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Engenheiro.
Rio de Janeiro
i
Março de 2013
ii
Dos Santos, Felipe Vinícius Celestino
iii
À meus pais
Célia Maria Celestino dos Santos e Sebastião Gonçalves
dos Santos.
iv
Agradecimentos
Aos meus pais, Célia Celestino e Sebastião Gonçalves e a meu irmão Jefferson
Celestino, por acreditarem em mim e me apoiarem por todos esses anos de
graduação.
A orientadora Giselle de Mattos Araújo que deu todo o apoio necessário para o
desenvolvimento desse trabalho.
Aos amigos da METALMAT que dividiram comigo os bons e maus momentos e que
com certeza proporcionaram as melhores lembranças dos meus anos como
universitário.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
Março / 2013
legislação ambiental vigente tem tornado – se uma grande questão para empresas do
ramo siderúrgico. Com isso, vários estudos foram desenvolvidos pela comunidade
científica a fim de implementar novas tecnologias, entre essas pode – se citar a dos
aglomerados autorredutores.
O estudo foi realizado através de modelamento analítico pertinente, onde foi possível
obter diversas curvas para análise do efeito no grau de redução em que foram
O estudo analítico com pelotas mistas mostrou que a escolha correta da composição
uso de fontes carbonáceas com material volátil exerce efeito significativo no grau de
redução.
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/ UFRJ as a partial fulfillment of
Kinetics Study of Self – Reducing of Iron Oxides: Analytical Model and Evaluations
Associated.
March / 2013
Making steel production a more economic process associate the adequacy of the
environmental regulations has become a big issue for companies in the steel industry.
The present work aimed to study the kinetics of reduction in these agglomerates
The study was accomplished through analytical modeling relevant, where it was
possible to obtain several curves to analyze the effect of reducing degree in that were
The analytic study with mixed pellets showed that the correct choice of composition
For the proposed model, it was concluded that the particle diameter, composition and
the use of carbonaceous sources with volatile material exert a significant effect on the
reducing degree.
vii
Sumário
Página
1 Introdução ............................................................................................................... 1
3 Desenvolvimento...................................................................................................... 31
5 Conclusões .............................................................................................................. 58
viii
6 Desenvolvimentos futuros ....................................................................................... 60
ix
LISTA DE FIGURAS
Página
x
Figura 17 Grau de redução x tempo para pelota X1 (carvão de alta fluidez) 49
Figura 20 Grau de redução x tempo para pelota X4 (carvão de alta fluidez fino) 51
xi
LISTA DE TABELAS
Página
xii
1. Introdução
matéria prima para a produção de aço e por isso vem se tornando essencial para as
empresas desse setor tornar esses processos mais econômicos a fim de se manter no
competitivo mercado.
Com isso, novas tecnologias, que buscam uma melhor adequação à legislação
que são compostos constituídos por uma mistura de óxido e um agente redutor,
características das matérias–primas entre outros é que irão ditar a forma como o
processo de redução evolui. Por isso, torna–se necessário entender e tentar otimizar a
1
É importante ressaltar os efeitos que o diâmetro da partícula, o tipo e
quantidade de fonte carbonácea utilizada, uma vez que podem gerar uma maior
foi necessário fazer uma devida organização das equações envolvidas impondo as
dos dados obtidos com a literatura, assim como aos dados obtidos experimentalmente
2
2. Revisão Bibliográfica
O ferro primário é a principal matéria prima para fabricação do aço, com isso
ambiental. Entre estas tecnologias a que vem ganhando maior destaque é a dos
pelotização e a briquetagem.
convertendo assim uma fração ultra–fina de modo a gerar esferas de tamanhos entre
meio de pressão adequada, podendo ou não ser utilizado algum tipo de aglomerante,
No atual cenário, onde questões ambientais cada vez mais estão em foco,
Aliado a isso, tem–se as altas velocidades de reação, fazendo com que esses
processos demandem reatores mais compactos de modo a permitir uma melhor coleta
de resíduos contaminantes.
3
2.2. Sistema Ferro – Oxigênio
O ferro forma com o oxigênio três óxidos: Fe2O3, Fe3O4 e FeO, denominados
ferro e 30,06% de oxigênio, quando pura. Possui dureza de 6,5 na escala de Möhs,
(CFC), sendo instável a temperaturas abaixo de 560 ºC. Seus teores de oxigênio vão
Sólido
Por esse modelo, os óxidos de ferro seriam reduzidos pelo gás redutor CO.
uma reação do tipo sólido–sólido, ou seja, o óxido de ferro e o material carbonáceo [5].
4
Uma vez que o processo ocorre via intermediários gasosos, a redução de ferro
Estas três reações, com os seus calores de reação a 25 ºC, são apresentados
a seguir [1]:
a reação 2 é endotérmica.
5
Figura 01. Teor de CO em misturas CO-CO2 em equilíbrio com o
sistema Fe-C-O, em função da temperatura. (Adaptado de [7, 9]).
atmosfera gasosa [1]. Com isso, a partir de uma dada temperatura, a relação CO/CO 2
diagrama de Chaudron.
6
Por outro lado, quando se tem maiores temperaturas, ou seja, a direita da
CO.
CO2 para a superfície externa das partículas. As temperaturas limites entre estes
7
A cinética de reação de Boudouard é influenciada por fatores como
experimentais.
original [8].
As etapas principais de redução dos óxidos de ferro por um redutor gasoso são
as seguintes [9].
8) Reação de Boudouard;
9) Desorção de CO da superfície do C;
8
Figura 02. Etapas da Autorredução. (Adaptado de [1]).
por redutor gasoso são: temperatura, vazão e composição do gás redutor, porosidade
entre metal e óxidos parcialmente reduzidos e difusão iônica e gasosa através dos
Como trata–se de redução para obtenção de ferro, o óxido consiste em finos minérios
9
Figura 03. Aglomerado autorredutor. (Adaptado de [10]).
De uma forma bem simples, a autorredução irá funcionar como uma espécie de
CO2 + C 2 CO (5)
Dessa forma, existem alguns fatores que merecem destaque, em relação aos
nesses aglomerados;
10
3 – A atmosfera é composta basicamente por CO e CO 2, o que indica uma
interior é minimizada.
do Núcleo não Reagido. Dessa forma, a pelota tem a interface com uma geometria
massa da pelota foi reduzida a Fe, a superfície se torna um ponto, coincidente com o
11
(a) Redução com uma interface (b) Redução com 3 interfaces
e podem ocorrer de duas formas distintas, sendo uma delas a redução da hematita a
ferro metálico e a outra constituída por uma transição sequencial do óxido inicial para
As três etapas de reações que tem sua ocorrência ligada a criação de uma
12
Difusão do reagente gasoso até a superfície do sólido reagente.
Penetração e difusão do gás através da camada sólida reagida até a superfície do núcleo
que não reagiu.
Difusão do produto gasoso através da massa reagida até a superfície externa do sólido
Algumas técnicas que utilizam fornos de cuba estão disponíveis hoje para o
líquido. Outra técnica também disponível é o da esteira rotativa onde o produto final é
semelhante ao DRI.
destaque, por constituir uma inovação brasileira, é o TECNORED, onde existe uma
13
Figura 06. Forno TECNORED para fusão redutora. (adaptado de [1]).
passam a ter um caráter em escala micro, não dependendo a princípio das condições
de transferência de massa externa, mas do fluxo térmico. Vale ressaltar também que
necessário que haja aporte térmico suficiente para suprir sua elevada endotermicidade
reação.
seguir.
dN gás dC gás
4 r 2 Def (9)
dt dr
14
As equações de variáveis separáveis são resolvidas e os limites de integração
em concordância com a teoria do núcleo não – reagido, sendo então a solução para
uma partícula de raio R e com raio do núcleo rn, que é definido como a porção não
reagida, é:
2 3
r r t
1 3 n 2 n (10)
R R
1 3 1 2 1
23 t (11)
etapa.
segundo o modelo de núcleo não reagido, a solução para uma partícula de raio R e
raio de núcleo rn é:
r t
1 n (12)
R
1 1
t
13
(13)
15
Onde τ representa o tempo adimensional necessário para se obter 100% da
massa sólida reduzida, sendo uma medida da cinética também. Com isso, τRQ
representa o tempo adimensional para a etapa da reação química e seu valor indicará
massa.
reação entre a redução dos dois elementos, ou seja, minério de ferro e gaseificação do
estava inicialmente a uma temperatura e foi aumentada até 1000 ºC, mantida
constante por 30 minutos para então ser aumentada novamente para 1200 ºC.
temperaturas de 860, 910, 960 e 1010 ºC em uma atmosfera de CO/CO 2 , foi medida e
16
Figura 07. Influência da razão CO/CO 2 na
atmosfera da taxa de reação de gaseificação do
coque. (Adaptado de [11]).
atua como se fosse gerador de gás, uma vez que a reação de gaseificação do carbono
elementos catalíticos ou carbono ativo como biomassa de carvão poderia ser efetiva
reação de redução, sendo esse efeito mais significativo para as partículas de coque, o
17
que indica que a reação de gaseificação do carbono é a reação que controla a cinética
química do composto.
percentual.
dos gases.
18
consumo da quantidade de calor, o que consecutivamente resultou em um
reação. Isso é devido à baixa condutividade térmica dos meios porosos e a reação
transferência de calor e redução do óxido de ferro pode ser avaliado pelo caso
pode ser demonstrado através da figura 8 para o caso hipotético, para temperaturas
19
Figura 08. Efeito dos calores de reação na temperatura
local. (Adaptado de [13]).
carbono (pelo CO2 e H2O) tem um forte efeito no interior do sistema de reação.
20
Figura 09. Efeito dos calores de redução no grau de redução.
(Adaptado de [13]).
sistema e portanto na taxa global da reação. Isso é ocorre pelo fato da quantidade de
21
Figura 10. Efeito da transferência de calor por convecção no grau
de redução. (Adaptado de [13]).
significativamente aumentada.
22
Figura 11. Efeito do valor da condutividade térmica efetiva no
grau de redução. (Adaptado de [13]).
Cadinhos cilíndricos feitos de aço inoxidável, foram inseridos no forno que foi
determinados.
wüstita.
23
Os dados obtidos nesse trabalho sugerem que a cinética no sistema é limitada
mais externa para as regiões mais internas, promovendo assim as reações de redução
da magnetita e wustita.
dois tipos de pelotas autorredutoras que possuíam finos de minério de ferro e carvão,
uma hora.
o núcleo das pelotas que pode ser explicado pelo grande diâmetro das pelotas, a
24
Observou–se também uma queda nas taxas de reação com o aumento da
vazão de gás inerte, devido a diminuição do potencial redutor, uma vez que ocorreu
intermediário gasoso–gasoso.
ferro e carbono, uma vez que já se sabe que essa redução ocorre através de
Fe. A redução da wüstita à ferro metálico é mais lento que a redução de Fe 2O3 para
redução da mistura de carvão e óxido de ferro, sem no entanto ter influência das
de redução da wüstita.
forno para realizar a redução sob temperatura de 1423K. As amostras utilizadas eram
de pequeno tamanho.
25
Os autores concluíram que a constante cinética da oxidação do carbono e a
Uma vez que foram utilizadas duas fontes diferentes de hematita, sendo uma
hematita artificial e muito porosa e uma hematita cuja ocorrência é natural. Além disso,
foram utilizados também duas fontes diferentes de carbono, sendo eles o carvão
superfície externa das partículas é comparável com a área da superfície interna dos
poros.
Além do mais, devido à alta reatividade do carvão vegetal, uma vez que possui
uma área superficial disponível maior para que ocorra reação, a constante cinética
para gaseificação do carbono pelo carvão mineral foi inferior aos valores encontrados
LI e HONG [18], fizeram um modelo cinético não isotérmico para redução dos
sistema.
26
que o calor deve ser fornecido aos sítios de reação, de forma intermitente, para que
redução é maior na superfície, uma vez que há um bom contato entre sólido e gás. A
redutor.
Para a análise foi considerado a redução dos óxidos de ferro diretamente pelo
carbono no estado sólido nos pontos de contato entre as partículas deste, utilizando
uma atmosfera inerte de carbono, para avaliar a perda de massa isotérmica para
seguinte forma:
mais rápida.
mais rápida.
27
- Para menores razões hematita/carvão houve favorecimento da cinética de
todo processo.
figura 2 a seguir.
28
SOHN e FRUEHAN [20 – 22] realizaram um estudo para compreender como e
quanto os voláteis contidos no carvão poderiam contribuir para a redução dos óxidos
de ferro. Para temperaturas entre 350 ºC e 600 ºC gases leves, como CO, CO 2, H2,
uma camada de óxido de ferro a fluxos individuais de gases que compõem os voláteis
900 ºC, uma vez que sua cinética é mais rápida do que a ocorrida com o carbono ou
CO.
individuais.
Figura 13. Partícula de óxido de ferro reduzida com H 2 a 450 ºC: (a) 15% de
redução, (b) 32% e (c) 52%, (d) ampliação da região reduzida. (adaptado de [20]).
29
óxido de ferro sobre outra camada de carvão com alto teor de voláteis, aquecendo–os
com radiação infravermelha. Com isso os autores observaram que através da análise
dos resultados indicaram que os voláteis leves são liberados inicialmente e reagem
fixas a proporção de ferro e carbono. Isso deve–se ao fato de haver maior quantidade
- A redução foi favorecida para maiores porosidades, uma vez que existem
TECNORED.
30
Por esse processo, diversas fontes de combustíveis, como carvão, coque
coque de petróleo e coque com elevado teor de cinzas tem sido extensivamente
carbonáceas, com intuito de se ter uma composição adequada para o processo com
baixo custo.
fenômeno de autorredução.
O modelo, utilizando pelotas esféricas, foi validado com base nos resultados da
31
3. Desenvolvimento
quando ocorre o processo de redução dos óxidos de ferro por um gás redutor.
dN gás dC gás
4 r 2 Def (14)
dt dr
Onde:
r: raio da esfera.
2 3
r r t
1 3 n 2 n (15)
rext rext
32
E pode ser escrito em termos da fração reagida (α):
t
1 3 1 2 1
23
(16)
Onde:
equação (17) segundo o modelo de núcleo não reagido para um processo controlado
sólido rext2
D (17)
6 a Def C gás
Onde:
ρ : densidade do sólido
sólido rext2 1 0
D (18)
6 a Def C gás
33
Onde Ɛ0 é a porosidade e irá variar entre 0 e 1 e pode ser definido pela
equação abaixo (19), extraído de [27].
definida como a interconectividade existente na massa sólida pelos poros, e que irá
avaliar de forma mais coerente a contribuição dos poros quando estes atingirem a
porosidade.
sólido rext2 1 0
D (20)
6 a Def C gás
sólido rext2 1 0
D
6 a Def C gás C gás,equil
(21)
34
Pode – se também combinar as equações (15) e (21) e aplicar a diferenciação
redução gás–sólido.
interface do núcleo não reagido. Dessa forma, a taxa de reação pode ser escrita de
a dN gás b dN
sólido a k RQ C gás (24)
4 rn2 dt 4 rn dt
2
Onde:
r t
1 n (25)
rext
35
Que pode ser representado também em função da fração reduzida (α):
1 1
t
13
(26)
Para esse caso, o termo também será um tempo adimensional que irá
equação para o controle pela reação química na interface, de maneira que o termo
sólido rext 1 0
RQ
a k RQ C gás C gás,equil
(27)
1 C gás,t
k RQ ln (28)
t C
gás,equil
a k RQ C gás C gás,equil
1 1 t
13
(29)
sólido rext 1 0
36
E substituindo (27) em (25), realizando a diferenciação implícita, chega–se
a C gás C gás,equil
k RQ
drn
(30)
dt sólido 1 0
autorredução
fonte carbonácea e finos de minério de ferro, os gases redutores serão gerados no seu
interior e com isso o fenômeno de difusão ocorre em uma escala micro dentro dos
1 1
a k RQ CCO Boud
,equil * f contribuição
t
13
(31)
sólido rext 1 0
drn a CCO
Boud
,equil * f contribuição k
sólido 1 0 RQ (32)
dt
Como pode ser analisado nas equações (31) e (32) foi acrescentado um fator
de contribuição. Isso ocorre, pois não é apenas o carbono que realiza a redução via
37
gaseificação do CO, mas também os voláteis contidos nas matérias primas não
coqueificadas.
carbonácea que irão contribuir para a evolução da redução e pode ser representada
f contribuição f redutores
fontecarbonácea
(33)
então como:
1 CCO
ln
,equilBoud f contrib
Tprocesso
k RQ Tiníciored (34)
t
CCO ,equilBoud
redução. Dessa forma, percebe–se que o modelo expressa o efeito de duas principais
si.
38
Esses aglomerados são propostos como pelotas, adotando–se as mesmas
técnicas e procedimentos para o caso das pelotas comuns. A principal diferença está
no fato de possuir duas regiões com diferentes misturas, o núcleo e a casca esférica,
O modelo analítico discutido no item 3.1.2, pode ser utilizado para esse tipo de
39
Foram recebidas amostras de pellet-feed e três tipos de carvão, que
seguir.
são divididos em carvão puro de alta fluidez e carvão puro de baixa fluidez.
40
O carvão blendado é proveniente da alimentação na coqueria de uma grande
usina integrada.
O carvão vegetal utilizado por ser muito fino, não houve necessidade de
IV.
41
As pelotas foram feitas manualmente, sendo constituída por finos de hematita e
de amostras homogêneas.
utilizada para o pellet–feed, ou seja, as faixas de +75, +53 e – 53 µm. O único caso
em que isso não ocorreu, foi na mistura em que se utilizava carvão de alto fluidez fino,
em que a faixa utilizada foi a de -53µm. O objetivo disso foi avaliar o efeito do tamanho
na matriz.
preparadas.
Lote X1 X2 X3 X4
Tipo de carvão Alta fluidez Baixa fluidez Blendado Alta fluidez fino
Composição
70%Minério – 18%Carvão – 3% Cal – 9% Cimento
final
Diâmetro médio
de partícula 66,5 66,5 66,5 63,5
(m)
42
Para as pelotas mistas levou–se em consideração as diversas matérias–primas
ilustra a característica das pelotas mistas para o estudo dos tempos adimensionais.
Sub-
Tipo Variação Interior (núcleo) Exterior (casca)
grupo
Fonte
C C2 Carvão blendado Carvão de alta fluidez
carbonácea
e que puderam ser convertidas em medidas de fração reduzida, para então servir de
43
Durante o ensaio a atmosfera do forno foi mantida neutra pelo uso de gás
através de trabalho realizado por CASTRO [27], que o mesmo adota equações
H M 3720 H M 362
Fe2O3 → Fe3O4 K red ,CO exp 7.255 K red , H 2 exp 10.32
T T
M W 4711 M W 8580
Fe3O4 → FeO K red ,CO exp 5.289 K red , H 2 exp 8.98
T T
W Fe 2879 W Fe 2070
FeO → Fe K red ,CO exp 3.127 K red , H 2 exp 1.30
T T
44
Tabela VIII. Condições experimentais e características das pelotas avaliadas por SUN
e LU. (adaptadas de [27]).
minério carvão
30,7
45
4. Resultados e análise
Para o primeiro caso onde houve apenas variação no diâmetro das pelotas,
46
(a)
(b)
bem próximo dos resultados mostrados por SUN e LU, uma vez que para menores
47
diâmetros a redução carbotérmica se mostra rápida, devido ao menor caminho para a
(a)
(b)
Figura 16. Grau de redução para diferentes proporções de minério e carvão Em (a)
resultados do modelo analítico e (b) resultados da literatura. (Adaptado de [26]).
48
Para o caso em que utilizou–se diferentes proporções de minério e de carvão,
com os resultados obtidos na literatura, onde para menores teores de carvão o grau de
redução é inferior. Por outro lado, os resultados obtidos pelos autores mostram que
e isso pode ser explicado pelo caráter altamente endotérmico da reação de Boudouard
térmicos mais elevados. Tal consideração não foi levada em conta no modelo
ensaio cinético realizado para as amostras do lote X, através das figuras 17 a 20.
Figura 17. Grau de redução x tempo para pelota X1 (carvão alta fluidez).
49
Figura 18. Grau de redução x tempo para pelota X2 (carvão de baixa fluidez)
50
Figura 20. Grau de redução x tempo para pelota X4 (carvão de alta fluidez fino).
Pela análise dos gráficos, percebe–se que as pelotas X1, X2 e X4 tiveram seus
pontos bem ajustados aos resultados analíticos, ao passo que a pelota X3, onde a
fonte era o carvão blendado, teve seus pontos mais dispersos quando comparado ao
resultado analítico. Uma provável causa disso, é que esse carvão é uma mistura
coqueificável de diversos outros carvões, por isso esse comportamento mais oscilante.
Nas pelotas X1 e X4, que tem a mesma composição, mesmo tipo de carvão e
carvão foi adicionado à mistura em uma granulometria mais fina, abaixo de 53 µm.
Com isso há mais partículas de carvão dispersas ao longo da mistura, que durante os
51
4.1.3. Pelotas mistas
comportamento cinético de cada uma delas. Essa avaliação foi realizada, segundo o
minério e carvão, entre o núcleo e a parte externa, foi o que mais obteve diferença em
seu comportamento. Isso pode ser explicado pelo fato da casca externa possuir um
52
maior teor de carvão, e consecutivamente um maior teor de carbono o que favorece a
geração de CO, fazendo com que a cinética seja mais rápida. A amostra C3 mostra
um efeito semelhante, uma vez que seu núcleo, composto por carvão vegetal, tem um
Por outro lado, o lote de amostra B, onde houve variação do diâmetro das
um pequeno efeito sobre a cinética. Assim como para os lotes C1 e C2, onde
53
Tabela IX. Composição química dos combustíveis. (Adaptado de [25]).
Matérias
Combustível Cfixo Cinzas S
voláteis
Coque Metalúrgico
com alto teor de 79,00% 1,10% 19,90% < 1,00%
cinza
Coque de Petróleo
84,48% 14,52% 1,00% 0,61%
- Argentina
Coque de Petróleo
87,00% 12,00% 1,00% 0,7%
- Brasil
um fator de contribuição de matéria volátil. O valor utilizado para esse fator foi de 35%,
que é a média de redução devido aos voláteis, segundo resultados obtidos por SOHN
e FRUEHAN [20-22].
54
A tabela X mostra a influência no fator de contribuição no caso da utilização e
Coque de Petróleo -
0,9900 0,8956
Argentina
55
Sendo assim, os resultados podem ser analisados através da figura 22.
(a)
(b)
Figura 22. Grau de redução para diferentes fontes carbonáceas, sendo em (a) sem
fator de matéria volátil e em (b) com fator de matéria volátil.
56
sensível para os casos do coque de petróleo brasileiro, do coque de petróleo argentino
e da madeira, uma vez que seus fatores de contribuição são aproximadamente iguais.
Por outro lado, quando utiliza – se o fator de matéria volátil, percebe – se que a
madeira sofre um grande decréscimo no grau de redução, uma vez que esse
E por fim, como pode ser visualizado, o carvão antracítico possui o menor grau
de redução em ambos os casos. A explicação para tal fato, consiste no menor teor de
mais lenta. Isso pode ser comparado aos resultados obtidos por SUN e LU [27], como
57
5. Conclusões
autorredutores.
afeta de maneira significativa a cinética de redução, uma vez que o modelo proposto
mostra que para menores diâmetros a redução carbotérmica ocorre de forma mais
acelerada.
uma vez que um menor teor de carbono, implica em um menor grau de redução. Para
o caso onde tinha – se um maior teor de carbono em que a curva, segundo a literatura,
comportamento mais expressivo nos lotes A e C3, em que sua casca externa e seu
decréscimo do grau de redução, quando utiliza – se a madeira, uma vez que diminui
isso, tem o fato da madeira possuir um menor teor de carbono fixo, o que acarreta a
menor geração de CO e tem como consequência uma cinética mais lenta. O mesmo
ocorre para o carvão antracítico que possui menor teor de carbono fixo.
58
Por fim, conclui – se que o modelo experimental e analítico para o caso das
um pouco mais dispersos, devido a fonte ser proveniente de uma mistura de carvões
coqueificáveis.
59
6. Desenvolvimentos futuros
analítico proposto.
aglomerantes.
60
7. Referências Bibliográficas
[4] FRUEHAN, R.J. The rate of reduction of iron oxides by carbon. In:
METALLURGICAL TRANSACTIONS. Vol. 8 B. Junho, 1977. pp. 279 – 286.
[6] THURNHOFER, A; et al. In ISIJ INTERNATIONAL. Vol. 45, pp 151 – 157. 2005.
[7] SILVA, M.J. O lixo que vira aço. In: METALURGIA E MATERIAIS, ABM. Abril,
1999. p. 144 – 148.
[11] UEDA, S., YANAGIYA, K., WATANABE, K., MURAKAMI, T., INOUE, R., ARIYAMA, T.
“Reaction Model and Reduction Behavior of Carbon Iron Ore Composite in Blast
Furnace’’, ISIJ Internacional, v.49, n.6, pp. 827-836, 2009.
61
[12] SUN, S., LU, W. K. “Mathematical Modelling of Reactions in lron Ore/Coal
Composites’’, ISIJ Internacional, v.33, n.10, pp. 1062-1069,1993.
[14] HUANG, B. W., LU, W. K. “Kinetics and Mechanisms of Reactions in lron Ore/Coal
Composites’’, ISIJ Internacional, v.33, n.10, pp. 1055-1061,1993..
[18] LI, Q. J., HONG, X. “Non-isothermal kinetic model for reduction of ferrous oxide
with hydrogen and carbon monoxide’’, Ironmaking and Steelmaking, v.36, n.1, pp.
24-28,2009.
[20] SOHN, I., FRUEHAN, R.J.; “The reduction of iron oxides by volatiles in a
rotary hearth furnace process: Part I. The role and kinetics of volatile reduction”;
Metallurgical and Materials Transactions B, v. 36, N. 5, p.605-612, Out. 2005
[21] SOHN, I., FRUEHAN, R.J.; “The reduction of iron oxides by volatiles in a
rotary hearth furnace process: Part II. The reduction of iron oxide/carbon
composites”; Metallurgical and Materials Transactions B, v. 37, N. 2, p.223-229, Abril
2006.
62
[22] SOHN, I., FRUEHAN, R.J.; “The reduction of iron oxides by volatiles in a
rotary hearth furnace process: Part III. The simulator of volatile reduction in a
multi-layer rotary hearth furnace process”; Metallurgical and Materials Transactions
B, v. 37, N. 2, p. 231-238, Abril 2006.
[23] SAH, R., DUTTA, S.K.; “Kinetic Studies of Iron Ore–Coal Composite Pellet
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[24] NOLDIN Jr., J.H., BENTES, M.A.G., D’ABREU, J.C., ROSSI, L.A., LEITE, A.B.;
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