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RESUMO: Sabendo da importância de avaliar o desempenho das edificações e de obter uma análise
mais apurada dos resultados, este trabalho tem como principal objetivo analisar os resultados
obtidos por meio de prova de carga e compará-los com aqueles obtidos por medições de recalque
em campo. A partir dos resultados dos ensaios, utilizaram-se os métodos Van der Veen (1953) e de
rigidez de Décourt (1996). Os valores obtidos pelo monitoramento de recalque foram comparados
às previsões simplificadas baseadas nos métodos de Randolph & Wroth (1979) e de Poulos (1993).
A partir das análises realizadas, verificou-se que os recalques aferidos pelo método de controle de
recalque e pela prova de carga foram menores do que aqueles obtidos pelos métodos de previsões
simplificados, tanto para Randolph & Wroth (1979) quanto para Poulos (1993). Os resultados
aferidos pelo controle de recalque foram obtidos durante toda a construção e apresentam caráter
preventivo, além de permitir a obtenção de parâmetros de deformabilidade da obra como um todo
para subsidiar a elaboração de projetos mais viáveis e seguros.
8
Δt = 230 dias
Pilares
10
Recalque Total (mm) Velocidade de
12
Recalque
14
16
(µm/dia)
18
Média dos Extensômetros P107 3,195 13,89
20
P108 1,985 8,63
P111 2,820 12,26
Figura 1. Curva carga recalque. P120 3,250 14,13
P121 3,680 16,00
P125 3,950 17,17
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS P130 1,275 5,54
P132 2,410 10,48
P133 1,825 7,93
O presente artigo consistiu em avaliar o P134 3,065 13,33
comportamento das fundações ao longo do P137 4,355 18,93
carregamento, acompanhando o P138 3,125 13,59
desenvolvimento dos recalques e suas devidas P139 3,720 16,17
redistribuições de esforços.
A seguir apresentam-se as curvas de iso- A partir dos valores obtidos do
recalque obtidas por meio do software Surfer monitoramento dos recalques, verificou-se que
(Figura 2), assim como os resultados das a maior velocidade foi de 19 µ/dia. Este valor
medições realizadas no dia 01/08/12 do está dentro dos limites aceitáveis pré-
monitoramento de recalque do Bloco 1 (Tabela estabelecidos de até 80 µ/dia para fase
1). construtiva (Militisky et. al, 2005).
Obtiveram-se também os máximos
distorcionais que estão apresentados na tabela 2:
Recalque (mm)
MN (deslocamento associado a 10% do 2,0
y = 0,0027x - 0,748
diâmetro da estaca). R² = 0,9881
3,0
4,0 Bloco+Fuste
Bloco+Fuste+Ponta
5,0
Figura 6. Curva carga recalque – Equações dos trechos
destacados.
1,0
termos do recalque último medido em função da 1,2
carga aplicada em escala logarítimica. 1,4
1,6
1,8
Carga Aplicada (kN) 2,0 1500 kN 2000 kN
100,0 1000,0 2,2 2500 kN 3000 kN
0,0 2,4 3500 kN
1,0 2,6
2,0
Figura 7. Resultado da PC1 pelo método de Van Der
3,0
Veen.
Recalque (mm)
4,0
5,0
6,0 Vale ressaltar que a previsão feita por Van
7,0 Der Veen deve ser usada com restrição devido
8,0 aos pequenos deslocamentos obtidos. Em
9,0
Média dos Extensômetro situações como esta, em geral, o método
10,0
superestima a carga de ruptura.
Figura 5. Curva carga recalque em escala logarítimica.
Para uma análise comparativa, simplificada,
dos resultados obtidos por meio das provas de
Nesta figura observa-se, de modo
carga e controle de recalque, e com base nos
métodos de Poulos e Randolph apresentam-se previsão de recalque de 18,94 mm para o grupo
as tabelas 3 a 7. de estacas do P125. Valor este distante do
Na tabela 3 comparando os resultados de encontrado pelo CR, de 3,95 mm. Vale ressaltar
recalque da prova de carga (PCE) com os o módulo de elasticidade do solo foi adotado de
recalques medidos pelo controle de recalque acordo com a literatura, que não consideram a
(CR), observa-se que na carga de trabalho da variabilidade estatigráfica do subsolo. Dessa
estaca ensaiada o recalque foi de 1,50 mm por forma, verifica-se que a forma de obtenção do
meio da PCE e 3,95 mm para o pilar mais módulo de elasticidade do solo não foi
próximo da PCE (P125) por meio do CR. adequada, ainda que seja uma variável muito
complexa de se determinar.
Tabela 3. Análise comparativa dos recalques do Bloco 1 Utilizando o método de Poulos para uma
Recalques (mm) – estaca isolada do P125, apresenta-se a tabela 5.
Bloco 1
PCE CR
Tabela 5. Solução teórica de Poulos aplicável à estaca
Carga Recalque Carga
Recalque isolada (P125).
adotada para para o adotada para
para uma Resultado para estaca isolada
a grupo de a
estaca
determinação estacas determinação Fator de influência para estaca
isolada 0,055
do recalque (P125) do recalque incompressível em solo (I0)
1,500 833,6 kN 3,950 676 kN Correção para rigidez relativa da
1,15
estaca (Rk)
Observa-se que o recalque obtido pelo grupo Correção para camada finita (Rh) 0,85
de elementos por meio do CR apresentaram-se Correção para o coeficiente de
0,97
maiores que o recalque obtido na carga de Poisson (Rν)
trabalho de um elemento isolado de fundação, Fator de influência (I) 0,052
aproximadamente 50%, confirmando que para
um elemento isolado o recalque obtido foi Previsão de recalque (ρ) 4,49 mm
menor do que para o grupo de estacas.
Realizando os cálculos necessários para o Observa-se na tabela 5 uma previsão de
efeito de grupo de estacas utilizando o método recalque de 4,49 mm para uma estaca isolada.
do tubulão equivalente e aplicando após ele o Valor este distante do encontrado pela PCE, de
método de Poulos para uma estaca isolada, 1,50 mm.
conforme sugerido por Sales (2000) encontram- Para o método de Randolph e Wroth (1980)
se os valores expressos nas tabelas 4 e 5 para o modificado posteriormente por Randolph
pilar P125. (1994) foi realizada uma previsão de recalque
para uma estaca isolada e outra previsão para o
Tabela 4. Solução teórica de Poulos para o grupo de efeito do grupo de estacas do P125. Esses
estacas (P125).
Resultado para estaca isolada após aplicada a
resultados estão dispostos nas tabelas 6 e 7.
equivalência para um tubulão
Fator de influência para estaca Tabela 6. Método de Randolph para uma estaca isolada
0,24
incompressível em solo (I0) do P125.
Correção para rigidez relativa da Resultado para estaca isolada
1,02
estaca (Rk)
Módulo cisalhante do solo a uma 0,70
Correção para camada finita (Rh) 0,975 profundidade Z=L (GL) kN/cm²
Correção para o coeficiente de Razão entre a média do módulo 1
0,69
Poisson (Rν) cisalhante do solo em que se encontra a
0,165 estaca e o módulo cisalhante do solo na
Fator de influência (I) profundidade Z=L (ρ)
18,935 mm Parâmetro de rigidez da estaca ( ) 1
Previsão de recalque (ρ)