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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS SÃO MATEUS


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

JOÃO GABRIEL DE OLIVEIRA FAGUEIRO

UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS PARA SOLUÇÃO DE


PROBLEMAS DE DEFLEXÃO DE VIGAS

SÃO MATEUS-ES
2023
JOÃO GABRIEL DE OLIVEIRA FAGUEIRO

UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS PARA SOLUÇÃODE


PROBLEMAS DE DEFLEXÃO DE VIGAS

Monografia apresentada à Coordenadoria do Curso


de Engenharia Mecânica do Instituto Federal do
Espírito Santo, Campus São Mateus, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Mecânica.

Orientador: Prof. Me. Abraão Lemos Caldas


Frossard.

SÃO MATEUS-ES
2023
RESUMO

O método das diferenças finitas é uma abordagem numérica amplamente utilizada


para resolver equações diferenciais e tem sido aplicado em diversos campos da
engenharia. O presente trabalho tem como objetivo a elaboração de um algoritmo para
a resolução do cálculo de deflexão de vigas do modelo de Euler-Bernoulli por meio do
método das diferenças finitas, além de avaliar sua eficiência em comparação com o
método analítico. Para o estudo, o método foi aplicado a dois tipos de vigas, uma
engastada e outra bi apoiada, sujeitas a diferentes tipos de carregamento. Com a
aplicação do método das diferenças finitas nos exemplos estudados, foi possível
constatar sua significativa eficiência, obtendo um erro percentual de apenas 1% em
comparação com o método analítico. Também foi perceptível a facilidade de
implementação do método durante a construção do algoritmo, destacando-se a
dispensa da necessidade de determinar as constantes de integração, ao contrário do
método analítico.

Palavras-chave: Método das diferenças finitas, Modelo de Euler-Bernoulli,


Deflexão de Vigas, Algoritmo.
ABSTRACT

The finite difference method is a widely used numerical approach for solving differential
equations and has been successfully applied in various engineering fields. This work
aims to develop an algorithm for solving the deflection calculation of Euler-Bernoulli
beam models using the finite difference method and to evaluate its efficiency by
comparing it with the analytical method. For the study, the method was applied to two
types of beams. With the application of the finite difference method in the studied
examples, its efficiency was observed, resulting in a 1% percent error between the
analytical and numerical methods. It was also noted for its ease of implementation
during the algorithm construction, unlike the analytical method, which does not require
determining integration constants.

Keywords Finite Differences Method, Model of Euler-Bernoulli, Beam


deflection, Algorithm
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Comportamento de uma viga submetida a diversos carregamentos.


Figura 2 – Representação do elemento infinitesimal da viga antes e depois a
deformação.
Figura 3 – Funções de descontinuidade de acordo com seu tipo de carga.
Figura 4 - Representação de malha unidimensional.
Figura 5 - Comparação entre os esquemas de aproximação.
Figura 6 - Condições de contornos frequentemente utilizadas na resolução de
problemas de deflexão de vigas.
Figura 7 – Viga engastada.
Figura 8 – Viga com extremo apoiado.
Figura 9 – Viga com extremidade em balanço.
Figura 10 – Viga bi-apoiada.
Figura 11 – Viga com extremidade em balanço.
Figura 12 –Comparativo entre soluções do MDF e solução analítica para viga bi
apoiada.
Figura 13 –Comparativo entre soluções do MDF e solução analítica para engastada.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
1.1 OBJETIVOS ......................................................................................................... 6
1.1.1 Objetivo geral .................................................................................................... 6
1.1.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 7
2 DEFLEXÃO EM VIGAS ........................................................................................... 8
2.1 MODELO DE EULER-BERNOULLI ..................................................................... 9
2.2 FUNÇÕES DE DESCONTINUIDADE ................................................................ 12
3 METÓDO DAS DIFERENÇAS FINITAS ................................................................ 14
3.1 APROXIMAÇÃO DA DERIVADA PRIMEIRA ...................................................... 15
3.2 APROXIMAÇÃO DA DERIVADA SEGUNDA ...................................................... 17
3.3 APROXIMAÇÃO DA DERIVADA TERCEIRA ..................................................... 19
3.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO APLICADO AO MDF ......................................... 20
3.4.1 Condição de contorno para viga engastada ..................................................... 21
3.4.2 Condição de contorno para pino e rolete nos extremos da viga ....................... 22
3.4.2 Condição de contorno para viga em balanço ................................................... 23
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 25
4.1 VIGA BI APOIADA .............................................................................................. 26
4.1.1 Método Analítico Viga Bi Apoiada .................................................................... 26
4.1.2 Método diferenças finitas Viga Bi Apoiada ....................................................... 27
4.2 VIGA ENGASTADA ............................................................................................. 28
4.2.1 Método Analítico Viga Engastada .................................................................... 29
4.2.2 Método diferenças finitas Viga Engastada ...................................................... 29
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 32
6 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 37
APÊNDICE A – ALGORITMO PARA CALCULO DA DEFLEXÃO EM VIGAS BI-
APOIADAS E ENGASTADAS ................................................................................. 39
6

1 INTRODUÇÃO

À medida que a capacidade computacional aumentou e os computadores se tornaram


cada vez mais acessíveis, a aplicação de métodos numéricos tornou-se popular na
área da engenharia, desempenhando um papel central e cada vez mais crucial na
resolução de problemas complexos e na otimização de projetos. Em cenários nos
quais a análise de sistemas físicos frequentemente ultrapassa as fronteiras da solução
analítica, os métodos numéricos oferecem uma abordagem versátil e eficaz.

Um dos métodos numéricos que tem ganhado espaço na comunidade científica é o


Método das Diferenças Finitas (MDF). O emprego deste método é vasto e abrange
uma gama diversificada de disciplinas, desde a análise estrutural até a simulação de
fenômenos térmicos, fluidodinâmicos e eletromagnéticos. Sua utilidade é
especialmente pronunciada em situações em que a natureza complexa do problema
impede soluções analíticas diretas. Equações diferenciais parciais, que descrevem
muitos fenômenos na engenharia, encontram no MDF uma abordagem eficiente para
a obtenção de soluções numéricas (Viana, 2018).

Este trabalho tem como objetivo, a explorar o uso e a aplicação do Método das
Diferenças Finitas na análise estrutural de vigas. Na engenharia análise estrutural é
um componente essencial, desempenhando um papel crucial na concepção e
avaliação de estruturas. De acordo com Soares (2010), entre os fenômenos
fundamentais a serem compreendidos e controlados, a deflexão em vigas é de
particular importância. A deflexão é uma deformação que ocorre quando uma viga é
submetida a carregamentos externos, influenciando diretamente a integridade
estrutural e, por conseguinte, a segurança e eficiência de uma estrutura.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Desenvolver um algoritmo para a determinação da curva da linha elástica de vigas


submetidas a diferentes condições de carregamento utilizando o método das
diferenças finitas.
7

1.1.2 Objetivos específicos

a) Revisar a literatura existente sobre o método das diferenças finitas e sua aplicação
na análise de deflexão de vigas.

b) Utilizando o MATLAB implementar o método das diferenças finitas para resolver o


problema de deflexão de vigas propostos em um ambiente computacional.

c) Validar o algoritmo desenvolvido por meio da comparação com soluções analíticas.

d) Realizar estudos de caso abrangendo diferentes configurações de carregamentos


para demonstrar a versatilidade e a eficácia do algoritmo.
8

2 DEFLEXÃO EM VIGAS

O cálculo de deflexões em vigas desempenha um papel importante nos projetos


estruturais, sendo uma consideração essencial para garantir a integridade e
segurança das estruturas. Deflexão refere-se à deformação que uma viga sofre
quando é submetida a cargas externas, e sua importância reside em vários aspectos.
Primeiramente assegurar que a estrutura permaneça dentro de limites aceitáveis de
deformação. De acordo com Soares (2010) a falta de controle no cálculo das flechas
em projetos pode ocasionar no aumento excessivo delas contribuindo com o
aparecimento de fissuras na estrutura. Logo em muitos projetos é crucial a limitação
do grau de deflexão que uma viga pode sofrer quando submetido a uma carga externa.
Na presente seção será apresentado alguns conceitos importantes quando se estuda
a deflexões em vigas como também será abordado o método de funções de
descontinuidade, método que com sua aplicação é possível obter soluções analíticas
para a deflexão em diferentes segmentos da estrutura. Isso permite uma análise mais
detalhada e precisa das deformações.

De acordo com Hibbeler (2010), vigas são elementos delgados que suportam
carregamentos aplicados perpendicularmente a seu eixo longitudinal, em geral são
barras longas e retas com área de seção transversal constante. As vigas são
elementos estruturais essenciais em nosso dia-a-dia. Estando presentes em edifícios,
pontes e diversas outras estruturas, esse componente é responsável por fornecer
suporte e estabilidade às construções que utilizamos diariamente.

Quando uma viga é submetida a momentos fletores, sua forma original é modificada,
esta deformação sofrida pode ser representada graficamente pela linha elástica que
ilustra como essa deformação ocorre ao longo do comprimento da viga (HIBBELER,
2010). Logo cada ponto ao longo da linha elástica corresponde a quantidade de
deslocamento vertical em relação à posição não deformada.
9

Figura 1 – Comportamento de uma viga submetida a diversos carregamentos

Fonte HIBBELER (2010)

2.1 MODELO DE EULER-BERNOULLI

O modelo de vigas de Euler-Bernoulli é uma abordagem fundamental na análise


estrutural que descreve o comportamento de vigas sob diferentes tipos de
carregamento. Segundo Soares (2010), o modelo de viga de Euler-Bernoulli (viga
clássica) consiste em considerar a viga como um elemento unidimensional,
assumindo que o comprimento é muito maior que as dimensões da seção transversal
e que as deflexões na viga ocorrem apenas por flexão.

De acordo com Hibbeler (2010), quando um momento fletor interno M atua sobre o
elemento da viga, isso resulta em uma deformação que ocasiona um ângulo 𝑑𝜃 entre
as seções transversais, conforme ilustrado na Figura 2. O segmento 𝑑𝑥 representa
uma parte da curva elástica que cruza o eixo neutro em cada seção transversal. O
raio de curvatura em um ponto especifico sobre a curvatura da linha elástica é dado
por 𝜌.
10

Figura 2 – Representação do elemento infinitesimal da viga antes e depois a


deformação

Fonte HIBBELER (2010).

A deformação do arco 𝑑𝑠, localizado em uma posição em relação ao eixo neutro se


dá pela seguinte expressão

(𝑑𝑠 ′ − 𝑑𝑠) (1)


𝜖=
𝑑𝑠

Como estamos tratando de um elemento infinitesimal podemos considerar que;

𝑑𝑠 = 𝑑𝑥 = 𝜌 . 𝑑𝜃 (2)

E que

𝑑𝑠 ′ = (𝜌 − 𝑦) . 𝑑𝜃 (3)

Logo, substituindo (2) e (3) em (1), temos que;


11

((𝜌 − 𝑦) . 𝑑𝜃 − 𝜌 . 𝑑𝜃)
𝜖=
𝜌 . 𝑑𝜃

1 𝜖 (5)
= −
𝜌 𝑦

Fazendo as considerações que o material seja homogêneo e comportar-se de uma


maneira linear elástica, a lei de Hooke, e aplicando a fórmula de flexão podemos
considerar que;

𝜎 (6)
𝜖=
𝐸

−𝑀𝑦 (7)
𝜎=
𝐼

Substituindo (6) e (7) em (5), temos;

1 𝑀 (8)
=
𝜌 𝐸𝐼

Onde 𝐸𝐼 é o produto entre o módulo de elasticidade e momento de área é intitulado


de rigidez à flexão. De acordo com Hibbeler (2010), 1/𝜌 é denominado de curvatura
da linha elástica e pode ser representada de forma simplificada em termos de 𝑣 e 𝑥,
onde;

1 𝑑2𝑣 (9)
=
𝜌 𝑑𝑥 2

Substituindo (9) em (8), temos;


12

𝑑2𝑣 (10)
𝐸𝐼 = 𝑀(𝑥)
𝑑𝑥 2

A equação (10) expressa o comportamento da curva elástica de qualquer ponto de


uma determinada viga. É possível reescrever a equação (10) em função da força de
cisalhamento 𝑉 diferenciando cada lado em relação a 𝑥 e substituindo 𝑉 = 𝑑𝑀/𝑑𝑥

𝑑 𝑑2𝑣
(𝐸𝐼 2 ) = 𝑉(𝑥)
𝑑𝑥 𝑑𝑥

𝑑3𝑣 (11)
𝐸𝐼 = 𝑉(𝑥)
𝑑𝑥 3

Diferenciando mais uma vez e considerando que −𝑤 = 𝑑𝑉/𝑑𝑥, temos a função da


curva elástica em função da carga.

𝑑4𝑣 (12)
𝐸𝐼 4 = −𝑤(𝑥)
𝑑𝑥

2.2 FUNÇÕES DE DESCONTINUIDADE

Para casos mais complexos, nos quais várias cargas diferentes atuam sobre a viga, a
determinação da equação da linha elástica torna-se bastante trabalhosa, sendo
necessário escrever funções separadas de momento para cada região da viga. Dessa
forma, a utilização do método de funções de descontinuidades se torna bastante útil,
permitindo descrever, em uma única expressão, a equação da linha elástica para
vigas com múltiplas cargas atuantes.

De acordo com Hibbeler (2010), para expressar a deflexão em vigas, podemos utilizar
as funções de descontinuidade representadas na Figura 3 abaixo.
13

Figura 3 – Funções de descontinuidade de acordo com seu tipo de carga

Fonte HIBBELER (2010)

Nas funções acima 𝑥 representa a coordenada da posição de um ponto ao longo da


viga, já 𝑎 representa o local da viga onde é a carga atua, ou para casos de cargas
distribuídas, onde elas começam. Para a aplicação dessas funções é preciso se
atentar, em casos onde 𝑛 ≥ 0 a função é nula quando temos 𝑥 ≥ 𝑎

0, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 < 𝑎
〈𝑥 − 𝑎〉𝑛 = {
(𝑥 − 𝑎)𝑛 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 ≥ 𝑎

Observamos que 𝑛 < 0 nas funções descrevem cargas concentradas e momentos


conjugado, neste caso se é adotado

0, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 ≠ 𝑎
𝑤 = 𝑃 〈𝑥 − 𝑎〉−1 = {
𝑃, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 = 𝑎

0, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 ≠ 𝑎
𝑤 = 𝑀0 〈𝑥 − 𝑎〉−2 = {
𝑀0 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 = 𝑎
14

3 METÓDO DAS DIFERENÇAS FINITAS

De acordo com Viana (2018), a técnica numérica de diferenças finitas consiste em


substituir equações diferenciais por equações algébricas. No entanto, ao contrário do
método analítico, que possibilita abranger todo o domínio, a solução numérica se
restringe a obter resultados de forma aproximada apenas em alguns pontos que estão
contidos na área de interesse. O conhecimento da solução nos pontos de interesse
nos proporciona uma boa aproximação da solução contínua.

Como mencionado, a estratégia do método de diferenças finitas (MDF) consiste em


buscar equações algébricas que aproximem a solução em cada ponto. A resolução
de problemas utilizando o MDF, de acordo com Fontana (2019), ocorre em etapas.
Primeiramente, há a discretização do domínio de solução, na qual o domínio contínuo
é transformado em um domínio discreto. Nesta etapa, quanto mais elementos forem
utilizados, maior será a precisão do resultado, porém também será maior o gasto
computacional.

Figura 4 – Representação de malha unidimensional

Fonte: Fontana, 2019

As etapas do método de diferenças finitas incluem a discretização da Equação


Diferencial Ordinária (EDO) e das condições de contorno por meio de diferenças
finitas, a obtenção da equação linear para cada ponto do domínio discreto, a resolução
do sistema linear e, por último, devido à natureza numérica do método, é necessário
avaliar o erro associado à resolução.

Na segunda etapa, a discretização da EDO, as derivadas são aproximadas por meio


de relações algébricas envolvendo a solução em diferentes valores de i. Essa
aproximação pode ser realizada de diversas formas, dependendo da precisão
desejada, da natureza do problema e das condições de contorno. No entanto, a origem
15

dessas aproximações é sempre uma aproximação feita utilizando a expansão em


série de Taylor em torno de cada ponto (Fontana, 2019).

Ao utilizar a expansão em série de Taylor, é possível avaliar uma função em qualquer


ponto, partindo da função conhecida em um ponto e de suas derivadas nesse mesmo
ponto. Para que seja possível realizar a aproximação via expansão de série de Taylor,
é necessário que o intervalo estudado não contenha pontos de singularidade. Fontana
(2019) destaca que a aproximação por diferenças finitas é baseada no truncamento
da série de Taylor, e a redução em ∆𝑥 reduz os erros de truncamento. A estratégia
comumente aplicada nesse caso é determinar ∆𝑥 de modo que os erros de
truncamento sejam suficientemente baixos.

3.1 APROXIMAÇÃO DA DERIVADA PRIMEIRA

De acordo com Stewart (2014), a expansão de Taylor é um conceito fundamental em


cálculo, permitindo a representação de funções específicas como uma soma de séries
de potência. Com base nesse conceito, originam-se as aproximações utilizadas no
método das diferenças finitas, que emprega três tipos de aproximações: centrais,
progressivas e regressivas. A escolha entre elas depende dos elementos disponíveis
no domínio discreto. A seguir, é apresentada a dedução de cada uma dessas
aproximações.

𝑑𝑦 (𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖 )2 𝑑 2 𝑦 (𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖 )3 𝑑 3 𝑦
𝑦𝑖+1 = 𝑦𝑖 + (𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖 ) | + | + | + …
𝑑𝑥 𝑥=𝑥𝑖 2! 𝑑 2 𝑥 𝑥=𝑥 3! 𝑑 3 𝑥 𝑥=𝑥
𝑖 𝑖

De acordo com Viana (2018), se os pontos 𝑥𝑖+1 e 𝑥𝑖 estiverem suficientemente


próximos, pode-se desprezar os termos de alta ordem

𝑑𝑦 (13)
𝑦𝑖+1 = 𝑦𝑖 + (𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖 ) |
𝑑𝑥 𝑥=𝑥𝑖

Desprezando os termos de segunda ordem e maiores e isolando a derivada temos a


aproximação progressiva
16

𝑑𝑦 𝑦𝑖+1 − 𝑦𝑖 (14)
| =
𝑑𝑥 𝑥=𝑥𝑖 ∆𝑥

A aproximação regressiva é determinada da mesma forma, porém utilizando outro


ponto de base

𝑑𝑦 𝑦𝑖 − 𝑦𝑖−1 (15)
| =
𝑑𝑥 𝑥=𝑥𝑖 ∆𝑥

Já para a definição da aproximação central é considerado que ∆𝑥 = (𝑥𝑖 − 𝑥𝑖−1 ) =


(𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖 ) ou seja é considerado que temos uma malha regular, espaçamento entre
todos os nós são iguais. Realizando a expansão de 𝑦𝑖+1 menos a de 𝑦𝑖−1 , temos;

𝑑𝑦 2∆𝑥 3 𝑑 3 𝑦
𝑦𝑖+1 − 𝑦𝑖−1 = 2∆𝑥 | + | +⋯
𝑑𝑥 𝑥𝑖 3! 𝑑 3 𝑥 𝑥
𝑖

Os termos de ordem par são cancelados pela subtração, desconsiderando os termos


de alta ordem e isolando a derivada temos a aproximação central representada por;

𝑑𝑦 𝑦𝑖+1 − 𝑦𝑖−1 (16)


| =
𝑑𝑥 𝑥=𝑥𝑖 2∆𝑥

Nos esquemas de aproximações progressivas e regressivas, são desprezados os


termos de segunda ordem em diante, gerando um erro associado ao método. Dessa
forma, esses esquemas são chamados de aproximações de primeira ordem. Na
dedução do esquema central, são desprezados os termos de terceira ordem e
superiores, caracterizando esse esquema como uma aproximação de segunda ordem.

Na Figura 5, temos uma representação gráfica dos esquemas de aproximação aqui


discutidos. Nela, é possível observar as inclinações das aproximações de primeira e
segunda ordem. A inclinação dada pelo esquema de aproximação central é a que mais
se aproxima da solução exata, a inclinação no ponto 𝑥𝑖 , logo para Fontana (2019), a
17

melhor estratégia para a discretização da equação é utilizar o método central para os


pontos internos, para o ponto 𝑥0 é necessário utilizar a aproximação progressiva, por
ser o primeiro elemento do nosso domínio e para o ponto 𝑥𝑛 deve ser utilizado
aproximação regressiva, por ser o último elemento domínio.

Figura 5 - Comparação entre os esquemas de aproximação

Fonte: Adaptado Fontana (2019),

3.2 APROXIMAÇÃO DA DERIVADA SEGUNDA

O método de diferenças finitas também pode ser empregado para discretizar


derivadas de ordem superior. De acordo com Silva e Soares (2011), as aproximações
para a derivada segunda são obtidas ao considerar a definição da derivada em um
ponto. Assim como a derivada de primeira ordem pode ser aproximada pela variação
da função em dois pontos, a derivada segunda pode ser aproximada pela variação na
derivada de primeira ordem em dois pontos. Partindo desse princípio e utilizando o
esquema de aproximação progressiva visto anteriormente, temos:

𝑑𝑦 𝑑𝑦 (17)
| − |
𝑑 𝑦 2 𝑑𝑥 𝑥=𝑥 𝑑𝑥 𝑥=𝑥
𝑖+1 𝑖
| =
𝑑𝑥 2 𝑥=𝑥 𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖
𝑖
18

Considerando a derivada avaliada no ponto 𝑥𝑖+1 como;

𝑑𝑦 𝑦𝑖+2 − 𝑦𝑖+1 (18)


| =
𝑑𝑥 𝑥=𝑥𝑖+1 𝑥𝑖+2 − 𝑥𝑖+1

Considerando também que todos os pontos sejam igualmente espaçados, e


substituindo as expressões de derivadas o ponto 𝑥𝑖+1 e 𝑥𝑖 em (17), obtemos a
aproximação da derivada segunda no esquema progressivo

𝑑2𝑦 𝑦𝑖 − 2𝑦𝑖+1 + 𝑦𝑖+2 (19)


| =
𝑑𝑥 2 𝑥=𝑥 (∆𝑥)2
𝑖

Logo utilizando-se do mesmo procedimento podemos obter as aproximações da


derivada para os esquemas central e regressivo, que estão representados na Tabela
1 e na Tabela 2.

3.3 APROXIMAÇÃO DA DERIVADA TERCEIRA

De acordo com Giffhorn (2019), para a obtenção da aproximação central da terceira


derivada vamos utilizar da expressão da aproximação central da primeira derivada e
𝑑2 𝑦
vamos substituir 𝑦 por assim tem-se:
𝑑𝑥 2

𝑑 3 𝑦 𝑦𝑖+2 − 2𝑦𝑖+1 + 2𝑦𝑖−1 − 𝑦𝑖−2 (20)


=
𝑑𝑥 3 2(∆𝑥)3
19

3.3 APROXIMAÇÃO DA DERIVADA QUARTA

𝑑2 𝑦
De maneira parecida podemos substituir 𝑦 por na expressão (20), para se obter
𝑑𝑥 2

a expressão da aproximação central da quarta derivada, de modo que:

𝑑4 𝑦 𝑦𝑖+2 − 4𝑦𝑖+1 + 6𝑦𝑖 − 4𝑦𝑖−1 − 𝑦𝑖−2 (21)


=
𝑑𝑥 4 (∆𝑥)4

Tabela 1 – Aproximações centrais do MDF para derivadas de primeira até quarta


ordem
Derivada Aproximação pelo MDF
𝑑𝑦 𝑦𝑖+1 − 𝑦𝑖−1
| 2∆𝑥
𝑑𝑥 𝑥=𝑥𝑖
𝑑2 𝑦 𝑦𝑖+1 − 2𝑦𝑖 + 𝑦𝑖−1
| (∆𝑥)2
𝑑𝑥 2 𝑥=𝑥
𝑖

𝑑3 𝑦 𝑦𝑖+2 − 2𝑦𝑖+1 + 2𝑦𝑖−1 − 𝑦𝑖−2


|
𝑑𝑥 3 𝑥=𝑥 2(∆𝑥)3
𝑖
𝑦𝑖+2 − 4𝑦𝑖+1 + 6𝑦𝑖 − 4𝑦𝑖−1 − 𝑦𝑖−2
𝑑4 𝑦
| (∆𝑥)4
𝑑𝑥 4 𝑥=𝑥
𝑖

Fonte: Autor

Tabela 2 – Aproximações progressivas do MDF para derivadas de primeira até


segunda ordem
Derivada Aproximação pelo MDF
𝑑𝑦 𝑦𝑖+1 − 𝑦𝑖
| ∆𝑥
𝑑𝑥 𝑥=𝑥𝑖
𝑑2 𝑦 𝑦𝑖 − 2𝑦𝑖+1 + 𝑦𝑖+2
|
𝑑𝑥 2 𝑥=𝑥 (∆𝑥)2
𝑖

Fonte: Autor

Tabela 3 – Aproximações regressivas do MDF para derivadas de primeira até segunda


ordem
20

Derivada Aproximação pelo MDF


𝑑𝑦 −𝑦𝑖−1 + 𝑦𝑖
|
𝑑𝑥 𝑥=𝑥𝑖 ∆𝑥

𝑑2 𝑦 𝑦𝑖−2 − 2𝑦𝑖−1 + 𝑦𝑖
|
𝑑𝑥 2 𝑥=𝑥 (∆𝑥)2
𝑖

Fonte: Autor

3.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO APLICADO AO MDF

Segundo Fontana (2019), as equações diferenciais de ordem superior a um podem


ocasionar dois tipos de problemas: o problema de valor inicial (PVI) ou o problema de
valor de contorno (PVC). Quando tratamos de um PVC, a resolução desse tipo de
problema baseia-se em buscar soluções que satisfaçam a equação diferencial no
domínio estudado e que também satisfaçam as condições de contorno do problema,
que são condições conhecidas em pontos diferentes. Silva (2008) afirma que as
condições de contorno visam reduzir a quantidade de variáveis no sistema de
equações, utilizando valores conhecidos em pontos específicos da viga. Além disso,
as condições de contorno também podem estabelecer relações entre pontos externos
à viga (nós artificiais da malha de diferenças finitas) e pontos dentro dela.

Figura 6 – Condições de contorno frequentemente utilizadas na resolução de


problemas de deflexão de vigas

Fonte: Adaptado Hibbeler (2010).


21

3.4.1 Condição de contorno para viga engastada

O tipo de apoio extremidade fixa ou também chamada de viga engastada, impede


tanto a rotação quanto a translação da viga, e para isso gera uma força e um momento
binário como reações (HIBBELER, 2011).

Figura 7 – Viga engastada

Fonte: Giffhorn (2019).

Como mostra a Figura 3 para situações de viga engastada temos que a deflexão da
viga igual a zero, logo:

𝑌𝑖 = 0

Em 𝑖, local de engaste, também temos que rotação também é nula, portanto:

𝑑𝑦 (22)
𝜃= =0
𝑑𝑥

𝑑𝑦 𝑦𝑖+1 − 𝑦𝑖 (23)
| =
𝑑𝑥 𝑥=𝑥𝑖 ∆𝑥
22

Substituindo (22) em (23);

𝑦𝑖+1 − 𝑦𝑖
=0
∆𝑥

𝑦𝑖+1 = 𝑦𝑖 (24)

3.4.2 Condição de contorno para pino e rolete nos extremos da viga

As reações para os tipos de apoio pino e rolete são diferentes onde o rolete impede
apenas que a viga translade na direção vertical já o pino se apresenta ser um tipo de
apoio mais restritivo impedindo que a viga translade nas direções vertical e horizontal,
(HIBBELER, 2011). Apesar de apresentarem reações diferentes podemos considerar
para os dois as mesmas condições de contorno.

Figura 8 – Viga com extremo apoiado

Fonte: Giffhorn (2019)

Para o caso de rolete e pino localizados na extremidade da viga temos que a flecha e
o momento no local são nulos, logo

𝑌𝑖 = 0

Para momento igual a zero temos


23

𝑑2 𝑣 (25)
𝐸𝐼 = 𝑀(𝑥) = 0
𝑑𝑥 2

𝑑2 𝑦 𝑦𝑖+1 − 2𝑦𝑖 + 𝑦𝑖−1 (26)


2
| = =0
𝑑 𝑥 𝑥=𝑥 (∆𝑥)2
𝑖

Substituindo 𝑌𝑖 = 0;

𝑦𝑖+1 = −𝑦𝑖−1 (27)

3.4.2 Condição de contorno para viga em balanço

A extremidade livre não apresenta nenhum tipo de reação, e apresenta momento e


esforço cortante nulos, como demonstrado na Figura 3.
,
Figura 9 – Viga com extremidade em balanço

Fonte: Giffhorn (2019)

Na extremidade livre temos que o momento igual a zero logo;

𝑑2 𝑣
𝐸𝐼 = 𝑀(𝑥) = 0
𝑑𝑥 2

𝑑2𝑦 𝑦𝑖+1 − 2𝑦𝑖 + 𝑦𝑖−1


2
| = =0
𝑑 𝑥 𝑥=𝑥 (∆𝑥)2
𝑖
24

𝑦𝑖+1 = 2𝑦𝑖 − 𝑦𝑖−1 (28)

Além disso o esforço cortante também é nulo

𝑑3𝑣 (29)
𝐸𝐼 = 𝑉(𝑥) = 0
𝑑𝑥 3
𝑦𝑖+2 − 2𝑦𝑖+1 + 2𝑦𝑖−1 − 𝑦𝑖−2 (30)
=0
2(∆𝑥)3

𝑦𝑖+2 = 2𝑦𝑖+1 − 2𝑦𝑖−1 + 𝑦𝑖−2 (31)


25

4 METODOLOGIA

Para a construção do código foi utilizado o Matlab, nele foi implementado a resolução
analítica e via MDF para comparação de resultados. No presente trabalho foram
escolhidos dois tipos de problemas para estudo, neles foram aplicados o modelo de
Euler-Bernoulli. O primeiro caso estudado consiste em uma viga bi- apoiada e o
segundo problema apresenta uma viga engastada com extremidade em balanço.

O procedimento para a resolução escolhido no presente trabalho consiste em utilizar


das funções de descontinuidade para determinar a curva da linha elástica, para
problemas em que a viga é submetida a diversas cargas esse método se apresenta
bastante vantajoso pela facilidade de aplicação. Com o método aplicado podemos
𝑑4 𝑣 𝑑2 𝑣
substituir as funções de 𝑤 em 𝐸𝐼 𝑑𝑥 4 = −𝑤(𝑥) ou 𝑀 em 𝐸𝐼 𝑑𝑥 2 = 𝑀, para resolução

analítica realizamos as integrações. O Calculo das constantes de integração é


realizado utilizando adas condições de contorno, com as constantes calculadas elas
são substituídas nas equações de deflexão da viga para obter os resultados finais.

Para a resolução dos problemas propostos, devemos seguir algumas etapas após a
determinação da curva elástica. Conforme citado por Cunha (2003, p. 174), a
aplicação do Método de Diferenças Finitas requer a execução de alguns passos. É
fundamental para o método a discretização do domínio, o que torna finito o problema
e viabiliza a solução via computadores. Logo, a primeira etapa destinada aos métodos
de solução numérica de equações diferenciais é discretizar o domínio de solução.

Na segunda etapa, é necessário discretizar também a equação diferencial e, com as


condições de contorno, utilizando diferenças finitas. A partir da equação discretizada,
obtém-se uma equação linear para cada ponto do domínio discreto.

Na terceira e última etapa, está a resolução do sistema linear resultante e a avaliação


do erro associado à resolução. Como se trata de um método numérico, sempre há um
erro associado à resolução.
26

4.1 VIGA BI APOIADA

Para o primeiro caso foi adotado uma viga do modelo Euler-Bernoulli, bi apoiada por
um rolete na extremidade A e pino na extremidade B, a viga e o carregamento imposto
estão representados na Figura 10.

Figura 10 – Viga bi apoiada

Fonte: HIBBELER (2010, pág. 437).

Para obtenção da equação do momento, primeiro é preciso obter o valor da reação


do ponto, a força reativa no rolete não será incluída na expressão que descreve o
momento interno da viga já que 𝑥 nunca será maior que L. Com isso podemos
determinar a expressão utilizando as funções apresentadas na Figura 3, assim temos

𝑤0 𝑚 (32)
𝑀 = 𝑅𝐴 〈𝑥 − 0〉1 + 𝑀0 〈𝑥 − 3〉0 − 〈𝑥 − 3〉2 − 〈𝑥 − 3〉3
2 6

4.1.1 Método Analítico Viga Bi-Apoiada

A deflexão pode ser calculada via método analítico depois que essa equação for
𝑑2 𝑣
substituída em 𝐸𝐼 𝑑𝑥 2 = 𝑀 e integrada duas vezes e as constantes de integração forem

calculadas com a aplicação das condições de contorno

𝑑2 𝑣 𝑤0 𝑚
𝐸𝐼 2
= 𝑅𝐴 〈𝑥 − 0〉1 + 𝑀0 〈𝑥 − 3〉0 − 〈𝑥 − 3〉2 − 〈𝑥 − 3〉3
𝑑𝑥 2 6
27

d𝑣 𝑅𝐴 𝑤0 𝑚
𝐸𝐼 = 〈𝑥 − 0〉2 + 𝑀0 〈𝑥 − 3〉1 − 〈𝑥 − 3〉3 − 〈𝑥 − 3〉4 + 𝐶1
𝑑𝑥 2 6 24

𝑅𝐴 𝑀0 𝑤0 𝑚 (33)
𝐸𝐼 𝑣 = 〈𝑥 − 0〉3 + 〈𝑥 − 3〉2 − 〈𝑥 − 3〉4 − 〈𝑥 − 3〉5 + 𝐶1 + 𝐶2
6 2 24 120

De acordo com a Figura 6 temos que v = 0 onde x = 0 e x = L , substituindo na


equação (33) é possível obter 𝐶1 e 𝐶2 e assim é determinada a curva elástica da viga.

4.1.2 Método diferenças finitas Viga Bi Apoiada

Para a aplicação do MDF vamos discretizar o a viga em 𝑛 nós, igualmente espaçados


em uma distância de ∆𝑥, dessa forma o primeiro nó da viga é representado pelo ponto
1, onde 𝑥 = 0, e o ultimo nó da viga onde 𝑥 = 𝐿 é representado pelo ponto 𝑛.

Discretizando a expressão da linha elástica representada pela equação (10),


utilizando a expressão da aproximação central da derivada segunda, dessa forma
temos que;

𝑀 𝑦𝑖+1 − 2𝑦𝑖 + 𝑦𝑖−1


=
EI (∆𝑥)2

Para as condições de contorno novamente temos que que v = 0 onde x = 0 e x =


L , logo:
𝑌1 = 0
E também

𝑌𝑁 = 0

Juntando as expressões que descrevem o comportamento de todos os nós é gerado


um sistema matricial de forma 𝐴𝑥 = 𝐵 , onde a matriz 𝐴 de dimensões 𝑛𝑥𝑛 é a matriz
dos coeficientes, o vetor 𝑥 de dimensão 𝑛 é o vetor do domínio discretizado e 𝐵 o vetor
solução com dimensão 𝑛.
28

Dessa forma o sistema 𝐴𝑥 = 𝐵, com 𝑁 = 5, pode ser representado como:

𝑀(𝑥) (∆𝑥)2
𝐸𝐼
𝑀(𝑥) (∆𝑥)2
𝑌1
01 00 00 00 00 𝐸𝐼

𝑀 (∆𝑥)2
[01 −2 01 01 01 ] 𝑌𝑖 = (𝑥)
00 01 −2 01 01 ⋮ 𝐸𝐼
00 00 00 00 01 [𝑌 ] 𝑀(𝑥) (∆𝑥)2
𝑁
𝐸𝐼
𝑀(𝑥) (∆𝑥)2
[ 𝐸𝐼 ]

Resolvendo o sistema é obtido a deflexão em cada nó.

4.2 VIGA ENGASTADA

O segundo caso consiste em uma do modelo Euler-Bernoulli, engastada em A e com


a extremidade livre em B, a viga e o carregamento estão representados na figura abai,

Figura 11 – Viga com extremidade em balanço

Fonte: Adaptado HIBBELER (2010)

Para obtenção da equação do momento, é repetido o passo a passo realizado no


primeiro caso estudado, então se é necessário determinar o valor da reação do
engaste. Com as reações calculadas podemos utilizar as funções de descontinuidade
para descrever a equação do momento interno da viga.
29

𝑤0 (34)
𝑀 = 𝑅𝐴 〈𝑥 − 0〉1 + 𝑀𝐴 〈𝑥 − 0〉0 − 〈𝑥 − 0〉2
2

4.2.1 Método Analítico Viga Engastada

Para resolução do problema via método analítico a equação (34) é substituída em


𝑑2 𝑣
𝐸𝐼 𝑑𝑥 2 = 𝑀 e integrada duas vezes e as constantes de integração calculadas com a

aplicação das condições de contorno, dessa forma temos que:

𝑑2 𝑣 𝑤0
𝐸𝐼 2 = 𝑅𝐴 〈𝑥 − 0〉1 + 𝑀𝐴 〈𝑥 − 0〉0 − 〈𝑥 − 0〉2
𝑑𝑥 2

d𝑣 𝑅𝐴 𝑤0 (35)
𝐸𝐼 = 〈𝑥 − 0〉2 + 𝑀𝐴 〈𝑥 − 0〉1 − 〈𝑥 − 3〉3 + 𝐶1
𝑑𝑥 2 6

𝑅𝐴 𝑀0 𝑤0 (36)
𝐸𝐼 𝑣 = 〈𝑥 − 0〉3 + 〈𝑥 − 3〉2 − 〈𝑥 − 3〉4 + 𝐶1 + 𝐶2
6 2 24

Na Figura 6 encontramos as condições de contorno da viga engastada onde v = 0


d𝑣
em x = 0 e 𝜃 = 0, ou seja, 𝑑𝑥 = 0 em x = 0 , substituindo nas equações (35) e (36)

é possível obter 𝐶1 e 𝐶2 e assim é determinada a curva elástica da viga.

4.2.2 Método diferenças finitas Viga Engastada

Para a aplicação do MDF a mesma discretização feita no problema anterior é


realizada, onde a viga é dividida em 𝑛 nós, igualmente espaçados em uma distância
de ∆𝑥.

Como demonstrado anteriormente a expressão da linha elástica é representada em


𝑑4 𝑣
função da carga pela expressão 𝐸𝐼 𝑑𝑥 4 = −𝑤(𝑥), e para resolve-la podemos utilizar

das expressões da Tabela 1 que nós dá a aproximação central da derivada quarta,


dessa forma;
30

𝑑2 𝑣 𝑦𝑖+2 − 4𝑦𝑖+1 + 6𝑦𝑖 − 4𝑦𝑖−1 − 𝑦𝑖−2 (37)


2
=
𝑑𝑥 (∆𝑥)4

Substituindo (12) em (37):

−𝑤 𝑦𝑖+2 − 4𝑦𝑖+1 + 6𝑦𝑖 − 4𝑦𝑖−1 − 𝑦𝑖−2 (38)


=
EI (∆𝑥)4

Para as condições de contorno do ponto x = 0 temos v = 0 e 𝜃 = 0, logo;

𝑌1 = 0 (39)

E também
d𝑣 𝑦𝑖+1 − 𝑦𝑖−1
𝜃= = =0
𝑑𝑥 2∆𝑥

Substituindo 𝑖 = 1
𝑦2 = 𝑦0 (40)

Substituindo (39) e (40) em (38) para 𝑖 = 2

−𝑤 (41)
𝑦4 − 4𝑦3 + 7𝑦2 =
EI

Substituindo (39) em (38) para 𝑖 = 3


−𝑤
𝑦5 − 4𝑦4 + 6𝑦3 − 4𝑦2 =
EI

Para as condições de contorno do ponto em x = L temos M = 0 e 𝑉 = 0, logo;


31

𝑑2𝑣 𝑦𝑖+1 − 2𝑦𝑖 + 𝑦𝑖−1


2
= = 0
𝑑𝑥 (∆𝑥)2
Substituindo 𝑖 = 𝑁

𝑦𝑁+1 = 2𝑦𝑁 − 𝑦𝑁−1 (42)

Sendo 𝑉 = 0, temos

𝑑3 𝑣 𝑦𝑖+2 − 2𝑦𝑖+1 + 2𝑦𝑖−1 − 𝑦𝑖−2


3
= =0
𝑑𝑥 2(∆𝑥)3

Substituindo 𝑖 = 𝑁
𝑦𝑁+2 = 2𝑦𝑁+1 − 2𝑦𝑁−1 − 𝑦𝑁−2 (43)

Substituindo (42) em (43);

𝑦𝑁+2 = 4𝑦𝑁 − 4𝑦𝑁−1 − 𝑦𝑁−2 (44)

Substituindo (42) em (38), para 𝑖 = 𝑁 − 1;

−𝑤
−2𝑦𝑁 + 5𝑦𝑁−1 − 4𝑦𝑁−1 − 𝑦𝑁−3 =
EI

Substituindo (42) e (44) em (38), para 𝑖 = 𝑁;

−𝑤
2𝑦𝑁 − 4𝑦𝑁−1 + 2𝑦𝑁−2 =
EI

Juntando as expressões que descrevem o comportamento de todos os nós é gerado


um sistema matricial de forma 𝐴𝑥 = 𝐵 , considerando 𝑁 = 7, podemos descrever o
sistema como:
32

−𝑤(𝑥) (∆𝑥)4
𝐸𝐼
−𝑤(𝑥) (∆𝑥)4
𝐸𝐼
01 00 00 00 00 00 00 𝑌1 −𝑤(𝑥) (∆𝑥)4
00 07 −4 01 00 00 00 𝑌2 𝐸𝐼
00 −4 06 −4 01 00 00 𝑌3 −𝑤(𝑥) (∆𝑥)4
00 01 −4 06 −4 01 00 𝑌4 =
00 00 00 −4 06 −4 01 𝑌5 𝐸𝐼
00 00 00 01 −4 05 −2 𝑌6 −𝑤(𝑥) (∆𝑥)4
[00 00 00 00 02 −4 02 ] [𝑌7 ] 𝐸𝐼
−𝑤(𝑥) (∆𝑥)4
𝐸𝐼
−𝑤(𝑥) (∆𝑥)4
[ 𝐸𝐼 ]
33

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a elaboração do algoritmo feita baseando-se na metodologia aqui descrita foi


necessário adotar alguns parâmetros para a resolução dos problemas. Em ambos os
problemas adotamos módulo de elasticidade a igual 200 GPa (Aço A-36) e Inércia da
seção transversal igual a 84,4 106 𝑚𝑚4 (perfil W310 x 39). Para validação do método
a resolução via MDF foi comparada com a analítica, para o problema de viga bi
apoiada variamos o valor de N, para verificar convergência e erro associado, N

Figura 12 –Comparativo entre soluções do MDF e solução analítica para viga bi


apoiada

Fonte: Autor.

Percebe-se que com o aumento de elementos da malha, melhor a qualidade do


resultado, onde a curva de 19 elementos apresentou resultado mais próximo ao
analítico durante todo o domínio se comparados as curvas de 9 elementos e 5
elementos.

O erro percentual foi calculado para todas as curvas em 𝑥 = 𝐿;

(𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑢𝑚é𝑟𝑖𝑐𝑜)−(𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑛á𝑙𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜)


𝜀= ( ) 𝑥 100%
(𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑛𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑜)
34

Tabela 4 – Convergência do método das diferenças finitas, para problema de viga bi


apoiada
Solução numérica Erro percentual
𝑁=5 10%
𝑁=7 5%
𝑁=9 4%
𝑁 = 15 1,5%
𝑁 = 19 1%
Fonte: Autor

Os resultados para o problema de viga engastada estão representados na figura (),


também apresentou convergência nos resultados, onde o erro diminuiu conforme a
malha foi refinada.

Figura 13 –Comparativo entre soluções do MDF e solução analítica para engastada

Fonte: Autor
35

Tabela 5 – Convergência do método das diferenças finitas, para problema de viga


engastada
Solução numérica Erro percentual
𝑁=5 6,25%
𝑁=7 2,78%
𝑁=9 1,56%
𝑁 = 11 1%
Fonte: Autor
36

6 CONCLUSÕES

O método de diferenças finitas se apresenta muito versátil, encontramos ele sendo


aplicado em campos tão diversos como física, engenharia, finanças e biologia. Apesar
da grande versatilidade e de sua aplicação ser relativamente simples, ele ainda é um
método pouco trabalhado na área da mecânica para o estudo de estruturas. Com a
aplicação do MDF nos exemplos aqui estudados, foi possível ver sua grande
eficiência, onde nos dois exemplos foi possível obter um erro percentual de 1%
utilizando-se de malhas com poucos elementos. Também foi possível notar sua
facilidade de implementação durante a construção do algoritmo, onde diferente do
método analítico não é necessária determinar as constantes de integração.

Para as resoluções das vigas propostas, o algoritmo apresentou resultados


satisfatórios. No entanto, em casos que envolvem carregamentos compostos por
cargas concentradas e momentos binários, foram observadas dificuldades em obter
resultados convergentes com a solução analítica. Isso se deve ao fato de que esses
carregamentos são representados por funções de singularidade, onde 𝑛 < 0,
conforme demonstrado na seção 2.2.

Para trabalhos futuros será interessante aplicar método das diferenças finitas em
cenários mais complexos como na análise de estruturas com carregamentos
dinâmicos e em análises da mecânica onde se é necessário avaliar múltiplas
dimensões.
37

REFERÊNCIAS

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Bernoulli Submetida a Impacto no Centro após Queda Livre Através do Método de
Diferenças Finitas. Proceeding Series Of The Brazilian Society Of Computational
And Applied Mathematics, Nata, v. 4, n. 1, p. 1-7, ago. 2015.

GIFFHORN, Julia Fontana. ANÁLISE COMPARATIVA DO MODELO DE VIGA DE


EULERBERNOULLI E DE TIMOSHENKO ATRAVÉS DO MÉTODO DAS
DIFERENÇAS FINITAS. 2019. 83 f. Monografia (Especialização) - Curso de
Engenharia Civil,Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa
Catarina, Florianópolis, 2019.

MELLO, Eduardo Henrique Viecilli Martins de. ANÁLISE ESTÁTICA E DINÂMICA DE


VIGAS DE EULER-BERNOULLI SOBRE BASE ELÁSTICA COM O MÉTODO DOS
ELEMENTOS DE CONTORNO E O MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS. 2017.
112 f. Tese (Doutorado) - Curso de Métodos Numéricos em Engenharia, Mecânica
Computacional, Graduação em Métodos Numéricos em Engenharia, Setor de
Tecnologia, Curitiba, 2017.

STEWART, James. Cálculo, volume 2. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning Edições
Ltda., 2014.

RAMOS, Adriano Shineyder de Moraes; AMARAL, Leonardo Aguiar do; SOUZA,


Patrick Rios de; PINHEIRO, Vitor Pancieri; NEVES, Natan Sian das; CANDIDO, Daniel
Carvalho de Moura. ANÁLISE DINÂMICA DO MODELO DE VIGA DE EULER-
BERNOULLI VIA MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS. Ifes Ciência, Vitoria, v. 4,
n. 1, p. 1-19, jun. 2018.

RUSSELL CHARLES HIBBELER. Estática Mecânica para Engenharia. 12. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

RUSSELL CHARLES HIBBELER. Resistência dos materiais (7a. ed.). São Paulo:
Pearson Educación, 2010.

SILVA, Selênio Feio da; SOARES, Alexandre Andrade Brandão. O MÉTODO DAS
DIFERENÇAS FINITAS APLICADO À TEORIA DAS VIGAS. Traços, Belém, v. 13, n.
27, p. 9-23, Jun - 2011.

SILVA, S. F. O método das diferenças finitas aplicado à viga de Euler: Comportamento


estático e dinâmico. Revista Traços, Belém, v.10, n.21, p. 9-22, jun. 2008

SOARES, Alexandre Andrade Brandão. O MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS


APLICADO À TEORIA DAS VIGAS. 2010. 142 f. Monografia (Especialização) - Curso
de Engenharia Civil, Universidade da Amazônia, Belém, 2010.

SOUZA, Calebe Paiva Gomes de; CRUZ, Gustavo Guimarães. Análise comparativa
das teorias de Euler-Bernoulli e de Timoshenko via método das diferenças finitas com
38

implementação computacional em Scilab. Tecnologia, Fortaleza, v. 39, n. 1, p. 1-12,


jun. 2018.

VIANA, Hiago Sales. MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS APLICADO A UM


PROBLEMA DE CONDUÇÃO DO CALOR EM ESTADO ESTACIONÁRIO. 2018. 41
f. Tese (Doutorado) - Curso de Matemática, Universidade Federal do Pará, Castanhal
–, 2018.
FONTANA, Éliton. Introdução ao Método de Diferenças Finitas com Aplicações
em Engenharia Química. Curitiba: Universidade Federal do Paraná Ufpr, 2019. 84 p.
39

APÊNDICE A – ALGORITMO PARA CALCULO DA DEFLEXÃO EM VIGAS BI-


APOIADAS E ENGASTADAS

%% Limpeza dos dados e das áreas virtuais


%close all
%clear
%clc
%% Discretização do Dominio
L=9; % comprimeto da viga
N=11; % Quantidade de elementos da malha N minino =5
dx=L/(N-1); % delta x
E=200; % E do aço A-36 200 GPa
I=84,8; % I= 84,4 10^6 mm^4

%% Definindo o Dominio discreto


for i=1:N
x(i)=(i-1)*dx;
end
%% Leitura do arquivo com dados das vigas
matriz_entrada= xlsread('excelfagueiro',1); % Matriz com as entradas do usuario

matriz_apoio= xlsread('excelfagueiro',2);

%% Determinação das reações


qtd_cargas= size(matriz_entrada,1); %Determina a quantidade de cargas no problema

for i=1:qtd_cargas % Esse for realiza o somatorio de forças em y


if matriz_entrada(i,1)==1
Somatorio_fy(i,1)= 0;
elseif matriz_entrada(i,1)==2
Somatorio_fy(i,1)= matriz_entrada(i,2);
elseif matriz_entrada(i,1)==3
Somatorio_fy(i,1)= matriz_entrada(i,2)*(matriz_entrada(i,4)-matriz_entrada(i,3));
elseif matriz_entrada(i,1)==4
Somatorio_fy(i,1)= matriz_entrada(i,2)*(matriz_entrada(i,4)-matriz_entrada(i,3))^2*(0.5);
end
end

for i=1:qtd_cargas % Esse for realiza o somatorio dos momentos no primeiro ponto de apoio
if matriz_entrada(i,1)==1
Somatorio_M(i,1)= -matriz_entrada(i,2);
elseif matriz_entrada(i,1)==2
Somatorio_M(i,1)= matriz_entrada(i,2)*matriz_entrada(i,3);
elseif matriz_entrada(i,1)==3
a=(matriz_entrada(i,4)-matriz_entrada(i,3))*0.5;
b=matriz_entrada(i,2)*(matriz_entrada(i,4)-matriz_entrada(i,3));
Somatorio_M(i,1)= b*(matriz_entrada(i,3)+a-matriz_apoio(1,2));
elseif matriz_entrada(i,1)==4
a=(matriz_entrada(i,4)-matriz_entrada(i,3))*(2/3);
b= matriz_entrada(i,2)*(matriz_entrada(i,4)-matriz_entrada(i,3))^2*(0.5);
Somatorio_M(i,1)= b*(matriz_entrada(i,3)+a-matriz_apoio(1,2));
end
end
soma_cargas=0;
soma_momentos=0;
40

for i=1:qtd_cargas
soma_cargas=soma_cargas+Somatorio_fy(i,1);
soma_momentos=soma_momentos+Somatorio_M(i,1);
end
if matriz_apoio(1,1)~=3 & matriz_apoio(2,1)~=3 % caso de uma viga bi-apoiada
if size(matriz_apoio,1) ==2
R2=soma_momentos/(matriz_apoio(2,2)-matriz_apoio(1,2));
a=size(matriz_entrada,1)+2;
matriz_entrada(a,1)=2;
matriz_entrada(a,2)=R2;
matriz_entrada(a,3)=matriz_apoio(2,2);
b=size(matriz_entrada,1)-1;
R1=soma_cargas-R2;
R1=-R1;
matriz_entrada(b,1)=2;
matriz_entrada(b,2)=R1;
matriz_entrada(b,3)=matriz_apoio(1,2);
elseif size(matriz_apoio,1) ==1 % caso de uma viga com um ponto de apoio (acho que
não existe)
R2=0;
R1=soma_cargas-R2;
b=size(matriz_entrada,1)+1;
matriz_entrada(b,1)=2;
matriz_entrada(b,2)=R1;
matriz_entrada(b,3)=matriz_apoio(1,2);
end
elseif matriz_apoio(1,1)==3 | matriz_apoio(2,1)==3

if size(matriz_apoio,1) ==2 %caso estaticamente indeterminado


R2=0
R1=0;
elseif size(matriz_apoio,1) ==1 % caso de una viga engastada
R2=0;
b=size(matriz_entrada,1)+1;
R1=soma_cargas-R2;
matriz_entrada(b,1)=2;
matriz_entrada(b,2)=-R1;
matriz_entrada(b,3)=matriz_apoio(1,2);
M1=soma_momentos;
c=size(matriz_entrada,1)+1;
matriz_entrada(c,1)=1;
matriz_entrada(c,2)=M1;
matriz_entrada(c,3)=matriz_apoio(1,2);

end

end
%% Casos que há necessidade de usar o metodo de superposição
for i=1:size(matriz_entrada,1)
if matriz_entrada(i,1)==3 & matriz_entrada(i,4)~=L
a=matriz_entrada(i,4);
matriz_entrada(i,4)=L;
matriz_entrada(size(matriz_entrada,1)+1,1)=3;
matriz_entrada(size(matriz_entrada,1),2)=-matriz_entrada(i,2);
matriz_entrada(size(matriz_entrada,1),3)=a;
41

matriz_entrada(size(matriz_entrada,1),4)=L;
end
end
%% Determinação da função do momento (FUNÇÕES DE DESCONTINUIDADE)
for i=1:size(matriz_entrada,1)
if matriz_entrada(i,1)==1
for j=1:N
if (x(j)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_descontinuidade(j,i)=0 ;
else
Matriz_descontinuidade(j,i)= (matriz_entrada(i,2)/-2)*(x(j)-matriz_entrada(i,3))^2;
end
end
elseif matriz_entrada(i,1)==2
for j=1:N
if (x(j)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_descontinuidade(j,i)=0 ;
else
Matriz_descontinuidade(j,i)= (matriz_entrada(i,2)/-6)*(x(j)-matriz_entrada(i,3))^3;
end
end

elseif matriz_entrada(i,1)==3
for j=1:N

if (x(j)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_descontinuidade(j,i)=0 ;
else
Matriz_descontinuidade(j,i)= (matriz_entrada(i,2)/-24)*(x(j)-
matriz_entrada(i,3))^4;
end
end

elseif matriz_entrada(i,1)==4
for j=1:N
if (x(j)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_descontinuidade(j,i)=0 ;
else
Matriz_descontinuidade(j,i)= (matriz_entrada(i,2)/-120)*(x(j)-
matriz_entrada(i,3))^5;
end
end

end
end

%% DETERMINAÇÃO DAS CONSTANTES


if size(matriz_apoio,1)==1 %%viga engastada
for i=1:size(matriz_entrada,1)
if matriz_entrada(i,1)==1
if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0 | matriz_entrada(i,3)==L
Matriz_con(i,1)=0 ;
else
Matriz_con(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-1)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^1;
end
42

end
if matriz_entrada(i,1)==2

if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0 | matriz_entrada(i,3)==L
Matriz_con(i,1)=0 ;
else
Matriz_con(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-2)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^2;
end
end

if matriz_entrada(i,1)==3

if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con(i,1)=0 ;
else
Matriz_con(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-6)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^3;
end
end

if matriz_entrada(i,1)==4

if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con(i,1)=0 ;
else
Matriz_con(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-24)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^4;
end
end

end
C1=0;
for i=1:size(Matriz_con,1)
C1=C1+Matriz_con(i,1);
end

for i=1:size(matriz_entrada,1)
if matriz_entrada(i,1)==1
if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con2(i,1)=0 ;
else
Matriz_con2(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-2)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^2;
end
end
if matriz_entrada(i,1)==2

if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con2(i,1)=0 ;
else
Matriz_con2(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-6)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^3;
end
end

if matriz_entrada(i,1)==3

if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0
43

Matriz_con2(i,1)=0 ;
else
Matriz_con2(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-24)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^4;
end
end

if matriz_entrada(i,1)==4

if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con2(i,1)=0 ;
else
Matriz_con2(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-120)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^5;
end
end

end
C2=0;
for i=1:size(Matriz_con2,1)
C2=C2+Matriz_con2(i,1);
end
C2=C2+C1*x(1);
f=size(Matriz_descontinuidade,2)+1;
g=f+1;
if C1~=0
for i=1:N
Matriz_descontinuidade(i,f)=C1*x(i);
end
end
if C2~=0
for i=1:N
Matriz_descontinuidade(i,g)=C2;
end
end
end

if size(matriz_apoio,1)==2 %%viga Biapoiada


for i=1:size(matriz_entrada,1)
if matriz_entrada(i,1)==1
if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con(i,1)=0 ;
else
Matriz_con(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-2)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^2;
end
end
if matriz_entrada(i,1)==2

if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con(i,1)=0 ;
else
Matriz_con(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-6)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^3;
end
end

if matriz_entrada(i,1)==3
44

if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con(i,1)=0 ;
else
Matriz_con(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-12)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^4;
end
end

if matriz_entrada(i,1)==4

if (x(1)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con(i,1)=0 ;
else
Matriz_con(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-120)*(x(1)-matriz_entrada(i,3))^5;
end
end

end

for i=1:size(matriz_entrada,1)
if matriz_entrada(i,1)==1
if (x(N)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con2(i,1)=0 ;
else
Matriz_con2(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-2)*(x(N)-matriz_entrada(i,3))^2;
end
end
if matriz_entrada(i,1)==2

if (x(N)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con2(i,1)=0 ;
else
Matriz_con2(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-6)*(x(N)-matriz_entrada(i,3))^3;
end
end

if matriz_entrada(i,1)==3

if (x(N)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con2(i,1)=0 ;
else
Matriz_con2(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-24)*(x(N)-matriz_entrada(i,3))^4;
end
end

if matriz_entrada(i,1)==4

if (x(N)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_con2(i,1)=0 ;
else
Matriz_con2(i,1)= (matriz_entrada(i,2)/-120)*(x(N)-matriz_entrada(i,3))^5;
end
end
45

end
C2=0;
for i=1:size(Matriz_con,1)
C2=C2+Matriz_con(i,1);
end

C1=-sum(Matriz_con2,1)/x(N)
f=size(Matriz_descontinuidade,2)+1;
g=f+1;
if C1~=0
for i=1:N
Matriz_descontinuidade(i,f)=C1*x(i);
end
end
if C2~=0
for i=1:N
Matriz_descontinuidade(i,g)=C2;
end
end
end

%% DEFINIÇÃO DA LINHA ELÁSTICA RESOLUÇÃO ANALITICO

v=sum(Matriz_descontinuidade,2);
v=v*1000/(E*I);

%% COEFICIENTES DA MATRIZ DISCERTIZADA


A=zeros(N,N);
if size(matriz_apoio,1)==1 % Viga Engastada c/ extremidade livre
for i=4:N-2 %%Aproximação central
A(i,i-2)=1; %%Diagonal inferior
A(i,i-1)=-4; %%Diagonal inferior
A(i,i)=6; %%Diagonal principal
A(i,i+1)=-4; %%Diagonal superior
A(i,i+2)=1; %%Diagonal superior
end
A(1,1)=1;A(2,2)=7;A(2,3)=-4;A(2,4)=1;A(3,2)=-4;A(3,3)=6;A(3,4)=-4;A(3,5)=1;%Condição de
contorno engaste
A(N,N)=2;A(N,N-1)=-4;A(N,N-2)=2;A(N-1,N)=-2;A(N-1,N-1)=5;A(N-1,N-2)=-4;A(N-1,N-
3)=1; %Condição de contorno extremidade em balanço

else %Caso Bi-Apoiada


for i=2:N-1 %%Aproximação central
A(i,i-1)=1; %%Diagonal inferior
A(i,i)=-2; %%Diagonal principal
A(i,i+1)=1; %%Diagonal superior
end
A(1,1)=1;
A(N,N)=1;
end
%% Determinação da função do momento (P/ MDF)
if size(matriz_apoio,1)==1 % Viga Engastada c/ extremidade livre
for i=1:size(matriz_entrada,1)
46

if matriz_entrada(i,1)==1
for j=1:N
if x(j)==matriz_entrada(i,3)
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)=-matriz_entrada(i,2);
else
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)= 0;
end
end
elseif matriz_entrada(i,1)==2
for j=1:N
if x(j)==matriz_entrada(i,3)
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)=-matriz_entrada(i,2);
else
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)= 0;
end
end

elseif matriz_entrada(i,1)==3
for j=1:N

if (x(j)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)=0 ;
else
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)= (-matriz_entrada(i,2))*(x(j)-
matriz_entrada(i,3))^0;
end
end

elseif matriz_entrada(i,1)==4
for j=1:N
if (x(j)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)=0 ;
else
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)= (-matriz_entrada(i,2))*(x(j)-
matriz_entrada(i,3))^1;
end
end

end
end

vMDF=sum(Matriz_descontinuidade_MDF,2);
vMDF=vMDF*1000*dx^4/(E*I); %Vetor solução
vMDF(1)=0; %Condição de contorno engaste
else %Caso Bi-Apoiada
for i=1:size(matriz_entrada,1)
if matriz_entrada(i,1)==1
for j=1:N
if (x(j)-matriz_entrada(i,3))<0 | matriz_entrada(i,3)==L
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)=0 ;
else
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)= (matriz_entrada(i,2)/-1)*(x(j)-
matriz_entrada(i,3))^0;
end
end
47

elseif matriz_entrada(i,1)==2
for j=1:N
if (x(j)-matriz_entrada(i,3))<0 | matriz_entrada(i,3)==L
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)=0 ;
else
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)= (matriz_entrada(i,2)/-1)*(x(j)-
matriz_entrada(i,3))^1;
end
end

elseif matriz_entrada(i,1)==3
for j=1:N

if (x(j)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)=0 ;
else
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)= (matriz_entrada(i,2)/-2)*(x(j)-
matriz_entrada(i,3))^2;
end
end

elseif matriz_entrada(i,1)==4
for j=1:N
if (x(j)-matriz_entrada(i,3))<0
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)=0 ;
else
Matriz_descontinuidade_MDF(j,i)= (matriz_entrada(i,2)/-6)*(x(j)-
matriz_entrada(i,3))^3;
end
end

end

end

vMDF=sum(Matriz_descontinuidade_MDF,2);
vMDF=vMDF*1000*dx^2/(E*I);
vMDF(1)=0; vMDF(N)=0; %Condição de contorno BI-APOIADA
end

T=A\vMDF;

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