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INTRODUÇÃO
A vida profissional é cheia de surpresas e incertezas. O tempo inteiro
buscamos respostas para os problemas que se mostram desafiadores na
trajetória até alcançarmos o sucesso dos nossos projetos. Mas, quando as
coisas parecem fugir ao controle, nos falta conhecimento, experiência
ou confiança, é na teoria que residem as soluções para os problemas
práticos.
Aqui apresentamos como utilizamos o método dos elementos finitos
para tomarmos decisões não-convencionais para nossos projetos. 3 dos
casos em que o método se tornou um diferencial.
1 ABERTURA DE
ALÇAPÃO EM LAJE
O caso da laje treliçada e do
cliente teimoso
APRESENTAÇÃO DO CASO
E SUA SOLUÇÃO
Pouco mais que a idéia
A laje era simples, retangular, mas com sua Distribuímos barras longitudinais com a
abertura no canto. O carregamento não era rigidez da nervura e barras transversais com a
elevado, mas, as considerações normativas rigidez da capa, excentricidade virtualizada
não permitiam que fosse executado. através da consideração de aumento da
Citações acadêmicas a parte, alguns inércia devido ao teorema dos eixos paralelos
estudos (descritos no artigo em questão) (Teorema de Steiner) por conta do efeito
comprovam a possibilidade de uso da rigidez construtivo real.
da capa para transmissão de esforços na Abaixo segue imagem com os efeitos de
direção transversal à nervura, elemento mais momento fletor, esforço cortante e momento
rígido do conjunto laje. E esse conceito foi torçor nas barras da laje na borda da abertura.
onde a solução ancorou-se.
ACESSE AQUI
2 RESOLVENDO A INEXPERIÊNCIA
COM CONHECIMENTO TEÓRICO
Sempre vai acontecer algo assim!
ANÁLISE DO CASO
Mais simples do que se esperava
No fim das
contas, eu só
não sabia que
poderia resolver. Figura 2 – Tensões axiais na viga
3 CONSTRUINDO AO LADO
DE UM SUBSOLO
Um caso que envolveu mais do que a estrutura.
Terrenos são, na maioria das vezes, um problema para os Engenheiros. Primeiro por
conta de a maioria de nós não termos compreensão real do seu comportamento.
Depois, porque muito da ciência Geotécnica é semi-empírica. E, por fim, porque
nosso cliente tem resistência à contratação de laudos geotécnicos.
No nosso escritório, temos um exímio convencedor de clientes: O Engenheiro
Ricardo Aguado. Ocorre que nosso cliente havia adiquirido um terreno ao lado de
uma grande loja da cidade. Essa loja contava com subsolo de 4m de pé-direito
contendo lojas, salas comerciais e estacionamento e a edificação do nosso cliente
seria apoiada a 1,5m da superfície, sobre sapatas, totalizando 3,5m do piso do
estacionamento e 4m acima da base da cortina de contenção desse subsolo.
Ora, vejam bem: Sou um reles analista engenheiros para montar esse modelo!
de estruturas. Minha preocupação era Estudamos o caso para prover ao
colapsarmos ambas as estruturas devido modelo, os dados necessários para
a uma avaliação equivocada do caso. a análise. A carga sobre a sapata
Precisávamos compreender como o mais carregada era de 40 toneladas,
solo se comportaria com a nova carga a sapata tinha base de 2m x 2m,
para que eu analisasse a estrutura consideramos a cortina rígida (não
do nosso vizinho a fim de garantir a poderíamos aumentar as deformações
estabilidade de ambas as estruturas. para não causar fissuras em elementos
Mas, não entendo nada de solos. não-estruturais. Caso de garantia da
Meu colega de profissão, o Eng.º integridade da edificação vizinha) e,
Ricardo Aguado, então, tratou de mais tarde fizemos considerações mais
assessorar esse trabalho: Eram dois refinadas em nosso modelo.
Foi um dos trabalhos mais desafiadores do qual ONDE ENTROU O MÉTODO DOS
participei, sem a acessoria de um bom Engenheiro com ELEMENTOS FINITOS, AQUI?
plena compreensão da geotecnia, fundações e das
É complicado prever o
variáveis que contornam o terreno, jamais seria possível.
comportamento dos solos.
Quando não se possui meios
O caso é apresentado e maneira simples na figura reais para comparação, o jeito
1. Vejam que o modelo partiu do fundo da sapata. O é procurar ter noções de outras
solo sobre ela não tinha importância significativa que formas possíveis.
não carregamento que já existia na parede. Portanto,
o acréscimo de carga Nesse caso, aplicamos o método
distribuída no terreno foi dos elementos finitos, não para
tomar dados numéricos, o que
modelo após essa análise,
era irrelevante na fase de projeto
em que o intuito real era em que nos encontrávamos, mas,
conhecer o comportamento utilizamos como uma ferramenta
do terreno sob essa carga de que nos permitiu compreender
maior magnitude e, assim, melhor o caso, e, assim, apresentar
obter meios de conseguir uma solução otimizada ao
desenvolver o projeto. cliente quanto a posição de suas
fundações e, também, garantir
que não causaríamos danos à
construção vizinha.
Figura 1 – Sapata
RESPOSTAS OBTIDAS
NA ANÁLISE
As tensões tendiam a forçar a parede
Com a rigidez da parede de concreto
estando próxima da sapata, simulamos um
recalque de 1cm. Isso pressiona o terreno e
avaliamos como as tensões caminhariam pelo Figura 2 – Tensões axiais no
solo. Se formaria bulbo simples, que acusaria solo, advindos da fundação
comportamento convencional das fundações
apoiando-se exclusivamente sobre o solo, ou
se teríamos tendência das tensões de apoiar-
se na lateral da parede.
A fundação tendeu a apoiar-se
parcialmente sobre a cortina.
C CONCLUSÃO