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aos Semicondutores
- Definição de semicondutores
Desde a invenção do transistor, o estudo da Eletrônica tem-se concentrado cada vez mais
no projeto e utilização dos dispositivos semicondutores.
Mas o que é um semicondutor?
Esta pergunta será respondida. Serão estudadas também as principais características dos
materiais semicondutores.
Classificação dos Materiais
De uma maneira geral os materiais podem ser divididos em: Isolantes Semicondutores
Condutores
Os materiais sólidos podem ser divididos em classes principais, conforme a distribuição
atômica da estrutura:
Cristais Policristais Amorfos
Nosso interesse principal está nos semicondutores cristalinos (silício). Um exemplo de um
cristal isolante é o sal NaCl.
Classificação dos materiais de acordo com sua condutividade:
Condutores(metais) k=[107–106]Sm-1
OBS: em muitos textos a condutividade é indicada por σ

- Características dos semicondutores


Os semicondutores são materiais que possuem baixa condutividade elétrica. Esses elementos
estão entre os condutores e isolantes, e são capazes de mudar sua condição de condução
elétrica com facilidade.
Os semicondutores não conseguem conduzir corrente elétrica em condições químicas normais.
Os átomos dos semicondutores são tetravalentes, ou seja, possuem apenas quatro camadas
de valência, o que torna-os elementos não estáveis.
Para que os materiais semicondutores possam conduzir corrente elétrica é necessário que seus
átomos se agrupem para ganhar estabilidade. Isso ocorre quando há ligações químicas
covalentes nas quais os átomos passam a ter oito elétrons e se tornam condutores de
eletricidade.

- Importância dos semicondutores na eletrônica moderna


Atualmente, os semicondutores são a matéria-prima para a
fabricação de componentes eletrônicos como diodos, transistores,
microprocessadores, enfim, quase tudo que existe em uma placa
de circuito. Se, na década de 1980, os chips eram novidade no
gerenciamento do motor, hoje estão por toda parte.

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Estrutura e Propriedades dos Semicondutores
- Estrutura cristalina dos semicondutores
Quando os átomos se unem para formar as moléculas de uma
substância, a distribuição desses átomos no espaço pode ou não
ser feita organizada e definidamente. As substâncias cujos átomos
se agrupam formando uma estrutura ordenada são denominadas
substâncias cristalinas, e a disposição de seus átomos formam a
chamada estrutura cristalina. O Germânio e o Silício possuem uma
estrutura cristalina cúbica, conforme é mostrado na figura.

- Bandas de energia e níveis de Fermi


Energia de Fermi é a energia do nível ocupado mais energético em um sistema quântico fermiônico
à temperatura de zero absoluto. A definição estende-se também a sistemas acima do zero absoluto,
caso em que a energia de fermi corresponde à energia obtida mediante uma média das energias dos
níveis quânticos com probabilidade de ocupação- devido à agitação térmica - diferentes da unidade,
cada qual ponderado pela respectiva probabilidade de ocupação. Associa-se via de regra à energia

de fermi a notação EF, e a nomenclatura retrata nítida homenagem ao físico ítalo-americano Enrico
Fermi.

- Gap de energia e tipos de semicondutores


Nos materiais condutores, a energia do GAP é nula, ou muito baixa, sendo que elétrons
possam facilmente passar para a banda de condução e estabelecer uma corrente. Nos
materiais isolantes, essa banda é bastante larga, o que dificulta essa passagem e por
consequência, a corrente.

Nos materiais semicondutores a distância entre essas bandas tem um valor intermediário.
Isso os dá a característica de serem, normalmente isolantes, mas sob alguma ação externa,
como temperatura, iluminação ou campo elétrico, passam a conduzir. Isso se deve ao fato
de o material ter seu nível de Fermi no GAP, entre uma banda de valência, com muitos
elétrons disponíveis, e uma banda de condução, com poucos elétrons. Os agentes externos
devem proporcionar aos elétrons energia suficiente para passar da banda de valência à
banda de condução.
Outro conceito importante a ser explorado é o fato da luz poder ser descrita como pacotes
discretos de energia bem determinadas, os quanta de energia, conforme explicado pelo
efeito fotoelétrico. Iluminando um componente fotossensível com diferentes comprimentos
de onda, determinaremos qual é a energia que separa a banda de condução da banda de
valência do material, o GAP.

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Dopagem e Junção PN
- Processo de dopagem em semicondutores
A dopagem é um processo químico no qual átomos estranhos são
introduzidos na estrutura cristalina de uma substância. Em um
cristal semicondutor a dopagem é geralmente realizada para
alterar suas propriedades elétricas.

- Formação da junção PN

Uma junção P-N é produzida quando dois semicondutores do tipo P e do tipo N são ligados de forma
que se mantenha a continuidade do reticulado cristalino. Ou seja, não basta apenas colocar em
contato íntimo os tipos de semicondutores, pois além da presença de impurezas e defeitos nas
superfícies, existem também filmes de óxidosque cobrem essas superfícies, mudando totalmente a
interface dos semicondutores.

- Comportamento elétrico da junção PN

Para que um diodo esteja polarizado diretamente, é necessário conectar o polo positivo de uma
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bateria ao anodo(zona P) do diodo e o polo negativo ao catodo (zona N). Nestas condições
podemos observar que:

● O polo negativo da bateria repele os elétrons livres do cristal N, de maneira que estes
elétrons se dirigem à junção P-N.
● O polo positivo da bateria atrai os elétrons de valência do cristal P, isto é equivalente a dizer
que empurra as lacunas para a junção P-N.
● Quando a diferença de potencial entre os bornes da bateria é maior que a diferença de
potencial na zona de carga espacial P, os elétron livres do cristal N, adquirem a energia
suficiente para saltar até as lacunas do cristal P, as quais previamente foram deslocadas
para a junção P-N.
● Uma vez que um elétron livre da zona N salta à zona P atravessando a zona de carga
espacial, cai em uma das muitas lacunas da zona P convertendo-se em elétron de valência.
Uma vez que isto ocorre o elétron é atraído pelo polo positivo da bateria e se desloca de
átomo em átomo até chegar ao final do cristal P, através do qual introduz-se no fio condutor
e chega à bateria.
Neste caso, a bateria diminui a barreira de potencial da zona de carga espacial (cedendo elétrons
livres à zona N e atraindo elétrons de valência da zona P), permitindo a passagem da corrente de
elétrons através da junção; isto é, o diodo polarizado diretamente conduz a eletricidade.

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Dispositivos Semicondutores
- Diodos semicondutores: funcionamento e aplicações

O diodo é construído a partir de materiais semicondutores, que são fundidos


para criar uma junção entre um cristal tipo P e outro cristal tipo N, sendo que
o cristal tipo P representa a polaridade positiva do diodo, chamada de anodo
e o cristal tipo N representa a polaridade negativa do diodo, chamada de
catodo. A polaridade positiva de um diodo é onde há falta de elétrons, de
forma que essa região onde tem a falta de elétrons seja chamada de lacuna,
porém a polaridade negativa é onde existe a maior concentração de elétrons.
Ao juntar os cristais tipo N e tipo P as lacunas do lado positivo irão atrair os
elétrons que estão sobrando no lado negativo, dessa forma acaba ocorrendo
o equilibrando entre as cargas, ou seja, ocorrendo uma recombinação das
cargas. É importante destacar que está recombinação só ocorre no centro
desta junção, pois lá as forças de atração são mais fortes, nesta área os
elétrons ficam estáveis quimicamente. Porém os elétrons mais distantes não
sofrem essa recombinação, devido a força de atração ser menor, de forma
que esta zona de estabilidade central é chamada de camada de depleção, ou,
barreira de potencial. Portanto, podemos concluir que a condução de corrente
elétrica vai depender da maneira com que o diodo vai ser polarizado, ou seja,
se a sua junção será polarizada de forma direta ou reversa. Iremos mostrar
como o diodo se comporta de acordo com a maneira com que ele é
polarizado, os exemplos abaixo são para o diodo de silício, que para começar
a conduzir necessitam de uma tensão de no mínimo de 0,7V, em teoria, mas
que e na prática pode começar a conduzir com uma tensão ainda menor.
- Transistores bipolares: estrutura e funcionamento

Emissor
O é feito de semicondutor fortemente dopado e o Coletor é feito
de semicondutor levemente dopado e maior que o emissor. Nós
vimos no Módulo anterior que sempre que você constroi uma
junção PN, aparece naturalmente uma zona de depleção, fraca em
portadores de carga.

- Transistores de efeito de campo: tipos e características

Transistor de Efeito de Campo, que, como o próprio nome diz, funciona através do efeito de um
campo elétrico na junção. Este tipo de transistor tem muitas aplicações na área de amplificadores
(operando na área linear), em chaves (operando fora da área linear) ou em controle de corrente
sobre uma carga. Os FETs têm como principal característica uma elevada impedância de entrada o
que permite seu uso como adaptador de impedâncias podendo substituir transformadores em
determinadas situações,além disso são usados para amplificar frequências altas com ganho superior
ao dos transistores bipolares.

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Aplicações dos Semicondutores
- Circuitos integrados: importância e tipos
por funcionar como uma cidade para abrigar os diversos outros componentes que
fazem determinado aparelho eletrônico desempenhar suas funções, o circuito
integrado acaba sendo uma ferramenta muito versátil. É por esse caráter tão
adaptável que os CIs são parte de projetos de todos os segmentos.
● Circuito integrado monolítico (o seu processo de fabrico baseia-se na técnica
planar)
● Circuito integrado pelicular (película delgada – thin-film – ou película grossa – thick-
film)
● Circuito integrado multiplaca. Etc.

- Microprocessadores e memórias digitais


O microprocessador, geralmente chamado apenas de processador, é um circuito integrado que
realiza as funções de cálculo e tomada de decisão de um computador. Todos os computadores e
equipamentos eletrônicos baseiam-se nele para executar suas funções, podemos dizer que o
processador é o cérebro do computador por realizar todas estas funções.

Um microprocessador incorpora as funções de uma unidade central de computação (CPU) em um


único circuito integrado, ou no máximo alguns circuitos integrados. É um dispositivo multifuncional
programável que aceita dados digitais como entrada, processa de acordo com as instruções
armazenadas em sua memória, e fornece resultados como saída. Microprocessadores operam com
números e símbolos representados no sistema binário.

- Aplicações em eletrônica de potência e fotônica


A eletrônica de potência está presente em todas as aplicações que
necessitem de algum processamento da energia elétrica, desde pequenas
fontes de alimentação para equipamentos eletrônicos, até os grandes
sistemas de transmissão de energia elétrica em corrente contínua. Está
nos veículos elétricos (automóveis, aviões, navios, bicicletas etc.), na
geração de energias limpas (solar, eólica, de hidrogênio), no dia a dia, no
carregador de celular, nas lâmpadas eletrônicas, e muito mais. Venha
conhecer um pouco sobre como essa tecnologia facilita sua vida e pode
ajudar a tornar o planeta sustentável.

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