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Resumindo, o átomo é constituído por três partículas elementares: protões e neutrões, que
formam o núcleo, e electões que giram em torno do núcleo.
As órbitas também são chamadas camadas, sendo que a camada mais externa se chama valência.
A valência é responsável pelas reacções químicas onde o átomo participa, cedendo ou aceitando
electrões de outros átomos. Portanto, define-se valência como sendo o número que determina
a capacidade que o átomo tem de se combinar com outros átomos. Essa capacidade mede-se
pelo número electrões (electrões de valência) que o átomo pode doar, receber ou compartilhar
de modo a formar uma ligação química.
As 7 camadas do átomo estão organizadas de acordo com a ilustração da figura abaixo:
K L M NO P Q
A camada interna tem menos energia que a camada interna, assim, se um electrão receber mais
energia, ele saltará da órbita mais interna para a mais externa. A tabela seguinte indica os níveis
de energia das camadas versus o número de electrões que cada uma dessas cada pode possuir,
de acordo com a estrutura de Bohr.
Nível de Energia Número de Electrões
K 2
L 8
M 8 ou 18
N 8, 18 ou 32
O 8 ou 18
P 8 ou 18
Q 8
𝑊 = 𝑄. 𝑉
3.1.1. Condutores – são condutores os materiais que permitem com facilidade o fluxo de
cargas quando uma fonte de força electromotriz é aplicada as suas extremidades.
Uma das principais características dos materiais condutores é possuir um electrão
livre na camada de valência (última camada), tendo por isso uma resistividade muito
baixa.
r
1 cm
N
Área
A = 1 cm2
(A)
l = 1 cm
𝑙
𝑅 = 𝜌 [Ω. 𝑐𝑚]
𝐴
3.1.2. Semicondutores – são materiais que, sob certas condições, adquirem propriedades
de condutores, apresentando uma resistividade intermédia, isto é, num caso se
comportam como condutores e noutro, como isoladores.
3.2. Semicondutores
Conforme dito anteriormente, sempre que num átomo o electrão recebe energia, ele irá
para a camada mais externa. Isto significa que as camadas têm níveis de energia discretos,
sendo que os níveis de intervalos (camadas gaps) são nulos e, por conseguinte, não há
electrões a circularem. No caso de semicondutores, conforme pode se notar na figura
seguinte, há uma clara separação entre as bandas de valência e da condução, essa
separação é através da camada do gap.
Energia
Banda de condução
Electrões livres para
estabelecer a condução
Eg
Electrões de valência
ligados à estrutura atómica
Banda de valência
Energia Energia
Banda de condução
Electrões livres para
estabelecer a condução
Banda de condução Banda de condução
Eg >5eV
Sobreposição
Eg das bandas
Banda de valência
Electrões de valência
ligados à estrutura atómica
Banda de valência Banda de valência
𝐸$ = 𝐸% − 𝐸&
Em que:
𝐸$ – Energia do Gap; 𝐸$ – Energia da banda de condução; 𝐸$ – Energia da banda de
valência
O silício, com número atómico 14 e o Germânio, com número atómico 32, contêm 4
elementos de valência, sendo a seguinte a sua estrutura atómica:
Camadas
Núcleo
+
Electrões em órbita
+4 +4 +4
+4 +4 +4
As ligações covalentes são muito fortes entre si, porém se o cristal for submetido a uma
agitação térmica ou a incidência de luz, algumas dessas ligações podem quebrar,
deixando electrões livres para a condução da corrente. Se o electrão livre alterar os seus
movimentos devido a um potencial eléctrico, calor ou luz, o cristal passa a comportar-se
como um condutor.
A quebra de uma ligação covalente produz um electrão livre e um buraco (lacuna). O
inverso pode acontecer, isto é, o electrão livre pode preencher uma lacuna num processo
que se chama Recombinação.
e- Livre
- - - -
- Si - - Sb - - Si -
- - -
Impureza de
Antimónio (Sb) Si Sb Si
- - -
- Si - - Si - - Si -
- - -
Si
Vazio Lacuna
- - -
- Si - - B - Si - Si B Si
+
- - -
- - -
Si Si Si
- Si - - Si - - Si -
- - -
- - - - -
+ + + + +
+
-
3.3. Junção PN
A junção PN consiste na união de semicondutores do tipo p e semicondutores de tipo n,
em que os materiais são da mesma base, isto é, ou de Si ou de Ge, conforme ilustrado na
figura abaixo.
Iões Receptores Iões doadores
Portadores
maioritários
- - + - - +
+ - -
+ -
+ - +
+ +
+ + + - - +
-
- - + + -
- - +
- + -
+ + + + - + - +
- - -
-
Tipo p Tipo n
Portadores
Portadores minoritários Portadores maioritários
minoritários
p n
- -
-
- -
-
-
-
Lacunas electrões
Junção
+ + + - - -
- - - + + +
+ + + - - -
- - - + + +
+ + + - - -
- - - + + +
P Zona de n
depleção
- +
UD = 0
Na zona de depleção existe a concentração de iões positivos e negativos, formando uma barreira
de potencial, também chamada de tensão directa, 𝑈( , ou tensão de limiar ou ainda tensão de
disparo, 𝑈) (Threshold). Esta tensão depede do material base de que é feito o díodo.
Para o díodo de Silício, 𝑈' = 0.7𝑉
Para o díodo de Germânio, 𝑈' = 0.3𝑉
Depois de algum tempo, a recombinação cessa, originando a falta de lacunas e electrões zona de
depleção e, consequentemente, a corrente directa é nula (𝐼' = 0)
Imaioritário = 0
- + - - + + - - +
+
- - - -
- - - + + - +
+ +
- - - + - - +
+ - - + + +
+ - + +
+ - - - + + - -
- + - -
- + - + - - + + - - + -
-
P n
Camada de depleção (UF )
UD < 0
IS IS
- +
ID = Imaioritário - IS
Imaioritário
- + - + - -
+ +
- - - -
- + - + + -
+
+ - - - - - - -
+ + - - +
+ - + +
+ - - +
- - - - -
- + - + - + + - + -
-
P n
Camada de depleção (UF )
UD >0
ID ID
+ -
Devido a força de repulsão exercida pelo polo negativo da fonte, os electrões da camada n
ganham força e deslocam-se para a esquerda, rompendo a barreira de potencial (junção). Uma
vez na camada p, eles são atraídos pelo polo positivo da fonte e, por canta disso, vão se
recombinando de lacuna em lacuna enquanto se deslocam em direcção ao polo de atração. Esse
movimento origina uma corrente uma corrente eléctrica de alta intensidade, designada corrente
directa, 𝐼' , ou 𝐼( (F – Foward), dada por:
𝐼' = 𝐼+,-./-0á/-. − 𝐼*
A (Ânodo) K (Cátodo)
P N
Chip
+ -
ID
UD
+ -
- +
ID = 0
Quando é aplicada uma tensão positiva (pode se ver a situação no primeiro quadrante do
gráfico), produz-se uma corrente 𝐼' ≥ 0, ou seja, há passagem da corrente, o que significa que a
resistência dentro do díodo é nula, isto é, o díodo está em curto-circuito.
Onde:
𝐼* – Corrente de saturação reversa
K – Constante de Boltzman, dada por:
11600
𝑘=
𝜂
𝜂 = 1 para o Germânio e 𝜂 = 2 para o Silício, nos níveis baixos da corrente (a baixo do joelho da
curva). Para níveis acima do joelho da curva, 𝜂 = 1 tanto para o Germânio quanto para o Silício.
𝑇4 – Temperatura na escala de Kelvin.
𝑇4 = 𝑇2 + 2737
Com base na equação da corrente acima, a curva real do díodo é representada na figura que se
segue.
30
Díodos comercialmente
20 disponíveis
UD > 0
ID > 0
10
IS
- 40 - 30 - 20 - 10 0 0,3 0,5 0,7 UD (V)
UD < 0
ID = Is UD = 0
ID = 0
Relativamente à tensão do limiar 𝑈) , ela diminui com o aumento da temperatura, o que implica
o deslocamento da curva do díodo para a esquerda, ou seja, o aumento da temperatura facilita
o disparo do díodo, conforme pode se ver no gráfico abaixo.
Região de Polarização
Disrupção Directa
(Roptura da junção PN)
Região de Polarização
Reversa Corrente Directa, IF
- Uz 0 UF UD (V)
Corrente de avalange
A região de avalange (𝑉8 ) pode ser trazida próxima do eixo vertical através do aumento dos níveis
de dopagem nos materiais p e n. Contudo, enquanto 𝑉8 decresce para níveis mais baixos, tais
como -5V, um outro mecanismo chamado roptura (colapso) Zener vai contribuir para uma
mudança acentuada na característica. Isto ocorre porque existe um campo eléctrico forte na
região de junção que pode perturbar as forças de ligação dentro do átomo e “gerar” cargas
transportadoras. Embora o mecanismo de desagregação Zener seja um contribuinte significativo
apenas em níveis mais baixos de 𝑉8 , esta alteração acentuada na característica em qualquer nível
é chamada de região Zener, e díodos que empregam esta parte única da característica de uma
junção p-n são chamados díodos zener.
30
20 RD3
10
RD2
2
- 10
- 1µA
RD1
𝑈' 0.5𝑉
𝑅'9 = = = 250Ω
𝐼' 2𝑚𝐴
𝑈' 0.8𝑉
𝑅': = = = 40Ω
𝐼' 20𝑚𝐴
∆Ud
Fazendo uma comparação entre o gráfico da resistência estática e esta da resistência dinâmica,
sem aplicar o sinal alternado, o ponto Q seria o ponto de operação do díodo. Por exemplo, 0.8V.
Mas considerando que há uma variação de corrente e tensão, tanto para o díodo de Silício quanto
para o de Germânio, à temperatura ambiente, 25ºC, o valor da resistência será:
∆𝑈;
𝑟; =
∆𝐼;
∆𝑈; ⟶ 0 𝑒 ∆𝐼; ⟶ 0
𝑑𝑢;
𝑟; =
𝑑𝑖;
Como 𝐼' >> 𝐼* na região mais vertical da curva característica do díodo, tem-se que:
𝑑𝑖; 𝑘 𝑘
= (𝐼' + 𝐼* ) = (𝐼' )
𝑑𝑢; 𝑇4 𝑇4
𝑘 11600
= = 38,93
𝑇4 298
𝑑𝑢; 1 26𝑚𝑉
𝑟; = = =
𝑑𝑖; 38,93𝐼' 𝐼'
rav
ID (mA)
3ª Aproximação UF ID
- + A rav K
+ rav
(Modelo Linear) Díodo
A K
UF ID
Real + - A
+
rav K
A K
UF UD
Para o caso da terceira aproximação, introduz-se um novo parâmetro que se chama resistência
do corpo do díodo, dada por:
𝑟,& = 𝑟? + 𝑟@
Onde 𝑟? + 𝑟@ é a resistência ôhmica do díodo que compreende as resistências das regiões p e n.
𝑟,& é a resistência média do díodo, também designada por 𝑟A e, geralmente, o seu valor está na
ordem de 1 a 10W.
Exemplo 1:
Seja um circuito com díodo seguinte. Pretende determinar-se o ponto de operação.
ID
UR
E
𝐸 = 𝑈' + 𝑈3
𝐸 𝑈'
𝐼' = −
𝑅 𝑅
Esta expressão chama-se recta de carga do díodo.
Por outro lado, a curva do díodo é dada por:
45! .
𝐼' = 𝐼* E𝑒 )" − 1F
𝐸 𝑈'
⎧ 𝐼' = −
𝑅 𝑅
45! .
⎨𝐼 = 𝐼 E𝑒 )" − 1F
' *
⎩
Usando o métdo gráfico para a obtenção da solução:
𝐸 𝑈' 𝐸 𝐸
𝐼' = − = − ⟹ 𝐼' = 0
𝑅 𝑅 𝑅 𝑅
ID (mA)
Curva característica
do díodo
E/R
UDQ E UD (V)
Exemplo 2:
Seja um díodo de Silício real (quando se diz real significa que deve ser considerada a terceira
aproximação) ligado em sério com uma f.e.m DC de 12 V e uma resistência de carga de 500W. A
resistência média do díodo é de 10W. Determine:
a) A tensão sobre a resistência de carga.
b) As perdas no díodo.
Solução:
A terceira aproximação do díodo representa-se esquematicamente da seguinte forma:
𝐼'
UD
RL
ID
E
𝐸 − 𝑈) 12 − 0.7 11,3
𝐸 − 𝑈) = 𝐼' (𝑟,& + 𝑅C ) ⟹ 𝐼' = = = = 22,16𝑚𝐴
𝑟,& + 𝑅C 10 + 500 510
Assim:
a) 𝑈C = 𝑅C . 𝐼' = 500.0,02216 = 11,078𝑉
b) 𝑃' = 𝑈( . 𝐼' + 𝑟,& . 𝐼' 9 = 0,7.0,02216 + 10. (0,02216)9 = 0,02042𝑊 = 20,42𝑚𝑊