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DIVISÃO DE ENGENHARIA

ENGENHARIA DE MINAS

TURMA: A,2ºANO.

CADEIRA: MECÂNICA APLICADA

TEMA: MODELAGEM NUMÉRICA

Docente: PhD Mpoyl Jaques Kanda


.

Tete, Novembro de 2022


Discentes

Laila José Jalane


Lazaro Mawiga
Lucinda Florencia Xadreque
Mário Augusto Samajo
Márcio Mandlate
Momede Gafuro Abudala
Neima Arnaldo

Modelagem Numérica

Trabalho de pesquisa
apresentado ao Instituto
Superior Politécnico de
Tete, elaborado no
âmbito de avaliação da
cadeira de mecânica
aplicada orientada pelo
docente PhD Mpoyl
Jaques Kanda

Tete, Novembro de 2022


Índice
1. Introdução ........................................................................................................ 6

1.2. Objectivos ........................................................................................................ 7

1.2.1. Objetivo Geral .................................................................................................. 7

1.2.2. Obejetivos Especificos ..................................................................................... 7

2 .REVISÃO Bibliográfica ................................................................................. 8

2.1. MODELAGEM NUMÉRICA ......................................................................... 8

2.1.1. Métodos do modelagem numérico ................................................................... 8

2.1.1.1. Método do Itens finito (EMF)..................................................................... 8

2.1.1.2. Método do Itens do borda (BEM) ............................................................... 9

2.1.1.3. Método do diferenças finito (FDM) ........................................................... 9

2.1.2. Software para a Modelação Geomecânica ..................................................... 10

3. Metodologia ................................................................................................... 12

4. Analise de Fissuras da Mina de Monte do Carmo Usando O Software


OPTUM G2.................................................................................................................. 12

4.1. Para realizaÇão desse estudo foi escolhido o sotware OPTUM G2 ............. 14

4.1.1. Modelagem Numéricos .................................................................................. 15

4.1.1.1. Etapas de confecção dos modelos ............................................................ 17

4.1.1.2. Etapas de análise....................................................................................... 17

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 20

5.1. Resultados no modelo sem fissuras ................................................................ 21

5.2. Resultados do modelo com fissuras ............................................................... 22

5.3. Comparação entre modelos ............................................................................ 23

6. Conclusão ....................................................................................................... 25

7. Referencias Bibliograficas ............................................................................. 26


Lista de Figuras

Figura 1: Lavra a céu aberto, local da mina............................................................................10


Figura 2: Estratigrafia
local.........................................................................................................................................10
Figura 3: Quartzito com falhas na horizontal..........................................................................11

Figura 4: Etapas de confecção do modelo numerica................................................................14

Figura 5: Etapas de escavação………………………………………………………………15

Figura 6: Força normal (kN)...................................................................................................19


.Figura 7: Deslocamento (m)...................................................................................................19
Figura 8: Desplacamento da malha.........................................................................................19

Figura 9: Força normal (kN)...................................................................................................20

Figura 10 Deslocamento (m)...................................................................................................20

Figura 10: Desplacamento da malha.......................................................................................20


Listas de Tabelas
Tabela 1: Propriedades das rochas.........................................................................................12

Tabela 2: Estágios de análise numérica...................................................................................15


Tabela 3: Descrição dos passos.............................................................................................16

Tabela 4: Resultados................................................................................................................17
1. Introdução
A modelagem numérica é realizada através de três princípios básicos, que são o pré-
processamento, processamento e pós-processamento. Sendo o primeiro para a preparação das
condições inicias e de contorno; o segundo é quando se realiza a execução do modelo; e o
último é onde ocorre a preparação dos campos de saída para a visualização (CAVALCANTE,
2016). A modelagem numérica é produzida para realizar simulações construtivas e ainda
possibilita modelos construtivos que reproduzam os comportamentos dos mais diversos
constituintes presentes no maciço do solo (LIMA, 2002). Ela consiste em uma análise
matemática que realiza uma segmentação de um meio contínuo em pequenos elementos, sem
modificar suas propriedades inicias e avaliando cada parte (LOTTI et al., 2006).
As aplicações para a modelagem numérica podem ser qualitativas, que são a visualização do
modelo usando projecções geométricas, e quantitativas, cálculos dos volumes e geração dos
mapas, como, por exemplo, da declividade (FELGUEIRAS et al., 2001). Pensando na parte
quantitativa, o uso do Modelo dos Elementos Finitos (MEF) permite a determinação do
estado de tensão e deformação de um corpo de geometria arbitrária que pode estar sujeita a
acções externas (AZEVEDO, 2003).
. Mas em relação a lavra subterrânea, na grande parte dos cenários geotécnicos, a não análise
da concepção das lavras subterrâneas pelo método numérico, em especial ao tridimensional,
se torna temerário (BARBOSA, 2011).

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1.2.Objectivos
1.2.1. Objetivo Geral
 Falar da Modelagem Numerica
1.2.2. Obejetivos Especificos
 Definir a modelagem numerica
 Descrever os metodos de modelagem numerica
 Conhecer os sotwares usados na modelagem Numerica
 Falar de estudo de fissuras usando o sotware G2

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2 .REVISÃO Bibliográfica
2.1.MODELAGEM NUMÉRICA

Os métodos numéricos são apenas ferramentas para a simulação e solução de modelos


geomecânicos. Portanto, antes de selecionar o tipo de método numérico que será utilizado é
necessário entender o tipo de problema que está sendo enfrentado. Os maciços rochosos que
possuem descontinuidades com baixa persistência e espaçamento médio pequeno, podem ser
assumidos como contínuos e homogêneos. (Henning,2007) O efeito das descontinuidades é
inserido na classificação geomecânica que é parâmetro de entrada do modelo numérico. Foi
definida a utilização do método dos elementos finitos (MEF) em três dimensões, onde todo
domínio do problema é dividido em pequenas regiões contendo elementos não sobrepostos

2.1.1. Métodos do modelagem numérico

Existem vários métodos de modelagem numérica, onde se destacam os códigos


contínuos. (presumir o meio como um continuum) como as ferramentas mais utilizadas:
em particular, o métodos do elementos finitos (FEM), elementos de borda (BEM) S do
Diferenças finitas (FDM).

2.1.1.1.Método do Itens finito (EMF)

O método dos elementos finitos (MEF) assume o domínio como um continuum e


resolve o questão Através dos a discretização do médio, Incluindo a arestas. Está
discretização Consiste na divisão do espaço em um número finito de subelementos
através do uso de uma grade (malha), na qual as interacções entre os sub elementos são
descritos pela união do seus vértices (nós) representando assim o interacção do todo o
domínio. (AZEVEDO,2003)

Castro, C. 2013 O FEM resolve o problema implicitamente, pois a partir do cálculo de


forças e deslocamentos em cada um dos nós dos elementos, é gerado um sistema de
equações matrizes. Está matriz Eu sei achar analisando a pendulares do cada nó S
relacionando-os com as deformações através do modelo constitutivo do material a partir
do que que é possível estimar a distribuição de tensão.

o formar-se vantagem do Leste método isso é Está habilidade do gerar Bons resultados

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dentroproblemas incluindo heterogeneidade material e comportamento não linear, assim
como modelar pequena S ampla deformações; outro vantagem este tem isso é este
Permite a incorporação do geometrias complexo, ser capaz enrole-os sem muito
dificuldade. o que desvantagem é que a taxa de convergência do método para uma
solução é limitada pela tamanho do array a ser invertido, o que significa que chegar a
um resultado pode demorar cálculo relativamente alto para problemas complexos.

2.1.1.2.Método do Itens do borda (BEM)

Dentro Leste método Eu sei discretizar solteiro a fronteiras do questão por achar a
solução, isto o que significa que há menos variáveis para resolver do que nos outros
métodos. Isto é para anterior que este método é computacionalmente mais eficiente.

O (BEM) tem a vantagem de obter resultados de precisão potencialmente maior do que


métodos baseados em grade, pois fornece distribuições contínuas de tensão e
deformação no domínio. (Lightfoot N. e Napier JAL 1994) No entanto, isso se aplica
apenas a modelos constitutivos simples, uma vez que presente limitações para a hora do
incorporar heterogeneidades S Não linearidade de materiais.

2.1.1.3.Método do diferenças finito (FDM)

Para o Mesmo este a método do Itens finito, a método do diferenças precisa de do a


discretização de todo o domínio para modelar. Para isso, é criada uma grade na qual o sub
Itens este Maquiagem a modelo Eu sei relacionar uma Através dos do a nós este a unir,
transmitindo as forças do interacção do problema. (Lightfoot N. e Napier JAL 1994.)
A diferença entre este método e o MEF está principalmente na metodologia de Resolução
do problema. Para entregar uma solução, o FDM o faz por meio de computação S
equilíbrio de forças e deslocamentos nodais explicitamente, avaliando nó por nó o
equações de movimento do problema sem a necessidade de passar pela inversão de
matrizes (relações tensão).

O método funciona substituindo as equações diferenciais da função objectivo (por


exemplo: esforços ou deslocamentos) por diferenças definidas nos subelementos que
compõem o domínio; isso gera um sistema de equações simultâneas da função objectivo

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nos nós dea grade. Finalmente, para o adicionar as condições do borda do questão, a
resolução do sistema Eu sei faz do Maneira progressivo com isto este Eu sei fica uma
solução explícito dentro cadanó.

Além disso, o FDM incorpora uma taxa de amortecimento que permite atingir um nível
adequado de convergência para cada problema, com o qual é possível modelar problemas
que envolvem instabilidades física do uma Maneira mais eficiente S realista. Por outro
lado, dado as características deste método é possível estabelecer que ao resolver as
equações em um directo, resultado mais apropriado por problemas este envolver ampla
deformações. Finalmente, isso é importante mencionar este a método Permite incorporar a
Não linearidade S heterogeneidade do materiais sendo obtidos frequentemente Bons
resultados. (Lightfoot N. e Napier JAL 1994.)

2.1.2. Software para a Modelação Geomecânica


A escolha do software para realização do cálculo de deformações em escavações subterrâneas
depende, principalmente, da escala em que as deformações se propagam, estando esta
correlacionada com o tipo de maciço onde se desenvolvem. De entre os softwares disponíveis
no mercado para destacam-se, os mais vocacionados para a área em apreço, que se descrevem
em seguida:
 O PLAXIS 2D/3D, desenvolvido pela empresa Plaxis, permite modelar em ambiente
bi ou tridimensional a partir do MEF, com aplicação do critério de MC ou HB,
registando a estabilidade e deformabilidade de solos e rochas, presença de água
subterrânea, transferências térmicas e interacções solo-estrutura (Plaxis 2019).

 O FLAC 2D/3D, desenvolvido pela Itasca Consulting Group Inc., permite efectuar
análises avançadas de solos, rochas e outros componentes geotécnicos ao integrar,
dentro de um ambiente bidimensional ou tridimensional, formulações diferenciais
explícitas de elementos finitos na construção de modelos de comportamento
complexos, para responder a problemas de multinível, deslocamentos, tensões e
deformações de grande escala e questões relacionados a comportamentos não-lineares
de materiais (Itasca Consulting Group Inc. 2019).

 O RS2/3, desenvolvido pela Rocscience, tem a capacidade de modelação


bidimensional e tridimensional de estados de tensão e deformação de escavações
subterrâneas, entre outras competências na área da Geotecnia, com base no MEF, em

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conjunção com as aplicações dos critérios de MC, HB e DP, considerando as
condições de anisotropia e de pressão intersticial existentes nos maciços rochosos
(Rocscience 2019).
 AutoFEM Analysis, é usado para analise de elementos finitos ,juda a revelar
frequências naturais (ressonâncias) de estruturas e modos de oscilações , encontra
uma resposta de amplitude-frequência da estrutura, transfere os dados do banco de
 dados ShipConstructor para o modelo de elemento finito, Para facilitar o uso do
AutoFEM Analysis, integramos nosso solucionador de elementos finitos com o
sistema de design assistido por computador (CAD) mais famoso e usado do mundo -
AutoCAD (Autodesk, Inc. EUA).
 COSFLOW—um programa de modelagem tridimensional que incorpora a
formulação contínua Cosserat para modelar um meio em camadas com elementos
finitos que podem ser muito maiores do que a escala de camadas. A fractura estimada
a partir do submodelo mecânico é acoplada às mudanças de permeabilidade e
porosidade usadas no submodelo de fluxo de fluido. O código foi considerado
adequado para estudar a redistribuição de estresse devido à mineração, subsidência de
superfície, fluxo de água nas minas e emissão de metano em várias minas de carvão
(http://www.ferret.com.au/articles/06/0c048706.asp

 software MIKE SHE permitiu uma avaliação integrada dos recursos hídricos,
possibilitando traçar um panorama geral da variação da disponibilidade hídrica em
função das atividades de rebaixamento e recuperação dos níveis d’água. Embora o
MIKE SHE não possibilite uma discretização detalhada da zona saturada (águas
subterrâneas), conforme outros softwares de modelagem comumente utilizados, ele
permite uma visão integrada dos recursos hídricos (superficial e subterrâneo), o que é
essencial na avaliação das variações na disponibilidade hídrica, principalmente
durante a simulação da recuperação dos níveis d’água (descomissionamento da mina),
com formação de lagos na região das cavas. A modelagem realizada para as minas de
Serra Norte (N3, N4 e N5) teve caráter regional, de forma que as limitações do MIKE
SHE na discretização da zona saturada não resultaram em prejuízos aos resultados
obtidos. (Silvia ,2021)

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 MODELAGEM COMPUTACIONAL COM O PROGRAMA ABAQUS Para a
análise de tensões na barragem de terra de Pomacocha, Peru, sob situações de
carregamento estático e sísmico, foi utilizado para a modelagem computacional do
problema o programa de elementos finitos ABAQUS (v. 6.3), disponível no
Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio. Este “software”, de caráter bastante
geral e de grande versatilidade para aplicações em muitas áreas da engenharia,
consiste de vários módulos (figura 1), dentre os quais os módulos gráficos CAE (pré-
processador), Viewer (pósprocessador) e os módulos principais STANDARD e
EXPLICIT, empregados neste trabalho

 O Software OPTUM G2 é uma ferramenta computacional de análise de resistência e


deformação do Rocha voltada para a resolução de problemas geotécnicos. Baseado
no Método dos Elementos Finitos, o programa possui uma interface de fácil manuseio
e trabalha com variados tipos de análise. (SORIANO,2003)

3. Metodologia

O presente trabalho da cadeira de Mecânica Aplicada foi realizado com o auxílio de


informações buscadas em diversas plataformas de investigação científicas (Internet), livros ,
pdfs beneficos , proporcionando a recolha de informação benéfica com intuito de facilitar a
percepção do leitor no entendimento do presente trabalho

4. Analise de Fissuras da Mina de Monte do Carmo Usando O Software OPTUM


G2

Este item descreve a área de estudo e o fluxo metodológico aplicado nesta pesquisa. O
estudo de caso foi realizado sobre uma mina a céu aberto, conforme se pode visualizar
ilustrado na figura 1, localizada no estado do Tocantins, mais precisamente no município de
Monte do Carmo (TO). Sobre a geologia local, a região de estudo se localiza em duas
faixas de estudos de rochas, sendo elas: Faixa Araguaia e Faixa Brasília, com rochas metas-
sedimentares, ou seja, que têm como protólito alguma rocha sedimentar, e com ou
derivados de rochas ígneas, respectivamente (ALMEIDA et al., 1981).

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Figura 1: Lavra a céu aberto, local da mina. Fonte: Dias et al. (2017).

A geologia deste local é ácida, com seus extremos demarcados a oeste por falhas ou com
coberturas coluvionares, sendo sua orientação NNE-SSW, com o Complexo Porto
Nacional. O Granito do Carmo localizado ao sul choca-se em contactos bruscos,
provavelmente de origem intrusiva, isto pelo fato de se encontrar enclaves riolíticos
isolados na massa gramlica, próximo a seus bordos, e a leste é coberto discordantemente
por sedimentos da Bacia do Pamaíba. Associam-se também a essas zonas ocorrências
minerais filonianas, trata-se, essencialmente, de veios de quartzo centimétricos a métricos,
mincralizados a ouro e sulfetos, sobretudo galena e pinta (DIAS et al., 2017).

Figura 2: Estratigrafia local. Fonte: Dias et al. (2017).

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Figura 3: Quartzito com falhas na horizontal. Fonte: Diaset al. (2017)

4.1.Para realizaÇão desse estudo foi escolhido o sotware OPTUM G2

Segundo Manual Optum G2 (2019)

 Análise Limite (Limit Analysis): Utilizada para determinação rápida da capacidade


de carga do rocha , considerando comportamento elastoplástico do rocha,
dispensando a necessidade da condução de análises elastoplásticas por estágio de
carregamento;
 Análise de tensões iniciais (Initial Stresses): Determina as condições de tensões
iniciais do solo, para um modelo de geometria e carregamento permanentes
representativos da condição natural do solo, ou seja, sem aplicação de cargas externas
 Análise Elástica (Elastic): Considera o problema com comportamento elástico, onde
as condições de plastificação do material são desconsideradas.

 Análise de redução de resistência (Strength Reduction): Determina um fator de


redução de resistência, necessário para deixar o sistema em situação de colapso incipiente.

 Análise Elastoplástica (Elastoplastic): Análise de natureza similar a análise elástica,


considerando no entanto os critérios de ruptura definidos para os materiais, os quais
levam em conta a capacidade de plastificação. É o tipo de análise mais apropriado para
análises de deformações devido ao acréscimo de carregamento externo e para casos de
vários estágios de carregamento.

 Análise Elastoplástica com Multiplicador (Multiplier Elastoplastic): É uma


combinação da análise Limite com a análise elastoplástica, onde os carregamentos são

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sequenciados de maneira automática e as deformações são calculadas de maneira
elastoplástica a cada estágio de carregamento, tudo isso em uma só análise.
 Análise de Consolidação (Consolidation): Aplicável onde a geração e dissipação
das poropressões com o tempo são relevantes, sendo portanto utilizado para o caso de
análises de recalques de adensamento
 Análise de Fluxo (Seepage): Análise de percolação que leva em conta as
características e parâmetros de fluxo definidas para o material, bem como as
condições de contorno de fluxo para o problema. 50 Quanto às características dos
materiais, o programa oferece a escolha entre vários dos critérios de ruptura
abordados pela literatura, possibilitando análises considerando critérios como o de
Mohr-Coulomb, Drucker-Prager, Hoek-Brown, Mohr-Coulomb modificado, Bolton,
dentre outros
4.1.1. Modelagem Numéricos

Uma das premissas fundamentais para a realização da modelagem numérica é o uso dos
dados de propriedades dos materiais com base em ensaios in situ ou em laboratório. Como
não foi possível a realização dos mesmos, pois no estado do Tocantins não há laboratório de
Mecânica das Rochas optou-se por estimar as propriedades mecânicas do maciço com base
nos dados de literatura. Hoek, E., Carranza-Torres, C., e Corkum, B. (2004). As
propriedades das rochas que foram escolhidas para a criação dos modelos numéricos,
foram: Coesão (c); Ângulo de Atrito (Φ); Modulo de Elasticidade (E); Coeficiente de
Poisson (ʋ); e Peso Específico (ɣ). Com isso as propriedades encontradas para ambas as
rochas, de acordo a literatura, foram propostas na tabela 1.

Tabela 1: Propriedades das rochas.

ROC PROPRIEDADE VALO LITERATUR


HA RES A
Coesão (kPa) 250 - (AGUILERA
700¹ , 2009)
Quartzito Ângulo de Atrito (°) 40 - 55¹ (AGUILERA
(alterado) , 2009)
Modulo de 74.100² (CAPUTO,
Elasticidade (mPa) 2012)

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Coeficiente de Poisson 0,26 (CAPUTO,
2012)
Peso Específico 27,4 (ALECRIM,
(kN/m³) 2009)
Coesão (kPa) 150 - (AGUILERA
500¹ , 2009)
Granito
Ângulo de Atrito (°) 45 - 58¹ (AGUILERA
(levement
, 2009)
e alterado)
Modulo de 20.005² (CAPUTO,
Elasticidade (mPa) 2012)
Coeficiente de Poisson 0,1 (CAPUTO,
2012)
Peso Específico 28 (PINHEIRO,
(kN/m³) 2007)

Legenda: ¹Foi tirada uma média simples; e ²1kg/cm² equivale a 98,07mPa, com isso o valor
será aproximado

Para a realização desta pesquisa optou-se por simular a escavação subterrânea de um túnel
circular com 2 metros de diâmetro, com o objectivo de avaliar as diferenças entre os
módulos/métodos de análise de estabilidade da escavação por elementos finitos. Foram
criadas duas hipóteses para a modelagem, a primeira considerando o quartzito como um
maciço sem as falhas horizontais, chamado de ‘Sem Fissuras’. Já a segunda hipótese
considerou-se o quartzito fracturado horizontalmente, nomeado ‘Com Fissuras’.
O granito abaixo do quartzito, foi considerado levemente alterado e sem falhas para ambas
hipóteses. OLIVEIRA NETO, L. C. N.; MIRANDA, T. C. 2019 Esta definição de dois
modelos permite a verificação da influência das fracturas na estabilidade do maciço. Para
este estudo foi escolhido o programa numérico Optum G2, que faz análises de
estabilidade de deformabilidade geotécnica. O programa permite realizar analises
possibilitam encontrar as tensões iniciais do maciço, a carga limite máxima de aplicação, o
factor de segurança e muitos outros.

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4.1.1.1.Etapas de confecção dos modelos

No programa existem quatro módulos para a criação completa do modelo: Geometria,


Materiais, Entidade e Resultados (esta janela será discorrida apenas no capitulo Resultados),
que foram seguidos à risca e destrinchados. No módulo Geometria, elabora-se a forma do
maciço que será o objecto de estudo, e onde também se confecciona os cortes em cada
etapa de análise. No modelo elaborado foi estabelecida uma área de 50x50m (figura 4a),
com cada camada de rocha com uma espessura de 25m cada. OLIVEIRA NETO, L. C. N.;
MIRANDA, T. C. 2019
Já no módulo Materiais é onde se atribui a cada camada o material e suas propriedades. O
programa já vem com alguns materiais pré-definidos, no caso foi criado o material Quartzito
(laranja) e também Granito (verde), com todas as propriedades já citadas (figura 4b). Por
fim, no módulo chamado Entidades, permite que se adicione as cargas, as restrições do
maciço, nível de água e outros. Como no modelo em estudo é realizado apenas cortes no
maciço, nesta etapa é incluída apenas a restrição completa nas bordas laterais e inferior
(figura 4c).

a) Definição dos limites b) Atribuição os materiais c) Atribuídos as


restrições demovimentos

Figura 4: Etapas de confecção do modelo numérico.

4.1.1.2.Etapas de análise

Neste ponto, foram criados os estágios e atribuídos à cada um deles uma análise específica.
Ao todo, foram criados 13 estágios, para cada qual suas formas podem ter sido alteradas
para que se possa chegar à forma desejada da escavação no maciço rochoso. Foi
estabelecido que a escavação analisada é do tipo circular, com seu centro no encontro das

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camadas de quartzito e granito e com um diâmetro de 2m. Com o intuito de simular a
escavação por partes, dividiu-se o modelo em 4 partes ou quadrantes, onde o subsequente
será executado depois da finalização e estabilização do anterior (figura 5). A criação dos
estágios se deu de acordo a tabela 2. As hipóteses e modelos adotados são apresentados na
tabela 3. OLIVEIRA NETO, L. C. N.; MIRANDA, T. C. 2019

Figura 5: Etapas de escavação.

Tabela 2: Estágios de análise numérica. OLIVEIRA NETO, L. C. N.; MIRANDA, T. C.


2019

Estágio Vínculo Análise


Tensão - Tensão Inicial
Inicial
Escavação Tensão Elastoplástico¹
1 Inicial
RR 1 Inf Escavação Redução de
1 Resistência²
RR 1 Sup Escavação Redução de
1 Resistência
Escavação Escavação Elastoplástico
1-2 1
RR 1-2 Inf Escavação 1-2 Redução de
Resistência
RR 1-2 Escavação 1-2 Redução de

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Sup Resistência
Escavação 1-2-3 Escavação 1-2 Elastoplástico
RR 1-2-3 Escavação 1-2-3 Redução de
Inf Resistência
RR 1-2-3 Escavação 1-2-3 Redução de
Sup Resistência
Escavação 1-2-3-4 Escavação 1-2-3 Elastoplástico
RR 1-2-3- Escavação 1-2-3-4 Redução de
4 Inf Resistência
RR 1-2-3-4 Sup Escavação 1-2-3-4 Redução de
Resistência
Legenda: ¹ e ² análises para se encontrar o deslocamento máximo e o fator de segurança,
respectivamente.

Tabela 3: Descrição dos passos.

Análises Configurações Dados


Tipo de Elemento Inferior
Tensão Inicial
Números de 5000
Elementos
Zerar Não
Deslocamento
Escopo de tempo Prolongado
Elastoplástico Tipo de Elemento 6-nós-Gauss
Números de 5000
Elementos
Número de 1
Incrementos
Adaptação da Sim
Malha
Fator de 0,3
Relaxamento¹
Reduzir Sólidos

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Resistência em
Redução de Resistência Escopo de tempo Prolongado
Tipo de Elemento Inferior e
Superior²
Números de 5000
Elementos
Adaptação da Sim
Malha
Legenda: ¹Usado para que suporte possa se deformar; ²Permite uma análise menos
(inferior) e mais (superior) conservadora e resultado final é uma média simples entre
eles. Santos et al. (2021).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre todos os resultados e análises permitidas pelo software, neste trabalho são
apresentados apenas os três diagramas: esforço, deslocamento e desplacamento da malha
para o último estágio de escavação 1-2-3-4 para os dois modelos: ‘Sem Fissuras’ e ‘Com
Fissuras’, ressaltando que a tabela 4 apresenta os resultados mais extremos de cada estágio
de escavação, mas os diagramas são, de forma pratica, a aplicação directa desses resultados
no maciço. OLIVEIRA NETO, L. C. N.; MIRANDA, T. C. 2019

Tabela 4: Resultados.

Estágios de Análises Resulta

Escavação dos
Sem Fissuras Com
Fissuras
Deslocamento 0,021 mm 0,012 mm
Escavação 1 Máximo
Factor de Segurança – 8,42 0,41
Inferior
Factor de Segurança – 8,76 0,77
Superior
Deslocamento 0,043 mm 0,044 mm

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Escavação 1-2 Máximo
Fator de Segurança – 7,72 0,12
Inferior
Fator de Segurança – 7,94 0,59
Superior
Deslocamento 0,059 mm 0,054 mm
Escavação 1-2-3 Máximo
Fator de Segurança – 7,24 0,04
Inferior
Fator de Segurança – 7,42 0,59
Superior
Deslocamento 0,047 mm 0,047 mm
Escavação 1-2-3-4 Máximo
Fator de Segurança – 7,15 0,12
Inferior
Fator de Segurança – 7,31 0,62
Superior

5.1.Resultados no modelo sem fissuras

A tabela 1 apresenta os resultados de deslocamento máximo e o Factor de segurança Inferior


e Superior para cada estágio da modelagem do modelo ‘Sem Fissuras’. A figura 6 mostra os
valores de variação de força normal aplicadas no entorno da escavação, a Figura 7 mostra os
valores de deslocamento no entorno da escavação e a figura 8 mostra o desplacamento dos
elementos da malha durante a análise numérica. OLIVEIRA NETO, L. C. N.; MIRANDA,
T. C. 2019

Modelagem Númerica Página 21


Figura 6: Força normal (kN). Figura 7: Deslocamento (m).

Figura 8: Desplacamento da malha.

Pode-se notar que, à medida que a escavação no maciço avança, os valores correspondentes
aos deslocamentos e factores de segurança se modificam. Os deslocamentos vão
aumentando até o terceiro estágio de escavação, sendo que no último, esse valor diminui.
Já os factores de segurança têm um comportamento oposto, além de ter uma tendência a
reduzir a medida do avanço do corte, ela continua até mesmo ao último estágio, porém o
maciço é caracterizado como estável pois, os valores são maiores que 1.

5.2.Resultados do modelo com fissuras

A tabela 4 apresenta também os resultados de deslocamento máximo e o Factor de


segurança Inferior e Superior para cada estágio da modelagem do modelo ‘Com Fissuras’.
A figura 9 mostra os valores de variação de força normal aplicadas no entorno da
escavação; a figura 10 mostra os valores de deslocamento no entorno da escavação; e a
figura 11 mostra o desplacamento dos elementos da malha durante a análise numérica.
O entendimento acerca dos resultados deste modelo se assemelha ao anterior, onde os

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deslocamentos tendem a aumentar até o terceiro estágio e diminui no último e os factores
de segurança continuam a diminuir. Mas diferentemente do modelo Sem Fissuras, este é
instável, pois os factores de segurança são inferiores a 1. OLIVEIRA NETO, L. C. N.;
MIRANDA, T. C. 2019

Figura 9: Força normal (kN). Figura 10 Deslocamento (m).

Figura 11: Desplacamento da malha.

5.3.Comparação entre modelos

Os dois modelos analisados apresentam diferentes comportamentos mecânicos. No modelo


‘Sem Fissuras’ onde o maciço de quartzito é considerado sem nenhum plano de falhas os
valores dos factores de segurança se encontram acima de 1, consequentemente o maciço é
estável. Mas estes factores, assim como está na tabela 4, por mais que seja estável, pode-se
notar que eles não têm a tendência a se estabilizar. As deformações como nota-se não são
lineares, ou seja, não aumentam de acordo com o avanço das escavações, entretanto isso
acontece nos dois modelos. OLIVEIRA NETO, L. C. N.; MIRANDA, T. C. 2019

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Para o modelo onde reflecte a realidade do maciço, que é com as fissuras, a tabela 4 revela
que o factor de segurança médio de cada estágio de escavação está abaixo de 1, fazendo com
que o maciço se caracterize como instável. Isso indica a grande influência que as fissuras
exercem no maciço, onde nem mesmo no primeiro estágio de escavação a instabilidade não
se omite. OLIVEIRA NETO, L. C. N.; MIRANDA, T. C. 2019

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6. Conclusão
A modelagem numérica é uma ferramenta muito promissora e eficaz na compreensão da
resposta do maciço rochoso submetido a condições de carregamento complexas. O uso
eficiente desta ferramenta para projecto confiável e correcção de problemas de gerenciamento
de estratos requer um conhecimento profundo da teoria de modelagem, escopo e limitações.
A modelagem é mais uma arte do que uma técnica de engenharia. A análise adequada da
resposta do modelo é muito importante, o que requer o entendimento básico dos mecanismos
envolvidos no processo físico que está sendo modelado e a necessidade de sua simulação
numérica

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7. Referencias Bibliograficas

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