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Resumo - Este trabalho aborda os aspectos da pesquisa “Otimiza- Atualmente as barragens de enrocamento têm sido instru-
ção de Barragens de Enrocamento com Face de Concreto”, do mentadas com a finalidade de se observar, principalmente,
programa P&D da Tractebel Energia, referentes à obtenção de os deslocamentos e infiltrações ao longo da vida útil da bar-
parâmetros do enrocamento para serem usados em análises numéri- ragem. O controle dos deslocamentos permite verificar hipó-
cas de barragens de enrocamento com face de concreto. Inicialmen-
teses adotadas durante a fase de projeto, bem como obter
te são apresentados aspectos ligados à construção de equipamentos
para ensaios de compressão uniaxial e triaxial, o desenvolvimento características dos materiais utilizados na construção mais
da metodologia para a realização desse tipo de ensaio e a obtenção próximas da realidade. O mesmo controle permite acompa-
de parâmetros necessários à análise numérica à partir de amostras nhar o desempenho da estrutura durante a sua utilização.
de grandes dimensões. Mostra-se, também, a utilização da grande O acompanhamento dos resultados da auscultação pode
quantidade de dados de auscultação da barragem de Itá para a ob- aumentar a segurança da barragem, com a definição de ní-
tenção de módulos de deformabilidade adequados para a aplicação veis de alerta, a partir dos quais a barragem deixaria de fun-
em análises numéricas. cionar em níveis considerados normais. A definição desses
níveis pode ser feita a partir de previsões teóricas e do estu-
Palavras-chave – Análise numérica, auscultação, barragem
do de obras similares.
de enrocamento, ensaios de enrocamento, módulo de
deformabilidade. Apesar dos benefícios citados da instrumentação, ela ain-
da pode fornecer resultados valiosos na retroanálise do com-
portamento estrutural e para pesquisa, que podem melhorar a
I. INTRODUÇÃO qualidade do projeto de obras futuras. Essa área ainda é
pouco explorada, de uma maneira geral, e este trabalho vai
tratar de discutir assuntos importantes para um maior apro-
As barragens de enrocamento com face de concreto são, veitamento dos resultados de instrumentação.
ainda hoje, projetadas com critérios praticamente empíricos. A análise numérica pode ser uma ferramenta poderosa
A utilização da análise numérica, que é uma realidade nas nesses estudos. E estudos nessa área da modelagem da bar-
mais diversas áreas da engenharia, ainda não é uma ferra- ragem podem contribuir para uma otimização em várias á-
menta usual para o desenvolvimento do projeto deste tipo e reas, tal como no zoneamento do corpo da barragem.
barragem.
Um dos problemas a ser resolvido para uma utilização
mais efetiva das análises numéricas nesse tipo de projeto é a II. CONSTRUÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
extrema sensibilidade das análises a aos parâmetros dos ma-
teriais. Portanto, um cuidado especial deve ser dado à de-
terminação desses parâmetros. Uma proposta da presente pesquisa, na área de ensaios,
Este trabalho vai enfocar duas frentes para a aquisição de foi de desenvolver estudos sobre a “Mecânica dos Enroca-
parâmetros de materiais de enrocamento: a área de ensaios mentos” na UFSC com o objetivo de caracterizar e buscar o
de laboratório e a análise dos resultados da auscultação. entendimento do comportamento geomecânico dos mesmos,
Na área de ensaios existe a necessidade do desenvolvi- desenvolvendo uma metodologia de testes para a obteção de
mento de ensaios capazes de determinar de maneira repre- parâmetros destes materiais que servirão de parâmetros para
sentativa os parâmetros dos materiais de enrocamento. Para as análises numéricas e para o projeto de barragens de enro-
tanto, é necessário utilizar equipamentos compatíveis e de- camento com face de concreto.
senvolver uma metodologia adequada. Neste sentido, foram desenvolvidas duas metodologias:
uma para ensaio de compressão unidimensional e outro para
ensaios triaxiais, ambos utilizando amostras de grandes di-
Os autores agradecem à Tractebel Energia pelo apoio e o financiamento da mensões, necessárias para representar adequadamente a dis-
pesquisa “Otimização do Projeto de Barragens de Enrocamento com Face tribuição granulométrica de enrocamentos dos protótipos.
de Concreto”, cujos resultados são apresentados parcialmente neste artigo. Prioritariamente, desenvolveu-se o equipamento para a
D.D.Loriggio, Doutor, Professor Titular do Departamento de Engenha-
ria Civil da UFSC (e-mail: d.loriggio@gmail.com).
condução de testes de compressão unidimensional, tendo em
M. Maccarini, PhD, Professor Titular do Departamento de Engenharia vista que boa parte deste equipamento já havia sido doada ao
Civil da UFSC (e-mail: ecv1mac@ecv.ufsc.br). Laboratório de Mecânica dos Solos da UFSC pela empresa
P.R.Senem, Msc, Engenheiro da Leme Engenharia Ltda e aluno do Tractebel Energia. Através do projeto de pesquisa foram
Doutorado em Engenharia Civil da UFSC (e-mail: senem@leme.com.br)
projetados, desenvolvidos e adquiridos componentes com-
D. Pacheco, engenheira da Leme Engenharia Ltda Ltda e aluna do
mestrado em engenharia civil UFSC (e-mail: debora@leme.com.br) plementares, tais como o sistema hidráulico de aplicação de
M.W.Moura, Msc, aluno do Doutorado em Engenharia Civil da UFSC. cargas, o sistema de aquisição de dados, sensores de medi-
A. Watzko, engenheiro da Leme Engenharia Ltda e aluno do mestrado ção de força, de deslocamento, de deformações (“strain ga-
em engenharia civil UFSC (e-mail: aires@leme.com.br).
2
ges”), entre outros. A prensa já havia sofrido anteriormente Em pesquisas realizadas anteriormente por outros autores,
uma alteração, de modo a permitir também a realização de observou-se que os testes de compressão unidimensional em
testes triaxiais em amostras de grande diâmetro. células cilíndricas de aço, com materiais rochosos, apresen-
A célula de compressão unidimensional consta basica- tavam uma fração considerável de perda da carga vertical
mente de um tubo de aço com altura de 50 cm, diâmetro aplicada, em função do atrito lateral desenvolvido entre as
interno de 100 cm e espessura de parede de 9,52 mm. partículas de enrocamento e a parede interna da célula de
Para as medidas das deformações laterais foram instalados aço. Mesmo as células de compressão unidimensional de
8 extensômetros elétricos (“strain-gages”), dispostos circufe- paredes deformáveis verticalmente, desenvolvidas por Fu-
rencialmente a meia altura do tubo e igualmente espaçados magalli [1] e Pinto [2] e destinadas a minimizar o atrito late-
entre si. Para a deformação vertical foram utilizados 3 ral, apresentam uma deformação lateral não representando,
LVDTs, espaçados circunfrencialmente de 120°. A aplica- desta maneira, um confinamento lateral que simule a condi-
ção da carga na amostra é aplicada por meio de um atuador ção Kο, ou seja, deformação lateral zero. A condição Kο
hidráulico, controlado automaticamente, com capacidade de ocorre em pontos da linha vertical que passa pelo centro da
2200 kN. O pistão permite um deslocamento de 21 cm. As seção das barragens. (condição de simetria de carregamento
fotos 1 e 2 mostram o arranjo do equipamento. devido ao peso próprio).
Em virtude disso, optou-se por desenvolver um sistema de
medição contínua do atrito lateral durante a aplicação de
pressão na amostra de enrocamento, através da técnica do
anel fixo ou da célula de compressão fixa. Em outras pala-
vras, a célula de compressão é apoiada sobre três células de
carga, distribuídas uniformemente na circunferência, de tal
maneira que todo o atrito desenvolvido pela amostra e a pa-
rede interna da célula, durante o teste, é transferida para es-
tas células de carga e monitoradas continuamente. Esta força
de atrito é posteriormente deduzida da carga aplicada, de tal
modo que a curva tensão-deformação obtida, da qual são
obtidos os parâmetros de compressibilidade, representa mais
fielmente as deformações causadas pela tensão “efetiva” ou
‘líquida’ atuante na amostra, ou seja, a carga aplicada dedu-
zida da parcela de atrito.
O desenvolvimento e a aplicação do sistema de medição
da força de atrito lateral representa um passo importante
para a obtenção de relações tensão-deformação mais repre-
sentativas dos enrocamentos e é, sem dúvida, um aprimora-
mento da metodologia deste teste. Em função disso, amos-
tras com alturas maior que 50 cm poderão ser ensaiadas e
Foto 1– Detalhe do anel de compressão unidimensional, mostrando o
pedestal de concreto de alta resistência no fundo do mesmo.
isto permitirá que o tamanho máximo de partícula aumente
e, desta maneira, represente de forma ainda mais fiel os en-
rocamentos.
A forma de carregamento utilizada teve como objetivo re-
presentar o processo construtivo facilitando desta maneira a
comparação entre os dados obtidos em campo e das amos-
tras de laboratório. Neste sentido, o grau de compactação da
amostra de enrocamento, e a quantidade de água utilizada
para este processo também foram proporcionais às verifica-
das em campo. O grau de compactação obtido nas amostras
foi da ordem de 95%, enquanto que cerca de 10% do volume
de enrocamento foi adicionado de água para a compactação
do mesmo.
O restante da metodologia adotada foi desenvolvida e a-
daptada baseada em pesquisas anteriores realizadas em ou-
tros laboratórios no exterior e no Brasil.
As propriedades físicas dos enrocamentos, consideradas
nesta pesquisa, compreendem: a litologia do material, a for-
ma de partícula, o tamanho máximo de partícula, a distribui-
ção granulométrica e a densidade seca. Além destas proprie-
dades foram ainda levadas em consideração a espessura das
camadas, o peso do rolo compactador, o número de passadas
e a quantidade de água adicionada, estas com relação ao
protótipo.
Foto 2 – Amostra montada e na posição de teste. As amostras de enrocamento de basalto foram preparadas
para se obter curvas paralelas à do enrocamento em campo.
3
Esta técnica permite preservar a porcentagem de finos na forma obtidos confirmam a angulosidade nas partículas de
amostra e, conseqüentemente, sua influência no comporta- basalto.
mento mecânico dos enrocamentos. A relação dimensão Nos ensaios de abrasão Los-Angeles, realizados tanto pa-
mínima do corpo de prova/diâmetro máximo da partícula de ra a brecha basáltica quanto para o riodacito foram obtidos
laboratório utilizada foi de 5. Este valor foi escolhido por valores dentro do limite estipulado para este tipo de material
estar na média entre os valores obtidos por Fumagalli [1] e para a Barragem de Machadinho (abrasão ≤ 25 %). Com
Pinto [2], atualmente os mais utilizados. este ensaio constata-se a menor resistência à abrasão da bre-
O enrocamento ensaiado foi doado à UFSC e é provenien- cha basáltica comparada com o riodacito.
te do estoque de material selecionado da Barragem de Ma- Para cada ensaio de compressão unidimensional foram
chadinho – SC (Barragem de enrocamento com face de con- obtidas as seguintes relações gráficas: a) tensão vertical efe-
creto com 126 m de altura). As fotos abaixo mostram o rio- tiva líquida versus deformação vertical específica, b) força
dacito e a brecha basáltica doados antes da britagem para a vertical efetiva líquida versus deformação vertical, c) índice
obtenção da granulometria a ser ensaiada. de vazios versus tensão vertical efetiva líquida, d) tensão
radial total versus tensão vertical efetiva líquida e f) módulo
secante versus tensão vertical efetiva líquida, g) curvas gra-
nulométricas anterior e posterior a cada ensaio e h) força de
atrito lateral versus força vertical total aplicada.
Os ensaios realizados foram denominados:
Md10/1S – ensaio 1 em basalto com compactação a seco
apresentando um dimensão média característica de 10 mm.
Md10/2I - ensaio 2 em basalto com compactação a seco
apresentando um dimensão média característica de 10 mm
com submersão do material durante a aplicação da carga.
Md10/3U - ensaio 1 em basalto com adição de água na
compactação apresentando um dimensão média característi-
Foto 3- Partículas de Riodacito. ca de 10 mm.
As curvas tensão-deformação correspondentes podem ser
vistas na Figura 1.
272,00
CR-01 CR-02 CR-03 CR-04 CR-05 CR-06
Utilizando dados provenientes da barragem de Itá, refe- Para o período de enchimento, o valor das tensões verti-
rentes às etapas de construção e de enchimento, foram reali- cais atuantes em cada camada foi calculado a partir de uma
zadas várias análises. A partir das tensões e deformações análise pelo Método dos Elementos Finitos, utilizando o
verticais, foram traçados gráficos de tensão × deformação de programa SAP2000, pois procedimentos simplificados não
várias camadas compressíveis de enrocamento compreendi- conseguem representar com precisão adequada essas ten-
das entre duas células subseqüentes, localizadas no mesmo sões. Como as tensões, dentro do modelo numérico, depen-
eixo vertical. O objetivo desse estudo foi a determinação dos dem dos módulos de deformabilidade do material, a deter-
módulos de deformabilidade das diversas camadas de enro- minação das tensões foi feito por um processo iterativo.
camento nas fases construtiva e de enchimento. Na modelagem da barragem, foram considerados vários
níveis de carregamento correspondentes ao enchimento do
reservatório, sendo extraídos os valores das tensões verticais
A. Procedimento para a determinação das deformações
em todos os pontos correspondentes às células de recalque,
para cada nível de carregamento. Também foram considera-
A seguir será mostrada a metodologia adotada na deter- dos pontos intermediários entre as células, para melhor re-
minação das deformações das várias camadas compressíveis presentar a distribuição de tensões ao longo da camada com-
de enrocamento. pressível.
O deslocamento vertical relativo entre as duas células de
recalque que delimitam uma camada em análise, pode ser
calculado pela Equação (1), para um determinado instante de C. Determinação dos módulos de deformabilidade
tempo:
Para cada leitura realizada foi calculada uma deformação
∆L = d sup − d inf , (1) específica e uma tensão correspondente, no trecho da seção
transversal em questão. Assim, com os conjuntos de valores
de tensão e deformação, traçaram-se os gráfico σ × ε para as
onde:
diversas regiões do corpo da barragem.
dsup = recalque medido pela célula superior em determinado
Os módulos de deformabilidade das diversas camadas
instante de tempo;
foram calculados diretamente a partir da análise desses grá-
dinf = recalque medido pela célula inferior para o mesmo
ficos. Para melhor representar os módulos tangentes, neces-
instante de tempo.
sários na análise da fase de enchimento, foram definidos
trechos aproximadamente lineares ao longo das curvas, cal-
Obviamente todos os recalques se referem a valores acu-
culando-se os módulos pela Equação (4):
mulados no mesmo intervalo de tempo.
A deformação específica ε de cada camada, em cada
instante de tempo, foi calculada pela relação entre o recalque ∆σ
E= , (4)
desta camada (∆L) e a sua espessura (L), conforme mostra a ∆ε
Equação (2):
onde:
∆L ∆σ = variação da tensão no trecho considerado;
ε= . (2) ∆ε = variação da deformação no trecho considerado.
L
São apresentados, a seguir, os resultados da análise de
B. Procedimento para a determinação das tensões tensão e deformação de algumas regiões de enrocamento,
para os períodos de construção e de enchimento. Nos gráfi-
Para o período construtivo, o valor das tensões verticais, cos são indicados, também, os valores dos módulos de de-
correspondentes às deformações definidas no item anterior, formabilidade para os trechos aproximadamente lineares.
deve-se à altura (H) de enrocamento sobre a camada com-
pressível no instante de tempo em questão, conforme Equa-
D. Resultados da análise para o período construtivo
ção (3):
CR16-CR14 CR10-CR05
500 1800
450 1600
400
1400
350
1200
Tensão (kN/m²)
Tensão (kN/m²)
300 49 MPa
1000
250
800
200
600
150
45 MPa
400
100 29 MPa
200
50
0
0 0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00%
0,00% 0,21% 0,42% 0,63% 0,84% 1,05%
Deformação
Deformação
Na região entre as células CR-13 e CR-09, houve dois Na região entre a célula CR-02 e a fundação, houve um
comportamentos distintos durante o carregamento, conforme comportamento bem definido durante o carregamento, apre-
mostra a Figura 5. O enrocamento apresentou um módulo de sentando um módulo de 42 MPa, apresentado na Figura 7.
68 MPa em um pequeno trecho, diminuindo para 34 MPa no
segundo trecho. Apesar do aumento no confinamento do CR02-FUND.
500
0
CR13-CR09 0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00%
Deformação
700
Figura 7. Tensão-deformação da camada entre CR-02 e fundação.
600
400
módulo de elasticidade de 29 MPa para 51 MPa durante o
300 carregamento, conforme Figura 8.
200
100
68 MPa CR04-FUND.
0 2000
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00% 1800
Deformação 1600
1400
Figura 5. Tensão-deformação da camada entre CR-13 e CR-09
Tensão (kN/m²)
1200
1000
A região entre as células CR-10 e CR-05 apresenta dois 800
51 MPa
trechos de comportamentos distintos, separados por períodos 600
de pausa, onde não houve carregamento sobre a vertical das 400
células de recalque. Esses trechos não apresentam interesse 200
29 MPa
na determinação dos módulos tangentes. 0
Nessa região houve um aumento no módulo de 29 MPa 0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00%
Deformação
para 49 MPa, conforme mostra a Figura 6.
Figura 8. Tensão-deformação da camada entre CR-04 e fundação.
25 MPa
40 MPa 20 MPa
70 MPa 25 MPa
15 MPa 15 MPa
50 MPa
Em função dos estudos realizados com os dados da aus- Alguns trechos possuem dois valores para os módulos, indi-
cultação, que definiram as curvas tensão × deformação, a- cando uma variação dos mesmos durante o acréscimo de
presentadas anteriormente, e os valores dos módulos de de- tensões.
formabilidade para algumas camadas, um mapeamento des-
ses valores é apresentado na Figura 10, onde se poderá fazer
uma primeira comparação com os valores teóricos adotados.
EIXO DA BARRAGEM
375,50
45 MPa
CR-12 CR-13 CR-14 326,50
Nos trechos cujos módulos de deformabilidade foram cal- Na região entre as células CR-12 e CR-08 houve um
culados, observam-se as diferenças entre esses valores e os comportamento normal da camada de enrocamento, confor-
valores teóricos adotados. Percebe-se que os valores adota- me Figura 11. O acréscimo das tensões foi acompanhado do
dos, de uma forma geral, estão bem abaixo dos valores cal- acréscimo das deformações, de forma não linear. Os valores
culados, o que poderá acarretar diferenças em uma análise dos módulos de deformabilidade variaram de 576 MPa a 50
numérica do período construtivo. MPa durante o carregamento.
CR 12 - CR 08
Na região entre as células CR-07 e CR-02 os módulos de
deformabilidade variaram entre 865 e 14 MPa, conforme
-450
Figura 14, não obedecendo rigorosamente um comportamen-
-400 to normal, mas apresentando uma tendência de diminuição
50 MPa
-350 dos módulos ao longo do carregamento.
-300
109 MPa
Tensão (kN/m²)
-250
CR 07 - CR 02
-200
223 MPa -600
-150
14 MPa
-100
-500
-50
576 MPa
0
-400
Tensão (kN/m²)
50
0,10% 0,05% 0,00% -0,05% -0,10% -0,15% -0,20% -0,25% -0,30% -0,35%
31 MPa
-300
Deformação
368 MPa
Figura 11. Tensão-deformação da camada entre CR-12 e CR-08. -200
163MPa
Na região entre as células CR-13 e CR-09 também houve -100
de variaram de 124 MPa a 25 MPa durante o carregamento. 0,20% 0,00% -0,20% -0,40% -0,60% -0,80% -1,00%
Deformação
-180
Na região entre a célula CR-02 e a fundação, apesar da si-
-160 nuosidade em determinado trecho, houve um comportamen-
-140 to normal durante o carregamento, conforme mostra a Figura
-120
25 MPa 15. Os módulos de deformabilidade variaram de 142 a 26
Tensão (kN/m²)
-100
MPa.
-80
56 MPa CR 02 - FUND.
-60
-40 -600
-20
26 MPa
-500
0
0,10% 0,00% -0,10% -0,20% -0,30% -0,40% -0,50% 19 MPa
Deformação -400
Tensão (kN/m²)
142 MPa
CR 14 - CR 10 0
0,50% 0,00% -0,50% -1,00% -1,50% -2,00% -2,50%
-90 Deformação
-80
Figura 15. Tensão-deformação da camada entre CR-02 e fundação.
-70
-50
11 MPa portamento se mostrou bem definido durante o carregamen-
-40
to, com uma tendência linear, conforme Figura 16. Os módu-
los de deformabilidade variaram de 78 a 29 MPa.
-30
17 MPa
-20
-10
38 MPa
0
0,10% 0,00% -0,10% -0,20% -0,30% -0,40% -0,50% -0,60%
Deformação
CR 03 - FUND. CR 05 - FUND.
-200 -35
-180
-30
-160
-140 -25
11 MPa
Tensão (kN/m²)
Tensão (kN/m²)
-120
29 MPa -20
-100
-80 -15
-60
-10
43 MPa
-40 10 MPa
-20 -5
78 MPa 14 MPa
0
0
0,10% 0,00% -0,10% -0,20% -0,30% -0,40% -0,50%
0,00% -0,05% -0,10% -0,15% -0,20% -0,25% -0,30% -0,35%
Deformação
Deformação
Figura 16. Tensão-deformação da camada entre CR-03 e fundação Figura 18. Tensão-deformação da camada entre CR-05 e fundação
Para a região entre a célula CR-04 e a fundação, o com- Finalmente, para a região entre a célula CR-06 e a funda-
portamento também se mostrou bem definido durante o car- ção, o comportamento também se mostrou linear, e os módu-
regamento, com uma certa semelhança com o anterior, con- los de deformabilidade variaram entre 4 e 5 MPa, conforme
forme Figura 17. Os módulos de deformabilidade variaram Figura 19.
de 33 a 18 MPa.
CR 06 - FUND.
CR 04 - FUND.
-16
-80
-14
-70
-12
-60
Tensão (kN/m²)
-10
18 MPa
5 MPa
Tensão (kN/m²)
-50
-8
-40
-6
-30
-4
25 MPa
-20
-2
4 MPa
-10
0
33 MPa 0,00% -0,05% -0,10% -0,15% -0,20% -0,25% -0,30% -0,35%
0
0,05% 0,00% -0,05% -0,10% -0,15% -0,20% -0,25% -0,30% -0,35% -0,40% Deformação
Deformação
Figura 19. Tensão-deformação da camada entre CR-06 e fundação
Figura 17. Tensão-deformação da camada entre CR-04 e fundação
A Figura 20 apresenta o mapeamento dos módulos de de-
Para a região entre a célula CR-05 e a fundação, o com- formabilidade teóricos do enrocamento para o período de
portamento também se mostrou bem aproximadamente line- enchimento, adotado na elaboração do projeto de Itá
ar, com os módulos de deformabilidade variando de 14 a 11 Um mapeamento dos valores obtidos pelos gráficos é a-
MPa, conforme Figura 18. presentado na Figura 21, onde se poderá fazer uma primeira
comparação com os valores teóricos adotados. Da mesma
forma que o período construtivo, alguns trechos possuem
dois valores para os módulos, indicando uma variação dos
mesmos durante o acréscimo de tensões.
10
50 MPa
80 MPa 40 MPa
30 MPa 30 MPa
100 MPa
EIXO DA BARRAGEM
375,50
272,00
CR-01 CR-02 CR-03 CR-04 CR-05 CR-06
142-26 MPa 78-29 MPa 33-18 MPa 14-11 MPa 4-5 MPa