estrutura do espinélio; e as características magnéticas são
afetadas pela ocupação das posições tetraédricas e octaédricas.
Materiais Cerâmicos
Resumo sobre as estruturas cristalinas:
Materiais Cerâmicos
Resumo sobre as estruturas cristalinas:
37
Diagramas de fases
- Diagramas de fases são “mapas” que permitem prever a microestrutura de
um material em função da temperatura e composição de cada componente.

- É uma maneira rápida de representar grandezas termodinâmicas.

Definições de Fase:

- Fase é uma porção homogênea do material que tem propriedades físicas e


químicas uniformes.

- Fase: um corpo macroscopicamente homogêneo de matéria.

- Fase: todo volume que tem as mesmas características em qualquer ponto


do volume.
Diagramas de Fases
Sistema (termodinâmica e físico-químico): é um corpo material
isolado.
Componentes: de um sistema são os elementos metálicos ou
compostos que o constituem.

Nome do sistema em função do número de componentes:

C=1 Sistema Unitário (ou unário)


C=2 Sistema Binário
C=3 Sistema Ternário
C=4 Sistema Quaternário
C≥5 Multicomponentes
Diagramas de Fases
Nome do sistema quanto ao número de fases P (phases):

P=1 Monofásico
P=2 Bifásico
P=3 Multifásicos

Grau de liberdade
Em que eu posso mexer no sistema sem alterar as fases em
equilíbrio.
Diagramas de Fases – adaptação_livro_Rhines

Sistema Unitário (genérico)


Diagramas de Fases – adaptação_ D. Richerson
Diagrama de fases da SiO2:
a) fases estáveis b) fases estáveis e metaestáveis
Algumas estruturas cristalinas da Sílica
Diagramas de Fases_Livro R. Richerson
Sistema ZrO2

R. Ruh and T. J. Rockett, J. Am. Soc. , 53 [6] 360 (1960).


Diagramas de Fases_Livro R. Richerson
No sistema da zircônia podem ser observadas suas formas polimórficas:

- a baixa temperatura é um cristal monoclínico (a ≠ b ≠ c, α = γ = 900 ≠ β) este cristal muda


reversivelmente para tetragonal (a = b ≠ c, α = β = γ = 900) a aproximadamente 1OOO 0C .

- O cristal tetragonal é estável acima de 1000 ° C e metaestável abaixo desta temperatura.


Uma grande mudança de volume (aproximadamente 7%) acompanha inversão monoclínico-
tetragonal.

- A 2300 0C, a zircônia tetragonal muda para zircônia cúbica (a = b = c, α = β = γ = 900) , que é
estável até seu ponto ponto de fusão a 2700 0C.

Para um material refratário, pequenas quantidades de CaO, Y203 ou MgO são adicionadas ao
ZrO2 para promover uma maior estabilidade desta forma cúbica ao longo de toda a faixa de
temperatura.
Diagramas de Fases_Livro Bergeron & Risbud
Sistema do Carbono
Materiais Cerâmicos_Callister
DIAMANTE
À temperatura e pressão atmosférica ambientes, o diamante é um polimorfo metaestável do carbono. A
sua estrutura cristalina é uma variação da blenda de zinco. Dessa forma, cada átomo de carbono se liga
a. quatro outros átomos de carbono, e essas ligações são totalmente covalentes:
Materiais Cerâmicos_Callister
GRAFITE
Um outro polimorfo do carbono é o grafite; ela possui uma estrutura cristalina muito diferente daquela
apresentada pelo diamante. A estrutura do grafite é composta por camadas de átomos de carbono em um arranjo
hexagonal; dentro das camadas, cada átomo de carbono está ligado a três átomos vizinhos coplanares através de
fortes ligações covalentes. O quarto elétron de ligação participa em uma fraca ligação do tipo de van der Waals
entre as camadas:
Diagramas de Fases_Livro Bergeron & Risbud
Sistema do Carbono
Existe grande interesse no sistema de carbono por causa do conhecimento de que o
diamante é uma das formas mais densas de grafite.

Tentativas de fabricar diamantes submetendo o carbono a altas temperaturas e pressões


formaram uma base para milhares de experimentos que começaram por volta do ano de
1800.

A primeira produção bem sucedida de diamantes a partir do grafite foi anunciada pela
General Electric Co. em 1955, após muitos anos de grandes esforços em pesquisas.

As condições (pressão e temperatura) para a formação de diamantes estão no diagrama de


fases de carbono (vide figura no slide anterior).

Para a conversão direta de grafite em diamante, temperaturas acima de 4000 K e pressões


próximas de 150 kbars são exigidas.
Diagramas de Fases_Livro R. Richerson
Sistema do Carbono

Através do uso de catalisadores adequados, a conversão pode ser feita em


temperaturas e pressões consideravelmente mais baixas.

A maioria dos diamantes para fins industriais é pequena, geralmente menor que 0,5
mm de diâmetro.

Eles são usados ​em operações de moagem, polimento e serragem.

As indústrias cerâmicas usam cerca de um terço de toda a indústria diamantes


produzidos.

Por exemplo, discos de corte impregnados de diamante.


Diagramas Binários de Fases
O sistema binário é formado por 2 componentes.

Portanto, a sua representação deve ser em 3 dimensões:


- Eixo da composição
- Eixo de temperatura
- Eixo de pressão

Sistema binário isomorfo

Quando existe a solução sólida completa, ou seja quando os átomos do soluto e


do solvente se dissolvem totalmente um no outro.
Diagramas de fases binários

Existem várias características dos átomos do soluto e do solvente que


determinam o grau segundo o qual o primeiro se dissolve no segundo; são
estas:

1.-) Fator do tamanho atômico: a diferença entre os raios atômicos dos dois
tipos de átomos é menor do que aproximadamente ±15%.
2.-) Estrutura cristalina: as estruturas cristalinas para os metais de ambos os
tipos de átomos devem ser as mesmas.
3.-) Eletronegatividade: são semelhantes.
4.-) Valências: o soluto possui uma valência que é igual ou menor que a do
material hospedeiro.
DIAGRAMAS DE FASES EM MATERIAIS CERÂMICOS:

Os diagramas de fases foram determinados experimentalmente diagramas de fases


para um grande número de sistemas cerâmicos.

Para diagramas de fases binários ou de dois componentes, é frequentemente o caso em


que os dois componentes são compostos que compartilham um elemento comum,
geralmente o oxigênio.

Esses diagramas podem ter configurações semelhantes às dos sistemas metal-metal, e


são interpretados da mesma maneira.
Diagramas de Fases em Materiais Cerâmicos
SISTEMA 𝑨𝒍𝟐 𝑶𝟑 − 𝑪𝒓𝟐 𝑶𝟑
Diagramas de Fases_Richerson
Diagrama do sistema Ni0-MgO
Diagramas de Fases
Nas 2 figuras anteriores, tem-se diagramas isomorfos de fases, para os sistemas:
- Sistema Al2O3-Cr2O3
- Sistema NiO-MgO

Ambos os sistemas exibem uma solução sólida contínua (completa).

As estruturas cristalinas de cada par de óxidos é a mesma.

Os íons possuem a mesma valência e os raios iônicos são aproximados.

Isto possibilita a formação da solução sólida contínua (completa).


Diagramas de Fases – adaptação_livro_Rhines

Sistemas Binários Eutéticos


Diagramas de Fases – adaptação_livro_Rhines
Sistemas Binários Eutéticos
Uma isobárica do Diagrama Pressão-Temperatura-Composição

A curva de fusão tem um mínimo, e isto é utilizado para para sinterizar mais
eficientemente certos sistemas difíceis de serem sinterizados quando puros.
Diagramas de Fases
Sistema eutético:
Exemplo MgO-CaO
Diagramas de Fases

No diagrama do sistema MgO-CaO, cada um dos componentes puros admite a


solução de uma certa quantidade do outro componente, formando as soluções
sólidas (MgOss e CaOss).

Observe o mínimo na curva de fusão.

Observe também que o limite de solubilidade aumenta com o aumento da


temperatura.
Diagramas de Fases
Diagrama do sistema NaCl-NaF
Reação eutética com solubilidade zero.
Diagramas de Fases
Para o diagrama do sistema NaCl-NaF, não ocorre formação de fases
intermediárias.

Não existe a formação de solução sólida, os limites de solubilidade são nulos


para o NaCl e para o NaF.

A reação eutética ocorre na composição 33,5mol% de NaF, à temperatura de


680°C.

Este comportamento se repete em maior ou menor intensidade em vários outros


sistemas, e é usado como artifício para sinterizar mais eficientemente certos
sistemas difíceis de serem sinterizados quando puros.
Diagramas de Fases
SISTEMA 𝑴𝒈𝑶 − 𝑨𝒍𝟐 𝑶𝟑
Diagramas de Fases
Sistema MgO-Al2O3:
Duas reações eutéticas:
- Uma a ≈ 2000°C, para a composição ≈ MgO – 55%p.Al2O3.
- Outra, também a ≈ 2000°C, para a composição ≈ MgO – 93%p.Al2O3

Uma fase intermediária:


- MgAl2O4 conhecida como espinélio, estável em um razoável intervalo de composições,
dependendo da temperatura.
- Esta fase intermediária passa diretamente do estado sólido para o estado líquido
para a composição de ≈ MgO – 72%p. Al2O3, na temperatura de ≈ 2100°C.
- Comporta-se, portanto, como se fosse um componente puro.
- Nestas condições de composição e temperatura, fases sólida e líquida estão em
equilíbrio.
- A este comportamento dá-se o nome de fusão congruente.
Diagramas de Fases_Callister [2ª ed.(1991) e 9ª ed.(2016)]
SISTEMA 𝑺𝒊𝑶𝟐 − 𝑨𝒍𝟐 𝑶𝟑

F. J. Klug, S. Prochazka e R. H. Doremus, “ Alumina-Silica


I. A. Aksay and J. A. Pask, Science, 183, 70, 1974. Copyright Phase Diagram in the Mullite Region”, J. Am. Ceram. Soc.,
1974 by the AAAS (American Association for the 70 [10] 758 (1987). Reimpresso com permissão da
Advancement of Science).
American Ceramic Society.
https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/3779571677379/Capitulo%209.pdf
Diagramas de Fases
Diagramas SiO2- Al2O3

Estes compostos não tem solubilidade.

1-) A reação eutética [ L → Mulita (ss) + Cristobalita] tem valores semelhantes:


Composição ≈ 92%p. SiO2 - 8%p. Al2O3 , temperatura ≈ 1 5870C.

2-) A reação peritética [L + Alumina → Mulita) tem valores diferentes, tanto para
a composição com para a temperatura. Transformação de fase com fusão
incongruente.

A fase intermediária Mulita, que é estável, ocorre para um pequeno intervalo de


concentração.
Diagramas de Fases_ Livro R. Richerson
Sistema SiO2-CaO

Ol’shanskii, Y. I., Dokl. Akad. Nauk SSSR, 76, 94, 1951.


Diagramas de Fases
Sistema SiO2-CaO

É um diagrama muito complexo, onde existem diversas fases intermediárias.

A maioria destas possui polimorfismo.

Algumas delas fundem-se congruente, outras de maneira incongruente.

Existem reações eutéticas, peritéticas e peritetóide.

Neste diagrama aparece do lado rico em SiO2, em temperatura elevada, e


detalhadamente na figura menor à direita, um gap (falha) de miscibilidade.
Diagramas de Fases em Materiais Cerâmicos - Exercício
Para o sistema 𝑍𝑟𝑂2 − 𝐶𝑎𝑂 , escreva todas as reações eutéticas e eutetóides para o
resfriamento.

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