Você está na página 1de 17

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/341090859

Structural Analysis of Solid Slabs by the Grid Analogy Method

Conference Paper · October 2019

CITATIONS READS

0 143

3 authors, including:

Paula Manica Lazzari


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
31 PUBLICATIONS   17 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

ANÁLISE NUMÉRICA E EXPERIMENTAL DE ESTRUTURAS EM CONCRETO, COM ÊNFASE NA SUBSTITUIÇÃO DA ARMADURA TRADICIONAL POR BARRAS NÃO METÁLICAS E
CONCRETO TÊXTIL View project

Computational Simulation of Concrete Structures View project

All content following this page was uploaded by Paula Manica Lazzari on 14 August 2020.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Análise Estrutural de Lajes Maciças Pelo Método da Analogia de
Grelhas
Structural Analysis of Solid Slabs by the Grid Analogy Method

Rafaela Zanotto Razera(1); Bruna Manica Lazzari(2); Paula Manica Lazzari(3)

(1) Engenheira Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul


(2) Professora, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(3) Professora, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Rua Roque Calage, 870, 91350-090, Porto Alegre – RS

Resumo
Com a grande variedade de métodos de cálculo para análise estrutural disponíveis, convém estudar a
influência que a escolha do processo terá nos resultados. Com o objetivo de estudar essa influência, esse
trabalho visa comparar o método da analogia de grelhas com o método analítico. Para tanto, foram
calculados os momentos fletores de 8 lajes maciças de concreto armado convencional de um pavimento tipo
pelo método da analogia de grelhas. Em segunda análise, 3 lajes foram analisadas em conjunto, sendo
modeladas juntamente com suas vigas de apoio. Os cálculos foram feitos por meio do software SAP2000 e
os resultados foram comparados com os obtidos no estudo de SOUZA (2017), em que o autor fez uso do
cálculo analítico para obter os resultados do mesmo pavimento. Concluiu-se que a analogia de grelhas
fornece resultados bastante aproximados do método analítico somente quando não são aplicadas reduções
na rigidez à torção das barras, e o espaçamento entre as barras da grelha é aproximadamente 3 vezes o
valor da espessura das lajes. Na análise do conjunto de lajes, observou-se que a continuidade das peças
altera a distribuição dos momentos positivos, e que as reações das lajes sobre os pilares de apoio causam
grandes aumentos nos momentos negativos.
Palavras-Chave: Analogia de Grelhas, Lajes Maciças, Concreto Armado

Abstract
With the wide variety of calculation methods available, it is useful to study the influence that the process will
have on the results. Therefore, this stufy aims to compare the grid analogy method with the analytic method.
For this reason, the bending moments of 8 solid slabs of conventional reinforced concrete of a reference
floor plan were calculated by the grid analogy method. In a second analysis, 3 slabs were analysed together,
being modelled as a single structure including their support beams. The calculations were made using the
software SAP2000 and the results were compared with those obtained in the study by SOUZA (2017), in
which the author made use of the analytical calculation to obtain the results of the same reference floor plan.
The conclusion obtained was that the grid analogy provides fairly close results to the analytical method only
when no reductions in torsional stiffness are applied, and the spacing between the grid bars is approximately
3 times the slab thickness value. When analysing the set of slabs, it was possible to observe that when the
supports are rigid, the results are closer to the situation calculated by the analytical method. However,
modelling with deformable beams provides a closer analysis of the actual conditions of the structure.
Keywords: Grid Analogy; Solid Slabs; Reinforced Concrete

1
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
1 Introdução
A análise estrutural consiste em calcular os deslocamentos e os esforços solicitantes nos
elementos estruturais presentes no edifício. Sendo assim, deve ser representada por um
modelo estrutural que apresente de maneira adequada o comportamento real da
estrutura. Dentre os diversos processos de cálculo existentes, destaca-se o método da
analogia de grelhas, pois proporciona ao engenheiro o cálculo integrado do pavimento
com certa facilidade de aplicação. Por esse motivo, o objetivo geral desse trabalho é
verificar como possíveis variações na aplicação desse método afetarão os resultados
obtidos. Para a realização do estudo, foram calculados os esforços solicitantes de um
pavimento de lajes maciças de uma edificação residencial localizada no bairro Passo
d’Areia, em Porto Alegre/RS pelo método de analogia de grelhas.
O presente trabalho tem como base o artigo realizado por SOUZA (2017), intitulado Lajes
Maciças em Concreto Armado: Análise dos Métodos de Cálculo, utilizando o mesmo
projeto e mesmas classificações das lajes. Dessa forma, é possibilitada uma comparação
entre os métodos analítico e plástico, estudados por SOUZA (2017), com uma aplicação
computacional da analogia de grelhas. O estudo justifica-se pela necessidade de analisar
o comportamento de lajes maciças de concreto armado por uma metodologia de cálculo
que permita a análise integrada de todos os elementos estruturais. O cálculo analítico
trata da estrutura separadamente, sem interação entre os elementos de lajes, vigas e
pilares. A analogia de grelha trata o conjunto de elementos como uma estrutura única,
permitindo um modelo que se aproxima mais da situação real da estrutura.
2 Referencial Teórico
Existem diversos métodos para a realização do dimensionamento de lajes maciças. De
acordo com BANKI (2003), um modelo muito utilizado é o método elástico, baseado na
solução da equação diferencial que rege o comportamento da placa. Contudo, essas
soluções são limitadas a casos de condições de contorno simples e soluções exatas. Para
lajes em condições mais complexas, faz-se uso de procedimentos numéricos
computacionais, como o Método dos Elementos Finitos, que divide a placa em um
determinado número de elementos com propriedades mecânicas conhecidas, e define as
funções admissíveis no domínio de cada elemento finito.
De forma similar ao MEF, também é possível dividir a placa em uma série de vigas
ortogonais entre si, formando uma grelha. Segundo BANKI (2013), a solução por analogia
de grelhas frequentemente apresenta resultados mais próximos das condições reais de
funcionamento das lajes, pois os métodos simplificados geralmente consideram os apoios
como indeformáveis, consideração não necessariamente condizente com a realidade. Na
solução por analogia de grelhas, é possível considerar as vigas de apoio como parte da
grelha e analisar a laje e as vigas como uma estrutura única. Por esse motivo, em painéis
de lajes contínuas, a análise das vigas de apoio em conjunto com a laje fornece uma
configuração de deformação e esforços mais próxima da situação real em regime elástico.
A figura 1 demonstra a influência da flexibilidade dos apoios.

2
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
Figura 1 – Influência da flexibilidade dos apoios (BANKI (2013))

2.1 Processo da Analogia de Grelhas


Segundo SILVA (2003), para analisar um pavimento pelo método de grelhas, deve-se
dividir as lajes em faixas de forma que cada faixa possa ser substituída por um elemento
estrutural de barra exatamente no seu eixo, formando uma grelha equivalente. As cargas
atuantes na estrutura atuam perpendicularmente ao plano da grelha e podem ser
representadas como cargas distribuídas ao longo da barra ou cargas concentradas nos
nós. Em ambos os casos, a carga é calculada através da área de influência do elemento
(barra ou nó).
As características físicas da laje, nomeadamente a rigidez à torção e a rigidez à flexão,
são concentradas nos elementos de grelha mais próximos. Idealmente, a rigidez das
barras da grelha seria tal que, quando a laje e a grelha equivalente fossem submetidas a
carregamentos idênticos, ambas estruturas fletissem de igual forma, e as solicitações na
seção da laje fossem iguais às solicitações nos elementos da grelha que a simulam.
Contudo, segundo NEVES (2010), na laje maciça, para que o equilíbrio seja estabelecido
em qualquer elemento de laje, é necessário que o momento de torção e a curvatura sejam
idênticos nas direções ortogonais. Não há princípio físico que faça com que o mesmo seja
verdadeiro para a grelha equivalente. Contudo, se a malha da grelha for suficientemente
fina, a grelha irá fletir como uma superfície suave, com curvatura aproximadamente igual
em ambas as direções, como é demonstrado na figura 2.

Figura 2 – Espaçamento da Grelha (NEVES (2010))

2.1.1 Modelagem da Grelha


Devido à grande variedade de formas que as lajes podem apresentar, não há formulação
padrão para a malha ideal. Porém, HAMBLY (1976) orienta a certos critérios que devem
ser adequados a cada projeto, os mais relevantes sendo:

3
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
a) Procurar localizar as barras da grelha em posições pré-determinadas no
projeto, tais como linhas de apoio ao longo das vigas de extremidade;
b) Numa laje isótropa, cada barra deve ter no máximo largura igual a ¼ do vão
transversal ao seu eixo. Na laje ortótropa, na direção da menor inércia,
deve-se considerar a largura das barras igual a 40% do vão transversal ao
seu eixo. Se houver dúvida quanto à ortopria, considera-se isótropa;
c) Quanto mais densa a malha, melhores são os resultados obtidos. No
entanto, essa melhora deixa de acontecer quando a largura das barras for
menor que 2 ou 3 vezes a espessura da laje;
d) Nas regiões de grande concentração de esforços, tais como apoios ou
cargas concentradas, recomenda-se dispor uma malha cuja largura das
barras não seja superior a 3 ou 4 vezes a espessura da laje;
2.1.2 Características Físicas e Geométricas das Barras
As propriedades físicas a serem consideradas são a rigidez à flexão, e a rigidez à torção,
e dependem da seção transversal da barra da grelha. A rigidez à flexão das barras I
corresponde ao momento de inércia à flexão, e é calculada considerando que cada barra
representa uma faixa de largura b da laje, que equivale à distância entre os vãos
adjacentes à barra, e uma altura h, equivalente a altura da laje. Segundo HAMBLY (1976),
a inércia à flexão pode ser calculada pela equação 1:
3
b⋅h
I= (Equação 1)
12

Para o cálculo da rigidez à torção das barras (J), GERE e WEAVER (1981), sugerem a
relação apresentada pela equação 2:

J=β⋅e 3⋅f (Equação 2)

Sendo e a menor dimensão da seção transversal, f a maior, e β um coeficiente de valor


dado pela equação 3:

1
β= −
3 (
0. 21⋅e
f
⋅ 1− )(
e4
12⋅f 4 ) (Equação 3)

3 Metodologia
O projeto em que o estudo se baseou, retirado do artigo de SOUZA (2017), apresenta um
pavimento tipo de uma edificação residencial com vigas internas de 14x40cm e externas
de 19x45cm, e lajes maciças de concreto armado convencional com dimensões
retangulares. O dimensionamento das lajes foi feito conforme o método de analogia de
grelhas, aplicado com o SAP2000. A espessura das lajes adotada foi de 12 cm. Quanto à
vinculação, as lajes foram consideradas engastadas onde apresentavam continuidade
com as lajes adjacentes, e simplesmente apoiadas quando suportadas por vigas de
periferia da edificação. O concreto utilizado possui resistência característica à
4
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
compressão ( ) 25 MPa, e módulo de elasticidade de 24.150 MPa. As cargas atuantes
nas lajes foram consideradas como cargas uniformemente distribuídas ao longo das
barras da grelha equivalente. O valor foi calculado conforme a área de influência da barra,
consequentemente, o carregamento nas barras de contorno é sempre metade do
carregamento das demais barras. Para fins de comparação de resultados, as cargas
acidentais e permanentes utilizadas para o cálculo dos momentos fletores foram utilizadas
iguais às do estudo de SOUZA (2017). A figura 3 apresenta a planta de forma do
pavimento estudado.

Figura 3 – Planta de forma do pavimento estudado (SOUZA (2017))

3.1 Modelagem da Grelha


A malha utilizada no cálculo de cada laje foi selecionada conforme as orientações de
HAMBLY (1976) (item 2.1.1). Com o objetivo de avaliar a influência do espaçamento entre
as barras da grelha, calculou-se cada laje com três espaçamentos diferentes de grelha: o
primeiro sendo aproximadamente duas vezes o valor da espessura da laje, o segundo,
três vezes a espessura da laje, e o terceiro, um valor intermediário entre três e quatro
vezes a espessura da laje. As barras da grelha foram desenhadas com seção transversal
de altura equivalente a espessura da laje e largura igual ao espaçamento da grelha.
Dessa forma, o conjunto de barras forma uma laje de espessura igual à da laje que
representam. Cada barra da grelha foi dividida em elementos de tamanho igual ao
espaçamento da malha na direção perpendicular ao seu eixo, com dois nós para cada
elemento. Os nós dos bordos das lajes foram vinculados conforme as condições de apoio
da laje em questão, enquanto os demais nós foram mantidos livres.
3.2 Rigidez à torção
Segundo a Norma Brasileira, a rigidez à torção é aplicada para que, no momento do
cálculo estrutural de grelhas, seja levada em consideração a fissuração do concreto,
atendendo ao Estado Limite Último. Com o intuito de estudar a influência da rigidez à
torção nos momentos resultantes, foram aplicadas diferentes reduções à rigidez à torção
das barras componentes da grelha equivalente. Primeiramente, fez-se o cálculo com a
rigidez à torção total calculada pelo SAP2000, em seguida, as mesmas malhas foram
avaliadas com duas propostas de redução: a primeira, sugerida pela NBR 6118 (ABNT,
2014), no item 14.6.6.2, utilizando apenas 15% da rigidez total à torção, e a segunda,
5
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
proposta por HAMBLY (1976), considerando a rigidez à torção como o dobro do valor da
rigidez à flexão, sendo que essa segunda opção normalmente resulta em uma rigidez de
aproximadamente 60% a 70% do valor original.
4 Resultados
As lajes selecionadas para o estudo foram divididas em lajes armadas em uma direção e
em duas direções para facilitar a comparação de resultados com o método elástico. As
tabelas 1 e 2 listam as lajes estudadas conforme a numeração apresentada na planta do
projeto, apresentando os vãos efetivos das lajes, sendo “a” o menor vão e “b” o maior. Na
tabela 3 encontram-se as definições da laje 17. Esta foi apresentada separadamente pois,
como é dividida em duas lajes separadas no cálculo analítico, possui uma parte armada
em uma direção (17.2), e outra em duas (17.1). A vinculação das lajes é expressa
conforme o esquema apresentado na figura 4. Nos quadros, “a” indica um bordo apoiado
e “e” indica um bordo engastado.

Figura 4 – Numeração dos bordos das lajes (adaptado de CAMPOS FILHO (2014))

Tabela 1 – Definição das lajes armadas em uma direção


Dimensões (cm) Vinculação
Laje a b b/a i1 i2 i3 i4
2 127,5 511 4,01 e a e e
6 131 397,5 3,03 e a a e
16 109,5 268 2,45 e e e e

Tabela 2 – Definição das lajes armadas em duas direções


Dimensões (cm) Vinculação
Laje a b b/a i1 i2 i3 i4
7 397,5 483,5 1,22 e a e e
24 248 367,5 1,48 e e e e
25 293 412 1,41 a e e a
34 307,5 614 1,997 a e a a

6
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
Tabela 3 – Definição da laje 17
Dimensões Vinculação
Laje Dimensões
a (cm) b b/a i1 i2 i3 i4
17.1 236,5 268 1,13 e a e e
17.2 172 367,5 2,14 e e e e

4.1 Análise das Solicitações para Lajes Armadas em uma Direção


Foram estudadas 3 lajes armadas em uma direção, comparando os resultados obtidos
com os resultados obtidos pelo regime elástico. A tabela 4 apresenta os momentos
máximos resultantes, sendo que o valor “mv” corresponde ao momento no vão da laje
(momento positivo), e “me” corresponde ao momento no engaste (momento negativo). As
duas últimas colunas apresentam os valores obtidos por Souza (2017) através do regime
elástico. Ao analisar a tabela 4, observa-se que quanto menor a rigidez à torção, maior o
momento fletor resultante. Essa observação é explicada pelo fato de que, ao reduzir a
rigidez à torção das barras, diminui-se também a sensibilidade das barras à rotação da
laje, consequentemente aumentando os momentos fletores. Também é possível observar
através da tabela 4 que, quanto menor o espaçamento da grelha, menores os momentos
fletores. Isso acontece porque, ao reduzir o espaçamento, reduz-se a área de influência
das barras, reduzindo o carregamento ao qual cada barra é submetida e,
consequentemente, os momentos fletores.
Para melhor visualização dos resultados, a tabela 5 apresenta a variação percentual dos
momentos fletores calculados pela analogia de grelha em relação aos resultados obtidos
pelo método analítico. Em geral, os resultados aproximam-se do método analítico quando
o espaçamento da grelha se equivale à aproximadamente 3 vezes o valor da espessura
da laje. Percebe-se que a variação é menor quando não é aplicada nenhuma redução na
rigidez a torção, fato explicado pois essas reduções também não são consideradas no
regime elástico.
Tabela 4 – Momentos máximos das lajes armadas em uma direção
Laje Espaçamento S/ Redução Hambly Redução NBR Regime Elástico
mv me mv me mv me mv me
# (cm)
(kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m)
25x25 0,57 -0,97 0,57 -0,97 0,58 -0,99
2 31x31 0,64 -1,19 0,65 -1,20 0,66 -1,23 0,90 -1,61
42x42 0,95 -1,55 0,96 -1,56 0,98 -1,59
26x26 0,57 -0,98 0,58 -0,99 0,60 -1,03
6 33x33 0,65 -1,20 0,66 -1,23 0,69 -1,27 0,80 -1,42
44x44 0,94 -1,56 0,97 -1,60 1,02 -1,65
22x22 0,19 -0,39 0,19 -0,40 0,19 -0,41
16 27x27 0,25 -0,47 0,26 -0,47 0,27 -0,48 0,33 -0,66
36x38 0,28 -0,65 0,28 -0,66 0,28 -0,67

7
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
Tabela 5 – Variações dos resultados para lajes armadas em uma direção
Laje Espaçamento S/ Redução Hambly Redução NBR
# (cm) mv (kN.m) me (kN.m) mv (kN.m) me (kN.m) mv (kN.m) me (kN.m)
25x25 37% 40% 37% 40% 36% 39%
2 31x31 29% 26% 28% 25% 27% 24%
42x42 6% 4% 7% 3% 9% 1%
26x26 29% 31% 28% 30% 25% 27%
6 33x33 19% 15% 18% 13% 14% 11%
44x44 18% 10% 21% 13% 28% 16%
22x22 42% 41% 42% 39% 42% 38%
16 27x27 24% 29% 21% 29% 18% 27%
36x38 15% 2% 15% 0% 15% 2%

4.2 Análise das Solicitações para Lajes Armadas em duas Direções


A tabela 6 apresenta os resultados obtidos para as 4 lajes armadas em duas direções. Os
momentos representados por “ma” correspondem a direção paralela ao vão “a” (menor
vão). Novamente, observa-se que quanto menor a rigidez à torção, maior o momento
fletor; e quanto menor o espaçamento da grelha, menores os momentos.
Tabela 6 – Momentos máximos para lajes armadas em duas direções
Laje Espaçamento S/ Redução Hambly
Momentos positivos Momentos negativos Momentos positivos Momentos negativos
# (cm) (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m)
a b a b a b a b
25x25 2,02 1,53 -5,11 -4,88 2,24 1,72 -5,35 -5,10
7 36x37 2,92 2,15 -7,38 -6,92 3,36 2,51 -7,89 -7,36
44x44 3,47 2,62 -8,62 -8,39 4,00 3,08 -9,26 -8,97
24x24 0,89 0,36 -1,99 -1,53 0,95 0,36 -2,06 -1,54
24 36x36 1,30 0,55 -2,93 -2,09 1,41 0,54 -3,08 -2,12
41x41 1,46 0,68 -3,20 -2,52 1,61 0,65 -3,37 -2,55
24x24 1,74 0,72 -3,89 -2,84 1,92 0,77 -4,13 -2,92
25 37x37 2,46 1,33 -5,29 -4,18 2,84 1,38 -5,77 -4,37
46x48 3,02 1,80 -6,37 -5,41 3,50 1,88 -7,01 -5,67
24x24 2,56 0,81 -4,83 -0,42 2,72 0,83 -5,01 -0,34
34 36x38 3,72 1,33 -7,00 -1,07 4,08 1,42 -7,43 -0,79
44x44 4,43 1,75 -8,44 -1,45 4,89 1,72 -9,00 -1,05
(continua)

8
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
Tabela 6 – Momentos máximos para lajes armadas em duas direções (continação)
Laje Espaçamento Redução NBR Regime Elástico
Momentos positivos Momentos negativos Momentos positivos Momentos negativos
# (cm) (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m)
a b a b a b a b
25x25 2,89 2,30 -5,94 -5,64
7 36x37 4,24 3,26 -8,72 -8,10 3,44 2,82 -9,18 -7,72
44x44 4,95 3,96 -10,22 -9,87
24x24 1,11 0,38 -2,24 -1,56
24 36x36 1,59 0,50 -3,32 -2,14 1,38 0,69 -3,00 -2,35
41x41 1,84 0,63 -3,62 -2,57
24x24 2,63 0,94 -4,95 -3,12
25 37x37 3,64 1,61 -6,68 -4,62 2,55 1,36 -5,72 -4,53
46x48 4,4 2,09 -8,09 -6,00
24x24 3,13 0,95 -5,49 -0,09
34 36x38 4,65 1,50 -8,10 -0,24 3,74 0,94 -7,61 0,00
44x44 5,55 1,78 -9,81 -0,34

A exceção à regra, se encontra na laje 34, no resultado do momento para os bordos


apoiados. Como os bordos são simplesmente apoiados, espera-se que o momento nos
pontos de apoio tenha valor nulo. Na analogia de grelhas, os valores dos momentos
encontrados para este bordo é baixo, mas não nulos. Porém, ao aplicar-se a redução na
rigidez à torção, os momentos fletores, em vez de aumentarem, como nos bordos
engastados, aproximou-se de zero. Isso acontece pois, quando a laje é solicitada a flexão,
as barras de bordo tendem a torcerem-se, gerando o momento negativo nas bordas
apoiadas. Logo, quando a rigidez a torção é bastante reduzida, e a torção é permitida, o
momento fletor aproxima-se de zero. Além disso, a relação entre os lados da laje 34
encontra-se no limite da condição de laje armada em duas direções. Por esse motivo,
observa-se grande variação entre os momentos obtidos para a direção b. A tabela 7
apresenta a variação percentual dos momentos obtidos em relação ao regime elástico.
Tabela 7 – Variações dos resultados para lajes armadas em duas direções
Espaça-
Laje
mento S/ Redução Hambly Redução NBR
Momentos Momentos Momentos Momentos Momentos Momentos
# (cm) positivos negativos positivos negativos positivos negativos
a b a b a b a b a b a b
25x25 41% 46% 44% 37% 35% 39% 42% 34% 16% 18% 35% 27%
7 36x37 15% 24% 20% 10% 2% 11% 14% 5% 23% 16% 5% 5%
44x44 1% 7% 6% 9% 16% 9% 1% 16% 44% 40% 11% 28%
24x24 36% 48% 34% 35% 31% 48% 31% 34% 20% 45% 25% 34%
24 36x36 6% 20% 2% 11% 2% 22% 3% 10% 15% 28% 11% 9%
41x41 6% 1% 7% 7% 17% 6% 12% 9% 33% 9% 21% 9%
(continua)

9
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
Tabela 7 – Variações dos resultados para lajes armadas em duas direções (continuação)
Espaça-
Laje
mento S/ Redução Hambly Redução NBR
Momentos Momentos Momentos Momentos Momentos Momentos
# (cm) positivos negativos positivos negativos positivos negativos
a b a b a b a b a b a b
24x24 32% 47% 32% 37% 25% 43% 28% 36% 3% 31% 13% 31%
25 37x37 4% 2% 8% 8% 11% 1% 1% 4% 43% 18% 17% 2%
46x48 18% 32% 11% 19% 37% 38% 23% 25% 73% 54% 41% 32%
24x24 32% 14% 37% - 27% 12% 34% - 16% 1% 28% -
34 36x38 1% 41% 8% - 9% 51% 2% - 24% 60% 6% -
44x44 18% 86% 11% - 31% 83% 18% - 48% 89% 29% -

4.3 Análise da Laje em L


No cálculo analítico, a laje 17 foi separada em 17.1, armada em duas direções, e 17.2,
armada em uma direção. No presente trabalho, a laje 17 foi considerada como uma única
peça. Para a comparação de resultados, utilizou-se os momentos nas duas direções (a-1
e b-1) na região que corresponde à laje 17.1, e apenas os momentos da direção que foi
armada (a-2) na região correspondente à laje 17.2. A tabela 8 relaciona os resultados e a
tabela 9 apresenta as variações percentuais em relação ao regime elástico.
Tabela 8 – Momentos máximos para a laje em L
Laje Espaçamento S/ Redução Hambly
Momentos Momentos Negativos Momentos Positivos Momentos Negativos
# (cm) Positivos (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m)
a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2
21x24 1,38 0,61 1,05 -3,20 -2,29 -2,07 1,44 0,65 1,06 -3,27 -2,32 -2,08
17 34x34 1,80 1,02 1,27 -4,23 -3,46 -2,70 1,96 1,06 1,27 -4,37 -3,55 -2,72
43x45 2,41 1,76 2,00 -6,02 -5,21 -3,70 2,66 1,79 2,04 -6,26 -5,40 -3,74
Laje Espaçamento Redução NBR Regime Elástico
Momentos Momentos Negativos Momentos Positivos Momentos Negativos
# (cm) Positivos (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m)
a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2
21x24 1,63 0,75 1,09 -3,54 -2,39 -2,13
17 34x34 2,11 1,19 1,29 -4,68 -3,66 -2,78 1,00 1,00 0,91 -2,55 -2,62 -1,82
43x45 3,08 2,07 2,09 -6,65 -5,63 -3,80

10
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
Tabela 9 – Variações dos resultados para a laje em L
S/ Redução Hambly Redução NBR
Momentos Momentos Momentos Momentos Momentos Momentos
Positivos (%) Negativos (%) Positivos (%) Negativos (%) Positivos (%) Negativos (%)
a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2 a-1 b-1 a-2
38 39 15 25 13 14 44 35 16 28 11 14 63 25 20 39 9 17
80 2 40 66 32 48 96 6 40 71 35 49 111 19 42 84 40 53
141 76 120 136 99 103 166 79 124 145 106 105 208 107 130 161 115 109

Embora os momentos negativos expressos no quadro sejam relativos ao centro do vão do


bordo da laje, sendo então indicados como momentos máximos, observou-se que, em
diversos casos, o maior valor para o momento negativo, encontra-se, na verdade, no
encontro dos bordos das duas partes da laje em L, como se pode observar na figura 5.
Esse momento negativo elevado é resultado do encontro dos engastes das duas partes
da laje. Salienta-se que esse momento não é levado em consideração no método
analítico, pois esses bordos não são considerados engastados, e sim apoiados ou livres.
A tabela 10 apresenta os valores dos momentos máximos encontrados no ponto de
encontro dos engastes. Percebe-se que os valores encontrados foram sempre muito
próximos aos valores encontrados nos centros dos vãos da laje, ou, muitas vezes, maior.

Figura 5 – Momento negativo máximo na laje em L (elaborada pela autora)

Tabela 10 – Momentos negativos no encontro dos engastes da laje em L


Momentos no Encontro dos Engastes da Laje em L
Momentos Negativos Máximos (kN.m)
Espaçamento
S/ Redução Hambly Redução NBR
21x24 -3,88 -3,94 -4,08
34x34 -4,48 -4,55 -4,56
43x45 -5,89 -5,99 -6,70

4.4 Análise do Conjunto de Lajes


Para estudar a interação das lajes entre si e com as vigas de apoio, as lajes 27, 28 e 34
foram lançadas em conjunto no SAP2000, juntamente com suas respectivas vigas de
apoio. Com o objetivo de observar a influência da rigidez dos apoios, foi feita uma análise
11
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
do conjunto considerando as vigas de apoio como apoiadas apenas em suas
extremidades, e outra considerando-as apoiadas ao longo de todo o seu eixo,
equivalendo a apoios completamente rígidos. A figura 6 apresenta o diagrama de
momentos dessas duas formas. O espaçamento utilizado foi de aproximadamente três
vezes a espessura das lajes, por ter sido verificado que é o que mais condiz com os
resultados do cálculo analítico no cálculo da maioria das lajes individuais. Os momentos
resultantes são apresentados na tabela 11.

Figura 6 – Influência da rigidez dos apoios (elaborada pela autora)

Tabela 11 – Momentos máximos para o conjunto de lajes (apoios rígidos)


Laje S/ Redução Hambly
Momentos positivos Momentos negativos Momentos positivos
# (kN.m) (kN.m) (kN.m) Momentos negativos (kN.m)
a b a b a b a b
27 1,49 0,78 -3,98 -4,12 1,84 0,82 -4,66 -4,97
28 1,72 2,15 -4,25 -6,07 2,25 2,84 -4,72 -7,01
34 3,45 1,00 -7,91 -2,38 4,25 1,23 -10,23 -0,87
Laje Redução NBR Regime Elástico
Momentos positivos Momentos negativos Momentos positivos
# (kN.m) (kN.m) (kN.m) Momentos negativos (kN.m)
a b a b a b a b
27 2,15 1,03 -5,21 -5,21 1,49 0,75 -3,25 -2,55
28 2,82 3,68 -5,28 -7,66 1,76 2,17 -4,60 -5,19
34 4,75 1,21 -10,95 -0,96 3,74 0,94 -7,61 0,00

Observa-se que, embora os momentos positivos tenham sido muito próximos dos
momentos encontrados pelo cálculo analítico, os momentos negativos foram muito mais
altos. Isso acontece pois, como o cálculo analítico calcula as lajes isoladamente, o efeito
das reações das lajes sobre as vigas de apoio não é considerado.

12
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
As relações percentuais com o regime elástico são apresentadas na tabela 12. Observa-
se que os momentos positivos encontrados quando os apoios são considerados
indeformáveis e a rigidez à torção das barras da grelha é considerada 100% não variam
mais que 8% dos resultados encontrados no regime elástico. Essa porcentagem é menor
do que a encontrada nas tabelas de variação das lajes isoladas. Isso acontece pois, ao
considerar os apoios como indeformáveis, as lajes são calculadas sob condições muito
similares às do regime elástico.
Tabela 12 – Variação dos resultados para o conjunto de lajes (apoios rígidos)
Laje S/ Redução Hambly Redução NBR
Momentos Momentos Momentos Momentos Momentos Momentos
# positivos negativos positivos negativos positivos negativos
a b a b a b a b a b a b
27 0% 4% 22% 62% 23% 9% 43% 95% 44% 37% 60% 104%
28 2% 1% 8% 17% 28% 31% 3% 35% 60% 70% 15% 48%
34 8% 6% 4% - 14% 31% 34% - 27% 29% 44% -

As tabelas 13 e 14 apresentam os resultados para o conjunto quando foi permitida a


deformação dos apoios. Observa-se agora que os momentos positivos apresentam maior
variação do que quando os apoios são considerados rígidos. Além disso, os momentos
encontrados na direção “a”, na condição sem redução na rigidez a torção, foram
majoritariamente menores que os calculados para as lajes isoladas no regime elástico.
Isso implica que a continuidade das lajes altera a distribuição dos momentos ao longo da
estrutura. Nos momentos negativos, a variação foi muito alta, passando de 200% ao
aplicar-se a redução sugerida pela norma. Conclui-se que essa variação é causada pela
reação das lajes sobre os pilares, interferência não é considerada no cálculo analítico.
Tabela 13 – Momentos máximos para o conjunto de lajes (apoios deformáveis)
Laje S/ Redução Hambly
Momentos positivos Momentos negativos Momentos positivos Momentos negativos
# (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m)
a b a b a b a b
27 1,30 2,07 -2,79 -6,36 1,54 2,28 -3,21 -8,68
28 2,40 2,56 -2,95 -6,76 2,68 3,23 -3,25 -8,87
34 3,67 1,39 -20,04 -1,77 3,90 1,35 -22,64 -0,63
Laje Redução NBR Regime Elástico
Momentos positivos Momentos negativos Momentos positivos Momentos negativos
# (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m)
a b a b a b a b
27 1,68 2,49 -3,67 -8,82 1,49 0,75 -3,25 -2,55
28 2,97 3,81 -3,72 -9,06 1,76 2,17 -4,60 -5,19
34 4,18 1,41 -22,65 -0,66 3,74 0,94 -7,61 0,00

13
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
Tabela 14 – Variação dos resultados para o conjunto de lajes (apoios deformáveis)
Laje S/ Redução Hambly Redução NBR
Momentos Momentos Momentos Momentos Momentos Momentos
# positivos negativos positivos negativos positivos negativos
a b a b a b a b a b a b
27 13% 176% 14% 149% 3% 204% 1% 240% 13% 232% 13% 246%
28 36% 18% 36% 30% 52% 49% 29% 71% 69% 76% 19% 75%
34 2% 48% 163% - 4% 44% 198% - 12% 50% 198% -

4.5 Influência da Rigidez à Torção


Além do aumento no valor do momento fletor verificado quando se aplica uma redução na
rigidez à torção das lajes, outra análise que se pode fazer está nos gráficos de momentos
fletores. As figuras 7 e 8 apresentam, respectivamente, os diagramas de momento fletor
de uma mesma barra da malha da laje 25 sem redução na rigidez à torção, e utilizando
apenas 15% da rigidez total. Nessas figuras, percebe-se que quando não há redução na
rigidez à torção, há uma descontinuidade significativa no diagrama de momentos,
ocasionada justamente pela presença do momento torsor. Quando o momento torsor é
reduzido, o momento fletor aumenta, e a curva do diagrama é suavizada, como se pode
observar na figura 8.

Figura 7 – Diagrama de momentos fletores sem redução na rigidez à torção (elaborada pela autora)

Figura 8 – Diagrama de momentos fletores com 15% da rigidez a torção (elaborada pela autora)

Fora a descontinuidade do diagrama, os picos de momentos encontrados nos nós das


barras também levaram, em diversas ocasiões, a um deslocamento no ponto do momento
positivo máximo. Devido ao elevado momento encontrado em nós que se aproximam do
centro do vão da laje, o momento positivo máximo foi verificado, nesses casos,
deslocados do centro da laje para um ponto intermediário entre o centro do vão e os
bordos da laje. Quando a redução na rigidez é aplicada, a curva é suavizada e o momento
máximo é verificado no nó central.
Essa observação, quando unida à observação anterior, do item 4.2, de que o momento
negativo em bordos livres tende a se aproximar de zero quando aplica-se a redução na
rigidez, leva a concluir que o modelo de analogia de grelhas onde é aplicada a redução de
rigidez à torção sugerida pela norma (15% da rigidez total) é mais condizente com a
situação real da laje do que quando se utiliza a rigidez total. Porém, ao avaliar as
variações nos resultados em relação ao regime elástico, os valores obtidos quando a

14
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
grelha é modelada sem redução na rigidez foram mais próximos dos resultados do
método analítico.
5 Conclusão
Em primeira análise, concluiu-se que quanto maior o espaçamento da malha modelada,
maiores os momentos fletores. Porém, quando o espaçamento é menor que o valor da
espessura da laje, os resultados se tornam incoerentes. Quanto à influência da rigidez à
torção das barras da grelha, observou-se que quanto menor a rigidez, maiores os
momentos fletores resultantes. Percebe-se também, que os resultados obtidos quando
não é aplicada nenhuma redução na rigidez à torção aproximam-se mais dos resultados
do método analítico, pois o mesmo também não considera essa redução. Entretanto, o
modelo com rigidez à torção reduzida é mais condizente com a realidade das lajes.
Na análise do conjunto de lajes, foi possível observar que quando as peças são
calculadas em conjunto, os momentos fletores positivos obtidos são, geralmente, menores
que os obtidos pelo cálculo analítico das lajes isoladas. Portanto, a continuidade entre as
lajes acarreta numa alteração na distribuição dos momentos ao longo da superfície das
lajes. Quanto aos momentos negativos, os valores encontrados foram muito maiores que
os resultantes do regime elástico. Logo, conclui-se que as reações das lajes sobre os
pilares de apoio são a causa dessa variação, uma vez que as mesmas não são
consideradas no cálculo analítico. Por fim, ao analisar o conjunto considerando vigas de
apoio primeiramente como indeformáveis, e, em segunda instancia, como deformáveis, foi
possível concluir que quando os apoios são rígidos, os resultados aproximam-se mais da
situação calculada no método analítico, que é mais utilizado na prática. Porém, a
modelagem com vigas deformáveis fornece uma análise mais aproximada da situação
real da estrutura.
As diferenças encontradas entre os métodos de cálculo são justificadas pois cada
metodologia utiliza critérios distintos para a análise. Para trabalhos futuros, sugere-se a
análise do pavimento estudado nesse trabalho como um todo pelo método da analogia de
grelhas, incluindo todas as lajes e vigas de apoio, para nova comparação com o cálculo
analítico. Além disso, também pode-se fazer um estudo do pavimento através de outras
metodologias ou com outros softwares de análise estrutural.

15
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019
6 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6118: Projeto de Estruturas
de Concreto Armado – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

BANKI, A. L. Modelos de Análise de Lajes de Concreto Armado (artigo científico).


Santa Catarina, 2013. Disponível em: <http://faq.altoqi.com.br/content/245/588/pt-
br/modelos-de-an%C3%A1lise-de-lajes-de-concreto-armado.html>. Acesso em: abril de
2018.

CAMPOS FILHO, A. Projeto de Lajes Maciças de Concreto Armado. Notas de aula –


Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

GERE, J.M.; WEAVER JR., W. Análise de Estruturas Reticuladas. Rio de Janeiro:


Guanabara Dois S. A., 1981.

HAMBLY, E.C. Bridge Deck Behavior. London: Chapman and Hall, 1976.

NEVES, L. F. C. S. Comparação de Modelos de Grelha e de Elementos Finitos de


Laje na Modelação de Estruturas de Edifícios de Betão Armado. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Militar) – Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de
Lisboa, Lisboa, 2010.

SILVA, M. A. F. A Utilização da Analogia de Grelhas para Análise de Pavimentos em


Concreto Armado. In: V Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. São Paulo,
2003.

SOUZA, M. K. P. Lajes Maciças em Concreto Armado: Análise dos Métodos de


Cálculo. Trabalho de Graduação (Graduação em Engenharia Civil) – Faculdade de
Engenharia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017.

16
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019

View publication stats

Você também pode gostar