Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Campo Grande - MS
Novembro, 2018
CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA POR ENSAIO
DE TRAÇÃO DE ALUMÍNIO UTILIZADOS EM
CHASSIS DE MOTOCICLETAS
Campo Grande - MS
Novembro, 2018
“Combati o bom combate, completei minha jornada, perseverei na fé. ”
II Timóteo 4:7
Dedicatória
A Deus, força regente da física e das leis que conduzem o Universo.
A minha mãe Maria Aparecida Cruz da Silva que com seu amor infinito e apoio incondicional
sacrificou-se por vezes para que eu pudesse alcançar degraus que a mesma não pode.
A minha avó Maria José Alves de Souza, in memoriam, que foi o meu porto seguro durante
toda minha vida e quem faz falta nesses momentos de vitória.
A minha esposa Maiza Corrêa Pereira que me incentivou com todas as suas forças, caminhou
ao meu lado nessa difícil jornada e soube compreender os momentos em que, mesmo eu estando
presente fisicamente, mentalmente estava ausente, imerso no mundo dos livros e dos cálculos.
A toda minha família, base de tudo e todos os valores que são importantes para mim, agradeço
pelas palavras de apoio e motivação.
Aos irmãos e irmãs que o curso de engenharia me deu, Djalma Cardoso, Fernando Franco,
Lucas Ricelli, Mariana, Nathalia Azevedo e Richard Willian: valeu galera, nós formamos um
excelente time durante toda a faculdade.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Professor Doutor Fernando Montanare Barbosa pelas incansáveis horas
dedicadas a guiar pelos tortuosos caminhos – aos olhos de dois estudantes – da pesquisa e
Ao Professor Mestre Paulo Pereira de Souza, que com sua experiência e perspicácia em
técnico.
Ao Técnico Edson pela ajuda no Galpão da Metal Mecânica. Homem de caráter excepcional,
cujo conhecimento técnico “gigantesco” em tornos e fresa são muito valiosos aos alunos dos
RESUMO
Nesse projeto de graduação, foram realizadas caracterizações mecânicas por ensaio de tração em
ligas metálicas provenientes de chassis de motos de diversos modelos e fabricantes, doadas pela
Receita Federal do Brasil, os quais foram fundidas e derramadas em moldes permanentes. Os
moldes permanentes foram confeccionados em liga de aço 1020, com a fôrma para um formato de
um corpo-de-prova de secção circular para ensaios de tração e prova padrão ABNT 7549. Este
trabalho teve o intuito de a adquirir as propriedades mecânicas do material analisado,
confrontando-as com a literatura técnica disponível a fim de se obter parâmetros mecânicos de
ensaio, necessários para fabricação de peças fundidas das respectivas ligas com o grau de
segurança para aplicação em automotores de projetos pesquisa da Universidade Católica Dom
Bosco.
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10
2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 12
2.1. Objetivos Gerais ................................................................................................................ 12
2.2. Objetivos Específicos ........................................................................................................ 12
3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................ 13
3.1. Metais ................................................................................................................................ 13
3.2. Propriedades Mecânicas dos Metais .................................................................................. 15
3.3 Ligas Metálicas ................................................................................................................... 15
3.3.1 Conformação ................................................................................................................................. 16
3.3.5.3. Simbologia das Transformações Estruturais das Ligas de Alumínio Trabalhadas e das Ligas de
Fundição ................................................................................................................................................. 25
3.5.1.2 Moldes........................................................................................................................................ 30
3.5.1.5 Vácuo.......................................................................................................................................... 32
4. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................. 33
4.1. Materiais Analisados ......................................................................................................... 33
4.2. Confecção do Molde Permanente ...................................................................................... 33
4.3. Fundição das Ligas Metálicas ........................................................................................... 35
4.4. Confecção do Corpo de Prova ........................................................................................... 35
4.5. Ensaio de Tração ............................................................................................................... 35
5. RESULTADOS .................................................................................................................... 38
6. CONLUSÕES ....................................................................................................................... 41
6.1. Sugestões Para Trabalhos Futuros ..................................................................................... 41
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 43
10
1. INTRODUÇÃO
Sem dúvida nenhuma, uma das tarefas mais importantes para a qual um engenheiro
possa ser chamado seja a da seleção de materiais dentro de um projeto. Decisões não corretas
podem ser desastrosas, tanto do ponto de vista econômico como do ponto de vista de segurança
(CALLISTER JR, 2002).
Não rara às vezes o projeto é que terá de se adaptar ao material já existente, não se
tratando para isso da descoberta de um novo e melhor material. Se trata de sobras ou
aproveitamento de oportunidade. Porém isso ocorre mais comumente em ambientes
universitários e empresas que desenvolvem pequenos projetos em benefício do seu dia-a-dia,
não o comercializando (CALLISTER JR, 2002).
Mas qualquer que seja o ponto de partida os elementos desse processo de seleção de
materiais envolvem a decisão dos limites e das restrições do problema e, a partir desses limites,
o estabelecimento de critérios que possam ser utilizados na seleção de materiais para maximizar
o desempenho destes (CALLISTER JR, 2002), ou então descarta-los na utilização se for um
aproveitamento de material.
Dentro do escopo das atribuições dos alunos inseridos nesses projetos, estão o
desenvolvimento de peças mecânicas as quais serão utilizadas nos veículos ou aeronaves, fruto
dos projetos de cada competição, os quais são alterados a cada ano em função de novos
parâmetros estabelecidos pelas bancas organizadoras a fim de desafiar o raciocínio dos
discentes, incentivando o surgimento novas ideias. Nesse sentido, vários itens já foram doados
aos alunos da UCDB para utilização em projetos entre eles estão chassis de motos. Esses chassis
serão utilizados para fundição e confecção de peças as quais se tornarão componentes dos carros
da fórmula SAE, BAJA e até mesmo no aeromodelo da Equipe Tuiuiú. Neste âmbito,
realizaremos caracterizações mecânicas por ensaio de tração em amostras desses chassis no
intuito de se obter as propriedades mecânicas dessas ligas metálicas.
12
2. OBJETIVOS
O presente trabalho tem por objetivo a caracterização mecânica por ensaio de tração
das ligas metálicas provenientes dos chassis das motos doadas pela Receita Federal do Brasil,
no intuito de nortear os futuros integrantes dessas equipes no desenvolvimento estruturado de
peças, com base em informações e conceitos de ciência e resistência dos materiais para
engenharia.
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1. Metais
Um metal (do grego μέταλλον métallon, "mina, pedreira, metal" é um material (um
elemento, composto ou liga) que normalmente é duro quando está no estado sólido, opaco,
brilhante e tem boa condutividade elétrica e térmica. Os metais geralmente são maleáveis - isto
é, podem ser martelados ou pressionados permanentemente fora de forma sem quebrar ou rachar
- bem como fusíveis (capazes de serem fundidos ou fundidos) e dúcteis (capazes de serem
puxados para um fio fino). Cerca de 90 dos 118 elementos da tabela periódica são metais; os
outros são não-metálicos ou metaloides, embora elementos próximos aos limites de cada
categoria tenham sido atribuídos de forma variável a ambos (daí a falta de uma contagem exata).
Alguns elementos aparecem em formas metálicas e não metálicas (LINDDELL & SCOTT,
1999).
Metais têm propriedades físicas e químicas diferentes. Eles têm aparência de superfície
diferente, densidade, dureza, ponto de fusão, ponto de ebulição, tensão de ruptura / tensão,
módulo de cisalhamento, calor e condutividade elétrica, maleabilidade, ductilidade e
propriedades magnéticas. Eles também têm muitos isótopos diferentes. Os isótopos de um
determinado metal têm o mesmo número atômico, Z, mas têm números de massa diferentes. Os
metais são brilhantes, maleáveis, dúcteis, bons condutores de calor e eletricidade. Outras
propriedades incluem:
Estado: Os metais são sólidos à temperatura ambiente, com exceção do mercúrio, que
é líquido à temperatura ambiente (o Gálio é líquido nos dias quentes).
Lustre: Os metais têm a qualidade de refletir a luz de sua superfície e podem ser
polidos, por exemplo, ouro, prata e cobre.
14
Ductilidade: Os metais podem ser absorvidos por fios. 100 gm de prata podem ser
arrastados para um fio fino de cerca de 200 metros de comprimento.
Dureza: Todos os metais são duros, exceto sódio e potássio, que são macios e podem
ser cortados com uma faca.
Condução: Metais são bons condutores porque têm elétrons livres. Prata e cobre são
os dois melhores condutores de calor e eletricidade. O chumbo é o pior condutor de
calor. Bismuto, mercúrio e ferro também são maus condutores
Densidade: os metais têm alta densidade e são muito pesados. O irídio e o ósmio têm
as maiores densidades onde o lítio tem a menor densidade.
Pontos de fusão e ebulição: Os metais têm alto ponto de fusão e ebulição. O tungstênio
tem o ponto de fusão mais alto, onde a prata tem baixo ponto de ebulição. Sódio e
potássio têm baixos pontos de fusão. (CHEMISTRY, 2016).
Os metais são um dos tipos mais utilizados de materiais de engenharia. Algumas das
propriedades dos metais e constantes elásticas, podem estar diretamente relacionadas à natureza
das ligações metálicas entre os átomos. Por outro lado, suas características macro e
microestruturais, tais como defeitos pontuais, deslocamentos, limites de grãos e partículas de
segunda fase, controlam sua produção, fluxo e tensão de fratura. Imagens de elementos
microestruturais podem ser obtidas por modernas técnicas de imagem. Métodos modernos
auxiliados por computador podem ser usados para obter uma descrição quantitativa dessas
microestruturas. Esses métodos aproveitam o progresso feito nos últimos anos no campo do
processamento de imagens, morfologia matemática e estereologia quantitativa. A descrição
quantitativa das microestruturas é usada para modelar os processos que ocorrem sob a ação da
carga aplicada em um determinado ambiente de temperatura e teste (serviço). Essas
considerações de modelo podem ser ilustradas no exemplo de um aço inoxidável austenítico,
que é um material importante para a geração de energia e a indústria química. As propriedades
dos materiais podem ser significativamente modificadas pelo efeito da superfície livre.
Exemplos de tais situações incluem o efeito ambiental nas propriedades mecânicas dos
15
materiais. Dados para um aço inoxidável austenítico são usados para discutir a contribuição da
superfície livre para as propriedades mecânicas dos metais (URZYDŁOWSKI, 1999).
3.3.1 Conformação
3.3.2 Fundição
Ligas ferrosas são aquelas onde o ferro é o constituinte principal. Não há outro metal
que chegue perto da quantidade de aço produzida. Mais de 90% em peso dos materiais metálicos
usados pelos seres humanos são ligas ferrosas (SHACKELFORD, 2008).
Ainda segundo Shackelford (2008), a maioria das ligas ferrosas são de aços carbono e
aços de baixa liga. De acordo com o autor, motivos para isso são simples: essas ligas possuem
preço moderado, devido à ausência de grandes quantidades de elementos de liga, e são
suficientemente dúcteis para serem prontamente conformadas, sendo o produto final é forte e
durável. Aços de baixa liga são aqueles em que o teor de outros elementos, que não seja o
carbono, for inferior a 5%. Acima dessa porcentagem, constitui-se aços de alta liga.
Aços com baixo teor de carbono contêm geralmente menos que aproximadamente
0,3%p C e não respondem a tratamentos térmicos objetivados a formar martensita, tendo
aumentado a resistência através do trabalho a frio. Ferrita e perlita são as microestruturas
constituintes. São bons para o trabalho mecânico e soldagem, sendo usados em automóveis,
formas estruturais, vigas I, construção de pontes, edifícios, navios, caldeiras e peças de grandes
dimensões em geral (BALLES, 2004).
termicamente tratados com sucesso somente em seções muito delgadas e com taxas de
resfriamento muito rápidas. Adições de cromo, níquel e molibdênio melhoram essas
capacidades dessas ligas termicamente tratadas, dando origem a uma variedade de combinações
resistência-ductibilidade. Essas ligas tratadas são mais resistentes do que aços com baixo teor
de carbono, porém com o sacrifício de ductibilidade e tenacidade. As suas aplicações incluem
as rodas e os trilhos de trens, engrenagens, virabrequins e outras peças de máquinas e
componentes estruturais de alta resistência que exigem uma combinação de elevada resistência,
resistência à abrasão e tenacidade (CALLISTER JR, 2002; PANNONI, 2007).
Aços com alto teor de carbono, que possuem normalmente teores de carbono entre
0,60 e 1,4%p, são os mais duros, mais resistentes e, porém, os menos dúcteis dentre todos os
aços carbono. Eles são quase sempre usados em uma condição endurecida e revenida e, como
tal, são especialmente resistentes ao desgaste e à abrasão e capazes de suportar um fio de corte
afilado. São geralmente empregados em molas, engrenagens, componentes agrícolas sujeitos a
desgaste, aços ferramentas e matrizes, na forma de ligas contendo geralmente cromo, vanádio,
tungstênio e molibdênio. Esses elementos de liga combinam-se com o carbono para formar
compostos à base de carbeto que são muito duros e resistentes ao desgaste e a abrasão
(CALLISTER JR, 2002; PANNONI, 2007).
Ferro branco possui esse nome pela sua superfície de fratura cristalina ser
caracteristicamente branca. Possui uma carga de Fe3C superior, formada durante a fundição,
gerando um material duro e frágil.
Uma razoável ductibilidade vem com o ferro maleável, que é fundido como ferro
branco e após isso recebe tratamento térmico para produzir precipitação de grafite nodular
(SHACKELFORD, 2008).
São ligas de alumínio que passam por um processo (Figura 4), seja ele de laminação,
extrusão, forjamento ou estiramento. Essas por sua vez, recebem 2 (duas) subdivisões: Ligas
Trabalhadas Tratáveis Termicamente e as Ligas Trabalhadas Não-Tratáveis ou Ligas
Incuráveis.
1
ZANGRANDI, Aelcio. Alumínio e suas ligas: fundamentos metalúrgicos e
tecnológicos. Lorena: Instituto Santa Teresa, p. 16-17, 2008.
21
São ligas onde excelentes propriedades mecânicas são obtidas através de tratamento
térmico. São elas: Al-Cu, Al-Si-Cu, Al-Si-Mg, Al-Zn-Cu e Al-Li (CALLISTER JR, 2002).
São ligas que não respondem ao tratamento térmico e suas propriedades mecânicas são
determinadas pelo grau de trabalho a frio e encruamento. As chapas dessas ligas são utilizadas
para a produção de componentes na indústria automobilística, assim como na produção de
utensílios domésticos e de latas de bebidas (ENGLER; HIRSCH, 2002). São elas: Al-Mg, Al-
Mn, Al-Si.
22
Pela Aluminum Association (AA) e a American Society for Testing and Materials
(ASTM), para as ligas trabalhadas utiliza-se uma série de 4 (quatro) dígitos – XXXX, onde:
Tabela 1 - Nomenclatura das Ligas de Alumínio Trabalhadas conforme sua composição e aplicações
As ligas para fundição também podem-se receber 2 (duas) subdivisões: Ligas Tratáveis
Termicamente e Não-Tratáveis Termicamente. Ligas fundidas não permitem um posterior
trabalho a frio ou a quente após o processo de solidificação, o que ocorre com as ligas
trabalhadas (MOREIRA, 2012).
Também pela Aluminum Association (AA) e a American Society for Testing and
Materials (ASTM), utiliza-se uma série de 4 (quatro) dígitos – XXX.X, onde:
24
Tabela 2 - Nomenclatura das Ligas de Alumínio de Fundição conforme sua composição e aplicações
6xx.x Não existe Não especificado por não existir esse sistema
Tabela 3- Simbologia das Ligas de Alumínio Trabalhadas e de Fundição, designações básicas de temperatura
LETRA SIGNIFICADO
Solução Tratada Termicamente. Isto aplica-se às ligas cuja dureza são estáveis
T dentro de algumas semanas de tratamento térmico com solução. A letra T é
sempre seguido por um ou mais dígitos.
LETRA SIGNIFICADO
Tabela 5 - Simbologia das Ligas de Alumínio Trabalhadas e de Fundição, designações básicas de temperatura
LETRA SIGNIFICADO
LETRA SIGNIFICADO
Para que seja realizado o ensaio de tração, normas devem ser seguidas. No caso desse
projeto, utilizamos as normas ABNT (Figura 7) para corpos de prova reduzidos, atendendo a
NBR 7549 em seu parágrafo 5.1.3, em detrimento ao diâmetro-padrão da cabeça do corpo de
prova de 12,5 mm e 9 mm de diâmetro útil de teste, pois nenhuma máquina em Campo Grande
– MS, conseguiu suprir os requisitos da garra para tracionar o corpo de prova e/ou força de
tração para realização do teste do padrão standart (Figura 8).
Sendo assim, com o padrão reduzido, e ainda atendendo a norma ABNT, realizamos
os testes no próprio laboratório da UCDB, utilizando os equipamentos disponibilizados pela
faculdade.
28
3.5.1. Processos
Existem quatro tipos principais de moldagem permanente: gravidade, lama, baixa
pressão e vácuo.
3.5.1.2 Moldes
Moldes para o processo de fundição consistem em duas partes e são geralmente
formados a partir de ferro fundido cinzento, porque tem cerca de melhor resistência à fadiga
térmica, e podem incluem aço, bronze e grafite. Estes metais são escolhidos devido à sua
resistência à erosão e à fadiga térmica. Eles geralmente não são muito complexos porque o
molde não oferece colapsabilidade para compensar o encolhimento. Em vez disso, o molde é
aberto assim que a peça fundida é solidificada, o que evita rasgões quentes. Os núcleos podem
ser usados e geralmente são feitos de areia ou metal (KALPAKJIAN e SCHMID, 2006;
DERGAMO, et al., 2003).
O molde é aquecido antes do primeiro ciclo de fundição e depois usado continuamente
para manter uma temperatura tão uniforme quanto possível durante os ciclos. Isso diminui a
31
fadiga térmica, facilita o fluxo de metal e ajuda a controlar a taxa de resfriamento do metal
fundido (DERGAMO, et al., 2003).
A ventilação geralmente ocorre através da pequena rachadura entre as duas metades
do molde, mas se isso não for suficiente, pequenos furos de ventilação são usados. Eles são
pequenos o suficiente para deixar o ar escapar, mas não o metal derretido. Um riser também
deve ser incluído para compensar o encolhimento. Isso geralmente limita o rendimento a menos
de 60% (DERGAMO, et al., 2003).
Os ejetores mecânicos na forma de pinos são usados quando os revestimentos não são
suficientes para remover moldes dos moldes. Esses pinos são colocados ao longo do molde e
geralmente deixam pequenas impressões redondas no molde.
3.5.1.3 Lama
A fundição com lama é uma variante da fundição de moldagem permanente para criar
uma fundição oca ou fundida oca. No processo, o material é despejado no molde e deixado
esfriar até que uma camada de material se forme no molde. O líquido restante é então despejado
para deixar uma casca oca. A peça fundida resultante tem bons detalhes de superfície, mas a
espessura da parede pode variar. O processo é geralmente usado para lançar produtos
ornamentais, como castiçais, bases de lâmpadas e estátuas, a partir de materiais com baixo
ponto de fusão (DERGAMO, et al., 2003).
O método foi desenvolvido pela William Britain em 1893 para a produção de soldados
de chumbo. Ele usa menos material do que a fundição sólida e resulta em um produto mais leve
e menos caro. Figuras vazadas geralmente têm um pequeno buraco onde o excesso de líquido
foi derramado.
Da mesma forma, um processo chamado slush molding é usado na fabricação de
painéis automotivos, para interiores de painel macio com couro artificial, onde um composto
de plástico em pó (que se comporta como um líquido) de fluxo livre; quer PVC ou TPU, é
derramado em um molde quente, oco e uma pele viscosa se forma; o excesso de lama é então
drenado, o molde é resfriado e o produto moldado é retirado (MCGRAW-HILL DICTIONARY
OF SCIENTIFIC & TECHNICAL TERMS, 2003).
derretido para cima de um tubo de vazamento refratário e, finalmente, para o fundo do molde.
O tubo de vazamento se estende até o fundo da panela de modo que o material sendo empurrado
para dentro do molde é excepcionalmente limpo. Não são necessários tirantes porque a pressão
aplicada força o metal fundido a compensar o encolhimento. Os rendimentos são geralmente
superiores a 85%, porque não há riser e qualquer metal no tubo de vazamento apenas cai de
volta na panela para reutilização (DERGAMO et al., 2003).
A grande maioria das fundições da LPPM é de alumínio e magnésio, mas algumas são
ligas de cobre. As vantagens incluem muito pouca turbulência ao encher o molde devido à
pressão constante, o que minimiza a porosidade do gás e a formação de escória. As propriedades
mecânicas são cerca de 5% melhores do que as fundições com molde permanentes por
gravidade. A desvantagem é que os tempos de ciclos são mais longos que os moldes de
moldagem permanente por gravidade (DERGAMO et al., 2003).
3.5.1.5 Vácuo
A fundição de molde permanente a vácuo retém todas as vantagens da fundição LPPM,
além disso, os gases dissolvidos no metal fundido são minimizados e a limpeza do metal
fundido é ainda melhor. O processo pode lidar com perfis de paredes finas e proporciona um
excelente acabamento superficial. As propriedades mecânicas são geralmente 10 a 15%
melhores do que as fundições por gravidade de moldes permanentes. O processo é limitado em
peso a 0,2 a 5 kg (0,44 a 11,02 lb) (DERGAMO et al., 2003).
33
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Figura 12 - Molde permanente para corpo de prova 12,5 mm de cabeça, sendo confeccionado no Laboratório
Metalmecânica da UCDB
Fonte: Autor.
35
Os corpos de prova foram produzidos por usinagem dos tarugos do molde standart no
torno, internamente na UCDB. Foram produzidos na fundição 12 tarugos e foram utilizados 8
deles para confecção do corpo de prova, deixando os demais para ensaio de dureza a fim de se
obter características a mais das peças.
Fonte: Autor.
36
A garra utilizada (Figura 15) foi fruto de um projeto e posterior desenvolvimento dos
acadêmicos Ana Carla Simão Queiróz e Rudson Nolasco de Abreu, acadêmicos de engenharia
mecânica.
Figura 14 - Garra para teste de tração em corpos de prova metálicos de seção circular
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
foi possível testar também um lote de peças de tamanho standart que haviam sido separadas
para apresentação, afim de se verificar se as propriedades das peças de maior tamanho.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
38
5. RESULTADOS
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Figura 18 - Gráfico Força vs. Deslocamento corpo de prova de tamanho reduzido (6 mm de diâmetro)
Fonte: Autor.
Figura 19 - Gráfico Força vs. Deslocamento corpo de prova de tamanho standart (12,5 mm de diâmetro)
Fonte: Autor.
40
Para efeito de melhor comparação dos resultados abaixo (Figura 20) estão as
propriedades mecânicas de algumas ligas de alumínio disponíveis no mercado.
Fonte: http://www.shockmetais.com.br/especificacoes/aluminio/pmec
41
6. CONLUSÕES
O estudo da caracterização mecânica por ensaio de tração de alumínio utilizados em
chassis de motocicletas permitiu concluir que:
- O alumínio após a fundição, perdeu suas características de ductibilidade. Apesar dos
índices de resistência mecânica a deformação ficarem bem próximos das ligas comerciais, 9-14
kg/mm², o que pôde ser observado foi um padrão de ruptura de uma liga metálica frágil, não
havendo praticamente deformação permanente em ambas as amostras;
- O padrão dos resultados de deformação específica e permanente, mostrou que as
amostras do padrão standart e reduzidos, apesar de serem do mesmo lote de fundição, não
atingiram resultados semelhantes. O que sugere que a estrutura não se solidificou de forma
homogênea após o derrame do metal líquido no molde; e
- Tais características acima relatadas nos dois parágrafos foi adquirida durante o
processo de fundição. Por motivos de segurança, não houve a possibilidade nesse semestre de
se realizar processos de fundição dentro do Laboratório da Metal Mecânica da UCDB, tendo
que ser realizada externamente por empresa contratada. Porém o processo de fundição do
alumínio para fabricação de corpo de prova deve seguir um rigoroso processo de controle de
temperatura tanto do alumínio quanto do molde para que não haja choque térmico e consequente
diferenças de dureza das camadas externas para a interna e que não foi objeto de cuidado
suficiente da empresa, fato que ocorreu com as amostras apresentadas nesse projeto analisando-
se as tabelas. Quando o alumínio atingi totalmente seu ponto de fusão, a camada superior do
metal líquido presente no cadinho é constituído em sua maioria de escória. Deve-se então fazer
a constante mixagem manual dessa escória ou retirá-la antes do derrame no molde, este último
já deve estar aquecido na mesma temperatura do alumínio fundido. Após o processo, o metal
líquido deve ser solidificado de preferência dentro do forno desligado. Qualquer
descumprimento de um desses passos, ocasionará em amostras inconsistentes com os resultados
esperados pela literatura técnica.
Visto a complexidade e o interesse cada vez maior na área de estudo dos materiais,
esse projeto pode estendido tanto a discentes como a docentes das seguintes formas:
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS2
ALUMÍNIO E SUAS LIGAS. Spectru Instrumental Científico Ltda. Rio de Janeiro, 2018.
Disponível em: <http://www.spectru.com.br/Metalurgia/diversos/aluminio%5B1%5D.pdf>.
Acesso em: 15/10/2017.
ASHBY, M. Seleção de materiais no projeto mecânico. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2012.
ISBN 978-85-352-4521-9.
BRESCIANI FILHO, Ettore et al. Conformação plástica dos metais. S.T. Button, São Paulo:
EPUSP, 2011. Disponível em:
<http://www.fem.unicamp.br/~sergio1/conformacaoplasticadosmetais.pdf>. Acesso em
21/04/2018.
2
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR 6023).
44
DAVIS, Joseph R. et al. Aluminum and aluminum alloys. ASM international, 1993.
DOS REIS, R. F.; MALISKA, A. M.; BORGES, P. C. Nitretação à plasma do aço inoxidável
austenítico ISO 5832-1: influência do tempo de tratamento. Revista Matéria, v. 13, n. 2, p.
304-315, 2008.
KVANDE, H.; DRABLØS, P. A. The aluminum smelting process and innovative alternative
technologies. Journal of occupational and environmental medicine, v. 56, n. 5 Suppl, p. S23,
2014.
SHACKELFORD, J. F. Ciência dos materiais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
TODD, ROBERT H.; ALLEN, DELL K.; ALTING, LEO. Manufacturing Processes
Reference Guide, Industrial Press Inc. 1994.