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CRICIÚMA
2012
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CRICIÚMA
2012
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
Nos últimos tempos, a utilização dos perfis metálicos formados a frio vem assumindo
um papel muito importante no mercado de trabalho. As empresas utilizam cada vez
mais este tipo de material devido a sua fácil adaptação geométrica e custo baixo.
Dessa forma, o presente trabalho é realizado com o intuito de verificar se os perfis
formados a frio, de espessura predeterminada de 9,52 mm, atingem a resistência de
cálculo, analisando também as fissuras provenientes da dobra. A pesquisa
desenvolvida assumiu a postura de um estudo comparativo entre a resistência de
calculo e resistência de ensaio. Foi elaborado o projeto dos perfis para fabricação,
os quais foram ensaiados em laboratório para verificar sua resistência à flexão e
comparar com a resistência de cálculo dos perfis, desconsiderando os coeficientes
de majoração e minoração. Os resultados mostram que a resistência de cálculo é
inferior a resistência de ensaio.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA
1.3 PROBLEMA
1.4 OBJETIVOS
1.5 JUSTIFICATIVA
Atualmente, os perfis de aço formado a frio estão cada vez mais sendo
utilizados, devido a sua fácil adaptação a diversas concepções geométricas.
A relevância dessa pesquisa, em termos acadêmicos, consiste em criar
um estudo científico na área de estruturas metálicas, a partir das informações
adquiridas na literatura e nos ensaios de laboratório.
Para o pesquisador, a importância está em aprimorar seu conhecimento
com relação à perfil formado a frio e verificar como é o comportamento deste
material devido à conformação a frio.
As normas NBR 14762 e NBR 6355 recomendam o uso de PFF de
espessura com no máximo 8 mm, porém a utilização de perfis com espessura
superior a esta, é muito ampla no mercado de trabalho.
O intuito deste estudo é verificar qual a influencia da dobra na resistência
à flexão dos perfis de chapa dobrada de 9,52 mm de espessura. Se o estudo
comprovar que não há influencia na resistência e na ductilidade do material, ele
poderá ser utilizado pelas empresas. Sendo que a vantagem da utilização deste
material está na fabricação mais simples e mais barata quando comparado com
perfil laminado.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para Pfeil (2010) o aço é composto basicamente por ferro e também por
outros materiais, como: carbono, enxofre, fósforo, manganês, etc. Já as
características físicas, que podem ser encontradas em todos os tipos de aço a
temperatura atmosférica são:
Dentro de certos limites (fase elástica), ao ser tracionado, uma peça sobre
deformação que obedece à lei de Hooke, ou seja, é proporcional ao esforço
aplicado. Essa proporcionalidade pode ser observada no trecho retilíneo do
diagrama tensão-deformação; a constante de proporcionalidade é
denominada módula de elasticidade ou módulo de deformação longitudinal.
Ultrapassado o limite de proporcionalidade, tem lugar a fase plástica, na
qual ocorrem deformações crescentes sem variação da tensão (patamar de
escoamento). O valor da tensão, nessa fase á chamado limite de
escoamento do aço. Após o escoamento, ainda na fase plástica, a estrutura
interna do aço se rearranja e o material passa pelo encruamento, em que se
verifica novamente a variação da tensão com a deformação, porém não
linearmente. (DIAS, 2006, p.55).
• Ductilidade
• Fragilidade
• Resiliência e Tenacidade
• Dureza
• Efeito de Temperatura Elevada
• Fadiga
• Corrosão
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(PFEIL, 2010).
Pfeil (2010) coloca que os aços-carbono estão na lista dos mais usados.
O aumento da resistência está ligado principalmente a quantidade de carbono, e em
menor escala com o manganês. Abaixo o máximo percentual de elementos
adicionais:
2.4 LIGAÇÕES
2.4.1 Conectores
As ligações por conectores mais usuais são três tipos: rebites, parafusos
comuns e parafusos de alta resistência. Outros tipos empregados com menor
freqüência são os pinos e parafusos com regulagens. (DIAS, 2006).
Dias (2006) coloca que para os parafusos comuns não pode ser
considerado atrito entre as peças de ligações, pois os conectores não são impedidos
de movimentação. Nestes tipos de conexões são utilizados parafusos americanos
ASMT A 307, sua resistência à ruptura por tração e de 4150 kgf/cm².
Segundo Dias (2006) os parafusos de alta resistência reduzem a
quantidade de aço para as ligações, devido a sua resistência elevada e são
necessários uma menor quantidade de parafusos. Os parafusos são fabricados no
padrão americano ASTM A325, sendo que sua resistência a ruptura é de 8215
kgf/cm².
Em virtude da necessidade de aperto dos parafusos, os aços empregados
na fabricação não possuem patamar de escoamento, como ilustra o diagrama
tensão-deformação dos parafusos.
2.4.2 Solda
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Para Pfeil (2010, p.23) “a ligação por solda consiste em fundir as partes
em contato de modo a provocar coalescência das mesmas”.
Dias (2006) coloca algumas vantagens do uso de ligações soldadas:
ligações mais rígidas, fabricação com custo minimizado, conexões compactas,
acabamentos como limpeza e pintura facilitados. Com este tipo de ligação as
propriedades químicas e físicas são conservadas. As classificações das posições de
soldagem são: plana, horizontal, vertical e sobre a cabeça.
Carvalho (2006) relata algumas vantagens dos perfis formados a frio sobre os
perfis laminados.
A figura abaixo mostra alguns tipos de PFF usuais, sendo que os perfis
formados a frio podem ser fabricados de acordo com a solicitação da estrutura.
• Flambagem local
2.6.2 Perfiladeiras
Muita flexibilidade para produzir diversas Pouca flexibilidade para produzir diversas formas
formas de perfis de perfis
Com poucas ferramentas se produz uma Cada tipo de perfil necessita de um trem de
série grade de perfis perfilação
Baixo custo de equipamento Alto custo do equipamento
A NBR 14762 (2001) recomenda que para que o aço seja trabalho a frio,
deve-se apresentar a relação entre resistência à ruptura e a resistência ao
escoamento fu/fy maior ou igual a 1,08. Após a ruptura, o alongamento não deve ser
menor que 10% para base de medida igual a 50 mm, já para base igual a 200 mm
7%, conforme ASTM A370. Não deve ser adotado em projetos resistência superior a
180 MPa para fy e 300 MPa para fu.
vivos. Foi constatado que a capacidade resistente não é muito diferente entre esses
casos, e para cantos arredondados adota-se r = 1,5t.
2.6.7 Durabilidade
A NBR 14762 (2001) assegura que para uma adequada durabilidade dos
perfis e demais componentes de aço formados a frio, tendo em vista a utilização
prevista da estrutura e sua vida útil, os seguintes fatores inter-relacionados devem
ser observados na fase de projeto:
3 MATERIAIS E MÉTODO
De acordo com a NBR 14762 (2010) para que o aço seja trabalho a frio, deve-
se apresentar a relação entre resistência à ruptura e a resistência ao escoamento
fu/fy maior ou igual a 1,08. O aço escolhido foi o ASTM A36, o qual esta de acordo
com a solicitação da norma.
O processo utilizado para fabricar os perfis foi através de uma prensa
dobradeira com uma capacidade de dobra de 12,7mm, abaixo foto dos perfis após a
produção.
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Conforme a norma NBR 8800 (2008), as barras não podem ter variação
no comprimento superior a 2 mm. Dessa forma, foi elaborada uma tabela para
verificar se as dimensões estão de acordo com a norma:
Nº Comp. (mm) Aba 1 (mm) Aba 2 (mm) Alma (mm) Peso (kg)
1 2868 49,8 50,8 98,3 35,6
2 2866 50,8 50,0 98,9 35,6
3 2868 49,8 49,6 98,6 35,8
4 2867 50,2 50,5 97,9 35,6
5 2870 49,1 49,9 99,7 35,6
6 2867 51,1 49,9 97,2 35,6
Fonte: Do autor (2012)
3.5 EQUIPAMENTOS
Para medir o deslocamento linear foi utilizado sensor (LVDT), o qual foi fixado
no centro da viga, e para mensurar as força aplicadas durante o carregamento
utilizou-se a célula de carga.
A célula de carga estava conectada ao equipamento de registros eletrônicos
de aquisição de dados, que estava conectado ao computador para armazenamento
dos dados, fornecendo informações para verificar a máxima carga e deslocamento.
3.5.3 LVDT
Foram fabricados seis perfis, um dos perfis foi ensaiado previamente para
verificar quais esforços ele está sujeito. Como não há procedimentos pré-
determinados para ensaios de resistência de perfis formados a frio, foi feito um
estudo para realizar o ensaio.
O carregamento aplicado será vertical, de cima para baixo e para que ocorra
somente flexão, a viga será travada lateralmente, pois nos ensaios teste ocorreu
torção e o intuído desta pesquisa é verificar a flexão.
Por meio de uma viga metálica rígida, o carregamento será distribuído para a
viga metálica que estará posicionada logo abaixo. A aplicação do carregamento será
feita por meio de um macaco hidráulico.
A aplicação desse carregamento será monitorada através de células de
cargas, onde se quantificará a força. A força aplicada aumentará de acordo com o
tempo (gradualmente), conforme figura abaixo.
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Como não foi possível concluir o ensaio do perfil 1 devido à torção que o
mesmo sofreu, foi desenvolvido um rolete com contenção lateral.
Com as contenção laterais foi possível levar o perfil a ruptura, sendo que nos
apoios, o mesmo estava livre e ocorreu o esforço de torção.
O momento fletor resistente de cálculo MRd deve ser tomado como o menor
valor calculado em 5.1.3, 5.1.4 e 5.1.5, onde aplicável.
onde
48
⎛ 0,22 ⎞ 1
We f = W ⎜1 − ⎟ para λp > 0,673 (4.5)
⎜ λp ⎟ λp
⎝ ⎠
0,5
⎛ Wf γ ⎞
λp = ⎜ ⎟ (4.6)
⎜M ⎟
⎝ l ⎠
M l é o momento fletor de flambagem local elástica, calculado por meio de análise
π 2E
M l = kl W (4.7)
12(1 − v 2 )(bw / t ) 2 c
W é módulo de resistência elástico da seção bruta em relação à fibra extrema que
atinge o escoamento;
Figura 29: Coeficiente de flambagem local kl para seção completa em barras sob
flexão simples em torno do eixo de maior inércia
onde
⎛ ⎞
⎜ 0,22 ⎟ 1
Wc, ef = Wc ⎜1 − ⎟ para λ p > 0,673 (4.10)
⎜ λp ⎟ λp
⎝ ⎠
⎛ χ FLTWc f γ
0,5
⎞
λp = ⎜ ⎟ (4.11)
⎜ Ml ⎟
⎝ ⎠
π 2E
M l = kl W (4.12)
12(1 − v 2 )(bw / t ) 2 c
0,5
⎛ Wc f γ ⎞
λo = ⎜ ⎟ (4.16)
⎜ M ⎟
⎝ e ⎠
0 ,5
M e = Cb ro ⎛⎜ N e y N ez ⎞⎟ (4.17)
⎝ ⎠
0,5
M e = 0,5Cb ro ⎛⎜ N e y N ez ⎞⎟ (4.18)
⎝ ⎠
0,5
M e = Cb ⎛⎜ N e y GJ ⎞⎟ (4.19)
⎝ ⎠
Para os balanços com a extremidade livre sem contenção lateral, KyLy e KzLz
π ² EI y
N ey = (4.20)
(k y L y )²
1 ⎛ π ² EC w ⎞
N ez = ⎜ + GI t ⎟⎟ (4.21)
r0 ² ⎜⎝ (k z L z )² ⎠
12,5M max
Cb = (4.22)
2,5M max + 3M A + 4 M B + 3M c
Para balanços com a extremidade livre sem contenção lateral, Cb deve ser tomado
igual a 1,0;
Onde
0,5
⎛ Wf y ⎞
χ dist = ⎜ ⎟ (4.26)
⎜M ⎟
⎝ dist ⎠
Para barras com seção U enrijecido e seção Z enrijecido, sob flexão simples em
torno do eixo de maior inércia, se a relação D/bw for igual ou superior aos valores
indicados na Figura 30, a verificação da flambagem distorcional pode ser
dispensada.
Figura 30: Tabela para verificação da flambagem distorcional
[
V Rd = 0,905Ekv t 3 / h / γ ] (γ = 1,10) (4.32)
onde
t é a espessura da alma;
h é a largura da alma (altura da parte plana da alma);
kv = 5,0
- para alma com enrijecedores transversais satisfazendo as exigências de 9.5:
5
kv = 5 + (4.33)
(a / h) 2
onde:
a é a distância entre enrijecedores transversais de alma.
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Para seções com duas ou mais almas, cada alma deve ser analisada como um
elemento separado resistindo à sua parcela de força cortante.
( M Sd / M Rd ) 2 + (V Sd / V Rd ) 2 ≤ 1,0 (4.34)
exigências de 4.1.3 e 4.1.5, quando MSd/MRd > 0,5 e VSd/VRd > 0,7 deve ser
satisfeita a seguinte expressão de interação:
onde
Ief obtido com base no método da seção efetiva (MSE), conforme indicado a seguir:
⎛ 0,22 ⎞⎟ 1
lef = l g ⎜1 − (4.37)
⎜ λ pd ⎟ λ pd
⎝ ⎠
57
onde
0,5
⎛M ⎞
λ pd = ⎜⎜ n ⎟
⎟ (4.38)
⎝ Ml ⎠
5 MEMÓRIA DE CÁLCULO
C w = 346,19cm 6 ;
0,5
⎛ Wf γ ⎞ ⎛ 40,12 x 28,6 ⎞
0,5
λp = ⎜ ⎟ λp = ⎜ ⎟ = 0,24 (4.6)
⎜M ⎟ ⎝ 19699,32 ⎠
⎝ l ⎠
π 2E
M l = kl W (4.7)
12(1 − v 2 )(bw / t ) 2 c
π 2 20000
M l = 3,59 40,12 = 19699,32kN .cm
12(1 − 0,3 2 )(10 / 0,952) 2
I 200,59 I 200,59
Wc = x = = 40,12cm ³ W= x = = 40,12cm³
yc 5 y 5
t
n = b f / bw n = 5 / 10 = 0,5
⎛ χ FLTWc f γ
0,5
⎞ ⎛ 1,00 x 40,12 x 28,6 ⎞
0,5
λp = ⎜ ⎟ λp = ⎜ ⎟ = 0,24 (4.11)
⎜ Ml ⎟ ⎝ 19699,32 ⎠
⎝ ⎠
π 2E
M l = kl Wc (4.12)
12(1 − v 2 )(bw / t ) 2
π 2 20000
M l = 3,59 40,12 = 19699,32kN .cm
12(1 − 0,3 2 )(10 / 0,952) 2
I 200,59 I 200,59
Wc = x = = 40,12cm ³ W= x = = 40,12cm³
yc 5 y 5
t
k l = n −1,843 k l = 0,5 −1,843 = 3,59
n = b f / bw n = 5 / 10 = 0,5
0,5
⎛ Wc f γ ⎞ ⎛ 40,12 x 28,6 ⎞
0,5
λo = ⎜ ⎟ λo = ⎜ ⎟ = 0,43 (4.16)
⎜ M ⎟ ⎝ 6169,22 ⎠
⎝ e ⎠
61
0 ,5
M e = Cb ro ⎛⎜ N e y N ez ⎞⎟ (4.17)
⎝ ⎠
Para balanços com a extremidade livre sem contenção lateral, Cb deve ser tomado
igual a 1,0.
(
r0 = rx ² + r y ² + x0 ² + y0 ² )
0,5
r0 = (3,57² + 1,46² + 3,78² + 0² )
0,5
= 5,40cm
π ² EI y π ²20000 x33,73
N ey = N ey = = 840,55kN (4.20)
(k y L y )² (89)²
1 ⎛ π ² EC w ⎞
N ez = ⎜ + GI ⎟ (4.21)
r0 ² ⎜⎝ (k z L z )² t ⎟
⎠
1 ⎛ π ²20000 x346,19 ⎞
N ez = ⎜⎜ + 7700 x 4,76 ⎟⎟ = 1552,78kN
5,4² ⎝ (89)² ⎠
- Momento fletor
O momento fletor resistente de cálculo MRd deve ser tomado como o menor
valor calculado.
5,77 ≤ 63,86
onde
t =0,952cm
h=54,96cm
Para alma sem enrijecedores transversais, ou para a/h > 3:
kv = 5,0
( M Sd / M Rd ) 2 + (V Sd / V Rd ) 2 ≤ 1,0 (4.34)
23PL2 23xPx267 3
d max = 1,07 = P ≤ 6,35 KN
648EI 648 x 20000 x 200,59
L 267
d max = d max = = 1,07cm
250 250
63
20
15
10
5
0
0 10 20 30 40 50 60
Deslocamento (mm)
40
35
30
25
Força (kN)
20
15
10
5
0
0 20 40 60 80 100
Deslocamento (mm)
40
35
30
25
Força (kN)
20
15
10
5
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Deslocamento (mm)
40
35
30
25
Força (kN)
20
15
10
5
0
0 20 40 60 80 100
Deslocamento (mm)
40
35
30
25
Força (kN)
20
15
10
5
0
0 10 20 30 40 50 60
Deslocamento (mm)
20
15
10
5
0
0 10 20 30 40 50 60
Deslocamento (mm)
7 CONCLUSÃO DA PESQUISA
REFERÊNCIAS
DIAS, Luís Andrade de Mattos. Edificações de aço no Brasil. São Paulo: Zigurate,
1999. 201 p.