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Velocidade dos Ventos

A ação dos ventos nas estruturas é uma das mais importantes e não pode ser
negligenciada, sob o risco de colocar a estrutura em colapso. Alguns Fatores
intervenientes são o local, tipo de terreno (plano, aclive, morro), altura da edificação,
rugosidade do terreno e o tipo de ocupação.

O sistema estrutural a escolher deve ser suficientemente resistente, capaz de suportar


todas as ações impostas ao edifício, deve garantir um controle estrito das deformações e,
ser econômico. Das ações horizontais que atuam nas estruturas de edifícios, a ação do
vento assume uma relevância fundamental.

As considerações do vento, bem como sua forma de aplicação e determinação, são


regidas e calculadas de acordo com a ABNT NBR 6123/1988 –“Forças devidas ao
vento em edificações”, que é uma norma bastante completa, derivada da norma inglesa
e baseada no cálculo das probabilidades.

Os valores mínimos das cargas acidentais, produzidas pelo vento, que devem ser
considerados no cálculo das estruturas de edifícios.

Pressão do Vento

A pressão exercida pelo vento sobre as partes das edificações deve ser calculada com a
fórmula:
q = 0,613 Vk²

Onde:

q = Pressão Dinâmica em N/m2

VK = Velocidade Característica em m/s

Velocidade característica dos ventos

A Velocidade Característica depende de uma série de fatores como a região do Brasil, a


topografia (planos, vales, montanhas), a densidade de ocupação (muitos prédios) e
características construtivas do edifício.

Vk = V0 × S1 × S2 ×S3

Onde:

VK = Velocidade Característica em m/s.

V0 = Velocidade Básica da Região;

S1 = Fator Topográfico;

S2 = Fator Rugosidade;

S3 = Fator Probabilístico.

Velocidade básica do vento

A velocidade básica do vento é, por definição, a velocidade de uma rajada de três


segundos, excedida em média uma vez em 50 anos, a 10m acima do terreno, em campo
aberto e plano.
Isopletas, isto é, curvas de igual velocidade básica V0, em metros por segundo,
conforme a norma NBR-6123. As curvas representam as máximas velocidades médias.

Determinação do Fator Topográfico - S1

. O fator S1 leva em consideração a influência da topografia local na variação da


velocidade do vento.

S1 TIPO DE RELEVO DO TERRENO


1,0 Terreno Plano ou fracamente acidentado

VARIÁVEL Taludes e Morros

0,9 Vales Profundos e protegidos de ventos de qualquer direção.

Tabela - Classes de relevo do terreno

Determinação do Fator Rugosidade - S2

Já o fator S2 considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variação da


velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da edificação ou
parte desta.
Os terrenos podem ser classificados em uma das categorias seguintes:

CATEGORI TIPO DE SUPERFÍCIE DO TERRENO


A
I Superfícies Lisas de grandes dimensões, com mais de 5 km de extensão, medida na direção e sentido do vento

incidente.

II Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos obstáculos isolados, tais como árvores e

edificações baixas. Obstáculos com altura média abaixo de 1,0 metros.

III Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como sebes e muros, poucos quebra-ventos. Obstáculos com

altura média de 3,0 metros.

IV Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona florestal, industrial o urbanizada. Altura

média dos obstáculos de 10 metros.

V Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco espaçados. Obstáculos com altura média de 25
metros ou mais.

Tabela -Categorias de Rugosidade do terreno

Classes de edifícios

CLASSE DIMENSÕES DO EDIFÍCIO


A Todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e peças individuais de estruturas sem
vedação. 

Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical seja inferior a 20 metros.

B Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície
frontal esteja entre 20 e 50 metros.

C Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície

frontal exceda 50 metros.

Tabela- Classes de Edifícios em função de suas dimensões.

Determinação do Fator Estatístico - S3

Ainda de acordo com a NBR-6123, o Fator Estatístico S3 é baseado em conceitos


estatísticos, e considera o grau de segurança requerido e a vida útil da edificação.

Grupo Descrição Fator S3


Edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou
1 possibilidade de socorro a pessoas após uma tempestade destrutiva 1,10
(hospitais, quartéis de bombeiros e de forças de segurança, centrais de
comunicação, etc.)
2 Edificações para hotéis e residências. Edificações para comércio e 1,00
indústria com alto fator de ocupação.
3 Edificações e instalações industriais com baixo fator de ocupação 0,95
(depósitos, silos, construções rurais, etc.)
4 Vedações (telhas, vidros, painéis de vedação, etc.) 0,88
5 Edificações temporárias. Estruturas dos grupos 1 a 3 durante a 0.83
construção.

Tipos básicos de ação em edificações

Vento a Barlavento:

PRODUZ UM ESFORÇO DE PRESSÃO SOBRE O COMPONENTE,


EMPURRANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO.

É o vento "clássico" e sua ação se resume em tentar derrubar a parede. Não conseguindo
derrubar a parede, ele desvia e sobe, destruindo o que ele encontrar pelo caminho.

Vento Paralelo:

PRODUZ UM ESFORÇO DE SUCÇÃO VERTICAL SOBRE O COMPONENTE,


PUXANDO-O NA DIREÇÃO PERPENDICULAR AO DO VENTO.

O vento age, geralmente, sobre as coberturas leves, telhas de alumínio ou


plásticas.

Vento a sota vento


PRODUZ UM ESFORÇO DE SUCÇÃO SOBRE O COMPONENTE, PUXANDO-O
NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO

Um simples muro fica sujeito, normalmente à ação do vento a Barlavento e,


ao mesmo tempo, à ação do vento a Sota vento, isto é, os efeitos são somados.

Vento com pressão inteira

PRODUZ UM ESFORÇO DE PRESSÃO SOBRE O COMPONENTE,


EMPURRANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO E NA DIREÇÃO
PERPENDICULAR AO DO VENTO

Vento com sucção interna

PRODUZ UM ESFORÇO DE SUCÇÃO SOBRE O COMPONENTE,


PUXANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO E NA DIREÇÃO
PERPENDICULAR AO DO VENTO
Ação combinada do vento a barlavento com o vento a sota vento

PRODUZ UM ESFORÇO DE PRESSÃO SOBRE O COMPONENTE À


BARLAVENTO, EMPURRANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO E
TAMBÉM PRODUZ UM ESFORÇO DE SUCÇÃO SOBRE O COMPONENTE À
SOTA-VENTO, PUXANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO

Outras combinações

A DEPRESSÃO NO TERRENO PODE OCASIONAR UMA CONCENTRAÇÃO DO


FLUXO DO VENTO,AUMENTANDO A CARGA DE VENTO

Referencias

https://pt.slideshare.net/mayaravirgulino/nbr-6123

http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/BUBD-
A3WPN9/trabalho_final_de_curso.pdf?sequence=1

https://bdpi.usp.br/item/000712806

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