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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ESTRURURAS

ALEX MICAEL DANTAS DE SOUSA


N° USP: 10381609

ANÁLISE NÃO-LINEAR DE MODELOS NUMÉRICOS DE LAJES


SOB CARGAS PARCIALMENTE DISTRIBUÍDAS

SÃO CARLOS - SP
2017
2

Alex Micael Dantas de Sousa

Análise Não-Linear De Modelos Numéricos De Lajes Sob Cargas Parcialmente


Distribuídas

Este documento foi apresentado ao


Professor Vladimir Guilherme Haach como
requisito parcial de nota na disciplina SET 5922
– Aplicação de Modelos Numéricos à Estruturas
de Concreto e Alvenaria do Programa de Pós
Graduação em Engenharia de Estruturas .

São Carlos - SP
2017
3

RESUMO

Análise Não-Linear do Modelo Numérico de Laje sob Carga Parcialmente


Distribuída.

Estre relatório apresenta a descrição do estudo realizado numericamente via


Método dos Elementos Finitos (MEF) utilizando o software comercial Abaqus/CAE 6.14
sobre deslocamentos e tensões em lajes de concreto armado sem armadura transversal
(estribos) submetidas à cargas parcialmente distribuídas nas proximidades do apoio,
situação de carregamento comum em tabuleiros de pontes. Nesta fase da disciplina
objetiva-se estudar a influência das não-linearidades dos materiais no modelo numérico.
Os resultados obtidos das análise não-lineare são comparados aos resultados dos modelos
lineares. Observa-se nos resultados que as não-linearidades do material afetam
substancialmente os resultados de cargas x deslocamento, tensões e reações de apoio no
modelo.

Palavras-chave: Não-Linear, Lajes, Concreto Armado, Numérico.


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SUMÁRIO
ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................. 6
Capítulo 1 ........................................................................................................................ 9
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9

1.1 Considerações Gerais ................................................................................................. 9


1.2 Objetivos..................................................................................................................... 9

Capítulo 2 ...................................................................................................................... 10
ANÁLISE NÃO-LINEAR............................................................................................ 10

2.1 Preâmbulo ................................................................................................................. 10


2.2 Modelo Numérico ..................................................................................................... 10
2.3 Modelo Constitutivo do Concreto ............................................................................ 10

2.3.1 Modelagem da fissuração no concreto ..................................................... 11


2.3.2 Formulação do Concrete Damaged Plasticity ........................................... 12

2.4. Modelagem Do Concreto - CDP ............................................................................. 15

2.4.1 Comportamento à Tração ......................................................................... 16


2.4.2. Comportamento na Compressão ............................................................. 19

2.5. Modelagem do Aço ................................................................................................. 23


2.6. Processamento ......................................................................................................... 23

2.6.1 Método de Solução ..................................................................................... 24

Capítulo 3 ...................................................................................................................... 26
ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS SIMLULAÇÕES NÃO LINEARES .......... 26

3.1 Preâmbulo ................................................................................................................. 26


3.2. Influência isolada da Plastificação do Aço .............................................................. 27
3.3 Curvas Carga-Deslocamento ........................................................................... 28
3.4 Reações de apoio na proximidade de aplicação da carga. ........................................ 30
3.5. Tensões Principais Máximas e Mínimas ................................................................. 31
3.6. Deslocamento verticais ao longo do eixo central da placa ...................................... 33
3.7 Análise dos Resultados ao Longo da Espessura da Placa no Plano XY para uma carga
aplicada de 400 kN ......................................................................................................... 34
3.9 Análise dos Resultados ao Longo da Espessura da Placa no Plano XY para um
deslocamento prescrito de 3 mm na região da carga ...................................................... 38
5

3.10 Análise dos Resultados ao Longo da Espessura da Placa no Plano ZY para uma
deslocamento prescrito de 3 mm na região da carga ...................................................... 40
3.11 Influência das Não Linearidades dos Materiais e dos Danos ................................. 43
3.12 Influência de Análise Não-Linear Quase Estática (Dinâmica Implítica x Dinâmica
Explicita) ........................................................................................................................ 44

CONCLUSÕES............................................................................................................. 46
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 47
6

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Superfície de plastificação no plano desviador ( K c  2 / 3

corresponde a formulação de Rankine e Kc  1 corresponde ao critério de Drucker-


Prager. Fonte: Genifoumsou et al. (2015) ...................................................................... 13
Figura 2 – Função potencial plástica e superfície de ruptura no plano desvaidor.
Fonte: Genikomsou et al. (2015). ................................................................................... 14
Figura 3 – Ângulo de dilatância e excentricidade no plano meridional. Fonte:
Genikonsou et al. (2015). ............................................................................................... 14
Figura 4 – Relação tensão-deformação para o concreto. Fonte: Genimkonsou
(2015). ............................................................................................................................ 16
Figura 5 – Relação tensão de tração - abertura de fissura para o concreto. ..... 16
Figura 6 – Curvas do modelo constitutivo do concreto à tração. A) Tensão de
tração x deformação / abertura de fissura. B) Danificação do concreto na tração. ........ 18
Figura 7 – Relação entre os parâmetros de deformação no CDP. .................... 19
Figura 8 – Característica de curva tensão-deformação do concreto em
compressão uniaxial para análise não-linear. Fonte: NEN 1992-1-1:2004. ................... 20
Figura 9 – Curva Tensão deformação na compressão uniaxial do concreto. ... 21
Figura 10 – Curva de dano na deformação por compressão uniaxial do concreto.
........................................................................................................................................ 21
Figura 11 – Malha de elementos finitos do modelo. ........................................ 24
Figura 12 – Regiões de controle dos resultados. .............................................. 27
Figura 13 – Tensão de Von Mises na armadura. .............................................. 27
Figura 14 – Curva Carga Deslocamento aplicando Força de 800 kN. ............. 28
Figura 15 – Curva Carga Deslocamento para Deslocamento prescrito de 3,1 mm.
........................................................................................................................................ 28
Figura 16 – Curva de reações de apoio verticais ao longo do apoio mais próximo
para a mesma carga aplicada de 40 tf. ............................................................................ 30
Figura 17 – Curva de reações de apoio verticais ao longo do apoio mais próximo
para o deslocamento prescrito de 3 mm. ........................................................................ 30
Figura 18 – Tensões Principais Máximas e Mínimas para carga de 400 kN. .. 31
Figura 19 – Tensões Principais Máximas e Mínimas para o deslocamento
prescrito de 3 mm. .......................................................................................................... 32
7

Figura 20 – Deslocamentos ao longo do vão para a carga de 40 tf. ................. 33


Figura 21 – Deslocamentos verticais ao longo do vão para o deslocamento
prescrito de 3mm na região da carga. ............................................................................. 33
Figura 22 – Tensões principais máximas e mínimas ao longo da espessura da laje
no plano XY. .................................................................................................................. 34
Figura 23 – Plastificação da laje no modelo não-linear para a carga de 40 tf. . 35
Figura 24 – Seção que passa pelo apoio mais próximo no plano ZY. ............. 36
Figura 25 – Seção que passa pelo centro da aplicação da carga no plano ZY. 37
Figura 26 – Análise das tensões principais máximas ao longo da espessura no
plano XY. ....................................................................................................................... 38
Figura 27 – Análise da plastificação ao longo da espessura ao longo da espessura
da laje no plano XY. ....................................................................................................... 39
Figura 28 – Análise da distribuição de tensões máximas e reações de apoio ao
longo da espessura na seção do apoio no plano ZY. ...................................................... 40
Figura 29 – Distribuição de tensões principais máximas e mínimas ao longo da
espessura na seção da carga no plano ZY....................................................................... 41
Figura 30 – Zonas de plastificação da seção ao longo da espessura na seção da
carga no plano ZY. ......................................................................................................... 41
Figura 31 – Propagação horizontal de carga. ................................................... 42
Figura 32 – Influência de cada não-linearidade ............................................... 43
Figura 33 – Método Dinâmico Implícito x Explícito ....................................... 44
Figura 34 – Método Smooth (Quase Estático) x Tabular (Dinâmico
Convencional)................................................................................................................. 45
8

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Parâmetros iniciais do CDP. ........................................................... 15


Tabela 2 – Parâmetros Iniciais ......................................................................... 17
Tabela 3 – Dados para construção das curvas .................................................. 18
Tabela 4 – Parâmetros para curva tensão-deformação do concreto. ................ 21
Tabela 5 – Dados da curva tensão-deformação na compressão uniaxial do
concreto. ......................................................................................................................... 22
Tabela 6 – Parâmetros do aço........................................................................... 23
Tabela 7 – Detalhes do Processamento ............................................................ 23
Tabela 8 – Influência do tamanho do elemento nos resultados. ....................... 24
9

Capítulo 1

INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Gerais

As não-linearidades podem ser subdivididas em três campos: (1) não-linearidade


física, (2) não linearidade geométrica e (3) não linearidade de contato. A primeira diz
respeito as mudanças no comportamento do material à medida que sofrem incrementos
de carga, o que tende a atribuir comportamento não linear às estruturas que fazer parte.
No segundo caso esse comportamento não ocorre mais devido a alterações no material
que a compõe, mas sim em razão de mudanças na geometria dos elementos estruturais à
medida que um carregamento é aplicado ao edifício, por exemplo. Já as não linearidades
de contato fazem referência às mudanças de condições de contorno da estrutura quando
carregadas ou submetidas a grandes esforços.
Uma vez que estas não-linearidades são intrínsecas aos materiais, estas devem
ser incorporadas nos modelos numéricos que visam representar o comportamento
estrutural com boa acurácia. Para tanto faz-se necessário incorporar nas análises
parâmetros que representem o modelo constitutivo dos materiais e da estrutura com
curvas de ensaios de compressão/danificação do concreto com o incremento de
carregamento. Outros parâmetros são de mais difícil obtenção e necessitam ser avaliados
com cautela na sua utilização.

1.2 Objetivos
Os principais objetivos deste trabalho são:

 Avaliar os resultados de tensões principais e deslocamentos em simulações


numéricas de lajes incorporando as não linearidades dos materiais e
geométricas, caso existam;
 Avaliar as diferenças de comportamento dos modelos não-lineares com os
lineares através de parâmetros como distribuição de tensões, reações de apoio
e deslocamentos nos modelos.
1
0
Capítulo 2

ANÁLISE NÃO-LINEAR

2.1 Preâmbulo

Neste capítulo aborda-se o problema de lajes de concreto armado sob cargas


concentradas próximas ao apoio por meio de análise não-linear, através da adoção de
modelos constitutivos para os materiais que levam em consideração a variação de
comportamento tensão x deformação ao longo do ensaio.

2.2 Modelo Numérico

O modelo numérico escolhido para a análise não-linear corresponde ao modelo de


elementos mistos: (1) sólidos para o concreto e (2) elementos de treliça para as armaduras.
Neste modelo foram utilizados os elementos sólidos C3D20R, que são elementos cúbicos
com 20 pontos nodais e integração reduzida. Para as armaduras foram empregadas barras
de treliça do tipo T3D2H.

2.3 Modelo Constitutivo do Concreto

Segundo (Nana et al. 2017) o modelo CDP no Abaqus é baseado no modelo


proposto por (Lubliner et al. 1989) e foi desenvolvido posteriormente por (Lee and Fenves
1998) ao considerar carregamentos dinâmicos e cíclicos. O CDP objetiva representar o
comportamento monotônico do concreto, elasticidade, enrijecimento e relaxação, mas
particular atenção deve ser dada a simulação do prolongamento da curva tensão
deformação pós-pico.
Nana et al. (2017) aponta dois fenômenos principais no comportamento mecânico
do concreto: (1) redução do módulo de elasticidade e (2) desenvolvimento de
deformações irreversíveis. Os modelos de dano puros reproduzem a redução do módulo
de elasticidade (rigidez) com o descarregamento sempre passando pela origem, o qual
casa subestimação do dano causado e observado experimentalmente. Por outro lado, os
modelos de plasticidade levam em consideração a irreversibilidade do fenômeno. Porém
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a plasticidade não é capaz de reproduzir a redução da rigidez devido a formação de
microfissuração, e a curva de descarregamento permanece elástica, o que causa
subestimação dos valores de deformação. Desta forma, uma combinação dos modelos de
dano com os modelos de plastificação, tal como ocorre no CDP, pode prover uma resposta
para a limitação das outras duas formulações combinando suas vantagens. A redução do
módulo de elasticidade é sempre associada com a microfissuração e a plasticidade
reproduz as deformações irreversíveis (Nana et al. 2017).

2.3.1 Modelagem da fissuração no concreto

O modelo constitutivo adotado para o concreto corresponde ao modelo de


plastificação do concreto fissurado (Concrete Damaged Plasticity), disponível no
software comercial Abaqus/CAE 6.14. Dentre as principais características do modelo
apresentadas no Manual do usuário do software (Abaqus Analisys User’s Guide – Simulia
6.14):
 Provê uma capacidade geral para modelagem de cocnreto e outros materiais quase
frágeis em todos os tipos de estruturas (vigas, treliças, cascas e sólidos)
 Usa o conceito de dano/elasticidade isotrópica em combinação com plasticidade
de tração e compressão para representar o comportamento inelástico do concreto.

O Cocrete Damaged Plasticity (CDP) é um modelo de propagação de fissura no


senso que ele não trata de individual macro-fissura, contrário aos modelos de fissuração
discreta. A aproximação é discreta nos modelos de fissuração como separação de
elementos, enquanto que no CDP a aproximação é em meio contínuo. Em aproximações
de fissuras discretas, os nós são separados durante a propagação da fissura e o final da
fissura é tratado separadamente enquanto no smeared crack model a zona danificada
coincide com as dimensões do elemento. A fissuração no concreto é tratada no CDP
ajustando as propriedades dos materiais nas regiões de fissuração ou concentração de
tensões (Nana et al. 2017). Neste trabalho o CDP pode ser adotado porque a fissuração é
assumida consistir por um conjunto de fissuras densamente povoadas e é simulada por
alterações na relação constitutiva da região danificada.
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Em geral o CDP é baseado em 5 parâmetros de plasticidade e dois conjuntos de


dados básicos de carregamento uniaxial do concreto para levar em consideração a não-
linearidade. Os 5 parâmetros  , e ,  b 0 /  c 0 , K c , e  definem a superfície de
plasticidade do material, o potencial de fluxo e a viscosidade do material. Os dados
uniaxiais são do comportamento tensão-deformação do concreto à compressão e tração.
Dados de dano que decrescem a rigidez do material são usados para descrever o
comportamento do concreto sob cargas cíclicas. As definições destes parâmetros são
mostradas na sequência (Li e Hao, 2017).
A superfície de plasticidade representa uma superfície em tensão no espaço englobando
o volume da região elástica. Isto significa que o estado de tensões dentro deste volume é
elástico, enquanto que os pontos fora deste volume atingiram um critério de plastificação
e se tornaram plásticos. Existe um grande número de formulações sobre critérios de
ruptura, sendo implementado o critério de Drucker-Prager no CDP (Nana et al, 2017).

2.3.2 Formulação do Concrete Damaged Plasticity

Para levar em consideração diferenças de comportamento em termos de


resistência a tração e compressão, modificações de Lee e Fenves (1998) na formulação
de Lubliner (1988) foram incorporados no modelo CDP do Abaqus. A função de
plastificação é baseada em duas tensões invariantes do tensor de tensões efetivo, a pressão
hidrostática p e a tensão equivalente de Mises q (Nana e Bui, 2017) :

 q  3 p      max    max    c    0
1   pl   pl
F (3.1)
1  
Onde:
  b0 
  1
  c0 
 (3.2)
  b0 
  1
  c0 

 c ( c  pl )
 (1   )  (1   ) (3.3)
 t ( t  pl )
3(1  K c )
 (3.4)
2Kc  1
1
3
Aqui,  max é a máxima tensão efetiva principal e  b 0 /  c 0 é a razão especificada
pelo usuário entre a resistência a compressão biaxial e a resistência à compressão uniaxial.
A valor adotado como default é 1.16 de acordo com o manual do usário do Abaqus, e
verificado experimentalmente por Kupfer et al. (1969).
A forma da superfície de ruptura é definida pelo parâmetro K c incluído na

expressão do parâmetro  . Aqui K c é a taxa de tração para o meridiano compressivo e


define a forma da superfície de ruptura no plano desviador, como na Figura 1
(Genikomsou et al., 2015).

Figura 1 – Superfície de plastificação no plano desviador ( K c  2 / 3


corresponde a formulação de Rankine e Kc  1 corresponde ao critério de Drucker-
Prager. Fonte: Genifoumsou et al. (2015)

O modelo CPD usa a flow potential function, G( ) , que é uma função hiperbólica
não associada de Drucker-Pracger e é definida como:
2
G ( )  ( t 0 tan ) 2  q  p tan (3.5)

Na equação acima,  é a excentricidade que fornece a taxa a partir da qual a função


plástica potencial se aproxima da assíntota,  t 0 é a tração uniaxial e  é o ângulo de

dilatância medido no plano p  q em alta pressão de confinamento. A Figura 2 mostra a


função potencial plástica comparada com a superfície de ruptura. O incremento de tensão
plástica é normal à função potencial plástica.
1
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Figura 2 – Função potencial plástica e superfície de ruptura no plano


desvaidor. Fonte: Genikomsou et al. (2015).

A Figura 3 apresenta um esquema representando o ângulo de dilatância e a


excentricidade.

Figura 3 – Ângulo de dilatância e excentricidade no plano meridional.


Fonte: Genikonsou et al. (2015).

O valor padrão adotada para a excentricidade pelo manual do usuário do Abaqus


vale 0,1, o que supões que o concreto apresenta o mesmo ângulo de dilatância para uma
larga faixa de tensões/pressões de confinamento. O ângulo de dilatância mostra a direção
do vetor de incremento de tensões plásticas. A não associada regra de escoamento
significa que a tensão plástica é normal ao vetor da função potencial plástica que difere
da superfície de ruptura. Dano é introduzido no modelo de acordo com:
  (1  d )  (1  d ) E0 : (  pl ) (3.6)

O parâmetro de dano d é definido em termos de compressão e tração, d c e dt ,


respectivamente, tal que:

1  d   1  st dc 1  sc dt  (3.7)
1
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Onde st e sc descrevem as rigidezes a tração e compressão recuperadas.

A regularização viscoplástica de acordo com a aproximação de Devaut-Lions


pode ser introduzida no modelo. Pela definição do parâmetro de viscosidade  o tensor
de deformação plástica é atualizado e o dano é reduzido usando adicional tempo de
relaxação. A equação abaixo descreve a taxa de deformação com a regularização da
viscosidade.
1
evpl  (pl  v pl ) (3.8)

Da mesma forma, o incremento de dano viscoplastico é determinado na equação:
1
dv  (d  d v ) (3.9)

Onde d v denota a variável de degradação da rigidez viscosa. A relação entre a tensão e
deformação de acordo com o modelo viscoplástico é dado por:

  1  d v  E0 :   v pl  (3.10)

2.4. Modelagem Do Concreto - CDP

Os parâmetros dos materiais que foram usados na presente análise são: o módulo
de elasticidade E0 , o coeficiente de Poisson , mesmo para o concreto fissurado. Em
virtude disso poderia ser utilizada o valor de  0 . O Ângulo de dilatãncia foi
considerado como 38°, o fator de forma foi considerado Kc  0.667 , a razão de tensões
 b 0 /  c 0  1.16 e a excentricidade   0.1. Os valores foram usados usando o trabalho
de Li et. al (2017) como referência. A Tabela 1 sumariza os parâmetros adotados nesta
fase do trabalho. Posteriormente estes valores serão estudados em análises paramétricas.
Tabela 1 – Parâmetros iniciais do CDP.
Parâmetro Valor Significado

 38 (Nana et al., 2017) Ângulo de dilatância

 0.1 (default) Excentricidade potencial de fluxo

Razão entre tensão de plastificação na compressão em


 b0 /  c0 1.1667 (default) equilíbrio biaxial e tensão de plastificação na
compressão uniaxial.

Coeficiente determinante da forma da seção transversal


Kc 0.6667 (default)
da tensão desviadora.

 0.0001 (Li et al.,


Parâmetro de viscosidade
2017)
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6

2.4.1 Comportamento à Tração

A resposta tensão-deformação do concreto em tração foi adotada linear elástica


até o limite de sua resistência à tração f t ' . Depois da abertura da fissura, a curva
descendente de tensão-deformação é caracterizada por um processo de perda de rigidez,
a qual finaliza com a deformação  u onde nenhuma tensão de tração residual existe Figura
4.

Figura 4 – Relação tensão-deformação para o concreto. Fonte:


Genimkonsou (2015).
A comportamento frágil do concreto é frequentemente caracterizado pela
resposta tensão-abertura de fissura em vez de uma relação tensão-deformação. A relação
tensão-deformação do concreto pode ser definida com diferentes opções: (1) linear, (2)
bi-linear ou (3) curva exponencial de degradação do concreto. Neste estudo, uma resposta
de rigidez foi obtida e calculada a partir da Figura 5, onde f t ' é a máxima resistência a

tração e G f denota a energia de fratura do concreto, que representa a área abaixo da curva

tensão-abertura de fissura. A resistência máxima a tração do concreto f t ' é assumida:

ft '  0.33 f c' (3.11)

Figura 5 – Relação tensão de tração - abertura de fissura para o concreto.


1
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A energia de fratura G f depende na qualidade do concreto e tamanho máximo

do agregado e pode ser obtida a partir do fib Model Code 2010:


0.18
f 
G f  73  cm,meas  (N/mm) (3.12)
 1000 
Da Figura 5 obtêm-se as deformações relacionadas ao gráfico tensão de tração-
abertura de fissura por:
Gf
w1  0.8 (3.13)
ft '

Gf
w1  3.6 (3.14)
ft '

A Tabela 2 apresenta os parâmetros usados e calculados para construção da


curva de plasto-danificação do concreto na tração.
A Tabela 3 apresenta os dados da curva tensão-deformação do concreto
implementado no programa. A Figura 6 apresenta as curvas tensão de tração –
deformação e tensão de tração – abertura de fissura para o concreto.

Tabela 2 – Parâmetros Iniciais

f c ( MPa) 35 Energia a fratura


ft ( MPa) 1.95 G f ( N / mm) 0.138438
Ec ( MPa) 28832.72 w1 0.056728
 cr 0.000068 w2 0.255276
ld (mm) 100 bt 0.1
-   t ( MPa)
1 0.000635 0.650768776
u 0.00262 0
1
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Tabela 3 – Dados para construção das curvas

  t ( MPa)  t ( Pa)  tin  tpl dt

0 0.00 0.00 0.0000000 0.0000000 0.00

6.77E-05 1.95 1952306.33 0.0000000 0.0000000 0.00

0.000162 1.74 1735383.40 0.0001021 0.0000102 0.60

0.000257 1.52 1518460.48 0.0002041 0.0000204 0.78

0.000351 1.30 1301537.55 0.0003062 0.0000306 0.86

0.000446 1.08 1084614.63 0.0004083 0.0000408 0.91

0.00054 0.87 867691.70 0.0005104 0.0000510 0.94


0.000635 0.65 650768.78 0.0006124 0.0000612 0.96
0.000966 0.54 542307.31 0.0009471 0.0000947 0.98
0.001297 0.43 433845.85 0.0012818 0.0001282 0.99
0.001628 0.33 325384.39 0.0016164 0.0001616 0.99
0.001959 0.22 216922.93 0.0019511 0.0001951 1.00
0.00229 0.11 108461.46 0.0022858 0.0002286 1.00
0.00262 0.00 0.00 0.0026205 0.0002620 1.00

2.5 1.20

2 1.00
σt (MPa)

1.5
0.80

1
dt

0.60
0.5
0.40
0
0 0.001 0.002 0.003 0.20
ε
0.00
0.0000 0.0010 0.0020 0.0030
Curva tração - deformação para concreto
Curva tração - abertura de fissura para o concreto ε

a) b)
Figura 6 – Curvas do modelo constitutivo do concreto à tração. A) Tensão
de tração x deformação / abertura de fissura. B) Danificação do concreto na tração.
1
9
2.4.2. Comportamento na Compressão

Para a relação tensão-deformação do concreto, muitos modelos tem sido


propostos. Neste trabalho foi utilizado o modelo do trabalho de Carreira (1985), onde:

 ( /  c' )
f c  f c' (3.15)
  1  ( /  c' ) 
Onde:
1
 p/   1 e    u (3.16)
f'
1 ' c
 c Ei

O valor da deformação limite do concreto  c'  0.022 foi assumido com base na

recomendação de Carreira e Chu (1985) para concretos com 20MPa  fc,meas  60MPa .

O módulo de elasticidade do concreto pode ser estimado, na ausência de resultado


experimental, a partir da recomendação do fib Model Code (2010):
f cm 1/3
Ei  Ec 0   E  ( ) (3.17)
10
Onde os valores de Ec 0   E podem ser obtidos da Tabela 5.1-6 do fib Model
Code (2010) a depender do tipo de agregado utilizado.
O CDP no Abaqus também necessita da definição de variáveis de dano que são
designadas no modelo de degradação da rigidez do concreto sob cargas concentradas ou
cíclicas. A Figura 7 foi retirado do trabalho de Li et al. (2017) e mostra a relação típica
dos parâmetros no modelo CDP. Na Figura 7 Ec é o módulo de elasticidade do concreto

não fissurado,  cpl é a deformação plástica (irrecuperável), e  0elc é a deformação elástica


(recuperável). A variável de dano na compressão é definida como a seguinte função:

Figura 7 – Relação entre os parâmetros de deformação no CDP.


2
0

 c Ec1
dc  1  (3.18)
1 
   1   c Ec1
c
pl

 bc 
Onde a deformação plástica vale  cpl  bc   cin . Estudo prévios recomendam o

valor de bc  0.7 , conforme Li et al. (2017), que é validado confrontando-se dados


experimentais (Birtel et al., 2006). A deformação inelástica é definida como segue:
 cin   c   0elc , onde  0elc   c / Ec . A relação entre estes parâmetros é mostrada na Figura
7. Embora não tenha sido adotado neste modelo, analogamente a variável de dano na
tração poderia ser usada tomando o valor de bt  0.1 (Birtel et al., 2006).

 t Ec1
dt  1  (3.19)
1 
 t   1   t Ec1
pl

 bt 
A Tabela 4 apresenta uma relação dos parâmetros calculados inicialmente a partir
da resistência à compressão do concreto f c' . Onde f t é a resistência à tração do concreto

calculada de acordo com o fib Model Code (2010),  E é um parâmetro que varia de
acordo com o tipo de agregado e é utilizado na determinação do módulo de elasticidade
inicial do concreto Ec no Model Code (2010). Na Tabela 4  c1 é a deformação na
máxima tensão de compressão do concreto, calculada de acordo com o Eurocode (NEN
1992-1-1:2004) e ilustrado na Figura 8.  c' é a deformação máxima do concreto na
compressão, cujo valor foi retirado do trabalho de Carreira et al. (1985) para concretos de
peso e resistências normais.

Figura 8 – Característica de curva tensão-deformação do concreto em


compressão uniaxial para análise não-linear. Fonte: NEN 1992-1-1:2004.
2
1

Tabela 4 – Parâmetros para curva tensão-deformação do concreto.

Parâmetro Valor Significado


'
f (MPa) 35 Resistência do concreto à compressão
c

ft ( MPa) 3.210 Resistência do concreto à tração

E 0.9
Parâmetro que depende do agregado (Tabela 5.1-6, Model
Code, 2010)
Ec 29379.00 Módulo de elasticidade inicial do concreto

 c1 0.002107
Deformação do concreto na máxima tensão de compressão
(Eurocode 1, NEN 1992-1-1:2004)
Deformação máxima do concreto para
 c' 0.0022
20MPa  fc'  60MPa (Carreira e Chu, 1985)
 2.3004
Parâmetro do material que depende da forma da curva tensão
x deformação
bc 0.7 Parâmetro da danificação do concreto na compressão

As Figura 9 apresenta o esboço da curva tensão-deformação na compressão


uniaxial do concreto para análise não-linear de estruturas. A Figura 10 apresenta a curva
de dano por compressão de acordo com a deformação do concreto.
40

30
σc (MPa)

20

10

0
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008
εc (%)

Figura 9 – Curva Tensão deformação na compressão uniaxial do concreto.

1.0000
dc

0.5000

0.0000
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008

εc (%)

Figura 10 – Curva de dano na deformação por compressão uniaxial do


concreto.
2
2
A Tabela 5 apresenta em maior detalhe os dados referentes às curvas de
compressão x deformação inelástica, bem como de danificação do concreto por
compressão.
Tabela 5 – Dados da curva tensão-deformação na compressão uniaxial do
concreto.

c  c ( MPa)  c ( Pa)  cin  cpl dc


0 0 0.00E+00 0 0 0
0.000210746 6.168 6.17E+06 8.084E-07 5.659E-07 0.0012
0.000421492 12.152 1.22E+07 7.846E-06 5.492E-06 0.0057
0.000632238 17.720 1.77E+07 2.908E-05 2.035E-05 0.0143
0.000842984 22.650 2.26E+07 7.203E-05 5.042E-05 0.0273
0.001053729 26.777 2.68E+07 1.423E-04 9.960E-05 0.0447
0.001264475 30.020 3.00E+07 2.426E-04 1.699E-04 0.0665
0.001475221 32.379 3.24E+07 3.731E-04 2.612E-04 0.0922
0.001685967 33.920 3.39E+07 5.314E-04 3.720E-04 0.1213
0.001896713 34.752 3.48E+07 7.138E-04 4.997E-04 0.1533
0.002107459 35.000 3.50E+07 9.161E-04 6.413E-04 0.1875
0.002318205 34.792 3.48E+07 1.134E-03 7.938E-04 0.2232
0.002528951 34.243 3.42E+07 1.363E-03 9.544E-04 0.2598
0.002739697 33.451 3.35E+07 1.601E-03 1.121E-03 0.2967
0.002950443 32.495 3.25E+07 1.844E-03 1.291E-03 0.3335
0.003161188 31.436 3.14E+07 2.091E-03 1.464E-03 0.3696
0.003371934 30.321 3.03E+07 2.340E-03 1.638E-03 0.4048
0.00358268 29.185 2.92E+07 2.589E-03 1.812E-03 0.4388
0.003793426 28.053 2.81E+07 2.839E-03 1.987E-03 0.4714
0.004004172 26.942 2.69E+07 3.087E-03 2.161E-03 0.5025
0.004214918 25.862 2.59E+07 3.335E-03 2.334E-03 0.5319
0.004425664 24.823 2.48E+07 3.581E-03 2.507E-03 0.5597
0.00463641 23.828 2.38E+07 3.825E-03 2.678E-03 0.5859
0.004847156 22.878 2.29E+07 4.068E-03 2.848E-03 0.6105
0.005057902 21.976 2.20E+07 4.310E-03 3.017E-03 0.6335
0.005268647 21.120 2.11E+07 4.550E-03 3.185E-03 0.6550
0.005479393 20.308 2.03E+07 4.788E-03 3.352E-03 0.6751
0.005690139 19.541 1.95E+07 5.025E-03 3.518E-03 0.6939
0.005900885 18.815 1.88E+07 5.260E-03 3.682E-03 0.7113
0.006111631 18.128 1.81E+07 5.495E-03 3.846E-03 0.7276
0.006322377 17.479 1.75E+07 5.727E-03 4.009E-03 0.7428
0.006533123 16.864 1.69E+07 5.959E-03 4.171E-03 0.7569
0.006743869 16.283 1.63E+07 6.190E-03 4.333E-03 0.7701
0.006954615 15.733 1.57E+07 6.419E-03 4.493E-03 0.7824
2
3
2.5. Modelagem do Aço

As armaduras foram modeladas segundo um comportamento perfeitamente


plástico, ou seja, linear até a tensão de escoamento e horizontal após esta tensão, sendo
adotado valor de 500 MPa para a tensão de escoamento. O encruamento do aço não foi
considerado por simplificação. A Tabela 6 ilustra os parâmetros adotados na modelagem
das armaduras.

Tabela 6 – Parâmetros do aço.

Parâmetro Valor Significado


f y (MPa) 500 Tensão de escoamento
 0.3 Coeficiente de Poisson
E (GPa) 210 Módulo de Elasticidade

2.6. Processamento

Uma vez que as análises lineares requerem um maior número de cálculos e


consequentemente maior esforço computacional, foi necessária a utilização de uma malha
de elementos finitos menos refinada nas análises. A Tabela 7 apresenta detalhes do
modelo processado.

Tabela 7 – Detalhes do Processamento


Modelo Linear Modelo Não-Linear
Número de Elementos 35695 6488
Número de Nós 143689 22103
Número de Incrementos 1 181
Incremente Inicial 1 0.01
Tempo de Processamento 305,6’’ 6’8’18,8’’

A Figura 11 apresenta a malha de elementos finitos mais grossa necessária ao


processamento dos modelos não-lineares. No intuito de fornecer uma comparação mais
adequada, os modelos lineares também foram reprocessados sob a mesma malha.
2
4

Figura 11 – Malha de elementos finitos do modelo.

Um teste de malha foi realizado no intuito de verificar a influência do tamanho


dos elementos nos resultados, sendo aplicado um deslocamento na região da placa no
valor de 25 mm e medido a reação vertical gerada ao final do processamento. Os
resultados estão apresentados na Tabela 8.

Tabela 8 – Influência do tamanho do elemento nos resultados.

Tamanho do Elemento Reação Vertical


5 cm 14876.34 kN
10 cm 15239,2 kN
Variação 0,79105%

Como pode-se observar houve uma diferença pouco significativa de


resultados com o aumento do tamanho dos elementos. Embora este resultado seja válido
apenas para os modelos lineares, decidiu-se proceder com o aumento da malha de
elementos finitos no intuito de tornar o modelo não-linear exequível em termos de
processamento.

2.6.1 Método de Solução

O método de solução utilizado nos modelos lineares e não lineares no solver do


Abaqus foi o Método Direto. A técnica de solução utilizada foi o Newton Completo. O
2
5
método de Newton Completo faz parte da configuração padrão e é geralmente utilizada
para a resolução de sistemas de equações não-lineares. A motivação para esta escolha é
primeiramente a velocidade de convergência obtida com o método comparado à outros
como o de Newton tradicional ou Quase-Newton.
O Método de Newton é usualmente evitado em diversos códigos de elementos
finitos, aparentemente por duas razões: (1) a matriz jacobiana completa as vezes torna-se
difícil de formular, e para alguns problemas torna-se impossível obtê-la de forma fechada,
sendo necessária calculá-la numericamente (2) o método tem um alto custo por iteração,
uma vez que o Jacobiano necessita ser formado e resolvido a cada iteração.
O mais comumente usado em alterantiva ao método de Newton é o método de
Newton Modificado, no qual a matriz jacobiana é recalculada somente ocasionalmente
(não para todas as iterações). Este último método é atrativo para problemas levemente
não-lineares. O método de Newton Modificado é usado às vezes no Abaqus quando não
é possível calcular a matriz jacobina completa ou se uma aproximação com o método
pode acelerar muito o processamento do modelo. Por exemplo, muitos modelos no
ABAQUS/Standard resultam em uma matriz jacobiana não-simétrica, mas é permitido ao
usuário escolher uma aproximação simétrica para a matriz Jacobiana no campo que
resulta no método Modificado de Newton, convergindo bastante rápido no problema e
economizado esforço computacional que seria utilizada para resolver a matriz assimétrica
com aproximação quadrática do método de Newton Completo.
2
6

Capítulo 3

ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS


SIMLULAÇÕES NÃO LINEARES

3.1 Preâmbulo

Neste capítulo são analisados os resultados das simulações numéricas levando em


consideração o comportamento não-linear dos materiais (concreto e aço) e geométricas
do modelo. Para melhor compreensão do efeito das não linearidades nos modelos, os
resultados foram comparados aos obtidos anteriormente em análises lineares.
Uma vez que não foi possível a aplicação do deslocamento total previsto de 25
mm aplicado nos modelos lineares, decidiu-se aplicar o máximo deslocamento do modelo
não-linear no modelo linear para melhor análise. Em suma, as análises foram feitas para
uma mesma carga aplicada ao modelo linear e não-linear, como também sobre o mesmo
deslocamento prescrito nos dois modelos. Esta análise foi vista de modo a analisar os dois
modelos sobre duas óticas possíveis.
Como não foi possível atingir a carga máxima de ensaio de 800 kN no modelo
linear, decidiu-se avaliar os resultados de reações de apoio, tensões máximas e
deslocamento sob a carga de 400 kN. Posteriormente foram analisados os resultados dos
dois modelos sob o deslocamento máximo obtido no modelo não-linear de cerca de 3 mm.
Uma limitação que incorre do controle de força no lugar de deslocamento em
modelos não-lineares é que desta forma não é possível obter o prolongamento da curva
carga x deslocamento após pico, uma vez que a carga atinge um máximo no ensaio.
Enquanto isso, controlando-se os deslocamentos no ensaio ou processamento do modelo,
é possível captar eventuais resistências residuais após um máximo valor de força atingido.
Os resultados da distribuição de carga ao longo do apoio mais próximo, bem
como das tensões principais na mesma e dos deslocamentos verticais ao longo do eixo
longitudinal central do elemento, foram tomados a partir das regiões de controle conforme
especificados na Figura 12.
Enquanto no item 3.2 é discutido a influência apenas da plastificação do aço em
relação ao modelo linear, nos itens posteriores o modelo não-linear faz referência ao
2
7
modelo com comportamento elastoplástico-perfeito para o aço e plasticidade e dano no
concreto.

Apoio Esquerdo Eixo Longitudinal


Figura 12 – Regiões de controle dos resultados.

3.2. Influência isolada da Plastificação do Aço

Assumindo um modelo elastoplástico perfeito do aço por simplificação, verificou-


se a influência desta não linearidade no comportamento do modelo não-linear. Verificou-
se que para o deslocamento prescrito de 25 mm atingiu-se plastificação da armadura
longitudinal inferior em grande extensão. Entretanto, observou que a carga necessária a
esse deslocamento pouco diferiu em relação ao modelo linear (1,635%). A Figura 13
apresenta a distribuição de plastificação da armadura longitudinal inferior no modelo não
linear apenas com não linearidade do aço.

Figura 13 – Tensão de Von Mises na armadura.


2
8
3.3 Curvas Carga-Deslocamento

A Figura 14 apresenta a curva carga-deslocamento aplicando-se a força máxima de


ensaio de 800 KN aos modelos linear e não-linear. Observa-se que a carga máxima não
foi atingida no modelo não-linear, que apresentou grande curvatura após a carga de 300
kN.
Uma vez que a carga máxima prevista de ensaio não foi atingida, decidiu-se para
melhor avaliar os resultados analisar o comportamento dos modelos para um mesmo
deslocamento vertical máximo da região de aplicação da carga obtida no modelo não-
linear, neste caso cerca de 3 mm. O resultado da curva está apresentado na Figura 15.

900
800
700
600
F (kN)

500
400
300
200
100
0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5
D (mm)

Não-Linear Linear

Figura 14 – Curva Carga Deslocamento aplicando Força de 800 kN.

2000

1500
F (kN)

1000

500

0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5
Não-Linear Linear
D (mm)
Figura 15 – Curva Carga Deslocamento para Deslocamento prescrito de
3,1 mm.
2
9

Da Figura 14 e Figura 15 observa-se que a carga máxima obtida no modelo não-


linear é cerca de 75% do obtido experimentalmente (600 kN MEF x 800 kN
Experimental). Essa diferença de resultado deve estar associada a influência dos
parâmetros não calibrados do modelo CDP nesta fase da pesquisa.
3
0
3.4 Reações de apoio na proximidade de aplicação da carga.

A Figura 16 e Figura 17 apresentam as distribuições de reações de apoio ao longo


do apoio mais próximo nas situações de carga aplicada no valor de 40 tf (Figura 16) e de
deslocamento prescrito aplicado de 3 mm (Figura 17).

25
20
15
R (KN)

10
5
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
-5
Z (m)

Não-Linear Linear

Figura 16 – Curva de reações de apoio verticais ao longo do apoio mais


próximo para a mesma carga aplicada de 40 tf.

Reação de Apoio
100
80
60
R (kN)

40
20
0
-20 0 0.5 1 1.5 2 2.5
Z (m)

Linear Não-Linear

Figura 17 – Curva de reações de apoio verticais ao longo do apoio mais


próximo para o deslocamento prescrito de 3 mm.

Da Figura 16 observa-se que para a mesma carga de 40 tf aplicada nos dois


modelos os resultados foram semelhantes, provavelmente por não solicitar fortemente as
não-linearidades dos materiais. Na Figura 17 as diferenças de resultados são mais
pronunciadas, indicando maior influência das não-linearidades dos materiais.
3
1
3.5. Tensões Principais Máximas e Mínimas

As Figura 18 e Figura 19 apresentam a distribuição de tensões principais máximas


e mínimas no apoio mais próximo da aplicação da carga em duas situações: (1) aplicação
de carga no valor de 40 tf (400 kN) e (2) aplicação de deslocamento prescrito de 3 mm
na região da carga. Nas Figura 18 e Figura 19 ‘S’ representa a tensão e Z a posição ao
longo da direção z no apoio.
Observa-se na Figura 18 que as diferenças de resultados de tensões principais
máximas para a carga aplicada de 40 tf foram relativamente pequenas. Na Figura 19 as
diferenças de resultados foram mais pronunciadas principalmente no que se refere as
tensões principais mínimas (compressão), o que era esperado por se tratar de uma região
onde a ordem de grandeza das tensões de compressões tende a ser maior que as de tração.
Outro ponto que merece nota é que para o deslocamento prescrito aplicado de 3
mm os efeitos da não-linearidade do material tende a se pronunciar com maior
intensidade, o que deve causar o maior afastamento em relação aos resultados lineares.
Este resultado era esperado uma vez que no modelo linear o deslocamento prescrito de
3mm equivale a 1782 kN, enquanto que no modelo linear equivale a uma carga de
aproximadamente 560 kN.

-2
S (MPa)

-4

-6

-8

-10
0 0.5 1 1.5 2 2.5
Z (m)

S,max-Não-Linear S,min-Não-Linear
S,max-Linear Smin-Linear

Figura 18 – Tensões Principais Máximas e Mínimas para carga de 400 kN.


3
2
5
0
-5
-10
S (MPa)

-15
-20
-25
-30
-35
0 0.5 1 1.5 2 2.5
Z (m)

S,max-Linear S-max-Não-Linear
S,min-Linear S,min-Não-Linear

Figura 19 – Tensões Principais Máximas e Mínimas para o deslocamento


prescrito de 3 mm.
3
3
3.6. Deslocamento verticais ao longo do eixo central da placa

As Figura 20 e Figura 21 apresentam os resultados dos deslocamento vertical ao


longo do meio do vão da placa nas situações: (1) carga de 40 tf e (2) deslocamento
prescrito de 3 mm na região da carga.
Observa-se do exposto um comportamento contrário ao observado anteriormente.
Ou seja, na situação de controle da carga os deslocamentos apresentaram maior
pronunciamento das diferenças em relação ao controle de deslocamento. Este resultado é
coerente com o fato de que, aplicando-se um deslocamento prescrito ao menos a deforma
das estruturas tende a ser semelhante. Entrentanto, observa-se na Figura 20 que este
comportamento não foi válido na região de simulação da continuidade da laje (engaste).

0.6
0.4
0.2
0
D (mm)

-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
-1.2
0 1 2 3 4 5
Posição X

Não-Linear Linear

Figura 20 – Deslocamentos ao longo do vão para a carga de 40 tf.

3
2
1
D (mm)

0
-1
-2
-3
-4
-5
0 1 2 3 4 5
X (m)

Linear Não-Linear

Figura 21 – Deslocamentos verticais ao longo do vão para o deslocamento


prescrito de 3mm na região da carga.
3
4
3.7 Análise dos Resultados ao Longo da Espessura da Placa no Plano XY para uma
carga aplicada de 400 kN

Os resultados desta seção referem-se a carga de 40 tf aplicada na região de


carregamento. A Figura 22 apresenta os resultados das tensões principais máximas e
mínimas ao longo da espessura da laje em uma seção de corte no plano XY. Da Figura
22 observam-se as bielas de compressão que correspondem a uma estimativa do
caminhamento de cargas.

a)

b)
Figura 22 – Tensões principais máximas e mínimas ao longo da espessura
da laje no plano XY.

A Figura 23 apresenta a plastificação máxima e mínima principal ao longo da


seção da laje no plano XY, com detalhe para a região do apoio mais próximo, onde se
verifica grande padrão de fissuração na região abaixo da aplicação da carga, coerente com
as tensões de tração que se desenvolvem nessa região.
Vale salientar que a plastificação do concreto é um termo mais usado para
compressão, enquanto que para tração interpretou-se a plastificação como intensidade de
fissuração.
3
5

a)

b)

c)
Figura 23 – Plastificação da laje no modelo não-linear para a carga de 40
tf.
3
6
3.8 Análise dos Resultados ao Longo da Espessura da Placa no Plano ZY para uma
carga aplicada de 400 kN

As análises dos resultados ao longo da espessura da placa foram tomadas em duas


seções de corte: (1) apoio mais próximo no plano ZY e (2) centro da carga no plano ZY.
A Figura 24 apresenta os resultados de tensões principais máximas e mínimas, além da
distribuição de reações de apoio na placa de concreto na seção que passa pelo apoio mais
próximo. A Figura 25 apresenta os resultados de tensões principais máximas e mínimas,
além da distribuição de reações de apoio na placa de concreto na seção que passa pelo
centro de aplicação da carga.

a)

b)

c)
Figura 24 – Seção que passa pelo apoio mais próximo no plano ZY.
3
7

a)

b)

c)
Figura 25 – Seção que passa pelo centro da aplicação da carga no plano
ZY.
3
8
3.9 Análise dos Resultados ao Longo da Espessura da Placa no Plano XY para
um deslocamento prescrito de 3 mm na região da carga

A Figura 26 apresenta a distribuição de tensões principais máximas e mínimas


ao longo da espessura no plano XY do centro da placa. Da Figura 26 pode-se observar a
formação de bielas de compressão para transferência de carga ao apoio.

a)

b)
Figura 26 – Análise das tensões principais máximas ao longo da espessura
no plano XY.

A Figura 27 apresenta o padrão de plastificação na seção para as tensões de


compressão e região de potencial fissuração devido as tensões de tração. Da Figura 27
observa-se que este fenômeno tende a ser mais intenso na região de aplicação da carga
principal.
3
9

a)

b)
Figura 27 – Análise da plastificação ao longo da espessura ao longo da
espessura da laje no plano XY.
4
0
3.10 Análise dos Resultados ao Longo da Espessura da Placa no Plano ZY para
uma deslocamento prescrito de 3 mm na região da carga

A Figura 28.a e Figura 28.b apresentam a distribuição de tensões principais


máximas e mínimas ao longo da espessura numa seção passando pela região do apoio
(Plano ZY), a partir da qual pode-se estimar a zona de maior influência em termos de
propagação de carga em direção ao apoio. Figura 28.c apresenta a distribuição de reações
de apoio ao longo da espessura da seção.

a)

b)

c)
Figura 28 – Análise da distribuição de tensões máximas e reações de apoio
ao longo da espessura na seção do apoio no plano ZY.
As Figura 29.a e Figura 29.b apresenta os resultados da distribuição de tensões
principais máximas e mínimas ao longo da espessura em uma seção que passa pelo centro
de aplicação da carga.
4
1

a)

b)
Figura 29 – Distribuição de tensões principais máximas e mínimas ao
longo da espessura na seção da carga no plano ZY.

a)

b)
Figura 30 – Zonas de plastificação da seção ao longo da espessura na seção
da carga no plano ZY.
4
2
A Figura 30 apresenta os resultados de plastificação/padrão de fissuração da
placa de concreto na mesma seção. A partir das figuras supracitadas pode-se visualizar a
propagação de carga a partir da seção de aplicação da mesma.
A Figura 31 apresenta a distribuição horizontal de tensões principais máximas e
mínimas da placa de concreto objetivando compreender melhor a propagação horizontal
de cargas em direção ao apoio mais próximo. Da Figura 31 observa-se que o ângulo de
45° recomendo pelo Model Code (2010) representa bem este fenômeno.

a)

b)
Figura 31 – Propagação horizontal de carga.
4
3
3.11 Influência das Não Linearidades dos Materiais e dos Danos

A Figura 32 apresenta curvas carga-deslocamento para melhor visualizar a


influência de cada material de comportamento não-linear inserido nos modelos. Parte-se
de uma análise linear com uma carga de 320 kN e traçou-se a primeira curva carga-
deslocamento no centro de aplicação da carga. Posteriormente incorporou-se um modelo
elastoplástico perfeito para o aço e observou-se pouca influência nos resultados,
provavelmente pelo nível de solicitação do problema.
Em seguida inseriu-se o modelo Concrete Damage Plasticity com os dados
referentes ao comportamento de tensão-deformação na compressão e tração (Com+Tra).
A partir desta última não linearidade já observou-se mudança significativa da curva carga-
deslocamento. Em seguida tratou-se de incorporar ao modelo o dano na compressão
(Dano Com) e posteriormente o dano na tração (Dano Tra). Destes últimos incrementos
de informações no CDP não foram observadas mudanças significativas nos resultados
para este nível de solicitação.

500
450
400
350
300
F (kN)

250
200
150
100
50
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
D (mm)
Comp + Tra + Dano Com +Dano Tra
Comp+Tra+Dano Comp
Comp+Tra
Plast Aço
Linear

Figura 32 – Influência de cada não-linearidade


4
4
3.12 Influência de Análise Não-Linear Quase Estática (Dinâmica Implítica x
Dinâmica Explicita)

No intuito de estudar a possibilidade de análises futuras através de simulações


quase estáticas, ou seja, com formulações do programa envolvendo dinâmica, foram
comparados os resultados obtidos de modelos dinâmicos quase estáticos básicos com o
resultado experimental de referência. Este procedimento foi investigado pela abordagem
deste tipo de problema com o mesmo método por Genikomsou et al. (2015).
Para a análise quase estática foi necessário alterar o tipo de processamento para
as análises dinâmicas implícitas (condicionalmente estáveis) e explícitas
(incondicionalmente estáveis). Além desta alteração também foi necessário alterar a
biblioteca de elementos utilizada na malha de elementos finitos. Desta forma utilizou-se
os elementos hexagonais lineares com integração reduzida (C3D8R), as armaduras foram
modeladas com elementos lineares de ordem geométrica linear (T3D2).
Com estas alterações foi possível processar os modelos com cargas mais
elevadas e grande ganho de velocidade de processamento. Isto ocorre em virtude das
matrizes de rigidez serem apenas atualizadas a cada incremento de tempo, sem
necessidade do programa resolver o equilíbrio a cada incremento de carga.
Da Figura 33 observa-se que o modelo com análise dinâmica explícita resultou
em melhor processamento no que se refere à extensão da curva. Além disso, observa-se
que a carga máxima obtida no modelo quase estático explícito foi mais próxima da carga
máxima obtida experimentalmente.
1000
900
800
700
600
F (kN)

500
400
300
200
100
0
-5 0 5 10 15 20 25
D (mm)

Experimento Dinâmica Explicit Dinâmica Implicit

Figura 33 – Método Dinâmico Implícito x Explícito


4
5
Na Figura 33 foi tabulada um gráfico linear de amplitude crescendo de 0 à 1 ao
longo do procedimento. Inicialmente para a análise quase-estática foi estudado o método
Smooth de amplitude. Posteriomente decidiu-se investigar o efeito do método tabular com
os mesmos dados de entrada. Observa-se na Figura 34 que diferenças significativas nos
resultados foram obtidas, sendo notado que no método que representa o comportamento
quase-estático (smooth) a carga máxima atingida foi menor que no método dinâmico
tradicional (tabular), o que está coerente com a teoria no sentido de que ensaios estáticos
tendem a danificar mais os materiais ao longo do experimento e por isso atingir cargas
menores nestes modelos.
Mais estudos serão feitos posteriormente no sentido de tentar viabilizar o uso de
modelos quase-estáticos nas análises, uma vez que estas apresentaram vantagens
interessantes em relação aos modelos estáticos propriamente ditos. Além disso, como as
cargas concentradas estudadas neste trabalho são oriundas de cargas móveis, este é outro
ponto que pode justificar a análise posteriormente.

1000
900
800
700
600
F (kN)

500
400
300
200
100
0
-5 0 5 10 15 20 25
D (mm)

Experimento F-U-Tabular F-U-Smooth

Figura 34 – Método Smooth (Quase Estático) x Tabular (Dinâmico


Convencional)
4
6
CONCLUSÕES

Do estudo realizado com os modelos incorporando não-linearidades, sejam elas


geométricas (não presentes neste estudo) ou materiais, as seguintes conclusões são
expressas:
 Nos modelos não-lineares, pela necessidade de montar a matriz de rigidez e
resolver as equações de equilíbrio a cada iteração, exige-se um esforço
computacional bastante elevado, o que pode necessitar, como neste trabalho, na
simplificação do modelo através de mudanças na discretização da malha de
elementos finitos.
 A escolha do modelo constitutivo que represente as não-linearidades existentes
no comportamento do material, principalmente no caso do concreto, que é um
material de comportamento bastante peculiar, exige uma série de parâmetros que
devem ser usados com cautela e conhecimento do significado e influência nas
simulações.
 As não linearidades do comportamento do aço influenciam menos que as do
concreto, o que reforça a idéia de maior complexidade dos mecanismos de
resistência solicitados no concreto.
 Os parâmetros do CDP necessitam ser calibrados para fornecer uma resposta
mais acurada para os resultados ao se comparar a carga máxima obtida no
modelo com a que ocorreu no experimento, fase do estudo que deverá ser
contemplada na parametrização dos modelos.
 Os efeitos da não-linearidade geométrica foram pouco significativos no presente
estudo, o que é coerente com a magnitude dos deslocamentos desenvolvidos no
modelo não-linear (cerca de 3 mm).
4
7
REFERÊNCIAS

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11) and commentary. Farmington Hills, MI, American Concrete Institute.
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4
8
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