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NORMA ABNT NBR


BRASILEIRA 16935
Primeira edição
18.02.2021

Projeto de estruturas de concreto reforçado com


fibras — Procedimento
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Design of fiber reinforced concrete structures — Procedure

ICS 91.080.40 ISBN 978-65-5659-799-7

Número de referência
ABNT NBR 16935:2021
27 páginas

© ABNT 2021
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Sumário Página

Prefácio.................................................................................................................................................v
Introdução............................................................................................................................................vi
1 Escopo.................................................................................................................................1
2 Referências normativas......................................................................................................1
3 Termos e definições............................................................................................................1
4 Simbologia...........................................................................................................................2
5 Propriedades do concreto reforçado com fibras (CRF)..................................................4
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5.1 Gerais...................................................................................................................................4
5.2 Resistências........................................................................................................................5
5.2.1 Resistência à compressão.................................................................................................5
5.2.2 Resistência à tração............................................................................................................5
5.2.3 Relações mínimas entre resistências...............................................................................6
5.3 Diagrama de tensão-abertura de fissura (ELU)................................................................6
5.4 Diagramas de tensão-deformação (ELU) específicos para elementos de placa com
interface com o meio elástico............................................................................................8
5.4.1 Momento resistente da seção reforçada somente com fibras........................................8
5.4.2 Momento resistente da seção reforçada com fibras e armadura para As ≤ 0,15 % A...10
5.4.3 Momento resistente da seção reforçada com fibras e armadura para As > 0,15 % A... 11
5.5 Leis constitutivas para análise numérica.......................................................................12
5.6 Coeficientes de ponderação ...........................................................................................12
6 Estruturas de concreto reforçado com fibras................................................................13
6.1 Requisitos gerais..............................................................................................................13
6.2 Classificação conforme geometria e função estrutural................................................13
6.3 Classificação conforme o método de produção............................................................13
6.4 Classificação conforme o método de análise estrutural...............................................13
6.4.1 Generalidades....................................................................................................................13
6.4.2 Análise linear.....................................................................................................................13
6.4.3 Análise plástica.................................................................................................................14
6.4.4 Análise não linear..............................................................................................................14
6.4.5 Análise por meio de modelos físicos..............................................................................14
6.5 Princípios de projeto.........................................................................................................15
7 Dimensionamento no estado-limite último (ELU)..........................................................16
7.1 Elementos lineares sujeitos a solicitações normais.....................................................16
7.2 Elementos lineares sujeitos à força cortante.................................................................16
7.2.1 Elementos lineares somente com CRF, sem armaduras longitudinal e transversal.....16
7.2.2 Elementos lineares com CRF, com armadura longitudinal e sem armadura
transversal.........................................................................................................................17
7.2.3 Elementos lineares com CRF, com armadura longitudinal e com armadura
transversal.........................................................................................................................18
7.2.4 Armadura mínima de cisalhamento.................................................................................18
7.3 Elementos lineares sujeitos à torção e cortante............................................................18

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7.4 Elementos de superfície sujeitos a solicitações normais – Painéis ...........................18


7.4.1 Generalidades....................................................................................................................18
7.4.2 Painéis sem armadura longitudinal.................................................................................18
7.4.3 Painéis com armadura longitudinal.................................................................................18
7.5 Elementos de superfície sujeitos a solicitações normais – Placas.............................19
7.5.1 Placas sem armadura longitudinal..................................................................................19
7.5.2 Placas com armadura longitudinal..................................................................................19
7.5.3 Placas sem armadura longitudinal apoiada em meio elástico.....................................19
7.5.4 Análise não linear..............................................................................................................20
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7.6 Elementos de superfície sujeitos a força cortante........................................................21


7.6.1 Cisalhamento em placas somente com CRF..................................................................21
7.6.2 Cisalhamento em placas com armadura longitudinal...................................................21
7.7 Elementos de superfície sujeitos a punção....................................................................21
7.7.1 Punção em placas somente com CRF ou com CRF e armadura de punção...............21
8 Verificação no estado limite de serviço (ELS)................................................................22
8.1 Limitação de tensão..........................................................................................................22
8.2 Abertura de fissuras em elementos estruturais com armadura convencional...........22
8.3 Reforço mínimo para controle de fissuras.....................................................................25
9 Especificação do CRF.......................................................................................................25
10 Controle da qualidade do CRF.........................................................................................26
Bibliografia..........................................................................................................................................27

Figuras
Figura 1 – Comportamentos de softening e hardening do CRF sob tração direta........................5
Figura 2 – Curva de força – CMOD.....................................................................................................5
Figura 3 – Leis constitutivas de pós-fissuração...............................................................................6
Figura 4 – Modelo simplificado adotado para determinação de fFtu, por meio de fR3..................7
Figura 5 – Diagrama de deformação e tensões nas seções para o modelo linear........................7
Figura 6 – Lei constitutiva linear pós-fissuração do CRF................................................................8
Figura 7 – Diagramas de distribuição de tensões axiais e deformações da seção reforçada
somente com fibras............................................................................................................9
Figura 8 – Diagramas de distribuição de tensões axiais e deformações da seção reforçada
com fibras + armaduras (para As ≤ 0,15 % A).................................................................10
Figura 9 – Diagramas de distribuição de tensões axiais e deformações da seção reforçada
com fibras + armaduras (para As > 0,15 % A)................................................................ 11
Figura 10 – Curva típica de carga-deslocamento vertical para estrutura de CRF.......................15
Figura 11 – ELU para momento fletor e força normal – Diagrama simplificado com λ e αc........16
Figura 12 – Área efetiva de concreto tracionado............................................................................23
Figura 13 – Distribuição de deformações e tensões de uma viga de CRF, no ELS.....................24

Tabela
Tabela 1 – Coeficientes de ponderação para os materiais no ELU...............................................12

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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.


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A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT NBR 16935 foi elaborada no Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002) pela
Comissão de Estudo de Estruturas de Concreto Reforçado com Fibras (CE 002:124.026). O Projeto
circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 12, de 21.12.2020 a 03.02.2021.

Esta ABNT NBR 16935:2021 não se aplica aos projetos de construção que tenham sido protocolados
para aprovação no órgão competente pelo licenciamento anteriormente à data de sua publicação
como Norma Brasileira, bem como àqueles que venham a ser protocolados no prazo de 180 dias após
esta data.

O Escopo em inglês da ABNT NBR 16935 é o seguinte:

Scope
This Standard establishes the requirements of the mechanical performance for structures of Fiber
Reinforced Concrete (FRC) for acting alone or in conjunction with the reinforcements, for structural
elements and slabs with capacity for redistributing efforts considering the interface with elastic base,
dimensioned and verified in the Ultimate Limit State (ELU) and Service Limit State (ELS).

This Standard applies to fiber-reinforced concrete structures, identified by a dry specific mass greater
than 2 000 kg/m3, not exceeding 2 800 kg/m3, of resistance group I (C20 to C50), according to
ABNT NBR classification 8953.

This Standard establishes the specific requirements related to the design of fiber reinforced concrete
structures, in addition to the general requirements of ABNT NBR 6118.

This Standard does not include requirements applicable for the design of tunnel lining made of fiber
reinforced shotcrete.

This Standard does not include requirements applicable for avoiding limit states caused by certain
types of actions such as earthquakes, impacts, explosions and fire.

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Introdução

O concreto reforçado com fibras (CRF) é um material compósito, caracterizado por uma matriz
cimentícia com fibras descontínuas estáveis em meio alcalino.

As fibras utilizadas como reforço estrutural melhoram o comportamento do CRF no estado-limite


último (ELU) e no Estado Limite de Serviço (ELS), podendo reforçar totalmente ou em conjunto com
armadura passiva ou ativa.
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NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 16935:2021

Projeto de estruturas de concreto reforçado com fibras — Procedimento

1 Escopo
Esta Norma estabelece os requisitos de desempenho mecânico para estruturas de concreto reforçado
com fibras (CRF) para atuação isolada ou em conjunto com as armaduras, para elementos estruturais
e placas que apresentem capacidade de redistribuição de esforços considerando a interface com meio
elástico, dimensionados e verificados no estado-limite último (ELU) e no estado-limite de serviço (ELS)
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Esta Norma se aplica às estruturas de concreto reforçado com fibras, identificadas por massa específica
seca maior do que 2 000 kg/m3, não excedendo 2 800 kg/m3, do grupo I de resistência (C20 a C50),
conforme classificação da ABNT NBR 8953.

Esta Norma estabelece os requisitos específicos relativos ao projeto de estruturas de concreto


reforçado com fibras, em complemento aos requisitos gerais da ABNT NBR 6118.

Esta Norma não se aplica aos requisitos para o dimensionamento de revestimento de túneis executados
em concreto projetado reforçado com fibras.

Esta Norma não se aplica aos requisitos para evitar os estados-limite gerados por certos tipos de
ações, como sismo, impacto, explosões e fogo.

2 Referências normativas
Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento
(incluindo emendas).

ABNT NBR 6118, Projeto de estruturas de concreto – Procedimento

ABNT NBR 16938, Concreto reforçado com fibras – Controle da qualidade

ABNT NBR 16940, Concreto reforçado com fibras – Determinação da resistência à tração por flexão
(limite de proporcionalidade e residual) – Método de ensaio

ABNT NBR 8953, Concreto para fins estruturais – Classificação pela massa específica, por grupos de
resistência e consistência

3 Termos e definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR 6118 e os seguintes.

3.1
concreto reforçado com fibras (CRF)
material compósito, caracterizado por uma matriz de concreto estrutural com fibras descontínuas

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3.2
elementos de concreto reforçado com fibras
elementos estruturais elaborados com concreto reforçado com fibras que não possuem qualquer tipo
de armadura

3.3
elementos de concreto reforçado com fibras em conjunto com armaduras
elementos estruturais elaborados com concreto reforçado com fibras e armaduras passivas ou ativas

3.4
elementos de placas com capacidade de redistribuição de esforços com um meio elástico
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elementos estruturais bidimensionais elaborados com concreto reforçado com fibras com cargas
aplicadas perpendiculares ao seu plano, que considerem interações com um meio elástico

3.5
fibras descontínuas estáveis em meio alcalino
material de formato linear cortado longitudinalmente em comprimentos uniformes e que mantenham
as propriedades mecânicas necessárias quando submetido ao ambiente alcalino

3.6
comportamento softening
comportamento mecânico pós-fissuração do concreto reforçado com fibras em que a manutenção de
carga fica abaixo da carga de limite de proporcionalidade

3.7
comportamento hardening
comportamento mecânico pós-fissuração do concreto reforçado com fibras em que a manutenção de
carga fica acima da carga de limite de proporcionalidade

3.8
crack mouth opening displacement
CMOD
medida da abertura da face inferior do entalhe no ensaio de tração na flexão do concreto reforçado
com fibras

3.9
limite de proporcionalidade
valor da força de tração considerada como o limite de proporcionalidade entre a tensão e a deformação
do concreto reforçado com fibras

3.10
resistência residual à tração
valor da resistência correspondente à força residual pós-fissuração da matriz do concreto reforçado
com fibras

4 Simbologia
Para os efeitos desta Norma, aplica-se a seguinte simbologia.

F Força

F1, F2, F3, F4 Forças correspondentes respectivamente aos CMOD1, CMOD2, CMOD3, CMOD4

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Fcr Força de formação da fissuração

Fmax Força máxima

CMOD Medida da abertura do entalhe

fL Resistência à tração na flexão do CRF (limite de proporcionalidade)

fLk Resistência característica à tração na flexão do CRF

fLm Resistência média à tração na flexão do CRF


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fct Resistência do concreto à tração direta

fctk Resistência característica do concreto à tração direta

fctm Resistência média do concreto à tração direta

fck Resistência característica à compressão do concreto

fR Resistência residual à tração na flexão do CRF

fR1 Resistência residual à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD1 = 0,5 mm

fR2 Resistência residual à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD2 = 1,5 mm

fR3 Resistência residual à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD3 = 2,5 mm

fR4 Resistência residual à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD4 = 3,5 mm

fR1k Resistência residual característica à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD1

fR2k Resistência residual característica à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD2

fR3k Resistência residual característica à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD3

fR4k Resistência residual característica à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD4

fR1m Resistência residual média à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD1

fR2m Resistência residual média à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD2

fR3m Resistência residual média à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD3

fR4m Resistência residual média à tração na flexão do CRF correspondente ao CMOD4

fFtu Resistência à tração direta do CRF, valor último

fFtum Resistência média à tração direta do CRF, valor último

fFtuk Resistência característica à tração direta do CRF, valor último

fFtud Resistência de cálculo à tração direta do CRF, valor último

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fFtud,mod Resistência de cálculo à tração direta do CRF, valor último modificado

fFts Resistência à tração direta do CRF, valor de serviço

fFtsm Resistência média à tração direta do CRF, valor de serviço

fFtsk Resistência característica à tração direta do CRF, valor de serviço

fFtsd Resistência de cálculo à tração direta do CRF, valor de serviço

fFtsd,mod Resistência de cálculo à tração direta do CRF, valor de serviço modificado


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σ Tensão

ε Deformação

δ Deslocamento

w Abertura de fissura

wu Abertura de fissura última

εELS Deformação correspondente ao estado-limite de serviço do CRF

εELU Deformação correspondente ao estado-limite último do CRF

εFu Deformação última do CRF

γ Coeficiente de ponderação

5 Propriedades do concreto reforçado com fibras (CRF)


5.1 Gerais

A matriz de concreto sem adição de fibras apresenta comportamento frágil quando comparada à
matriz de CRF, tendo baixa capacidade de resistência das seções e baixas deformações quando
submetidas a esforços de tração, e praticamente não apresentando deformações plásticas.

A adição de fibras descontínuas e aleatoriamente distribuídas na matriz atua como reforço estrutural
e possibilita o controle da abertura e da propagação de fissuras no concreto, alterando o seu
comportamento mecânico após a ruptura da matriz, aumentando a capacidade de absorção de energia
do concreto e diminuindo o nível de fragilidade do material.

O comportamento mecânico pós-fissuração do CRF submetido à tração direta, pode ser caracterizado
conforme a Figura 1. A Figura 1 indica que, após a fissuração da matriz de concreto (Fcr), a curva
de força versus o deslocamento do CRF pode assumir dois tipos de comportamento: (a) softening,
caracterizado pela redução gradual dos valores de força abaixo da força Fcr, (b) hardening,
caracterizado pelo aumento inicial dos valores de força (F) com múltipla fissuração antes de se atingir
a força máxima (Fmáx.).

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a) Comportamento de softening b) Comportamento de hardening

Figura 1 – Comportamentos de softening e hardening do CRF sob tração direta

5.2 Resistências

5.2.1 Resistência à compressão

Pode-se considerar que, em geral, as relações de compressão válidas para concreto simples (sem
fibras) se aplicam também ao CRF.

5.2.2 Resistência à tração

As resistências à tração indiretas (resistência à tração na flexão) do CRF (fL, fR1, fR2, fR3 e fR4)
são determinadas por meio de ensaio de flexão em corpos de prova com entalhe, conforme a
ABNT NBR 16940 (ver Figura 2).

Figura 2 – Curva de força – CMOD

As resistências à tração direta (fFtu e fFts) do CRF são obtidas de acordo com 5.3 ou por meio de
análise inversa.

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5.2.3 Relações mínimas entre resistências

As aplicações estruturais do CRF são baseadas nas resistências residuais fR1, fR2, fR3 e fR4.

A substituição total ou parcial da armadura convencional nas peças de concreto dimensionadas no


estado-limite último com CRF pode ser feita, se as seguintes relações forem atendidas:

fR1k / fLk ≥ 0,40

fR3k /fR1k ≥ 0,50


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5.3 Diagrama de tensão-abertura de fissura (ELU)

O diagrama de tensão–abertura de fissura sob tração direta é definido pelo comportamento pós-
fissuração do CRF, que deve ser aplicado no ELU.

Duas hipóteses de leis constitutivas podem ser utilizadas para aplicação em seções solicitadas
normalmente à tração, que podem ser extraídas a partir de ensaios de flexão. O modelo rígido-
plástico e o modelo linear, considerando o comportamento pós-fissuração de hardening ou softening,
conforme Figura 3, na qual fFts representa a resistência à tração direta de serviço do CRF e fFtu
representa a resistência à tração direta última do CRF. As linhas tracejadas e contínuas se referem ao
comportamento pós-fissuração tipificado como de hardening e softening, respectivamente.

a) Modelo rígido-plástico b) Modelo linear

Figura 3 – Leis constitutivas de pós-fissuração

O modelo rígido-plástico utiliza como valor de referência único, fFtu, o valor baseado no comportamento
último dado pela equação a seguir:
f
fFtu = R3
3
O modelo considera a equivalência estática, mostrada na Figura 4. O valor de fFtu resulta do pressuposto
de que toda resistência de compressão é concentrada na parte superior da seção. Assim, o momento
resistente é dado pela equação a seguir:
f b h2 fFtu b h2
MU = R3 =
6 2
onde

b é a largura da seção transversal

h é a altura da seção transversal

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Figura 4 – Modelo simplificado adotado para determinação de fFtu, por meio de fR3

O modelo linear utiliza dois valores de referência, obtidos por meio das seguintes equações:

fFts = 0,45 fR1

wu
fFtu = fFts − ( fFts − 0, 5fR3 + 0, 2fR1 ) ≥ 0
CMOD3

onde

wu é a abertura de fissura última para o valor de CMOD considerada no projeto, expressa em


milímetros (mm).

A equação para obtenção de M com wu = CMOD3 é obtida a partir do diagrama de tensão de tração
ao longo da seção, como mostra a Figura 5.

Figura 5 – Diagrama de deformação e tensões nas seções para o modelo linear

A equação para obtenção de fFtu com wu ≠ CMOD3 é uma reta, definida no intervalo das abscissas
entre CMOD1 e CMOD3, conforme Figura 6.

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CMOD3

Figura 6 – Lei constitutiva linear pós-fissuração do CRF

No modelo linear, os valores-limite de CMOD, de fFtu e fFts são respectivamente 2,5 mm e 1,5 mm. No
caso das estruturas previstas em 5.4, o valor-limite de CMOD pode ser de 3,5 mm.

5.4 Diagramas de tensão-deformação (ELU) específicos para elementos de placa com


interface com o meio elástico

Pode-se assumir alternativamente aos diagramas de 5.3 no estado-limite último (ELU), que a resistência
à tração direta na linha neutra é σr1 e na face mais tracionada é σr4 com distribuição trapezoidal entre
os dois pontos.

Os valores de σr1 e σr4 são obtidos pelas equações a seguir:

σr1 = 0,45 ∙ fR1

σr4 = 0,37∙ fR4

onde

fR1 é a resistência residual à tração na flexão em CMOD = 0,5 mm;

fR4 é a resistência residual à tração na flexão em CMOD = 3,5 mm.

5.4.1 Momento resistente da seção reforçada somente com fibras

O diagrama de distribuição de tensões axiais e deformações da seção reforçada somente com fibras
é apresentado na Figura 7.

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a) Tensões axiais b) Deformações

Legenda

h altura da seção
hux posição da linha neutra
T força.

Figura 7 – Diagramas de distribuição de tensões axiais e deformações da seção reforçada


somente com fibras

O momento resistente máximo no ELU é calculado com deformação máxima de compressão de 3,5‰
e deformação máxima de tração igual a 25 ‰, concomitantemente.

O momento resistente máximo, por metro de largura, é calculado pelas equações a seguir:
0, 877h 0, 877h h2
Mu = T21  + 0, 075h  + T22  + 0, 075h   γm → Mu = ( 0, 29σ r4 +0,16σ r1)
  2   3  γm

sendo

T21 = 0,88hσr4

T22 = 0,44h(σr1 ̶ σr4)

σr1 = 0,45 ∙ fR1

σr4 = 0,37 ∙ fR4

onde

h é a altura da seção;

γm é o coeficiente de ponderação do CRF.

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5.4.2 Momento resistente da seção reforçada com fibras e armadura para As ≤ 0,15 % A

Para situações combinadas (fibras + armaduras) com área de armadura As ≤ 0,15% da área da seção
transversal (A), o diagrama de distribuição de tensões axiais e deformações da seção reforçada com
fibras e armadura é apresentado na Figura 8.
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Legenda

(a) tensões axiais


(b) deformações
h altura da seção
hux posição da linha neutra
T força

Figura 8 – Diagramas de distribuição de tensões axiais e deformações da seção reforçada


com fibras + armaduras (para As ≤ 0,15 % A)

Com o escoamento da armadura, devido ao baixo percentual desta, o momento resistente máximo por
metro de largura deve ser calculado pela equação a seguir:
h2 Asfyk ( d − 0, 048h )
Mu = ( 0, 29σ r4 +0,16σ r1) +
γm γs

sendo

σr1 = 0,45 ∙ fR1

σr4 = 0,37 ∙ fR4

onde

h é a altura da seção;

γm é o coeficiente de ponderação do CRF;

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As é a área da seção da armadura longitudinal;

fyk é o valor característico da tensão de escoamento da armadura longitudinal;

d é a altura útil da seção;

γs é o coeficiente de ponderação do aço.

5.4.3 Momento resistente da seção reforçada com fibras e armadura para As > 0,15 % A

Para situações combinadas (fibras + armaduras) com área de armadura As > 0,15 % da área da
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seção transversal (A), o diagrama de distribuição de tensões axiais e deformações da seção reforçada
com fibras e armadura é apresentado na Figura 9.

 
Legenda

(a) tensões axiais


(b) deformações

Figura 9 – Diagramas de distribuição de tensões axiais e deformações da seção reforçada


com fibras + armaduras (para As > 0,15 % A)

Assumindo que a armadura escoa, hux pode ser encontrado com o equilíbrio:
0, 64hux fck = ( h − hux ) [ σr3 + 0, 5 ( σr1 − σr4 )] + Asfyk

Para proporcionar o adequado comportamento dúctil da seção, o valor de hux no ELU deve ser menor
do que 0,3 d.

Para esse percentual de armadura, esta irá escoar, assim, o momento resistente máximo por metro
de largura é calculado como:
Mu = [0, 5 ( σr1 − 4 )( h − hux )( 0, 28hux + 0, 33h )] γm + [ σr4 ( h − hux )( 0,11hux + 0, 5h )] γm
+ [ Asfyk ( d − 0, 39hux )] γm
sendo

σr1 = 0,45 ∙ fR1;

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σr4 = 0,37 ∙ fR4;

hux = 0,123.h.

onde

h é a altura da seção;

γm é o coeficiente de ponderação do CRF;

As é a área da seção da armadura longitudinal;


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fyk é o valor característico da tensão de escoamento da armadura longitudinal;

d é a altura útil da seção;

γs é o coeficiente de ponderação do aço.

Para assegurar a ductilidade na análise plástica, esta equação é válida apenas se hux < 0,3.d.

Assim, calcula-se Mu a partir de hux obtido para uma quantidade específica de As. Se necessário,
repete-se com valores maiores/menores de As até que se obtenha o valor de Mu a ser atingido.

5.5 Leis constitutivas para análise numérica

Para projeto baseado em análises numéricas, leis constitutivas de tensão-deformação à tração mais
avançadas são recomendadas, incluindo-se a resistência à tração de primeira fissura.

As resistências à tração direta (fFtu e fFts) do CRF podem ser obtidas por meio de análise inversa.
Neste caso, a curva de tensão-deformação do CRF à tração direta deve ser obtida por métodos
analíticos ou numéricos que aproximem, com o menor erro possível, da curva força-deslocamento
ou força-abertura de fissura (CMOD) obtida desses métodos com a curva média obtida do ensaio de
flexão em corpos de prova com entalhe, conforme a ABNT NBR 16940.

5.6 Coeficientes de ponderação

Os valores de cálculo dos parâmetros de resistência pós-fissuração do CRF a serem utilizados no


ELU devem ser obtidos pela equação a seguir:

fFtsd = fFtsk/γc e fFtud = fFtuk/γc

Os valores para os coeficientes de ponderação são dados na Tabela 1.

Tabela 1 – Coeficientes de ponderação para os materiais no ELU

Resistências Coeficientes

Resistência à compressão do CRF γc = 1,4

Resistência à tração do CRF γc = 1,5

Resistências residuais do CRF γc = 1,5

No ELS, os coeficientes de ponderação dos materiais podem ser admitidos iguais a 1,0.

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6 Estruturas de concreto reforçado com fibras


6.1 Requisitos gerais

As estruturas de CRF devem atender aos requisitos mínimos de qualidade (capacidade resistente,
desempenho em serviço e durabilidade), durante sua construção e uso, e aos requisitos adicionais
estabelecidos pelas partes interessadas.

A capacidade resistente consiste basicamente na segurança à ruptura.

O desempenho em serviço consiste na capacidade da estrutura de se manter em condições plenas


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de utilização durante sua vida útil, não podendo apresentar danos que comprometam em parte ou
totalmente o uso para o qual foi projetada.

A durabilidade consiste na capacidade da estrutura resistir às influências ambientais previstas


e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e pelo contratante, no início dos trabalhos de
elaboração do projeto, desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção especificados pelo
projetista e pelo construtor, bem como de execução de reparos necessários decorrentes de danos
acidentais.

6.2 Classificação conforme geometria e função estrutural

As estruturas de CRF podem ser divididas como a composição de elementos lineares e de superfície
(conforme ABNT NBR 6118) e elementos de volume.

6.3 Classificação conforme o método de produção

As estruturas de CRF podem ser classificadas em função de sua produção, podendo ser divididas
em estruturas de concreto moldado e estruturas de concreto projetado. Cada um desses métodos de
produção tem especificidades, principalmente em relação à adição de fibras ao concreto e, também,
para seu controle.

6.4 Classificação conforme o método de análise estrutural

6.4.1 Generalidades

O objetivo da análise estrutural é determinar os efeitos das ações em uma estrutura, com a finalidade
de efetuar verificações dos estados-limite últimos e de serviço.

A análise estrutural deve ser feita a partir de um modelo estrutural adequado ao objetivo da análise.
Em um projeto, pode ser necessário mais de um modelo estrutural para realizar as verificações
previstas nesta Norma.

As estruturas de CRF também podem ser classificadas em função do método de análise estrutural.
Assim, pode-se considerar como métodos de análise estrutural a análise linear, a análise plástica,
a análise não linear e a análise através de modelos físicos.

6.4.2 Análise linear

Na análise linear, admite-se o comportamento elástico-linear do CRF. Os valores para o módulo


de elasticidade e o coeficiente de Poisson podem ser adotados de acordo com o material concreto
simples, sem a adição de fibras. Este tipo de análise pode ser usado para verificações no estado-limite
último e estado-limite de serviço.

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Os esforços solicitantes decorrentes de uma análise linear podem servir de base para o dimensionamento
dos elementos estruturais no estado-limite último, mesmo que esse dimensionamento admita
a plastificação dos materiais, desde que se assegure ductilidade mínima às peças.

6.4.3 Análise plástica

A análise estrutural é considerada plástica quando as não linearidades puderem ser consideradas,
admitindo-se materiais de comportamento rígido-plástico perfeito ou elastoplástico perfeito. Este tipo
de análise deve ser usado apenas para verificações no estado-limite último.

A análise plástica de estruturas reticuladas não pode ser adotada quando:


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 a) se considera os efeitos de segunda ordem global;

 b) não houver suficiente ductilidade para que as configurações adotadas sejam atingidas.

No caso de carregamento cíclico com possibilidade de fadiga, deve-se evitar o cálculo plástico,
atendendo à ABNT NBR 6118.

6.4.4 Análise não linear

Na análise não linear, admite-se o comportamento não linear físico do CRF.

Nessa análise, a geometria da estrutura, a distribuição da armadura (quando houver) e o comportamento


mecânico do CRF precisam ser previamente conhecidos para que a análise não linear possa ser
efetuada, pois a resposta da estrutura depende das fibras como reforço (material, tipo e dosagem),
e de como ela foi armada.

Condições de equilíbrio, de compatibilidade e de ductilidade devem ser necessariamente atendidas.


Análises não lineares podem ser adotadas para verificações no estado-limite último e no estado-limite
de serviço.

6.4.5 Análise por meio de modelos físicos

Na análise por meio de modelos físicos, o comportamento estrutural é determinado a partir de ensaios
realizados com modelos físicos de CRF, considerando os critérios de semelhança mecânica.

A metodologia empregada nos experimentos deve assegurar a possibilidade de obter a correta


interpretação dos resultados. Neste caso, a interpretação dos resultados deve ser justificada por
modelo teórico de equilíbrio nas seções críticas e análise estatística dos resultados.

Se for possível uma avaliação adequada dos resultados, pode-se adotar as margens de segurança
da ABNT NBR 6118. Caso contrário, quando só for possível avaliar o valor médio dos resultados,
deve ser ampliada a margem de segurança referida nesta Norma, abrangendo a segurança e as
variabilidades avaliadas por outros meios.

Devem ser obtidos resultados para todos os estados-limite últimos e de serviço a serem empregados
na análise de projeto da estrutura.

Todas as ações, condições e possíveis influências que possam ocorrer durante a vida da estrutura
devem ser convenientemente reproduzidas nos ensaios.

Este tipo de análise é apropriado quando os modelos de cálculo forem insuficientes ou não forem
abrangidos por esta Norma.

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6.5 Princípios de projeto

Em todas as estruturas de CRF sem nenhuma armadura convencional, uma das seguintes condições
deve ser atendida:

δu ≥ 20 δELS

δPICO ≥ 5 δELS

onde
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δ u é deslocamento último correspondente à força última (Fu);

δPICO é o deslocamento de pico correspondente à carga máxima (Fmáx.);

δELS é o deslocamento de estado-limite de serviço de força obtida pela realização da análise


linear com hipótese de não fissuração na condição inicial.

Na Figura 10, são mostradas as forças e seus correspondentes deslocamentos.

Legenda

FELS arga correspondente ao δELS


FFIS arga correspondente ao δFIS
Fu carga correspondente ao δu
Fmáx carga correspondente ao δPICO
Fu deve ser maior do que FFIS e FELS.

Figura 10 – Curva típica de carga-deslocamento vertical para estrutura de CRF

No caso de elementos lineares sem armadura convencional, sujeitos a tração axial com pequena
excentricidade (sem tensões de compressão na seção), além das limitações vindas de δu ≥ 20 δELS
e δPICO ≥ 5 δELS, o CRF deve ter um comportamento similar ao de hardening sob tração.

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7 Dimensionamento no estado-limite último (ELU)


7.1 Elementos lineares sujeitos a solicitações normais

O dimensionamento de elementos lineares submetidos a solicitações normais oriundas de compressão,


flexão e flexo-compressão ou tração deve compatibilizar a capacidade resistente última da seção
transversal com os esforços solicitantes últimos.

O estado-limite último é atingido quando uma das seguintes condições é alcançada (ver Figura 11):

 a) máxima deformação de compressão no CRF, εcu;


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 b) máxima deformação de tração no aço (se existir), εsu;

 c) deformação última do CRF, εFu.

 
Figura 11 – ELU para momento fletor e força normal – Diagrama simplificado com λ e αc

O valor de εcu é assumido como no máximo igual a 3,5 %o.

O valor de εsu é assumido como no máximo igual a 10 %o.

Nos elementos estruturais somente de CRF e comportamento hardening, considerar o mesmo εFu,
assumindo-se que:

εFu = 20 %o, para distribuições de tensões variáveis ao longo da seção transversal;

εFu =10 %o para distribuições de tensões de tração constantes ao longo da seção transversal.

Um material é considerado hardening quando apresenta esse comportamento até pelo menos εFu = 10 ‰.

7.2 Elementos lineares sujeitos à força cortante

7.2.1 Elementos lineares somente com CRF, sem armaduras longitudinal e transversal

Quando o CRF for utilizado em elementos estruturais sem armadura longitudinal e transversal,
a tensão principal de tração, σ1, não pode ser maior do que a resistência à tração de projeto dada pela
equação a seguir:
f
σ1 ≤ Ftuk
γc
onde

fFtuk é a resistência característica à tração direta do CRF, considerando wu = 1,5 mm.

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7.2.2 Elementos lineares com CRF, com armadura longitudinal e sem armadura transversal

A resistência do elemento estrutural, em uma determinada seção transversal, deve ser considerada
satisfatória, quando verificada a seguinte condição:

Vsd ≤ VRd,f

0,18 13 
  fFtuk  
VRd,F =  ⋅ k ⋅ 100 ⋅ ρ1 ⋅  1 + 7, 5 ⋅  ⋅ fck  + 0,15 ⋅ σcp  ⋅ bw ⋅ d ≥ VRd,Fmín
 γ c   fctk   
sendo
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200
k = 1+ ≤ 2, 0 ;
d
ρ1 = Asl / bw . d;

σcp = Ned/Ac<0,2 fcd;

VRd,Fmín.= (νmín. + 0,15 σcp).bw.d;

νmín.= 0,035 . k3/2 .fck½ .

O valor de VRd,Fmín. é limitado superiormente pelo valor obtido pela equação a seguir:
f cotθ + cotα
VRd,máx. = kc ⋅ ck bw ⋅ z
γc 1 + cot 2 θ

kc = 0,5 . (30/fck)1/3 ≤ 0,5

onde Resistência característica à tração direta do CRF, valor último

γc é o coeficiente de ponderação do CRF;

d é a altura útil da seção transversal, expressa em milímetros (mm);

Asl é a área da seção transversal da armadura que se estende além da seção considerada
(≥lbd + d);

ρ 1 é a taxa de armadura longitudinal;

fFtuk resistência característica à tração direta do CRF, valor último, considerando wu = 1,5 mm

fctk resistência característica do concreto à tração direta;

fck é a resistência característica à compressão do concreto;

σcp é a tensão média na seção transversal de concreto (Ac) por ação de força axial (Ned) devida
ao carregamento ou a ações de pré-tensão (NFd>0 para compressão);

bw é a menor largura da seção transversal na zona de tração.

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7.2.3 Elementos lineares com CRF, com armadura longitudinal e com armadura transversal

A resistência do elemento estrutural, em uma determinada seção transversal deve ser considerada
satisfatória, quando verificada a seguinte condição:

Vsd ≤ VRd = VRd,F + Vsw

onde

Vsw conforme a ABNT NBR 6118.


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7.2.4 Armadura mínima de cisalhamento

A armadura mínima de cisalhamento convencional (estribos), conforme prevista na ABNT NBR 6118,
pode ser dispensada quando for utilizado o CRF e a seguinte condição for atendida:

fFtuk ≥ 0, 08 fck

sendo
wu
FFtu = fFts − ( fFts − 0, 5 ⋅ fR3 + 0, 2 ⋅ fR1 ) ≥ 0
CMOD3
onde

fFtuk é a resistência característica à tração direta do CRF, valor último, considerando wu = 1,5 mm;

fck é a resistência característica à compressão do concreto.

7.3 Elementos lineares sujeitos à torção e cortante

A presença de fibras aumenta a capacidade de resistência à torção, no entanto ainda não estão
disponíveis modelos para consideração em projeto. Assim, para essas aplicações, os modelos devem
ser comprovados por meio de experiências em elementos de tamanho real.

7.4 Elementos de superfície sujeitos a solicitações normais – Painéis

7.4.1 Generalidades

O dimensionamento de elementos de superfície submetidos a solicitações normais oriundas de flexão


e/ou compressão ou tração deve compatibilizar a capacidade resistente última da seção transversal
com os esforços solicitantes últimos, conforme 7.1.

7.4.2 Painéis sem armadura longitudinal

Para painéis sem armadura longitudinal carregados no plano, a verificação nos ELU e ELS deve ser
feita por meio de critério de ruptura biaxial, considerando as resistências à tração direta fFts ou fFtu, de
acordo com o estado-limite considerado.

7.4.3 Painéis com armadura longitudinal

Em estruturas com CRF, a contribuição das fibras como reforço pode ser levada em conta por meio
de análises de elementos finitos não lineares e modelo biela-tirante, utilizando-se as leis constitutivas
estabelecidas em 5.3 ou 5.5.

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7.5 Elementos de superfície sujeitos a solicitações normais – Placas

7.5.1 Placas sem armadura longitudinal

Quando a análise é linear, o momento solicitante de cálculo deve ser inferior a MRd obtido por meio
da equação a seguir:
f ⋅ t2
MRd = Ftud
2
onde
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MRd é o momento resistente de cálculo;

fFtud é a resistência de cálculo à tração direta do CRF;

t é a espessura da placa.

Este procedimento é válido para placas com predominância de solicitação de flexão, onde a verificação
da capacidade resistente deve ser feita com base no momento resistente MRd avaliado considerando
uma relação rígida plástica.

Quando uma análise de limite for realizada, o MRd pode ser admitido como valor de referência.

7.5.2 Placas com armadura longitudinal

Quando a análise é linear, o momento resistente de cálculo referente ao CRF pode ser somado ao
momento resistente de cálculo da seção com armadura longitudinal, devendo ser obtido por meio da
seguinte expressão:
f ⋅ t2
MRd = Ftud
2
onde

MRd é o momento resistente de cálculo referente ao CRF;

fFtud é a resistência de cálculo à tração direta do CRF;

t é a espessura da placa.

De maneira alternativa, a verificação também pode ser feita por meio de análise não linear.

7.5.3 Placas sem armadura longitudinal apoiada em meio elástico

7.5.3.1 Generalidades

Para placas apoiadas em meio elástico, a análise estrutural deve ser feita com um modelo estrutural
realista, que permita representar a interação solo-estrutura e que permita também representar
a resposta não linear do material CRF.

Assim, para esses casos, contempla-se também a possibilidade da análise estrutural ser feita por meio
da análise plástica, admitindo-se materiais de comportamento rígido-plástico perfeito ou elastoplástico
perfeito e análise não linear, admitindo-se materiais de comportamento não linear.

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7.5.3.2 Análise estrutural plástica

Na análise plástica, admite-se o comportamento do CRF como rígido-plástico perfeito ou elastoplástico


perfeito.

No caso específico de placas apoiadas em meio elástico, a análise plástica consiste no tratamento
das placas com base na teoria das charneiras plásticas. A finalidade da teoria das charneiras plásticas
é a determinação dos momentos de plastificação que se devem atribuir à placa para que sua ruína não
ocorra sob a ação de cargas de cálculo inferiores às especificadas pelo projetista. Assim, a carga de
colapso é função da soma dos dois momentos máximos informados a seguir:
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 a) Mn: Momento fletor negativo dado pelo momento radial (Mr), que deve ser tomado como limite
o valor do momento fletor elástico (Me);

 b) Mp: Momento fletor positivo dado pelo momento tangencial (Mt), que deve ser levado à plastificação
em função do teor de fibras incorporadas ao concreto (Mf).

Quando o valor da soma (Mp + Mn) for inferior ao valor de Me, teoricamente não há necessidade de
utilização das fibras e a placa trabalha, dentro da teoria das linhas de ruptura, como concreto simples.
No entanto, para esta situação, a forma de ruptura é frágil, o que não é seguro. Assim, é necessário
utilizar as fibras com a finalidade conferir ductilidade ao CRF e atender, desta forma, aos requisitos
de segurança. As dosagens incorporadas devem ser feitas de acordo com as dosagens mínimas
específicas para cada tipo de fibra.

Quando o valor da soma (Mp + Mn) for superior ao valor de Me, o momento fletor Mp deve ser levado
à plastificação, assim tem-se a seguinte equação:

(Mp + Mn) = Me + Mf

O valor de Mf é definido em 5.4.1, 5.4.2 e 5.4.3 como Mu.

No caso específico para a situação de projeto, em que os elementos estruturais de CRF, na análise
estrutural, forem considerados como análise plástica, e apresentarem capacidade de redistribuição
de esforços considerando a interface com o meio elástico, a substituição total ou parcial da armadura
convencional nas peças de concreto dimensionadas no estado-limite último com CRF pode ser feita,
se as seguintes relações forem atendidas:

— fR1m / fLm ≥ 0,30;

— fR3m / fLm ≥ 0,30;

— fR4m / fLm ≥ 0,30.

7.5.4 Análise não linear

Na análise não linear, pode ser utilizado o método dos elementos finitos e admitir-se o comportamento
do material com base na mecânica da fratura não linear.

Os parâmetros de projeto são os estabelecidos na Seção 5.

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7.6 Elementos de superfície sujeitos a força cortante

7.6.1 Cisalhamento em placas somente com CRF

Para elementos de placa com CRF, utiliza-se a seguinte equação:

VRd ≤ VRd,F

Sendo que a resistência ao cisalhamento de projeto atribuído às fibras pode ser considerada conforme
a equação a seguir:
f
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VRd,F = Ftuk ⋅ bw ⋅ d
γF
onde

VRd,F representa a contribuição do reforço das fibras ao cisalhamento;

fFtuk resistência característica à tração direta do CRF, valor último, considerando wu = 1,5 mm;

bw é a menor largura da seção transversal na zona de tração;

d é a altura útil da seção transversal.

7.6.2 Cisalhamento em placas com armadura longitudinal

Para considerar a contribuição do reforço de fibras ao cisalhamento em placas, aplica-se a seguinte


equação, conforme 7.2.2:
0,18 13 
  f  
VRd,F =  ⋅ k ⋅ 100 ⋅ ρ1 ⋅  1 + 7, 5 ⋅ Ftuk  fck  + 0,15 ⋅ σcp  ⋅ bw ⋅ d
 γ c   fctk   

7.7 Elementos de superfície sujeitos a punção

7.7.1 Punção em placas somente com CRF ou com CRF e armadura de punção

Para elementos de placa com CRF ou com CRF e armadura de punção deve ser utilizada a seguinte
equação:

VRd ≤ VRd,F + VRd,s

sendo

VRdF = VRdf + Vc

A resistência ao cisalhamento de projeto atribuído às fibras é:


f
VRd,f = Ftuk ⋅ bw ⋅ d
γF

onde

VRd,f representa a contribuição do reforço das fibras ao cisalhamento;

fFtuk é a resistência característica à tração direta do CRF, valor último, considerando wu= 1,5 mm.

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Quando o reforço com fibras for utilizado para a resistência à punção, uma quantidade mínima
de fibras (e se aplicável armadura transversal) é necessária a fim de assegurar uma capacidade
de deformação suficiente, considerando a equação a seguir:

VRd,s+ VRd,f≥0,5 . VSd

8 Verificação no estado limite de serviço (ELS)


8.1 Limitação de tensão
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Em serviço, é necessário limitar as tensões de compressão no concreto, tensões de tração no aço


e tensões de tração no CRF. A limitação de tensões de tração no CRF é uma medida adequada para
reduzir a probabilidade de fissuras.

Nos elementos estruturais em que o CRF tem um comportamento de softening pós-fissuração,


a verificação das tensões de tração não é necessária se o elemento for verificado no ELU.

Nos elementos estruturais em que o CRF tem um comportamento de hardening pós-fissuração,


a verificação das tensões de tração deve ser feita pela imposição da limitação dada pela equação
a seguir:

σ1 ≤ 0,6 . fFtuk

8.2 Abertura de fissuras em elementos estruturais com armadura convencional

A estimativa da abertura de fissura wd em elementos estruturais de CRF com armadura convencional


é calculada pela equação a seguir:
 1 φs ( fctm − fFtsm )  1
w d = 2 k ⋅ c +
4 ρs,ef τbm  E ( σs − βσsr + ηr εshEs )
  s

sendo

fFtsk = 0, 45fR1m
f
fFtsm = Ftsk
0, 7
As
ρs,ef =
Ac,ef
Ac,ef = b hc,ef
h−x
hc,ef = 2, 5 ( h − d ) <
3
σs = Es ε s ,
f
σsr = ctm (1 + α eρs,ef )
ρs,ef

onde

fFtsk é a resistência característica à tração direta do CRF, valor de serviço;

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k é o coeficiente que considera a não uniformidade das tensões internas no concreto reforçado
com fibras e armadura convencional. Para vigas com altura de mesa inferior a 300 mm, k = 1,0;

c é o cobrimento de concreto da armadura da viga, expresso em milímetros (mm);

ϕs é o diâmetro da armadura longitudinal de tração, expresso em milímetros (mm);

Es é o módulo de elasticidade da armadura longitudinal de tração;

fctm é a resistência média do concreto à tração direta, estimada como sendo ft = 0, 9fct sp ;
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fFtsm é a resistência média à tração direta do CRF, valor de serviço;

ρs,ef é a taxa de armadura longitudinal de tração na área efetiva de concreto tracionado;

Ac,ef é a área efetiva de concreto tracionado (ver Figura 12), expressa em milímetros quadrados (mm2).

hc,ef é a altura efetiva de concreto tracionado;

x é a distância da aresta mais comprimida da viga até a altura da linha neutra, expressa em
milímetros (mm);

σs é a tensão na armadura longitudinal de tração na fissura;

εs é a deformação da armadura longitudinal tracionada;

σsr é a tensão máxima na armadura longitudinal de tração, no estágio de formação de fissura;

ae é a razão entre o módulo de elasticidade do aço e o do concreto;

τbm é a tensão de aderência entre concreto e armadura;

β é o coeficiente empírico para avaliar a tensão média sobre o comprimento de aderência;

η r é o coeficiente para considerar o efeito da deformação de retração;

εsh é a deformação específica de retração.

A Figura 12 ilustra a área de concreto efetiva.

Figura 12 – Área efetiva de concreto tracionado

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Os valores de τbm, β e ηr dependem do tipo de carregamento e do estágio de formação de fissura


considerado. Para o caso de carregamento de curta duração e estágio estabilizado de formação de
fissura, sugere-se adotar para τbm, β e ηr os valores 1,8 fctm, 0,6 e 0, respectivamente.

Para o cálculo da posição da linha neutra no Estádio II do CRF em serviço, é considerada a distribuição
de deformações e tensões conforme a Figura 13.
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Legenda

Ms momento fletor de serviço;


dn distância da fibra mais comprimida até a linha neutra
d altura útil da seção transversal
ε0 deformação da fibra mais comprimida do concreto
εst deformação da armadura longitudinal de tração
εsc deformação da armadura longitudinal de compressão
Es módulo de elasticidade do aço
Ec módulo de elasticidade do concreto
f0,5 resistência residual do CRFA para abertura de fissura igual a 0,5 mm (igual a fR1)
Ast área da armadura longitudinal de tração
Asc área da armadura longitudinal de compressão
b base da seção transversal
D altura da seção transversal

Figura 13 – Distribuição de deformações e tensões de uma viga de CRF, no ELS

Na Figura 13, todo o concreto abaixo da linha neutra já se encontra fissurado e apenas as fibras
contribuem para a resistência à tração.

Para determinar a posição da linha neutra, dn, primeiramente é necessário arbitrar um valor inicial.
Com este valor, deve ser calculada a deformação na fibra mais comprimida, ε0, pela equação a seguir:
Ms
ε0 =
D d  d − dsc   D dn  d − dn   dn D 
0, 5Ec bdn  + n  + Es Asc  n  + − dsc  + Es Ast  d − − 
2 6   dn   2 2   dn   2 2
Nesta equação, o momento fletor de serviço, Ms, pode ser estimado como 50 % do momento fletor
último.

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Com o valor da deformação ε0, devem ser calculadas as deformações nas armaduras tracionadas
e comprimidas, εst e εsc, pelas equações a seguir:
d − dn
εst = ε0
dn
dn − dsc
εsc = ε0
dn
sendo
E ε A − Es εsc Asc + f0,5 bD
dn = s st st
1
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Ec ε0 b + f0,5 b
2
Em seguida, deve ser recalculado o valor da profundidade da linha neutra dn. Este cálculo iterativo
é repetido até que os valores calculados de dn em duas iterações consecutivas sejam iguais.

8.3 Reforço mínimo para controle de fissuras

Pode-se dispensar as armaduras mínimas para controle de fissuração dos elementos submetidos
à flexão se a seguinte condição for atendida:

σ1 ≤ fFtsm

Caso seja necessária a utilização de armadura para controlar a fissuração dos elementos submetidos
à flexão, esta deve ser calculada pela equação a seguir:
Act
As,min = kc ⋅ k ⋅ ( fctm − fFtsm )
σs
onde

fctm é a resistência média do concreto à tração direta, estimada como sendo ft = 0, 9fct sp ;

fFtsm é a resistência média à tração direta do CRF;

Act é a parcela da seção transversal do concreto tracionado, considerando a tensão no limite


elástico;

σs é a tensão máxima no aço no estágio de fissuração, podendo ser considerado igual à tensão
de escoamento do aço;

kc é o coeficiente que considera a distribuição da tração na seção transversal um pouco antes


da fissuração e da alteração do braço de alavanca interno. Para seções retangulares kc= 1;

k é o coeficiente que considera a não uniformidade das tensões internas no concreto reforçado
com fibras e armadura convencional. Para vigas com altura de mesa inferior a 300 mm, k = 1,0.

Quando As,min é negativo, considera-se como armadura mínima apenas o reforço da fibra.

9 Especificação do CRF
A especificação da resistência à tração na flexão do CRF deve ser por meio de suas resistências (fL,
fR1, fR2, fR3 e fR4).

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Cabe ao projetista especificar os parâmetros considerados no projeto para serem verificados no


processo de controle.

As resistências à tração na flexão do CRF devem ser especificadas como valores característicos e
expressas em megapascals (MPa). Para situações de elementos de placa com interface com o meio
elástico, os valores das resistências à tração na flexão do CRF podem ser especificados como valores
médios.

10 Controle da qualidade do CRF


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O controle da qualidade do CRF deve contemplar critérios para qualificação do CRF (qualificação
prévia das fibras e qualificação do compósito), critérios para controle tecnológico do CRF e critérios
para aceitação do CRF, conforme ABNT NBR 16938.

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Bibliografia

[1]  fib Model Code for Concrete Structures 2010

[2]  Concrete Society’s TR34 4th Edition - Concrete industrial ground floorsa guide to design and
construction – Jan2018

[3]  EHE/08 – Instrucción de Hormigón Estructural - Anexo 14: Recomendaciones para La utilización
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de hormigón com fibras

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