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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS


DEPARTAMENTE DE ENGENHARIA DE ESTRURURAS

ALEX MICAEL DANTAS DE SOUSA

PROPOSTA DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA

SÃO CARLOS - SP
2017
Alex Micael Dantas de Sousa

Proposta de Simulação Numérica

Este relatório foi apresentado ao Professor Vladimir


Guilherme Haach como requisito parcial de nota na
disciplina SET 5922 – Aplicação de Modelos
Numéricos à Estruturas de Concetro e Alvenaria do
Programa de Pós Graduação em Engenharia de
Estruturas .

Orientador: Prof. Vladimir Guilherme Haach

São Carlos - SP
2017
RESUMO

Proposta de Simulação Numérica

Estre relaório apresenta a descrição do estudo a ser realizado numericamente via


Método dos Elementos Finitos (MEF) utilizando o software comercial Abaqus sobre a
resistência ao cisalhamento de lajes de concreto armado sob cargas concentradas. O
estudo será desenvolvido na discplina SET 5922 – Aplicação de Modelos Numéricos à
Estruturas de Concetro e Alvenaria do Programa de Pós Graduação em Engenharia de
Estruturas Neste trabalho. São apresentados no relatório o tema de interesse, problema a
ser estudado, modelo numérico definido geometricamente e é feita uma discussão teórica
do problema que motiva o estudo numérico.

Palavras-chave: Simulação Numérica, Cisalhamento, Método dos Elementos


Finitos.
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SUMÁRIO

Capítulo 1 ........................................................................................................................ 2
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 2

1.1. Considerações Gerais ...................................................................................... 2


1.2. Objetivos ........................................................................................................... 2

Capítulo 2 ........................................................................................................................ 3
PROPOSTA DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA ............................................................ 3

2.1. Tema de Interesse ............................................................................................ 3


2.2. Problema a ser estudado ................................................................................. 3
2.3. Definição da geometria do problema ............................................................. 3
2.4. Discussão Teórica do Problema ...................................................................... 4

CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS .................................................................Erro! Indicador não definido.
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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Configuração dos modelos em lajes unidirecionais e lajes


bidimensionais. a) Vista do 1° Ensaio; b) Vista do 2° Ensaio; c) Vista superior do teste
com largura b = 0,5 m; d) Vista superior do teste com largura b = 3,5 m. Fonte: Reissen
e Hegger (2015). ............................................................................................................... 4
Figura 2 – Dimensões e detalhamento das aramduras de faixas de laje e lajes
com restrição de deslocamentos. Fonte: Reissen e Hegger (2015). ................................. 4
Figura 3 - Largura Efetiva para cisalhamento: a) Definição da Largura t para
transferência de cargas verticais. (DAfStb, 1976/1991); b) largura efetiva b240 (DAfStb,
1976/1991); c) Largura efetiva com b45°. Fonte: Reissen e Hegger (2015). ................... 7
Figura 4 - Seção de controle e efetiva com bmc de acordo com fib, Model Code
(2010). Fonte: Reissen e Hegger (2015). .......................................................................... 9

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Capítulo 1

INTRODUÇÃO

1.1.Considerações Gerais

A complexidade do fenômeno envolvendo o cisalhamento em lajes torna o tema


bastante discutido do ponto de vista das formas de dimensionamento difenças de
resultados entre modelos teóricos e experimentais.
A simulação numérica destes problemas resulta também em tarefa que exige
bastante cuidado sobre geometria, modelo constitutivo e representação de condições de
contorno, dentre outros parâmetros geralmente correntes em programas de modelagem
numérica.
Sob o ponto de vista de exemplos de estudo destaca-se o trabalho de Reisse e
Hegger (2014), que apresenta um trabalho numérico e experimental pra analisar este tipo
de problema, fazendo uso das simulações numéricas para análises paramétricas
envolvendo propriedades dos materiais e do modelo.

1.2.Objetivos

Os principais objetivos deste trabalho são:

❖ Apresentar o tema de interesse e o problema a ser estudado;


❖ Definir geometricamente o modelo;
❖ Apresentar uma discussão teórica sobre os métodos analíticos de previsão da
capacidade de carga teórica;

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Capítulo 2

PROPOSTA DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA

2.1. Tema de Interesse

Resistência ao cisalhamento de lajes de concreto armado sob cargas


concentradas ou parcialmente distribuídas no caso de tabuleiros de pontes.

2.2. Problema a ser estudado

Modelagem numérica de modelos de lajes unidirecionais e bidimensionais


apresentados no trabalho de Reissen e Hegger (2015) e avaliar as tensões cisalhantes
resultantes, comparandos os resultados analíticos via Métodos dos Elementos Finitos e os
Numéricos obtidos pelo Eurocode 2 e Model Code 2010.

2.3.Definição da geometria do problema

O modelo numérico estudado apresenta a mesma geometria dos ensaios realizados no


trabalho de Reissen e Hegger (2015). As condições de cortorno e carregamento simuladas
também referem-se ao mesmo trabalho. Na Fig. 1.a é apresentado a primeira configuração
do de carregamento realizado no ensaio. Na Fia 1.b é apresentado a segunda configuração
do carregamento realizado sob a mesma viga após ruptura no primeiro bordo. Na Fig. 1.c
é apresentada uma vista superior do modelo experiemental de laje unidirecional com suas
respectivas dimensões. Na Figu 1.d é apresentada a vista superior do modelo experimental
de laje bidirecional com suas respectivas dimensões. Ambas as lajes possuiam 0,28 m de
espessura

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Figura 1 - Configuração dos modelos em lajes unidirecionais e lajes bidimensionais. a)


Vista do 1° Ensaio; b) Vista do 2° Ensaio; c) Vista superior do teste com largura b = 0,5 m; d) Vista
superior do teste com largura b = 3,5 m. Fonte: Reissen e Hegger (2015).

As dimensões e o detalhamento da disposição das armaduras na seção transversal


que foram testadas com variações do grau de restrição/engastamento são apresentados na
Fig. 2.

Figura 2 – Dimensões e detalhamento das aramduras de faixas de laje e lajes com restrição de
deslocamentos. Fonte: Reissen e Hegger (2015).

Para todos os experimentos uma taxa de armadura mínima de 0,98% foi aplicada para
garantir a falha da estrutura por cisalhamento em vez de flexão.

2.4. Discussão Teórica do Problema

O crescente tráfico de veículos e de suas cargas combinadas com a revisão das


normas técnicas nos últimos anos para acompanhar as mudanças nos projetos estruturais
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tende a causar preocupações acerca do desempenho de estruturas com algumas décadas


de existência, uma vez que as prescrições normativas anteriores bem como as cargas de
projeto eram diferentes. Neste contexto, destaca-se a necessidade de avaliação da
resistência ao cisalhamento de lajes quando solicitadas por cargas concentradas (Rubber
& Kollegger, 2015).
O estudo de lajes solicitadas por cargas concentradas estende-se desde a sua
utilização em pontes, bem como a situações de construção como o acúmulo de material
sob determinada região da laje. Diferentemente de vigas, quando o estudo quase sempre
recai sob o dimensionamento das armaduras necessárias à resistência ao cisalhamento
destes elementos, a resistência ao cisalhamento de lajes geralmente é buscada sem lançar
mão de armaduras para esta finalidade. Entretanto, quase sempre negligencia-se nos
códigos normativos que as técnicas de dimensionamento das lajes foram calibradas por
experimentos conduzidos em vigas simplesmente apoiadas, cujo comportamento tende a
se distanciar de lajes em diversas situações (Reissen & Hegger, Experimental
Investigations on the Shear Capacity of RC slabs under concentrated loads - influence of
degree of restraint and moment - shear ratio, 2015).
O estudo do cisalhamento está bem consolidado em dois modelos clássicos:
resistência ao cisalhamento de vigas delgadas e punção em lajes lisas. No entanto, o
problema de lajes sujeitas a cargas concentradas móveis, principalmente nas
proximidades de apoios, insere-se na interseção destes dois problemas. Lantsoght et. al.
(2015) afirma que os códigos normativos vigentes não estão devidamente adequados à
determinação da resistência ao cisalhamento em lajes sujeitas a cargas concentradas nas
proximidades dos apoios e apresenta resultados que corroboram suas conclusões.

Modelos de Cálculo Teórico

Eurocode 2
A resistência característica ao cisalhamento de lajes em concreto armado sem
armadura transversal ao plano da laje de acordo com EN 1992-1-1 (2010) pode ser
calculada em (1). Neste modelo de cálculo a resistência ao cisalhamento depende da altura
da zona de compressão não fissurada (que é proporcional a (100 ∙ 𝜌1 )1/3, onde 𝜌1 é taxa
de armadura longitudinal), a resistência a compressão do concreto (que é proporcional a
𝑓𝑐𝑘 1/3 ), o efeito de geometria 𝑘 e as dimensões da laje, onde 𝑏𝑤 é a largura colaborante

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para o cisalhamento e 𝑑 a altura útil. O fator característico 𝐶𝑅𝑘,𝑐 = 0,18 foi determinado
através de avaliações de um banco de dados internacional consistindo quase
exclusivamente em ensaios de cisalhamento sob em vigas simplesmente apoiadas. Para
aumentar a capacidade resistente de lajes com pouca armadura longitudinal, uma tensão
de cisalhamento mínima foi introduzida.

𝑉𝑅𝑘,𝑐,𝐸𝐶 = [𝐶𝑅𝑘,𝑐,𝐸𝐶 ∙ 𝑘 ∙ (100 ∙ 𝜌1 ∙ 𝑓𝑐𝑘 )1/3 ] ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑 ≥ 𝑣𝑚𝑖𝑛 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑 = [0.0525 ∙ √𝑘 3 ∙ 𝑓𝑐𝑘 ] ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑 (1)

Quando as normas de projeto são aplicadas a lajes sob cargas concentradas, o


comportamente de laje unidirecional é levado em consideração adotando-se uma largura
efetiva para o cisalhamento. Na prática projetual de lajes sob cargas concentradas com o
Eurocode 2 na Alemanha, a largura efetiva para o cisalhamento é determinada de acordo
com o Livro 240 do Comitê Alemão para Concreto Estrutural (𝑏𝑏240, DAfStb, 1976/1991)
ou calculado levando em consideração a distribuição de carga com aproximadamente 45°
(𝑏45° ) ou aproximações por cálculo via método dos elementos finitos.
Determinando a largura efetiva para o cisalhamento 𝑏𝑏240 de acordo com
DAfStb (1976/1991), primeiro uma distribuição de carga vertical sob 45° a partir da
introdução da carga para o eixo central da laje de acordo com (2) e a Figura 1 é assumida.
Com isto, a largura 𝑡 para a transferência de carregamento vertical depende da altura de
capeamento ℎ1 e da espessura da laje ℎ. Segundamente, a largura efetiva 𝑏240 é calculada
dependendo da distância do carregamento ao suporte (Fig. 1-b) e o sistema estático (Ex.:
laje simplesmente apoiada com ou sem reistrição ao giro próximo a carga concentrada)
de acordo com (3) e (4) respectivamente.
𝑡𝑦 = 𝑏0,𝑦 + 2 ∙ ℎ1 + ℎ (2)

Laje Unidirecional Simplesmente Apoiada:


𝑏240 = 𝑡𝑦 + 0,5 ∙ 𝑎 ≤ 𝑏 (3)

Válido para 0 < 𝑎 < 𝑙 𝑡𝑦 ≤ 0,8 ∙ 𝑙, 𝑡𝑥 ≤ 𝑙


Laje com continuidade próximo à carga concentrada:

𝑏240 = 𝑡𝑦 + 0,3 ∙ 𝑎 ≤ 𝑏 (4)

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Válido para: 0,2 ∙ 𝑙 < 𝑎 < 𝑙, 𝑡𝑦 < 0,4 ∙ 𝑙, 𝑡𝑥 < 0,2 ∙ 𝑙


Assumindo um espalhamento de tensões sob 45°, a largura efetiva 𝑏45° resulta
no dobro da distância entre o centro do carregamento e a localização da seção de cálculo
(geralmente apoios) sem consideração qualquer transferência de carga vertical. Na prática
de projetos segundo Reissen e Hegger (2015), a distância 𝑎𝑣,45° entre o centro do
carregamento e a face frontal do suporte como mostrado na Fig. 2 é levado em
consideração. Pesquisas recentes sobre capacidade resistente de lajes em balanço sob
cargas cancentradas têm revelado que em relação ao dimensionamento ao cisalhamento
de acordo com o Eurocode 2 a abordagem do 𝑏240 é altamente conservativa enquanto o
pressuposto de 𝑏45° pode conduzir à projetos inseguros (Reissen e Hegger, 2015).

Figura 3 - Largura Efetiva para cisalhamento: a) Definição da Largura t para transferência de


cargas verticais. (DAfStb, 1976/1991); b) largura efetiva b240 (DAfStb, 1976/1991); c) Largura efetiva
com b45°. Fonte: Reissen e Hegger (2015).

fib Model Code 2010

A determinação da resistência ao cisalhamento em lajes de concreto armado sem


armadura para os esforços cisalhantes é baseada no Modelo Simplificado da Teoria do
Campo de Compressões e pode ser calculada pela equação (5).
𝑉𝑅𝑘,𝑐,𝑀𝐶 = 𝑘𝑣 ∙ √𝑓𝑐𝑘 ∙ 𝑧 ∙ 𝑏𝑤 with 𝑓𝑐𝑘 ≤ 8 𝑀𝑃𝑎 (5)

A profundidade do cisalhamento efetivo 𝑧 pode ser assumido como 0,9 ∙ 𝑑, onde


𝑑 é a profundidade efetiva. O fator 𝑘𝑣 é determinado por (6) e (7) para o Nível I e Nível
II de aproximação. As limitações para aplicação do Nível I de aproximação são a ausência
forças axiais significativas, 𝑓𝑦𝑘 ≤ 600 𝑀𝑃𝑎, 𝑓𝑐𝑘 ≤ 70 𝑀𝑃𝑎 e o diâmetro máximo do
agregado não menor que 10 mm

7
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180
𝑁í𝑣𝑒𝑙 𝐼: 𝑘𝑣 = , 𝑐𝑜𝑚 𝑧 𝑒𝑚 𝑚𝑚 (6)
1000 + 1,25𝑧

0,4 1300
𝑁í𝑣𝑒𝑙 𝐼𝐼: 𝑘𝑣 = + , 𝑐𝑜𝑚 𝑧 𝑒𝑚 𝑚𝑚 (7)
1 + 1500 ∙ 𝜀𝑥 1000 + 𝑘𝑑𝑔 ∙ 𝑧

O efeito do tamanho máximo do agregado 𝑑𝑔 na resistência ao cisalhamento de membros


sem reforço ao cisalhamento é levado em consideração pelo fator 𝑘𝑑𝑔 de acordo com (8):
32
𝑘𝑑𝑔 = ≥ 0,75 (8)
16 + 𝑘𝑑𝑔

A deformação longitudinal 𝜀𝑥 à meia altura da profundade efetiva ao cisalhamento para


lajes sem forças axiais pode ser calculada dependendo do módulo de elasticidade 𝐸𝑠 e da
seção transversal 𝑎𝑠 da armadura longitudinal principal, e da quantidade de momento
unitário 𝑚 atuante e força de cisalhamento 𝑣 na seção de controle de acordo com (9).
Com isto, a resistência ao cisalhamento para o nível II de aproximação tem de ser
determinada interativamente.
1 𝑚
𝜀𝑥 = ∙ ( + 𝑣) (9)
2 ∙ 𝐸𝑠 ∙ 𝑎𝑠 𝑧

A seção de controle para lajes solicitadas por cargas concentradas é definida


paralelamente a linha de suporte pelo menor valor de distância entre 𝑑 e 𝑎𝑣 /2 a partir da
face do apoio de acordo com a Fig. 2 A largura efetiva 𝑏𝑀𝐶2010 é determinada na seção
de controle com uma distribuição inclinada a partir das faces do carregamento de 𝛼 igual
a 45° para o caso de faces restringidas e 𝛼 igual a 60° para faces simplesmente apoiadas.
Para cargas com uma clara distância a partir da face do apoio 𝑎𝑣 ≥ 2 ∙ 𝑑, a largura efetiva
pode ser determinada de acordo com (10), onde
𝑏𝑀𝐶2010 = 𝑏0,𝑦 + 2 ∙ (𝑏0,𝑥 + 𝑎𝑣 − 𝑑) ∙ 𝑡𝑎𝑛𝛼 (10)

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Figura 4 - Seção de controle e efetiva com bmc de acordo com fib, Model Code (2010). Fonte: Reissen e
Hegger (2015).

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CONCLUSÃO

Existem métodos analíticos para a previsão de resistência ao cisalhamento de


lajes, entretanto os resultados, ainda que calibrados por modelos experimentais, tendem
a apresentar grande variabilidade re resposta. Além disso, os modelos de cálculo
geralmente estão limitadas a dadas condições de geométricas e de contorno. Desta fomra,
os modelos numéricos podem colaborar para uma análise mais ampla do fenômeno
através de análises paramétricas e maior quantidade de simulações a um custo bastante
reduzido quando comparado aos estudos experimentais.

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BIBLIOGRAFIA

Reissen, K., & Hegger, J. (2012). Shear Capacity of Reinforced Concrete Slabs. 8th
IABSE Congress 2012 "Innovative Infrastructures - Toward Human.
Reissen, K., & Hegger, J. (18-20 de May de 2015). Experimental Investigations on the
Shear Capacity of RC slabs under concentrated loads - influence of degree of
restraint and moment - shear ratio. Concrete - Inovation and Design - FIB
Simposium, (p. 13). Copenhagen.
Rubber, P., & Kollegger, J. (2015). Shear Behaviour of Existing Bridges Without and
With a Minimum Amount of Shear Reinforcement. Copenhagen: Concrete -
Inovation and Design: FIB Symposium.

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