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ARTIGOS
NBR 6123
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Introdução
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A NBR 6123 é a norma brasileira que define parâmetros de cálculo para o projeto de equipamentos e
estrutura que estão sujeitos as forças do vento.
Uma das partes mais importantes na fase de projeto de qualquer equipamento é a consideração das
cargas. A aplicação de cargas que não condizem com a realidade gera perdas muito grandes, sejam
elas de dinheiro (pelo superdimensionamento) ou devido a falha do equipamento (devido a cargas
não previstas em projeto), além disso o mal dimensionamento traz riscos diretamente na vida das
pessoas que trabalham em regiões próximas ao equipamento.
Dessa maneira, é de extrema importância analisar se o equipamento está em local aberto sendo
submetido as forças devido ao vento. Se você está se deparando com alguma necessidade desse
tipo, esse artigo vai sanar suas dúvidas sobre as considerações da NBR 6123.
A norma contém geometrias pré determinadas para a definição dos parâmetros para o cálculo do
vento, como por exemplo geometrias retangulares, circulares, vigas e algumas outras. Caso exista a
necessidade da aplicação da força do vento em edificações que contenham geometrias distintas
das existentes na norma, é necessário realizar um estudo para determinar quais devem ser essas
forças. Portanto este artigo tratará apenas das condições estabelecidas pela norma.
Os três primeiros capítulos como toda norma, trazem as principais informações sobre ela, tais
como:
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Procedimentos de cálculo pela NBR 6123
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A força do vento em estruturas deve ser calculada separadamente para as seguintes partes:
Elementos de vedação e suas fixações (telhas, vidros, esquadrias, painéis de vedação etc.);
Partes da estrutura (telhados, paredes etc.);
Estrutura como um todo.
Essa divisão adotada é importante pois partes da estrutura podem apresentar resultados mais
críticos quando aplicada a força do vento.
Posteriormente é necessário determinar as cargas estáticas devido a ação do vento, são elas:
Velocidade básica do vento (V0) – depende do local onde a estrutura é construída, a própria norma
determina quais são essas velocidades, como mostra a imagem da Figura 1;
Velocidade característica do vento (Vk) – multiplica-se a velocidade básica por alguns fatores
definidos pela norma (chamados de S1, S2 e S3), essa velocidade é utilizada para a parte da
edificação em consideração;
Pressão dinâmica do vento (q) – elevando ao quadrado a velocidade caraterística do vento e
multiplicando pelo fator 0,613 obtém-se a pressão dinâmica do vento, através dela é possível seguir
para o próximo passo do cálculo.
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Figura 1 - Velocidade básica do vento nas diferentes regiões do Brasil.
Os fatores S1, S2 e S3 são encontrados também na norma, eles são definidos como:
S1 – Fator topográfico, leva em consideração o relevo do local onde a estrutura ou edificação está
instalada;
S2 – Fator de rugosidade do terreno, depende do tipo de local em que a edificação está instalada
(próximo a oceanos, áreas abertas, zonas industriais etc.);
Devido ao fato da força do vento depender principalmente da diferença de pressão entre faces
opostas, é necessário dividir a edificação em duas partes:
Superfície externa;
Superfície interna.
Os coeficientes de pressão e forma são obtidos também através da própria norma, eles dependem
principalmente do tipo, formato e altura da edificação. O capítulo 6 da NBR 6123 trata
exclusivamente da determinação dos coeficientes, além disso as tabelas 4 e 9 apresentam os
coeficientes de pressão e forma externos para as edificações retangulares e circulares, como
mostram as imagens abaixo:
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Figura 7 - Telhado com uma água.
A NBR 6123 não define parâmetros para o cálculo de tetos com formatos cônicos, muito vistos em
edificações de formatos circulares, para estes casos, como já citado anteriormente, é necessário
realizar um estudo sobre a maneira como o vento se comporta em corpos desse tipo.
Barras prismáticas ou reticulados são termos adotados pela NBR 6123 para referir-se a vigas
utilizadas nas edificações. A força exercida pelo vento nas barras prismáticas é obtida através do
coeficiente de arrasto, como mostra a equação abaixo:
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A área frontal efetiva trata-se da área em que o vento realmente incide, por exemplo, uma viga pode
apresentar diferentes áreas frontais efetivas dependendo do ângulo de incidência do vento.
Perceba que a mesma viga apresenta diferentes áreas efetivas de acordo com a direção da linha de
ação do vento.
Figura 11 - Área frontal efetiva (em vermelho) para as vigas de mesma dimensão e sob diferentes
ângulos de ação do vento.
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Já o coeficiente de arrasto pode ser obtido através da figura 6, presente no capítulo 7 da NBR 6123.
Figura 12 - Coeficiente de arrasto utilizado para vigas com cantos vivos ou levemente arredondados.
Note que existe um fator Ø necessário para obter o coeficiente de arrasto. A NBR 6123 chama esse
coeficiente de índice de área exposta e ele pode ser obtido da seguinte maneira:
A área frontal da superfície limitada pelo contorno das vigas pode ser definida como a área de uma
superfície imaginária definida a partir dos limites das vigas que compõe a estrutura, para facilitar
observe a imagem abaixo:
Figura 13 - Área frontal efetiva da superfície limitada pelo contorno das vigas (em vermelho).
Percebe-se que é possível obter essa área apenas multiplicando as dimensões já conhecidas, ou
seja, a distância entre as vigas mais externas e a altura das vigas.
Depois disso basta executar o cálculo de Ø e encontrar na figura 6 da norma o coeficiente de arrasto
para a viga analisada.
Existem diversas outras figuras na norma que determinam os coeficientes de arrasto para
determinado tipo de perfil, por exemplo:
Então caso já exista o perfil desejado na NBR 6123 coeficientes tabelados, basta retirá-los das
figuras do capítulo 7, caso o perfil encontrado seja diferente dos especificados pela norma, é
necessário consultar as diretrizes do capítulo 7 e anexos para calculá-lo.
O capítulo 8 da NBR 6123 trata dos coeficientes de força para muros, placas e coberturas isoladas,
já o capítulo 9 trata dos efeitos dinâmicos devido a turbulência atmosférica. Para os fins desse
artigo estes capítulos não serão analisados, visto que posteriormente os conhecimentos aqui
descritos serão utilizados para novos artigos, utilizando como exemplo de análise pela norma um
silo de armazenamento de grãos.
Conclusão
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Este artigo teve a intenção de apresentar os conceitos básicos para o cálculo da força devido ao
vento e organizá-lo de maneira mais prática, dividindo em etapas e mostrando as considerações
necessárias para executar o cálculo. O principal foco é facilitar o entendimento daqueles que estão
interessados no assunto, no entanto para obter informações mais detalhadas é sempre
recomendado a leitura da própria norma.
Além disso as informações contidas nesse artigo servirão de base para outros artigos do blog da
Ensus em que a força devido ao vento é uma componente importante.
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Por favor , qual nome do autor do artigo e data da publicação para eu utilizar na bibliografia do meu
TCC? Se possível me contactar por whatsapp em setembro de 2021, eu agradeço !
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antonio lunardi junior disse:
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Nivaldo disse:
Muito bom
Qual a distância a ser considerada de um obstáculo para reduzir a ação do vento em uma edificação
a ser construída ?
Responder
Blz
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Nelson Jacinto neves disse:
Excelente publicação
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Pedro disse:
Esclarecedor
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Bom artigo porém, faltou uma aplicação do cálculo baseado na NBR 6123 para ser um documento
excelente.
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