Você está na página 1de 311

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Tecnologia e Ciências


Faculdade de Engenharia

Keila Leticia Baptista de Souza

Estudo numérico preliminar de conectores de cisalhamento do tipo


tubular

Rio de Janeiro
2021
Keila Leticia Baptista de Souza

Estudo numérico preliminar de conectores de cisalhamento do tipo


tubular

Exame de Proposta de Tese


apresentado como parte dos
requisitos parciais para obtenção do
título de Doutor em Engenharia Civil
ao Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Área de
concentração: Estruturas.

Orientadores: Prof. Dr. André Tenchini da Silva


Prof. Dr. Jose Alexandre Gouveia Henriques
Prof. Dr. Pedro Colmar Gonçalves da Silva Vellasco

Rio de Janeiro
2021
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC/B

VERIFICAR SE
ESSA PÁGINA
PODE SER
APAGADA

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial


desta tese, desde que citada a fonte.

Assinatura Data
Keila Leticia Baptista de Souza

Estudo numérico preliminar de conectores de cisalhamento do tipo tubular

Exame de Proposta de Tese


apresentado como parte dos requisitos
parciais para obtenção do título de
Doutor em Engenharia Civil ao
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Área de
concentração: Estruturas.
Aprovado em: de de 2021.

Banca Examinadora:

_______________________________________________________
Prof. Dr. André Tenchini da Silva (Orientador)
Faculdade de Engenharia – UERJ

_______________________________________________________
Prof. Prof. Dr. Jose Alexandre Gouveia Henriques (Orientador)
Faculty of Engineering Technology – UHASSELT

_______________________________________________________
Prof. Dr. Pedro Colmar Gonçalves da Silva Vellasco (Orientador)
Faculdade de Engenharia – UERJ

_______________________________________________________
Prof. Dr.

_______________________________________________________
Prof. Dr.

Rio de Janeiro

2021
DEDICATÓRIA Comentado [K1]: Precisa para proposta?
AGRADECIMENTOS Comentado [K2]: Precisa para proposta?
Comentado [K3]: Precisa para proposta?
RESUMO

SOUZA, Keila Leticia Baptista de. Estudo numérico preliminar de conectores de


cisalhamento do tipo tubular. 2021. 310f. Proposta de tese (Doutorado em
Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.

As estruturas mistas em aço e concreto possuem inúmeras vantagens com


relação aos aspectos construtivos e estruturais, pois fazem uso efetivo da
potencialidade máxima de cada material. Um dos pontos mais importantes para este
tipo de estrutura é a ligação entre os materiais e sua transferência de esforços,
sendo os conectores de cisalhamento responsáveis por garantir esta interação. O
Eurocode 4 normatiza as estruturas mistas e confere requisitos para o desempenho
do conector de cisalhamento. Com relação a estes conectores, muitos têm sido
estudados até o momento, incluindo o Perfobond, que apresenta excelente
resistência, porém baixa capacidade de deslizamento. Deste modo, este trabalho
tem por objetivo propor um conector de cisalhamento de seção transversal tubular
com intuito de alcançar a boa resistência do Perfobond e adequada capacidade de
deslizamento de modo que o conector possa ser classificado como dúctil de acordo
com o Eurocode 4. Para estudar tal conector, um planejamento de programa
experimental é apresentado para uma investigação mais ampla, seguido por uma
parametrização numérica. Considerando um estudo preliminar, uma modelagem
numérica foi realizada a fim de investigar a viabilidade do conector proposto. Quatro
seções foram ponderadas, sendo duas quadradas e duas retangulares, assim como
fora estudados concreto de duas resistências, de modo a analisar sua influência no
comportamento do conector. Como não foram encontrados na literatura resultados
de conectores semelhantes, foram adotados resultados de um conector Perfobond a
fim de validar as premissas da modelagem numérica. Para tal foi realizado um
estudo de sensibilidade das leis constitutivas do concreto, uma vez que o
comportamento deste material influência de modo significativo no desempenho final
dos modelos. Houve grande divergência entre os resultados obtidos em função do
comportamento do concreto. Assim, escolha das leis alinhou um erro aceitável da
resistência ao cisalhamento e da capacidade de deslizamento, um tempo adequado
de processamento das análises e, sobretudo, um comportamento pós-pico similar ao
modelo experimental. Deste modo, a validação da modelagem numérica levou a
uma adequada correlação em termos de carga última. A respeito do estudo
preliminar, os conectores propostos apresentaram satisfatórias resistências ao
cisalhamento e ductilidade. Cabendo ainda mencionar que a adoção de furos e
armadura passante, assim como o aumento do f cm do concreto, concedeu
acréscimos na resistência do conector e retardou o patamar de deslizamento em que
ele atinge sua resistência máxima, contribuindo para comportamentos mais dúcteis.
Frente ao Perfobond, o conector tubular não acrescenta em resistência, mas se
destaca pela superior capacidade de deslizamento, como almejado. Posto isto, de
modo prévio, o conector tubular proposto apresenta viabilidade de uso.

Palavras-chave: vigas mistas; aço-concreto; conector de cisalhamento tubular; push-


out; análise numérica; método dos elementos finitos.
ABSTRACT

SOUZA, Keila Leticia Baptista de. Preliminary numerical study of tubular shear
connectors. 2021. 310f. Thesis propose (Doctorate of Civil Engineering) –
Engineering Faculty, Rio de Janeiro State University, Rio de Janeiro, 2021.

The steel-concrete composite structures have countless advantages about the


constructive and structural aspects, since they make effective use of the maximum
potentiality of each material. One of the most important points for this structure type
is the connection between the materials and their transfer of efforts, being the shear
connectors responsible for ensuring this interaction. Eurocode 4 standardizes
composite structures and sets requirements for shear connector performance. Many
connectors have been studied so far, including Perfobond, which has excellent Comentado [K4]: Sem vírgula?
resistance, but does not always present adequate slip capacity. Thus, this study aims
to propose a tubular cross section shear connector in order to achieve great
resistance, such as Perfobond connector, and suitable slip capacity so that the
connector can be classified as ductile according to Eurocode 4. To study this
connector, an experimental program planning is presented for broader investigation
followed by a numerical parameterization. As a preliminary study, a numerical
modeling was performed to investigate the viability of the proposed connector. Four
sections were considered, two square and two rectangular, as well as two concrete
strength, for the purpose of analyzing their influence on the connector behavior.
Since no results from similar connectors were found in the literature, results from a
Perfobond connector were adopted in order to validate the numerical modeling
developed. For this validation a sensitivity study of the concrete constitutive laws was
carried out, considering that the behavior of this material has a significant influence
on the final performance of the models. There were numerous divergences between
the results obtained due to the behavior of the concrete. Thus, the choice of laws
aligned an acceptable error of shear resistance and slip capacity, an adequate
processing time for the analyses and, above all, a post-peak behavior similar to the
experimental model. Therefore, the validation of the numerical modeling led to an
adequate correlation in terms of ultimate load. Regarding the preliminary study, the
proposed connectors presented satisfactory shear resistance and ductility. It is also
worth mentioning that the adoption of holes and rebar, as well as the raise of the
concrete fcm, provided increases in the connector resistance and delayed the slip
level where it reaches its maximum resistance, contributing to a more ductile
behavior. Compared to Perfobond, the tubular connector does not excel in terms of
resistance, but it stands out for its superior slip capacity, as desired. Consequently,
the proposed tubular connector is viable for use.

Keywords: composite beams; steel-concrete; tubular shear connector; push-out


tests; numerical analysis; finite element method.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplos de estruturas mistas ........................................................ 34


Figura 2 – Grau de conexão do conector ..........................................................36
Figura 3 – Vigas mistas..................................................................................... 36
Figura 4 – Exemplos de conectores de cisalhamento ....................................... 37
Figura 5 – Variações do Perfobond ao longo do tempo .................................... 38
Figura 6 – Curva carga versus deslizamento de conectores stud, Crestbond e
Perfobond ........................................................................................ 39
Figura 7 – Viga mista sem e com conector de cisalhamento ............................43
Figura 8 – Conectores de cisalhamento tipo V e piramidal ...............................44
Figura 9 – Conectores não soldados ................................................................45
Figura 10 – Pinos virtuais de concreto ................................................................46
Figura 11 – Determinação da capacidade de deslizamento característica ......... 47
Figura 12 – Comportamento do conector rígido e do flexível ..............................48
Figura 13 – Tipos de fissuração na laje de concreto de vigas mistas ................. 50
Figura 14 – Disposição dos componentes para o espécime a ser ensaiado
segundo o Eurocode 4 (EN 1994, 2004) .......................................... 60
Figura 15 – Relação carga versus deslizamento do Eurocode 4 (EN 1994, 2004)
......................................................................................................... 62
Figura 16 – Detalhamento do ensaio Pushout realizado por Chen et al. (2011) . 63
Figura 17 – Detalhe dos conectores de Chen et al. (2011) ................................. 63
Figura 18 – Curva carga versus deslizamento dos conectores de Chen et al.
(2011)...............................................................................................65
Figura 19 – Influência do furo do conector de Chen et al. (2011) ....................... 66
Figura 20 – Típico conector em forma de C ........................................................ 66
Figura 21 – Layout do ensaio pushout realizado por Shariati et al. (2012) ......... 67
Figura 22 – Relação carga por conector versus deslizamento dos espécimes de
Shariati et al. (2012) ......................................................................... 69
Figura 23 – Conector Crestbond ......................................................................... 69
Figura 24 – Detalhes do espécime de Dutra et al. (2014) ................................... 70
Figura 25 – Modelo numérico proposto por Dutra et al. (2014) ...........................71
Figura 26 – Curvas carga versus deslizamento (série B) de Dutra et al. (2014) . 73
Figura 27 - Curvas carga versus deslizamento (série C) de Dutra et al. (2014)
......................................................................................................... 74
Figura 28 – Conectores Perfobond com furo circular e alongados de Zheng et al.
(2016)...............................................................................................75
Figura 29 – Layout do arranjo para os ensaios pushout de Zheng et al. (2016) . 76
Figura 30 – Arranjos do ensaio experimental de Zheng et al. (2016).................. 77
Figura 31 – Relações carga versus deslizamento dos ensaios de Zheng et al.
(2016)...............................................................................................78
Figura 32 – Modelo de elementos finitos de Zheng et al. (2016) ........................ 80
Figura 33 – Validação dos modelos numéricos em termos de relações carga
versus deslizamento de Zheng et al. (2016) .................................... 81
Figura 34 – Comparação da relação carga versus deslizamento realizada por
Spremić et al. (2017) ........................................................................ 86
Figura 35 – Modelos numéricos produzidos por Spremić et al. (2017) ............... 86
Figura 36 – Comparação entre a relação carga versus deslizamento
experimental e numérica apresentada por Spremić et al. (2017) ..... 87
Figura 37 – Comparação entre a relação carga versus deslizamento do conector
stud e do conector Perfobond apresentada por Spremić et al. (2017)
......................................................................................................... 88
Figura 38 – Layout dos conectores de cisalhamento T-Perfobond modificados
propostos por Assunção (2018) ....................................................... 89
Figura 39 – Configuração detalhada do protótipo P-2F-120 de Vianna (2009)
utilizado por Assunção (2018) ..........................................................91
Figura 40 – Configuração dos ensaios de Assunção (2018) ...............................91
Figura 41 – Relação carga versus deslizamento dos conectores ensaiados por
Assunção (2018) .............................................................................. 92
Figura 42 - Continuação da Figura 28 ................................................................93
Figura 43 – Conector T-Perfobond com 60º de Assunção (2018)....................... 94
Figura 44 – Processo de formação do conector do tipo V de Bezerra et al. (2018)
......................................................................................................... 95
Figura 45 – Geometria do conector do tipo V de Bezerra et al. (2018) ............... 96
Figura 46 – Detalhes dos espécimes ensaiados por Bezerra et al. (2018) ......... 97
Figura 47 – Curvas carga por conector versus deslizamentos dos ensaios
realizados por Bezerra et al. (2018) ................................................. 98
Figura 48 – Modelo em elementos finitos de Bezerra et al. (2018) ..................... 99
Figura 49 – Curvas carga por conector versus deslizamentos da validação
numérica de Bezerra et al. (2018) .................................................... 99
Figura 50 – Curvas carga por conector versus deslizamentos da análise
numérica de Bezerra et al. (2018) .................................................. 100
Figura 51 – Discretização do modelo de Fortes (2018) .................................... 101
Figura 52 – Validação da relação carga versus deslizamento apresentada por
Fortes (2018) ................................................................................. 102
Figura 53 – Influência dos parâmetros na resistência do Grupo 1 de Fortes
(2018).............................................................................................105
Figura 54 – Influência dos parâmetros na resistência dos Grupos 2 e 3 de Fortes
(2018).............................................................................................105
Figura 55 – Influência dos parâmetros na resistência dos Grupos 4 e 5 de Fortes
(2018).............................................................................................106
Figura 56 – Conector de cisalhamento tipo L de Keo et al. (2018) ................... 107
Figura 57 – Vista lateral do ensaio Pushout realizado por Keo et al. (2018) ..... 107
Figura 58 – Detalhes dos espécimes ensaiados por Keo et al. (2018) ............. 108
Figura 59 – Detalhe dos conectores plastificados de Keo et al. (2018) ............ 109
Figura 60 – Relação carga versus deslizamento/uplift dos conectores ensaiados
por Keo et al. (2018) ...................................................................... 110
Figura 61 – Discretização do modelo de Keo et al. (2018) ...............................111
Figura 62 – Validação da relação carga versus deslizamento/uplift dos
conectores de Keo et al. (2018) .....................................................112
Figura 63 – Resultados do estudo paramétrico de Keo et al. (2018) ................ 114
Figura 64 – Configuração do ensaio pushout realizado por Kim et al. (2018) ... 116
Figura 65 – Curvas carga versus deslizamento dos espécimes ensaiados por
Kim et al. (2018) ............................................................................. 117
Figura 66 – Conectores Y-Perfobond e armaduras transversais após ensaio de
Kim et al. (2018) ............................................................................. 119
Figura 67 – Conectores estudados por Bamaga et al. (2019) ...........................120
Figura 68 – Disposição dos conectores de Bamaga et al. (2019) .....................120
Figura 69 – Detalhes e configuração do ensaio realizado por Bamaga et al.
(2019).............................................................................................122
Figura 70 – Curvas carga versus deslizamento dos conectores de Bamaga et al.
(2019).............................................................................................124
Figura 71 – Continuação da Figura 70 ..............................................................125
Figura 72 – Conector de cisalhamento Perfobond convencional de Gu et al.
(2019).............................................................................................126
Figura 73 – Conector de cisalhamento Perfobond duplo de Gu et al. (2019) ... 126
Figura 74 – Dimensões dos espécimes ensaiados por Gu et al. (2019) ........... 128
Figura 75 – Curva carga versus deslizamento tri-linear .................................... 129
Figura 76 – Relação carga versus deslizamento dos conectores ensaiados por
Gu et al. (2019) .............................................................................. 129
Figura 77 – Discretização do modelo numérico de Gu et al. (2019) ................. 130
Figura 78 – Validação da relação carga versus deslizamento dos modelos
numéricos de Gu et al. (2019) ........................................................131
Figura 79 – Geometria dos conectores Perfobond ensaiados por Wang et al.
(2019).............................................................................................133
Figura 80 – Conectores ensaiados por Wang et al. (2019) ...............................133
Figura 81 – Configuração dos ensaios pushouts de Wang et al. (2019) ........... 134
Figura 82 – Curva carga versus deslizamento dos conectores Perfobonds
ensaiados por Wang et al. (2019) .................................................. 135
Figura 83 – Conectores de Wang et al. (2019) após ensaio .............................136
Figura 84 – Conector de cisalhamento Perfobond com furo triangular de
Ramasamy e Govindan (2020) ......................................................137
Figura 85 – Conectores de cisalhamento Perfobond com furo triangular
ensaiados por Ramasamy e Govindan (2020) ...............................138
Figura 86 – Disposição dos elementos no ensaio Pushout de Ramasamy e
Govidan (2020) .............................................................................. 139
Figura 87 – Curva carga versus deslizamento dos modelos ensaiados por
Ramasamy e Govindan (2020) ......................................................139
Figura 88 – Dimensões dos espécimes experimentais de Yu et al. (2020) ....... 141
Figura 89 – Esquema em 3D do modelo ensaiado por Yu et al. (2020) ............ 142
Figura 90 – Curva carga versus deslizamento .................................................. 142
Figura 91 – Conectores após ensaio ................................................................143
Figura 92 – Modelo de elementos finitos ..........................................................143
Figura 93 – Validação dos modelos numéricos ................................................ 144
Figura 94 – Curva carga por conector versus deslizamento do estudo
paramétrico de Yu et al. (2020) ......................................................145
Figura 95 – Isopor utilizado no ensaio pushout ................................................. 155
Figura 96 – Ensaio pushout para avaliação do conector tubular ......................156
Figura 97 – Obtenção da resistência e capacidade de deslizamento ............... 157
Figura 98 – Obtenção da rigidez ....................................................................... 157
Figura 99 – Legenda da nomenclatura dos modelos a serem ensaiados
experimentalmente ........................................................................ 158
Figura 100 – Geometria do ensaio pushout com dimensões alteradas devido ao
conector tubular ............................................................................. 159
Figura 101 – Conector tubular de seção quadrada, altura 70 mm e espessura 3,6
mm – TQ-70-E3,6 .......................................................................... 161
Figura 102 – Conector tubular de seção quadrada, altura 80 mm e espessura 3,6
mm – TQ-80-E3,6 .......................................................................... 161
Figura 103 – Conector tubular de seção retangular, altura 70 mm e espessura 3,6
mm – TR-70-E3,6 .......................................................................... 161
Figura 104 – Conector tubular de seção retangular, altura 80 mm e espessura 3,6
mm – TR-80-E3,6 .......................................................................... 162
Figura 105 – Conector tubular de seção quadrada, altura 70 mm e espessura 5
mm – TQ-70-5 ................................................................................ 162
Figura 106 – Conector tubular de seção quadrada, altura 80 mm e espessura 5
mm – TQ-80-5 ................................................................................ 163
Figura 107 – Conector tubular de seção retangular, altura 70 mm e espessura 5
mm – TR-70-E5 ............................................................................. 163
Figura 108 – Conector tubular de seção retangular, altura 80 mm e espessura 5
mm – TR-80-E5 ............................................................................. 163
Figura 109 – Posição dos LVDTs planejados .....................................................165
Figura 110 – Cronograma de atividades relacionadas ao programa experimental
....................................................................................................... 172
Figura 111 – Exemplo de análise do efeito da variação dos níveis dos fatores de
controle na resistência do conector ............................................... 173
Figura 112 – Fluxograma resumido do método de Taguchi (1999) .................... 174
Figura 113 – Simulação numérica no Abaqus (2014) ......................................... 179
Figura 114 – Conectores de cisalhamento do tipo Perfobond de Vianna (2009) 182
Figura 115 – Dimensões do conector Perfobond de Vianna (2009) ................... 183
Figura 116 – Layout detalhado dos espécimes de Vianna (2009) ......................183
Figura 117 - Protótipos de Vianna (2009) ..........................................................184
Figura 118 – Estrutura e configuração do ensaio pushout realizado por Vianna
(2009).............................................................................................184
Figura 119 – Relação carga versus deslizamento dos conectores Perfobond de
Vianna (2009) ................................................................................ 185
Figura 120 – Plastificação do conector de cada espécime de Vianna (2009) ..... 186
Figura 121 – Geometria dos elementos modelados............................................ 187
Figura 122 – Geometria do modelo numérico completo ..................................... 188
Figura 123 – Modelo elastoplástico perfeito adotado para o aço das armaduras e
do perfil metálico ............................................................................ 190
Figura 124 – Proposta do modelo quadrilinear de Yun e Gardner (2017) ........... 191
Figura 125 – Modelo quadrilinear adotado para o aço dos conectores ............... 191
Figura 126 – Comportamento do concreto sob carga uniaxial de compressão e
tração .............................................................................................193
Figura 127 – Modelo constitutivo à compressão recomendado por GB50010
(2002).............................................................................................197
Figura 128 – Modelo constitutivo à compressão proposto por Wahalathantri et al.
(2011).............................................................................................198
Figura 129 – Modelo constitutivo à compressão proposto por Pavlovic (2013) .. 199
Figura 130 – Modelo constitutivo à compressão proposto pelo Eurocode 2 (EN
1992, 2004) .................................................................................... 200
Figura 131 – Modelo constitutivo à compressão proposto por Alfarah et al. (2017)
....................................................................................................... 202
Figura 132 – Modelo de dano à compressão proposto por Genikomsou e Polak
(2015).............................................................................................205
Figura 133 – Modelo de dano à compressão proposto por Alfarah et al. (2017) 206
Figura 134 – Modelo constitutivo à tração recomendado pelo GB50010 (2002) 208
Figura 135 – Modelo constitutivo à tração recomendado pelo CEB-FIP (Model
Code, 2010) ................................................................................... 209
Figura 136 – Modelo constitutivo à tração de Pavlovic (2013) ............................210
Figura 137 – Modelo constitutivo à tração de Dutra et al. (2014) ........................211
Figura 138 – Modelo constitutivo à tração de Alfarah et al. (2017) .....................212
Figura 139 – Modelo de dano à tração proposto por Genikomsou e Polak (2015)
....................................................................................................... 214
Figura 140 – Modelo de dano à tração proposto por Alfarah et al. (2017) .......... 215
Figura 141 – Carregamento e condição de contorno .......................................... 218
Figura 142 – Ferramenta de restrição - Multi point constraint .............................218
Figura 143 – Interação entre as armaduras e a laje de concreto por meio da
restrição do tipo embedded............................................................219
Figura 144 – Interação entre o conector de cisalhamento e o perfil metálico por
meio da restrição do tipo tie ...........................................................220
Figura 145 – Elemento C3D8R ........................................................................... 222
Figura 146 – Discretização dos componentes do modelo ................................... 223
Figura 147 – Discretização do modelo completo ................................................ 224
Figura 148 – Distribuição da tensão de von Mises – P-2F-120-28 .....................232
Figura 149 – Propagação do esmagamento do concreto através do dano de
compressão – P-2F-120-28 ...........................................................233
Figura 150 – Distribuição da tensão de von Mises – P-2F-120-52 .....................235
Figura 151 – Propagação do esmagamento do concreto através do dano de
compressão – P-2F-120-52 ...........................................................235
Figura 152 – Distribuição da tensão de von Mises – P-2F-AR-120-52 ............... 237
Figura 153 – Propagação do esmagamento do concreto através do dano de
compressão – P-2F-AR-120-52 .....................................................238
Figura 154 – Plastificação da armadura passante do modelo P-2F-AR-120-52 . 238
Figura 155 – Conector tubular de seção quadrada e altura 60 mm – TQ60 ....... 241
Figura 156 – Conector tubular de seção quadrada e altura 70 mm – TQ70 ....... 241
Figura 157 – Conector tubular de seção retangular e altura 70 mm – TR70 ...... 242
Figura 158 – Conector tubular de seção retangular e altura 80 mm – TR80 ...... 242
Figura 159 – Simetria do protótipo do ensaio push-out....................................... 243
Figura 160 – Restrição de dupla simetria ............................................................243
Figura 161 – Legenda da nomenclatura dos modelos do estudo numérico
preliminar .......................................................................................245
Figura 162 – Discretização dos componentes do modelo do estudo numérico
preliminar .......................................................................................246
Figura 163 – Degradação dos modelos TQ60-28MPa ........................................ 265
Figura 164 – Degradação dos modelos TQ70-28MPa ........................................ 265
Figura 165 – Degradação dos modelos TR70-28MPa ........................................ 266
Figura 166 – Degradação dos modelos TR80-28MPa ........................................ 266
Figura 167 – Legenda para a interpretação da degradação dos modelos .......... 267
Figura 168 – Degradação dos modelos TQ60-38MPa ........................................ 267
Figura 169 – Degradação dos modelos TQ70-38MPa ........................................ 268
Figura 170 – Degradação dos modelos TR70-38MPa ........................................ 268
Figura 171 – Degradação dos modelos TR80-38MPa ........................................ 269
Figura 172 – Degradação dos modelos TQ60-52MPa ........................................ 269
Figura 173 – Degradação dos modelos TQ70-52MPa ........................................ 270
Figura 174 – Degradação dos modelos TR70-52MPa ........................................ 270
Figura 175 – Degradação dos modelos TR80-52MPa ........................................ 271
Figura 176 – Propagação da fissuração dos modelos TR70-2F-38MPa e TR70-2F-
52MPa............................................................................................274
Figura 177 – Fissuração dos modelos TR-2F-38MPa......................................... 278
Figura 178 – Fissuração dos modelos TR-2F-52MPa......................................... 279
Figura 179 – Primeira proposta de conector com corte no eixo de simetria ....... 285
Figura 180 – Segunda proposta de conector com corte no eixo de simetria ...... 285
Figura 181 – Proposta de conectores que facilitem a completa concretagem em
seu interior .....................................................................................285
Figura 182 – Proposta de duplo conector Perfobond .......................................... 286
Figura 183 – Planejamento e cronograma de atividades referentes à tese – Parte
1 ..................................................................................................... 290
Figura 184 – Planejamento e cronograma de atividades referentes à tese – Parte
2 ..................................................................................................... 291
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Relação carga por conector versus deslizamento – Grupo 1


....................................................................................................... 226
Gráfico 2 – Relação carga por conector versus deslizamento – Grupo 2
....................................................................................................... 227
Gráfico 3 – Relação carga por conector versus deslizamento – Grupo 3
....................................................................................................... 227
Gráfico 4 – Relação carga por conector versus deslizamento – Grupo 4
....................................................................................................... 228
Gráfico 5 – Relação carga por conector versus deslizamento do modelo P-2F-
120-28 ............................................................................................231
Gráfico 6 – Relação carga por conector versus deslizamento do modelo P-2F-
120-52 ............................................................................................234
Gráfico 7 – Relação carga por conector versus deslizamento do modelo P-2F-
AR-120-52......................................................................................236
Gráfico 8 – Carga por conector versus deslizamento dos modelos com fcm 28,3
MPa................................................................................................248
Gráfico 9 – Carga por conector versus deslizamento dos modelos com fcm 38
MPa................................................................................................249
Gráfico 10 – Carga por conector versus deslizamento dos modelos com fcm 51,9
MPa................................................................................................249
Gráfico 11 – Influência do uso de furos e armadura passante na resistência do
conector de cisalhamento tubular proposto ................................... 255
Gráfico 12 – Influência do uso de furos e armadura passante na ductilidade do
conector de cisalhamento tubular proposto ................................... 256
Gráfico 13 – Influência do aumento do fcm na resistência ao cisalhamento do
conector tubular proposto ..............................................................258
Gráfico 14 – Influência do aumento da área transversal dos conectores
quadrados e retangulares ..............................................................260
Gráfico 15 – Influência do aumento da base do conector tubular proposto ........ 261
Gráfico 16 – Comparação da relação carga versus deslizamento entre as
variações dos modelos TR70-2F ................................................... 276
Gráfico 17 – Influência do aumento da resistência do conector de cisalhamento
....................................................................................................... 277
Gráfico 18 – Influência do aumento da espessura do conector de cisalhamento e
da altura da laje de concreto mantendo a resistência do conector 277
Gráfico 19 – Comparação da relação carga versus deslizamento entre o conector
Perfobond e o conector tubular ......................................................281
Gráfico 20 – Comparação de valores entre os conectores tubular e Perfobond 283
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resistência, geometria e resultados dos modelos ensaiados. ......... 64


Tabela 2 – Resultados dos ensaios pushouts de Shariati et al. (2012) ............. 68
Tabela 3 – Propriedades e características dos modelos de Dutra et al. (2014). 71
Tabela 4 – Ensaios pushouts realizados por Zheng et al. (2016) ...................... 75
Tabela 5 – Resultados dos ensaios pushouts realizados por Zheng et al. (2016)
......................................................................................................... 79
Tabela 6 – Características dos modelos parametrizados .................................. 82
Tabela 7 – Resultados da parametrização de Zheng et al. (2016) .................... 83
Tabela 8 – Resultados a partir de formulações analíticas ................................. 84
Tabela 9 – Comparação experimental versus numérico realizada por Spremić et
al. (2017) ..........................................................................................88
Tabela 10 – Ensaios realizados por Assunção (2018) ......................................... 90
Tabela 11 – Resultados dos espécimes ensaiados por Assunção (2018) ........... 94
Tabela 12 – Resistência ao cisalhamento obtida por cada conector ensaiado por
Bezerra et al. (2018) ........................................................................ 98
Tabela 13 – Propriedades dos materiais simulados por Fortes (2018) .............. 101
Tabela 14 – Comparação dos resultados numéricos e experimentais
apresentador por Fortes (2018) .....................................................102
Tabela 15 – Grupo 1 do estudo paramétrico de Fortes (2018) - variação do 𝑓𝑐𝑚
do concreto .................................................................................... 103
Tabela 16 – Grupo 2 do estudo paramétrico de Fortes (2018) – variação da
espessura do conector ................................................................... 103
Tabela 17 – Grupo 3 do estudo paramétrico de Fortes (2018) - variação da altura
da laje ............................................................................................104
Tabela 18 – Grupo 4 do estudo paramétrico de Fortes (2018) – variação da
tensão de escoamento do conector ............................................... 104
Tabela 19 – Grupo 5 do estudo paramétrico de Fortes (2018) – variação do
diâmetro dos furos do conector ......................................................105
Tabela 20 – Propriedade dos materiais dos espécimes de Keo et al. (2018) .... 109
Tabela 21 – Resultados dos ensaios experimentais realizados por Keo et al.
(2018).............................................................................................110
Tabela 22 – Comparação dos resultados numéricos e experimentais dos
espécimes de Keo et al. (2018) .....................................................112
Tabela 23 – Resumo dos casos parametrizados por Keo et al. (2018) ............. 113
Tabela 24 – Comparação dos resultados do estudo paramétrico (numérico e
analítico) de Keo et al. (2018) ........................................................115
Tabela 25 – Propriedades dos materiais utilizados por Kim et al. (2018) .......... 116
Tabela 26 – Variação dos espécimes em função da armadura de Kim et al.
(2018).............................................................................................117
Tabela 27 – Resultados dos ensaios realizados por Kim et al. (2018) .............. 118
Tabela 28 – Resultados da resistência do concreto dos ensaios realizados por
Bamaga et al. (2019)...................................................................... 122
Tabela 29 – Resultados dos ensaios realizados por Bamaga et al. (2019) ....... 123
Tabela 30 – Parâmetros de estudo dos conectores Perfobond duplo de Gu et al.
(2019).............................................................................................127
Tabela 31 – Resultados dos ensaios experimentais realizados por Gu et al.
(2019).............................................................................................128
Tabela 32 – Parâmetros dos ensaios pushout realizados por Wang et al. (2019)
....................................................................................................... 132
Tabela 33 – Resultados dos ensaios pushouts realizados por Wang et al. (2019)
....................................................................................................... 135
Tabela 34 – Formulações analíticas propostas por outros autores ................... 136
Tabela 35 – Verificação e comparação dos resultados analíticos com
experimentais ................................................................................. 137
Tabela 36 – Dimensões do conector Perfobond de furo triangular de Ramasamy
e Govindan (2020) ......................................................................... 138
Tabela 37 – Máxima resistência dos conectores ensaiados por Ramasamy e
Govindan (2020) ............................................................................ 140
Tabela 38 – Máximo deslizamento obtido pelos conectores ensaiados por
Ramasamy e Govindan (2020) ......................................................140
Tabela 39 – Parâmetros dos ensaios pushout realizados por Yu et al. (2020) .. 141
Tabela 40 – Influência do diâmetro da armadura passante ...............................145
Tabela 41 – Fatores de controle do método de Taguchi.................................... 151
Tabela 42 – Níveis dos fatores de controle do método de Taguchi ................... 151
Tabela 43 – Matriz de distribuição ortogonal L 16................................................ 152
Tabela 44 – Matriz de distribuição ortogonal L16 alterada .................................. 153
Tabela 45 – Nomenclatura dos modelos experimentais .................................... 158
Tabela 46 – Seções tubulares a serem estudadas experimentalmente............. 160
Tabela 47 – Extensômetros planejados .............................................................165
Tabela 48 – Quantidade necessária de perfil tubular para confecção dos
conectores .....................................................................................168
Tabela 49 – Quantidade de perfil HEB 260 para a viga metálica ......................169
Tabela 50 – Quantidade de barras CA50 para confecção das armaduras ........ 169
Tabela 51 – Consumo de materiais para o concreto sem considerar a repetição
dos ensaios .................................................................................... 170
Tabela 52 – Consumo de materiais para o concreto considerando a repetição dos
ensaios...........................................................................................171
Tabela 53 – Parâmetros a serem variados na modelagem numérica ................ 175
Tabela 54 – Grupos do estudo paramétrico .......................................................175
Tabela 55 – Ensaios pushouts realizados por Vianna (2009) ............................181
Tabela 56 – Propriedades dos materiais metálicos utilizados nos espécimes de
Vianna (2009) ................................................................................ 183
Tabela 57 – Resultados dos ensaios de Vianna (2009)..................................... 185
Tabela 58 – Parâmetros de plastificação adotados ........................................... 195
Tabela 59 – Parâmetros determinados por Pavlovic (2013) para definir o modelo
constitutivo .....................................................................................202
Tabela 60 – Elementos finitos adotados para discretização dos modelos ......... 221
Tabela 61 – Quantidade nós e elementos de cada modelo ...............................222
Tabela 62 – Combinação das leis constitutivas do grupo 1 – Pavlovic (2017) .. 225
Tabela 63 – Combinação das leis constitutivas do grupo 2 – Alfarah et al. (2017)
....................................................................................................... 225
Tabela 64 – Combinação das leis constitutivas do grupo 3 – Wahalathantri et al.
(2011).............................................................................................225
Tabela 65 – Combinação das leis constitutivas do grupo 4 – GB50010 (2002) . 226
Tabela 66 – Resultados dos modelos estudados em termos de resistência e
capacidade de deslizamento do P-SF-120-52 ...............................229
Tabela 67 – Tempo de processamento das análises......................................... 230
Tabela 68 – Resultados do modelo P-2F-120-28 em termos de resistência e
capacidade de deslizamento ..........................................................231
Tabela 69 – Resultados do modelo P-2F-120-52 em termos de resistência e
capacidade de deslizamento ..........................................................234
Tabela 70 – Resultados do modelo P-2F-AR-120-52 em termos de resistência e
capacidade de deslizamento..........................................................236
Tabela 71 – Seções tubulares do estudo numérico preliminar ..........................241
Tabela 72 – Nomenclatura dos modelos do estudo numérico preliminar .......... 244
Tabela 73 – Quantitativo de nós e elementos dos modelos numéricos
preliminares ................................................................................... 247
Tabela 74 – Resumo dos resultados obtidos do estudo numérico preliminar .... 250
Tabela 75 – Classificação dos conectores estudados quanto à ductilidade ...... 252
Tabela 76 – Capacidade resistente ao cisalhamento dos conectores tubulares a
partir de formulações propostas para conectores do tipo Perfobond
....................................................................................................... 263
Tabela 77 – Caracterização dos modos de falha do conector tubular proposto 273
Tabela 78 – Nomenclatura dos modelos TR70-2F ............................................ 276
Tabela 79 – Comparação entre conector Perfobond e conector tubular proposto
....................................................................................................... 281
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AISC American Institute of Steel Construction
ANSI American National Standard Institute
ACI American Concrete Institute
CDPM Concrete Damaged Plasticity Model
CEB Comité Européen du Béton
EN European Standard Norma International
EUROCODE European Committee for Standardization
FEA Finite elements analysis
FIP Federation International de la Précontrainte
GB Chinese Code for Design of Concrete Structures
ISO International Organization for Standardization
JSCE Japan Society of Civil Engineers
LVDT Transdutores de deslocamento de tensão linear
NBR Norma Brasileira
NM Norma MERCOSUL
MEF Método dos Elementos Finitos
LISTA DE SÍMBOLOS

Letra maiúscula

𝐴 Área do furo do conector


𝐴𝑏 Área da superfície de contato entre o conector e o concreto
𝐴𝑐𝑐 Área de cisalhamento do concreto por conector
𝐴𝑠 Área da armadura passante no furo do conector
𝐴𝑠𝑐 Área de concreto no furo do conector
𝐴𝑡 Área da armadura transversal considerada abaixo do conector
𝐴𝑡𝑟 Área total da armadura transversal
𝐶1 𝜀𝑢 Deformação do aço no início da região C1 do modelo quadrilinear do aço
𝐸 Módulo de elasticidade
𝐸0 Módulo de elasticidade inicial do concreto
𝐸0 Módulo de elasticidade secante do concreto do modelo constitutivo de
compressão proposto por Alfarah et al. (2017)
𝐸𝑐𝑖 Módulo de elasticidade tangente do concreto
𝐸𝑐𝑚 Módulo de elasticidade do concreto
𝐸𝑠ℎ Módulo de elasticidade do aço na região de stress hardening
𝐺𝑐ℎ Energia de esmagamento do concreto
𝐺𝑓 Energia de fratura do concreto
𝐾𝑐 Relação entre a magnitude da tensão desviadora de tração uniaxial e a de
compressão uniaxial
𝐿𝑐 Comprimento de contato entre o concreto e a mesa do perfil
𝑄𝑐 Capacidade resistente ao cisalhamento do conector Perfobond
𝑄𝑓 Capacidade resistente ao cisalhamento por furo de conectores Perfobonds

Letra minúscula

𝑏 Espessura da laje de concreto


𝑏𝑓 Largura da mesa do perfil de aço
𝑑 Diâmetro do furo do conector Perfobond
𝑑𝑐 Variavel do dano do concreto à compressão
𝑑𝑠 Diâmetro da armadura passante
𝑑𝑡 Variavel do dano do concreto à tensão
𝑓𝑏0 Resistência do concreto no estado biaxial
𝑓𝑐 Resistência do concreto à compressão
𝑓𝑐 Resistência do concreto à compressão obtida por cilindro
𝑓𝑐∗ Resistência uniaxial do concreto à compressão do modelo constitutivo do
GB 50010 (2002)
𝑓𝑐0 Resistência do concreto no estado uniaxial
𝑓𝑐0 Tensão correspondente à 40% da resistência média do concreto à
compressão do modelo de dano proposto por Alfarah et al. (2017)
𝑓𝐶1 𝜀𝑢 Tensão do aço no início da região C1 do modelo quadrilinear do aço
𝑓𝑐𝑑 Resistência à compressão de projeto do concreto
𝑓𝑐𝑘 Resistência característica à compressão do concreto
𝑓𝑐𝑚 Resistência média à compressão do concreto
𝑓𝑐𝑢 Resistência do concreto obtida em cubo
𝑓𝑐𝑢1 Resistência à compressão do concreto referente ao início da extensão
sinusoidal do modelo constitutivo de compressão proposto por Pavlovic
(2013)
𝑓𝑐𝑢𝐸 Resistência à compressão do concreto no final da extensão sinusoidal do
modelo constitutivo de compressão proposto por Pavlovic (2013)
𝑓𝑐𝑢𝐹 Resistência à compressão do concreto no final da extensão linear do
modelo constitutivo de compressão proposto por Pavlovic (2013)
𝑓𝑐𝑡𝑚 Resistência média à tração direta do concreto
𝑓𝑠𝑡 Resistência do aço da armadura passante
𝑓𝑡∗ Resistência uniaxial do concreto à tração do modelo constitutivo do GB
50010 (2002)
𝑓𝑡0 Tensão de tração correspondente ao início da fissuração
𝑓𝑡𝑚 Resistência média à tração do concreto
𝑓𝑢 Resistência à tração do aço da armadura passante
𝑓𝑢 Tensão última do aço
𝑓𝑦 Tensão de escoamento do aço da armadura
𝑓𝑦 Resistência de escoamento do aço
ℎ Altura do conector Perfobond
ℎ𝑙 Altura da laje de concreto
𝑙𝑒𝑞 Comprimento característico do elemento finito
𝑛 Número de furos do conector Perfobond
𝑡 Espessura do conector Perfobond
𝑤 Abertura de fissura do concreto
𝑤1 Abertura de fissura para 𝜎𝑐𝑡 = 0.2 𝑓𝑐𝑡𝑚 do modelo constitutivo à tração do
CEB-FIP (Model Code, 2010)
𝑤𝑐 Abertura de fissura para tensão residual 𝜎𝑐𝑡 = 0 do modelo constitutivo à
tração do CEB-FIP (Model Code, 2010)
𝑤𝑐 Abertura de fissura limite do modelo constitutivo de Dutra et al. (2014)
𝑤𝑐 Abertura de fissura crítica do modelo constitutivo de Alfarah et al. (2017)

Letras gregas

𝛼𝑎 Parâmetro de ajuste do segmento ascendente da curva em função da


resistência do concreto do modelo constitutivo à compressão do GB
50010 (2002)
𝛼𝑑 Parâmetro de ajuste do segmento descendente da curva em função da
resistência do concreto do modelo constitutivo à compressão do GB
50010 (2002)
𝛼𝑡 Parâmetro de ajuste do segmento descendente da curva em função da
resistência do concreto do modelo constitutivo à tração do GB 50010
(2002)
𝛾𝑏 Fator de membro
𝛾𝑐 Constante do modelo constitutivo de compressão proposto por Alfarah et
al. (2017)
𝛿𝑢 Capacidade de deslizamento
𝛿𝑢𝑘 Capacidade de deslizamento característica
𝜀 Excentricidade
𝜀 Deformação do aço na região elástica
𝜀 Deformação de compressão do concreto do modelo constitutivo à
compressão do GB 50010 (2002)
𝜀 Deformação de tração do concreto no ponto de interesse do modelo
constitutivo à tração do GB 50010 (2002)
𝜀0 Deformação de compressão do concreto correspondente à resistência
máxima
𝜀𝑐 Deformação de compressão do concreto
𝜀𝑐 Deformação de compressão relativa à resistência máxima do concreto do
modelo constitutivo à compressão do GB 50010 (2002)
𝜀𝑐𝑐ℎ Deformação de esmagamento do concreto
𝜀𝑐𝑝𝑙 Deformação plástica de compressão do concreto
𝜀𝑐1 Deformação de compressão do concreto relativa à resistência média do
modelo proposto pelo Eurocode 2 (EN 1992, 2004)
𝜀𝑐𝑡 Deformação de tração do concreto
𝜀𝑐𝑢𝐷 Deformação de compressão do concreto no ínicio da extensão sinusoidal
do modelo constitutivo de compressão proposto por Pavlovic (2013)
𝜀𝑐𝑢𝐸 Deformação de compressão do concreto no final da extensão sinusoidal
do modelo constitutivo de compressão proposto por Pavlovic (2013)
𝜀𝑐𝑢𝐹 Deformação de compressão do concreto no final da extensão linear do
modelo constitutivo de compressão proposto por Pavlovic (2013)
𝜀𝑐𝑚 Deformação do concreto correspondente à resistência média do modelo
constitutivo de compressão proposto por Alfarah et al. (2017)
𝜀𝑑 Deformação última de compressão do concreto do modelo proposto por
Wahalathantri et al. (2011)
𝜀𝑠ℎ Deformação do aço no início da região de stress hardening
𝜀𝑡 Deformação de tração do concreto
𝜀𝑡 Deformação de tração relativa à resistência máxima do concreto do
modelo constitutivo à tração do GB 50010 (2002)
𝜀𝑡𝑐𝑘 Deformação de fissuração do concreto

𝜀𝑡𝑝𝑙 Deformação plástica de tração do concreto


𝜀𝑡𝑚 Deformação de tração do concrete referente à sua resistência média
𝜀𝑡𝑜 Deformação elástica de tração do concreto
𝜀𝑦 Deformação do aço no patamar de escoamento, onde termina o regime
linear elástico
𝜇 Viscosidade
𝜈 Coeficiente de Poisson
𝜌𝑐0 Magnitude das tensões desviadoras de compressão uniaxial
𝜌𝑡0 Magnitude das tensões desviadoras de tração uniaxial
𝜎 Tensão de compressão do concreto do modelo constitutivo do GB 50010
(2002)
𝜎 Tensão de tração do concreto do modelo constitutivo do GB 50010 (2002)
𝜎̅𝑐 Tensão de compressão uniaxial efetiva do concreto
𝜎𝑐 Tensão de compressão uniaxial do concreto
𝜎𝑐 Resistência à compressão no estado uniaxial
𝜎𝑐2𝑐 Resistência à compressão no estado biaxial
𝜎𝑐𝑡 Tensão de tração uniaxial do concreto
𝜎𝑐𝑢 Resistência máxima do concreto à compressão do modelo proposto por
Wahalathantri et al. (2011)
𝜎̅𝑡 Tensão de tração uniaxial efetiva do concreto
𝜎𝑡 Tensão de tração uniaxial do concreto
𝜏𝑏 Tensão de aderência entre o conector e a laje de concreto
𝜓 Ângulo de dilatância
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 34

MOTIVAÇÃO ............................................................................................ 40

OBJETIVOS ............................................................................................. 41

ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................. 41

1. CONECTORES DE CISALHAMENTO .................................................... 43

1.1. MODOS DE INSTALAÇÃO DOS CONECTORES DE CISALHAMENTO 44

1.2. PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS CONECTORES DE


CISALHAMENTO ..................................................................................... 45

1.3. PRODUTOS DO PUSHOUT TEST .......................................................... 48

1.4. NORMATIZAÇÃO DOS CONECTORES DE CISALHAMENTO............... 51

1.5. FORMULAÇÕES ANALÍTICAS PARA DETERMINAÇÃO DA


RESISTÊNCIA DO CONECTOR .............................................................. 51

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 59

2.1. EUROCODE 4 (EN 1994, 2004)............................................................... 59

2.2. ESTUDOS PRECURSORES.................................................................... 62

2.2.1. ESTUDO DE CHEN ET AL. (2011) .......................................................... 62

2.2.2. ESTUDO DE SHARIATI ET AL. (2012) .................................................... 66

2.2.3. ESTUDO DE DUTRA ET AL. (2014) ........................................................ 69

2.2.4. ESTUDO DE ZHENG ET AL. (2016) ........................................................ 74

2.2.5. ESTUDO DE SPREMIĆ ET AL. (2017) ................................................... 85

2.2.6. ESTUDO DE ASSUNÇÃO (2018) ............................................................ 89

2.2.7. ESTUDO DE BEZERRA ET AL. (2018) ................................................... 94

2.2.8. ESTUDO DE FORTES (2018) ................................................................100

2.2.9. ESTUDO DE KEO ET AL. (2018) ........................................................... 106

2.2.10. ESTUDO DE KIM ET AL. (2018) ............................................................ 115


2.2.11. ESTUDO DE BAMAGA ET AL. (2019) ................................................... 120

2.2.12. ESTUDO DE GU ET AL. (2019) ............................................................. 125

2.2.13. ESTUDO DE WANG ET AL. (2019) ....................................................... 131

2.2.14. ESTUDO DE RAMASAMY E GOVINDAN (2020) .................................. 137

2.2.15. ESTUDO DE YU ET AL. (2020) ............................................................. 140

2.3. CONSIDERAÇÕES ................................................................................ 145

3. PROPOSTA DE ESTUDO PARA A TESE DE DOUTORADO .............. 147

3.1. MODELAGEM NUMÉRICA .................................................................... 147

3.2. PROGRAMA EXPERIMENTAL .............................................................. 148

3.2.1. PLANEJAMENTO DO PROGRAMA EXPERIMENTAL .......................... 149

3.2.1.1. MÉTODO “PROJETO ROBUSTO” DE TAGUCHI (1999) ...................... 150

3.2.1.2. QUANTITATIVO DE ENSAIOS EXPERIMENTAIS ................................152

3.2.2. DETALHES DO PROGRAMA EXPERIMENTAL .................................... 154

3.2.2.1. ENSAIO PUSHOUT ............................................................................... 154

3.2.2.2. NOMENCLATURA DOS ESPÉCIMES ................................................... 157

3.2.2.3. GEOMETRIA .......................................................................................... 159

3.2.2.4. INSTRUMENTAÇÃO .............................................................................. 164

3.2.2.5. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................... 166

3.2.2.5.1. CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS ................................................. 166

3.2.2.5.2. QUANTITATIVO DE MATERIAIS ........................................................... 168

3.2.2.6. CRONOGRAMA ..................................................................................... 171

3.2.3. ANÁLISE DE RESULTADOS E RETORNO AO MÉTODO DE TAGUCHI


............................................................................................................... 172

3.3. ESTUDO PARAMÉTRICO ..................................................................... 175

3.4. FORMULAÇÃO ANALÍTICA ................................................................... 176

3.5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................ 177

4. DESENVOLVIMENTO DO MODELO NUMÉRICO ................................178


4.1. PROGRAMA EXPERIMENTAL DE VIANNA (2009) .............................. 180

4.2. CARACTERISTICAS DO MODELO NUMÉRICO................................... 186

4.2.1. GEOMETRIA .......................................................................................... 186

4.2.2. PROPRIEDADES E COMPORTAMENTOS DOS MATERIAIS .............. 188

4.2.2.1. MODELO CONSTITUTIVO PARA O AÇO ............................................. 189

4.2.2.2. MODELO CONSTITUTIVO PARA O CONCRETO ................................192

4.2.2.2.1. MODELO CONSTITUTIVO E DE DANO À COMPRESSÃO UNIAXIAL DO


CONCRETO ........................................................................................... 196

4.2.2.2.2. MODELO CONSTITUTIVO E DE DANO À TRAÇÃO UNIAXIAL DO


CONCRETO ........................................................................................... 206

4.2.3. ANÁLISE NÃO LINEAR E SOLVER DINÂMICO .................................... 216

4.2.4. CARREGAMENTO, RESTRIÇÕES E CONDIÇÕES DE CONTORNO .. 217

4.2.5. CONTATOS E INTERAÇÕES ................................................................219

4.2.6. DISCRETIZAÇÃO .................................................................................. 220

4.3. VALIDAÇÃO DA MODELAGEM NUMÉRICA ......................................... 224

4.4. CONSIDERAÇÕES ................................................................................ 239

5. CONECTOR DE CISALHAMENTO TUBULAR: ESTUDO PRELIMINAR


............................................................................................................... 240

5.1. GEOMETRIA DO CONECTOR TUBULAR ............................................ 240

5.2. RESTRIÇÃO DE DUPLA SIMETRIA ...................................................... 242

5.3. NOMENCLATURA DOS MODELOS DO ESTUDO PRELIMINAR ......... 244

5.4. DISCRETIZAÇÃO DOS MODELOS DO ESTUDO PRELIMINAR .......... 245

6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................... 248

6.1. INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE ESTUDO NO DESEMPENHO DO


CONECTOR TUBULAR ......................................................................... 254

6.1.1. INFLUÊNCIA DOS CASOS DE ESTUDOS – USO DO FURO E DA


ARMADURA PASSANTE ....................................................................... 254

6.1.2. INFLUÊNCIA DO FCM DO CONCRETO ................................................. 257


6.1.3. INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS GEOMÉTRICOS DO CONECTOR
TUBULAR PROPOSTO ......................................................................... 259

6.2. AVALIAÇÃO DAS FORMULAÇÕES ANALÍTICAS ENCONTRADAS NA


LITERATURA ......................................................................................... 262

6.3. DEGRADAÇÃO E MODOS DE FALHA .................................................. 264

6.4. VIABILIDADE ESTRUTURAL FRENTE AO CONECTOR PERFOBOND


............................................................................................................... 280

6.5. VIABILIDADE ECONÔMICA FRENTE AO CONECTOR PERFOBOND 283

6.6. POSSIBILIDADES E RECOMENDAÇÕES DE ESTUDO ...................... 284

6.7. CONSIDERAÇÕES ................................................................................ 286

7. ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO DA TESE .................................. 288

CONCLUSÃO ........................................................................................ 292

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS E CONTINUIDADE DO


ESTUDO ................................................................................................297

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 299


34

INTRODUÇÃO

A indústria da construção moderna deve responder ao desafio da construção


de qualidade, respeitando ao mesmo tempo prazos apertados e sendo econômica.
Segundo Candido-Martins et al. (2010), a construção estrutural e o uso de novos
materiais são o espelho da capacidade humana de inovação tecnológica, sendo as
estruturas mistas (Figura 1) exemplos dessas soluções inovadoras. Tais estruturas
têm alcançado uma crescente participação no mercado da construção em vários
países europeus, nos EUA, no Canadá, na Austrália e em outros países (PATIL e
SHAIKH, 2013).

Figura 1 – Exemplos de estruturas mistas

a) Vigas mistas com conectores de b) Coluna mista


cisalhamento Perfobond

c) Lajes mistas

Fonte: a) Vianna et al. (2008); b) Pinterest (2020); c) Shanghai MTC Industrial Co.,LTD
(2017).

A utilização de estruturas mistas de aço e concreto é um dos mecanismos


para atender a necessidade de projetos otimizados no que diz respeito à velocidade
35

de execução e maior controle no dimensionamento das estruturas do mercado da


construção civil, tendo em vista que essas estruturas possuem maior facilidade de
montagem dos elementos estruturais, assim como melhor aproveitamento da
resistência de cada material, em relação às estruturas não mistas. Este sistema
estrutural pode ser utilizado em diferentes tipos de estruturas, como edifícios de
múltiplos pavimentos, pontes e estacionamentos.
De modo geral e resumido, as estruturas mistas em aço e concreto
apresentam-se como uma solução estrutural eficiente e econômica, graças a
utilização otimizada de seus elementos, onde o aço contribui significativamente na
parcela à tração da capacidade resistente estrutural do sistema e o concreto
contribui de forma mais expressiva na parcela da compressão. Este fato é uma das
vantagens que têm feito com que os projetistas optem cada vez mais por essa
opção estrutural.
Estes sistemas mistos apresentam inúmeras vantagens, como: a
possibilidade de ampliar as opções arquitetônicas, como o emprego de longos vãos;
a redução das seções dos elementos estruturais, resultando em menor quantidade
de material e maior economia (VELLASCO, 2015). Com relação às vantagens em
comparação aos projetos executados em aço estrutural, tem-se: a redução das
proteções contra incêndio; a redução considerável do consumo de aço estrutural; o
aumento da rigidez da estrutura. Já em comparação às estruturas em concreto
armado, pode-se citar a redução do peso próprio e do volume da estrutura, a
possibilidade de dispensa de formas e escoras e a redução do prazo de execução
da obra.
No tocante dos códigos normativos, no Brasil, a ABNT NBR 8800 (2008)
normatiza o projeto de estruturas mistas. A nível internacional, a concepção e o
dimensionamento destas estruturas deverão seguir o preconizado pelo Eurocode 4
(EN 1994, 2004).
Um fator importante no que diz respeito ao desempenho e comportamento
dos elementos mistos é a ligação entre os materiais. A transferência de esforços e a
resistência ao cisalhamento, ao longo das superfícies de contato aço-concreto, são
normalmente obtidas por atrito, por processos mecânicos ou por aderência. Sendo
assim, com relação às vigas mistas, o grau de conexão entre a viga de aço e a laje
de concreto é um ponto importante a ser estudado e, segundo Sales (2014), o grau
de conexão (η) pode ser determinado pela razão entre a resistência dos conectores
36

na interface (𝑁𝑐 ) e a resistência mínima dos conectores na interface (𝑁𝑐,𝑓 ) para que
se tenha conexão completa, sendo tomada igual à capacidade resistente da viga de
aço (𝑓𝑦 ) ou da laje de concreto (𝑓𝑐 ), o que for menor. A Figura 2 apresenta o grau de
conexão entre a viga de aço e a laje em concreto.

Figura 2 – Grau de conexão do conector

Fonte: Vellasco (2015).

Ainda com relação às vigas mistas (Figura 3), em tese, uma viga pode ser
considerada mista quando há associação de um perfil metálico com uma laje de
concreto, onde ambos os elementos trabalham de modo sólido e monolítico, em
conjunto para resistir à flexão.

Figura 3 – Vigas mistas

a) Seção de aço em b) Seção de aço em c) Sistema treliçado


“I” caixão
Fonte: Vianna (2009).
37

A fim de conferir a interação entre os dois materiais faz-se necessário o


emprego de elementos que transmitam os esforços de um ao outro. Os meios
mecânicos são os mais comuns para ligação entre o aço e o concreto, sendo
realizados por meio de conectores de cisalhamento. Gu et al. (2019) consideram os
conectores como o elemento chave de toda a estrutura mista. Com relação a estes
elementos, muitos vêm sendo desenvolvidos e estudados nas últimas décadas,
como o stud bolt, perfis C, perfis U, Crestbond, Perfobond, T-Perfobond, dentre
outros (Figura 4).

Figura 4 – Exemplos de conectores de cisalhamento

a) Stud bolt b) Perfil C

c) Crestbond d) Perfobond

e) T-Perfobond
Fonte: a) Cruz (2011); b) Shariati et al. (2012); c) Vianna et al. (2008); d) Cândido-Martins et
al. (2010) e) Vianna (2009).

O conector stud é o tipo mais comumente utilizado dos conectores e único


normatizado pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004). Eles são amplamente utilizados
38

devido à praticidade do processo de instalação altamente automatizado, rápido e


fácil. As desvantagens dos studs são sua baixa resistência à fadiga e condições
específicas em relação à eletricidade necessária quando instalados in-situ (Spremić
et al., 2017). Bezerra et al. (2018) afirmam que estas desvantagens levaram à
necessidade da criação de conectores alternativos, que possam ser facilmente
produzidos no local da construção. Estes novos e eficazes conectores podem
incentivar a popularização da construção mista. Ainda segundo os autores, o
conector em perfil U foi um dos que passou a ser muito empregado em função da
limitação do stud. O conector em U é de fácil fabricação e soldagem na mesa da
viga de aço, porém, sua alma apresenta rigidez muito pequena, permitindo que ela
sofra grandes deformações.
Frente às limitações de uns, foram sendo desenvolvidos outros novos
conectores. Neste processo, surgiu o conector Perfobond. O Perfobond é uma placa
retangular de aço com uma série de furos e é soldado ao flange superior do perfil
metálico. Este conector foi desenvolvido nos anos 80 pela empresa alemã
Leonhardt, Andrea e Partners para o projeto da Terceira Ponte Caroni na Venezuela
(Spremić et al., 2017) e desde então vem sendo amplamente empregado. O
conector Perfobond se destacou tanto que inúmeras variações foram propostas
(Figura 5).

Figura 5 – Variações do Perfobond ao longo do tempo

Fonte: adaptado de Kopp et al. (2018).

De acordo com Chung et al. (2015), o conector de cisalhamento Perfobond é


conhecido por ter maior rigidez e resistência à fadiga do que o conector stud. O
conector Perfobond tem se destacado frente aos demais. A Figura 6 apresenta a
39

comparação de resultados de ensaios de conectores stud, Crestbond e Perfobond


feita por Veríssimo et al. (2006). É possível observar que o conector Perfobond
(PB50-As10), assim como o Crestbond (B4 – CR56b-R12-As10 e C4 – CR56b-R12-
As10), apresenta boa capacidade de retenção de carga após o pico, o que não
ocorre com o stud. Se faz importante citar que quatro conectores tipo stud, com
resistência do concreto de 26,4 MPa, alcançam apenas 67% da resistência quando
comparado a um único conector Perfobond, com resistência do concreto de 20,91
MPa.

Figura 6 – Curva carga versus deslizamento de conectores


stud, Crestbond e Perfobond

Fonte: Veríssimo et al. (2006).

De modo geral, o conector do tipo Perfobond é conhecido por apresentar


excelente capacidade resistente, vantagem esta que o justifica como um dos
conectores mais estudados e empregados atualmente. No entanto, este conector
apresenta baixa capacidade de deformação, o que muitas vezes o caracteriza como
conector não dúctil. O Eurocode 4 (EN 1994, 2004) recomenda que o conector
apresente boa ductilidade e como isso não é observado no Perfobond, nasce a
necessidade de uma alternativa a este conector.
40

Diante do que foi exposto, neste trabalho pretende-se propor, de modo


preliminar, uma nova geometria para conectores de cisalhamento com seção
tubular. Busca-se com o conector de seção tubular alcançar a excelente resistência
do conector Perfobond e, principalmente, uma adequada capacidade de
deformação, de modo que o conector proposto possa ser considerado dúctil.
Assim, a fim de encontrar a configuração que leve ao uso otimizado do
conector proposto, algumas variações geométricas e de propriedades são
estudadas.
Devido ao fato de serem responsáveis pela transferência de esforços entre o
aço e o concreto, os conectores se tornaram um ponto importante nas vigas mistas,
sendo assim, um tema crucial que ainda demanda estudo. Isto posto, muito tem sido
estudado pela comunidade científica a respeito do tema, porém ainda há uma vasta
gama de questões a serem respondidas a fim de otimizar esses conectores, levando
a vigas mistas mais econômicas, efetivas e resistentes, o que justifica diretamente a
proposta deste trabalho.

MOTIVAÇÃO

Os conectores de cisalhamento têm sido cada vez mais estudados e


utilizados e isso pode estar diretamente relacionado com o atual amplo emprego das
estruturas mistas em aço e concreto.
Como já mencionado, no tocante das normas, a NBR 8800 (2008) e o
Eurocode 4 (EN 1994, 2004) normatizam o conector de cisalhamento, mas essas
diretivas são direcionadas aos conectores do tipo stud. Assim, novos estudos a
respeito dos correntes conectores são importantes, pois podem auxiliar em futuras
normatizações.
Tendo em consideração o já citado expressivo aumento do uso das estruturas
mistas, o que motiva este trabalho é a oportunidade de contribuir para a literatura
técnica com resultados, considerações e formulações de conectores de
cisalhamento que apresentem bom desempenho estrutural e que leve à otimização
do uso da estrutura mista.
41

Acrescentado ao que já foi posto, o que também motiva o presente trabalho é o fato
de um dos mais utilizados conectores de cisalhamento atualmente, que inclusive
apresenta exímia resistência ao cisalhamento, não apresentar expressiva
ductilidade, isto é, não reter carga de modo expressivo antes de um
descarregamento brusco. Tal fato justifica a importância de um conector que atenda
a necessidade de apresentar adequada ductilidade.
.

OBJETIVOS

Este trabalho tem por objetivo estudar e propor um conector de cisalhamento


com seção transversal tubular que apresente adequadas resistência ao
cisalhamento e ductilidade. Para avaliar o desempenho de tais propriedades, a sua
resistência será comparada à do conector Perfobond, assim como sua ductilidade
será avaliada de acordo com o preconizado pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004). O
estudo também pretende analisar se alguns parâmetros geométricos do conector
proposto influenciam o seu desempenho.
Para validar tal proposta, alguns modelos numéricos preliminares são
estudados de modo a apresentar algumas das vantagens do conector proposto a
partir dos seus resultados e comportamento. A simulação numérica apresentada foi
realizada por meio do software Abaqus versão 6.14-4 e versão 2017, cujas análises
são feitas a partir do método dos elementos finitos.

ESTRUTURA DO TRABALHO

Neste primeiro capítulo foram apresentadas de modo introdutório algumas


ponderações iniciais sobre as estruturas mistas e os conectores de cisalhamento,
assim como a motivação para esta pesquisa e o seu objetivo.
O capítulo um aborda algumas diretrizes com relação aos conectores de
cisalhamento, apresentando uma pequena revisão a respeito, principalmente, da
ductilidade dos conectores, propriedade tão importante.
42

O capítulo dois apresenta a revisão bibliográfica com as diretrizes normativas


a respeito dos conectores de cisalhamento e alguns estudos importantes que vêm
sendo realizados pelos pesquisadores com o intuito de difundir cada vez mais os
conectores e apresentar novos tipos.
O capitulo três expõe a proposta do conector de cisalhamento do tipo tubular
a ser estudado durante a tese de doutorado, propondo e apresentando as diferentes
etapas da tese, como modelagem, programa experimental e formulação analítica.
Neste capítulo faz-se uso de um método para planejamento dos casos de estudo.
O capitulo quatro retrata o desenvolvimento dos modelos numéricos
preliminares que serão utilizados para analisar uma inicial viabilidade do conector
tubular. As premissas adotadas para a modelagem são apresentadas, inclusive os
modelos de validação a partir do conector Perfobond.
O capítulo cinco exibe as características dos modelos numéricos dos
conectores tubulares a serem estudados preliminarmente e os seus casos de
estudos.
O capitulo seis apresenta a análise e a discussão dos resultados dos
conectores tubulares estudados, incluindo a comparação do seu comportamento
com o do conector tipo Perfobond.
O capítulo sete trata do planejamento da tese e sua organização. Neste
capítulo são expostos a estrutura e um cronograma expandido das atividades que
compõem a tese.
O capítulo oito apresenta as considerações finais da proposta de tese,
compostas pelas principais conclusões a respeito do comportamento do conector
tubular proposto.
43

1. CONECTORES DE CISALHAMENTO

Em uma viga mista em aço-concreto, é sabido que esses materiais possuem


propriedades mecânicas diferentes e este fato faz com que na região da interface
eles se comportem de modos distintos.
Como já mencionado, a interação entre os elementos estruturais é o ponto
crucial para que um sistema estrutural seja considerado como misto. O emprego do
conector de cisalhamento se faz necessário pelo fato da aderência natural entre os
dois materiais e as forças de atrito presentes normalmente não serem consideradas
no dimensionamento das estruturas.
De modo resumido, o conector tem como função resistir às forças que se
desenvolvem na interface entre o perfil metálico e a laje de concreto. Ferreira (2000)
aborda os conectores como meios mecânicos que asseguram a interação entre o
aço e o concreto, não permitindo que ocorra deslizamento e separação entre as
partes. Inclusive, o autor afirma que este fato faz com que a capacidade resistente
seja significativamente elevada nas regiões de momento positivo das vigas mistas. A
Figura 7 apresenta as tensões que surgem na superfície decorrentes da diferença
entre o comportamento dos materiais, assim como o deslizamento da laje de
concreto em relação ao perfil metálico.

Figura 7 – Viga mista sem e com conector de cisalhamento

Fonte: Cavalcante (2011).

Conforme Cavalcante (2011), a escolha do tipo de conector de cisalhamento


a ser empregado é de extrema relevância, pois é partir desta decisão que a
44

determinação do grau de interação é realizada, e por consequência, o modo como


os esforços serão transmitidos entre os materiais é manejado.

1.1. MODOS DE INSTALAÇÃO DOS CONECTORES DE CISALHAMENTO

De um modo geral, muitos conectores de cisalhamento vêm sido testados por


diversos pesquisadores. Os conectores são instalados nos perfis metálicos da viga
antes do procedimento da concretagem. Porém, esses conectores podem ser
classificados quanto à sua fixação nas vigas metálicas como soldados ou não
soldados.
Para o processo de instalação dos conectores soldados existe a necessidade
de fonte de energia elétrica por conta da solda, que é uma espécie de junção de
materiais por coalescência. A solda mais empregada na construção civil é a de
energia elétrica, porém, a fusão pode ser de fonte elétrica, química, óptica ou
mecânica.
Atualmente, a maioria dos conectores de cisalhamento é fixada nos perfis
metálicos por meio de solda, como o stud bolt, conector U, conector V, conector
piramidal (Figura 8), conector Crestbond, conector Perfobond (Figura 4), entre
outros.

Figura 8 – Conectores de cisalhamento tipo V e piramidal

a) conector tipo V b) conector piramidal


Fonte: a) Cavalcante (2011) e b) Muhit (2015)
45

Os conectores não soldados são fixados a partir da instalação de pinos


impulsionados à pólvora ou por meio de porcas com ou sem protensão dos
conectores de cisalhamento. São exemplos desses conectores os desmontáveis, os
blind bolts e os conectores aparafusados (Figura 9). Barbosa (2016) alega que Comentado [K5]: os conectores blind bolt (chumbadores) que
podem ser ligados a partir de apenas um lado de uma estrutura, com
alguns desses conectores estão sendo pesquisados por proporcionarem maior mecanismos de fixação que permitem o reforço mais eficiente de
vigas mistas
produtividade na execução e montagem de estruturas, se desempenhando de modo
equivalente aos conectores do tipo stud bolt.

Figura 9 – Conectores não soldados

a) blind bolt b) conectores aparafusados


Fonte: a) Pathirana et al (2015) e b) Pavlovic e Veljkovic (2017).

Os conectores de cisalhamento não soldados são empregados, na maioria


das vezes, devido à possibilidade de reutilização de elementos estruturais e
substituição de elementos danificados nas estruturas uma vez que o setor da
construção está cada vez mais interessado na sustentabilidade.

1.2. PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS CONECTORES DE CISALHAMENTO

Pavlovic (2013) afirma que três propriedades principais de um conector de


cisalhamento precisam ser consideradas para sua aplicação em uma estrutura
mista, a resistência, a rigidez e a ductilidade. A resistência ao cisalhamento,
46

segundo o autor, é o fator menos limitante, considerando que a resistência


necessária para transferir o cisalhamento pode ser obtida através do fornecimento
de um número suficiente de conectores.
Muito dos conectores estudados atualmente são perfurados. A resistência
desses conectores é influenciada por três fatores importantes, a resistência de
ponta, provocada pelo bloco de concreto, a área de cavilha do concreto confinado,
formado pelos pinos virtuais, (Figura 10) e a barra de armadura passante, quando
houver. Com relação aos pinos de cavilha, estes proporcionam resistência ao
cisalhamento na direção longitudinal e evitam que a laje de concreto se separe
verticalmente da viga metálica, o que, de acordo com Veríssimo (2007), dispensa a
necessidade de uma cabeça de ancoragem, como a que o conector stud possui.
Retornando à afirmação de Pavlovic (2013), o autor lamenta que os requisitos
de rigidez dos conectores de cisalhamento não sejam tratados pelos códigos
normativos uma vez que a rigidez do conector influencia diretamente o
comportamento da viga mista. Ele ainda cita que os conectores muito flexíveis não
são capazes de proporcionar uma interação suficiente entre o aço e o concreto a fim
de garantir uma ação compósita.

Figura 10 – Pinos virtuais de concreto

Fonte: Veríssimo (2007).

Vianna (2009) define a ductilidade dos conectores como a capacidade que ele
possui de deslizamento após ter atingido sua resistência máxima. Com relação à
ductilidade dos conectores de cisalhamento, estes podem ser classificados como
rígidos ou dúcteis, flexíveis. O Eurocode 4 (EN 1994, 2004) permite que o
comportamento plástico ideal seja adotado apenas para os conectores dúcteis.
Portanto, o código normativo em questão classifica o conector como dúctil em
47

função da sua capacidade de deslizamento característica, 𝛿𝑢𝑘 (Figura 11). Assim,


caso ela seja superior a 6,0 mm, o conector pode ser considerado dúctil.

Figura 11 – Determinação da capacidade de


deslizamento característica

Fonte: David (2007).

Os conectores rígidos quando submetidos à solicitação apresentam limitada


deformação e discretos deslocamentos relativos entre o aço e o concreto. O
emprego destes pode acarretar em uma ruptura frágil na viga mista, com expressivo
esmagamento ou cisalhamento do concreto (VIANNA, 2009), comportamento que
não é esperado e pretendido considerando a segurança da estrutura. Porém,
segundo Vianna (2009), este tipo de conector não costumar estar sujeito a
problemas relacionados à fadiga.
O conector dúctil ou flexível apresenta extensa deformação antes da ruptura,
o que acarreta em um maior deslizamento relativo. Além disso, ele pode continuar
se deformando mesmo após atingir sua resistência máxima, sem que ocorra colapso
devido à sua ductilidade. Sales (2014) explica que esses conectores são os mais
utilizados em função do seu excelente comportamento estrutural. Este conector, de
acordo com Barbosa (2016), apesar de proporcionar uma ruptura dúctil, pode
apresentar menor eficiência quando submetido a esforços cíclicos, sendo vulnerável
a ocorrência de fadiga no aço. O stud bolt, por exemplo, é um conector flexível e,
como já mencionado na introdução, possui baixa resistência à fadiga. A Figura 12
apresenta graficamente o comportamento dos conectores flexíveis e dúcteis.
48

Figura 12 – Comportamento do conector


rígido e do flexível

Fonte: David (2007).

De acordo com David (2007), no estado limite de utilização, a ductilidade dos


conectores não influencia no comportamento da viga mista. No entanto, no estado
limite último, sob um carregamento crescente, um conector dúctil pode continuar se
deformando mesmo para solicitações muito próximas à ruptura. Este fato permite
que os próximos conectores retenham maior força de corte, alcançando maior
resistência. Segundo o autor, isto uniformiza o fluxo de cisalhamento.
Resumidamente, Veríssimo (2007) afirma que um conector ideal seria uma junção
de flexível e rígido. As características do conector rígido são ansiadas para as
condições de serviço. Já as características do flexível são almejadas para o estado
limite último. Ou seja, um comportamento ideal seria caracterizado por um
deslizamento praticamente nulo para as cargas de serviço e um comportamento
dúctil para as cargas próximas à ruptura e posteriores.

1.3. PRODUTOS DO PUSHOUT TEST

O modo ideal para análise do comportamento dos conectores seria por meio
de ensaios experimentais em escala real (QURESHI e LAM, 2012). Porém, na
prática, isto demandaria uma adequada infraestrutura e maior investimento
financeiro. Assim, o conector de cisalhamento, geralmente, é estudado através do
49

ensaio de cisalhamento direto, pushout, preconizado pelo Eurocode 4 (EN 1994,


2004).
Do ensaio em questão é possível extrair a capacidade resistente ao
cisalhamento, a ductilidade do conector, a separação vertical uplift, entre outros.
Veríssimo (2007) afirma que além das forças de cisalhamento longitudinais, os
conectores também estão suscetível à forças transversais ao eixo do elemento
estrutural, o que acarreta no deslocamento vertical, conhecido como uplift.
A resistência do conector ao uplift é verificada através da separação vertical
entre o perfil metálico e as lajes de concreto e deve ser aferida no instante em que
os conectores estão sujeitos a 80% da sua resistência máxima. É necessário que
este valor seja inferior a 50% do deslizamento longitudinal correspondente. Se essa
necessidade não for satisfeita, a capacidade de conexão não é satisfatória, de
acordo com Barbosa (2016).
Ainda com relação aos resultados obtidos a partir dos ensaios pushouts,
Vianna (2009) afirma que o comportamento analítico dos conectores é
substancialmente importante e que a característica mais relevante no cálculo é a
relação entre a força de cisalhamento transmitida e o deslizamento relativo entre as
superfícies dos elementos em contato, que é expressa a partir de uma curva gráfica.
Um aspecto importante com relação aos conectores é o seu modo de falha. A
correta identificação do modo de falha de uma viga mista é extremante importante,
pois permite detectar o elemento mais frágil da ligação aço-concreto. Assim é
possível realizar um dimensionamento mais coerente, o que pode acarretar no uso
mais econômico dos materiais e na prevenção de desperdícios.
De modo geral, o conector pode sofrer colapso pela perda de rigidez do
concreto, em termos da degradação do concreto à compressão, chamado de
esmagamento, ou pela plastificação do próprio conector.
Veríssimo (2007) aborda que quando a falha ocorre no concreto, a resistência
ao cisalhamento da conexão depende apenas das propriedades do concreto, da
geometria da laje e do modo como a compressão é transmitida pelo conector e
distribuída pela laje. No entanto, quando a falha ocorre no conector de cisalhamento,
a resistência depende das propriedades do aço do conector e da sua geometria. A
resistência e a rigidez relativas entre o concreto e o conector associadas ao grau de
confinamento do concreto na região frontal entre a laje e o conector influenciam o
mecanismo de ruptura para ambos os modos de falha mencionados.
50

De acordo com Assunção (2018), a região solicitada do concreto confere a


resistência inicial da viga mista, pois esta tende a se comportar como um bloco. No
entanto, caso o concreto seja de alta resistência, a viga apresenta um ganho de
resistência, porém perde ductilidade. O autor justifica isto em função da fissuração
do concreto, que faz com que ele não consiga mais resistir aos esforços, os quais
deverão ser então resistidos pelo conector de cisalhamento. Então, dependendo da
magnitude da solicitação, o conector pode não ter mais capacidade de resistir, o que
poderia acarretar em ruína de característica frágil.
Além do esmagamento do concreto, Cavalcante (2011) também aborda outra
perda de rigidez do concreto, à tração. Segundo o autor, os conectores de
cisalhamento, por meio da sua ação nas estruturas, podem ocasionar fissuras por
rasgamento, fendilhamento e cisalhamento na laje de concreto. A Figura 13
apresenta esses tipos de fissuração na laje devido à concentração de tensões
induzidas pelo conector de cisalhamento.

Figura 13 – Tipos de fissuração na laje de concreto de vigas mistas

Fonte: Tristão (2002).

As fissuras por rasgamento ocorrem em função da força de compressão no


plane da laje de concreto e tendem a se propagar em direção transversal ao perfil
metálico da viga. Cavalcante (2011) afirma que esse tipo de fissura desempenha
pouco efeito na resistência dos conectores de cisalhamento. De acordo com Tristão
(2002), a fissura por fendilhamento é a mais danosa para o concreto e pode levar à
ruptura do conector (TRISTÃO, 2002). Esta fissura se inicia na frente do conector, o
51

que pode acarretar no deslizamento inicial da laje em relação ao perfil metálico. A


sua propagação ocasiona novas fissuras na região da parte de trás do conector,
este fato provoca a falha do concreto na região do conector de cisalhamento. A
fissuração por cisalhamento se propaga na direção das bielas de compressão do
concreto. Para combater tal fissuração, uma armadura de cisalhamento é
adicionada.
Com relação a mais nociva das fissuras apresentadas, Tristão (2002) afirma
que a armadura transversal não evita o fendilhamento do concreto, porém limita sua
propagação. Assim, o autor menciona que em alguns casos pode ser interessante
fazer uso de armaduras transversais, adicionais àquelas já normalmente
dimensionadas, uniformemente posicionadas na região da linha de conectores a fim
de limitar a fissuração na laje de concreto.

1.4. NORMATIZAÇÃO DOS CONECTORES DE CISALHAMENTO

No que diz respeito à normatização dos conectores, o Eurocode 4 (EN 1994,


2004) e o ANSI/AISC-360-05 (2005) propõem diretrizes para o dimensionamento e
utilização do conector stud bolt. A ABNT NBR 8800 (2008) também apresenta
diretivas o conector stud bolt e para o conector de cisalhamento tipo U. Já o JSCE
(2009) normatiza o dimensionamento e o emprego dos conectores stud bolt e
Perfobond. Importante mencionar que este último código normativo é o primeiro a
estandardizar conectores do tipo Perfobond.

1.5. FORMULAÇÕES ANALÍTICAS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA


DO CONECTOR

Muitos autores têm proposto formulações analíticas para dimensionamento


dos conectores de cisalhamento que vêm sendo estudados. Como já mencionado na
INTRODUÇÃO, dentre os inúmeros conectores avaliados nas últimas décadas, o
Perfobond tem se destacado significativamente em decorrência da sua resistência
52

ao cisalhamento e à fadiga. Como o conector proposto neste trabalho tem sua


concepção em cima do conector Perfobond, pretende-se posteriormente analisar se
as equações para o seu dimensionamento são adequadas para previsão da
resistência do conector tubular aqui proposto.
No entanto, analisando a literatura técnica, é possível observar que estas
formulações propostas apresentam significativa divergência nos resultados quando
comparadas entre si, como pode ser visualizado na comparação realizada por Wang
et al. (2019), o que indica ser um ponto que ainda demanda estudos.
Com relação às formulações propostas pelos pesquisadores, Leonhardt et al.
(1987), baseado em resultados de ensaios pushouts, propuseram a Equação (1)
para determinação da capacidade de cisalhamento por furo de conectores
Perfobond, porém sem considerar a contribuição da armadura passante.

𝑄𝑓 = 1,4 . 𝑑² . 𝑓𝑐𝑢 (1)


onde:
𝑄𝑓 é a capacidade resistente ao cisalhamento por furo de conectores Perfobonds
𝑑 é o diâmetro do furo do conector Perfobond (mm)
𝑓𝑐𝑢 é a resistência do concreto obtida em cubo (MPa)

Oguejiofor e Hosain (1994) propuseram uma formulação (Equação (2)) que


inclui as parcelas de contribuição da resistência dos pinos virtuais de concreto, da
resistência da armadura transversal da laje e da resistência do concreto.
Posteriormente, Oguejiofor e Hosain (1997) atualizaram a sua formulação analítica,
levando em consideração a resistência ocasionada pelo poder de ponta do concreto
(Equação (3)).

𝑄𝑐 = 0,59 . 𝐴𝑐𝑐 . √𝑓𝑐 + 1,233 . 𝐴𝑡𝑟 . 𝑓𝑦 + 2,871 . 𝑛 . 𝑑2 . √𝑓𝑐 (2)


2
𝑄𝑐 = 4,50 . ℎ . 𝑡 . 𝑓𝑐 + 3,31 . 𝑛 . 𝑑 . √𝑓𝑐 + 0,91 . 𝐴𝑡𝑟 . 𝑓𝑦 (3)
onde:
𝑄𝑐 é a capacidade resistente ao cisalhamento do conector Perfobond (N)
𝑛 é o número de furos do conector
𝑑 é o diâmetro do furo do conector (mm)
𝑓𝑐 é a resistência do concreto à compressão (MPa)
53

𝐴𝑡𝑟 é a área total da armadura transversal (mm²)


𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do aço da armadura (MPa)
𝐴𝑐𝑐 é área de cisalhamento do concreto por conector (mm²)
ℎ é a altura do conector Perfobond (mm)
𝑡 é a espessura do conector Perfobond (mm)

Para determinar a capacidade resistente ao cisalhamento por furo, Hosaka et


al. (2000) propuseram duas equações, sendo a Equação (4) para conectores com
armadura passante e a Equação (6), para conectores sem armadura passante,
respectivamente. Devendo a primeira equação atender ao imposto na Equação (5) e
a segunda, ao imposto na Equação (7).

𝑄𝑓 = 3,38 . √𝑡⁄𝑑 . 𝑑2 . 𝑓𝑐 − 39.10³ . 𝐴𝑡𝑟 . 𝑓𝑦 + 0,59 . 𝐴𝑐𝑐 . √𝑓𝑐 (4)

22.10³ < √𝑡⁄𝑑 . 𝑑 2 . 𝑓𝑐 < 194.10³ (5)


𝑄𝑓 = 1,45 . [(𝑑 2 − 𝑑𝑠2 ) . 𝑓𝑐 + 𝑑𝑠2 . 𝑓𝑢 ] − 26,1.10³ (6)
51.10³ < (𝑑² − 𝑑𝑠2 ) . 𝑓𝑐 + 𝑑𝑠2 . 𝑓𝑢 < 488.10³ (7)
onde:
𝑄𝑓 é a capacidade resistente ao cisalhamento por furo de conectores Perfobonds
𝑡 é a espessura do conector Perfobond (mm)
𝑑 é o diâmetro do furo do conector (mm)
𝑓𝑐 é a resistência do concreto à compressão obtida por cilindro (MPa)
𝑑𝑠 é o diâmetro da armadura passante (mm)
𝑓𝑢 é a resistência à tração do aço da armadura passante (MPa)

Medberry e Shahrooz (2002) alegaram que até então as equações propostas


limitavam as dimensões dos conectores e a resistência do concreto. Assim, os
autores formularam uma equação para a determinação da capacidade resistente ao
cisalhamento dos conectores Perfobond, que pode ser observada na Equação (8).

𝑑 2
𝑄𝑐 = 9 . 𝑏 . ℎ𝑙 . √𝑓𝑐 + 60 . 𝑏𝑓 . 𝐿𝑐 + 0,9 . 𝐴𝑡𝑟 . 𝑓𝑦 + 20 . 𝑛 . 𝜋 . ( ) . √𝑓𝑐 (8)
2
onde:
𝑄𝑐 é a capacidade resistente ao cisalhamento do conector Perfobond (lbs)
54

𝑏 é a espessura da laje de concreto (in)


ℎ𝑙 é a altura da laje de concreto (in)
𝑓𝑐 é a resistência do concreto à compressão (psi)
𝑏𝑓 é a largura da mesa do perfil de aço (in)
𝐿𝑐 é o comprimento de contato entre o concreto e a mesa do perfil (in)
𝐴𝑡𝑟 é a área total da armadura transversal (in²)
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do aço (psi)
𝑛 é o número de furos do conector
𝑑 é o diâmetro do furo do conector (in)

Baseado nas formulações de Oguejiofor e Hosain (1994) e Oguejiofor e


Hosain (1997) e em ensaios pushouts e análises de regressão, Veríssimo (2007)
propôs a Equação (9) para a determinação da capacidade de cisalhamento.

ℎ 𝐴𝑡𝑟
𝑄𝑐 = 3,68 . √ . ℎ . 𝑡 . 𝑓𝑐 + 2,60 . 𝑛 . 𝑑². √𝑓𝑐 + 0,13 . 𝐴𝑐𝑐 . √𝑓𝑐 + 34,3 . 106 . ( ) (9)
𝑡 𝐴𝑐𝑐

onde:
𝑄𝑐 é a capacidade resistente ao cisalhamento do conector
ℎ é a altura do conector (mm)
𝑡 é a espessura do conector (mm)
𝑓𝑐 é a resistência do concreto à compressão (MPa)
𝑛 é o número de furos do conector
𝑑 é o diâmetro da abertura do conector (mm)
𝐴𝑐𝑐 é área de cisalhamento do concreto por conector (mm²)
𝐴𝑡𝑟 é a área total da armadura transversal (mm²)

A partir de ensaios experimentais, simulações numéricas e análises de


regressão, Al-Darzi et al. (2007) propuseram a Equação (10) para a determinação da
resistência ao cisalhamento de conectores do tipo Perfobond.

𝑄𝑐 = 255,31 + 7,62. 10−4 . ℎ. 𝑡. 𝑓𝑐 − 7,59. 10−7 . 𝐴𝑡𝑟 . 𝑓𝑦 + 2,53. 10−3 . 𝐴𝑠𝑐 . √𝑓𝑐 (10)
onde:
55

𝑄𝑐 é a capacidade resistente ao cisalhamento do conector Perfobond


ℎ é a altura do conector (mm)
𝑡 é a espessura do conector Perfobond (mm)
𝐴𝑡𝑟 é a área da armadura transversal (mm²)
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do aço da armadura (MPa)
𝐴𝑠𝑐 é a área de concreto no furo do conector (mm²)
𝑓𝑐 é a resistência do concreto à compressão (MPa), que é dada por:
𝑓𝑐 = 0,78. 𝑓𝑐𝑢 (11)

Atualmente, o único código normativo que apresenta diretrizes para o uso e


dimensionamento do conector Perfobond, como mencionado anteriormente, é o
JSCE (2009). A Equação (12) apresenta a formulação para os conectores sem
armadura passante, porém esta deverá obedecer à condição da Equação Erro!
Fonte de referência não encontrada.. Para os conectores Perfobonds com
armadura passante, sua capacidade resistente ao cisalhamento pode ser observada
na Equação (14) e deverá atender ao imposto pela Equação (15).

1⁄
𝑡 2
[3,38. 𝑑². (𝑑) . 𝑓𝑐𝑑 − 121.10³]
(12)
𝑄𝑐 =
𝛾𝑏
1⁄
𝑡 2
35,8.10³ < 𝑑² . (𝑑) . 𝑓𝑐𝑑 < 194.10³ (13)

1,45 . [(𝑑² − 𝑑𝑠2 ). 𝑓𝑐𝑑 + 𝑑𝑠2 . 𝑓𝑠𝑡 ] − 106,1.10³


𝑄𝑐 = { } (14)
𝛾𝑏
73,2.10³ < (𝑑² − 𝑑𝑠2 ). 𝑓𝑐𝑑 + 𝑑𝑠2 . 𝑓𝑠𝑡 < 488.10³ (15)
onde:
𝑄𝑐 é a capacidade resistente ao cisalhamento do conector Perfobond
𝑑 é o diâmetro do furo do conector Perfobond (mm)
𝑡 é a espessura do conector Perfobond (mm)
𝑓𝑐𝑑 é a resistência de projeto do concreto (MPa)
𝑑𝑠 é o diâmetro da armadura passante (mm)
𝑓𝑠𝑡 é a resistência do aço da armadura passante (MPa)
𝛾𝑏 é o fator de membro e pode ser tomado como 1,3.
56

Vianna (2009) analisou algumas das formulações propostas e após um


extenso programa experimental propôs duas equações para o dimensionamento de
conectores do tipo Perfobond. A Equação (16) foi proposta para a determinação da
resistência de conectores pertencentes a modelos com a resistência do concreto
menor do que 30 MPa, enquanto a Equação (17), para resistências maiores de 30
MPa.

𝑄𝑐 = 152,9 + 3,21. 10−3 . (ℎ . 𝑡 . 𝑓𝑐𝑘 ) − 0,86. 10−3 . (𝐴𝑠𝑐 . √𝑓𝑐𝑘 ) (16)

𝑄𝑐 = 31,8 + 1,9. 10−3 . (ℎ . 𝑡 . 𝑓𝑐𝑘 ) + 0,53. 10−3 . (𝐴𝑡 . 𝑓𝑦 ) − 0,6. 10−6 . (𝐴𝑠𝑐 . √𝑓𝑐𝑘 ) (17)
onde:
𝑄𝑐 é a capacidade resistente ao cisalhamento do conector Perfobond
ℎ é a altura do conector (mm)
𝑡 é a espessura do conector Perfobond (mm)
𝑓𝑐𝑘 é a resistência característica à compressão do concreto (MPa)
𝐴𝑡 é a área da armadura transversal considerada abaixo do conector (mm²)
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do aço da armadura passante (MPa)
𝐴𝑠𝑐 é a área de concreto no furo do conector (mm²)

Baseado nas análises de regressão dos resultados dos ensaios experimentais


de Ahn et al. (2010), os autores propuseram a Equação (18) para a determinação da
capacidade resistente ao cisalhamento de conectores Perfobond simples.

2
𝑑²
𝑄𝑐 = 3,14 . ℎ . 𝑡. 𝑓𝑐𝑘 + 1,21 . 𝐴𝑡𝑟 . 𝑓𝑦 + 3,79 . 𝑛 . 𝜋. ( ) . √𝑓𝑐𝑘 (18)
2
onde:
𝑄𝑐 é a capacidade resistente ao cisalhamento do conector Perfobond
𝑛 é o número de furos do conector
𝑑 é o diâmetro do furo do conector Perfobond (mm)
𝑓𝑐𝑘 é a resistência característica à compressão do concreto (MPa)
𝐴𝑡𝑟 é a área da armadura transversal (mm²)
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do aço da armadura passante (MPa)
ℎ é a altura do conector Perfobond (mm)
57

𝑡 é a espessura do conector Perfobond (mm)

Zheng et al. (2016) realizaram um extenso estudo sobre conectores de


cisalhamento Perfobonds com furos circulares e furos alongados. A partir dos seus
resultados e se baseando em formulações já existentes, os autores formularam a
Equação (19) para o cálculo da resistência ao cisalhamento dos conectores em
questão.

𝑄𝑐 = 1,76 . 𝛼𝐴 . (𝐴 − 𝐴𝑠 ) . 𝑓𝑐 + 1,58 . 𝐴𝑠 . 𝑓𝑦 (19)


sendo:
2⁄
𝐴 3
𝛼𝐴 = 3,80 . ( 𝐴𝑠 ) (20)

onde:
𝑄𝑐 é a capacidade resistente ao cisalhamento do conector Perfobond
𝐴 é a área do furo do conector (mm²)
𝐴𝑠 é a área da armadura passante no furo do conector (mm²)
𝑓𝑐 é a resistência do concreto à compressão (MPa)
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do aço da armadura passante (MPa)

A partir de resultados experimentais do pushout test, He et al. (2016)


propuseram uma formulação analítica para determinar a capacidade resistente do
conector Perfobond ao cisalhamento (Equação (21)), considerando a resistência da
ligação da interface aço-concreto, a resistência dos pinos virtuais de concreto e a
resistência da armadura passante nos furos do conector.

𝑄𝑐 = 𝜏𝑏 . 𝐴𝑏 + 1,06 . 𝐴𝑠𝑐 . 𝑓𝑐𝑢 + 2,09 . 𝐴𝑠 . 𝑓𝑦 (21)


onde:
𝑄𝑐 é a capacidade resistente ao cisalhamento do conector Perfobond
𝜏𝑏 é a tensão de aderência entre o conector e a laje de concreto (MPa)
𝐴𝑏 é a área da superfície de contato entre o conector e o concreto (mm²)
𝐴𝑠𝑐 é a área de concreto no furo do conector (mm²)
𝑓𝑐𝑢 é a resistência à compressão do concreto obtido pelo cubo (MPa)
𝐴𝑠 é a área da armadura passante no furo do conector (mm²)
58

𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do aço da armadura passante (MPa)


59

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre os conectores de


cisalhamento, assim como ter diretrizes para guiar o estudo em questão, serão
apresentados estudos recentes a respeito de novos conectores de cisalhamento que
vêm sendo estudados. O estudo de códigos normativos também é importante.
Assim, as diretrizes do Eurocode 4 (EN 1994, 2004) serão brevemente apresentadas
no próximo subitem.

2.1. EUROCODE 4 (EN 1994, 2004)

O Eurocode 4 (EN 1994, 2004) preconiza diretrizes para a realização do


ensaio do tipo pushout e para os conectores de cisalhamento. Porém, cabe
mencionar que o conector considerado pelo código normativo é o stud, ainda assim,
os pesquisadores respeitam e utilizam suas recomendações em ensaios com outros
conectores.
No que concerne à montagem do espécime, sabe-se que o mesmo consiste
no emprego de duas lajes de concreto armados associadas a um perfil metálico por
meio de conectores de cisalhamento. Já os conectores, são soldados à mesa do
perfil e concretados junto à laje. A Figura 14 apresenta a disposição destes
elementos para a realização do ensaio de acordo com o código. Ainda, com relação
à preparação dos protótipos, o código faz algumas recomendações, como:
a) Cada laje de concreto deve ser confeccionada na posição horizontal,
como é feito para vigas mistas na prática.
b) A ligação na interface entre as mesas da viga de aço e o concreto deve
ser evitada por meio da lubrificação das mesas ou por outro meio
adequado.
c) Os espécimes devem sofrer cura ao ar.
d) Para cada mistura um mínimo de quatro amostras de concreto
(cilindros ou cubos) deve ser preparado no momento da concretagem
do espécime, para a determinação da resistência do concreto. Estas
60

amostras de concreto devem ser curadas ao lado dos espécimes. A


resistência do concreto 𝑓𝑐𝑚 deve ser tomada como o valor médio.

e) A resistência à compressão do concreto 𝑓𝑐𝑚 na hora do ensaio deve


ser de 70% ± 10% da resistência especificada do concreto 𝑓𝑐𝑘 das
vigas para o qual, o ensaio foi pensado. Este requisito pode ser Comentado [K6]: Pensar em termo melhor “designed”

satisfeito usando concreto da classe especificada, mas sendo realizado


antes dos 28 dias após a concretagem dos espécimes.

f) A tensão de escoamento, a resistência à tração e o alongamento


máximo de uma amostra representativa do material do conector de
cisalhamento deve ser determinada.

g) Se chapas de aço perfiladas forem utilizadas para as lajes, a


resistência à tração e a tensão de escoamento das chapas de aço
perfiladas devem ser obtidas a partir de ensaios, em espécimes
retirados das folhas, usadas nos testes pushout.

Figura 14 – Disposição dos componentes para o espécime a ser


ensaiado segundo o Eurocode 4 (EN 1994, 2004)

• armadura:
barras com nervura ϕ10mm para alta
aderência com 450 ≤fsk≤550 N/mm²
• seção de aço:
HE 260 B ou 254 x 254 x 89 kg U.C.

Fonte: adaptado de Eurocode 4 (EN 1994, 2004).


61

No tocante do procedimento do ensaio, o espécime é submetido a um


carregamento vertical na alma do perfil que produz uma força de cisalhamento na
interface entre o concreto e a mesa do perfil “I” metálico, já que as lajes estão
apoiadas na base. O Eurocode 4 (EN 1994, 2004) detalha os procedimentos como:
a) Inicialmente aplicam-se incrementos de carga até atingir 40% da carga
de falha esperada, e então são realizados 25 ciclos de carga/descarga
entre as cargas correspondentes a 5% e 40% da carga prevista de
ruptura.
b) Os incrementos de carga após a fase cíclica devem ser aplicados de
modo a não provocar ruptura antes de um período de 15 minutos.
c) O deslizamento longitudinal entre cada laje de concreto e a seção de
aço deve ser medido continuamente durante o carregamento ou em
cada incremento de carga. O deslizamento deve ser medido pelo
menos até que a carga aplicada decresça em 20% do valor máximo.
d) O mais breve possível, para cada grupo de conectores, deve-se medir
a separação transversal entre o perfil e a laje de concreto.

Cabe mencionar que no primeiro nível de carregamento, este deve ser feito
por controle de carga. Após, o controle deve ser realizado por deslocamento.
Como resultado do ensaio, é possível obter uma relação carga por conector
versus deslizamento relativo gráfica, como é possível observar na Figura 15. A partir
de tal curva pode-se determinar a resistência característica (𝑃𝑅𝑘 ) do conector como
sendo 90% da sua carga de falha.
De modo gráfico é possível encontrar a capacidade de deslizamento (𝛿𝑢 ),
sendo aquela correspondente à resistência característica (𝑃𝑅𝑘 ). Deste modo, o
código determina que a redução da capacidade de deslizamento em 10% estabelece
a capacidade de deslizamento característica (𝛿𝑢𝑘 ).
A definição da capacidade de deslizamento característica (𝛿𝑢𝑘 ) do conector é
importante, pois possibilita avaliar se o conector é dúctil ou não de acordo com o
Eurocode 4 (EN 1994, 2004). Assim, o conector de cisalhamento pode ser
considerado como dúctil se sua capacidade de deslizamento característica for pelo
menos 6 mm. Um conector dúctil é aquele com capacidade de deformação suficiente
que justifique a suposição de um comportamento plástico ideal do conector de
cisalhamento na estrutura em questão.
62

Figura 15 – Relação carga versus


deslizamento do
Eurocode 4 (EN 1994,
2004)

Fonte: Eurocode 4 (EN 1994, 2004).

2.2. ESTUDOS PRECURSORES

Como mencionado anteriormente, neste subitem serão apresentados alguns


estudos presentes na literatura em ordem cronológica.

2.2.1. ESTUDO DE CHEN ET AL. (2011)

Chen et al. (2011) realizaram 21 ensaios do tipo pushout a fim de analisar


conectores de cisalhamento Perfobond utilizando concreto de alta resistência. Eles
tinham por objetivo comparar o comportamento ao cisalhamento entre um conector
Perfobond com furo circular e um com furo oval. Eles também estudaram a influência
da área de cisalhamento. Esta área está diretamente relacionada ao volume de
concreto no furo do conector.
63

O programa experimental foi dividido em duas partes. A primeira parte


consistia em uma série de 3 espécimes, onde os conectores Perfobond possuíam
furo circular. O objetivo desta parte era estudar a influência da área de cisalhamento
em função da variação do diâmetro dos conectores. A segunda parte do programa
foi composta por 4 séries de espécimes, onde os conectores possuíam um furo oval,
o que possibilitou uma comparação com o comportamento ao cisalhamento dos
conectores Perfobond com furo circular. A Figura 16 e a Figura 17 apresentam
detalhes das geometrias dos modelos.

Figura 16 – Detalhamento do ensaio Pushout realizado por


Chen et al. (2011)

Fonte: Chen et al. (2011).

Figura 17 – Detalhe dos conectores de Chen et al. (2011)

a) Variação e geometria dos furos b) Conectores ensaiados


Fonte: adaptado de Chen et al. (2011).
64

Segundo os autores, o mecanismo de falha de todos os espécimes ensaiados


está diretamente relacionado com o concreto. Porém, o objetivo do trabalho era
analisar a influência da geometria do furo do conector Perfobond. Todos os
conectores ensaiados mantiveram 80% da capacidade resistente deles até atingirem
12 mm de deslizamento.
Com relação à variação da geometria e também dos resultados dos modelos
ensaiados, a Tabela 1 apresenta esses valores, incluindo a rigidez ao cisalhamento.
Essa rigidez foi definida como a inclinação secante no ponto de carga relacionada
ao deslizamento de 0,2mm.

Tabela 1 – Resistência, geometria e resultados dos modelos ensaiados.

𝒇𝒄𝒖 𝑬𝒄 𝒇𝒚 𝒅 𝒅𝒔 𝑺𝐜𝐨𝐧 𝒌𝒔 𝑽𝒖

(MPa) (MPa) (MPa) (mm) (mm) (mm²) (kN/mm) (kN)
PS-1-1 70,30 38450 382 50 20 1963 856 386,9
PS-1-2 70,30 38450 382 50 20 1963 1139 430,5
PS-1-3 70,30 38450 382 50 20 1963 998 364,9
PS-2-1 70,30 38450 382 60 20 2827 876 420,0
PS-2-2 70,30 38450 382 60 20 2827 1139 438,5
PS-2-3 70,30 38450 382 60 20 2827 1236 412,0
PS-3-1 70,30 38450 382 75 20 4418 1167 523,6
PS-3-2 70,30 38450 382 75 20 4418 1380 540,1
PS-3-3 70,30 38450 382 75 20 4418 1266 479,5
PS-4-1 70,30 38450 382 - 20 3213 1140 501,0
PS-4-2 70,30 38450 382 - 20 3213 1287 443,0
PS-4-3 70,30 38450 382 - 20 3213 1064 477,0
PS-5-1 70,30 38450 382 - 20 4463 1107 503,0
PS-5-2 70,30 38450 382 - 20 4463 1229 514,6
PS-5-3 70,30 38450 382 - 20 4463 1246 515,6
PS-6-1 70,30 38450 382 - 20 5713 1285 477,0
PS-6-2 70,30 38450 382 - 20 5713 1444 556,6
PS-6-3 70,30 38450 382 - 20 5713 1243 562,1
PS-7-1 70,30 38450 382 - 20 4463 1192 506,5
PS-7-2 70,30 38450 382 - 20 4463 1229 505,5
PS-7-3 70,30 38450 382 - 20 4463 1267 505,0
Fonte: adaptado de Chen et al. (2011).

onde:
𝑓𝑐𝑢 é a resistência à compressão do concreto;
𝐸𝑐 é o módulo de elasticidade do concreto;
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento da barra de armadura passante;
65

𝑑 é o diâmetro do furo;
𝑑𝑠 é o diâmetro da barra de armadura passante;
𝑆con é a hora do furo;
𝑘𝑠 é a rigidez ao cisalhamento;
𝑉𝑢 é a carga última.

A Figura 18 apresenta as curvas carga versus deslizamento para os


conectores analisados experimentalmente pelos autores. A capacidade de
cisalhamento dos conectores Perfobond foi influenciada pela área dos furos.
Com relação aos conectores Perfobond com furo circular, a carga última do
conector e a rigidez ao cisalhamento aumentaram com o aumento da área do furo.
Em referência aos conectores com furo oval, a resistência última e a rigidez ao
cisalhamento foram similares.
Os autores também chegaram à conclusão de que a rigidez foi influenciada
pela área de cisalhamento. O aumento da média da rigidez ocorreu quase
linearmente em relação à área de cisalhamento.

Figura 18 – Curva carga versus deslizamento dos conectores de Chen et al.


(2011)

a) PS-1-1, PS-2-2 e PS-3-1 b) PS-4-2, PS-5-2, PS-6-2 e PS-7-1


Fonte: adaptado de Chen et al. (2011).

A Figura 19 apresenta a influência do tipo do furo e da área na rigidez e na


resistência. Com relação à barra da armadura passante, os autores recomendam
que a área da barra de armadura passante e a área do furo do conector devem
atender a uma proporção adequada em torno de 0,07 a 0,10.
66

Figura 19 – Influência do furo do conector de Chen et al. (2011)

a) Influência do furo na rigidez b) Influência do furo na resistência última


Fonte: adaptado de Chen et al. (2011).

2.2.2. ESTUDO DE SHARIATI ET AL. (2012)

Shariati et al. (2012) em sua pesquisa declararam que o uso de armaduras


passantes pode causar um levantamento na laje de concreto (uplift), e para isto, o
conector em forma de C (Figura 20) pode ser uma adequada escolha.

Figura 20 – Típico conector em forma de C

Fonte: Shariati et al. (2012).


67

Assim, os autores estudaram o comportamento estrutural de conectores de


cisalhamento em forma de C em vigas mistas, por meio de um programa
experimental que incluiu 8 ensaios do tipo pushout com carregamento monótono e
com carregamento cíclico. Deste modo, os ensaios foram divididos em dois grupos,
onde cada grupo contém quatro espécimes. Um grupo de espécimes foi submetido à
carga monotonicamente crescente, enquanto o outro grupo foi submetido a uma
inversão total de carga cíclica. Comentado [WU7]: Pensar em um termo mais apropriado

A tensão de escoamento para todos os conectores foi a mesma, 245 MPa e a


resistência do concreto, 28,5 MPa. A Figura 21 apresenta o arranjo para ensaio
realizado por Shariati et al. (2012), onde é possível observar conector em seção C
posicionado na mesa do perfil metálico. Segundo os pesquisadores, dependendo do
tipo de conector, a sua orientação influencia na resistência máxima obtida por ele e,
de acordo com eles, esta consideração foi utilizada nos ensaios. Os autores
testaram quatro tipos de geometria do conector, variando a altura entre 75 e 100 mm
e o comprimento entre 30 e 50 mm. Isto posto, os dois primeiros dígitos da
nomenclatura dos espécimes indicam a altura do conector de cisalhamento, e os
dois últimos, o comprimento. As letras M e C no final do código denotam o tipo de
carregamento ao qual o espécime foi submetido, monotônico ou cíclico.

Figura 21 – Layout do ensaio pushout realizado por Shariati et al. (2012)

Fonte: adaptado de Shariati et al. (2012).


68

Com relação aos modos de falha dos espécimes, os autores verificaram que
todos estavam relacionados com a plastificação dos conectores, mas na área ao
redor do conector, o concreto foi degradado. De acordo com Shariati et al. (2012), a
fissuração no concreto da laje foram mais acentuadas quando conectores mais
compridos foram empregados.
A respeito dos resultados, a Tabela 2 e a Figura 22 apresentam os resultados
dos ensaios realizados. Observando os resultados, pode-se notar que os conectores
mais altos apresentam resistência ao cisalhamento maior, o que os autores
relacionam à área que resiste ao esforço. Assim, o aumento da altura do conector,
de 75 para 100 mm, levou a um aumento da resistência de 11,9 a 28,6%, enquanto
o aumento do comprimento dos conectores, de 30 para 50 mm, gerou um acréscimo
de 57,5 a 81,1% na capacidade resistente do conector. Ainda com relação à
avaliação da geometria, os conectores com 100 mm de altura apresentaram mais
flexibilidade do que os com 75 mm de altura.

Tabela 2 – Resultados dos ensaios pushouts de Shariati et al. (2012)

Degradação da
Carga de falha Deslizamento máximo
Espécimes resistência
(kN) (mm)
(%)
A10050-M 141,0 24,2 2,0
A10050-C 106,9 1,5
A7550-M 109,6 11,7 0,5
A7550-C 96,8 1,0
A7530-M 69,6 8,8 1,5
A7530-C 63,5 1,0
A10030-M 77,9 33,1 1,5
A10030-C 52,1 0,5
Fonte: adaptado Shariati et al. (2012).

A cerca da ductilidade dos conectores, é possível observar que nenhum dos


ensaiados por Shariati et al. (2012) atingiu a capacidade de deslizamento mínima
exigida pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004), não podendo então ser classificado como
dúctil pelo código.
No tocante da comparação entre os tipos de carregamento, quando os
espécimes foram sujeitos à carga cíclica revertida totalmente os conectores
resistiram apenas de 66,9 a 91,2% da sua capacidade quando submetidos ao
carregamento monotônico.
69

Figura 22 – Relação carga por conector versus deslizamento dos espécimes de


Shariati et al. (2012)

a) carregamento monotônico b) carregamento cíclico


Fonte: adapado de Shariati et al. (2012).

2.2.3. ESTUDO DE DUTRA ET AL. (2014)

Dutra et al. (2014) desenvolveram uma gama de modelos numéricos


baseados no método dos elementos finitos para simular o comportamento estrutural
de conectores de cisalhamento do tipo Crestbond (Figura 23). Tais modelos foram
baseados em ensaios experimentais realizados anteriormente.

Figura 23 – Conector Crestbond

Fonte: Dutra et al. (2014).

Segundo Dutra et al (2014) o Crestbond é um conector de cisalhamento em


chapa contínua, com saliências e reentrâncias trapezoidais para proporcionar o
efeito de pino que foi criado com a finalidade de facilitar a variação da flexibilidade
70

do conector. A formulação deste conector tem por objetivo conceder uma


flexibilidade maior do que à do Perfobond, preservando o comportamento rígido em
serviço.
Os autores abordam o fato de que alguns desses modelos numéricos foram
realizados anteriormente, porém não levaram a uma adequada correlação com
resultados de ensaios experimentais. Este fato motivou a modelagem apresentada
por Dutra et al. (2014). A Figura 24 apresenta os detalhes do espécime.

Figura 24 – Detalhes do espécime de Dutra et al. (2014)

a) Detalhamento do espécime

b) Detalhamento da geometria do Crestbond


Fonte: Dutra et al. (2014).

Com relação à modelagem, os autores optaram por modelar apenas um


quarto da geometria do modelo, aplicando restrição de dupla simetria, a fim de
diminuir custos computacionais e tempo de análises. As análises foram não lineares
e os autores decidiram realizar análises estática implícita e dinâmica explicita a fim
de possibilitar futuras comparações e validar o uso de uma análise dinâmica explicita
71

para simular um ensaio estático. A Figura 25 apresenta o modelo numérico e sua


discretização.

Figura 25 – Modelo numérico proposto por Dutra et al. (2014)

a) Modelo com dupla simetria b) Discretização do modelo


Fonte: Dutra et al. (2014).

Uma das contribuições feitas pelos autores está relacionada com a proposta
de uma função exponencial para descrever o comportamento do concreto à tração
por meio de uma relação tensão versus abertura de fissuras.
Com relação aos modelos, a Tabela 3 apresenta as resistências do concreto
de cada modelo e as características geométricas.

Tabela 3 – Propriedades e características dos modelos de Dutra et al. (2014)

𝒇𝒄 𝑳𝒔𝒄 𝒉𝒔𝒄 𝒕𝒔𝒄 𝑫 𝝓 𝑨𝒕𝒓


Modelo Tipo 𝒏𝒑 𝒏𝟏 𝒏𝟐
(MPa) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm²)
B1 CR56b 26,6 413,4 81,2 12 56 3 10 6 0 471,2
B2 CR56b 26,6 413,4 81,2 12 56 3 10 6 0 471,2
B3 CR56b 27,2 413,4 81,2 12 56 3 10 6 6 942,5
B4 CR56b 26,9 413,4 81,2 12 56 3 10 6 6 942,5
B5 CR56b 27,2 413,4 81,2 12 56 3 12 6 6 1357,2
B6 CR56b 24,8 413,4 81,2 12 56 3 12 6 6 1357,2
B7 CR56b-SF 28,3 413,4 81,2 12 0 0 10 6 0 471,2
B8 CR56b-SF 24,8 413,4 81,2 12 0 0 10 6 0 471,2
C1 CR56b 46,9 413,4 81,2 12 56 3 10 6 0 471,2
C2 CR56b 48,1 413,4 81,2 12 56 3 10 6 0 471,2
C3 CR56b 49,1 413,4 81,2 12 56 3 10 6 6 942,5
C4 CR56b 48,7 413,4 81,2 12 56 3 10 6 6 942,5
C5 CR56b 48,7 413,4 81,2 12 56 3 12 6 6 1357,2
C6 CR56b 45,9 413,4 81,2 12 56 3 12 6 6 1357,2
C7 CR56b-SF 49,4 413,4 81,2 12 0 0 10 6 0 471,2
C8 CR56b-SF 49,7 413,4 81,2 12 0 0 10 6 0 471,2
Fonte: adaptado de Dutra et al. (2014).
72

onde:
𝑓𝑐 é a resistência à compressão do concreto à data do ensaio pushout;
𝑡𝑐 é a espessura da laje (sempre constante, igual a 150 mm);
𝐿𝑠𝑐 é o comprimento longitudinal do conector;
ℎ𝑠𝑐 é a altura do conector;
𝐷 é o diâmetro de referência (do circulo inscrito no dente trapezoidal);
𝑛𝑝 é o número de aberturas no conector (pinos virtuais de concreto);
𝜙 é o diâmetro das barras da armadura transversal;
𝑛1 é o número de barras de armadura transversal passando por fora do conector;
𝑛2 é o número de barras de armadura transversal passando por dentro do conector;
𝐴tr é a área total da armadura transversal = (𝑛1 + 𝑛2 ) 𝜋𝜙 2 ⁄4;
𝐿𝑐 é o comprimendo da laje (sempre constante, igual a 650 mm);
𝑓𝑦𝑠𝑐 é a resistência ao escoamento do aço do conector (sempre constate, igual a
324 MPa);
𝑓𝑦𝑡𝑟 é a resistência ao escoamento do aço da armadura (sempre constante, igual a
500 MPa).

A Figura 26 e a Figura 27 apresentam os resultados das análises realizadas.


Os resultados experimentais mantêm a nomenclatura exposta na Tabela 3. Já os
resultados das análises numéricas são identificados de acordo com o tipo de
análise, AEI para análise estática implícita e ADE para dinâmica explicita.
Os modelos numéricos desenvolvidos foram capazes de representar
adequadamente o comportamento estrutural do conector Crestbond e não linear do
concreto. Analisando os resultados é possível observar que a modelagem numérica
levou a uma boa correlação com os resultados experimentais.
Observando os modelos com armadura passante, pode-se notar que existem
algumas divergências entre os modelos numéricos e o experimental, os autores
relacionam essas divergências ao tipo de elemento finito utilizado para modelar as
armaduras passantes.
73

Figura 26 – Curvas carga versus deslizamento (série B) de Dutra et al. (2014)

Fonte: Dutra et al. (2014).

Com relação ao tipo de análise, a análise dinâmica explicita apresentou


resultados mais próximos aos experimentais do que a análise estática implícita.
Assim, este tipo de análise pode ser utilizado para simular ensaios com
carregamento estático desde que controlados alguns parâmetros a fim de tornar a
análise pseudo-estática.
De modo geral, os autores consideram que a simulação numérica constitui
uma ferramenta útil e eficaz no estudo de conectores de cisalhamento.
74

Figura 27 – Curvas carga versus deslizamento (série C) de Dutra et al. (2014)

Fonte: Dutra et al. (2014).

2.2.4. ESTUDO DE ZHENG ET AL. (2016)

Em sua pesquisa, Zheng et al. (2016) propuseram um conector Perfobond


alternativo a partir de furos alongados. Assim, os autores dividiram o trabalho em
duas partes, sendo a primeira consistida de um programa experimental, onde um
total de 21 espécimes foram ensaiados por meio de ensaios pushout, divididos em
sete grupos. O principal objetivo era obter a resistência ao cisalhamento e a
capacidade de deslizamento dos espécimes e avaliar o comportamento do conector
proposto. A segunda parte consistiu em modelos numéricos para ampliar o estudo
do conector proposto, aumentando as variações de análises. Os autores também
75

buscaram avaliar diversas formulações analíticas, comparando com os resultados


obtidos pelo estudo.
Como mencionado, 21 ensaios foram realizados pelos autores seguindo as
recomendações do Eurocode 4 (EN 1994, 2004). Como é possível observar na
Figura 28 e na Tabela 4, três dos sete grupos eram compostos por conectores
Perfobond com furo circular (CP), enquanto os demais quatro grupos adotaram
conectores com furo alongado (LP ou HP). Para formular o furo alongado, os autores
utilizaram dois semicírculos e um retângulo.

Figura 28 – Conectores Perfobond com furo circular e alongados de


Zheng et al. (2016)

a) CP (𝑑 = 𝑑ℎ = 𝑑𝑙 ) b) LP (𝑑 = 𝑑ℎ < 𝑑𝑙 ) c) HP (𝑑 = 𝑑ℎ > 𝑑𝑙 )
Fonte: Zheng et al. (2016).

Tabela 4 – Ensaios pushouts realizados por Zheng et al. (2016)

𝒅 𝒅𝒍 𝒅𝒉 𝑨 𝒅𝒔 Procedimento de carregamento
Grupo Espécime Espécime Espécime
(mm) (mm) (mm) (mm²) (mm)
1 2 3
CP-1 50 50 50 1963.5 20 M M U
CP-2 60 60 60 2827.4 20 M M U
CP-3 75 75 75 4417.9 20 M M U
LP-1 50 75 50 3213.5 20 M M U
LP-2 50 100 50 4463.5 20 M M U
LP-3 50 125 50 5713.5 20 M M U
HP-1 50 50 100 4463.5 20 M M U
Fonte: adaptado de Zheng et al. (2016).

Cada grupo de ensaio teve duas repetições, ou seja, uma mesma


configuração de espécime foi ensaiada três vezes, porém os dois primeiros ensaios
de grupo foram realizados por meio de aplicação de carregamento monofônico,
76

enquanto o terceiro, carregamento cíclico. A altura, a largura e a espessura do


conector eram 250, 150 e 20 mm, respectivamente. A Figura 29 apresenta o layout
dos modelos ensaiados pelos autores e a Figura 30 apresenta os arranjos do
ensaio. É importante aludir que a fim de eliminar a tensão na superfície frontal do
conector Perfobond, foi fixada uma placa de isopor de 55 m de altura na parte
inferior da placa do conector. Demais informações relevantes podem ser
encontradas em Zheng et al. (2016).

Figura 29 – Layout do arranjo para os ensaios


pushout de Zheng et al. (2016)

a) vista frontal

b) vista lateral

c) vista superior
Fonte: Zheng et al. (2016).

Com relação aos materiais, cabe ressaltar que a tensão de escoamento do


aço do conector e do perfil metálico era 410 MPa e do aço das armaduras, 382 MPa.
Já o concreto, obteve resistência de 60 MPa.
77

Figura 30 – Arranjos do ensaio experimental de Zheng et al. (2016)

a) arranjo do conector e a armadura b) configuração de ensaio


passante
Fonte: Zheng et al. (2016).

Segundo os autores, as armaduras passantes plastificaram na região do furo


e os conectores se mantiveram intactos após o ensaio. Assim, o modo de falha de
todos os espécimes estava relacionado à degradação do concreto. Acerca dos
resultados, a Figura 31 e a Tabela 5 apresentam os resultados em termo das curvas
carga versus deslizamento e valores das resistências e rigidezes, respectivamente.
Assim, Zheng et al. (2016) compararam os conectores ensaiados e
concluíram que para conectores com mesma área de furo, a variação da resistência
ao cisalhamento é insignificante e segundo os autores, isto é devido ao fato da área
de concreto na região do furo ser uma das responsáveis pela resistência do
conector. Já com relação a variação do diâmetro, é possível analisar que o aumento
do diâmetro leva ao aumento da resistência ao cisalhamento.
No tocante da rigidez ao cisalhamento, pode-se observar que ela aumenta em
função do aumento do diâmetro e da altura do furo. Os autores consideram que esta
rigidez seja controlada pelo deslizamento relativo entre o aço e o concreto na fase
inicial do carregamento.
A respeito da segunda parte do estudo, um conjunto de modelos numérico foi
realizado por meio do software Abaqus. O solver explícito foi adotado a fim de
facilitar a convergência dos resultados, levando em consideração as não
linearidades geométricas e dos materiais, porém é importante mencionar que Zheng
et al. (2016) buscaram garantir uma análise quase-estática. Com intuito de reduzir o
custo computacional, os autores modelaram apenas um quarto do espécime,
aplicando a restrição de dupla simetria.
78

Figura 31 – Relações carga versus deslizamento dos ensaios de Zheng et al.


(2016)

a) CP-1 b) CP-2

c) CP3 d) LP-1

e) LP-2 f) LP-3

g) HP-1
Fonte: Zheng et al. (2016).
79

Tabela 5 – Resultados dos ensaios pushouts realizados por Zheng et al. (2016)

Geometria 𝑽𝒖 𝑽𝒖,𝒎é𝒅𝒊𝒐 𝒌𝒔 𝒌𝒔,𝒎é𝒅𝒊𝒐 𝒔𝒑 𝒔𝒑,𝒎é𝒅𝒊𝒐


Espécimes Nº
do furo (kN) (kN) (kN/mm) (kN/mm) (mm) (mm)
1 386,9 913,2 2,95 3,8
CP-1 2 420 388,8 928,3 907,9 4,49
3 359,4 882,2 3,98
1 430,5 1129,3 2,25
CP-2 2 437,5 426,2 913,8 1016,8 2,64 2,24
3 410,5 1007,4 1,82
1 523,6 1153,1 2,6
CP-3 2 540,1 514,2 1322,8 1116,7 2,64 2,48
3 479 874,2 2,2
1 501 1041,2 2,72
LP-1 2 442,5 473,5 864,4 955,2 3,06 2,79
3 477 960,1 2,59
1 503 812,5 4,83
LP-2 2 514,6 511,1 825,4 863 5,41 5,09
3 515,6 951 5,02
1 477 853 4,75
LP-3 2 556,6 531,9 891 900,8 4,09 4,73
3 562,1 958,3 5,36
1 506,5 1204,8 1,99
HP-1 2 505,5 505,7 1256,4 1226,8 1,41 1,67
3 505 1219,1 1,6
Fonte: adaptado de Zheng et al. (2016).

Os materiais metálicos foram modelados a partir de uma relação tensão


versus deformação trilinear. A respeito do concreto, para o comportamento à
compressão, foi adotado o modelo constitutivo proposto pelo CEB-FIP (Model Code,
2010), já para o comportamento à tração, os autores adotaram o modelo constitutivo
proposto por Hordijk (1992). Os demais detalhes da modelagem estão apresentados
em Zheng et al. (2016). A Figura 32 apresenta o modelo de elementos finitos dos
autores em questão.
Antes de ampliar os casos de estudo e a fim de validar a modelagem
numérica, os autores analisaram as situações antes ensaiadas por eles e, assim,
pode ser observado na Figura 33 a comparação entre as relações carga versus
deslizamento dos espécimes ensaiados experimentalmente e dos modelos
analisados numericamente. Zheng et al. (2016) também fizeram os modelos para o
caso de não ter armadura passante.
80

Figura 32 – Modelo de elementos finitos de Zheng et al. (2016)

a) Vista geral do modelo em um quarto

b) Modelagem e discretização dos componentes


Fonte: adaptado de Zheng et al. (2016).

Os resultados dos modelos numéricos com armadura passante levaram a


uma boa correlação com os experimentais, apresentando apenas uma diferença de
10% aproximadamente. Com relação aos modelos numéricos sem armadura
passante, esses levaram a uma resistência de 60 a 70% menor do conector
Perfobond.
A partir do modelo finito criado e já validado, os autores realizaram um estudo
paramétrico para investigar a influência da geometria do furo e a resistência do
concreto. No total, 87 modelos foram analisados, com furos circulares e alongados e
variando a resistência do concreto em 30, 50 e 70 MPa. A Erro! Fonte de
referência não encontrada. apresenta as características geométricas dos modelos
parametrizados por Zheng et al. (2016), cada um dos grupos consistia em três
modelos, de acordo com as variações da resistência do concreto.
81

Figura 33 – Validação dos modelos numéricos em termos de relações carga


versus deslizamento de Zheng et al. (2016)

a) CP-1 b) CP-2

c) CP3 d) LP-1

e) LP-2 f) LP-3

g) HP-1
Fonte: adaptado de Zheng et al. (2016).
82

Tabela 6 – Características dos modelos parametrizados

Resistência do concreto – cubo


𝒅 𝒅𝒍 𝒅𝒉 𝑨 𝒅𝒍 𝒅𝒉 (MPa)
Tipo Grupo
𝒅 𝒅 Espécime Espécime Espécime
(mm) (mm²)
1 2 3
D30 30 30 30 706,9 1 1 30 50 70
D40 40 40 40 1256,6 1 1 30 50 70
D50 50 50 50 1963,5 1 1 30 50 70
D60 60 60 60 2827,4 1 1 30 50 70
CP
D75 75 75 75 4417,9 1 1 30 50 70
D90 90 90 90 6361,7 1 1 30 50 70
D105 105 105 105 8659 1 1 30 50 70
D120 120 120 120 11309,7 1 1 30 50 70
D40-L60 40 60 40 2056,6 1,5 1 30 50 70
D40-L80 40 80 40 2856,6 2 1 30 50 70
D40-L100 40 100 40 3656,6 2,5 1 30 50 70
D40-L120 40 120 40 4456,6 3 1 30 50 70
D40-L140 40 140 40 5256,6 3,5 1 30 50 70
D50-L75 50 75 50 3113,5 1,5 1 30 50 70
LP
D50-L100 50 100 50 4463,5 2 1 30 50 70
D50-L125 50 125 50 5713,5 2,5 1 30 50 70
D50-L150 50 150 50 6963,5 3 1 30 50 70
D60-L90 60 90 60 4627,4 1,5 1 30 50 70
D60-L120 60 120 60 6427,4 2 1 30 50 70
D60-L150 60 150 60 8227,4 2,5 1 30 50 70
D40-H60 40 40 60 2056,6 1 1,5 30 50 70
D40-H80 40 40 80 5826,6 1 2 30 50 70
D40-H100 40 40 100 3656,6 1 2,5 30 50 70
D40-H120 40 40 120 4456,6 1 3 30 50 70
HP D50-H75 50 50 75 3213,5 1 1,5 30 50 70
D50-H100 50 50 100 4463,5 1 2 30 50 70
D50-H125 50 50 125 5713,5 1 2,5 30 50 70
D60-H90 60 60 90 4627,4 1 1,5 30 50 70
D60-H120 60 60 120 6427,4 1 2 30 50 70
Fonte: adaptado de Zheng et al. (2016).

Com relação aos resultados do estudo paramétrico, os autores verificaram


que todos os modelos falharam no concreto, ou seja, os modos de falha estavam
relacionados ao esmagamento do concreto. A Tabela 7 apresenta as resistências ao
cisalhamento dos modelos parametrizados. A Tabela 8 exibe as resistências obtidas
através de equações propostas por outros autores, como Hosaka et al. (2000) e
Zhao e Liu (2012).
83

Tabela 7 – Resultados da parametrização de Zheng et al. (2016)

Resultados da simulação numérica


Tipo Grupo (kN)
𝑽𝒖,𝟏 𝑽𝒖,𝟐 𝑽𝒖,𝟑
D30 254,8 299,3 317,3
D40 259,6 317,5 347,7
D50 266,3 335,5 383,7
D60 272,8 357,4 407,8
CP
D75 279,3 389,4 457,9
D90 322,1 425,7 500
D105 343,6 476,6 547,7
D120 378,6 510,5 580,4
D40-L60 251,8 319,6 362,7
D40-L80 263,9 348,6 397,4
D40-L100 277,7 373,6 420,9
D40-L120 282,1 378,2 430,2
D40-L140 288,3 381,1 438,2
D50-L75 266,4 369,7 410,2
LP
D50-L100 294,2 404,2 454,3
D50-L125 307 328,8 484,5
D50-L150 316,4 420,9 488,9
D60-L90 291,7 408,5 448,3
D60-L120 310,2 460,6 506,8
D60-L150 343,6 456,4 510,4
D40-H60 264,2 338,1 401,9
D40-H80 282 370,2 426,2
D40-H100 297,1 396,3 456
D40-H120 321,7 415,5 462,2
HP D50-H75 266,8 368,9 424
D50-H100 302,3 394 459,6
D50-H125 330 431,4 488,7
D60-H90 316,8 396,8 458,4
D60-H120 347,8 428,9 494,6
Fonte: adaptado de Zheng et al. (2016).

Zheng et al. (2016) também formulam analiticamente uma equação para


determinar a resistência ao cisalhamento dos conectores. O resultado por meio de
tal formulação também é apresentado na Tabela 8.

𝑉𝑢 = 1,76 . 𝛼𝐴 . (𝐴 − 𝐴𝑠 ) . 𝑓𝑐 + 1,58 . 𝐴𝑠 . 𝑓𝑦
sendo:
2⁄
𝐴 3
𝛼𝐴 = 3,80 . ( 𝑠⁄𝐴)
84

e, onde:
𝛼𝐴 é a área de cisalhamento efetiva do concreto confinado por furo;
𝐴 é a área do furo (mm);
𝐴𝑠 é a área da armadura passante em um furo;
𝑓𝑐 é a resistência do concreto (MPa);
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento da armadura passante.

Tabela 8 – Resultados a partir de formulações analíticas

Hosaka et al. (2000) Zhao e Liu (2012) Zheng et al. (2016)


Tipo Grupo (kN) (kN) (kN)
𝑽𝒖,𝟏 𝑽𝒖,𝟐 𝑽𝒖,𝟑 𝑽𝒖,𝟏 𝑽𝒖,𝟐 𝑽𝒖,𝟑 𝑽𝒖,𝟏 𝑽𝒖,𝟐 𝑽𝒖,𝟑
D30 309,7 321,5 334,2 207,1 218,3 230,4 228,8 253,5 280,3
D40 335,7 363,9 394,3 231,9 258,7 287,7 253,7 294,2 338
D50 369,1 418,4 471,7 263,7 310,6 361,3 272,8 325,5 382,4
D60 409,9 485,1 566,3 302,5 374,1 451,3 289,1 352 420
CP
D75 485,1 607,8 740,4 374,1 490,9 617,1 310,2 386,5 469
D90 577 757,9 953,2 461,5 633,6 819,6 329 417,2 512,4
D105 685,6 935,1 1204,8 564,8 802,4 1059 346,2 445,3 552,3
D120 810,8 1139,7 1494,9 684,1 997 135,1 362,3 471,6 589,6
D40-L60 373,5 425,6 481,9 267,9 317,4 371 274,9 328,8 387,1
D40-L80 411,3 487,4 569,35 303,8 376,2 454,4 289,5 352,8 421,1
D40-L100 449,1 549,1 657,1 339,8 435 537,7 301 371,6 447,7
D40-L120 486,9 610,8 744,7 375,8 493,7 621,1 310,6 387,2 470
D40-L140 524,8 672,6 832,3 411,8 552,5 704,4 319 400,8 489,2
D50-L75 428,2 514,9 608,6 319,9 402,4 491,6 295 361,6 433,6
LP
D50-L100 487,3 611,4 745,4 376,1 494,2 621,8 310,7 387,4 470,1
D50-L125 546,3 707,8 882,3 432,3 586 752,1 323,3 407,9 499,3
D50-L150 605,4 804,3 1019,1 488,6 677,8 882,3 333,9 425,2 523,8
D60-L90 495 624 763,4 383,5 506,3 638,9 312,5 390,3 474,3
D60-L120 580,1 762,9 960,4 464,5 638,5 826,4 329,5 418,1 513,7
D60-L150 665,2 901,8 1157,5 545,4 770,7 1014 343,2 440,5 545,5
D40-H60 373,5 425,6 481,9 267,9 317,4 371 274,9 328,8 387,1
D40-H80 411,3 487,4 569,5 303,8 376,2 454,4 289,5 352,8 421,1
D40-H100 449,1 549,1 657,1 339,8 435 537,7 301 371,6 447,7
D40-H120 486,9 610,8 744,7 375,8 493,7 621,1 310,6 387,2 470
HP D50-H75 428,2 514,9 608,6 319,9 402,4 491,6 295 361,6 433,6
D50-H100 487,3 611,4 745,4 376,1 494,2 621,8 310,7 387,4 470,1
D50-H125 546,3 707,8 882,3 432,3 586 752,1 323,3 407,9 499,3
D60-H90 495 624 763,4 383,5 506,3 638,9 312,5 390,3 474,3
D60-H120 580,1 762,9 960,4 464,5 638,5 826,4 329,5 418,1 513,7
Fonte: adaptado de Zheng et al. (2016).
85

Assim, a partir dos resultados da parametrização, os autores concluíram que


não só o diâmetro do concreto como também a resistência do concreto influenciam
na resistência ao cisalhamento do conector, independente da forma e direção do
furo.
Com relação à formulação analítica proposta por Zheng et al. (2019) foi
validada a partir da comparação com resultados dos ensaios experimentais antes
realizados pelos autores. Deste modo, a formulação proposta pode ser utilizada para
prever a resistência ao cisalhamento tanto de conectores Perfobonds com furos
circulares como de furos alongados.

2.2.5. ESTUDO DE SPREMIĆ ET AL. (2017)

Spremić et al. (2017) realizaram comparações entre o comportamento de


conectores stud e conectores do tipo Perfobond. Tais comparações avaliaram a
ductilidade, a rigidez, a resistência e o modo de falhas desses conectores. Para
realizar as comparações, os autores buscaram estudos experimentais anteriormente
realizados, onde foi possível realizar tais comparações. Porém, a fim de aprimorar o
estudo, os autores apresentaram analises numéricas realizadas a partir do software
Abaqus dos programas experimentais utilizados como base do trabalho.
Com relação aos programas experimentais, Spremić et al. (2013) estudaram o
conector stud (LDA1C) e Vianna et al. (2009) e Vianna et al. (2013) estudaram o
Pefobond. A Figura 34 apresenta o resultado obtido por esses programas
experimentais em termos da relação carga versus deslizamento.
Cabe ressaltar que foram utilizados quatro conectores do tipo stud soldados
em cada mesa do perfil metálico, seguindo a recomendação de disposição do
Eurocode 4 (EN 1994, 2004). Para o conector Perfobond foram apresentadas 3
situações, o conector sem furo (P-SF-120), o conector com dois furos (P-2F-120) e o
conector com dois furos e armadura passante (P-2F-AR-120).
Como mencionado anteriormente, a fim de melhorar a comparação, os
autores modelaram numericamente, a partir do método dos elementos finitos, os
modelos ensaiados experimentalmente por Spremić et al. (2013), Vianna et al.
86

(2009) e Vianna et al. (2013). A modelagem foi realizada por meio do software
Abaqus e para facilitar a convergência, os autores optaram pelo Abaqus/Explicit,
solver dinâmico do software. Com a finalidade de reduzir o custo computacional, foi
aplicada restrição de dupla simetria nos modelos, sendo reproduzido apenas um
quarto dos modelos (Figura 35). O carregamento foi aplicado através de
deslocamento prescrito segundo a recomendação do Eurocode 4 (EN 1994, 2004).

Figura 34 – Comparação da relação carga versus deslizamento


realizada por Spremić et al. (2017)

a) Conector stud b) Conector Perfobond


Fonte: adaptado de Spremic et al. (2017).

Figura 35 – Modelos numéricos produzidos por Spremić et al. (2017)

b) P-2F-120 c) P-2F-AR-120
a) LDA1
Fonte: Spremic et al. (2017).
87

Spremić et al. (2017) mantiveram todas as propriedades dos materiais dos


ensaios experimentais, onde o conector stud possuía tensão de escoamento de 417
MPa e os Perfobonds, de 355 MPa. O concreto do LDA1 pertencia à classe de
resistência C35/45, enquanto o concreto utilizado para os ensaios dos Perfobonds
era de classe C50/60. Um ponto importante no tocante da modelagem do concreto,
é que os autores seguiram o recomendado pelo Eurocode 2 (EN 1992, 2004) e por
Pavlović et al. (2013).
A comparação entre os resultados experimentais e numéricos pode ser
observada na Figura 36 e na Tabela 9. Os resultados do conector stud foi utilizado
apenas para comparação com o conector Perfobond, enquanto os resultados
numéricos do conector Perfobond foi utilizado para avaliar a eficácia da modelagem
numérica para este tipo de problema.

Figura 36 – Comparação entre a relação carga


versus deslizamento experimental
e numérica apresentada por
Spremić et al. (2017)

Fonte: adaptado de Spremic et al. (2017).

Os autores encontraram boa correlação entre os resultados dos programas


experimentais e dos modelos numéricos, com baixas taxas de erro. Segundo
Spremić et al. (2017), o mesmo modo de falha foi observado nos modelos
experimentais e numéricos, falha do conector no caso do conector stud e
esmagamento do concreto para os modelos com conectores Perfobond.
88

Tabela 9 – Comparação experimental versus numérico realizada por Spremić et al.


(2017)

Resistência ao cisalhamento (kN) Deslizamento na falha (mm)


Experimental FEA Razão Experimental FEA Razão
Espécime
𝑷𝐮𝐥𝐭,𝐅𝐄𝐀 𝜹𝐮,𝐅𝐄𝐀
𝑷𝐮𝐥𝐭,𝐭𝐞𝐬𝐭 𝑷𝐮𝐥𝐭,𝐅𝐄𝐀 𝜹𝐮𝐥,𝐭𝐞𝐬𝐭 𝜹𝐮,𝐅𝐄𝐀
𝑷𝐮𝐥𝐭,𝐭𝐞𝐬𝐭 𝜹𝐮𝐥,𝐭𝐞𝐬𝐭

PF-2F-120 344,85 346,9 1,01 6,57 6,51 0,99


PF-2F-AR-120 443,03 437,3 0,99 7,67 7,23 0,94
LDA1 686,06 725,5 1,06 9,0 9,45 1,05
* resistência de um conector de Vianna et al. (2013)
** resistência do espécime de Spremic a et al. (2013)
Fonte: adaptado de Spremic et al. (2017).

Quando comparados os modelos do conector stud com os do conector


Perfobond (Figura 37) percebe-se que o LDA1 e o P-2F-120 alcançam resistência ao
cisalhamento bem similar, porém, o LDA1 apresenta maior capacidade de
deslizamento, podendo ser considerado como dúctil pelo Eurocode 4 (EN 1994,
2004). Já o uso da armadura passante no P-2F-120-AR levou a uma resistência
significativamente maior. Mas em referência à capacidade de deformação, não
conseguiu alcançar o LDA1. Assim, os autores concluíram que para uma proporção
de quatro conectores stud para um Perfobond com dois furos, a resistência ao
cisalhamento obtida é aproximadamente a mesma. Quando acrescentadas
armaduras passante ao conector Perfobond, o mesmo aumenta sua capacidade
resistente substancialmente, porém não apresenta tanta ductilidade quanto o stud.

Figura 37 – Comparação entre a relação carga versus deslizamento do conector


stud e do conector Perfobond apresentada por Spremić et al. (2017)

Fonte: adaptado de Spremic et al. (2017).


89

Como resultado da comparação realizada, os autores concluíram que o


conector Perfobond apresenta duas grandes desvantagens frente ao stud, sendo a
primeira a baixa capacidade de deformação do conector, podendo não ser
classificado como dúctil. A segunda desvantagem concernente ao Perfobond está
relacionada à relevante degradação do concreto para baixos valores de carga

2.2.6. ESTUDO DE ASSUNÇÃO (2018)

O trabalho de Assunção (2018) consistiu no estudo experimental, que ocorreu


através ensaios pushouts, de conectores de cisalhamento do tipo T-Perfobond
modificados. Tais conectores foram modificados a partir alterações em relação aos
conectores de cisalhamento T-Perfobond convencionais, como os estudados por
Vianna (2009), por exemplo. Essas alterações tiveram como base a variação do
ângulo entre a mesa do conector e a mesa do perfil metálico.
Resumidamente, o autor soldou apenas as almas dos conectores e estudou a
variação do ângulo entre 30º, 45º e 60º, como é possível visualizar na Figura 38.
Antes de ensaiar os conectores propostos, o autor realizou ensaios com conectores
de cisalhamento do tipo Perfobond e T-Perfobond convencionais para serem
considerados como referência.

Figura 38 – Layout dos conectores de cisalhamento T-Perfobond modificados


propostos por Assunção (2018)

a) 30º b) 45º c) 60º


Fonte: Assunção (2018).

Cabe aludir que além de estudar a variação do ângulo, Assunção (2018)


verificou a influência da presença de furos no conector modificado e o uso de
90

armadura passante. Assim, a Tabela 10 exibe o resumo dos ensaios realizados pelo
autor.

Tabela 10 – Ensaios realizados por Assunção (2018)

Ensaio Laje de concreto


Designação Descrição (tipo)
ID 𝒕𝒄 (mm) 𝒉𝒄 (mm)
1 P1 120 650
2 P2 Perfobond 120 650
3 P3 120 650
4 TP45A 120 650
T-Perfobond ∆ = 45º
5 TP45B 120 650
6 TP60A 120 650
T-Perfobond ∆ = 60º
7 TP60B 120 650
8 TP30A 120 650
T-Perfobond ∆ = 30º
9 TP30B 120 650
10 TP60F1 120 650
T-Perfobond ∆ = 60º com furo
11 TP60F2 120 650
12 TP60FB1 120 650
T-Perfobond ∆ = 60º com furo e barra
13 TP60FB2 120 650
14 TP 120 650
T-Perfobond com mesa do conector sem solda
15 TP 120 650
Fonte: adaptado de Assunção (2018).

Assim, como o primeiro espécime ensaiado foi o P1 (Perfobond), Assunção


(2018) fez uso do o mesmo protocolo de carregamento adotado por Vianna (2009)
que seguiu o recomendado pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004). A configuração de
ensaio pode ser visualizada na Figura 39 e na Figura 40. A mesma configuração foi
adotada para os demais espécimes, realizando apenas os ajustes necessários de
acordo com a geometria dos conectores.
Com relação aos materiais, o perfil W 200 x 86 foi adotado para a viga
metálica dos espécimes P1, P2 e P3, para os demais, o perfil W 150 x 29,8 foi
selecionado. Para os conectores, o perfil W 200 x 26,6 foi empregado. As armaduras
eram de aço CA50 e possuíam diâmetro de 10 mm.
No que concerne aos resultados obtidos pelo programa experimental, estes
podem ser observados na Figura 41 e na Tabela 11 em termos da relação carga
versus deslizamento e resistência característica, respectivamente.
A capacidade de deslizamento também pode ser analisada a partir de tais
resultados, onde é possível concluir que apenas os conectores dos espécimes
TP60F1, TP60F2, TPA e TPB podem ser classificados como dúcteis segundo a
91

diretriz do Eurocode 4 (EN 1994, 2004), ou seja, apenas os conectores T-Perfobond


com ângulo de 60º e furo e T-Perfobond convencional soldado apenas pela alma
apresentaram capacidade de deslizamento característica maior ou igual a 6 mm.

Figura 39 – Configuração detalhada do protótipo P-2F-120 de Vianna (2009)


utilizado por Assunção (2018)

Fonte: Vianna (2009).

Figura 40 – Configuração dos


ensaios de
Assunção (2018)

Fonte: Assunção (2018).


92

Figura 41 – Relação carga versus deslizamento dos conectores


ensaiados por Assunção (2018)

a) P2 e P3

b) TP30A c) TP30B

d) TP45A e) TP45B

f) TP60A g) TP60B
Fonte: Assunção (2018).
93

Figura 42 – Continuação da Figura 28

h) TP60F1 i) TP60F2

j) TP60FB1 k) TP60FB2

l) TPA m) TPB
Fonte: Assunção (2018).

Mesmo não apresentando a maior resistência, dentre todos os conectores


ensaiados, o com ângulo de 60º foi o que o autor considerou como o melhor
comportamento estrutural. Este foi o fato que levou a novos ensaios concebidos com
furos no conector (Figura 43) e/ou armadura passante. Cabe ressaltar que a
inserção do furo no possibilitou uma capacidade de carga e deslizamento maior ao
conector, fazendo com que ele passasse a ser categorizado como dúctil.
94

Tabela 11 – Resultados dos espécimes ensaiados por Assunção (2018)

Espécime 𝒇𝒄𝒌 (MPa) 𝑷𝒓𝒌 (kN) 𝜹𝒎é𝒅𝒊𝒐 (mm)


P2 34,66 292,51 1,51
P3 33,41 348,89 1,56
TP30A 27,35 369,42 5,42
TP30B 29,77 356,81 4,31
TP45A 41,00 328,58 4,50
TP45B 51,40 423,67 5,54
TP60A 34,80 350,41 5,70
TP60B 33,60 287,17 5,63
TP60F1 38,90 306,12 6,89
TP60F2 44,90 285,01 7,79
TP60FB1 38,95 333,24 4,68
TP60FB2 37,50 335,02 6,52
TPA 33,60 390,14 11,43
TPB 36,30 362,54 7,42

Figura 43 – Conector T-Perfobond com


60º de Assunção (2018)

Fonte: Assunção (2018).

2.2.7. ESTUDO DE BEZERRA ET AL. (2018)

Bezerra et al. (2018) propuseram um conector de cisalhamento original do


tipo V. O conector é ensaiado experimentalmente e analisado numericamente a
partir de modelagens numérica.
Segundo os autores, o conector do tipo V foi proposto com a finalidade de ter
uma área de confinamento maior para a zona de compressão do concreto quando
95

comparado com o stud bolt. O conector em V também possui maior rigidez à flexão e
é fácil de fabricar, não necessita de mão de obra especifica para soldar. Bezerra et
al. (2018) afirmam que apenas é necessário solda em torno do contorno da área de
contato entre o conector V e a alma da viga de aço. Tal conector foi proposto como
uma alternativa aos conectores e U e stud bolt, que segundo os autores, são os
mais utilizados a nível mundial.
A geometria do conector foi idealizada de modo a poder confinar melhor o
concreto. Assim, o objetivo dos autores foi com auxilio de tal conector, diminuir a
concentração de tensão no concreto e no perfil metálico, assegurando
simultaneamente a ligação entre a laje de concreto e o perfil metálico. O conector
em V pode ser fabricado a partir de simples abas de perfil U, cortadas e dobras. A
Figura 44 apresenta o processo de formação e a Figura 45 apresenta as dimensões
do conector proposto.

Figura 44 – Processo de formação do conector do tipo V de Bezerra et al. (2018)

Fonte: Bezerra et al. (2018).

Com relação ao ensaio experimental os autores seguiram o prescrito pelo


Eurocode 4 (EN 1994, 2004) . Assim, um total de 9 ensaios foram realizados,
divididos em três grupos, onde o primeiro grupo consistia em 3 repetições do ensaio
com stud bolt (SB19) de 130 mm de altura e diâmetro de 19 mm. O segundo grupo
também consiste três repetições, mas de conectores do tipo V com espessura de
2,65 mm. A diferença entre o segundo e o terceiro grupo é a espessura do conector
do tipo V, onde para o terceiro grupo, o conector foi fabricado com espessura de
3,75 mm. É importante mencionar que para cada conector do tipo V utilizado, um par
de studs bolt é empregado.
96

Figura 45 – Geometria do conector


do tipo V de Bezerra et
al. (2018)

Fonte: Bezerra et al. (2018).

A armadura utilizada, as dimensões das lajes, o posicionamento do conector


e outros detalhes estão apresentados na Figura 46. Cabe comentar que para todos
os espécimes o diâmetro das armaduras foi de 10 mm e o concreto das lajes
possuía resistência de 50 MPa.
A Figura 47 apresenta as relações carga por conector versus deslizamento
obtidas como resultado dos ensaios realizados por Bezerra et al. (2018) e a Tabela
12, a resistência máxima obtida por cada grupo de conector. Segundo os autores, os
conectores propostos não puderam ser classificados como rígidos os flexíveis a
partir das curvas obtidas, pois a máquina utilizada nos ensaios não permitia a
extração da parte descendente das curvas.
Analisando os resultados apresentados é possível observar que a variação da
espessura do conector tipo V influenciou significativamente na resistência ao
cisalhamento dos conectores, levando a uma diferença de 30%. Porém, se
comparadas as resistências de um conector do tipo V com espessura de 2,75 mm e
de dois studs bolt, pode-se notar que são semelhantes. Ou seja, um conector do tipo
V com a menor espessura é 5,4% mais resistente ao cisalhamento do que dois
conectores stud bolt.
Com relação ao modo de falha, os espécimes com o conector proposto
romperam na alma do conector tipo V. Esses espécimes também apresentam menos
degradação no concreto quando comparados aos espécimes com stud bolt.
97

Figura 46 – Detalhes dos espécimes ensaiados por Bezerra et al. (2018)

a) Conector do tipo V b) Stud bolt

c) Arranjo do espécime SB19

d) Arranjo do espécime com conector do tipo V

e) Armaduras f) Espécimes durante a cura do concreto


Fonte: Bezerra et al. (2018).
98

Figura 47 – Curvas carga por conector versus deslizamentos dos ensaios


realizados por Bezerra et al. (2018)

a) Conectores stud bolt com b) Conectores do tipo V com c) Conectores do tipo V com
diâmetro de 19 mm espessura de 2,65 mm espessura de 3,75 mm
Fonte: adaptado de Bezerra et al. (2018).

Tabela 12 – Resistência ao cisalhamento obtida por cada


conector ensaiado por Bezerra et al. (2018)

Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Média


Conector testado
(kN) (kN) (kN) (kN)
Stud bolt SB19 793,4 914,2 850 815,83
Conector V: V-2.65 867 857,6 855,8 860,12
Conector V: V-3.75 1230 1191,6 1262,8 1228,12
Fonte: adaptado de Bezerra et al. (2018).

Bezerra et al. (2018) também analisaram o proposto conector através de


análise numérica. Com relação à modelagem, a Figura 48 mostra os elementos
modelados e a malha de elementos finitos utilizada. A análise foi realizada pelo
Abaqus/Explicit a fim de facilitar a convergência, assim como apenas um quarto do
espécime foi modelado, a partir da aplicação da restrição de dupla simetria.
Para simular o comportamento do aço foi utilizado um modelo constitutivo tri-
linear. Já para modelar o concreto, o CDPM foi escolhido e os modelos constitutivos
adotados foram o proposto por Alfarah et al. (2017) para compressão e um
recomendado por Qureshi and Lam (2012) e proposto por Hordijk (1992) para
tração.
Antes de ampliar a pesquisa através do estudo de novos casos, os autores
validaram a modelagem numérica a partir dos resultados experimentais obtidos e
essa validação pode ser vista na Figura 49. Como é possível observar, a
modelagem numérica levou a uma boa validação dos resultados, com erros apenas
de 2 a 7 %. Assim, Bezerra et al. (2018) ampliaram o estudo numérico do conector
99

tipo V, estudando a variação da resistência do concreto (20, 25, 30.5 e 35 MPa),


como pode ser visto na Figura 50.

Figura 48 – Modelo em elementos finitos de Bezerra et al. (2018)

Fonte: adaptado de Bezerra et al. (2018).

Figura 49 – Curvas carga por conector versus deslizamentos da validação


numérica de Bezerra et al. (2018)

a) Conectores stud bolt com b) Conectores do tipo V com c) Conectores do tipo V com
diâmetro de 19 mm espessura de 2,65 mm espessura de 3,75 mm
Fonte: adaptado de Bezerra et al. (2018).

Assim, os autores concluíram que a modelagem numérica pode ser utilizada


para estudar o comportamento de conectores de cisalhamento. Também concluíram
100

que o aumento da resistência do concreto leva diretamente a um aumento da


resistência ao cisalhamento do conector, assim como o aumento da espessura.

Figura 50 – Curvas carga por conector versus deslizamentos da análise


numérica de Bezerra et al. (2018)

a) Conectores do tipo V com espessura b) Conectores do tipo V com espessura


de 2,75 mm de 3,75 mm
Fonte: adaptado de Bezerra et al. (2018).

2.2.8. ESTUDO DE FORTES (2018)

Segundo Fortes (2018) fatores como a resistência à compressão do concreto,


o diâmetro das armaduras, a geometria e a resistência dos conectores e do perfil
metálico influenciam o comportamento do conector de cisalhamento. Assim, o autor
buscou estudar tais relevâncias por meio de simulações numéricas a partir do
método dos elementos finitos.
Fortes (2018) estudou o comportamento do conector de cisalhamento do tipo
Perfobond e para realizar seu estudo numérico, o autor validou a modelagem
numérica a partir de resultados experimentais já existentes e apresentados por
Vianna (2009).
Com relação à modelagem numérica, ela foi realizada no software Abaqus. O
autor utilizou o solver Explicit a fim de melhorar a convergência das análises, mas
precauções foram tomadas para certificar que os efeitos dinâmicos fossem anulados
101

durante a simulação, assegurando uma análise quase-estática. Com relação à


geometria do modelo, Fortes (2018) considerou as utilizadas por Viana (2009).
A respeito do comportamento dos materiais, o autor adotou um modelo
constitutivo elastoplástico perfeito para simular o comportamento do aço das
armaduras e do perfil metálico, já para o conector, um comportamento quadrilinear
foi adotado. Acerca do concreto, para simular o comportamento do material à
compressão, o autor utilizou o modelo constitutivo proposto por Pavlovic (2013) e
para tração, ele seguiu o recomendado pelo CEB-FIP (Model Code, 2010). A Tabela
13 apresenta as propriedades dos materiais simulados pelo autor.

Tabela 13 – Propriedades dos materiais


simulados por Fortes (2018)

fy fu Es
Componentes ν
(MPa) (MPa) (GPa)
Armadura 500 -
Conector 355 490 0,3 210
Perfil metálico 275 -

A restrição de dupla simetria foi aplicada com intuito de reduzir o custo


computacional, tendo em vista que essa ferramenta já foi utilizada por outros
autores. Assim, apenas um quarto do modelo foi simulado. A Figura 51 apresenta a
discretização do modelo em elementos finitos de Fortes (2018).

Figura 51 – Discretização do modelo de


Fortes (2018)

Fonte: Fortes (2018).


102

Para validar as premissas da modelagem numérica, Fortes (2018)


apresentação a comparação entre os resultados experimentais de Viana (2019) e os
resultados da sua simulação numérica, o que pode ser observado na Figura 52 e na
Tabela 14.

Figura 52 – Validação da relação carga versus deslizamento apresentada por Fortes


(2018)

a) P-2F-120 (28 MPa) b) P-2F-120 (52 MPa)


Fonte: Fortes (2018).

Tabela 14 – Comparação dos resultados numéricos e experimentais


apresentador por Fortes (2018)

𝒇𝒄𝒎 𝑷𝒆𝒙𝒑 𝑷𝒏𝒖𝒎_𝒂𝒃𝒂𝒒𝒖𝒔 𝑷𝒆𝒙𝒑


Tipo
(MPa) (kN) (kN) 𝑷𝒏𝒖𝒎_𝒂𝒃𝒂𝒒𝒖𝒔
28 P-2F-120 324,10 325,65 0,99
52 P-2F-120 344,85 433,79 0,79
Fonte: adaptado de Fortes (2018).

Analisando esses resultados é possível verificar que foi encontrada uma boa
correlação em termos de resistência máxima entre o ensaio experimental e a
simulação em elementos finitos, principalmente no tocante do P-2F-120 (28 MPa).
Assim, o autor abrangeu a pesquisa estudando a influência de alguns
parâmetros na resistência do conector de cisalhamento, por meio de um estudo
paramétrico, onde analisou quarenta e sete modelos. Deste modo, Fortes (2018)
dividiu os modelos analisados em cinco grupos, onde foram estudadas as influências
da variação do 𝑓𝑐𝑚 do concreto (Tabela 15), da espessura do conector (Tabela 16),
da altura da laje de concreto (Tabela 17), da tensão de escoamento do conector
(Tabela 18) e do diâmetro dos furos do conector (Tabela 19).
103

Tabela 15 – Grupo 1 do estudo paramétrico de Fortes (2018) - variação do 𝑓𝑐𝑚 do


concreto

Presença de
Altura Altura do Diâmetro 𝒇𝒚 do
Espessura armadura
Modelo da Laje conector do furo conector
(mm) passante
(mm) (mm) (mm) (MPa) (d = 10mm)
PSF-120-28 120 76,2 13 35 355 Não
PSF-120-38 120 76,2 13 35 355 Não
PSF-120-53 120 76,2 13 35 355 Não
P2F-120-28 120 76,2 13 35 355 Não
P2F-120-38 120 76,2 13 35 355 Não
P2F-120-53 120 76,2 13 35 355 Não
P2F-120-AR-28 120 76,2 13 35 355 Sim
P2F-120-AR-38 120 76,2 13 35 355 Sim
P2F-120-AR-53 120 76,2 13 35 355 Sim
P2F-200-28 200 150 13 35 355 Não
P2F-200-38 200 150 13 35 355 Não
P2F-200-53 200 150 13 35 355 Não
P4F-200-28 200 150 13 35 355 Não
P4F-200-38 200 150 13 35 355 Não
P4F-200-53 200 150 13 35 355 Não
Fonte: adaptado de Fortes (2018).

Tabela 16 – Grupo 2 do estudo paramétrico de Fortes (2018) – variação da


espessura do conector

𝒇𝒚 do Presença de
Altura Altura do
Espessura ϕfuro armadura
Modelo da Laje conector conector
(mm) (mm) passante
(mm) (mm) (MPa) (d = 10mm)
P2F-120-E8-28 120 76,2 8 35 355 Não
P2F-120-E8-53 120 76,2 8 35 355 Não
P2F-120-E20-28 120 76,2 20 35 355 Não
P2F-120-E20-53 120 76,2 20 35 355 Não
P2F-120-E8-AR-28 120 76,2 8 35 355 Sim
P2F-120-E8-AR-53 120 76,2 8 35 355 Sim
P2F-120-E20-AR-28 120 76,2 20 35 355 Sim
P2F-120-E20-AR-53 120 76,2 20 35 355 Sim
Fonte: adaptado de Fortes (2018).

Posto todas as características do estudo paramétrico, a Figura 53 apresenta a


influência dos parâmetros estudados na resistência do conector. Deste modo, Fortes
(2018) concluiu que o aumento do 𝑓𝑐𝑚 levou até 32% de acréscimo na resistência do
conector, assim como a variação do diâmetro do conectou também gerou aumento
na sua resistência, porém influenciou negativamente na ductilidade.
104

Tabela 17 – Grupo 3 do estudo paramétrico de Fortes (2018) - variação da altura da


laje
Presença de
Altura Altura do Diâmetro 𝒇𝒚 do
Espessura armadura
Modelo da Laje conector do furo conector
(mm) passante
(mm) (mm) (mm) (MPa) (d = 10mm)
P2F-160-28 160 76,2 13 35 355 Não
P2F-160-53 160 76,2 13 35 355 Não
P2F-200-28 200 76,2 13 35 355 Não
P2F-200-53 200 76,2 13 35 355 Não
P2F-160-AR-28 160 76,2 13 35 355 Sim
P2F-160-AR-53 160 76,2 13 35 355 Sim
P2F-200-AR-28 200 76,2 13 35 355 Sim
P2F-200-AR-53 200 76,2 13 35 355 Sim
Fonte: adaptado de Fortes (2018).

Tabela 18 – Grupo 4 do estudo paramétrico de Fortes (2018) – variação da tensão


de escoamento do conector
Presença de
Altura Altura do Diâmetro 𝒇𝒚 do
Espessura armadura
Modelo da Laje conector do furo conector
(mm) passante
(mm) (mm) (mm) (MPa)
(d = 10mm)
P2F-120-S235-28 120 76,2 13 35 235 Não
P2F-120-S235-53 120 76,2 13 35 235 Não
P2F-120-S275-28 120 76,2 13 35 275 Não
P2F-120-S275-53 120 76,2 13 35 275 Não
P2F-120-S235-AR-28 120 76,2 13 35 235 Sim
P2F-120-S235-AR-53 120 76,2 13 35 235 Sim
P2F-120-S275-AR-28 120 76,2 13 35 275 Sim
P2F-120-S275-AR-53 120 76,2 13 35 275 Sim
Fonte: adaptado de Fortes (2018).

No tocante da influência da altura da laje de concreto, a variação conduziu até


38% de aumento da resistência do conector. O autor também estudou a influência
da tensão de escoamento do conector e concluiu que para o 𝑓𝑐𝑚 mais baixo, a
variação não foi tão significativa quanto para o 𝑓𝑐𝑚 mais alto. O parâmetro que
menos influenciou significativamente foi o diâmetro dos furos do conector, onde para
os modelos sem armadura passante, o aumento do diâmetro levou ao decréscimo
da resistência do conector. Já para os modelos com armadura passante, houve um
pequeno acréscimo de resistência quando o diâmetro varia de 25 para 35 mm,
porém para o diâmetro de 45 mm, a resistência decresce.
105

Tabela 19 – Grupo 5 do estudo paramétrico de Fortes (2018) – variação do diâmetro


dos furos do conector
Presença de
Altura Altura do Diâmetro 𝒇𝒚 do
Espessura armadura
Modelo da Laje conector do furo conector
(mm) passante
(mm) (mm) (mm) (MPa) (d = 10mm)
P2F-120-D25-28 120 76,2 13 25 355 Não
P2F-120-D25-53 120 76,2 13 25 355 Não
P2F-120-D45-28 120 76,2 13 45 355 Não
P2F-120-D45-53 120 76,2 13 45 355 Não
P2F-120-D25-AR-28 120 76,2 13 25 355 Sim
P2F-120-D25-AR-53 120 76,2 13 25 355 Sim
P2F-120-D45-AR-28 120 76,2 13 45 355 Sim
P2F-120-D45-AR-53 120 76,2 13 45 355 Sim
Fonte: adaptado de Fortes (2018).

Figura 53 – Influência dos parâmetros na resistência do Grupo 1 de Fortes (2018)

a) variação do fcm do concreto - altura da laje de b) variação do fcm do concreto - altura da laje de
120 mm (Grupo 1) 200 mm (Grupo 1)
Fonte: Fortes (2018).

Figura 54 – Influência dos parâmetros na resistência dos Grupos 2 e 3 de Fortes


(2018)

a) variação da espessura do conector (Grupo 2) b) variação da altura da laje de concreto (Grupo 3)


Fonte: Fortes (2018).
106

Figura 55 – Influência dos parâmetros na resistência dos Grupos 4 e 5 de Fortes


(2018)

a) variação da tensão de escoamento do conector b) variação do diâmetro dos furos do conector


(Grupo 4) (Grupo 5)
Fonte: Fortes (2018).

2.2.9. ESTUDO DE KEO ET AL. (2018)

Keo et al. (2018) estudaram o conector de cisalhamento em L (Figura 56),


pois de acordo com os autores, essa seção transversal pode ser mais econômica
quando comparada à seções U, por exemplo. Ainda segundo os autores, este tipo
de conector foi escolhido a fim de evitar a elevação da laje de concreto durante a
solicitação. Porém, o caso estudado pelos autores não considera a solda da base do
conector no perfil metálico, o conector fica quase que completamente inserido no
concreto. Posto isto, os autores alegam que este conector e o seu uso ainda não é
abrangido pelas normas atuais, por isso o interesse no estudo.
Assim, o estudo foi conduzido através de um programa experimental, onde
foram testados conectores em L e conectores de seção quadrada, e de simulação
numérica a fim de obter mais informações sobre o conector em L. Se faz importante
comentar que o esquema físico de ensaio utilizado pelos autores não é o
recomendado pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004), ele justificam o fato em função do
interesse de estudar este tipo de conector em situação real para uso em vigas
mistas em U.
Com relação ao programa experimental, inicialmente, os Keo et al. (2018)
realizaram um ensaio para cada tipo de conector estudado, com seção L ou
107

quadrada. Posteriormente, realizaram mais três ensaios com o conector que


desempenhou o melhor comportamento na fase anterior. A Figura 57 apresenta o
esquema do ensaio realizado pelos pesquisadores, em que os mesmos consideram
que a principal vantagem entre este esquema e o preconizado pelo Eurocode 4 (EN
1994, 2004) é o fato de existir apenas uma interface de deslizamento.

Figura 56 – Conector de cisalhamento tipo


L de Keo et al. (2018)

Fonte: adaptado de Keo et al. (2018).

Figura 57 – Vista lateral do ensaio Pushout realizado por Keo et al. (2018)

Fonte: Keo et al. (2018).

O ensaio consiste de um perfil metálico em U, uma laje pré-fabricada, alguns


conectores e uma concretagem para preencher o perfil metálico e cobrir a laje pré-
fabricada. A alma do perfil é reforçada com intuito de evitar um colapso prematuro
108

no espécime devido a uma possível flambagem da placa da alma. As dimensões das


geometrias do espécime podem ser encontradas em Keo et al. (2018), mas a Figura
58 apresenta alguns detalhes dos espécimes, onde é possível observar o contato
entre as extremidades dos conectores e a mesa da viga. De acordo com os autores,
para assegurar essa ligação foram realizadas soldas.

Figura 58 – Detalhes dos espécimes ensaiados por Keo et al. (2018)

a) espécime com conector de seção quadrada b) espécime com conector em L

c) detalhes da seção transversal dos espécimes d) detalhes da armadura dos espécimes


Fonte: adaptado de Keo et al. (2018).

Foram ensaiados cinco espécimes diferenciados entre si pelo conector


utilizado. O primeiro, denominado PO-S20, continha quatro conectores de seção
quadrada de 20 x 20 mm. O segundo, PO-L40, possuía três conector em seção L de
40 x 40 x 4 mm. O terceiro, o quarto e o quinto, nomeados como PO-L50a, PO-L50b
e PO-L5c, respectivamente, contavam com 3 conectores de cisalhamento em seção
L de 50 x 50 x 5 mm. O espaçamento entre cada conector era de 300 mm. A Tabela
20 exibe as propriedades dos materiais utilizados em cada espécime.
109

Tabela 20 – Propriedade dos materiais dos espécimes de Keo et al. (2018)

Pré-
Concreto Conectores Perfil U
fabricado
Espécime
𝒇𝒄𝒎 𝒇𝒄𝒎 𝒇𝒚 𝒇𝒖 𝒇𝒚 𝒇𝒖
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
PO-S20 27,75 42,29 555 693
PO-L40 26,98 43,29 430 550
PO-L50a 20,27 38,15 491 553
PO-L50b 21,29 38,79 325 445
PO-L50c 22,71 38,04
Fonte: adaptado de Keo et al. (2018).

No tocante dos modos de falha dos espécimes, os pesquisadores observaram


que o PO-S20 rompeu devido ao esmagamento local do concreto, enquanto os
demais, com conector de cisalhamento em L, falharam devido á plastificação dos
conectores (Figura 59).

Figura 59 – Detalhe dos conectores plastificados de Keo et al. (2018)

a) PO-L40 b) PO-L50
Fonte: Keo et al. (2018).

Ainda com relação aos resultados, a Figura 60 e a Tabela 21 apresentam as


repostas extraídas do programa experimental. Assim, analisando os resultados é
possível considerar que o conector de cisalhamento em L apresentou
comportamento dúctil enquanto o conector de seção quadrada não. Deste modo,
todos os conectores em L ensaiados puderam ser classificados como dúcteis de
acordo com o Eurocode 4 (EN 1994, 2004). A respeito da capacidade resistente, o
PO-S20 apresentou adequada resistência quando comparado com o PO-L40, mas
110

quando analisados os demais conectores em L com maior área, é possível observar


que há um aumento significativo da resistência deste conector.

Figura 60 – Relação carga versus deslizamento/uplift dos conectores ensaiados


por Keo et al. (2018)

a) Deslizamento b) Uplift
Fonte: adaptado de Keo et al. (2018).

Tabela 21 – Resultados dos ensaios experimentais realizados


por Keo et al. (2018)

Espécime PO-S20 PO-L40 PO-L50a PO-L50b PO-L50c


Pmax (kN) 748,6 637,1 932,1 916,5 975,9
𝛿𝑚𝑎𝑥 (mm) 2,743 5,054 5,081 3,032 3,341
𝛿𝑢𝐸𝐶4 (mm) 4,09 8,9 15,49 9,59 11,04
Fonte: adaptado de Keo et al. (2018).

Posto todos os resultados, Keo et al. (2018) consideraram que o conector em


L proposto apresenta uma propícia solução para conectores de cisalhamento, e para
ampliarem o estudo a respeito, desenvolveram simulações numéricas. Essas
simulações foram feitas no software Abaqus, onde o solver Explicit foi utilizado.
Segundo os autores, medidas foram tomadas de modo a garanti uma análise quase-
estática, anulando o efeito dinâmico da solicitação. Para diminuir a complexidade do
modelo e o custo computacional das análises, foi aplicada restrição de simetria, ou
seja, apenas metade do modelo foi considerado na simulação.
Ainda com relação à modelagem numérica, a Figura 61 exibe a discretização
dos elementos modelados por Keo et al. (2018). Outro ponto importante da
simulação numérica é a representação do comportamento dos materiais. Neste
111

quesito, os autores utilizaram o modelo constitutivo proposto por Alfarah et al. (2017)
para simular o comportamento do concreto à compressão, e o proposto por Hordijk
(1992) para tração. Já para modelar o aço do conector, os pesquisadores adotaram
um comportamento tri-linear da relação tensão versus deformação, porém eles
utilizaram os valores reais da relação e não a nominal. Para o aço do perfil metálico
e das armaduras foi adotado um comportamento elastoplástico perfeito.

Figura 61 – Discretização do modelo de Keo et al. (2018)

a) perfil metálico b) concreto c) conector e solda d) armaduras


(S4R) (C3D8R e C3D6R) (C3D8R) (B31)
Fonte: Keo et al. (2018).

A fim de verificar o modelo numérico desenvolvido, os autores buscaram


validar as escolhas da modelagem comparando os resultados da simulação com os
experimentais e isso pode ser observado na Tabela 22, em termos de resistência
máxima, e na Figura 62, em termos da relação carga versus deslizamento/uplift.
Analisando esses resultados é possível verificar que foi encontrada uma boa
correlação entre o ensaio experimental e a simulação em elementos finitos.
Depois de validada a modelagem numérica, os autores realizaram uma
parametrização a fim de determinar os parâmetros chaves que influenciam no
comportamento do conector em L. A Tabela 23 expõe os casos de estudos, onde é
possível analisar que Keo et al. (2018) procuraram parametrizar a resistência do
concreto (𝑓𝑐 ) e do conector (𝑓𝑦 e 𝑓𝑢 ), a seção transversal do conector em L, o
112

comprimento do conector soldado à mesa do perfil metálico (𝐿𝑤 ) e a espessura da


laje de concreto.

Tabela 22 – Comparação dos resultados numéricos e experimentais


dos espécimes de Keo et al. (2018)

Espécime PO-L40 PO-L50a PO-L50b PO-L50c


𝑃𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒 (kN) 637.1 932.1 916.5 975.9
𝑃𝐹𝐸 (kN) 634.67 999.14 999.14 999.14
𝑃𝐹𝐸 ⁄𝑃𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒 1 1.07 1.09 1.02
Fonte: adaptado de Keo et al. (2018).

Figura 62 – Validação da relação carga versus deslizamento/uplift dos


conectores de Keo et al. (2018)

a) deslizamento do espécime PO-L4 b) uplift do espécime PO-L4

c) deslizamento dos espécimes PO-L50a,b,c d) uplift dos espécimes PO-L50a,b,c


Fonte: adaptado de Keo et al. (2018).

Os resultados do estudo paramétrico podem ser observados na Figura 63,


onde é possível analisar que o aumento da resistência do concreto, da resistência
do conector, da área da seção transversal do conector, do comprimento da solda,
113

assim como da espessura da laje de concreto levaram ao acréscimo significativo da


resistência ao cisalhamento do conector.

Tabela 23 – Resumo dos casos parametrizados por Keo et al. (2018)

Comprimento da
Conector Concreto
solda
Seção 𝒇𝒚 𝒇𝒖 𝒇𝒄 𝒉𝒄 𝑳𝒘
transversal (MPa) (MPa) (MPa) (mm) (mm)
L30 x 30 x 3 235 360 35 200 40
335 455 35 200 40
355 510 35 200 40
430 550 35 200 40
235 360 42 200 30
L40 x 40 x 4 430 550 27 200 20
430 550 27 200 30
430 550 27 200 40
235 360 42 200 30
430 550 35 200 30
430 550 42 200 30
L50 x 50 x 5 235 360 42 200 30
235 360 35 200 30
235 360 27 200 30
355 510 27 200 20
355 510 35 200 20
355 510 42 200 20
325 445 10 200 40
325 445 27 200 40
325 445 35 200 40
325 445 42 200 40
325 445 60 200 40
325 445 27 150 40
325 445 35 150 40
325 445 42 150 40
325 445 27 120 40
325 445 35 120 40
325 445 42 120 40
Fonte: adaptado de Keo et al. (2018).

De acordo com os autores, a resistência do conector de cisalhamento pode


ser fornecida por duas partes: a contribuição da resistência do concreto e a
resistência ao cisalhamento do conector. Como resultado da parametrização, os
autores propuseram uma formulação analítica para determinar a resistência do
conector de cisalhamento. A partir desta formulação, Keo et al. (2018) compararam
114

os resultados obtidos a partir das simulações numéricas com os analíticos (Tabela


24), onde é possível considerar uma boa correlação entre os resultados, validando
assim a equação proposta.

Figura 63 – Resultados do estudo paramétrico de Keo et al. (2018)

a) carga versus deslizamento dos modelos b) avaliação da influência da resistência do


L50x50x5 concreto – L50x50x5

c) avaliação da influência da seção do conector d) avaliação da influência do comprimento


em L soldado na mesa do perfil metálico

e) avaliação da influência da resistência última do f) avaliação da influência da espessura da laje de


conector em L concreto
Fonte: adaptado de Keo et al. (2018).
115

Tabela 24 – Comparação dos resultados do estudo paramétrico (numérico e


analítico) de Keo et al. (2018)

𝑷𝒖,𝒕𝒉 𝑷𝑭𝑬:𝒆𝒙𝒑 𝑷𝒖,𝒕𝒉


𝒇𝒖 𝒇𝒄 𝑯𝒄 𝑳𝒘 𝑷𝒔 𝑷𝒄
Conector 𝑲𝒄 𝑷𝒖,𝑭𝑬
(MPa) (MPa) (mm) (mm) (kN) (kN) (kN) (kN)
L50a 445 20,27 200 40 9,48 764 230 994,3 932,1 1,07
L50b 445 21,29 200 40 9,48 764 242 1005,9 916,5 1,1
L50c 445 22,71 200 40 9,48 764 258 1022,1 975,9 1,05
L40 550 26,97 200 20 11,38 518 147 665 637,1 1,04
L30 360 42 200 30 13,29 250 301 551,2 582,3 0,95
L30 360 35 200 40 13,29 287 335 622,1 640,6 0,97
L30 445 35 200 40 13,29 355 335 689,9 709,,4 0,97
L30 510 35 200 40 13,29 407 335 741,8 748,7 0,99
L30 550 35 200 40 13,29 439 335 773,7 755,7 1,02
L40 550 27 200 30 11,38 594 221 815,1 863,9 0,94
L40 550 27 200 40 11,38 670 295 965,1 900,5 1,07
L40 360 42 200 30 11,38 389 344 732,9 750,8 0,98
L40 550 35 200 30 11,38 594 287 880,7 921,4 0,96
L40 550 42 200 30 11,38 594 344 938 971,7 0,97
L50 360 42 200 30 9,48 556 358 913,7 953,5 0,96
L50 360 35 200 30 9,48 556 298 854,1 928,8 0,92
L50 360 27 200 30 9,48 556 230 785,8 869,6 0,9
L50 510 27 200 20 9,48 699 153 852,2 933,7 0,91
L50 510 35 200 20 9,48 699 199 897,7 979,2 0,92
L50 510 42 200 20 9,48 699 239 937,5 970,7 0,97
L50 445 27 200 40 9,48 764 307 1070,8 1040 1,03
L50 445 35 200 40 9,48 764 398 1161,8 1115,2 1,04
L50 445 42 200 40 9,48 764 478 1241,4 1190,4 1,04
L50 556 27 150 40 6,3 764 204 968 953,6 1,02
L50 445 35 150 40 6,3 764 265 1028,4 1059 0,97
L50 445 42 150 40 6,3 764 318 1081,4 1089,5 0,99
L50 445 27 120 40 3,13 764 101 865,1 850,6 1,02
L50 445 35 120 40 3,13 764 131 895,1 933,6 0,96
L50 445 42 120 40 3,13 764 158 921,3 977,5 0,94
Fonte: adaptado de Keo et al. (2018).

2.2.10. ESTUDO DE KIM ET AL. (2018)

Kim et al. (2018) analisaram experimentalmente conectores de cisalhamento


do tipo Y-Perfobond seguindo as recomendações do Eurocode 4 (EN 1994, 2004) e
avaliaram a influência da resistência e do diâmetro das armaduras no
comportamento desses conectores. Os conectores foram dobrados a fim de,
116

segundo os autores, resistir à separação vertical da estrutura. Entre a sequência de


placas do conector foram projetados espaços para o posicionamento das barras de
armadura passante. Entre as placas do conector possuía um ângulo de 60º. As
demais configurações do ensaio são apresentadas na Figura 64. Como também é
possível observar na imagem, os autores utilizaram blocos de isopor para reduzir
efeitos indesejados da região de concreto próxima à região do conector.

Figura 64 – Configuração do ensaio pushout realizado por Kim et al. (2018)

a) vista frontal da disposição do ensaio pushout b) vista lateral da disposição do ensaio pushout

d) conector Y-Perfobond
c) vista superior da disposição do ensaio pushout
Fonte: Kim et al. (2018).

A Tabela 25 apresenta as propriedades do concreto e do aço do conector e


do perfil metálico. Com relação ao aço das armaduras, os autores buscaram analisar
a influência da resistência e do diâmetro. Assim, a Tabela 26 apresenta a variação
dos espécimes em função do aço da armadura.

Tabela 25 – Propriedades dos materiais utilizados por Kim et al. (2018)

Resistência do concreto à
Aço estrutural
compressão
Projeto 50 MPa Tensão de escoamento 288 MPa
Aos 28 dias 50,1 MPa Resistência à tração 470 MPa
Antes do ensaio 50,7 MPa Alongamento 29 %
Fonte: adaptado de Kim et al. (2018).
117

Tabela 26 – Variação dos espécimes em função da armadura de Kim et al. (2018)

Armadura
Espécime Resistência Tensão de
Diâmetro Alongamento
à tração escoamento
C50-SD500-D16 700 MPa 560 MPa 16 mm 14,7 %
C50-SD500-D19 19 mm
C50-SD500-D22 22 mm
C50-SD400-D16 610 MPa 510 MPa 16 mm 21 %
Fonte: adaptado de Kim et al. (2018).

No total foram ensaiados 12 espécimes, ou seja, 3 repetições para cada


configuração listada na Tabela 26. Cabe comentar que os autores realizaram
marcações de uma gradação em intervalos de 100 mm na superfície externa da laje
de concreto, com intuito de determinar com precisão a localização das fissuras.
A Figura 65 apresenta os resultados dos ensaios em termos gráficos como
relação carga por conector versus deslizamento. A partir de tais curvas é possível
determinar a resistência ao cisalhamento e a ductilidade.

Figura 65 – Curvas carga versus deslizamento dos espécimes ensaiados por Kim
et al. (2018)

a) C50-SD400-D16 b) C50-SD500-D16

Falha do conector
de cisalhamento

c) C50-SD500-D19 d) C50-SD500-D22
Fonte: adaptado de Kim et al. (2018).
118

Os autores mencionaram que apenas o uk não poderia refletir a ductilidade


𝛿𝑢
dos conectores, então adotaram a razão 𝛿90
para auxiliar na avaliação da ductilidade

do conector, onde 𝛿90 considera o comportamento elástico inicial. Esses valores


extraídos estão apresentados na Tabela 27.

Tabela 27 – Resultados dos ensaios realizados por Kim et al. (2018)

𝜹𝒖
Espécime 𝑷𝒖 (kN) 𝜹𝒖 (mm) 𝜹𝒖𝒌 (mm) 𝜹𝟗𝟎 (mm)
𝜹𝟗𝟎
C50-SD400-D16 1 2027,9 24,9 22,4 4,5 5,5
2 1903,9 21,9 19,7 4,0 5,5
3 1912,5 26,6 23,9 4,1 6,5
média 1948,1 24,5 22,0 4,2 5,8
C50-SD500-D16 1 1969,0 20,8 18,7 3,7 5,6
2 2031,3 25,9 23,3 5,1 5,1
3 1906,9 21,5 19,4 4,0 5,4
média 1969,1 22,7 20,5 4,3 5,4
C50-SD500-D19 1 2124,4 28,8 25,9 5,4 5,3
2 2016,0 26,8 24,1 4,6 5,8
3 2086,2 25,3 22,8 5,2 4,9
média 2075,5 27,0 24,3 5,1 5,3
C50-SD500-D22 1 2214,0 37,6 33,8 6,6 5,7
2 2211,9 40,3 36,3 7,3 5,5
3 2098,9 37,6 33,8 6,1 6,2
média 2174,9 38,5 34,6 6,7 5,8
Fonte: adaptado de Kim et al. (2018).

A partir dos resultados apresentados, é possível observar que quando o


diâmetro da armadura aumenta, a resistência ao cisalhamento (𝑃𝑢 ) e a capacidade
deslizamento característica (𝛿𝑢𝑘 ) aumentaram em conjunto. A capacidade de
deslizamento característica aumentou significativamente para o diâmetro de 22 mm.
Todos os espécimes ensaiados podem ser considerados como dúcteis pelo
Eurocode 4 (EN 1994, 2004), pois apresentaram 𝛿𝑢𝑘 > 6 𝑚𝑚. Foi possível observar
que a variação da resistência da armadura transversal não influenciou
significativamente a resistência ao cisalhamento dos conectores (𝑃𝑢 ). Se faz
importante comentar que os modelos ensaiados foram montados com concreto de
resistência igual 50 MPa, o que é considerado alto.
Os autores observaram que o modo de falha foi semelhante para todos os
espécimes, onde tanto a armadura quanto o conector escoaram e obtiveram
119

deformações excessivas, exceto para o grupo C50-SD500-D22. Para esse grupo de


espécimes, houve uma perda abrupta de resistência ao cisalhamento provocada
pelo rompimento das abas em Y, o que causou a falha do conector. A Figura 66
apresenta os conectores e as armaduras transversais aos conectores deformados
após solicitação.

Figura 66 – Conectores Y-Perfobond e armaduras


transversais após ensaio de Kim et al.
(2018)

a) C50-SD400-D16

b) C50-SD500-D16

c) C50-SD500-D19

d) C50-SD500-D22
Fonte: adaptado de Kim et al. (2018).
120

2.2.11. ESTUDO DE BAMAGA ET AL. (2019)

Bamaga et al. (2019) avaliaram experimentalmente três novos conectores de


cisalhamento (Figura 67) através de ensaios do tipo pushout. O primeiro conector
analisado possui aba simples (SBSC), o segundo, aba dupla (DBSC) e o terceiro
apresenta geometria semelhante ao do conector Perfobond (HPSC). Com relação ao
HPSC, a sua principal diferença com o Perfobond, é que a armadura passante é
soldada no seu furo. A Figura 68 apresenta a disposição dos conectores estudados.

Figura 67 – Conectores estudados por Bamaga et al. (2019)

a) Vista lateral dos


b) Conector SBSC c) Conector DBSC d) Conector HPSC
conectores
Fonte: Bamaga et al. (2019).

Figura 68 – Disposição dos conectores de Bamaga et al. (2019)

a) Conector SBSC b) Conector DBSC c) HPSC


Fonte: Bamaga et al. (2019).

Diferente dos demais estudos apresentados, os autores fixaram os


conectores na mesa da viga metálica por meio de parafusos M16, pois segundo
121

eles, pressupõe-se que essa ligação é suficientemente forte para resistir ao


cisalhamento. Bamaga et al. (2019) afirmam que ambos os três novos conectores
estudados atuam como o conector Perfobond, conseguindo suportar todo o
carregamento horizontal. Outro aspecto diferente do estudo está relacionado com a
utilização de uma steel deck, assim, a laje é composta por uma “telha” metálica na
parte inferior da camada de concreto.
Com relação a programa experimental, os autores ensaiaram doze espécimes
através de ensaios pushouts, a fim de estudar o comportamento, a resistência e a
ductilidade dos conectores propostos. Para cada espécime foram afixados quatro
conectores de cisalhamento na mesa do perfil metálico, dispostos em dois níveis de
acordo com recomendação do Eurocode 4 (EN 1994, 2004) para redistribuir a carga
dos conectores. Resumidamente, para cada conector proposto foram analisadas
duas situações distintas com relação à influência da espessura e para cada situação
desta, os autores realizaram uma repetição, realizando assim os doze ensaios
propostos.
Os autores analisaram a influência da espessura dos conectores na
resistência e na ductilidade, adotando assim dois valores distintos, 2,0 e 23 mm.
Com exceção desta variação, todos os outros parâmetros e características se
mantiveram fixos. Cabe citar que o concreto utilizado pertencia a classe de
resistência C30. A Figura 69 apresenta os detalhes e a configuração dos ensaios
realizados pelos autores.
A Tabela 28 e a Tabela 29 sintetizam os resultados dos ensaios realizados
pelos autores. Nesta tabela também são apresentados os resultados teóricos para
cada um dos conectores. Tal previsão teórica foi produzida a partir da formulação
analítica de Oguejiofor and Hosain (1997) para determinar a resistência ao
cisalhamento de conectores Perfobond.
Ainda com relação aos resultados, a Figura 70 apresenta as curvas carga
versus deslizamento para cada conector ensaiado. Segundo os autores, todos os
conectores de cisalhamento ensaiados apresentaram deformação plástica
comedida, mantendo uma capacidade resistente adequada antes de atingir a o nível
da carga de ruptura, onde os espécimes falharam pelo esmagamento do concreto.
122

Figura 69 – Detalhes e configuração do ensaio


realizado por Bamaga et al. (2019)

Fonte: Bamaga et al. (2019).

Tabela 28 – Resultados da resistência do concreto dos ensaios


realizados por Bamaga et al. (2019)

𝒇𝒄𝒌 𝒇𝒄𝒌
Espécime Idade do ensaio (data do ensaio)
𝑵 𝑵
(𝒎𝒎²) (𝒎𝒎²)
SBSC250-20-1 23 29,6
SBSC250-20-2 24 29,6
DBSC250-20-1 21 29,3
28.1
DBSC250-20-2 22 28,7
HPSC250-20-1 29 29,1
HPSC250-20-2 30 28,1
SBSC250-23-1 35 28,93
SBSC250-23-2 36 27,05
DBSC250-23-1 38 26,67
26.21
DBSC250-23-2 41 32,47
HPSC250-23-1 42 29,66
HPSC250-23-2 43 29,1
Fonte: adaptado de Bamaga et al. (2019).

Todos os conectores puderam ser classificados como dúcteis pelo Eurocode


4 (EN 1994, 2004), porém houve grande variação na capacidade de deformação dos
espécimes iguais. Com relação à resistência, as capacidades resistentes dos
conectores SBSC e DBSC aumentaram, em média 9% e 12%, quando houve o
123

aumento da espessura de 2 para 2,3 mm. Quando a comparação é em função dos


conectores, pode-se perceber que o SBSC apresenta menor resistência e que o
DBSC apresenta resistência muito similar ao HPSC.

Tabela 29 – Resultados dos ensaios realizados por Bamaga et al. (2019)

𝑷𝒖𝒑𝒆𝒓 𝑷𝒖𝒑𝒆𝒓𝒎é𝒅𝒊𝒂 𝑷𝒑𝒓𝒆


𝑷𝒖 Razão 𝜹𝒖 𝜹𝒖𝒌
(por conector)
Espécime 𝑬𝒙𝒑
(𝒌𝑵) (𝒌𝑵) (𝒌𝑵) (𝒌𝑵) (𝒎𝒎) (𝒎𝒎)
𝑷𝒓𝒆
SBSC250-20-1 172,1 43,03 39,99 1,08 3,03 14,79
40,6
SBSC250-20-2 153,4 38,35 39,99 0,96 31,91 36,94
DBSC250-20-1 208,6 52,15 79,16 0,66 18,87 26,55
51,54
DBSC250-20-2 203,7 50,93 77,54 0,66 13,5 15,5
HPSC250-20-1 192,7 48,18 48,69 0,99 23,56 28,81
51,81
HPSC250-20-2 221,8 55,45 47,02 1,18 31,26 39,22
SBSC250-23-1 176,9 44,23 46,9 0,94 29,87 41,71
44,4
SBSC250-23-2 178,3 44,58 43,85 1,02 35,9 46,58
DBSC250-23-1 214,4 53,6 86,46 0,62 15,64 16,96
57,64
DBSC250-23-2 246,7 61,68 105,28 0,59 20,13 27,45
HPSC250-23-1 220,6 55,15 49,63 1,11 28,12 34,74
52,57
HPSC250-23-2 200 50 48,69 1,03 23,35 26,09
Fonte: adaptado de Bamaga et al. (2019).

Os resultados experimentais de Bamaga et al. (2019) apresentaram


adequada correlação com a previsão teórica de Oguejiofor e Hosain (1997) para os
conectores SBSC e DBSC. De modo geral, os autores consideraram que os
conectores propostos demonstraram eficiência em termos de resistência e
ductilidade, quando comparados com conectores estudados por outros
pesquisadores.
124

Figura 70 – Curvas carga versus deslizamento dos conectores de


Bamaga et al. (2019)

a) SBSC250-20-1 b) SBSC250-20-2

c) DBSC250-20-1 d) DBSC250-20-2

e) HPSC250-20-1 f) HPSC250-20-2
Fonte: adaptado de Bamaga et al. (2019).
125

Figura 71 – Continuação da Figura 70

g) SBSC250-23-1 h) SBSC250-23-2

i) DBSC250-23-1 j) DBSC250-23-2

k) HPSC250-23-1 l) HPSC250-23-2
Fonte: adaptado de Bamaga et al. (2019).

2.2.12. ESTUDO DE GU ET AL. (2019)

Gu et al. (2019) propuseram um conector de cisalhamento Perfobond duplo e


o compararam com o Perfobond convencional (Figura 72). Os autores estudaram
este novo conector por meio de um programa experimental e simulações numéricas.
126

Figura 72 – Conector de cisalhamento


Perfobond convencional de
Gu et al. (2019)

Fonte: Gu et al. (2019).

A fim de estudar o comportamento do conector Perfobond duplo (Figura 73)


foram ensaiados nove espécimes divididos em quatro grupos. Estes espécimes
estão apresentados na Tabela 30, onde é possível observar que os autores
estudaram a influência da variação da resistência do concreto, do diâmetro do furo
do conector e do diâmetro da barra de armadura passante na resistência ao
cisalhamento do conector. A espessura dos conectores foi adotada como 16 mm e
20 mm.

Figura 73 – Conector de cisalhamento Perfobond duplo de Gu


et al. (2019)

Fonte: Gu et al. (2019).


127

Tabela 30 – Parâmetros de estudo dos conectores Perfobond


duplo de Gu et al. (2019)

𝑫 𝒅 𝒇𝒄𝒌
Espécime
(mm) (mm) (MPa)
C85-60-28 60 28 88,7
C70-60-28 60 28 71,7
C45-60-28 60 28 43,4
C30-60-28 60 28 29,1
C70-65-28 65 28 71,1
C70-70-28 70 28 71,1
C85-60-20 60 20 88,7
C85-60-25 60 25 88,7
C45-60-28T 60 28 43,4
Fonte: adptado de Gu et al. (2019).

Nos espécimes com conector Perfobond convencional foram utilizados


artefatos na superfície inferior do conector. Com relação aos espécimes com
conector Perfobond duplo, as duas placas foram soldadas com espaçamento de 300
mm entre eles. As principais características dos ensaios estão apresentadas na
Figura 74.
Com relação aos resultados, a Tabela 31 apresenta a carga máxima obtida
por cada conector (𝑃𝑚𝑎𝑥 ), assim como a resistência característica (𝑃𝑟𝑘 ), o
deslizamento máximo (𝛿𝑚𝑎𝑥 ) e a capacidade de deslizamento característica (𝛿𝑢𝑘 ).
Também é possível visualizar a rigidez inicial (𝐾𝑠 ) e a porcentagem de inclinação
durante a fase plástica (𝐾𝑝 ). Gu et al. (2019) apresentam graficamente como obter
essas rigidezes, o que pode ser observado na Figura 75. A Figura 76 apresenta os
resultados em termos da relação carga versus deslizamento dos conectores
ensaiados.
De acordo com os resultados apresentados é possível analisar que o
aumento da resistência do concreto levou a um substancial aumento da capacidade
resistente dos conectores. O aumento do diâmetro do furo do conector também
causou acréscimo na resistência dos conectores, porém foi um acréscimo mais
discreto. Já a variação do diâmetro da barra da armadura não propiciou influência no
comportamento do conector. No tocante da ductilidade, apenas cinco dos nove
ensaiados puderam ser considerados com dúcteis em concordância com o prescrito
pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004).
128

Figura 74 – Dimensões dos espécimes ensaiados por Gu et al. (2019)

vista frontal (seção) vista lateral (seção) vista superior (seção)


a) Conector de cisalhamento Perfobond duplo

vista frontal (seção) vista lateral (seção) vista superior (seção)


b) Conector de cisalhamento Perfobond convencional
Fonte: Gu et al. (2019).

Tabela 31 – Resultados dos ensaios experimentais realizados por Gu et al. (2019)


𝜹𝒎𝒂𝒙
𝑷𝒎𝒂𝒙 𝜹𝒎𝒂𝒙 𝑲𝒔 𝑲𝒑 𝑷𝒓𝒌 𝜹𝒎𝒂𝒙𝒖𝒌 𝒖𝒌
Espécime 𝜹𝒎𝒂𝒙
(kN) (mm) (kN.mm-1) (kN.mm-1) (kN) (mm)
C85-60-28 5334 3,17 10717 1074 4801 6,89 2,17
C70-60-28 4270 1,59 9742 1670 3843 5,10 3,21
C45-60-28 3854 2,94 9052 1296 3469 7,83 2,66
C30-60-28 3659 1,78 8427 791 3293 3,69 2,07
C70-65-28 4600 1,73 10254 1666 4140 3,62 2,09
C70-70-28 5001 2,94 10506 1058 4501 6,17 2,10
C85-60-20 5117 1,64 10398 2095 4605 8,93 5,45
C85-60-25 5175 1,94 10511 1765 4658 6,88 3,55
C45-60-28T 2100 4,03 5450 256 1890 5,34 1,33
Fonte: adaptado de Gu et al. (2019).
129

Figura 75 – Curva carga versus


deslizamento tri-linear

Fonte: adaptado de Gu et al. (2019).

Figura 76 – Relação carga versus deslizamento dos conectores ensaiados por Gu et


al. (2019)

a) variação da resistência do concreto b) variação do diâmetro do furo do conector

c) variação do diâmetro da armadura d) comparação com conector Perfobond


Fonte: adaptado de Gu et al. (2019).
130

Gu et al. (2019) também analisaram os espécimes por meio de simulações


numéricas. Tais simulações foram realizadas através do solver Explicit do software
Abaqus com a intenção de reduzir o custo e o tempo computacional. Os autores
aplicaram os contatos normais e tangenciais nos modelos. Em relação à malha de
elementos finitos, a discretização dos modelos pode ser observada na Figura 77. No
tocante da modelagem dos materiais, o código chinês foi adotado para simular o
comportamento do concreto.

Figura 77 – Discretização do modelo numérico de Gu et al. (2019)

Fonte: adaptado de Gu et al. (2019).

A Figura 78 apresenta a comparação entre os resultados experimentais e


numéricos em termos da relação carga versus deslizamento. Os autores
consideraram uma adequada correlação entre os resultados, validando assim as
escolhas da modelagem numérica. De acordo com Gu et al. (2019), a correlação foi
excelente na fase elástica, no entanto, houveram algumas divergências na fase
plástica, que pode está relacionada com a simplificação da modelagem dos
materiais.
De modo geral, os autores consideraram que os conectores de cisalhamento
Perfobond duplo podem ser mais econômicos do que o Perfobond convencional
devido à sua superior capacidade de resistência ao cisalhamento, rigidez e
ductilidade.
131

Figura 78 – Validação da relação carga versus deslizamento dos modelos numéricos


de Gu et al. (2019)

a) C30-60-28 b) C45-60-28 c) C70-60-28

d) C70-65-28 e) C70-70-28 f) C85-60-20

g) C85-60-25 h) C85-60-28
Fonte: adaptado de Gu et al. (2019).

2.2.13. ESTUDO DE WANG ET AL. (2019)

Os autores buscaram estudar conectores de cisalhamento do tipo Perfobond


com furos dentados. Para isto, analisaram a diferença entre este conector e o
conector Perfobond com furo circular. Assim, realizaram 8 ensaios do tipo pushout,
variando parâmetros como tipo de furo, disposição e quantidade dos furos,
resistência do concreto e método de carregamento. Os autores também avaliaram
formulações analíticas presentes na literatura técnica a partir dos seus resultados
experimentais.
132

Como é possível observar na Tabela 32, quatro espécimes foram ensaiados


com conectores perfobond de furo circular, identificados com "C" no primeiro dígito.
Os outros quatro espécimes possuíam conectores Perfobond com furo longo e
dentado, assim são identificados com "N”. Os autores também estudaram
conectores com um, identificados com “S”, ou mais furos, identificados com “M” no
terceiro dígito da nomenclatura dos modelos.

Tabela 32 – Parâmetros dos ensaios pushout realizados por Wang et al. (2019)
𝒅 𝒅𝒍 𝒅𝒔 𝒇𝒚 𝒇𝒄 𝑬𝒄 Método de
Espécime Tipo de furo 𝒏
(mm) (mm) (mm) (MPa) (MPa) (GPa) carregamento
C1S Circular 60 - 1 20 356,2 43,2 38,2 Monotônico
C1S-r Circular 60 - 1 20 356,2 43,2 38,2 Repetitivo
C1M Circular 60 - 3 20 356,2 43,2 38,2 Monotônico
C2S Circular 60 - 1 20 356,2 57,4 41,5 Monotônico
Longo
N1S 60 90 1 20 356,2 43,2 38,2 Monotônico
dentado
Longo
N1S-r 60 90 1 20 356,2 43,2 38,2 Repetitivo
dentado
Longo
N1M 60 90 3 20 356,2 43,2 38,2 Monotônico
dentado
Longo
N2S 60 90 1 20 356,2 57,4 41,5 Monotônico
dentado
Fonte: adaptado de Wang et al. (2019).

onde:
𝑑 é o diâmetro do furo;
𝑑𝑖 é o comprimento do furo;
𝑑𝑠 é o diâmetro da barra de armadura passante;
𝑛 é o número de furos;
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento da barra de armadura passante;
𝑓𝑐 é a resistência à compressão do concreto;
𝐸𝑐 é o módulo de elasticidade do concreto.

A Figura 79 apresenta a geometria dos conectores Perfobond analisados.


Cabe salientar que o furo dentado foi formado através de entalhes em um furo
alongado, combinando dois semicírculos de mesmo diâmetro com um retângulo. A
área do furo dentado é 64% maior d que a área do furo circular. Se considerado a
área do dente, esse percentual aumenta para 111%. Figura 80 apresenta os
conectores ensaiados dispostos nas mesas dos perfis metálicos.
133

Figura 79 – Geometria dos conectores Perfobond


ensaiados por Wang et al. (2019)

a) CIS

b) NIS c) CIM d) NIM


Fonte: Wang et al. (2019).

Figura 80 – Conectores ensaiados por Wang et al.


(2019)

a) CIS

c) CIM d) NIM
b) NIS

Fonte: Wang et al. (2019).

A Figura 81 apresenta a configuração dos ensaios pushout realizados pelos


autores, onde é possível observar que foram posicionados blocos de isopor na parte
inferior do conector Perfobond simplesmente para enchimento sem resistência em
134

relação ao concreto. O objetivo é eliminar a tensão na superfície frontal do conector


contra a laje de concreto.

Figura 81 – Configuração dos ensaios pushouts de Wang et al. (2019)

a) Conectores com apenas um furo

b) Conectores com múltiplos furos


Fonte: Wang et al. (2019).

A Tabela 33 apresenta os resultados dos ensaios realizados e a Figura 82, as


curvas carga por conector versus deslizamento. Os autores concluíram que os
conectores Perfobond de furo longo dentado proporcionaram uma capacidade
resistente de cisalhamento cerca de 20% maior quando comparado com os
conectores de furo circular. O conector dentado também apresentou aumento na
rigidez ao cisalhamento em torno de 13% e no deslizamento de pico de
aproximadamente 14%.
Com relação ao tipo de carregamento, observa-se que a utilização da carga
cíclica levou a discreta redução da resistência ao cisalhamento nos conectores
Perfobonds com furo circular, mas não teve influência nos conectores de furo
dentado. Para ambos os conectores este tipo de carregamento implicou em aumento
no deslizamento relativo à carga última.
Avaliando o número de furos em linha, os autores verificaram que a utilização
do conector com múltiplos furos levou a uma redução na capacidade resistente ao
cisalhamento. A Figura 83 apresenta os conectores após ensaio.
135

Tabela 33 – Resultados dos ensaios pushouts realizados por Wang et


al. (2019)

Média da capacidade de Rigidez ao Deslizamento


Espécime cisalhamento por furo cisalhamento no pico

𝑽𝒖 (kN) 𝒌𝒔 (kN.mm-1) 𝒔𝒑 (mm)


C1S 353.4 639 3.98
C1S-r 322.8 591.4 4.4
C1M 325.6 654.8 4.36
C2S 403.7 635.4 4.57
N1S 421.3 721.7 4.55
N1S-r 427.7 650.6 5.17
N1M 400.4 716.5 4.95
N2S 508.8 713.3 5.08
Fonte: adaptado de Wang et al. (2019).

Figura 82 – Curva carga versus deslizamento dos conectores Perfobonds ensaiados


por Wang et al. (2019)

a) fc = 43,2 MPa – b) fc = 57,4 MPa – c) fc = 43,2 MPa –


carregamento monolítico carregamento monolítico carregamento ciclico
Fonte: adaptado de Wang et al. (2019).

Os autores selecionaram algumas formulações analíticas que determinam a


capacidade resistente de cisalhamento de conectores Perfobond. A Tabela 34
apresenta essas formulações. Essas formulações foram utilizadas para calcular as
capacidades resistentes dos conectores de Wang et al. (2019) e a Tabela 35
apresenta esses resultados. Assim, de todas as formulações, a proposta por Zheng
et al. (2016) concordou razoavelmente com os resultados experimentais obtidos.
Assim, os autores concluem que ela pode ser utilizada para prever a resistência ao
cisalhamento de conectores Perfobond tanto com furo circular quanto com furo longo
dentado.
136

Figura 83 – Conectores de Wang et al.


(2019) após ensaio

a) CIS

b) NIS c) CIM d) NIM

Fonte: Wang et al. (2019).

Tabela 34 – Formulações analíticas propostas por outros autores

Autores Equações propostas

Leonhardt et al. (1987) 𝑉𝑢 = 2,23 𝐴𝑓𝑐 (1)

Hosaka et al. (2000) 𝑉𝑢 = 1,85 [(𝐴 − 𝐴𝑠 )𝑓𝑐 + 𝐴𝑠 𝑓𝑢 ] − 26,1 ∗ 10³ (2)

Oguejiofor e Hosain 𝑉𝑢 = 4,21𝑛𝐴√𝑓𝑐 + 0,91𝐴𝑡𝑟 𝑓𝑦 + 4,5ℎ𝑡𝑓𝑐 (3)


(1997)

Medberry e Shahrooz 𝑉𝑢 = 1,66𝑛𝐴√𝑓𝑐 + 0,9𝐴𝑡𝑟 𝑓𝑦 + 0,747𝑏ℎ𝑒𝑐𝑠 √𝑓𝑐 + 0,413𝑏𝑓 𝐿𝑐 (4)


(2002)

Al-Darzi et al. (2007) 𝑉𝑢 = 5,05𝑛𝐴√𝑓𝑐 − 7,59 − 10−4 𝐴𝑡𝑟 𝑓𝑦 + 0,762ℎ𝑡𝑓𝑐 + 255310 (5)

He et al. (2016) 𝑉𝑢 = 𝜏𝑏 𝐴𝑏 + 1,06(𝐴 − 𝐴𝑠 ) 𝑓𝑐𝑢 + 2,09𝐴𝑠 𝑓𝑦 𝜏𝑏


(6)
𝑉𝑢 = −0,022𝑓𝑐𝑢 + 0,306√𝑓𝑐𝑢 − 0,573

Zheng et al. (2016) 𝑉𝑢 = 1,76𝛼𝐴 (𝐴 − 𝐴𝑠 )𝑓𝑐 + 1,58𝐴𝑠 𝑓𝑦 𝛼𝐴 = 3,8(𝐴𝑠 ⁄𝐴)2⁄3 (7)

Fonte: adaptado de Wang et al. (2019).


137

Tabela 35 – Verificação e comparação dos resultados analíticos com experimentais

Capacidade cisalhante (kN)


Espécime Equações propostas
Ensaio Equação Equação Equação Equação Equação Equação Equação
1 2 3 4 5 6 7
C1S 353,4 272,4 470,8 281,9 453,2 349 414,5 344,7
C1S-r 322,8 272,4 470,8 281,9 453,2 349 414,5 344,7
C1M 325,6 272,4 470,8 281,9 453,2 349 414,5 344,7
C2S 403,7 361,9 536,8 293,8 491,7 363,3 448,3 399,8
N1S 421,3 575,8 722,5 369,1 487,6 453,5 640,9 406,4
N1S-r 427,7 575,8 722,5 369,1 487,6 453,5 640,9 406,4
N1M 400,4 575,8 722,5 369,1 487,6 453,5 640,9 406,4
N2S 508,8 765,1 871,3 394,3 531,3 483,8 717,1 481,9
Fonte: adaptado de Wang et al. (2019).

2.2.14. ESTUDO DE RAMASAMY E GOVINDAN (2020)

Ramasamy e Govindan (2020) estudaram experimentalmente conectores de


cisalhamento do tipo Perfobond com furos triangulares (Figura 84).

Figura 84 – Conector de cisalhamento


Perfobond com furo triangular
de Ramasamy e Govindan
(2020)

Fonte: Ramasamy e Govindan (2020).


138

Segundo os autores, o principal parâmetro que influencia na capacidade de


resistência do conector é a posição da ponta do orifício triangular em relação à viga
de aço de aço.
No tocante do programa experimental, os autores ensaiaram dois espécimes
distintos. A diferença entre os espécimes ensaiados é a posição do furo triangular,
como é possível observar na Figura 85. A Tabela 36 apresenta as dimensões dos
conectores ensaiados e a Figura 86, a disposição dos elementos. Cabe mencionar
que os autores seguiram o preconizado pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004) no tocante
da execução dos ensaios.

Figura 85 – Conectores de cisalhamento Perfobond


com furo triangular ensaiados por
Ramasamy e Govindan (2020)

a) Conector com a ponta do b) Conector com a ponta do


furo faceando a mesa da viga furo faceando o outro lado
(TR1) (TR2)
Fonte: Ramasamy e Govindan (2020).

Tabela 36 – Dimensões do conector Perfobond de furo triangular de Ramasamy e


Govindan (2020)

Largura do Altura do Altura do Comprimento


Seção triângulo (b) triângulo (H) conector (B) do conector (L)
[mm] [mm] [mm] [mm]
Perfobond 50 30 40 500
Fonte: adaptado de Ramasamy e Govindan (2020).

A Figura 87 apresenta as curvas carga versus deslizamento dos modelos


como resultado dos ensaios. É possível observar que ambos os modelos
139

alcançaram carga de pico muito próximas, diferença de 1,7%, mas apresentaram


comportamentos distintos.

Figura 86 – Disposição dos elementos no ensaio


Pushout de Ramasamy e Govidan
(2020)

a) Disposição dos elementos b) Disposição das armaduras


Fonte: Ramasamy e Govindan (2020).

Figura 87 – Curva carga versus deslizamento dos modelos ensaiados por


Ramasamy e Govindan (2020)

a) TR1 b) TR2
Fonte: adaptado de Ramasamy e Govindan (2020).

A Tabela 37 e a Tabela 38 apresentam os resultados em termos de carga e


deslizamentos máximos. A conclusão dos autores sobre a influência da posição da
ponta do furo triangular no conector é que se a ponta estiver faceando a mesa da
140

viga, é possível obter uma resistência maior. Porém, se o intuito for alcançar uma
capacidade de deformação maior, Ramasamy e Govindan (2020) recomendam a
disposição do furo com a ponta faceando o lado oposto ao da mesa do perfil
metálico. Mesmo esta disposição não levando à maior resistência, é uma resistência
adequada.

Tabela 37 – Máxima resistência dos conectores ensaiados


por Ramasamy e Govindan (2020)

Força máxima Deslizamento correspondente


Espécime
(kN) (mm)
TR1 562,1 7,95
TR2 571,8 11,4
Fonte: adaptado de Ramasamy e Govindan (2020).

Tabela 38 – Máximo deslizamento obtido pelos conectores


ensaiados por Ramasamy e Govindan (2020)

Deslizamento máximo Resistência correspondente


Espécime
(mm) (kN)
TR1 21,14 260,1
TR2 24,57 593,15
Fonte: adaptado de Ramasamy e Govindan (2020).

2.2.15. ESTUDO DE YU ET AL. (2020)

Os autores estudaram conectores de cisalhamento do tipo Perfobond em


espécimes onde o concreto utilizado nas lajes foi produzido com agregados
reciclados. Cabe salientar que essa substituição foi de 100%. Para este estudo, os
autores realizaram um programa experimental, de acordo com o preconizado pelo
Eurocode 4 (EN 1994, 2004), e para ampliar as variáveis estudadas, também
realizaram um estudo paramétrico, a partir do método dos elementos finitos.
No tocante do programa experimental, a Tabela 39 apresenta os parâmetros
dos espécimes. O programa experimental foi dividido em 3 grupos, como pode ser
observado na tabela, onde cada um dos grupos consistia em dois ensaios de igual
141

teor. A diferença entre os grupos é a espessura do conector Perfobond, entre 8 mm,


10 mm e 12 mm.

Tabela 39 – Parâmetros dos ensaios pushout realizados por Yu et al. (2020)


Espessura do Número de Diâmetro (mm)
Grupo Espécime
conector (mm) furos Furo Armadura Estribo
1 R-t8 8
2 R-t10 10 1 60 20 10
3 R-t12 12
Fonte: adaptado de Yu et al. (2020).

A Figura 88 apresenta o esquema dos ensaios pushouts realizados pelos


autores, onde é possível observar a variação da espessura dos conectores. Cabe
ressaltar que blocos de espuma/isopor foram posicionados no fundo do conector,
como pode ser visto na Figura 89, com intuito de retirar a influência dessa região de
concreto no comportamento do conector.

Figura 88 – Dimensões dos espécimes experimentais de Yu et al.


(2020)

a) vista frontal b) vista lateral

c) vista de cima d) dimensões e geometria do Perfobond


Fonte: adaptado de Yu et al. (2020).
142

Figura 89 – Esquema em 3D do modelo


ensaiado por Yu et al. (2020)

Fonte: adaptado de Yu et al. (2020).

A Figura 90 apresenta as curvas carga por conector versus deslizamento


obtidas como resultado do programa experimental realizado por Yu et al. (2020). De
acordo com os autores, o comportamento das curvas é semelhante ao de
conectores Perfobond, quando concretos convencionais são utilizados. Ainda sobre
as curvas, pode ser observado que os conectores com espessuras mais espessas
apresentaram resistências maiores do que os conectores mais finos. Os autores
relacionam a maior resistência dos conectores mais espessos com a pouca
deformação plástica local que reduziu o momento no plano do conector e a força de
elevação ao redor do furo do conector, retardando a formação de fissuras.

Figura 90 – Curva carga versus deslizamento

a) Conector com espessura de b) Conector com espessura de c) Conector com espessura de


8 mm 10 mm 12 mm
Fonte: adaptado de Yu et al. (2020).
143

A Figura 91 apresenta os conectores após as falhas dos ensaios. Segundo os


autores, o modo de falha de todos os espécimes ensaiados foi a plastificação do
conector. Como é possível observar, uma grande deformação plástica ocorreu no
conector de menor espessura, que acabou resultando em fraturas tanto vertical
quanto horizontal, os autores relacionam isto à pequena espessura do conector.
Para espessura intermediária, apenas fratura vertical foi observada. Já para o
conector mais espesso, a fratura se desenvolveu junto à solda, mas também houve
ruptura na borda superior da seção do furo.

Figura 91 – Conectores após ensaio

𝑡𝑠 = 8 mm 𝑡𝑠 = 10 mm 𝑡𝑠 = 12 mm
Fonte: adaptado de Yu et al. (2020).

Como mencionado anteriormente, os autores ampliaram as análises por meio


de um estudo paramétrico. Este estudo foi realizado por meio do método dos
elementos finitos, através do software Abaqus. A Figura 92 apresenta o modelo de
elementos finitos desenvolvidos pelos autores

Figura 92 – Modelo de elementos finitos

a) modelo 1/4 b) componentes do modelo numérico


Fonte: adaptado de Yu et al. (2020).
144

A Figura 93 apresenta a validação do modelo numérico através das curvas


carga por conector versus deslizamento. Assim, os autores consideraram uma
validação adequada e buscaram através do método dos elementos finitos analisar
mais espessuras de conectores, assim como estudar a influencia da resistência do
conector e o diâmetro da barra de armadura passante.

Figura 93 – Validação dos modelos numéricos

a) Comparação entre as curvas carga versus


deslizamento dos modelos experimentais e
numéricos

b) Conector de cisalhamento – c) Conector de cisalhamento –


simulação numérica ensaio experimental
Fonte: adaptado de Yu et al. (2020).

A Figura 94 apresenta os resultados obtidos pelo estudo paramétrico


realizado pelos autores. Assim, analisando a influência da espessura do conector,
pode-se afirmar que a resistência ao cisalhamento aumenta à medida que a
espessura do conector Perfobond aumenta. Quanto a influência da resistência do
conector, os autores observaram que a resistência ao cisalhamento também
aumenta quando o conector é mais resistente, porém, para conectores com
145

resistências acima de 400 MPa, não observa-se diferença significativa. Com relação
a influência do diâmetro da barra de armadura passante, é notável que a resistência
é influenciada pelo aumento do diâmetro. Para corroborar, pode-se analisar esse
aumento de resistência na Tabela 40.

Figura 94 – Curva carga por conector versus deslizamento do estudo paramétrico de


Yu et al. (2020)

a) Influência da espessura do b) Influência da resistência do c) Influência do diâmetro da


conector conector armadura passante
Fonte: adaptado de Yu et al. (2020).

Tabela 40 – Influência do diâmetro da armadura passante

Diâmetro da Rigidez ao Resistência Resistência


Espécime armadura passante cisalhamento elástica última
(mm) (kN/mm) (kN) (kN)
R-t12-Q235-d0 0 2358 454 741
R-t12-Q235-d8 8 2547 515 857
R-t12-Q235-d12 12 2784 602 992
R-t12-Q235-d16 16 3036 637 1058
R-t12-Q235-d20 20 3182 644 1067
Fonte: adaptado de Yu et al. (2020).

2.3. CONSIDERAÇÕES

É importante mencionar que as recomendações do Eurocode 4 (EN 1994,


2004) aqui apresentadas serão utilizadas no presente trabalho, assim como na
continuação dele.
146

Diferentes geometrias foram estudadas para conectores de cisalhamento e


muitas delas propiciaram bom comportamento estrutural, assim como adequada
resistência.
Fora as geometrias, os pesquisadores vêm estudando outros parâmetros a
fim de analisarem a sua influencia direta na resistência do conector de cisalhamento,
como:
a) Tensão de escoamento do conector.
b) Espessura do conector.
c) Existência e quantidade de furos do conector.
d) Diâmetro do furo do conector.
e) Existência de armadura passante.
f) Diâmetro da armadura passante.
g) Resistência à compressão do concreto.

Assim, os pesquisadores seguem estudando e propondo novos conectores


que alcancem boas resistência e ductilidade. Deste modo, neste trabalho serão
levadas em considerações as recomendações e conclusões dos autores precursores
no estudo do conector de cisalhamento tubular que pretende-se desenvolver.
147

3. PROPOSTA DE ESTUDO PARA A TESE DE DOUTORADO

Em tese, este trabalho refere-se a uma proposta do que e como pretende-se


estudar durante a tese de doutorado. Deste modo, e como já mencionado, visa-se
propor e estudar um conector de cisalhamento com seção transversal tubular.
No tocante da tese, para o estudo de tal conector, é planejada uma
modelagem numérica preliminar a fim de permear diretrizes para um programa
experimental de ensaios pushouts. Em um cenário ideal, este programa
experimental seria extenso, viabilizando a análise de todos os possíveis parâmetros
de influência do comportamento de conector. Porém, devido às inúmeras
circunstâncias, isto não se faz possível. Para propiciar um estudo mais complexo,
que possibilite a análise dos parâmetros citados, um estudo paramétrico é
pretendido.
Muitos autores têm proposto formulações analíticas que possibilitem a
determinação da resistência dos conectores. Essas formulações vêm se
transformando em importantes pontos de pesquisa, porém algumas divergências
são encontradas nos resultados quando comparadas várias formulações. Isto faz
com que ainda exista uma demanda por estas equações.
Posto isto, após rigorosa análise de resultados, que inclui uma análise
estatística dos mesmos, uma formulação analítica é planeada.
Exposto brevemente o possível escopo da tese de doutorado, a seguir uma
resumida, porém mais específica, descrição das fases deste escopo será
apresentada.

3.1. MODELAGEM NUMÉRICA

A modelagem numérica se apresenta como uma excelente solução


computacional que é capaz de reproduzir comportamentos estruturais de modo fiel,
o que pode ser verificado através de comparações com resultados analíticos e
experimentais.
148

O emprego da modelagem pode auxiliar no programa experimental, pois


possibilita a prevenção do comportamento estrutural do modelo a ser estudado,
assim como dos fenômenos que podem ocorrer. Deste modo, em relação à tese de
doutorado, a modelagem numérica será utilizada em duas diferentes etapas. Na
primeira etapa, modelos preliminares serão desenvolvidos a fim de possibilitar a
verificação da viabilidade do conector proposto frente ao comportamento de outros
conectores. Neste momento, algumas escolhas serão feitas, como resistência dos
materiais, geometria do conector e opção de armadura passante.
Estes modelos preliminares servem como base para análise dos fenômenos
estruturais, das resistências e do comportamento do protótipo a ser estudado. Esse
conhecimento prévio possibilita um melhor planejamento do programa experimental,
incluindo a decisão de qual protótipo ensaiar, quais materiais utilizar e onde
instrumentar, por exemplo, o que pode levar a significativa redução no custo geral do
programa experimental.
A modelagem preliminar geralmente é validada a partir de resultados
precursores. No caso deste estudo, não foram encontrados resultados de
conectores similares, então foi feito uso de resultados de conectores Perfobond de
Vianna (2009).
A segunda etapa da modelagem numérica ocorre após o programa
experimental, onde é possível validar os modelos preliminares, utilizando as
propriedades dos materiais obtidas por meio da caracterização, com os resultados
dos ensaios experimentais. Nesta etapa, um estudo paramétrico pode ser
desenvolvido, onde serão analisados novos casos de estudo que não foram
contemplados no programa experimental.
Na presente proposta de tese será apresentada uma breve modelagem
numérica preliminar para possibilitar o estudo da viabilidade ou não do conector de
cisalhamento tubular proposto neste trabalho.

3.2. PROGRAMA EXPERIMENTAL

Como conhecido, o modo mais utilizado para o estudo de conectores de


cisalhamento é o recomendado pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004), através do ensaio
149

pushout. Porém, antes de abordar o programa experimental em si é necessário


pensar no seu planejamento.

3.2.1. PLANEJAMENTO DO PROGRAMA EXPERIMENTAL

O planejamento é uma das etapas mais importantes do programa


experimental, onde se pode verificar ou não a sua viabilidade, prever fenômenos que
possibilitem uma correta e econômica instrumentação, assim como garantir a
aquisição da quantidade adequada de material para contemplar todo programa
experimental sem perdas, entre outros pontos. A partir de um correto planejamento é
possível conseguir extrair dos ensaios resultados satisfatórios que atendam ao
estudo em questão. De acordo com Button (2016), um planejamento apropriado
possibilita a redução da variabilidade de resultados e a redução de tempos de
análise e dos custos envolvidos.
Deste modo, um dos principais pontos do planejamento é a determinação do
número de modelos e ensaios a serem realizados em função do número de variáveis
ou parâmetros a serem estudados. O arranjo dessas variáveis pode acarretar em um
expressivo número de protótipos e ensaios. O projeto de experimentos é uma
clássica série de técnicas baseada na estatística, segundo Rodrigues et al. (2015),
para execução de um planejamento. O projeto de experimentos busca otimizar o
número de ensaios visando alcançar todas as variáveis de estudo a fim de encontrar
as respostas desejadas pelo programa.
Diversos são os métodos utilizados para planejamento de programas
experimentais, como um fator por vez (PAREDES, 2012), planejamento fatorial
(CUNICO et al., 2008), projeto robusto (FREITAS et al., 2007), entre outros. Neste
trabalho, o método utilizado será o projeto robusto proposto por Taguchi (1999).
150

3.2.1.1. MÉTODO “PROJETO ROBUSTO” DE TAGUCHI (1999)

O método em questão visa melhorar as características do processo ou de um


produto, por meio da identificação e ajuste das variáveis de estudo, que irão
minimizar a variação do produto final, em relação ao seu objetivo.
O método projeto robusto ou simplesmente método de Taguchi realiza por
meio de uma matriz ortogonal, a combinação das variáveis de modo a otimizar o
produto final. Quando aplicado ao problema deste trabalho, o método em questão
leva a minimização do numero de ensaios a ser realizado e a otimização das
respostas, que neste caso é a resistência do conector de cisalhamento. Deste modo,
esta é a variável de output a ser estudada.
Definidas a resposta do problema e a variável de output, o próximo passo é
escolher a característica de qualidade que se adéqua ao estudo em questão. Dentre
as três, quanto maior melhor, quanto menor melhor e nominal é melhor, a primeira é
a que mais se adéqua à resposta escolhida. Sucintamente, o método proposto por
Taguchi pode ser dividido em quatro importantes etapas:
a) Identificação dos fatores (variáveis de projeto).
b) Planejamento e condução dos experimentos.
c) Predição dos níveis ótimos dos parâmetros.
d) Validação dos resultados.

Aplicando o método no trabalho em questão, a Tabela 41 apresenta as


variáveis de projeto ponderadas, ou fatores de controle. Vale mencionar que tais
fatores consideram um cenário ideal onde a influência de todos eles na resistência
do conector possa ser estudada.
Ainda com relação aos fatores, um ponto importante é a quantificação dos
níveis e sua determinação. Assim, a Tabela 42 exibe a especificação de cada nível
dos fatores. E, como é possível observar, apenas dois níveis foram escolhidos
devido a uma restrição do método em questão, onde o número de níveis
necessariamente deve ser o mesmo para todos os fatores. O fato de alguns fatores
apresentarem apenas duas possibilidades, como sim e não, por exemplo, todos os
demais ficam limitados a esta quantidade de possibilidades.
151

Tabela 41 – Fatores de controle do método de Taguchi

Fatores de controle
1 Seção do conector
2 Altura do conector
3 Espessura do conector
4 Existência de furo
5 Existência de armadura passante
6 Tipo do aço do conector
7 Resistência do concreto

Tabela 42 – Níveis dos fatores de controle do método de Taguchi

Fatores de controle Nível 1 Nível 2


1 Seção do conector Quadrada Retangular
2 Altura do conector ℎ1 = 70 mm ℎ2 = 80 mm
3 Espessura do conector 𝑒1 = 3,6 mm 𝑒2 = 5,0 mm
4 Existência de furo Não Sim
5 Existência de armadura passante Não Sim
6 Tipo do aço do conector Carbono Inoxidável
7 Resistência do concreto 𝑓𝑐 1 = 28 MPa 𝑓𝑐 2 = 52 MPa

Para determinar a quantidade de ensaios, o método faz uso de uma matriz de


distribuição ortogonal. A fim de facilitar a obtenção da referida matriz, o software
Minitab Statistical 19 foi empregado.
Para o número de fatores e níveis aqui estudados, o método propõe três
opções da matriz ortogonal L x, são elas: L12, L16 e L32, onde o índice representa a
quantidade de experimentos proposta pelo método para ser realizada. Cabe
mencionar que caso fosse utilizando um método fatorial, o mínimo de 2 7 = 128
ensaios era o necessário para estudar a influência dos fatores de controle. Desta
forma é possível constatar que o método de Taguchi conduz a uma quantidade
inferior de ensaios sem que haja perda de qualidade no experimento.
Optou-se para este estudo, utilizar a matriz ortogonal L16 a fim de varrer uma
quantidade satisfatória de combinações dos fatores de controle. Deste modo, a
matriz ortogonal de planejamento adotada sugere a realização de 16 ensaios para a
quantidade de fatores de controle e níveis indicados anteriormente.
Posto todas as informações necessárias, a matriz de distribuição ortogonal de
planejamento obtida por meio de um experimento de Taguchi pode ser observada na
152

Tabela 43. Importante ressaltar que o software utilizado gerou a matriz em questão
em função das informações de input, como a quantidade de fatores de controle e
níveis e o tipo de matriz Lx.

Tabela 43 – Matriz de distribuição ortogonal L 16

Altura do Espessura Resistência


Seção do Existência Existência Tipo do
Nº conector do conector do concreto
conector de furo de AR aço
(mm) (mm) (MPa)
1 Quadrada ℎ1 = 70 𝑒1 = 3,6 Não Não Carbono fc1 = 28
2 Quadrada ℎ1 = 70 𝑒1 = 3,6 Não - Inoxidável fc2 = 52
3 Quadrada ℎ1 = 70 𝑒2 = 5,0 Sim Não Carbono fc2 = 52
4 Quadrada ℎ1 = 70 𝑒2 = 5,0 Sim Sim Inoxidável fc1 = 28
5 Quadrada ℎ2 = 80 𝑒1 = 3,6 Sim Não Inoxidável fc1 = 28
6 Quadrada ℎ2 = 80 𝑒1 = 3,6 Sim Sim Carbono fc2 = 52
7 Quadrada ℎ2 = 80 𝑒2 = 5,0 Não Não Inoxidável fc2 = 52
8 Quadrada ℎ2 = 80 𝑒2 = 5,0 Não - Carbono fc1 = 28
9 Retangular ℎ1 = 70 𝑒1 = 3,6 Não Não Carbono fc1 = 28
10 Retangular ℎ1 = 70 𝑒1 = 3,6 Não - Inoxidável fc2 = 52
11 Retangular ℎ1 = 70 𝑒2 = 5,0 Sim Não Carbono fc2 = 52
12 Retangular ℎ1 = 70 𝑒2 = 5,0 Sim Sim Inoxidável fc1 = 28
13 Retangular ℎ2 = 80 𝑒1 = 3,6 Sim Não Inoxidável fc1 = 28
14 Retangular ℎ2 = 80 𝑒1 = 3,6 Sim Sim Carbono fc2 = 52
15 Retangular ℎ2 = 80 𝑒2 = 5,0 Não Não Inoxidável fc2 = 52
16 Retangular ℎ2 = 80 𝑒2 = 5,0 Não - Carbono fc1 = 28

Em princípio, um dos objetivos do método é propiciar o estudo do efeito que


as mudanças nas configurações dos ensaios provocam no sistema em estudo. Após
a realização dos experimentos, os resultados obtidos podem ser analisados de
acordo com o método para separar e quantificar o tamanho e direção dos efeitos
que cada parâmetro ou fator de controle teve no sistema e na resposta final, no caso
deste estudo, a resistência do conector de cisalhamento.

3.2.1.2. QUANTITATIVO DE ENSAIOS EXPERIMENTAIS

Como é possível observar, os ensaios 2, 8, 10, e 16 possuem o caractere “-”


no fator de controle “Existência de armadura passante”. Isto ocorre devido ao fato do
método impor que todos os fatores possuam o mesmo número de níveis, assim,
153

facilmente pode-se observar tais ensaios incoerentes. Nestes casos, o método


estaria recomendando que apesar do conector não possuir furos, a influência da
existência de armadura passante poderia ser estudada.
Situação exposta, cabe citar que não existe a intenção de alterar o método
aqui empregado. Porém, como o método não prever todas as combinações
possíveis, pensou-se em alterar as combinações incoerentes por algumas possíveis
ainda não existentes. Assim, a Tabela 44 apresenta a matriz de distribuição
ortogonal alterada em função da incoerência mencionada anteriormente.

Tabela 44 – Matriz de distribuição ortogonal L 16 alterada

Altura do Espessura Resistência


Seção do Existência Existência Tipo do
Nº conector do conector do concreto
conector de furo de AR aço
(mm) (mm) (MPa)
1 Quadrada ℎ1 = 70 e1 = 3.6 Não Não Carbono fc1 = 28
2 Quadrada ℎ1 = 70 e1 = 3.6 Sim Sim Inoxidável fc2 = 52
3 Quadrada ℎ1 = 70 e2 = 5.0 Sim Não Carbono fc2 = 52
4 Quadrada ℎ1 = 70 e2 = 5.0 Sim Sim Inoxidável fc1 = 28
5 Quadrada ℎ2 = 80 e1 = 3.6 Sim Não Inoxidável fc1 = 28
6 Quadrada ℎ2 = 80 e1 = 3.6 Sim Sim Carbono fc2 = 52
7 Quadrada ℎ2 = 80 e2 = 5.0 Não Não Inoxidável fc2 = 52
8 Quadrada ℎ2 = 80 e2 = 5.0 Sim Sim Carbono fc1 = 28
9 Retangular ℎ1 = 70 e1 = 3.6 Não Não Carbono fc1 = 28
10 Retangular ℎ1 = 70 e1 = 3.6 Sim Sim Inoxidável fc2 = 52
11 Retangular ℎ1 = 70 e2 = 5.0 Sim Não Carbono fc2 = 52
12 Retangular ℎ1 = 70 e2 = 5.0 Sim Sim Inoxidável fc1 = 28
13 Retangular ℎ2 = 80 e1 = 3.6 Sim Não Inoxidável fc1 = 28
14 Retangular ℎ2 = 80 e1 = 3.6 Sim Sim Carbono fc2 = 52
15 Retangular ℎ2 = 80 e2 = 5.0 Não Não Inoxidável fc2 = 52
16 Retangular ℎ2 = 80 e2 = 5.0 Sim Sim Carbono fc1 = 28

A repetição dos ensaios pode ser uma ferramenta muito importante a fim de
auxiliar na validação dos resultados. Porém, o método aqui utilizado não prevê a
repetitividade dos ensaios. No entanto, caso tal ferramenta seja interessante para o
usuário, pode-se escolher entre replicação e repetição.
Optar por repetir os ensaios implicaria diretamente no cronograma e no custo
final do programa experimental. Tal repetição demanda de um cenário ideal, o que
infelizmente nem sempre é acessível. Assim, dois cenários serão apresentados, um
sem considerar a repetição e um segundo adotando uma repetição. Ou seja, para o
cenário sem repetição, o método propõem 16 ensaios. Uma vez que para o segundo
cenário, um total de 32 ensaios é considerado.
154

Considerando o cenário com repetições, o método prevê que é necessário


que cada condição de ensaio seja repetida o número de vezes previsto antes de
passar para a próxima condição de ensaio.

3.2.2. DETALHES DO PROGRAMA EXPERIMENTAL

Neste subitem serão apresentados os detalhes relacionados ao programa


experimental aqui planejado com relação à nomenclatura dos protótipos e a
geometria dos conectores. Assim como serão apresentadas a instrumentação e o
quantitativo de materiais necessários, a fim de auxiliar o bom andamento do
programa experimental, uma vez que prever a quantidade adequada de insumos
pode garantir um conveniente andamento do cronograma.

3.2.2.1. ENSAIO PUSHOUT

Bezerra et al. (2018) afirmaram que o ensaio tem provado ser muito eficaz na
avaliação da resistência máxima ao cisalhamento e da capacidade de deformação
de conectores de cisalhamento. Em tese, o ensaio pushout em questão permite
obter relações entre forças aplicadas e deformações correspondentes de forma
simples e direta quando comparado com o os ensaios de flexão. Tal ensaio é
preconizado pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004) e foi detalhado no item 2.1.
Na generalidade, o ensaio pushout consiste em um perfil metálico de seção “I”
em posição vertical de comprimento pequeno entre duas lajes de concreto armado.
As lajes em questão são solidarizadas ao perfil metálico através dos conectores de
cisalhamento que serão estudados. Conectores estes que são soldados à mesa do
perfil de aço e concretados junto às lajes.
No tocante da preparação dos protótipos, algumas recomendações são
conhecidas, tais como:
155

a) a superfície de contato entre a mesa do perfil e a laje de concreto deve


ser engraxada de modo a eliminar a aderência química entre os
materiais;
b) o concreto deve sofrer cura ao ar;
c) deve-se também determinar a resistência ao escoamento do aço do
conector.

Um ponto importante a ser considerado é o fato de alguns pesquisadores


como Kim et al. (2018) e Zheng et al. (2019) utilizarem uma espécie de isopor na
extremidade do conector de cisalhamento a fim de diminuir ou até mesmo evitar
certas tensões e resistência providas pelo concreto (Figura 95). Esta manobra tem
por objetivo isolar o conector para que sua resistência não seja afetada pelo efeito
de ponta. Assim, um estudo de viabilidade do uso do isopor pode ser realizado.

Figura 95 – Isopor utilizado no ensaio


pushout

Fonte: adaptado de Zheng et al. (2019).

Ainda com relação à preparação dos protótipos, um fator que demanda certa
atenção é aderência existente entre o perfil metálico e a laje de concreto. Assim,
pode-se optar em aplicar óleo desmoldante em toda a superfície externa das mesas
156

do perfil I, de modo a evitar que os resultados sejam afetados pela adesão química
entre o perfil de aço e a laje de concreto, conforme sugerido e adotado por
Veríssimo (2007), Vianna (2009) e Ramasamy e Govindan (2020).
Acerca das dimensões, assim como do procedimento do ensaio, estes devem
seguir as diretrizes do Eurocode 4 (EN 1994, 2004). A geometria dos protótipos
preconizada pelo código normativo em questão está relacionada ao emprego e
estudo do conector stud. Para este estudo a geometria (Figura 96) será ajustada em
função do conector a ser estudado e poderá ser encontrada no item 3.2.2.3.

Figura 96 – Ensaio pushout para


avaliação do conector
tubular

De modo geral, a partir dos resultados do ensaio em pauta, é possível avaliar


a resistência ao cisalhamento, a ductilidade, a deformação, a fissuração e o
esmagamento do concreto, a deformação do conector, a rigidez ao cisalhamento do
conector e o modo de falha e a separação entre a laje de concreto e o perfil metálico
(uplift).
Como pode ser observado na Figura 97, a capacidade de deslizamento, que
auxilia na avaliação da ductilidade do conector, e a resistência ao cisalhamento
podem ser graficamente obtidas a partir da relação carga versus deslizamento do
157

conector. Ainda em cima de tal relação, Chen et al. (2011) afirmam que é possível
determinar a rigidez ao cisalhamento do conector. Segundo os autores, tal rigidez
pode ser definida como a secante no ponto de carga equivalente a um deslizamento
relativo médio de 0,2mm (Figura 98).

Figura 97 – Obtenção da resistência e


capacidade de deslizamento

Fonte: adaptado de Kim et al. (2018).

Figura 98 – Obtenção da rigidez Comentado [WU8]: ao cisalhamento

Fonte: adaptado de Chen et al. (2011).

3.2.2.2. NOMENCLATURA DOS ESPÉCIMES

Com o intuito de auxiliar na posterior análise de resultados, neste subitem


serão apresentadas as nomenclaturas dos protótipos a serem ensaiados
158

experimentalmente, uma vez que já foi definido o número de ensaios e modelos que
serão estuados no programa experimental.
Assim, as nomenclaturas dos modelos a serem ensaiados podem ser
observadas na Tabela 45. A fim de propiciar um melhor entendimento das
nomenclaturas, a Figura 99 apresenta sua legenda.

Tabela 45 – Nomenclatura dos modelos experimentais

Nº do
Nomenclatura
ensaio
1 TQ-70-E3,6-SF-CB-28
2 TQ-70-E3,6-2F-AR-IN-52
3 TQ-70-E5-2F-CB-52
4 TQ-70-E5-2F-AR-IN-28
5 TQ-80-E3,6-2F-IN-28
6 TQ-80-E3,6-2F-AR-CB-52
7 TQ-80-E5-SF-IN-52
8 TQ-80-E5-2F-AR-CB-28
9 TR-70-E3,6-SF-CB-28
10 TR-70-E3,6-2F-AR-IN-52
11 TR-70-E5-2F-CB-52
12 TR-70-E5-2F-AR-IN-28
13 TR-80-E3,6-2F-IN-28
14 TR-80-E3,6-2F-AR-CB-52
15 TR-80-E5-SF-IN-52
16 TR-80-E5-2F-AR-CB-28

Figura 99 – Legenda da nomenclatura dos modelos a serem ensaiados


experimentalmente
159

3.2.2.3. GEOMETRIA

Como antes mencionado, o Eurocode 4 (EN 1994,2004) preconiza a


geometria do protótipo a ser ensaiado experimentalmente. Porém, algumas
alterações geométricas serão adotadas no que concerne ao emprego do conector
tubular proposto. A Figura 100 apresenta as geometrias e dimensões que serão
adotadas para os modelos.

Figura 100 – Geometria do ensaio pushout com dimensões alteradas


devido ao conector tubular
160

Como é possível observar a partir da Figura 100, o diâmetro das barras das
armaduras foi adotado como 10 milímetros. Outra definição está relacionada com o
perfil “I” da viga metálica, que foi adotado como HEB 260. Com relação ao perfil,
este pode ser alterado para um similar de acordo com a viabilidade local.
A respeito dos conectores, para definição da sua geometria, foi utilizada a
tabela de perfis tubulares da empresa Vallourec. Como exposto no item 3.2.1.1,
serão adotadas duas seções, uma quadrada e outra retangular, e para cada tipo de
seção, duas alturas distintas, 70 e 80 mm. Outra variação de parâmetro proposta
está relacionada com a espessura dos conectores, onde adotou-se a espessura de
3,6 mm e a de 5 mm. A Tabela 46 exibe resumidamente as seções adotadas para
este estudo.

Tabela 46 – Seções tubulares a serem estudadas


experimentalmente

Seção Referência Dimensões


TQ-70-E3,6 70 x 70 x 3,6 mm
TQ-70-E5 70 x 70 x 5,0 mm
Quadrada
TQ-80-E3,6 80 x 80 x 3,6 mm
TQ-80-E5 80 x 80 x 5,0 mm
TR-70-E3,6 70 x 50 x 3,6 mm
TR-70-E5 70 x 50 x 5,0 mm
Retangular
TR-80-E3,6 80 x 50 x 3,6 mm
TR-80-E5 80 x 50 x 5,0 mm

Ainda com relação à geometria dos conectores tubulares, é importante


mencionar que a distância horizontal entre os furos é de 2,66d. Tal distância está de
acordo com o recomendado por Oguejiofor e Hosain (1994), que propõem uma
distância mínima entre furos de 2,25d para conectores do tipo Perfobond, onde d é o
diâmetro do furo do conector.
Partindo das seções que serão estudadas e foram citadas na Tabela 46, a
Figura 101, a Figura 102, a Figura 103 e a Figura 104 exibem a geometria e as
dimensões dos conectores, tanto de seção quadrada quanto de seção retangular,
com espessura de 3,6 mm. As figuras apresentam os conectores sem furo (SF), com
furo (2F) e com furo e armadura passante (2F-AR).
161

Figura 101 – Conector tubular de seção quadrada, altura 70 mm e espessura


3,6 mm – TQ-70-E3,6

Figura 102 – Conector tubular de seção quadrada, altura 80 mm e espessura


3,6 mm – TQ-80-E3,6

Figura 103 – Conector tubular de seção retangular, altura 70 mm e


espessura 3,6 mm – TR-70-E3,6
162

Figura 104 – Conector tubular de seção retangular, altura 80 mm e


espessura 3,6 mm – TR-80-E3,6

Com relação aos conectores tubulares de espessura de 5 mm, a Figura 105,


a Figura 106, a Figura 107 e a Figura 108 apresentam as suas geometrias e
dimensões. Assim como para os conectores menos espessos, as imagens exibem
as situações dos conectores de cisalhamento tubular sem furo (SF), com furo (2F) e
com furo e armadura passante (2F-AR).

Figura 105 – Conector tubular de seção quadrada, altura 70 mm e espessura


5 mm – TQ-70-5
163

Figura 106 – Conector tubular de seção quadrada, altura 80 mm e


espessura 5 mm – TQ-80-5

Figura 107 – Conector tubular de seção retangular, altura 70 mm e


espessura 5 mm – TR-70-E5

Figura 108 – Conector tubular de seção retangular, altura 80 mm e espessura


5 mm – TR-80-E5
164

3.2.2.4. INSTRUMENTAÇÃO

A instrumentação é muito importante, pois auxilia na análise dos resultados e


possibilita a interpretação do comportamento dos protótipos ensaiados.
Resumidamente, os resultados são compilados por meio de canais, através de um
programa de aquisição de dados, onde ocorre a leitura dos extensômetros e dos
deflectômetros posicionados estrategicamente. Tais aparatos viabilizam medição e
posterior leitura de deformações, tensões e deslocamentos.
Um ponto crucial no que diz respeito à instrumentação é a calibração que
deve ser realizada antes dos ensaios serem iniciados. Ainda com a finalidade de
otimizar a instrumentação planejada, é recomendado que um modelo numérico ou
analítico seja realizado de modo a prever os fenômenos que poderão ocorrer no
protótipo durante o experimento, assim como conhecer as regiões onde seria
interessante o emprego da instrumentação.
Assim, uma instrumentação foi planejada, mas a mesma está suscetível a
alterações após análise do comportamento do modelo numérico preliminar. Com
base na instrumentação de Vianna (2009), adotou-se dois transdutores de
deslocamentos horizontais e dois verticais, a fim de medir a separação horizontal
entre o perfil metálico e a laje de concreto, fenômeno conhecido como uplift, e os
deslocamentos relativos verticais entre os mesmos. Deste modo, com relação aos
LVDTs, a Figura 109 apresenta as suas posições planejadas.
Redundância é sempre necessária em um programa experimental. Deste
modo, o uso de um LVDT externo pode ser eficiente, de modo a aferir o controle de
deslocamento da prensa. No tocante das tensões e deformações, extensômetros
foram planejados apenas nas armaduras passantes, quando houver, e nos
conectores de cisalhamento. Para tal planejamento foi considerado o emprego de
um extensômetro no conector sem furo e dois para o caso do conector com furos.
Assim, a Tabela 47 apresenta a quantidade de extensômetros planejados para cada
protótipo.
É importante referir que o uso de rosetas de deformação no conector
possibilitaria a averiguação da deformação em mais de uma direção, considerando
que o elemento em questão está sujeito ao esforço cisalhante.
165

Figura 109 – Posição dos LVDTs planejados

Tabela 47 – Extensômetros planejados Comentado [WU9]: Fazer um desenho dos extensômetros

Extensômetro
Modelo
Armadura
Conector Total
passante
TQ-70-E3,6-SF-CB-28 2 - 2
TQ-70-E3,6-2F-AR-IN-52 4 1 5
TQ-70-E5-2F-CB-52 4 - 4
TQ-70-E5-2F-AR-IN-28 4 1 5
TQ-80-E3,6-2F-IN-28 4 - 4
TQ-80-E3,6-2F-AR-CB-52 4 1 5
TQ-80-E5-SF-IN-52 2 - 2
TQ-80-E5-2F-AR-CB-28 4 1 5
TR-70-E3,6-SF-CB-28 2 - 2
TR-70-E3,6-2F-AR-IN-52 4 1 5
TR-70-E5-2F-CB-52 4 - 4
TR-70-E5-2F-AR-IN-28 4 1 5
TR-80-E3,6-2F-IN-28 4 - 4
TR-80-E3,6-2F-AR-CB-52 4 1 5
TR-80-E5-SF-IN-52 2 - 2
TR-80-E5-2F-AR-CB-28 4 1 5
166

3.2.2.5. MATERIAIS E MÉTODOS

É conhecido que para o estudo de conectores de cisalhamento, o foco do


programa experimental é o ensaio do tipo pushout, o qual já foi devidamente descrito
anteriormente neste trabalho. Assim, este subitem apresentará os materiais
necessários para a realização do programa em questão.
Cabe aludir que neste subitem também serão relacionados os ensaios
experimentais substanciais para caracterização dos materiais, ensaios estes de
grande importância para entender o comportamento do modelo e para o controle
tecnológico.

3.2.2.5.1. CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS

Os controles de qualidade e tecnológico dos materiais requerem a realização


de uma série de ensaios para comprovar se o material está de acordo com os
parâmetros de aceitação e projeto, assim como auxiliar no conhecimento do seu
comportamento. Deste modo, serão apresentados os ensaios de caracterização
recomendados para o aço do perfil metálico, para a barra da armadura e para o
concreto.
Em referência ao aço do perfil “I” metálico, a ABNT NBR 6673 (1981) e a
ABNT NBR ISO 6892-1 (2013) preconizam o ensaio de tração uniaxial. Para tal,
deverão ser providenciados três corpos de prova. É importante que o corte do corpo
de prova obedeça ao mesmo sentido de laminação do perfil. O ensaio de tração é de
fácil execução e permite o conhecimento dos pares de tensão (σ) e deformação (ε) e
a partir de tal conhecimento, a determinação do módulo de elasticidade (𝐸) do
material. O ensaio também permite o conhecimento das tensões de escoamento e
última do material, assim como conhecer os parâmetros de ruptura.
No tocante das barras das armaduras, a ABNT NBR 7480 (2007) preconiza
as especificações necessárias para o material. Dois ensaios de caracterização se
fazem imprescindíveis, o de tração da barra e o de dobramento. Assim, a ABNT
NBR ISO 6892-1 (2013) normatiza os procedimentos para o ensaio de tração da
167

barra de armadura, enquanto a ABNT NBR ISO 7438 (2016) determina os


procedimentos normativos para o ensaio de dobramento da barra. Resumidamente,
faz-se necessário o comprimento de 10Φ por corpo de prova, sendo recomendado
três deste por diâmetro.
Acerca do concreto, é essencial caracterizar o material e conhecer suas
propriedades no estado fresco e endurecido. No tocante do concreto no estado
fresco, a ABNT NBR NM 67 (1998) trata do procedimento do ensaio para a
determinação da consistência do concreto. A norma em questão prescreve o ensaio
conhecido como slump test, que deve ser realizado logo após a concretagem e
momentos antes de sua aplicação na peça de interesse. Tal ensaio é um dos
principais do controle tecnológico do concreto.
No estudo endurecido do concreto, é interessante aferir as resistências
mecânicas do concreto á compressão e à tração. Conhecer tais propriedades é
muito importante, pois possibilita averiguar se há alguma fortuita variação na
qualidade do material, o que auxilia no entendimento do comportamento do protótipo
a ser ensaiado.
Para aferição da resistência à compressão, a ABNT NBR 5739 (2018)
recomenda o ensaio de três corpos de prova. Com relação à resistência à tração, a
ABNT NBR 7222 (2011) também recomenda o ensaio de três corpos de prova por
concretagem à tração por compressão diametral. Quanto à aferição do módulo de
elasticidade, a ABNT NBR 8522 (2017) recomenda o ensaio de cinco corpos de
prova, considerando que os mesmos não sejam submetidos no mesmo dia do
ensaio de compressão. É importante referenciar que para os três ensaios citados é
recomendado que os corpos de prova sejam confeccionados de acordo com a ABNT
NBR 5738 (2015).
Ainda com relação ao concreto, caso o cenário permita, recomenda-se ainda
a caracterização dos seus agregados e o aditivo superplastificante. A ABNT NBR
7211 (2009) apresenta os ensaios e as referidas normas para aferição da
granulometria e das propriedades físicas dos agregados miúdos e graúdos. Com
relação aos aditivos, a ABNT NBR 11768 (2019) estabelece os requisitos dos
aditivos para serem utilizados em concreto de cimento Portland e recomenda os
ensaios necessários para sua caracterização.
168

3.2.2.5.2. QUANTITATIVO DE MATERIAIS

A partir da anterior definição das geometrias dos protótipos e da quantidade


ensaios é possível quantificar os materiais fundamentais para a execução do
programa experimental. Convém referir que tal quantitativo é demasiadamente
importante para o correto curso dos experimentos, a fim de evitar custos extras,
atrasos de cronograma e sobra excessiva de material.
Diante do que foi exposto, será apresentado o quantitativo de material
necessário para a realização dos ensaios. Assim, foram formulados dois
quantitativos, o primeiro não considera a repetitividade dos ensaios, enquanto o
segundo considera. Tal ponderação foi feita, pois a decisão sobre a redundância dos
ensaios através da repetição só poderá ser tomada próximo à execução dos ensaios
devido ao cenário e viabilidade em tal momento. Cabe mencionar que para estimar o
quantitativo de materiais foram considerados uma perda de 25% para o concreto e
20% para os materiais metálicos.
No tocante dos conectores de cisalhamento de seção tubular, a Tabela 48
apresenta o quantitativo necessário para a realização dos ensaios. Este quantitativo
foi feito em cima do comprimento de perfil tubular necessário e da massa também.

Tabela 48 – Quantidade necessária de perfil tubular para confecção dos Comentado [K10]: Levantar quantidade por aço carbono e
inox e por resistência?
conectores

Comprimento Peso total Comprimento Peso total


total sem sem total com com
Conector Seção
repetição repetição repetição repetição
(m) (kg) (m) (kg)
TQ-70-E3,6 70x70x3,6 0,44 3,34 0,87 6,59
TQ-80-E3,6 80x80x3,6 0,44 3,63 0,87 7,17
TR-70-E3,6 70x50x3,6 0,44 2,71 0,87 5,36
TR-80-E3,6 80x50x3,6 0,44 2,83 0,87 5,60
TQ-70-E5 70x70x5,0 0,44 4,58 0,87 9,05
TQ-80-E5 80x80x5,0 0,44 4,97 0,87 9,83
TR-70-E5 70x50x5,0 0,44 3,69 0,87 7,29
TR-80-E5 80x50x5,0 0,44 3,86 0,87 7,63

Na Tabela 49 é possível encontrar o quantitativo de perfil metálico necessário


para atender a confecção das vigas “I” dos ensaios planejados. Assim como feito
169

para os perfis dos conectores, a quantidade será apresentada em comprimento e em


peso.

Tabela 49 – Quantidade de perfil HEB 260 para a viga metálica

Comprimento Peso total Comprimento Peso total


Comprimento
total sem sem total com com
Perfil por modelo
repetição repetição repetição repetição
(m)
(m) (kg) (m) (kg)
HEB 260 0,74 11,90 90,23 23,81 180,46

Quanto à quantidade necessária de barras de armadura CA50, esta se


encontrada na Tabela 50. Para as barras de armadura, o quantitativo foi elaborado
por varas de 12 metros e por peso.

Tabela 50 – Quantidade de barras CA50 para confecção das armaduras

Comprimento Peso total Comprimento


Peso total com
total sem sem total com
Φ (mm) repetição
repetição repetição repetição
(kg)
(m) (kg) (m)

10 369,70 228,10 739,39 456,20

Quantidade de varas 12 metros - sem


31,00
considerar a repetição dos ensaios
Quantidade de varas 12 metros -
62,00
considerando a repetição dos ensaios

Com relação ao concreto, o seu volume foi definido e então dois métodos de
dosagens foram adotados para determinação do consumo dos materiais
constituintes. Tal fato é justificado devido à classe do concreto. Para o concreto de
resistência igual a 28 MPa adotou-se o método do ACI 221-1 (2002), enquanto que
para o concreto de 52 MPa, o método adotado foi o de Aitcin (2000), pois concretos
de tal classe de resistência já são considerados como de alto desempenho. Para
aplicar este último método foi utilizado o software DCAD (2016).
Concerne citar que o método do ACI 221-1 (2002) não engloba o emprego de
aditivos químicos, como o superplastificante, porém caso não seja alcançada a
consistência de projeto, o mesmo pode ser empregado, mas o método de Aitcin
170

(2000) engloba. Destarte, a Tabela 51 e a Tabela 52 apresentam, respectivamente,


os consumos dos materiais constituintes do concreto sem considerar a repetição e
considerando.

Tabela 51 – Consumo de materiais para o concreto sem considerar a


repetição dos ensaios

Consumo Consumo (25% de perda)


fc (MPa) Material
(kg) (kg)
Água 325,06 406,33
Cimento 918,88 1148,60
28
Areia 1415,05 1768,81
Brita 1515,62 1894,53
Água 170,66 213,32
Cimento 568,46 710,57
52 Areia 1549,45 1936,81
Brita 1994,27 2492,83
Superplastificante 5,80 7,25
Água 495,72 213,32
Cimento 1487,34 710,57
Total Areia 2964,50 1936,81
Brita 3509,89 2492,83
Superplastificante 5,80 7,25
171

Tabela 52 – Consumo de materiais para o concreto considerando a


repetição dos ensaios

Consumo Consumo (25% de perda)


fc (MPa) Material
(kg) (kg)
Água 650,13 812,66
Cimento 1837,76 2297,21
28
Areia 2830,10 3537,63
Brita 3031,25 3789,06
Água 341,32 426,65
Cimento 1136,91 1421,14
52 Areia 3098,90 3873,63
Brita 3988,53 4985,66
Superplastificante 11,60 14,50
Água 991,45 1239,31
Cimento 2974,68 3718,34
Total Areia 5929,01 7411,26
Brita 7019,78 8774,73
Superplastificante 11,60 14,50

A partir da instrumentação planejada no item 3.2.2.4., é possível determinar a


quantidade de extensômetros necessários para realização do programa
experimental. Assim, de acordo com a Tabela 47, foram estimados 64
extensômetros para a situação onde não ocorre a repetição dos ensaios e 128, para
a situação com repetição.

3.2.2.6. CRONOGRAMA

Um cronograma resumido de atividades a serem realizadas durante o


programa experimental pode ser encontrado na Figura 110. É importante mencionar
que a análise de resultados encontra-se no cronograma de atividades da futura tese
(capítulo 7, Figura 183 e Figura 184).
172

Figura 110 – Cronograma de atividades relacionadas ao programa experimental


Atividades Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6
1 Aquisição dos materiais
2 Realização dos ensaios de caracterização dos materiais metálicos
3 Realização dos ensaios de caracterização dos agregados
4 Preparação do perfil I e do perfil tubular - corte
5 Montagem das armaduras
6 Montagem das formas
7 Solda do conector tubular no perfil metálico
8 Montagem e inserção da armadura
9 Tratamento da superfície do perfil com oléo ou graxa
10 Instrumentação - extensometria
11 Concretagem das lajes
12 Realização dos ensaios - caracterização do concreto no estado fresco
13 Cura do concreto
14 Retirada das formas
15 Realização dos ensaios - caracterização do concreto no estado endurecido
16 Posicionamento dos LVDTs
17 Realização dos ensaios - pushout

3.2.3. ANÁLISE DE RESULTADOS E RETORNO AO MÉTODO DE TAGUCHI

Uma das etapas mais importantes e que demanda significativa atenção é a


análise dos resultados. Assim, considera-se que uma criteriosa análise pode elevar
a qualidade da pesquisa e possibilitar a validação de propostas de novos protótipos.
Por ser uma etapa tão significativa, o método proposto por Taguchi (1999) determina
o retorno ao método após a realização dos ensaios.
De modo geral, com o método utilizado pode ocorrer que a combinação ótima
não corresponda necessariamente a um dos ensaios realizados, isto é, não
corresponde a nenhuma das linhas da matriz de distribuição ortogonal.
O método determina que se faz necessário realizar uma análise estatística de
variância, comumente empregada para interpretar resultados experimentais. Tal
análise permite conhecer qual a importância de cada parâmetro na variação de
qualidade da peça obtida. Ou seja, propicia determinar qual a influência de
pequenas variações nos parâmetros de entrada e de saída, o que aplicado nesta
pesquisa, permite a análise da influência da variação dos fatores de controle na
resistência e ductilidade do conector de cisalhamento proposto.
A análise pode ser realizada por meio do software Minitab Statistical 19, que
também foi utilizado para a obtenção da matriz de distribuição ortogonal dos
experimentos, como pode ser observado na Figura 111. Para tal análise, o método
sugere uma ferramenta estatística chamada razão de sinal-ruído (S/N). A obtenção
173

dos valores do sinal-ruído é em função da qualidade de característica definida


anteriormente no projeto.

Figura 111 – Exemplo de análise do efeito da variação dos níveis dos fatores de
controle na resistência do conector

A razão sinal-ruído (S/N) só é utilizada quando o planeamento de ensaios


contempla repetições. Esta medida permite não só encontrar os parâmetros de
controle que permitam maximizar ou minimizar o resultado, dependendo da
qualidade de característica escolhida, como também escolher a combinação mais
robusta, ou seja, a que perante variações de parâmetros não controláveis (ruídos),
apresente melhores resultados. Caso não haja repetição dos ensaios, a análise
pode ser realizada através das médias ou dos desvios padrões.
O método estabelece que quando encontrada a combinação paramétrica
ótima e prevista a resposta para esta combinação, um ensaio de confirmação deverá
ser realizado. Se os resultados forem satisfatórios, o método de Taguchi (1999) está
concluído. Porém, caso os resultados não estejam dentro do esperado, deve-se
retornar ao inicio do método, como pode ser visualizado na Figura 112.
174

Figura 112 – Fluxograma resumido do método de Taguchi (1999)


175

3.3. ESTUDO PARAMÉTRICO

Como mencionado de modo introdutório no início deste capítulo, infelizmente,


não é possível estudar experimentalmente todos os casos de interesse para o
conector aqui proposto. Este fato pode ser amenizado por meio de um estudo
numérico paramétrico, onde outros parâmetros e variações poderão ser avaliados.
Para planejar a parametrização é importante analisar criteriosamente os
resultados dos ensaios experimentais, pontuando quais as configurações levaram
aos melhores desempenhos do conector, para poder partir de tais configurações.
Diante do que foi exposto, além das variações planejadas para o programa
experimental, pensou-se em analisar a influência dos parâmetros exibidos na Tabela
53. Assim, as configurações que levaram aos melhores comportamentos do
conector tubular serão submetidas à nova simulação numérica de acordo com as
variações dos grupos paramétricos (Tabela 54).

Tabela 53 – Parâmetros a serem variados na


modelagem numérica

Parâmetros
1 Tipo de furo
2 Diâmetro do furo
3 Diâmetro da armadura passante
4 Resistência do aço do conector

Tabela 54 – Grupos do estudo paramétrico

Grupo Parâmetro Variação 1 Variação 2 Variação 3


1 Altura do conector ℎ1 = 60 mm ℎ2 = 70 mm ℎ3 = 80 mm
2 Espessura do conector 𝑒1 = 3,6 mm 𝑒2 = 5,0 mm 𝑒3 = 6,4 mm
3 Tipo de furo Circular Alongado Sem furo
4 Diâmetro do furo 𝜑1 = 25 mm 𝜑2 = 35 mm 𝜑3 = 45 mm
5 Diâmetro da armadura passante 𝜑𝑠1 = 10 mm 𝜑𝑠2 = 16 mm 𝜑𝑠3 = 20 mm
6 Resistência do aço do conector 𝑓𝑦 1 = 235 MPa 𝑓𝑦 2 = 355 MPa 𝑓𝑦 3 = 460 MPa
7 Resistência do concreto 𝑓𝑐 1 = 28 MPa 𝑓𝑐 2 = 40 MPa 𝑓𝑐 3 = 52 MPa
176

O intuito do referido estudo paramétrico é ampliar a gama de casos de


estudos, e consequentemente de resultados, o que pode contribuir demasiadamente
com a análise da influência de cada parâmetro na resistência e no comportamento
do conector de cisalhamento tubular. Deste modo, planeja-se conseguir determinar
quais características geométricas, bem como quais propriedades dos materiais,
levam à otimização da resposta estrutural aqui estudada.

3.4. FORMULAÇÃO ANALÍTICA

O Eurocode 4 (EN 1994, 2004) apresenta uma formulação para determinação


da resistência do conector de cisalhamento stud. Como diferentes conectores têm
sido estudados e desenvolvidos pelos pesquisadores, surgiu então a demanda de
novas formulações analíticas que contemplem a geometria destes novos conectores.
Muitos autores têm proposto formulações analíticas para os conectores de
cisalhamento, porém tais formulações apresentam resultados extremamente
divergentes quando comparados. Este fato pode ser verificado observando, por
exemplo, os estudos de Zheng et al. (2016) (Tabela 8, item 2.2.4) e de Wang et al.
(2019) (Tabela 35, item 2.2.13), onde os autores compararam resultados obtidos por
diversas formulações. Isto, acrescido do fato de que ainda não há normatização que
auxilie na determinação da resistência destes novos conectores, justifica a
necessidade de novas propostas de formulações.
Ainda de modo a justificar a necessidade da formulação, no Capítulo 6, será
avaliada a viabilidade da aplicação de algumas equações formuladas para
conectores do tipo Perfobond para a determinação da capacidade resistente ao
cisalhamento do conector tubular proposto.
Considerando o que foi mencionado, planeja-se desenvolver e apresentar
uma formulação analítica que determine a resistência ao cisalhamento do conector
aqui proposto.
177

3.5. CONSIDERAÇÕES

Neste capitulo foi apresentada uma proposta de planejamento para a tese,


onde foram expostas suas etapas e detalhado o programa experimental. No próximo
capítulo uma breve modelagem numérica preliminar é apresentada de modo a
facilitar a análise da viabilidade do conector de cisalhamento proposto e do
planejamento aqui sugerido.
178

4. DESENVOLVIMENTO DO MODELO NUMÉRICO

Desde o seu surgimento, o método dos elementos finitos tem sido


amplamente empregado e se tornou uma das principais ferramentas utilizadas em
modelagens e análises estruturais, sendo manipulado em pesquisas acadêmicas e
projetos de engenharia.
A modelagem numérica é uma ferramenta amplamente empregada na
engenharia civil e já teve sua eficiência provada por inúmeras pesquisas recentes.
Posto isto, neste trabalho serão apresentados resultados obtidos a partir da
modelagem numérica com base no Método dos Elementos Finitos (MEF).
Resumidamente, a modelagem numérica será aplicada para analisar o
comportamento do conector de cisalhamento tubular proposto.
Como não foram encontrados resultados na literatura de conectores similares,
aqui serão utilizados os resultados de conectores do tipo Perfobond estudados por
Vianna (2009) a fim de validar as premissas dos modelos numéricos e assim,
proceder à modelagem e avaliação do conector de cisalhamento tubular. Detalhes
de tal programa experimental podem ser encontrados no item 4.1.
As simulações numéricas serão realizadas por meio do software Abaqus
versão 6.14-4 e 2017, que é baseado no Método dos Elementos Finitos. A Figura
113 apresenta um fluxograma da simulação numérica no software. O Abaqus (2014)
é um software com interface intuitiva que é capaz de realizar complexas
modelagens. Ele possui um solver capaz de realizar análises lineares ou não,
estáticas ou dinâmicas e detém uma extensa biblioteca de elementos finitos.
O software é apto a modelar numericamente geometrias complexas,
propriedades de materiais não lineares, carregamentos diferenciados, contatos entre
materiais, entre outros parâmetros de dificultosa modelagem.
Deste modo, o Abaqus (2014) será utilizado para representar as
características de materiais e contatos, assim como o comportamento dos
conectores de cisalhamento do tipo Perfobond ensaiados experimentalmente por
Vianna (2009) e, posteriormente, do conector de cisalhamento tubular.
179

Figura 113 – Simulação numérica no Abaqus (2014)

Criação da geometria
base Definição do tipo de
elemento finito
(Part)

Definição das
propriedades dos
materiais e das seções
(Property)

Montagem do modelo e
associação da
geometria
(Assembly)

Definição do tipo de
Pré-Processamento análise e incrementos
(Step)

Definição da interações
entre as peças
(Interaction)

Aplicação das
condições de contorno
e carregamento
(Load)

Criação da geometria
da malha
(Mesh)

Solução, cálculos
Processamento computacionais
(Job)

Variáveis de saída

Análise de resultados
Pós-Processamento
(Visualization)

Análise gráfica

Fonte: adaptado de Ferreira (2016).


180

4.1. PROGRAMA EXPERIMENTAL DE VIANNA (2009)

Como não foram encontrados na literatura resultados do comportamento de


conectores de cisalhamento do tipo tubular, como pretende-se estudar aqui, e a fim
de validar as premissas da modelagem desenvolvida, serão adotados os resultados
dos conectores Perfobonds estudados por Vianna (2009). Por conseguinte, esta
seção apresentará resumidamente o estudo realizado pela autora, assim como as
principais características, materiais e resultados dos modelos que serão utilizados
para validação.
Dentre todos os conectores de cisalhamento existentes, Vianna (2009) cita o
stud bolts, o perfil C e o Perfobond, e é exatamente sobre este último a sua
pesquisa, assim como a proposta de um novo conector. Ou seja, o trabalho consistiu
no estudo do conector Perfobond e da proposta de um conector alternativo a ele, o
T-Perfobond. O conector T-Perfobond é derivado do Perfobond, acrescentando
apenas a componente da mesa, que trabalha como um bloco e confere uma
ancoragem adicional ao sistema, de acordo com a autora. Assim, ainda segundo a
autora, este conector foi proposto a fim de combinar a alta resistência do conector
tipo bloco com a ductilidade e resistência ao levantamento dos furos do Perfobond.
Vianna (2009) cita que uma das maiores vantagens dos conectores
alternativos ao stud é estrutural e construtiva, pois estes conectores possuem alta
resistência, fácil produção e instalação no perfil metálico, através da solda, e bom
comportamento à fadiga. Com relação ao ponto de vista econômico, os conectores
Perfobond e T-Perfobond são mais econômicos em até 33% que os conectores stud.
Para estudar os conectores em questão, foi realizado um programa
experimental que consistiu em cinquenta e dois protótipos ensaiados através de
ensaios pushout, seguindo as recomendações do Eurocode 4 (EN 1994, 2004).
Nesses ensaios, foram estudados os conectores Perfobond, T-Perfobond e T. A
autora também realizou um ensaio em escala real e realizou diversas simulações
numéricas.
A Tabela 55 exibe os modelos estudados experimentalmente pela autora. No
que diz respeito à nomenclatura, cada termo tem o seguinte significado, onde P, TP
e T significam Perfobond, T-Perfobond e T-conector, respectivamente. SF, 2F e 4F,
representam conectores de cisalhamento sem furos, com dois furos e com quatro
181

furos, na devida ordem. AR indica a presença de armadura passante nos furos dos
conectores. Já 120 ou 200, a espessura da laje de concreto. O índice IN indica a
posição do conector invertida para os T-Perfobonds. Por ultimo, A / B é a
identificação do modelo ensaiado, pois a autora optou pela repetição. A coluna 𝑓𝑐
representa a resistência à compressão do concreto.

Tabela 55 – Ensaios pushouts realizados por Vianna (2009)

fc Armadura nos furos


Série Tipo Nomenclatura Total
(MPa) presença φ (mm)
P-2F-120-A/B não
Perfobond P-2F-200-A/B 28,3 não
P-4F-200-A/B não
1 12
TP-2F-120-A/B não
T-Perfobond TP-2F-200-A/B 28,3 não
TP-4F-200-A/B não
P-SF-120-A/B não
P-2F-120-A/B não
P-2F-AR-120-A/B sim 10
P-SF-200-A/B não
2 Perfobond 51,9 16
P-2F-200-A/B não
P-2F-AR-200-A/B sim 10
P-4F-200-A/B não
P-4F-AR-200-A/B sim 10
TP-SF-120-A/B não
TP-2F-120-A/B não
TP-2F-AR-120-A/B sim 10
3 T-Perfobond TP-2F-120-IN-A/B 43,9 não 14
TP-2F-200-A/B não
TP-4F-200-A/B não
T-2F-120-A/B não
TP-2F-AR-120-A-IN-10 sim 10
TP-2F-AR-120-B-IN-12 sim 12
4 T-Perfobond 33 4
T-2F-AR-120-A-10 sim 10
TP-2F-AR-120-B-IN-12 sim 12
TOTAL 46
TP-2F-AR-IN-10-12-A/B 25,7 sim 12
T-Perfobond
5 TP-2F-AR-IN-10-16-A/B 29 sim 16 6
Invertido
TP-2F-AR-IN-10-16-A/B 26 sim 16
T-Perfobond
6 TP-2F-AR-IN-10-12-C/D 35,3 sim 12 2
Invertido
TOTAL 8
Fonte: adaptado de Vianna (2009).
182

Todos os detalhes referentes à pesquisa podem ser encontrados em Vianna


(2009). Aqui, somente serão apresentados os referentes aos modelos escolhidos
para validação.
Assim, dentre todos os espécimes estudados experimentalmente por Vianna
(2009), escolheu-se modelar numericamente os espécimes P-2F-120-28MPa, P-SF-
120-52MPa, P-2F-120-52MPa e P-2F-AR-120-52MPa (Figura 114), sendo o primeiro
espécime da primeira série e os demais, da segunda, o que justifica a diferença na
resistência do concreto.

Figura 114 – Conectores de cisalhamento do tipo Perfobond de


Vianna (2009)

a) P-SF-120 b) P-2F-120 c) P-2F-AR-120


Fonte: Vianna (2009).

Com relação à geometria dos protótipos e no que concerne aos conectores,


estes foram fabricados seguindo o estudo e recomendação de Leite (2006) e
Oguejiofor & Hosain (1994). Para os espécimes aqui apresentados, a autora adotou
a espessura da laje igual a 120 mm, pois se trata de uma espessura usual. Para
esta espessura, os conectores foram desenvolvidos com 76,2 mm de altura e 180
mm de largura, já no tocante da espessura, esta era de 12,5 mm. A Figura 115 Comentado [K11]: 12 ou 13 mm?? Vianna cita os dois
valores. Verificar!!!!
apresenta estas dimensões e a Figura 116, a configuração detalhada dos espécimes
desenvolvidos pela autora. Cabe mencionar que a única diferença entre os
espécimes está diretamente relacionada com a geometria do conector e a presença
de armaduras passantes.
No que tange aos materiais utilizados, a Tabela 56 apresenta as propriedades
dos componentes metálicos empregados nos ensaios de Vianna (2009). A solda
utilizada foi a solda de filete de 11 mm. Já o concreto, para a primeira série, a autora
optou pela classe de resistência C25/30 e para a segunda série, C35/45, porém, é
possível observar a resistência do concreto obtida para cada espécime na Tabela
55.
183

Figura 115 – Dimensões do conector


Perfobond de Vianna
(2009)

Fonte: Vianna (2009).

Figura 116 – Layout detalhado dos espécimes de Vianna (2009)

Fonte: Vianna (2009).

Tabela 56 – Propriedades dos materiais metálicos


utilizados nos espécimes de Vianna (2009)

fy
Componentes Perfil Aço fu (MPa)
(MPa)
Armadura - S500 500 -
Conector - S355 355 510
Perfil metálico HEA 200 S275 275 -
184

A Figura 117 mostra os protótipos ensaiados pela autora. Já a Figura 118


apresenta a configuração dos ensaios realizados pela pesquisadora. É importante
aludir que todas as características aqui expostas foram consideradas na modelagem
numérica, o que vai ser apresentado em breve.

Figura 117 – Protótipos de Vianna (2009)

a) P-SF-120 b) P-2F-120 c) P-2F-AR-120


Fonte: Vianna (2009).

Figura 118 – Estrutura e configuração do ensaio


pushout realizado por Vianna (2009)

Fonte: Vianna (2009).

Sobre os resultados, a Tabela 57 apresenta a resistência e a capacidade de


deslizamento para cada espécime. A Figura 119 exibe os resultados em termos da
185

relação carga versus deslizamento, enquanto a Figura 120 mostra a plastificação


dos conectores.

Tabela 57 – Resultados dos ensaios de Vianna (2009)

𝒇𝒄 𝒒𝒖,𝒕𝒆𝒔𝒕𝒆 𝑷𝒓𝒌 𝜹𝒖 𝜹𝒖𝒌


Etapa Série Protótipo
(MPa) (kN) (kN) (mm) (mm)
P-2F-120-A 329,55 296,60 7,77 6,99
1 28,3
P-2F-120-B 324,10 291,69 11,22 10,10
P-SF-120-A 319,28 287,35 11,00 9,90
P-SF-120-B 319,25 287,33 10,40 9,36
1
P-2F-120-A 344,85 310,37 6,57 5,91
2 51,9
P-2F-120-B 394,20 354,78 7,80 7,02
P-2F-AR-120-A 443,03 398,73 7,67 6,90
P-2F-AR-120-B 465,68 419,11 7,85 7,07

Figura 119 – Relação carga versus deslizamento dos conectores Perfobond de


Vianna (2009)

a) P-2F-120-28MPa b) P-SF-120-A-52MPa, P-2F-120-A-52MPa e P-


2F-AR-120-A-52MPa

Fonte: Vianna (2009).


186

Figura 120 – Plastificação do conector de cada espécime de Vianna (2009)

a) P-2F-120-28MPa b) P-SF-120-52MPa c) P-2F-120-52MPa d) P-2F-AR-120-


52MPa

Fonte: Vianna (2009).

Posto todas as características necessárias e os resultados apresentados, os


mesmos serão utilizados como base para modelagem e validação, o que viabilizará
o estudo numérico do conector de cisalhamento do tipo tubular.

4.2. CARACTERISTICAS DO MODELO NUMÉRICO

Neste item, serão apresentados todos os parâmetros e características


utilizados nos modelos para a validação numérica.

4.2.1. GEOMETRIA

As geometrias utilizadas nos modelos são as mesmas apresentadas no


programa experimental de Vianna (2009) referenciado anteriormente, incluindo as
dimensões. Como os protótipos de Vianna (2009) foram confeccionados para serem
187

submetidos a ensaios do tipo pushout, eles foram baseados no Eurocode 4 (EN


1994, 2004), salvo algumas alterações.
Os modelos são compostos por duas lajes de concreto, um perfil metálico de
seção ‘I’, dois conectores de cisalhamento Perfobond e as armaduras longitudinais,
transversais e passantes, quando se aplicam, como pode ser observado na Figura
121 e Figura 122.
.

Figura 121 – Geometria dos elementos modelados

a) conector Perfobond sem furos b) conector Perfobond com furos

c) perfil metálico d) Laje de concreto

A geometria da laje de concreto, do perfil metálico, dos conectores e das


armaduras, longitudinais e transversais, foi modelada como sólida e em 3D. As
demais propriedades dos materiais associados às geometrias criadas serão
apresentadas no próximo item. Já as características dos elementos serão
apresentadas no item 4.2.6.
188

Figura 122 – Geometria do modelo numérico completo

a) modelo completo b) detalhe nas armaduras e conectores

4.2.2. PROPRIEDADES E COMPORTAMENTOS DOS MATERIAIS

Assim como a geometria, o comportamento dos materiais também foi definido


de acordo com o programa experimental de Vianna (2009).
Este trabalho constitui-se basicamente da modelagem de dois tipos de
materiais, o aço e o concreto. O aço é considerado um material homogêneo, com
propriedades bem definidas e o seu comportamento é dúctil e com fraturas
extremamente raras e os seus elementos quando rompidos não são capazes de
retornar ao estado não danificado. O concreto é um material heterogêneo, cujo
comportamento frágil e complexo é regido pelo comportamento dos seus materiais
constituintes. Quando submetido ao esforço de tração e degradado por isto, o
concreto é capaz de regressar e fechar algumas fissuras sob inversão da tensão.
Dito isto, Alfarah et al (2017) afirmam que o comportamento do concreto pode
ser definido a partir de um modelo de danos, enquanto os modelos de plasticidade
reproduzem melhor o comportamento do aço. Assim, os autores ainda informam que
os elementos em concreto são melhores representados através de modelos que
compatibilizem dano e plasticidade.
189

De modo geral, para definir o comportamento dos materiais em simulações


numéricas faz-se uso de modelos constitutivos ou leis constitutivas, que são
modelos mecânicos-matemático que descrevem o comportamento do material,
geralmente em termos de tensão versus deformação. Dependendo do tipo de
material, pode ser dificultoso encontrar um modelo que reproduza o seu
comportamento em função de um tipo de solicitação.
Nos próximos subitens será apresentado o modo como cada um dos
materiais foi modelado, assim como os modelos constitutivos adotados para tal.
Assim, a simulação numérica do comportamento tanto do aço quanto do concreto é
exibida a seguir.

4.2.2.1. MODELO CONSTITUTIVO PARA O AÇO

É importante mencionar que os modelos adotados para simulação do


comportamento do aço da armadura, dos conectores e do perfil metálico foram
alimentados com as propriedades mecânicas informadas por Vianna (2009) e que
podem ser vistas no item 4.1.
Neste trabalho serão empregados dois tipos de modelo para simular o
comportamento do aço, sendo o modelo eslastoplástico perfeito para as armaduras
e o perfil metálico, e um modelo quadrilinear para o aço dos conectores de
cisalhamento.
A Figura 123 apresenta o modelo adotado para modelar o aço das armaduras
e do perfil metálico, em termos de tensão versus deformação. Assim, o material
possui um comportamento elastoplástico perfeito, ou seja, elastoplástico sem
encruamento, associado ao critério de escoamento de von Mises. Assim, a curva
que representa o comportamento possui duas fases, a primeira regida por um
regime linear elástico, enquanto a rigidez se mantém constante até a tensão de
escoamento do material ser atingida. Quando tal tensão é alcançada e a magnitude
das deformações aumenta significativamente, o comportamento passa para fase
inelástica, iniciando a plastificação do aço, onde as deformações plásticas são
desenvolvidas. Deformações estas que são permanentes. Conforme o aço vai se
190

deformando na região pós-escoamento, as deformações elásticas e plásticas se


acumulam.

Figura 123 – Modelo elastoplástico perfeito adotado


para o aço das armaduras e do perfil
metálico

Os parâmetros de entrada no software necessários para caracterizar o


modelo elastoplástico perfeito são o módulo de elasticidade (𝐸), o coeficiente de
Poisson (𝜈) e a tensão de escoamento do material (𝑓𝑦 ).
Como citado, para os conectores foi adotado o modelo quadrilinear para
definição do seu comportamento. Este modelo foi proposto e aproximado por Yun e
Gardner (2017) a partir de curvas de modelos numéricos e experimentais. Assim, a
Figura 124 apresenta essa curva proposta, assim como uma experimental.
O modelo quadrilinear pode ser melhor observado na Figura 125 e sua curva
pode ser definida a partir das Equações (1) e (23).

𝐸𝜀 ∴ 𝜀 ≤ 𝜀𝑦
𝑓(𝜀) = { (22)
𝑓𝑦 ∴ 𝜀𝑦 < 𝜀 ≤ 𝜀𝑠ℎ
𝑓𝑦 + 𝐸𝑠ℎ (𝜀 − 𝜀𝑠ℎ ) ∴ 𝜀𝑠ℎ < 𝜀 < 𝐶1 𝜀𝑢
𝑓(𝜀) = { 𝑓𝑢 − 𝑓𝐶1𝜀𝑢 (23)
𝑓𝐶1𝜀𝑢 + (𝜀 − 𝐶1 𝜀𝑢 ) ∴ 𝐶1 𝜀𝑢 < 𝜀 ≤ 𝜀𝑢
𝜀𝑢 − 𝐶1 𝜀𝑢
onde:
𝐸 é o módulo de elasticidade do aço (MPa);
𝜀 é a deformação do aço na região elástica;
191

𝜀𝑦 é a deformação do aço no patamar de escoamento, onde termina o regime linear


elástico;
𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do aço (MPa);
𝜀𝑠ℎ é a deformação do aço no início da região de stress hardening;
𝐸𝑠ℎ é o módulo de elasticidade do aço na região de stress hardening;
𝐶1 𝜀𝑢 é a deformação do aço no início da região C1;
𝑓𝐶1 𝜀𝑢 é a tensão do aço no início da região C1 (MPa);
𝑓𝑢 é a tensão última do aço (MPa).

Figura 124 – Proposta do modelo quadrilinear de


Yun e Gardner (2017)

Fonte: Fortes (2018).

Figura 125 – Modelo quadrilinear adotado para o aço


dos conectores
192

De modo geral, o comportamento do modelo quadrilinear também considera


que o material obedeça ao regime linear elástico até que seja alcançada a tensão de
escoamento do aço. Após atingir tal tensão, inicia-se a se fase de stress hardening,
onde encontra-se o patamar de escoamento bem definido. Uma das principais
diferenças entre este modelo e o trilinear é a alteração na rigidez do material entre a
tensão de escoamento e a tensão última.
Para simular tal modelo no software se faz necessário a introdução do
módulo de elasticidade do material (𝐸), do coeficiente de Poisson (𝜈), da tensão de
escoamento do material (𝑓𝑦 ) e dos pares tensão versus deformação da fase plástica
que podem ser obtidos através das equações apresentadas e que estejam de
acordo com a Figura 125.

4.2.2.2. MODELO CONSTITUTIVO PARA O CONCRETO

A complexidade da modelagem numérica de elementos de concreto já é


conhecida no meio acadêmico. Tal complexidade está diretamente relacionada com
o seu comportamento complexo e, como mencionado anteriormente, o fato de ser
regido pelo comportamento individual de cada um dos seus componentes, torna
ainda mais difícil. Assim, se torna complicado a formulação de modelos constitutivos Comentado [K12]: Verificar um sinônimo melhor para
"complexo"
que representem o comportamento do concreto em simulações numéricas. Porém, o
crescente avanço da tecnologia e das pesquisas tem levado à novas ferramentas
numéricas capazes de simular e analisar de modo eficaz elementos em concreto e à
inúmeros trabalhos que abordam modelos constitutivos para concreto.
Dito isto, mais adiante serão abordados os modelos constitutivos, porém,
resumidamente, o Abaqus (2014) considera o comportamento do concreto como
apresentado na Figura 126. No tocante do comportamento à compressão, de modo
geral, este obedece ao regime linear elástico, depois inicia a fase de stress
hardening, onde ainda há ganho de resistência, até que o material atinja a
resistência máxima à compressão do concreto e é iniciado o processo de strain
softening, dando inicio ao esmagamento do concreto, quando a resistência diminui
enquanto a deformação aumenta. Em relação ao comportamento à tração, é
193

possível observar que ele é linear elástico até atingir a resistência máxima, onde é
iniciado o processo de fissuração do concreto e o comportamento é caracterizado
por strain softening com uma queda abrupta da resistência.

Figura 126 – Comportamento do concreto sob carga uniaxial de compressão e


tração

a) compressão b) tração
Fonte: Abaqus (2014).

As tensões efetivas, 𝜎̅𝑐 e 𝜎̅𝑡 , determinam a superfície de falha e podem ser


calculadas através das Equações (24) e (25).

𝜎𝑐
𝜎̅𝑐 = (24)
(1 − 𝑑𝑐 )
𝜎𝑡
𝜎̅𝑡 = (25)
(1 − 𝑑𝑡 )
sendo:
𝜎𝑐 = (1 − 𝑑𝑐 ) ∗ 𝐸𝑜 ∗ (𝜀𝑐 − 𝜀𝑐~𝑝𝑙 ) (26)

𝜎𝑡 = (1 − 𝑑𝑡 ) ∗ 𝐸𝑜 ∗ (𝜀𝑡 − 𝜀𝑡~𝑝𝑙 ) (27)

onde:
𝐸𝑜 é o modulo de elasticidade inicial do concreto, relacionado à rigidez inicial, não
danificada
𝑑𝑐 é a variável do dano relacionada à compressão do concreto
𝑑𝑡 é a variável do dano relacionada à tração do concreto
𝜀𝑐 é a deformação de compressão do concreto
194

𝜀𝑡 é a deformação de tração do concreto


𝜀𝑐~𝑝𝑙 é a deformação plástica de compressão do concreto
𝜀𝑡~𝑝𝑙 é a deformação plástica de tração do concreto

De acordo com Ahmed (2014), quando os dados do descarregamento da


solicitação estão disponíveis no software, o Abaqus (2014) converte
automaticamente os valores de deformação de esmagamento, 𝜀𝑐𝑐ℎ , e de fissuração,
𝜀𝑡𝑐𝑘 , em valores de deformação plástica a partir das Equações (28) e (29). As
deformações de esmagamento e fissuração são determinadas como a deformação
total menos a deformação elástica correspondendo ao material não danificado, isso
no comportamento pós-ruptura do concreto.

𝑑𝑐 𝜎𝑐
𝜀𝑐𝑝𝑙 = 𝜀𝑐𝑐ℎ − ∗ (28)
(1 − 𝑑𝑐 ) 𝐸𝑜
𝑑𝑡 𝜎𝑡
𝜀𝑡𝑝𝑙 = 𝜀𝑡𝑐𝑘 − ∗ (29)
(1 − 𝑑𝑡 ) 𝐸𝑜

Dentre as ferramentas que o Abaqus (2014) oferece para caracterizar e


simular o comportamento do concreto destaca-se o Concrete Damaged Plasticity
Model (CDPM). O CDPM destina-se a analises de estruturas de concreto ou outros
materiais frágeis. Ele pode ser utilizado para qualquer tipo de carregamento,
incluindo aplicação de cargas cíclicas, estáticas e dinâmicas. Uma das vantagens
deste modelo de fissuração é que é o único que pode ser utilizado tanto no
Abaqus/Standard quanto no Abaqus/Explicit.
O Concrete Damaged Plasticity Model é capaz de representar o
comportamento inelástico do concreto quando submetido à compressão e à tração.
De acordo com Alfarah et al. (2017), o CDPM apresenta um bom desempenho em
estado de tensão uniaxial e biaxial, porém não é recomendada sua utilização em
situações de significativas tensões de compressão triaxial.
Resumidamente, o CDPM une o modelo de plasticidade com o modelo de
dano, levando em consideração, claro, o modelo elástico do concreto. Deste modo,
Silva (2013) afirma que este modelo tende a tonar irreversível os efeitos dos danos Comentado [K13]: Degradação

associados aos mecanismos de falha do concreto quando submetidos a baixas


pressões confinantes, assim como a descrever a degradação progressiva das
195

propriedades mecânicas do material. De modo geral, o CDPM trabalha a partir de


um dano progressivo, por meio da redução da rigidez elástica, pela deformação
plástica.
O CDPM propicia a caracterização dos modos de falhas do concreto,
esmagamento e fissuração, através do modelo de dano que será abordado mais
adiante. Assim, para sua utilização, o CDPM necessita ser alimentado com o modelo
constitutivo à compressão e à tração, os modelos de dano e os parâmetros de
plasticidade. A ferramenta requer ainda a inserção do comportamento elástico,
através do módulo de elasticidade e do coeficiente de Poisson do concreto.
Os modelos constitutivos, assim como os de dano, serão apresentados a
seguir, separadamente para compressão e tração. A respeito dos parâmetros de
plasticidade, o CDPM requer cinco parâmetros constitutivos, onde os seus valores
definidos podem ser encontrados na Tabela 58. O primeiro parâmetro é o ângulo de
dilatância (𝜓), que mede a inclinação do potencial plástico para atingir altas tensões
de confinamento. De acordo com Malm (2009), o valor ideal para o concreto está
entre 35º e 38º. Para este estudo optou-se por 38º, assim como também adotado por
Henriques et al. (2013).

Tabela 58 – Parâmetros de plastificação adotados

𝝍 𝜺 𝒇𝒃𝟎 ⁄𝒇𝒄𝟎 𝑲𝒄 𝝁
38 0.1 1.16 0.667 0

O segundo parâmetro é a excentricidade (𝜀), que foi adotada como 0.1, em


concordância com Pavlovic (2013), López-Almansa et al. (2014), Genikomsou e
Polak (2015), Zheng et al. (2016), e Keo et al. (2018). Já o terceiro parâmetro é a
razão entre as resistências no estado biaxial e uniaxial (𝑓𝑏0 ⁄𝑓𝑐0 ) e pode ser definida
por meio da Equação (30) segundo o CEB-FIP (Model Code, 2010).

𝜎𝑐2𝑐 𝜎𝑐
= (1 − ) (30)
𝜎𝑐 1000

O quarto parâmetro de plasticidade é a relação entre a magnitude da tensão


desviadora de tração uniaxial e a de compressão uniaxial (𝐾𝑐 ), como pode ser
196

observado na Equação (31) e que de acordo com López-Almansa et al. (2014), deve
obedecer a relação 0,5 < 𝐾𝑐 ≤ 1,0. O software utilizado nas simulações considera o
valor default de 2⁄3, então este será o valor adotado. É importante mencionar que
resolvendo a Equação (31) chega-se a um valor muito semelhante para o 𝐾𝑐 , como
pode ser visto em Souza (2018). O último parâmetro a ser definido é a viscosidade
(𝜇), adotada como zero, assim como Dutra et al. (2014), Zheng et al. (2016), Katwal
et al. (2018) e Liu et al. (2019).

𝜌𝑡0
𝐾𝑐 = (31)
𝜌𝑐0

4.2.2.2.1. MODELO CONSTITUTIVO E DE DANO À COMPRESSÃO UNIAXIAL


DO CONCRETO

No geral, o comportamento do concreto à compressão descrito pelos modelos


constitutivo é definido através de uma relação tensão versus deformação. Neste
comportamento, quando o concreto atinge a resistência máxima (𝑓𝑐𝑚 ) é iniciada a
perda de rigidez do material, provocando o descarregamento e, consequentemente,
a perda de resistência até ser atingia a deformação limite, onde o concreto perde
sua capacidade portante. A deformação limite, a taxa de perda da rigidez e o limite
do regime linear elástico são as principais distinções entre os comportamentos dos
modelos constitutivos propostos por códigos normativos e pesquisadores.
Deste modo, procurou-se encontrar o modelo constitutivo à compressão que
melhor representasse o comportamento do concreto da laje de Vianna (2009).
Assim, dentre todos os estudados, escolheu-se o do código chinês GB50010 (2002)
e os propostos por Wahalathantri et al. (2011), Pavlovic (2013) e Alfarah et al.
(2017).
O modelo constitutivo à compressão recomendado pelo GB50010 (2002) não
apresenta um limite definido do regime linear elástico como outros modelos
apresentam. Ele é determinado por um segmento ascendente até atingir a
resistência máxima do concreto, regido pela Equação (28). Para o segmento
197

descendente, a Equação (33) rege o comportamento. A Figura 127 apresenta o


modelo em questão em termos da relação tensão versus deformação.

Figura 127 – Modelo constitutivo à compressão


recomendado por GB50010 (2002)

Fonte: GB50010 (2002).

𝑦 = 𝛼𝑎 𝑥 + (3 − 2𝛼𝑎 )𝑥² + (𝛼𝑎 − 2)𝑥³ ∴ 𝑥 ≤ 1 (32)


𝑥 ∴ 𝑥 >1
𝑦= (𝑥 − 1)² + 𝑥 (33)
𝛼𝑑

onde:
𝜀
𝑥= (34)
𝜀𝑐
𝜎
𝑦= ∗ (35)
𝑓𝑐
𝛼𝑎 é um parâmetro de ajuste do segmento ascendente da curva em função da
resistência do concreto;
𝛼𝑑 é um parâmetro de ajuste do segmento descendente da curva em função da
resistência do concreto;
𝜀 é a deformação de compressão do concreto;
𝜀𝑐 é a deformação de compressão relativa à resistência máxima do concreto;
𝜎 é a tensão de compressão do concreto;
𝑓𝑐∗ é a resistência uniaxial do concreto à compressão.
198

Os parâmetros de ajuste da curva podem ser encontrados em GB50010


(2002) em função da resistência do concreto.
A Figura 128 apresenta o modelo constitutivo à compressão proposto por
Wahalathantri et al. (2011), também em termos da relação tensão versus
deformação. Este modelo foi derivado a partir de um método numérico validado por
Hsu e Hsu (1994).

Figura 128 – Modelo constitutivo à compressão


proposto por Wahalathantri et al.
(2011)

Fonte: adaptado de Wahalathantri et al. (2011).

O comportamento deste modelo é composto por três trechos. O primeiro é


regido pelo regime linear elástico até o concreto atingir a tensão de 0.5 𝜎𝑐𝑢 . O
segundo trecho, ainda ascendente, vai até a resistência máxima do material, onde o
comportamento entra no terceiro trecho, descendente, até alcançar as resistência e
deformação ultima (0.3 𝜎𝑐𝑢 ). Para estes dois últimos, o comportamento é definido
pela lei descrita na Equação (36). Cabe aludir que os autores trabalham em 𝑘𝑖𝑝⁄𝑖𝑛²,
então deve-se tomar cuidado para realizar as devidas conversões.

𝜀
𝛽 (𝜀𝑐 )
0
𝜎𝑐 = [ ]𝜎 (36)
𝜀 𝛽 𝑐𝑢
𝛽 − 1 + (𝜀𝑐 )
0

onde:
199

1
𝛽= 𝜎 (37)
1 − (𝜀 𝑐𝑢 )
0 𝐸0

𝜀0 = 8,9 ∗ 10−5 𝜎𝑐𝑢 + 2,114 ∗ 10−3 (38)


𝜀𝑐 é a deformação de compressão do concreto;
𝜀0 é a deformação de compressão do concreto correspondente à resistência
máxima;
𝜎𝑐𝑢 é a resistência máxima à compressão do concreto;
𝐸0 é o módulo de elasticidade inicial do concreto;
𝜀𝑑 é a deformação última de compressão do concreto.

O modelo constitutivo à compressão proposto por Pavlovic (2013) derivou do


modelo recomendado pelo Eurocode 2 (EN 1992, 2004) a partir de uma extensão
sinusoidal. Após esta extensão sinusoidal, Pavlovic (2013) finaliza o comportamento
do seu modelo por meio de uma extensão linear de acordo com o GB 50010 (2002).
Este modelo pode ser visualizado na Figura 129 em termos da relação tensão
versus deformação. O modelo recomendado pelo GB 50010 (2002) já foi comentado
e, para facilitar o entendimento, serão brevemente apresentadas as diretrizes do
comportamento do modelo preconizado pelo Eurocode 2 (EN 1992, 2004), como
pode ser visto na Figura 130 e na Equação (39).

Figura 129 – Modelo constitutivo à compressão


proposto por Pavlovic (2013)

Fonte: adaptado de Pavlovic (2013).


200

Assim, segundo o Eurocode 2 (EN 1992, 2004), o concreto sob compressão


uniaxial apresenta comportamento linear elástico até atingir 40% da sua resistência
média (𝑓𝑐𝑚 ). Após, o comportamento é regido por uma função parabólica como
apresentado na Equação (39), atingindo a resistência média (𝑓𝑐𝑚 ) e se estendendo
até a deformação última (𝜀𝑐𝑢1 ).

Figura 130 – Modelo constitutivo à


compressão proposto pelo
Eurocode 2 (EN 1992,
2004)

Fonte: Eurocode 2 (EN 1992, 2004).

𝜎𝑐 𝑘𝜂 − 𝜂²
= (39)
𝑓𝑐𝑚 1 + (𝑘 − 2)𝜂
onde:
𝜀𝑐
𝜂= (40)
𝜀𝑐1
|𝜀𝑐1 |
𝑘 = 1,05 𝐸𝑐𝑚 (41)
𝑓𝑐𝑚
𝜎𝑐 é a tensão do concreto à compressão do concreto;
𝑓𝑐𝑚 é a resistência média á compressão do concreto;
𝜀𝑐 é a deformação de compressão do concreto;
𝜀𝑐1 é a deformação de compressão do concreto relativa à resistência média do
201

concreto, 𝑓𝑐𝑚 ;
𝐸𝑐𝑚 é o módulo de elasticidade médio do concreto.

Como no problema estrutural estudado, deformações significativas de Comentado [K14]: Problemas de conectores de
cisalhamento
compressão, caracterizadas pelo esmagamento, surgem frequentemente. Deste
modo, a adoção de um modelo constitutivo que vá além da deformação última do
Eurocode 2 (EN 1992, 2004) se faz necessária. Dito isto, Pavlovic (2013) sugeriu a
extensão desta deformação.
As Equações (42) e (43) definem o comportamento dos novos trechos do
modelo, a partir de onde termina o do Eurocode 2 (EN 1992, 2004). Observando a
Figura 129 é possível analisar que a primeira extensão, sinusoidal, começa a partir
do ponto D, sendo 𝜀𝑐𝑢𝐷 = 𝜀𝑐𝑢1 , e termina no ponto E, onde é iniciada a extensão
linear, que termina no ponto F.

1 sin(𝜇 𝛼𝑡𝐷 . 𝛼𝑡𝐸 . 𝜋⁄2) 𝜇


𝜎𝑐 = 𝑓𝑐𝑚 [ − + ] ∴ 𝜀𝑐𝑢𝐷 < 𝜀𝑐 < 𝜀𝑐𝑢𝐸 (42)
𝛽 𝛽 . sin(𝛼𝑡𝐸 . 𝜋⁄2) 𝛼

[𝑓𝑐𝑢𝐸 (𝜀𝑐𝑢𝐹 − 𝜀𝑐 ) + 𝑓𝑐𝑢𝐹 (𝜀𝑐 − 𝜀𝑐𝑢𝐸 )]


𝜎𝑐 = ∴ 𝜀𝑐 > 𝜀𝑐𝑢𝐸 (43)
(𝜀𝑐𝑢𝐹 − 𝜀𝑐𝑢𝐸 )
(𝜀𝑐 − 𝜀𝑐𝑢𝐷 )
𝜇= (44)
(𝜀𝑐𝑢𝐸 − 𝜀𝑐𝑢𝐷 )
𝑓𝑐𝑚
𝛽= (45)
𝑓𝑐𝑢1
𝑓𝑐𝑚 é a resistência média á compressão do concreto;
𝜎𝑐 é a tensão de compressão do concreto;
𝑓𝑐𝑢𝐸 é a resistência à compressão do concreto no final da extensão sinusoidal;
𝜀𝑐𝑢𝐹 é a deformação de compressão do concreto no final da extensão linear;
𝜀𝑐 é a deformação de compressão do concreto;
𝑓𝑐𝑢𝐹 é a resistência à compressão do concreto no final da extensão linear;
𝜀𝑐𝑢𝐸 é a deformação de compressão do concreto no final da extensão sinusoidal;
𝜀𝑐𝑢𝐷 é a deformação de compressão do concreto no ínicio da extensão sinusoidal,
que é igual à deformação última (𝜀𝑐𝑢1 ) do Eurocode 2 (EN 1992, 2004);
𝑓𝑐𝑢1 é a resistência à compressão do concreto referente ao início da extensão
sinusoidal.
202

Pavlovic (2013) adotou a deformação 𝜀𝑐𝑢𝐹 = 0,10 de modo que esse valor
grande não seja atingido durante a simulação numérica. A Tabela 59 apresenta
alguns parâmetros definidos pelo autor e necessários para implementação do
modelo constitutivo.

Tabela 59 – Parâmetros determinados por Pavlovic (2013) para


definir o modelo constitutivo

𝜶 𝜶𝒕𝑫 𝜶𝒕𝑬
15 0,5 0,9

O último modelo constitutivo de compressão a ser estudado é o proposto por


Alfarah et al. (2017). A relação tensão versus deformação do modelo proposto pelos
autores pode ser observada na Figura 131 e como pode ser visto, este modelo
possui três segmentos. De modo sucinto, o primeiro segmento é definido pelo
regime linear elástico até alcançar 40% da resistência de compressão do concreto
(𝑓𝑐𝑚 ). O comportamento do segundo segmento, ainda ascendente, segue o
recomendado pelo CEB-FIP (Model Code, 2010) até alcançar a resistência máxima,
enquanto o do terceiro segmento, descendente, segue Krätzig e Pölling (2004).

Figura 131 – Modelo constitutivo à compressão proposto por


Alfarah et al. (2017)

Fonte: adaptado de Alfarah et al. (2011).


203

As Equações que regem o comportamento do concreto no primeiro, no


segundo e no terceiro segmento são (46), (48) e (49), respectivamente.

𝜎𝑐(1) = 𝐸0 𝜀𝑐 (46)
𝑓𝑐𝑚
𝐸0 = (0.8 + 0.2 𝐸 ) (47)
88 𝑐𝑖
𝜀𝑐 𝜀𝑐 2
𝐸𝑐𝑖 −
𝑓𝑐𝑚 (𝜀𝑐𝑚 )
𝜎𝑐(2) = 𝑓 (48)
𝜀 𝜀 𝑐𝑚
1 + (𝐸𝑐𝑖 𝑐𝑚 − 2) 𝑐
𝑓𝑐𝑚 𝜀𝑐𝑚
−1
2 + 𝛾𝑐 𝑓𝑐𝑚 𝜀𝑐𝑚 𝜀𝑐2 𝛾𝑐
𝜎𝑐(3) = ( − 𝛾𝑐 𝜀𝑐 + ) (49)
2 𝑓𝑐𝑚 2 𝜀𝑐𝑚

onde:
𝜎𝑐 é a tensão de compressão do concreto;
𝐸0 é o módulo de elasticidade secante, correspondente à tensão de 0,4 𝑓𝑐𝑚 ;
𝜀𝑐 é a deformação de compressão do concreto;
𝑓𝑐𝑚 é a resistência média do concreto à compressão;
𝜀𝑐𝑚 é a deformação correspondente à resistência média (𝑓𝑐𝑚 );
𝛾𝑐 é uma constante.

Uma informação sobre o terceiro segmento é que ele tende assintoticamente


à zero. Assim, é importante definir uma tensão última para fins de cálculo. Ainda
sobre este segmento, cabe comentar a respeito da constante de cálculo 𝛾𝑐 . Tal
constante depende diretamente da energia de esmagamento do concreto (𝐺𝑐ℎ ) e das
características da malha de elementos finitos, assim como da resistência média do
concreto à compressão (𝑓𝑐𝑚 ) também, como pode ser visto na Equação (50).

𝜋 2 𝑓𝑐𝑚 𝜀𝑐𝑚
𝛾𝑐 = 2
𝐺 𝑓 (50)
2 [ 𝑐ℎ − 0,5 𝑓𝑐𝑚 (𝜀𝑐𝑚 (1 − 𝑏) + 𝑏 𝐸𝑐𝑚 )]
𝑙𝑒𝑞 0

𝜀𝑐𝑝𝑙
𝑏= (51)
𝜀𝑐𝑐ℎ

sendo:
204

𝑙𝑒𝑞 é o comprimento característica do elemento finitdo utilizado na discretização do


concreto;
𝑝𝑙
𝜀𝑐 é a deformação plástica de compressão do concreto;
𝜀𝑐𝑐ℎ é a deformação de esmagamento do concreto.

Como o modelo proposto pelos autores considera o tamanho do elemento


finito em sua formulação para restringir a influencia da malha na deformação dos
elementos, deve-se atentar para sempre atualizar o modelo constitutivo em caso de
alteração da malha de elementos finitos. Outro ponto importante sobre este modelo
é em relação à deformação máxima, que deve cumprir o crtitério no qual a energia
de esmagamento (𝐺𝑐ℎ ) se iguale à área sob a curva constitutiva de tensão versus
deformação multiplicada pelo comprimento característico do elemento (𝑙𝑒𝑞 ).
Como relatado anteriormente, o CDPM permite a inserção de um modelo de
dano associado ao modelo constitutivo adotado. Assim, o dano pode variar de zero a
aproximadamente um, sendo zero representando o material ainda intacto e um, a
perda total de resistência e rigidez do elemento. De modo geral, a evolução do dano
está diretamente relacionada à perda da rigidez elástica do material e, segundo Chi
et al. (2017), às deformações inelásticas e plásticas.
Foram adotados dois modelos de dano para associá-los aos modelos
constitutivos de compressão utilizados. Assim, a formulação de dano proposta for
Genikomsou e Polak (2015) foi utilizada em associação com os modelos
recomendados por GB 50010 (2002), Wahalathantri et al. (2011) e Pavlovic (2013).
Este modelo de dano proposto Genikomsou e Polak (2015) considera que a
degradação do concreto é iniciada apenas na zona de softening. Ou seja, o dano à
compressão (𝑑𝑐 ) é induzido após o concreto atingir sua resistência máxima, como
descrito na Equação (52) e apresentado na Figura 132.

𝜎𝑐
𝑑𝑐 = 1 − (52)
𝐸0 (𝜀𝑐 − 𝜀𝑐𝑝𝑙 )

onde:
𝑑𝑐 é o dano de compressão do concreto;
𝜎𝑐 é a tensão de compressão do concreto no ponto onde se deseja determinar o
205

dano;
𝐸0 é o modulo de elasticidade inicial do concreto;
𝜀𝑐 é a deformação de compressão do concreto no ponto onde se deseja determinar
o dano;
𝑝𝑙
𝜀𝑐 é a parcela da deformação plástica de compressão do concreto no ponto onde
se deseja determinar o dano.

Figura 132 – Modelo de dano à compressão proposto


por Genikomsou e Polak (2015)

Fonte: adaptado de Genikomsou e Polak (2015).

O modelo de dano utilizado em associação ao comportamento à compressão


formulado por Alfarah et al. (2017) foi desenvolvido pelos próprios autores. Tal
modelo considera que o concreto se degrada, ou seja, perde rigidez, logo no início
da solicitação. O comportamento deste modelo pode ser descrito como na Equação
(53) e observado na Figura 133.

1
𝑑𝑐 = 1 − [2 (1 + 𝑎𝑐 ) exp(−𝑏𝑐 𝜀𝑐𝑐ℎ ) − 𝑎𝑐 exp(−2 𝑏𝑐 𝜀𝑐𝑐ℎ )] (53)
2 + 𝑎𝑐

sendo 𝑎𝑐 e 𝑏𝑐 coeficientes que podem ser determinados como:


206

𝑓𝑐𝑚 𝑓𝑐𝑚 2 𝑓𝑐𝑚


𝑎𝑐 = 2 ( ) − 1 + 2 √( ) − ( ) (54)
𝑓𝑐0 𝑓𝑐0 𝑓𝑐0
𝑓𝑐0 𝑙𝑒𝑞 𝑎𝑐
𝑏𝑐 = (1 + ) (55)
𝐺𝑐ℎ 2

onde:
𝑓𝑐𝑚 a resistência média à compressão do concreto
𝑓𝑐0 a tensão correspondente à 40% do 𝑓𝑐𝑚
𝑙𝑒𝑞 o comprimento característico do elemento finito
𝐺𝑐ℎ a energia de esmagamento do concreto

Figura 133 – Modelo de dano à compressão proposto


por Alfarah et al. (2017)

Fonte: adaptado de López-Almansa et al. (2014).

4.2.2.2.2. MODELO CONSTITUTIVO E DE DANO À TRAÇÃO UNIAXIAL DO


CONCRETO

Uma significativa atenção deve ser dada ao modelo constitutivo de tração do


concreto em análises não lineares, isto se deve ao fato da complexa simulação da
fissuração em análises numéricas.
207

O comportamento do concreto à tração pode ser representado por meio da


relação tensão versus deformação ou tensão versus deslocamento. Este
comportamento ainda pode ser representado a partir da energia de fratura ou
energia de fissuração do concreto (𝐺𝑓 ).
Muitos modelos vêm sendo estudados e propostos por códigos normativos e
pesquisadores. No geral, eles consideram que o concreto ao atingir a resistência
média à tração (𝑓𝑐𝑡𝑚 ) inicia o processo de fissuração e se comporta de modo não
linear, perdendo rigidez de modo bastante abrupto. As principais divergências sobre
os modelos estudados estão relacionadas a este trecho descendente do
comportamento e à definição do limite do regime linear, onde alguns consideram que
este vai até a resistência média e outros não.
Assim, como feito para o comportamento á compressão, também foram
estudados alguns modelos com a finalidade de conseguir determinar o que melhor
simule de modo mais correlato o comportamento do concreto de Vianna (2009). Dito
isto, entre todos os modelos estudados, escolheu-se os propostos por GB 50010
(2002), CEB-FIP (Model Code, 2010), Pavlovic (2013), Dutra et al. (2014) e Alfarah
et al. (2017). Dentre estes, o CEB-FIP (Model Code, 2010) e o Dutra et al. (2014)
são modelos que consideram a relação tensão versus deslocamento, sendo este
deslocamento em termos da abertura de fissuras do concreto, para definição do
comportamento. Tal escolha pode ajudar na convergência e reduzir a influência da
malha na deformação dos elementos. Esse tipo de escolha já foi feita anteriormente
por Zheng et al. (2016), Fortes (2018), entre outros pesquisadores.
O primeiro modelo constitutivo à tração a ser apresentado é o proposto pelo
GB 50010 (2002). Este modelo também não apresenta um limite definido do regime
linear elástico, assim como no modelo à compressão. Assim, o comportamento
deste modelo possui dois trechos bem definidos, de carregamento e
descarregamento, que são regidos pelas Equações (56) e (57). A Figura 134
apresenta o seu comportamento em termos da relação tensão versus deformação.

𝑦 = 1,2 𝑥 − 0,2𝑥 6 ∴ 𝑥 ≤1 (56)


𝑥 ∴ 𝑥 >1
𝑦= (57)
𝛼𝑡 (𝑥 − 1)1,7 + 𝑥

onde:
208

𝜀
𝑥= (58)
𝜀𝑡
𝜎
𝑦= ∗ (59)
𝑓𝑡
𝛼𝑡 é um parâmetro de ajuste do segmento descendente do comportamento à tração
do concreto;
𝜀 é a deformação de tração do concreto no ponto de interesse;
𝜀𝑡 é a deformação de tração relativa à resistência máxima do concreto;
𝜎 é a tensão de tração do concreto no ponto de interesse;
𝑓𝑡∗ é a resistência uniaxial do concreto à tração.

Figura 134 – Modelo constitutivo à tração


recomendado pelo GB50010
(2002)

Fonte: GB50010 (2002).

O parâmetro de ajuste da curva, 𝛼𝑡 , pode ser encontrado em GB50010 (2002)


em função da resistência do concreto ou da deformação referente a esta resistência.
O segundo modelo constitutivo à tração a ser apresentado é o recomendado
pelo CEB-FIP (Model Code, 2010). Segundo o código normativo em questão, para o
concreto ainda não fissurado, uma relação tensão versus deformação atende
satisfatoriamente a definição do comportamento do material sobre tração uniaxial.
Este comportamento pode ser definido segundo as formulações apresentadas nas
Equações (60) e (61). Porém, quando o concreto fissura, esta relação já atende.
Assim, o código sugere a adoção de uma relação tensão versus abertura de fissura,
209

que pode ser definida por meio das Equações (62) e (63). A comparação entre as
duas relações pode ser encontrada na Figura 135.

𝜎𝑐𝑡 = 𝐸𝑐𝑖 𝜀𝑐𝑡 ∴ 𝜎𝑐𝑡 ≤ 0.9 𝑓𝑐𝑡𝑚 (60)

0.00015 − 𝜀𝑐𝑡
𝜎𝑐𝑡 = 𝑓𝑐𝑡𝑚 (1 − 0.1 ∴ 0.9 𝑓𝑐𝑡𝑚 < 𝜎𝑐𝑡 < 𝑓𝑐𝑡𝑚 (61)
𝑓 )
0.00015 − 0.9 𝑐𝑡𝑚
𝐸𝑐𝑖

onde:
𝜎𝑐𝑡 é tensão de tração uniaxial do concreto;
𝐸𝑐𝑖 é o módulo de elasticidade tangente do concreto;
𝜀𝑐𝑡 é a deformação de tração do concreto;
𝑓𝑐𝑡𝑚 é a resistência média à tração do concreto.

Figura 135 – Modelo constitutivo à tração recomendado pelo CEB-FIP (Model


Code, 2010)

a) Relação tensão versus deformação b) Relação tensão versus abertura de fissuras


0 < 𝜎𝑐𝑡 ≤ 𝑓𝑐𝑡𝑚 𝜎𝑐𝑡 > 𝑓𝑐𝑡𝑚
Fonte: adaptado do CEB-FIP (Model Code, 2010).

𝑤
𝜎𝑐𝑡 = 𝑓𝑐𝑡𝑚 (1 − 0.8 ) ∴ 𝑤 ≤ 𝑤1 (62)
𝑤1
𝑤
𝜎𝑐𝑡 = 𝑓𝑐𝑡𝑚 (0.25 − 0.05 ) ∴ 𝑤1 < 𝑤 ≤ 𝑤𝑐 (63)
𝑤1

onde:
210

𝜎𝑐𝑡 é a tensão de tração uniaxial do concreto;


𝑓𝑐𝑡𝑚 é a resistência média à tração do concreto;
𝑤 é a aberturua de fissura do concreto;
𝑤1 é a abertura de fissura para 𝜎𝑐𝑡 = 0.2 𝑓𝑐𝑡𝑚 e pode ser determinada pela razão
entre a energia de fratura e a resistência média à tração;
𝑤𝑐 é a abertura de fissura para tensão residual 𝜎𝑐𝑡 = 0 e pode ser determinada como
cinco vezes 𝑤1.

O comportamento do modelo constitutivo de tração de Pavlovic (2013) pode


ser visualizado na Figura 136, em termos da relação tensão versus deformação.
Resumidamente, o concreto se comporta linearmente até atingir a sua resistência
média (𝑓𝑐𝑡𝑚 ). A partir deste ponto é iniciado o processo de fissuração do material, na
região de tension softening. Neste trecho, onde há perda inopinada de rigidez e
tensão de modo sinusoidal entre os pontos B e C. Mais detalhes sobre o
comportamento e formulação deste modelo podem ser encontrados em Pavlovic
(2013).

Figura 136 – Modelo constitutivo à tração de


Pavlovic (2013)

Fonte: adaptado de Pavlovic (2013).


211

O quarto modelo estudado foi proposto por Dutra et al. (2014). A Figura 137
apresenta uma representação esquemática deste modelo em termos da relação
tensão versus abertura de fissuras e a Equação (64) apresenta sua a formulação.

Figura 137 – Modelo constitutivo à tração de


Dutra et al. (2014)

Fonte: a autora.

𝑤 3⁄4
𝜎𝑐𝑡 (𝑤) = 𝑓𝑐𝑡𝑚 exp [−2 (𝑤 ) ] (64)
𝑐

onde:
𝜎𝑐𝑡 é a tensão de tração uniaxial do concreto;
𝑓𝑐𝑡𝑚 é a resistência média à tração do concreto;
𝑤 é a aberturua de fissura do concreto;
𝑤𝑐 é a abertura de fissura limite do concreto.

Este modelo apresenta um trecho linear que obedece a lei de Hooke até o
concreto atingir sua resistência média à tração (𝑓𝑐𝑡𝑚 ), onde o material começa a ter
um comportamento regido por uma função exponencial. É importante definir um
critério de parada para a tensão residual, 𝜎𝑡 < 0, de modo a facilitar a convergência
no software.
Cabe citar que é possível converter uma relação tensão versus abertura de
fissuras por tensão versus deformação pode meio do comprimento característico do
212

elemento finito utilizado para discretizar o concreto, como apresentado na Equação


(65). Comentado [K15]: Verificar se a referência é Hordijk (1992)
ou algum autor que tenha citado ele.

𝑤
𝜀 = 𝜀𝑡𝑚 + (65)
𝑙𝑒𝑞

O ultimo modelo constitutivo de tração a ser apresentado é o proposto por


Alfarah et al. (2017). De acordo com os autores, este modelo inclui na formulação da
deformação, a abertura de fissura e a deformação de tração real entre as fissuras. A
Figura 138 apresenta o comportamento deste modelo por meio da relação tensão
𝑒𝑙
versus deformação do concreto. Sendo 𝜀𝑡𝑐𝑘 e 𝜀0𝑡 as componentes elástica e de
fissuração da deformação do material não degradado, nesta ordem, uma vez que 𝜀𝑡𝑝𝑙
e 𝜀𝑡𝑒𝑙 são as componentes plásticas e elásticas do concreto já degragado, fissurado.
A resistência média à tração do concreto, a variável do dano referente ao esforço de
tração e o módulo de elasticidade secante são representados por 𝑓𝑡𝑚 , 𝑑𝑡 e 𝐸0 ,
respectivamente.

Figura 138 – Modelo constitutivo à tração de


Alfarah et al. (2017)

Fonte: Alfarah et al. (2017).

O comportamento do concreto proposto pelos autores consiste em um trecho


linear elástico até a resistência média à tração e um segundo, descendente e não
linear. Esses trechos são definidos pelas Equações (66) e (69).
213

𝜎𝑡 (𝑤) 𝑤 3 −𝑐2 𝑤𝑤 𝑤
= [1 + (𝑐1 ) ]𝑒 𝑐 − (1 + 𝑐13 ) 𝑒 −𝑐2 (66)
𝑓𝑡𝑚 𝑤𝑐 𝑤𝑐
sendo:
𝐺𝑓
𝑤𝑐 = 5.14 (67)
𝑓𝑡𝑚
𝐺𝑓 = 0.073 𝑓𝑐𝑚 0.18 (68)
𝑤
𝜀𝑡 = 𝜀𝑡𝑚 + (69)
𝑙𝑒𝑞

onde:
𝜎𝑡 é a tensão de tração uniaxial do concreto;
𝑓𝑡𝑚 é a resistência média à tração do concreto;
𝑐1 e 𝑐2 são constantes que podem ser determinadas de acordo com Hordijk (1992);
𝑤 é a aberturua de fissura do concreto;
𝑤𝑐 é a abertura crítica de fissura do concreto;
𝐺𝑓 é a a energia de fratura do concreto, determinada pelo CEB-FIP (Model Code,
2010);
𝜀𝑡 é a deformação de tração do concreto;
𝜀𝑡𝑚 é a deformação de tração do concrete referente à sua resistência média;
𝑙𝑒𝑞 é o comprimento característico do elemento.

Assim como no modelo de compressão proposto pelos autores, este também


leva em consideração em sua formulação o tamanho do elemento finito. Assim,
deve-se atentar para sempre atualizar o modelo constitutivo em caso de alteração
da malha de elementos finitos.
Para associar aos modelos constitutivos de tração adotados foram escolhidos
dois modelos de dano, o proposto por Genikomsou e Polak (2015) e o proposto por
Alfarah et al. (2017).
A formulação de Genikomsou e Polak (2015) foi empregada em associação
aos modelos constitutivos do GB 50010 (2002), CEB-FIP (Model Code, 2010),
Pavlovic (2013) e Dutra et al. (2014). Assim como na formulação do dano de
compressão, os autores consideram que o concreto apenas inicia o processo de
fissuração, se degradando, quando atinge a sua resistência à tração. A Figura 139
apresenta o comportamento do modelo proposto e a Equação (70), sua formulação.
214

Figura 139 – Modelo de dano à tração proposto


por Genikomsou e Polak (2015)

Fonte: adaptado de Genikomsou e Polak (2015).

𝜎𝑡
𝑑𝑡 = 1 − (70)
𝐸0 (𝜀𝑡 − 𝜀𝑡𝑝𝑙 )

onde:
𝑑𝑡 é o dano de tração do concreto;
𝜎𝑡 é a tensão de tração do concreto no ponto onde se deseja determinar o dano;
𝐸0 é o modulo de elasticidade inicial do concreto;
𝜀𝑡 é a deformação total de tração do concreto no ponto onde se deseja determinar
o dano;
𝜀𝑡𝑝𝑙 é a parcela da deformação plástica de tração do concreto no ponto onde se
deseja determinar o dano.

Para ser associado ao modelo constitutivo de tração proposto por Alfarah et


al. (2017) foi utilizada a formulação de dano dos próprios autores. O seu
comportamento, que pode ser encontrado na Figura 140, considera que o concreto
se degrada muito antes de atingir a sua resistência. Como o dano de tração está
relacionado com a fissuração do concreto, pode-se afirmar que de acordo com os
autores, o concreto fissura antes mesmo de sair do regime linear elástico.
215

Figura 140 – Modelo de dano à tração proposto por


Alfarah et al. (2017)

Fonte: adaptado de López-Almansa et al. (2014).

A formulação do dano à tração do concreto proposto por Alfarah et al. (2017)


está apresentada na Equação (71).

1
𝑑𝑡 = 1 − [2 (1 + 𝑎𝑡 ) exp(−𝑏𝑡 𝜀𝑡𝑐𝑘 ) − 𝑎𝑡 exp(−2 𝑏𝑡 𝜀𝑡𝑐𝑘 )] (71)
2 + 𝑎𝑡

𝑓𝑡𝑚 𝑓𝑡𝑚 2 𝑓𝑡𝑚


𝑎𝑡 = 2 ( ) − 1 + 2 √( ) − ( ) (72)
𝑓𝑡0 𝑓𝑡0 𝑓𝑡0
𝑓𝑡0 𝑙𝑒𝑞 𝑎𝑡
𝑏𝑡 = (1 + ) (73)
𝐺𝑓 2

onde:
𝑑𝑡 é o dano de tração do concreto;
𝜀𝑡𝑐𝑘 é a deformação de fissuração do concreto;
𝑓𝑡𝑚 a resistência média à tração do concreto;
𝑓𝑡0 a tensão de tração correspondente ao início da fissuração;
𝑙𝑒𝑞 o comprimento característico do elemento finito;
𝐺𝑓 a energia de fratura do concreto.
216

4.2.3. ANÁLISE NÃO LINEAR E SOLVER DINÂMICO

As estruturas podem apresentar comportamento não linear devido a algumas


não linearidades: do material, geométrica e de contato. A não linearidade é
solucionada numericamente através de processo incremental-iterativo, de modo que
para cada incremento de carga, há uma verificação do equilíbrio da estrutura, por
meio de ciclos de aproximações iterativas, até as equações de equilíbrio atingirem
uma precisão satisfatória. Ou seja, o problema da não linearidade é de natureza
substancialmente incremental (DUTRA ET AL., 2014).
A análise não linear completa é a forma mais realista de cálculo estrutural,
considerando todas as etapas sucessivas, desde a fase ainda descarregada,
passando pelo comportamento em serviço, considerando o comportamento não
linear até que se atinja a ruptura.
Dutra et al. (2014) afirmam que o estudo do comportamento de estruturas de
aço e concreto até a ruptura leva à consideração da plasticidade dos materiais por
meio de análises não lineares. Assim, todas as análises realizadas para a confecção
deste trabalho foram não lineares, principalmente devido à complexidade e não
linearidade dos materiais utilizados.
O software utilizado oferece dois métodos de integração no tempo: o implícito
(Abaqus/Standard) e o explícito (Abaqus/Explicit). Sendo o primeiro, o método de
solução mais geral, com a capacidade de resolver problemas lineares e não lineares
de maneira implícita. Deste modo, ele revolve os sistemas de equações a cada
incremento do processo de solução da matriz de rigidez do modelo. O método
requer de extensivo tempo computacional para a resolução dos problemas, por ser
um método mais exato. O Abaqus/Standard é indicado tanto para análises estáticas
quanto para análises dinâmicas.
O Abaqus/Explicit, solver utilizado nas análises deste trabalho, é desenvolvido
para soluções mais rápidas de problemas dinâmicos com grandes deformações e
deslocamentos. O método determina a solução sem iterações, através de um
método de integração explícita. Este necessita de menores esforços
computacionais, pois as matrizes globais de massa e rigidez não precisam ser
217

transformadas e invertidas. Assim, cada incremento necessita menos da máquina.


No entanto, pode apresentar dificuldades sobre a real convergência das análises.
Como as análises a partir do MEF se estendem até a fase pós-ruptura dos
problemas modelados, a convergência numérica durante as análises dos ensaios do
tipo pushout pode ser difícil de ser alcançada (Bezerra et al., 2018). Este fato levou à
escolha do solver em questão, como também foi feito por outros pesquisadores,
como Zheng et al. (2016), Pavlovic e Veljkovic (2017), Keo et al. (2018) e Liu et al.
(2019).
Mais detalhes sobre o solver explicito podem ser encontrados em Souza
(2018). Mas cabe citar que atentou-se em controlar o efeito dinâmico da análise a
fim de obter uma análise quase-estática, em seu tempo natural. Este controle foi
feito principalmente por meio do mass scaling, que é capaz de reduzir
significativamente o tempo de análise a partir do aumento artificial da densidade do
material.
Keo et al. (2018) afirmam que é possível controlar o efeito dinâmico das
análises a partir do monitoramento da razão entre as energias cinética e interna do
modelo. Isto é, para obter uma solução quase-estática sugere-se que a energia
cinética total final seja de 5% a 10% da energia interna do modelo (ABAQUS, 2014).
Outro ponto a ser considerado é a possibilidade de aplicação dos esforços de
maneira gradual partindo de zero (ABAQUS, 2005). Procurou-se adotar isto por meio
do emprego da amplitude smooth.

4.2.4. CARREGAMENTO, RESTRIÇÕES E CONDIÇÕES DE CONTORNO

Os espécimes de Vianna (2009) foram submetidos a um carregamento na


face superior do perfil metálico. A fim de se assemelhar aos ensaios experimentais,
o carregamento foi aplicado por meio de um deslocamento vertical prescrito na face
da alma do perfil. A adoção do controle de deslocamento foi feita, pois levou à
melhor convergência e comportamento dos resultados.
Com relação às condições de contorno, nos ensaios, as faces das bases das
lajes possuíam apoios que restringiam os deslocamentos nas três direções. Assim,
218

foram restringidos os deslocamentos nas três direções dos eixos globais. A Figura
141 apresenta o deslocamento aplicado no topo do perfil metálico e as restrições de
deslocamento.

Figura 141 – Carregamento e condição de contorno

a) Deslocamento no topo do b) Restrição de deslocamento


perfil metálico na base das lajes de concreto

É importante mencionar que tanto os apoios simulados por meio das


restrições de deslocamento quanto o deslocamento prescrito foram aplicados
através de uma ferramenta de restrição. Esta ferramenta faz com que o movimento
de um único ponto de referência governe um conjunto de nós e elementos e está
apresentada na Figura 142.

Figura 142 – Ferramenta de restrição - Multi


point constraint
219

4.2.5. CONTATOS E INTERAÇÕES

A fim de simular as interações reais que acontecem durante o ensaio


experimental do tipo pushout, contatos e restrições podem ser aplicados na
modelagem numérica.
Deste modo, para simular a interação entre as armaduras e o concreto da
laje, a restrição do tipo embedded foi utilizada (Figura 143). Aplicação esta que faz
com que os graus de liberdade dos nós dos elementos da armadura, chamados de
região escrava, sejam restringidos para valores interpolados dos correspondentes
graus de liberdade dos elementos da laje de concreto, região mestre. Isto é, este
aplicação faz com que se desloquem com a mesma magnitude, o que significa que
existe um vínculo perfeito entre o aço e o concreto.

Figura 143 – Interação entre as armaduras e a laje de


concreto por meio da restrição do tipo
embedded

região
embebida

região
hospedeira

Nos ensaios experimentais, o conector de cisalhamento é soldado ao perfil


metálico. Para simular a solda, buscou-se fazer uso da restrição to tipo tie (Figura
144), que relaciona duas superfícies e faz com que essas superfícies fiquem unidas
durante toda simulação numérica. Segundo Dutra et al. (2014), os deslocamentos
podem ser considerados os mesmo para as duas superfícies devido a elevada
resistência da solda entre os materiais.
220

Figura 144 – Interação entre o conector de cisalhamento e o


perfil metálico por meio da restrição do tipo tie

Procurou-se modelar o contato e a transmissão de esforços entre o conector


de cisalhamento e a laje de concreto e entre a laje de concreto e o perfil metálico por
meio do contato General. Para este contato foram associadas as propriedades de
comportamento tangencial a partir da formulação de Penalidade, onde um
coeficiente de atrito de 15 foi adotado. A propriedade de contato normal do tipo hard
também foi associada. Esta propriedade é aplicada onde há contato frontal, com
possível penetração entre algumas superfícies. Para utilização do contato General
não é necessário definir pares de superfície. O contato se aplica automaticamente
quando necessário.

4.2.6. DISCRETIZAÇÃO

Neste trabalho procurou-se utilizar a malha de elementos finitos estruturada,


que é automaticamente gerada pelo software utilizado. Esta malha é a melhor malha
que o Abaqus (2014) pode gerar em função do tipo de elemento a ser discretizado,
porém foram realizadas partições para melhorar a distribuição dos elementos,
evitando concentração e distorção dos mesmos.
221

O Abaqus/Explicit não permite o uso de elementos de segunda ordem, assim,


elementos de primeira ordem foram adotados para o modelo em questão. Estes
elementos fazem uso de interpolação linear para obtenção de deslocamentos nodais
e, com isso, as bordas desses elementos são incapazes de se curvarem sobre
flexão, o que acarreta em deformação ao invés de flexão, conhecido como shear
locking (Abaqus, 2014). Para evitar este fenômeno, é sugerido o uso de integração
reduzida.
É de vasto conhecimento que o elemento de segunda ordem pode levar a
melhor convergência dos resultados devido a maior quantidade de pontos de caçulo.
Ainda com este pensamento, esta também pode ser uma vantagem do elemento
linear frente ao de segunda ordem, pois a diminuição expressiva do número de nós
conduz à redução significativa do tempo de processamento da análise.
Como apresentado na Tabela 60, todos os componentes do modelo foram
discretizados com elementos 3D do tipo C3D8R (Figura 145), que é um elemento
contínuo, hexaédrico, com oitos nós e três graus de liberdade cada, interpolação
linear e integração reduzida. Mesmo o Abaqus/Explicit sendo o método de
integração no tempo utilizado, o elemento adotado pertence à biblioteca do
Abaqus/Standard.

Tabela 60 – Elementos finitos adotados para discretização dos modelos

Tamanho do
Componentes Elemento Tipo de integração elemento
(mm)
Armaduras C3D8R Integração reduzida 24
Conector de cisalhamento C3D8R Integração reduzida 5
Laje de concreto C3D8R Integração reduzida 8
Perfil metálico C3D8R Integração reduzida 8

O tamanho dos elementos variou de acordo com os componentes do modelo.


Isso foi feito com a finalidade de alcançar precisão nos resultados, refinando a
discretização em componentes específicos, e diminuir tempo e esforço
computacional, utilizando elementos maiores em regiões menos solicitadas. Assim,
foi dada prioridade em refinar mais a malha da laje de concreto e do conector de
cisalhamento, considerando que são os componentes onde se deseja estudar os
fenômenos físicos. Dito isto, o tamanho do elemento adotado para cada componente
222

estudado pode ser visto na Tabela 60. É de conhecimento que um estudo de


sensibilidade e convergência de malha é importante em simulações numéricas.
Porém, neste trabalho não foi possível realizá-lo devido ao tempo. Assim, foram
adotados para a discretização da laje de concreto, a dimensão de elemento
recomendada por Fortes (2018).

Figura 145 – Elemento C3D8R

Fonte:
http://web.mit.edu/calculix_v2.
7/CalculiX/ccx_2.7/doc/ccx/no
de26.html

Ainda com relação aos elementos, a Tabela 61 exibe a quantidade de nós e


elementos de cada modelo, enquanto a Figura 146 e a Figura 147 apresentam a
discretização do modelo e dos componentes.

Tabela 61 – Quantidade nós e elementos de cada modelo

Modelo Nº de nós Nº de elementos


P-SF 247054 217042
P-2F 240124 210498
P-2F-AR 241620 211506
223

Figura 146 – Discretização dos componentes do modelo

a) Conector P-SF b) Conector P-2F

c) Armadura longitudinal d) Armadura transversal

e) Perfil metálico f) Laje de concreto


224

Figura 147 – Discretização do modelo completo

4.3. VALIDAÇÃO DA MODELAGEM NUMÉRICA

A fim de validar as escolhas previamente descritas da modelagem numérica,


neste subitem serão apresentados resultados das simulações realizadas a partir dos
modelos de Vianna (2009), como mencionado no início do capítulo.
Como já apresentado, foram selecionados quatro modelos de Vianna (2009)
para tal validação, são eles: P-SF-120-52, P-2F-120-28, P-2F-120-52 e P-2F-AR-
120-52. Em tese, neste subitem de validação serão utilizadas as nomenclaturas
utilizadas por Vianna (2009) em referência os modelos experimentais. Com relação
aos modelos numéricos, estes terão a indicação MN associada ao início da
nomenclatura dos protótipos experimentais.
No subitem 4.2.2.2. foram apontadas algumas das leis constitutivas que vêm
sendo desenvolvidas para descrever o comportamento do concreto. Posto isto, um
breve estudo de sensibilidade do comportamento do concreto foi realizado a partir
de tais leis constitutivas com intenção de encontrar as que representam de modo
mais fidedigno o comportamento do material em questão.
Para o referido estudo de sensibilidade, foi selecionado o modelo P-SF-120-
52 por apresentar menor complexidade. Os modelos foram divididos em quatro
grupos em função do modelo constitutivo à compressão do concreto. Tais grupos
podem ser observados na Tabela 62, na Tabela 63, na Tabela 64 e na Tabela 65,
225

onde o comportamento à compressão do concreto em cada grupo é Pavlovic (2013),


Alfarah et al. (2017), Wahalathantri et al. (2011) e GB50010 (2002),
respectivamente.

Tabela 62 – Combinação das leis constitutivas do grupo 1 – Pavlovic (2013)

Lei constitutiva Lei constitutiva


Modelo Nomenclatura
de compressão de tração
Modelo 1-1 MN1-1-P-SF-120-52 Pavlovic (2013) Alfarah et al. (2017)
Modelo 1-2 MN1-2-P-SF-120-52 Pavlovic (2013) CEB-FIP (Model Code, 2010)
Modelo 1-3 MN1-3-P-SF-120-52 Pavlovic (2013) Dutra et al. (2014)
Modelo 1-4 MN1-4-P-SF-120-52 Pavlovic (2013) GB50010 (2002)
Modelo 1-5 MN1-5-P-SF-120-52 Pavlovic (2013) Pavlovic (2013)

Tabela 63 – Combinação das leis constitutivas do grupo 2 – Alfarah et al. (2017)

Lei constitutiva de Lei constitutiva


Modelo Nomenclatura
compressão de tração
Modelo 2-1 MN2-1-P-SF-120-52 Alfarah et al. (2017) Alfarah et al. (2017)
Modelo 2-2 MN2-2-P-SF-120-52 Alfarah et al. (2017) CEB-FIP (Model Code, 2010)
Modelo 2-3 MN2-3-P-SF-120-52 Alfarah et al. (2017) Dutra et al. (2014)
Modelo 2-4 MN2-4-P-SF-120-52 Alfarah et al. (2017) GB50010 (2002)
Modelo 2-5 MN2-5-P-SF-120-52 Alfarah et al. (2017) Pavlovic (2013)

Tabela 64 – Combinação das leis constitutivas do grupo 3 – Wahalathantri et al.


(2011)

Lei constitutiva de Lei constitutiva


Modelo Nomenclatura
compressão de tração
Modelo 3-1 MN3-1-P-SF-120-52 Wahalathantri et al. (2011) Alfarah et al. (2017)
CEB-FIP (Model
Modelo 3-2 MN3-2-P-SF-120-52 Wahalathantri et al. (2011)
Code, 2010)
Modelo 3-3 MN3-3-P-SF-120-52 Wahalathantri et al. (2011) Dutra et al. (2014)
Modelo 3-4 MN3-4-P-SF-120-52 Wahalathantri et al. (2011) GB50010 (2002)
Modelo 3-5 MN3-5-P-SF-120-52 Wahalathantri et al. (2011) Pavlovic (2013)
226

Tabela 65 – Combinação das leis constitutivas do grupo 4 – GB50010 (2002)

Lei constitutiva de Lei constitutiva


Modelo Nomenclatura
compressão de tração
Modelo 4-1 MN4-1-P-SF-120-52 GB50010 (2002) Alfarah et al. (2017)
Modelo 4-2 MN4-2-P-SF-120-52 GB50010 (2002) CEB-FIP (Model Code, 2010)
Modelo 4-3 MN4-3-P-SF-120-52 GB50010 (2002) Dutra et al. (2014)
Modelo 4-4 MN4-4-P-SF-120-52 GB50010 (2002) GB50010 (2002)
Modelo 4-5 MN4-5-P-SF-120-52 GB50010 (2002) Pavlovic (2013)

No tocante dos resultados obtidos a partir das simulações numéricas, o


Gráfico 1, o Gráfico 2, o Gráfico 3 e o Gráfico 4 apresentam as relações carga
versus deslizamento dos modelos dos grupos 1, 2, 3 e 4, nesta ordem.

Gráfico 1 – Relação carga por conector versus deslizamento – Grupo 1

600,00

550,00

500,00
Carga por conector (kN)

450,00

400,00

350,00

300,00

250,00

200,00

150,00

100,00
P-SF-120-52 MN1-1-P-SF-120-52 MN1-2-P-SF-120-52
50,00 MN1-3-P-SF-120-52 MN1-4-P-SF-120-52 MN1-5-P-SF-120-52

0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00
Deslizamento (mm)

Observando graficamente os resultados, pode-se notoriamente perceber a


diferença entre os comportamentos das curvas apresentadas em função do modelo
constitutivo do concreto. Assim, fica evidente que a escolha de tal modelo deve ser
bastante criteriosa considerando a influência que o mesmo possui nos resultados.
227

Gráfico 2 – Relação carga por conector versus deslizamento – Grupo 2

600,00

550,00

500,00
Carga por conector (kN)

450,00

400,00

350,00

300,00

250,00

200,00

150,00

100,00

50,00 P-SF-120-52 MN2-1-P-SF-120-52 MN2-2-P-SF-120-52


MN2-3-P-SF-120-52 MN2-4-P-SF-120-52 MN2-5-P-SF-120-52
0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00
Deslizamento (mm)

Gráfico 3 – Relação carga por conector versus deslizamento – Grupo 3

600,00

550,00

500,00

450,00
Carga por conector (kN)

400,00

350,00

300,00

250,00

200,00

150,00

100,00

50,00 P-SF-120-52 MN3-1-P-SF-120-58 MN3-2-P-SF-120-58


MN3-3-P-SF-120-58 MN3-4-P-SF-120-52 MN3-5-P-SF-120-52
0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00
Deslizamento (mm)
228

Gráfico 4 – Relação carga por conector versus deslizamento – Grupo 4

600,00

550,00

500,00
Carga por conector (kN)

450,00

400,00

350,00

300,00

250,00

200,00

150,00

100,00

50,00 #REF! MN4-1-P-SF-120-52 MN4-2-P-SF-120-52


MN4-3-P-SF-120-52 MN4-4-P-SF-120-52 MN4-5-P-SF-120-52
0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00
Deslizamento (mm)

Ainda analisando os gráficos exibidos é possível observar que os resultados


das simulações numéricas destoem significativamente do experimental de Vianna
(2009). Tal análise acrescida da observação da Tabela 66, que exibe os resultados
em termos de resistência máxima (P), resistência característica (P rk), capacidade de
deslizamento (u), capacidade de deslizamento característica (uk) e faz algumas
comparações com o modelo experimental de Vianna (2009), leva à ponderação de
que os modelos MN1-4-P-SF-120-52 e MN1-5-P-SF-120-52 são os que apresentam
resistência característica mais próxima à do modelo P-SF-120-52, com apenas 1% e
9% de erro, respectivamente. No entanto, o comportamento da relação carga versus
deslizamento desses modelos se distingue substancialmente do comportamento do
modelo experimental, principalmente na fase pós-pico, de descarregamento.
Com base no comportamento da relação carga versus deslizamento verifica-
se que os modelos compostos pelas leis constitutivas à tração CEB-FIP (Model
Code, 2010) e Dutra et al. (2014) são os que apresentam tendência de
comportamento mais similar ao do experimental considerando a fase pós-pico da
curva, exibindo uma retenção de carga, o que possibilita uma maior capacidade de
deslizamento. Acerca da capacidade de deslizamento, é possível analisar por meio
da Tabela 66 que o modelo MN1-2-P-SF-120-52 apresenta capacidade
229

característica de deslizamento próxima à do modelo experimental, com apenas 18%


de erro.

Tabela 66 – Resultados dos modelos estudados em termos de resistência e


capacidade de deslizamento do P-SF-120-52
𝑷𝒆𝒙𝒑 𝜹𝒖𝒌 𝜹𝒖𝒌𝒆𝒙𝒑
Grupo Modelo 𝑷 (𝒌𝑵) 𝑷𝒓𝒌 (𝒌𝑵) 𝒔𝒅𝑷
𝑷𝑴𝑵 (mm) 𝜹𝒖𝒌𝑴𝑵
- P-SF-120-52 319,28 287,35 - - 9,90 -
MN1-1-P-SF-120-52 353,87 318,48 0,90 5,04 1,96
MN1-2-P-SF-120-52 386,54 347,88 0,83 8,08 1,22
1 MN1-3-P-SF-120-52 380,19 342,17 23,76 0,84 10,30 0,96
MN1-4-P-SF-120-52 320,27 288,24 1,00 3,82 2,59
MN1-5-P-SF-120-52 351,52 316,37 0,91 3,00 3,30
MN2-1-P-SF-120-52 471,34 424,21 0,68 4,72 2,10
MN2-2-P-SF-120-52 532,89 479,60 0,60 16,43 0,60
2 MN2-3-P-SF-120-52 536,71 483,04 38,06 0,59 16,68 0,59
MN2-4-P-SF-120-52 448,44 403,59 0,71 8,33 1,19
MN2-5-P-SF-120-52 457,45 411,71 0,70 8,94 1,11
MN3-1-P-SF-120-52 402,01 361,81 0,79 3,27 3,03
MN3-2-P-SF-120-52 431,04 387,94 0,74 >20 < 0,49
3 MN3-3-P-SF-120-52 432,18 388,96 25,20 0,74 34,99 0,28
MN3-4-P-SF-120-52 368,12 331,31 0,87 4,75 2,08
MN3-5-P-SF-120-52 386,16 347,55 0,83 4,81 2,06
MN4-1-P-SF-120-52 321,59 289,43 0,99 4,03 2,46
MN4-2-P-SF-120-52 355,82 320,24 0,90 7,57 1,31
4 MN4-3-P-SF-120-52 348,06 313,26 23,00 0,92 8,19 1,21
MN4-4-P-SF-120-52 291,08 261,97 1,10 2,37 4,19
MN4-5-P-SF-120-52 322,34 290,10 0,99 3,18 3,11

Outro ponto importante para avaliar o estudo de sensibilidade dos modelos


constitutivos é a partir do custo e do tempo computacional demandado por cada
modelo. Assim, Tabela 67 exibe o tempo de processamento da análise de cada
modelo.
Analisando tal tempo de processamento nota-se que a escolha das leis
constitutivas influencia não apenas no comportamento estrutural dos modelos, mas
230

também no custo computacional das análises, e de modo significativo, podendo


haver uma diferença de até sete vezes no tempo de processamento.

Tabela 67 – Tempo de processamento das análises


Grupo Modelo Tempo de processamento da análise
(h)
MN1-1-P-SF-120-52 59,17
MN1-2-P-SF-120-52 61,38
1 MN1-3-P-SF-120-52 65,42
MN1-4-P-SF-120-52 65,10
MN1-5-P-SF-120-52 169,78
MN2-1-P-SF-120-52 53,97
MN2-2-P-SF-120-52 51,95
2 MN2-3-P-SF-120-52 55,70
MN2-4-P-SF-120-52 141,82
MN2-5-P-SF-120-52 175,67
MN3-1-P-SF-120-52 60,80
MN3-2-P-SF-120-52 61,84
3 MN3-3-P-SF-120-52 69,73
MN3-4-P-SF-120-52 434,38
MN3-5-P-SF-120-52 216,90
MN4-1-P-SF-120-52 55,50
MN4-2-P-SF-120-52 56,05
4 MN4-3-P-SF-120-52 61,03
MN4-4-P-SF-120-52 214,57
MN4-5-P-SF-120-52 383,60

Entende-se que o modelo experimental escolhido para o estudo de


sensibilidade em questão pode não ter sido o melhor dentre os disponíveis na
pesquisa de Vianna (2009) em função de algumas questões físicas, mas acredita-se
que com o modelo com furos, ajustes podem ser feitos para uma melhor validação
da modelagem numérica.
Ponderações postas a respeito do desempenho dos modelos, e levando em
consideração o tempo de processamento da análise de cada modelo, a combinação
entre a lei constitutiva à compressão do concreto desenvolvida por Pavlovic (2013) e
231

à tração preconizada pelo CEB-FIP (Model Code, 2010) foi selecionada para avaliar
os demais modelos de Vianna (2009) apesar de não apresentar a melhor correlação
em termos de resistências. Esta combinação foi selecionada por aliar um
comportamento dúctil com um tempo de processamento adequado.
Com o intuito de avaliar os demais modelos aplicando a combinação das leis
constitutivas do concreto escolhida, apresenta-se primeiramente os resultados para
o modelo P-2F-120-28 que podem ser encontrados na Tabela 68, em termos de
resistência e capacidade de deslizamento, e no Gráfico 5, em termos da relação
carga por conector versus deslizamento.

Tabela 68 – Resultados do modelo P-2F-120-28 em termos de resistência e


capacidade de deslizamento
𝑷 𝑷𝒓𝒌 𝑷𝒆𝒙𝒑 𝜹𝒖𝒌 𝜹𝒆𝒙𝒑
Modelo 𝜹𝒖 (mm)
(kN) (kN) 𝑷𝑴𝑵 (mm) 𝜹𝑴𝑵
P-2F-120-28-A 329,55 296,56 7,77 6,99
0,96 1,69
MN-P-2F-120-28 342,94 308,65 4,59 4,13

Gráfico 5 – Relação carga por conector versus deslizamento do modelo P-2F-


120-28

500,00

450,00

400,00
Carga por conector (kN)

350,00

300,00

250,00

200,00

150,00

100,00

50,00 P-2F-120-28-A MN-P-2F-120-28

0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00
Deslizamento (mm)

Analisando o resultado exposto, observa-se que o modelo numérico obteve


resistência, aproximadamente, 4% maior com relação ao experimental, uma
232

discordância não muito significativa para modelos numéricos que envolvem


concreto. A respeito da ductilidade, o conector do modelo numérico apresentou
capacidade de deslizamento 41% menor do que o apresentado pelo conector
experimental. Essa discrepância faz com o conector do modelo numérico não possa
ser considerado como dúctil pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004), por apresentar pouca
capacidade de deformação, e conduz ao pensamento de que o modelo não
apresenta adequada retenção de carga e descarrega aceleradamente. No entanto,
analisando o Gráfico 5 é possível averiguar que o modelo numérico apesar de
possuir maior capacidade de carga e descarregar mais rapidamente e antes do
modelo experimental, consegue reter moderadamente a sua resistência no
descarregamento. Ainda com relação a este fato, é possível notar que as tangentes
da fase de descarregamento dos modelos não são expressivamente distintas.
Com a finalidade de corroborar com Gráfico 5, a Figura 148 e a Figura 149
apresentam a distribuição de tensão de von Mises e a propagação do esmagamento
do concreto do modelo numérico, respectivamente, onde é possível notar que o
conector apresentou pouca deformação e o concreto, expressiva degradação.

Figura 148 – Distribuição da tensão de von Mises – P-2F-120-28

a) distribuição da tensão de von Mises para o patamar da carga máxima

b) distribuição da tensão de von Mises para o patamar de 10 mm de deslizamento

A degradação do concreto justifica o início da perda de rigidez e resistência


do modelo numérico, que levou a um descarregamento mais significativo quando
comparado com o modelo experimental. Cabe mencionar que ao alcançar a sua
233

resistência, certos elementos do conector já estavam em escoamento. A fim de


melhorar a ilustração dos fenômenos, a imagens apresentam apenas um quarto do
modelo numérico.

Figura 149 – Propagação do esmagamento do concreto através


do dano de compressão – P-2F-120-28

a) dano de compressão para o patamar da carga máxima

b) dano de compressão para o patamar de 10 mm de deslizamento

Ainda analisando a Figura 149, nota-se no patamar de 10 mm de


deslizamento uma vultosa deformação no topo da laje de concreto, que pode auxiliar
na separação vertical entre a laje e a viga metálica, fenômeno conhecido como uplift.
A partir das considerações realizadas e apesar das divergências encontradas,
este modelo pôde ser considerado adequado para validação da modelagem
numérica. Assim, ainda serão apresentados os resultados da validação dos dois
outros modelos selecionados e mencionados no subitem 4.1.
O próximo modelo a ser apresentado é o P-2F-120-52, fisicamente similar ao
apresentado anteriormente, se diferenciando apenas pela resistência do concreto
utilizado na laje. Deste modo, a Tabela 69 exibe os resultados da simulação
numérica em termos da resistência ao cisalhamento e ductilidade, assim como o
Gráfico 6 apresenta tais resultados em termos da relação carga por conector versus
deslizamento do modelo em questão.
Explorando os resultados dispostos, verificamos que o modelo simulado
numericamente apresentou capacidade resistente 17% maior do que o experimental.
234

Esta diferença é mais significativa do que a do modelo anterior (P-SF-120-28).


Contudo, o resultado em termos gráfico, como pode ser visualizado a partir do
Gráfico 6, exibe que o comportamento deste modelo, principalmente pós-pico, é
bastante similar ao do experimental, apresentando considerada retenção de carga. A
capacidade de deslizamento deste modelo é bastante satisfatória, sendo cerca de
7% maior a do modelo experimental de Vianna (2009).

Tabela 69 – Resultados do modelo P-2F-120-52 em termos de resistência e


capacidade de deslizamento

𝑷 𝑷𝒓𝒌 𝑷𝒆𝒙𝒑 𝜹𝒖𝒌 𝜹𝒆𝒙𝒑


Modelo 𝜹𝒖 (mm)
(kN) (kN) 𝑷𝑴𝑵 (mm) 𝜹𝑴𝑵
P-2F-120-52-B 394,85 355,37 7,88 7,09
0,86 0,94
MN-P-2F-120-52 461,53 415,38 8,42 7,58

Gráfico 6 – Relação carga por conector versus deslizamento do modelo P-


2F-120-52

500,00

450,00

400,00
Carga por conector (kN)

350,00

300,00

250,00

200,00

150,00

100,00

50,00
415.37 12.00 415.37 12.00
0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00
Deslizamento (mm)

A Figura 150 e a Figura 151 apresentam a distribuição da tensão de von


Mises no modelo numérico e a propagação do dano de compressão do concreto,
respectivamente. De acordo com o exposto, nota-se que o conector Perfobond já
apresenta relevante tensão ao atingir sua resistência, o que pode ser visualizado
235

através da quantidade considerável de elementos escoando. Este fato pode ser


justificado pela alta resistência do concreto, que acaba sobrecarregando o conector.

Figura 150 – Distribuição da tensão de von Mises – P-2F-120-52

a) distribuição da tensão de von Mises para o patamar da carga máxima

b) distribuição da tensão de von Mises para o patamar de 10 mm de deslizamento

Figura 151 – Propagação do esmagamento do concreto através


do dano de compressão – P-2F-120-52

a) dano de compressão para o patamar da carga máxima

b) dano de compressão para o patamar de 10 mm de deslizamento

O aumento da resistência do concreto contribuiu para um comportamento


mais dúctil do conector simulado, fazendo com que o seu comportamento pós-pico
se aproximasse mais do comportamento real do conector experimental.
236

Apesar das discrepâncias ponderadas, acredita-se que alguns ajustes


relacionados ao refinamento da malha de elementos finitos possam levar a uma
validação mais adequada.
Com a finalidade de finalizar a validação da modelagem numérica, os
resultados do último modelo a ser estudado (P-2F-AR-120-52) serão apresentados a
seguir, em termos de resistência e capacidade de deslizamento na Tabela 70, e em
termos da relação carga por conector versus deslizamento no Gráfico 7.

Tabela 70 – Resultados do modelo P-2F-AR-120-52 em termos de resistência


e capacidade de deslizamento

𝑷 𝑷𝒓𝒌 𝑷𝒆𝒙𝒑 𝜹𝒖𝒌 𝜹𝒆𝒙𝒑


Modelo 𝜹𝒖 (mm)
(kN) (kN) 𝑷𝑴𝑵 (mm) 𝜹𝑴𝑵
P-2F-AR-120-52-A 443,03 398,73 7,67 6,90
0,90 0,69
MN-P-2F-AR-120-52 493,31 443,98 11,08 9,97

Gráfico 7 – Relação carga por conector versus deslizamento do modelo P-


2F-AR-120-52

500,00

450,00

400,00
Força por conector (kN)

350,00

300,00

250,00

200,00

150,00

100,00

50,00
P-2F-AR-120-52-A MN-P-2F-AR-120-52
0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00
Deslizamento (mm)

Analisando os dados expostos, observa-se que o modelo numérico


novamente se apresentou mais resistente do que o experimental. Neste caso em
questão, o conector do modelo numérico resistiu ao carregamento 11% maior do
237

que o do conector de Vianna (2009). Ainda com relação à Tabela 70, é possível
notar que o MN-P-2F-AR-120-52 apresenta maior capacidade de deslizamento
quando comparado com o P-2F-AR-120-52-A. O Gráfico 7 corrobora com esse
comportamento dúctil do conector e outra vez é notado que para uma resistência do
concreto mais elevada, a combinação das leis constitutivas escolhida leva a um
modelo mais dúctil, com maior capacidade de deformação. Comportamento que não
pôde ser visto no modelo com resistência do concreto mais baixa.
A Figura 152 e a Figura 153 apresentam a distribuição da tensão de von
Mises e a propagação do esmagamento do concreto, nesta ordem, para o modelo
numérico em questão. A partir de tais imagens, analisa-se que a degradação tanto
no conector quanto no concreto seguiu o mesmo padrão do modelo MN-P-2F-120-
52, o que diferencia é que a carga máxima acontece para um patamar maior de
deslizamento, que é justificado pelo emprego da armadura passante.

Figura 152 – Distribuição da tensão de von Mises – P-2F-AR-120-52

a) distribuição da tensão de von Mises para o patamar da carga máxima

b) distribuição da tensão de von Mises para o patamar de 10 mm de deslizamento

A Figura 154 exibe a comparação entre a plastificação da armadura


transversal e da armadura passante do modelo experimental (P-2F-AR-120-52) e do
modelo numérico (MN-P-2F-AR-120-52). É possível observar que algumas
armaduras do P-2F-AR-120-52 apresentaram significativa deformação. Este fato
também pode ser verificado nas armaduras do MN-P-2F-AR-120-52.
238

Figura 153 – Propagação do esmagamento do concreto através do


dano de compressão – P-2F-AR-120-52

a) dano de compressão para o patamar da carga máxima

b) dano de compressão para o patamar de 10 mm de deslizamento

Figura 154 – Plastificação da armadura passante do modelo P-2F-AR-


120-52

a) plastificação da b) plastificação da
armadura – P-2F-AR-120- armadura MN-P-2F-
52 AR-120-52
239

4.4. CONSIDERAÇÕES

Com base nos resultados expostos e nas ponderações realizadas, e apesar


das premissas da modelagem numérica não levarem a uma perfeita validação com
relação aos modelos de Vianna (2009), considera-se uma validação adequada.
Deste modo, as definições da simulação numérica exibidas neste capítulo, no
subitem 4.2., são consideradas adequadas e aptas para o estudo numérico
preliminar do conector de cisalhamento tubular aqui proposto. Em tais definições
estão inclusas as leis constitutivas do concreto, Pavlovic (2013) para o
comportamento à compressão e CEB-FIP (Model Code, 2010) para o
comportamento à tração, que foram selecionadas a partir da calibração realizada no
último subitem.
240

5. CONECTOR DE CISALHAMENTO TUBULAR: ESTUDO PRELIMINAR

Como já mencionado neste trabalho, a proposta do conector tubular em


questão baseia-se no objetivo de obter um conector que alcance excelente
resistência ao cisalhamento, como ocorre com o Perfobond, e apresente adequada
capacidade de deslizamento levando a um comportamento dúctil, o que nem sempre
é expressivo no Perfobond.
Acredita-se que a seção transversal tubular por ser uma seção fechada irá
contribuir de modo substancial no desempenho do conector, uma vez que o volume
de concreto confinado em seu interior tenda a ser mobilizado como as cavilhas de
concreto no furo, que têm a sua parcela de contribuição na capacidade resistente do
conector.
Deste modo, para a viabilidade do conector tubular será avaliada por meio de
um estudo numérico. Por falta de resultados experimentais, tal estudado será
desenvolvido a partir das premissas da modelagem numérica já validada no capítulo
anterior.
As únicas exceções à modelagem já apresentada são a geometria do
conector e a restrição de dupla simetria que serão explicadas a seguir.

5.1. GEOMETRIA DO CONECTOR TUBULAR

Para definição das seções a serem adotados neste estudo preliminar do


conector tubular, foi utilizada a tabela de perfis tubulares da empresa Vallourec.
Assim como foi planejado para o futuro programa experimental, dois tipos de seções
serão adotados, sendo uma seção quadrada e uma retangular. Para cada uma
delas, duas alturas distintas serão estudadas. No caso da seção quadrada, serão
estudadas as alturas de 60 mm e de 70 mm, e para a seção retangular, 70 mm e 80
mm. Como trata-se de um estudo preliminar, apenas uma espessura é avaliada, de
3,6 mm. A Tabela 71 apresenta as quatro seções adotadas para este estudo
preliminar.
241

Tabela 71 – Seções tubulares do estudo numérico preliminar

Seção Referência Dimensões (mm) Área (cm²)


TQ60 60 x 60 x 3,6 7,85
Quadrada
TQ70 70 x 70 x 3,6 9,65
TR70 70 x 50 x 3,6 7,85
Retangular
TR80 80 x 50 x 3,6 8,20

A Figura 155, a Figura 156, a Figura 157 e a Figura 158 exibem a geometria
das seções apresentadas na Tabela 71, para as situações que serão estudadas, os
conectores sem furo (SF), com furo (2F) e com furo e armadura passante (2F-AR).

Figura 155 – Conector tubular de seção quadrada e altura 60 mm – TQ60

Figura 156 – Conector tubular de seção quadrada e altura 70 mm – TQ70


242

Figura 157 – Conector tubular de seção retangular e altura 70 mm – TR70

Figura 158 – Conector tubular de seção retangular e altura 80 mm – TR80

Ainda sobre a geometria, com o intuito de possibilitar futuras comparações


com o Perfobond, o comprimento do conector tubular será mantida como 180 mm.
Com relação ao layout do ensaio push-out, ele é alterado apenas por conta da
geometria do conector tubular. Este pode ser observado na Figura 100 do subitem
3.2.2.3.

5.2. RESTRIÇÃO DE DUPLA SIMETRIA

Uma vez que a estrutura do ensaio push-out apresenta simetria nos dois
eixos (Figura 159), e a fim de reduzir o alto custo computacional, assim como o
243

extenso tempo do processamento das análises, optou-se por aplicar dupla simetria
nos modelos, simulando apenas um quarto da sua geometria. Outros autores como
Zheng et al. (2016), Spremic et al. (2017) e Keo et al. (2018) também adotaram tal
metodologia.

Figura 159 – Simetria do protótipo do ensaio push-out

A Figura 160 apresenta o modelo com aplicação da dupla simetria. A


superfície 1, compreendida no plano X-Y, foi restringida como simétrica no eixo “Z”,
com todos os movimentos dos nós da superfície restritos nesta direção. Por outro
lado, a superfície 2, compreendida no plano X-Z, foi definida como simétrica no eixo
“Y”, o que indica que todos os nós pertencentes a esta superfície estão restringidos
na direção “Y”.

Figura 160 – Restrição de dupla simetria

Superfície 1
(plano X-Y)

Superfície 2
(plano X-Z)

a) Simetria no plano X-Y b) Simetria no plano X-Z


244

5.3. NOMENCLATURA DOS MODELOS DO ESTUDO PRELIMINAR

A Tabela 72 apresenta a nomenclatura de cada um dos modelos do presente


estudo.

Tabela 72 – Nomenclatura dos modelos do estudo numérico preliminar

Nomenclatura fcm Seção Dimensões Caso de estudo


(MPa)
TQ60-SF-28MPa sem furos
60 x 60 x
TQ60-2F-28MPa com dois furos
3,6mm
TQ60-2F-AR-28MPa Tubular com furos e armadura passante
TQ70-SF-28MPa quadrada sem furos
70 x 70 x
TQ70-2F-28MPa com dois furos
3,6mm
TQ70-2F-AR-28MPa com furos e armadura passante
28,3
TR70-SF-28MPa sem furos
70 x 50 x
TR70-2F-28MPa com dois furos
3,6mm
TR70-2F-AR-28MPa Tubular com furos e armadura passante
TR80-SF-28MPa retangular sem furos
80 x 50 x
TR80-2F-28MPa com dois furos
3,6mm
TR80-2F-AR-28MPa com furos e armadura passante
TQ60-SF-38MPa sem furos
60 x 60 x
TQ60-2F-38MPa com dois furos
3,6mm
TQ60-2F-AR-38MPa Tubular com furos e armadura passante
TQ70-SF-38MPa quadrada sem furos
70 x 70 x
TQ70-2F-38MPa com dois furos
3,6mm
TQ70-2F-AR-38MPa com furos e armadura passante
38
TR70-SF-38MPa sem furos
70 x 50 x
TR70-2F-38MPa com dois furos
3,6mm
TR70-2F-AR-38MPa Tubular com furos e armadura passante
TR80-SF-38MPa retangular sem furos
80 x 50 x
TR80-2F-38MPa com dois furos
3,6mm
TR80-2F-AR-38MPa Com furos e armadura passante
TQ60-SF-52MPa sem furos
60 x 60 x
TQ60-2F-52MPa com dois furos
3,6mm
TQ60-2F-AR-52MPa Tubular com furos e armadura passante
TQ70-SF-52MPa quadrada sem furos
70 x 70 x
TQ70-2F-52MPa com dois furos
3,6mm
TQ70-2F-AR-52MPa com furos e armadura passante
51,9
TR70-SF-52MPa sem furos
70 x 50 x
TR70-2F-52MPa com dois furos
3,6mm
TR70-2F-AR-52MPa Tubular com furos e armadura passante
TR80-SF-352MPa retangular sem furos
80 x 50 x
TR80-2F-52MPa com dois furos
3,6mm
TR80-2F-AR-52MPa com furos e armadura passante
245

A Figura 161 apresenta a legenda da nomenclatura exibida na Tabela 72. Em


resumo, serão estudadas quatro seções do conector tubular, sendo para cada uma
delas a situação do conector sem furo, do conector com dois furos e com dois furos
e armadura passante. Com a finalidade de possibilitar a comparação com os
resultados do conector Perfobond, serão avaliados os modelos com a variação da
resistência característica média do concreto (f cm) de 28,3 e 51,9 MPa. Para
aumentar a gama dos casos de estudos e ampliar a avaliação da influência do f cm,
foi incluída a resistência de 38 MPa.

Figura 161 – Legenda da nomenclatura dos modelos do estudo numérico preliminar

5.4. DISCRETIZAÇÃO DOS MODELOS DO ESTUDO PRELIMINAR

Assim como nas demais definições da modelagem numérica dos modelos do


conector tubular, os elementos finitos adotados para discretizar os elementos
estruturais, assim como o tamanho dos elementos, são mantidos os mesmos
utilizados na validação apresentada no capítulo Erro! Fonte de referência não
encontrada.. A Figura 162 apresenta a discretização de cada elemento dos
246

modelos em questão, enquanto a Tabela 73 exibe a quantidade de nós e elementos


finitos de cada modelo estudado.

Figura 162 – Discretização dos componentes do modelo do estudo numérico


preliminar

a) Conector tubular sem furos b) Conector tubular com furos

c) Armadura longitudinal d) Armadura transversal

e) Perfil metálico f) Laje de concreto

g) Modelo completo
247

Tabela 73 – Quantitativo de nós e elementos dos


modelos numéricos preliminares

Modelo Nº de nós Nº de elementos


TQ60-SF 75519 65246
TQ60-2F 79737 69279
TQ60-2F-AR 80145 69543
TQ70-SF 74108 63911
TQ70-2F 75365 65137
TQ70-2F-AR 75773 65401
TR70-SF 73024 63106
TR70-2F 75302 65204
TR70-2F-AR 75790 65532
TR80-SF 73255 63273
TR80-2F 75236 65023
TR80-2F-AR 76238 65855
248

6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo irá apresentar os resultados do conector tubular em função de


todas as condições e variações de estudo apresentadas no capítulo 5.
Resumidamente, foram estudadas quatro seções tubulares, três resistências do
concreto e as situações do conector sem furos, com dois furos e com dois furos e
armadura passante.
É importante novamente reiterar que o presente estudo numérico foi
conduzido a partir da modelagem numérica já validade em função de conectores do
tipo Perfobond, uma vez que ainda não há resultado na literatura de conectores de
cisalhamento semelhantes ao aqui proposto.
Diante do que já foi posto, o Gráfico 8, o Gráfico 9 e o Gráfico 10 apresentam
o comportamento do conector em termos da relação de carga por conector versus
deslizamento para os modelos dos grupos de f cm 28,3, 38 e 52 MPa,
respectivamente.

Gráfico 8 – Carga por conector versus deslizamento dos modelos com f cm 28,3 MPa

500,00 500,00
450,00 450,00
Carga por conector [kN]

Carga por conector [kN]

400,00 400,00
6,96 17,83
350,00 11,55 350,00
4,55
4,75
300,00 300,00 12,35

250,00 250,00
200,00 200,00
150,00 150,00
100,00 100,00
TQ60-SF-28MPa TQ60-2F-28MPa TQ70-SF-28MPa TQ70-2F-28MPa
50,00 TQ60-2F-AR-28MPa
50,00
TQ70-2F-AR-28MPa
0,00 0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00 0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00
Deslizamento [mm] Deslizamento [mm]

a) TQ60-28MPa b) TQ70-28MPa

500,00 500,00
450,00 450,00
Carga por conector [kN]

400,00 400,00
Carga por conector [kN]

350,00 19,9 350,00 20,15


5,88 11,00
300,00 11,03 300,00
9,05
250,00 250,00
200,00 200,00
150,00 150,00
100,00 100,00
TR70-SF-28MPa TR70-2F-28MPa TR80-SF-28MPa TR80-2F-28MPa
50,00 TR70-2F-AR-28MPa 50,00
TR80-2F-AR-28MPa
0,00 0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00 0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00
Deslizamento [mm] Deslizamento [mm]

c) TR70-28MPa d) TR80-28MPa
249

Gráfico 9 – Carga por conector versus deslizamento dos modelos com fcm 38 MPa

500,00 500,00
450,00 450,00
11,88
Carga por conector [kN]

Carga por conector [kN]


400,00 15,62 400,00
6,85
8,52
350,00 11,16
350,00 11,45
300,00 300,00
250,00 250,00
200,00 200,00
150,00 150,00
100,00 100,00
TQ60-SF-38MPa TQ60-2F-38MPa TQ70-SF-38MPa TQ70-2F-38MPa
50,00 TQ60-2F-AR-38MPa
50,00
TQ70-2F-AR-38MPa
0,00 0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00 0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00
Deslizamento [mm] Deslizamento [mm]

a) TQ60-38MPa b) TQ70-38MPa

500,00 500,00
450,00 450,00
Carga por conector [kN]

Carga por conector [kN]

400,00 400,00 19,15


10,78
350,00 8,59 16,45
350,00 15,85

300,00 300,00
250,00 250,00
200,00 200,00
150,00 150,00
100,00 100,00
TR70-SF-38MPa TR70-2F-38MPa TR80-SF-38MPa TR80-2F-38MPa
50,00 50,00
TR70-2F-AR-38MPa TR80-2F-AR-38MPa
0,00 0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00 0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00
Deslizamento [mm] Deslizamento [mm]

c) TR70-38MPa d) TR80-38MPa

Gráfico 10 – Carga por conector versus deslizamento dos modelos com fcm 51,9 MPa

500,00 500,00
450,00 16,14 450,00
14,65
Carga por conector [kN]

Carga por conector [kN]

400,00 17,66 400,00 9,18


14,62
350,00 350,00
300,00 300,00
250,00 250,00
200,00 200,00
150,00 150,00
100,00 100,00
TQ70-SF-52MPa TQ70-2F-52MPa
TQ60-SF-52MPa TQ60-2F-52MPa 50,00
50,00 TQ70-2F-AR-52MPa
TQ60-2F-AR-52MPa
0,00 0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00 0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00
Deslizamento [mm] Deslizamento [mm]

a) TQ60-52MPa b) TQ70-52MPa

500,00 500,00
450,00 450,00
Carga por conector [kN]

16,65
Carga por conector [kN]

400,00 400,00 19,35


350,00 13,91 350,00
300,00 300,00
250,00 250,00
200,00 200,00
150,00 150,00
100,00 100,00
TR70-SF-52MPa TR70-2F-52MPa TR80-SF-52MPa TR80-2F-52MPa
50,00 50,00
TR70-2F-AR-52MPa TR80-2F-AR-52MPa
0,00 0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00 0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00
Deslizamento [mm] Deslizamento [mm]

c) TR70-52MPa d) TR80-52MPa
250

Com o intuito de facilitar a visualização e a análise, a Tabela 74 exibe os


resultados dos conectores estudados, como a rigidez ao cisalhamento (K s), a
resistência máxima (P), a resistência característica (Prk), a tensão (), a capacidade
de deslizamento (u) e a capacidade de deslizamento característica (uk).

Tabela 74 – Resumo dos resultados obtidos do estudo numérico preliminar

fcm Ks P Prk  u uk


Nomenclatura
(MPa) (kN/mm) (kN) (kN) (MPa) (mm) (mm)
TQ60-SF-28MPa 478,38 321,46 289,31 409,50 4,75 4,28
TQ60-2F-28MPa 599,79 363,45 327,11 462,99 6,96 6,26
TQ60-2F-AR-28MPa 594,78 357,89 322,10 455,91 11,55 10,40
TQ70-SF-28MPa 572,20 350,92 315,83 363,65 4,55 4,10
TQ70-2F-28MPa 583,99 368,75 331,88 382,13 12,35 11,12
TQ70-2F-AR-28MPa 616,24 372,45 335,21 385,96 17,83 16,05
28,3
TR70-SF-28MPa 534,15 337,43 303,69 429,85 5,88 5,29
TR70-2F-28MPa 583,75 354,35 318,92 451,40 11,03 9,93
TR70-2F-AR-28MPa 550,34 365,18 328,66 465,20 19,90 17,91
TR80-SF-28MPa 541,95 331,26 298,13 403,97 9,05 8,15
TR80-2F-28MPa 564,21 369,53 332,58 450,64 11,00 9,90
TR80-2F-AR-28MPa 560,96 368,51 331,66 449,40 20,15 18,14
TQ60-SF-38MPa 573,97 385,45 346,91 491,02 8,52 15,89
TQ60-2F-38MPa 634,26 410,42 369,38 522,83 15,62 14,06
TQ60-2F-AR-38MPa 637,37 412,00 370,80 524,84 11,16 14,53
TQ70-SF-38MPa 619,69 400,00 360,00 414,51 6,85 6,17
TQ70-2F-38MPa 661,55 414,00 372,60 429,02 11,45 10,31
TQ70-2F-AR-38MPa 658,09 418,00 376,20 433,16 11,88 10,69
38
TR70-SF-38MPa 550,04 384,00 345,60 489,17 8,59 7,73
TR70-2F-38MPa 586,58 399,75 359,78 509,24 21,77 19,59
TR70-2F-AR-38MPa 591,12 404,00 363,60 514,65 16,45 14,81
TR80-SF-38MPa 535,43 392,00 352,80 478,05 10,78 9,70
TR80-2F-38MPa 607,32 404,00 363,60 492,68 19,15 17,24
TR80-2F-AR-38MPa 607,32 412,00 370,80 502,44 15,85 14,27
TQ60-SF-52MPa 601,81 434,02 390,62 552,89 17,66 15,89
TQ60-2F-52MPa 632,27 430,81 387,73 548,80 37,10 33,39
TQ60-2F-AR-52MPa 680,37 459,70 413,73 585,61 16,14 14,53
TQ70-SF-52MPa 653,87 449,26 404,34 465,56 9,18 8,26
TQ70-2F-52MPa 701,02 446,93 402,24 463,14 14,62 13,15
TQ70-2F-AR-52MPa 705,93 454,87 409,38 471,37 14,65 13,19
51,9
TR70-SF-52MPa 591,57 433,00 389,70 551,60 13,91 12,52
TR70-2F-52MPa 545,00 422,73 380,46 538,51 46,85 42,17
TR70-2F-AR-52MPa 523,97 426,63 383,97 543,48 22,07 19,86
TR80-SF-52MPa 609,09 426,26 383,63 519,83 16,65 14,99
TR80-2F-52MPa 635,01 431,82 388,64 526,61 25,05 22,55
TR80-2F-AR-52MPa 673,90 441,07 396,96 537,89 19,35 17,42
251

Pretende-se avaliar o desempenho estrutural dos conectores estudados


quanto à resistência e à ductilidade. No tocante da ductilidade, é possível observar
que com exceção dos conectores dos modelos TQ60-SF-28MPa, TQ70-SF-28MPa e
TR70-SF-28MPa, todos conectores sem furo, os demais puderam ser considerados
como dúcteis de acordo com o normatizado pelo Eurocode 4 (EN 1994, 2004). De
modo a auxiliar na identificação, a Tabela 75 apresenta a classificação dos
conectores quanto à sua ductilidade.
Cabe ressaltar que de acordo com o código normativo em questão, para o
conector ser considerado como dúctil, este precisa apresentar capacidade de
deslizamento característica (uk) maior ou igual a 6 mm.
Ainda no que concerne à ductilidade, e a partir do Gráfico 8, do Gráfico 9 e do
Gráfico 10, é possível aferir que os conectores sem furos não conseguem reter
carga significativamente após atingir sua resistência máxima, o que faz com que
descarreguem mais celeremente. Tal fato justifica a baixa capacidade de
deslizamento destes conectores, o que, de modo geral, não ocorre com os
conectores com furos e com furos e armadura passante que descarregam mais
lentamente. É possível observar que para esses dois últimos conectores
mencionados há uma expressiva capacidade de retenção de carga após os
conectores atingirem sua resistência máxima. Ou seja, ao alcançar sua carga de
pico, os conectores conseguem resistir parcialmente aos esforços que estão
submetidos ao passo que se deformam e deslizam em relação à laje de concreto.
Outro ponto importante a ser observado com relação à ductilidade, é que o
uso dos furos e das armaduras passantes nos conectores pode não levar a um
aumento expressivo da resistência ao cisalhamento, mas retarda a carga de pico
para um patamar maior de deslizamento, o que implica diretamente em significativas
capacidades de deslizamento dos conectores.
A cerca da relação carga versus deslizamento dos conectores, de modo geral
e analisando para cada seção e f cm, o comportamento é similar durante o trecho
ascendente até o conector sem furos atingir sua resistência (P), onde ele inicia um
ágil processo de descarregamento, com exceção do modelo TR80-SF-52MPa, o que
acarreta na já mencionada baixa capacidade de deslizamento (u) e faz com que o
conector falhe rapidamente.
252

Tabela 75 – Classificação dos conectores


estudados quanto à ductilidade

Nomenclatura fcm (MPa) Dúctil


TQ60-SF-28MPa Não
TQ60-2F-28MPa Sim
TQ60-2F-AR-28MPa Sim
TQ70-SF-28MPa Não
TQ70-2F-28MPa Sim
TQ70-2F-AR-28MPa Sim
28,3
TR70-SF-28MPa Não
TR70-2F-28MPa Sim
TR70-2F-AR-28MPa Sim
TR80-SF-28MPa Sim
TR80-2F-28MPa Sim
TR80-2F-AR-28MPa Sim
TQ60-SF-38MPa Sim
TQ60-2F-38MPa Sim
TQ60-2F-AR-38MPa Sim
TQ70-SF-38MPa Sim
TQ70-2F-38MPa Sim
TQ70-2F-AR-38MPa Sim
38
TR70-SF-38MPa Sim
TR70-2F-38MPa Sim
TR70-2F-AR-38MPa Sim
TR80-SF-38MPa Sim
TR80-2F-38MPa Sim
TR80-2F-AR-38MPa Sim
TQ60-SF-52MPa Sim
TQ60-2F-52MPa Sim
TQ60-2F-AR-52MPa Sim
TQ70-SF-52MPa Sim
TQ70-2F-52MPa Sim
TQ70-2F-AR-52MPa Sim
51,9
TR70-SF-52MPa Sim
TR70-2F-52MPa Sim
TR70-2F-AR-52MPa Sim
TR80-SF-52MPa Sim
TR80-2F-52MPa Sim
TR80-2F-AR-52MPa Sim

O comportamento do conector com furos (2F) e do conector com furos e


armadura passante (2F-AR) é semelhante com poucas ressalvas. Para os modelos
com fcm de 28,3 MPa, os conectores com furos (2F) atingem a sua resistência e
descarregam lentamente, levando à capacidades de deslizamento de 22% a 171%
253

maiores em relação aos conectores sem furo (SF), enquanto os conectores com
furos e armadura passante (2F-AR) continuam resistindo ao esforço de cisalhamento
e apresentam discreto descarregamento. Tais conectores atingem capacidade de
deslizamento de 123% a 238% e 44% a 83% superior aos sem furos (SF) e aos com
furos (2F), nesta ordem.
Para os modelos do grupo do fcm 38 MPa, foi possível analisar após o
conector sem furos (SF) atingir sua resistência de pico (P), os demais se mantiveram
resistindo à solicitação. Com exceção do TQ60-38MPa, os conectores com furos
(2F) e com furos e armadura passante (2F-AR) de todas as outras seções
apresentaram comportamento semelhante. Com relação ao conector com furos (2F),
este obteve capacidade de deslizamento (u) de 67% a 153% superior quando
comparado ao (SF). Quando analisado os 2F-AR deste grupo, observa-se que sua
capacidade de deslizamento (u) foi 31% a 92% maior quando comparados ao SF e
4% a 29% quando comparados ao 2F. Ainda sobre este grupo, observa-se que os
conectores de seção tubular retangular (TR) foram os que apresentaram maiores
capacidades de deslizamento, principalmente os TR80, conectores com 80 mm de
altura.
A respeito dos modelos do grupo do fcm 51,9 MPa, todos os conectores
apresentaram excelentes capacidade de deslizamento (u), incluindo os conectores
sem furos (SF). Os conectores com furo (2F) e os com furos e armadura passante
(2F-AR) deste grupo também apresentaram comportamento similar, principalmente
os TQ70-52MPa. Os conectores com furos (2F) alcançaram capacidade de
deslizamento (u) de 23% a 110% maior com relação ao sem furos (SF). Já os
conectores com furos e armadura passante (2F-AR) atingiram capacidade de
deslizamento (u) de 9% a 60% superior com relação aos sem furos (SF) e de 0,2%
a 56% quando comparados com os com furos (2F). Assim como no grupo anterior,
os conectores de seção retangular foram os que apresentaram maiores capacidades
de deslizamento (u) e comportamento extremamente dúctil, principalmente quando
analisado os modelos TR80.
Ainda acerca dos resultados expostos na Tabela 74, é possível observar que
a rigidez ao cisalhamento dos conectores aumenta com o uso do furo e do furo e da
armadura passante. O acréscimo da rigidez está diretamente relacionado com o
aumento da resistência ao cisalhamento.
254

Quando a análise é com relação à resistência ao cisalhamento dos


conectores, avalia-se que a sua magnitude aumenta com o aumento da resistência
característica do concreto (fcm), como esperado. Salvo dois espécimes, os modelos
de cada grupo de fcm e de cada caso de estudo apresentaram maior resistência
quando o seu conector era de seção quadrada com lado de 70 mm, seguido dos que
eram de seção retangular com altura de 80 mm. Para uma análise mais clara desta
resposta, serão apresentados alguns estudos da influência de certos parâmetros dos
modelos na resistência.

6.1. INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE ESTUDO NO DESEMPENHO DO


CONECTOR TUBULAR

De modo a tornar a análise dos resultados mais clara, serão estudadas


separadamente a influência de alguns parâmetros no desempenho final dos
conectores, como o uso dos furos e das armaduras passantes, o aumento da
resistência do concreto das lajes e a geometria do conector.

6.1.1. INFLUÊNCIA DOS CASOS DE ESTUDOS – USO DO FURO E DA


ARMADURA PASSANTE

Com o propósito de melhor avaliar a resposta do conector em função dos


casos de estudos, o Gráfico 11 e o Gráfico 12 apresentam a influência do uso de
furos e de furos e armadura passante na resistência ao cisalhamento e na
capacidade de deslizamento (u), nesta ordem, para cada grupo de fcm estudado.
A partir dos resultados expostos, é possível verificar que o uso dos furos,
assim como o uso das armaduras passantes, levou a um discreto aumento da
resistência dos conectores estudados e a um expressivo comportamento dúctil dos
mesmos.
255

Avaliando o primeiro grupo de fcm, e com relação à resistência, o acréscimo


variou entre 5% e 13% quando adotados furos nos conectores. Com a adoção das
armaduras passantes nos furos, o acréscimo variegou entre 6% e 11% quando
comparado com os conectores sem furos (SF). No entanto, quando a comparação é
feita com os conectores com dois furos (2F), o acréscimo é muito modesto,
chegando ao máximo a 3%, tendo até um decréscimo de 2% no caso do modelo
TQ60-28MPa.

Gráfico 11 – Influência do uso de furos e armadura passante na resistência do


conector de cisalhamento tubular proposto
400,00 450,00

369,53 372,45
Carga por conector [kN]

Carga por conector [kN]

418,00
368,75 368,51 414,00
412,00
365,18
363,45 410,42 412,00
350,92 400,00 TQ60-38MPa
357,89 TQ60-28MPa 404,00
350,00 354,35 400,00 404,00
TQ70-28MPa 392,00 TQ70-38MPa
337,43 399,75
TR70-28MPa 385,45 TR70-38MPa
331,26 TR80-38MPa
TR80-28MPa 384,00

321,46

300,00 350,00
SF 2F 2F-AR SF 2F 2F-AR
Furo e armadura passante Furo e armadura passante

a) Modelos do grupo fcm 28,3 MPa b) Modelos do grupo fcm 38 MPa

500,00
Carga por conector [kN]

459,70
454,87
449,26 TQ60-52MPa
450,00 446,93
TQ70-52MPa
441,07
434,02 431,82 TR70-52MPa

433,00 426,63 TR80-52MPa


430,81
426,26
422,73

400,00
SF 2F 2F-AR
Furo e armadura passante

c) Modelos do grupo fcm 51,9 MPa

Quando avaliados os modelos do segundo grupo de f cm, 38 MPa, observa-se


que o emprego do furo levou a um acréscimo discreto de até 6% na resistência do
256

conector, mas contribuiu significativamente para um comportamento dúctil, o que


pode ser verificado por meio das expressivas capacidades de deslizamento (u), que
variou em um aumento entre 67% e 153% quando comparado com o conector sem
furo. Já o uso da armadura passante conferiu um incremento de 5% a 7% da
resistência ao cisalhamento frente ao conector sem furo (SF) e de 92% da
capacidade de deslizamento (u). Quando comparado com o conector com furos
(2F), o aumento da resistência é muito sucinto e a capacidade de deslizamento (u)
reduz.

Gráfico 12 – Influência do uso de furos e armadura passante na ductilidade do


conector de cisalhamento tubular proposto
25,00 25,00

21,77
20,15
Capacidade de deslizamento [mm]
Capacidade de deslizamento [mm]

20,00 20,00 19,15


19,90
16,45
17,83 15,62
15,00 15,00 15,85
TQ60-28MPa TQ60-38MPa
12,35 11,45 11,88
TQ70-28MPa 10,78 TQ70-38MPa
11,03
10,00 9,05 10,00
11,00 11,55 TR70-28MPa 8,59 11,16 TR70-38MPa

5,88 TR80-28MPa 8,52


TR80-38MPa
6,96 6,85
5,00 4,75 5,00
4,55

0,00 0,00
SF 2F 2F-AR SF 2F 2F-AR
Furo e armadura passante Furo e armadura passante

a) Modelos do grupo fcm 28,3 MPa b) Modelos do grupo fcm 38 MPa

50,00
46,85
45,00
Capacidade de deslizamento [mm]

40,00 37,10
35,00

30,00
25,05 TQ60-52MPa
25,00 22,07 TQ70-52MPa
17,66
20,00 19,35 TR70-52MPa
16,65 14,62 16,14
15,00 TR80-52MPa
14,65
13,91
10,00
9,18
5,00

0,00
SF 2F 2F-AR
Furo e armadura passante

c) Modelos do grupo fcm 51,9 MPa


257

Com relação ao grupo de f cm 51,9 MPa, a adoção de furos no conector e de


armadura concedeu um singelo aumento de resistência ao cisalhamento de no
máximo 1% e 6%, respectivamente, quando comparados com a situação do
conector sem furos (SF). O emprego da armadura passante frente aos conectores
com furos (2F) levou a um acréscimo variando de 1% a 7%. No tocante da
capacidade de deslizamento (u), esta aumenta substancialmente com a adoção dos
furos, no entanto, quando há a inserção das barras de armadura passante, o
aumento passa a ser extremamente discreto.

O Gráfico 11 e o Gráfico 12 embasam o comportamento já observado no


Gráfico 8, no Gráfico 9 e no Gráfico 10, que, de modo geral, o emprego dos furos e,
principalmente, da armadura passante contribui muito discretamente na resistência e
expressivamente na capacidade de deslizamento dos conectores. Em adição, um
ponto importante é que tal emprego retarda de modo significativo o patamar de
deslizamento em que o conector atinge sua resistência máxima.

6.1.2. INFLUÊNCIA DO FCM DO CONCRETO

O Gráfico 13 apresenta a influência do f cm do concreto na resistência ao


cisalhamento dos conectores tubulares. Analisando os casos apresentados, nota-se
que o aumento da resistência da laje de concreto concedeu um adequado aumento
da resistência dos conectores e, de modo geral, esse aumento foi mais significativo
para os casos dos conectores sem furos, seguidos dos conectores com furos e
armadura passante.

Retornando às análises das relações carga por conector versus deslizamento


apresentadas no Gráfico 8, no Gráfico 9 e no Gráfico 10 é possível observar que,
assim como ocorre com a inserção de furos e de armaduras passantes, para todos
os casos estudados, o aumento do fcm fez com que a carga de pico do conector
acontecesse para patamares maiores de deslizamento, também contribuindo para
um comportamento dúctil. Ainda cabe mencionar que quando a resistência do
258

concreto é aumentada, nenhum outro conector deixa de ser classificado como dúctil
segundo o Eurocode 4 (1994, 2004).

Gráfico 13 – Influência do aumento do fcm na resistência ao cisalhamento do


conector tubular proposto
500,00 500,00

459,70 454,87

450,00 450,00 449,26


Carga por conector [kN]

Carga por conector [kN]

434,02
446,93
418,00
412,00 430,81
TQ60-SF TQ70-SF
414,00
400,00 410,42 400,00
372,45 400,00
TQ60-2F TQ70-2F
363,45 385,45
368,75
TQ60-2F-AR TQ70-2F-AR
350,00 357,89
350,00
350,92

321,46
300,00 300,00
28,00 38,00 52,00 28,00 38,00 52,00
Resistência do concreto [MPa] Resistência do concreto [MPa]

b) TQ70
a) TQ60
500,00 500,00 TR80

433,00 441,07
Carga por conector [kN]

450,00 450,00
Carga por conector [kN]

431,82
426,63 412,00
404,00 426,26 TR80-SF
422,73 TR70-SF
404,00
400,00 400,00
399,75
369,53 TR80-2F
365,18 TR70-2F 392,00
384,00
354,35 368,51
350,00 TR70-2F-AR 350,00 TR80-2F-AR

337,43
331,26

300,00 300,00
28,00 38,00 52,00 28,00 38,00 52,00
Resistência do concreto [MPa] Resistência do concreto [MPa]

d) TR80
c) TR70

Analisando quantitativamente o aumento de resistência ao cisalhamento


conferido pela variação do f cm do concreto, nota-se que, no caso dos conectores
sem furos (SF), quando avaliado o aumento de 28,3 MPa para 38 MPa a resistência
aumentou de 14% a 20%. No entanto, quando o f cm varia de 38 MPa para 51,9 MPa
o acréscimo é mais sucinto, variando entre 9% e 13%.
No que se refere aos conectores com dois furos (2F), o aumento do fcm do
concreto levou a acréscimos mais discretos na resistência ao cisalhamento. Quando
analisado a variação de 28,3 MPa para 38 MPa, estes conectores obtiveram
259

resistências de 9% a 13% maiores. Ao variar o fcm de 38 MPa para 51,9 MPa, a


resistência ao cisalhamento do conector aumentou apenas de 5% a 8%.
Quanto à resistência ao cisalhamento dos conectores com furos e armadura
passante (2F-AR), esta aumentou de 11% a 15% quando o fcm do concreto variou
de 28,3 MPa a 38 MPa. Já quando a variação foi de 38 MPa para 51,9 MPa, a
resistência dos conectores teve um acréscimo entre 6% e 12%.
Resumidamente e de modo geral, a seção tubular transversal que mais sofreu
influência do aumento da resistência do concreto foi a quadrada de menor área
transversal (TQ60), tanto para a variação de 28,3 MPa a 38 MPa quanto para a de
38 MPa a 51,9 MPa.

6.1.3. INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS GEOMÉTRICOS DO CONECTOR


TUBULAR PROPOSTO

Como já apresentado, o presente trabalho estuda dois tipos de seção


transversal, uma quadrada e uma retangular. Para cada uma delas, duas seções
com áreas distintas foram escolhidas. Assim, o Gráfico 14 apresenta a influência da
variação da área transversal dos conectores na resistência ao cisalhamento dos
mesmos
De modo geral, quando há o aumento da altura do conector e,
consequentemente, da sua área transversal, espera-se que ocorra acréscimo na
resistência ao cisalhamento visto que a área de contato entre o conector e a laje de
concreto aumenta, aumentando por consequência a contribuição do poder de ponta.
Analisando os conectores de seção quadrada, nota-se que para cada grupo
de fcm estudado o conector que sofre maior influência em sua resistência é o sem
furo (SF). Para o grupo de fcm 28,3 MPa, o aumento de resistência variou entre 1% e
9% com o aumento da área do conector. Quando a análise é realizada para o grupo
de fcm 38 MPa, a variação do aumento da resistência é menor e mais discreta, de
1% a 4%. Com relação ao grupo de fcm 51,9 MPa, o aumento da área transversal do
conector levou a um acréscimo de resistência de 4% para os conectores sem furos
(SF) e com furos (2F). No caso do conector com furos e armadura passante (2F-AR),
260

este teve um pequeno decréscimo de 1,05% quando a área transversal do conector


foi aumentada em 23%.

Gráfico 14 – Influência do aumento da área transversal dos conectores quadrados e


retangulares
500,00 500,00

454,87
459,70 TQ-SF-28MPa
450,00 449,26 450,00
Carga por conector [kN]

441,07 TR-SF-28MPa
Carga por conector [kN]

434,02 446,93 TQ-2F-28MPa 433,00


431,82
418,00 426,63 TR-2F-28MPa
430,81 TQ-2F-AR-28MPa 426,26
422,73 412,00
412,00 414,00 TR-2F-AR-28MPa
410,42 TQ-SF-38MPa 404,00
400,00 400,00 404,00
400,00 399,75 TR-SF-38MPa
TQ-2F-38MPa 392,00
385,45
372,45 384,00 369,53 TR-2F-38MPa
TQ-2F-AR-38MPa
363,45 368,75 365,18 TR-2F-AR-38MPa
TQ-SF-52MPa 368,51
350,00 357,89 350,00 354,35
350,92 TR-SF-52MPa
TQ-2F-52MPa
337,43 TR-2F-52MPa
TQ-2F-AR-52MPa 331,26
321,46 TR-2F-AR-52MPa
300,00 300,00
7,85 9,65 7,85 8,20
Área [cm²] Área [cm²]

a) seção quadrada b) seção retangular

Avaliando a influência do aumento de 4% da área transversal dos conectores


tubulares de seção retangular, observa-se que para o grupo de fcm 28,3 MPa, este
aumento levou a um acréscimo de 1% a 4% da resistência ao cisalhamento, sendo a
maior influência exercida no conector com furos (2F). Para o grupo de f cm 38 MPa, a
variação da área transversal levou à uma sucinta adição de 1% a 2% da resistência
dos conectores, onde a maior contribuição se dá para o conector sem furos (SF).
Sobre o grupo de fcm 51,9 MPa, este sofreu acréscimo na resistência de 2% e 3% no
caso do conector com furos (2F) e do conector com furos e armadura passante (2F-
AR), nesta ordem. No entanto, o conector sem furos (SF) deste grupo teve um
decréscimo de 1,56% na sua resistência ao cisalhamento.
Quando reanalisados o Gráfico 8, o Gráfico 9 e o Gráfico 10 avaliando o
aumento da área transversal dos conectores, percebe-se que para o grupo de f cm
28,3 MPa não houve influência significativa no retardo do patamar de deslizamento
onde ocorre a resistência máxima do conector, mas ocorreu influência no aumento
da capacidade de deslizamento (u). Acerca do grupo de fcm 38 MPa, nota-se que as
seções quadradas (TQ) não sofreram influências expressivas do aumento da área
transversal no patamar de deslizamento e na capacidade de deslizamento (u), mas
as seções retangulares (TR) sofreram ao passar a apresentar um comportamento
261

mais dúctil. Quando avaliado o grupo de f cm 51,9 MPa, é possível analisar que os
conectores de seção quadrada (TQ) passaram a ter um comportamento menos
dúctil. Já o sem furos (SF) de seção retangular (TR) apresentou um comportamento
mais dúctil quando submetido ao aumento de área transversal.
Ainda com a finalidade de avaliar a influência dos parâmetros geométricos do
conector tubular proposto, o Gráfico 15 apresenta a influência do aumento da base
da seção do conector na sua resistência ao cisalhamento. Assim, a comparação é
realizada entre a seção retangular (TR70), com 50 mm de base, e a quadrada
(TQ70), com 70 mm.

Gráfico 15 – Influência do aumento da


base do conector tubular
proposto
500,00

454,87
SF-28MPa
450,00 449,26
Carga por conector [kN]

433,00 446,93 2F-28MPa


426,63
418,00 2F-AR-28MPa
422,73
404,00 414,00 SF-38MPa
400,00
399,75 400,00
2F-38MPa
384,00
372,45
2F-AR-38MPa
365,18 368,75
SF-52MPa
350,00 354,35
350,92 2F-52MPa
337,43 2F-AR-52MPa

300,00
50,00 70,00
Base [mm]

Analisando o exposto no Gráfico 15 e tendo como base o comportamento


apresentado no Gráfico 8, no Gráfico 9 e no Gráfico 10 é possível perceber que para
o os modelos do grupo de fcm 28,3 MPa a variação da base do conector concedeu
um acréscimo na resistência de 4% dos conectores sem furos (SF) e dos conectores
com furos (2F), e 2% para os com furos e armadura passante (2F-AR). É possível
analisar que a variação da base reduziu o comportamento dúctil dos conectores.
No que diz respeito aos modelos do grupo de f cm 38 MPa, a variação da base
levou a um aumento na resistência de 4% dos conectores sem furos (SF) e com
furos (2F). Com relação ao conector com furos e armadura passante (2F-AR), o
aumento foi de apenas 3%.
262

Para os modelos do grupo de fcm 51,9 MPa, a variação da base conferiu um


aumento na resistência ao cisalhamento de 4%, 6% e 7% dos conectores sem furos
(SF), com furos (2F) e com furos e armadura passante (2F-AR), respectivamente.
Tanto para os modelos do grupo de fcm 38 MPa quanto para o de 51,9 MPa foi
possível notar que o aumento da base do conector e, consequentemente, a
alteração da seção de retangular para quadrada minimizou o patamar de
deslizamento onde ocorre a resistência máxima do conector, reduziu a sua
capacidade de deslizamento (u) e, de um modo geral, tornou o comportamento do
conector menos dúctil.

6.2. AVALIAÇÃO DAS FORMULAÇÕES ANALÍTICAS ENCONTRADAS NA


LITERATURA

No capítulo 1 foram apresentadas algumas formulações analíticas para a


determinação da capacidade resistente de conectores de cisalhamento do tipo
Perfobond. É importante mencionar que muitos pesquisadores têm proposto novas
formulações. Este fato alinhado a divergência entre as resistências quando
comparados os resultados das diferentes equações indica a dificuldade na
formulação.
Neste estudo pretende-se avaliar se determinadas formulações para o
conector Perfobond podem ser aplicadas na determinação da capacidade resistente
dos conectores tubulares aqui analisados. Assim, a Tabela 76 apresenta a
resistência ao cisalhamento, em quilonewton (kN), de cada um dos modelos
estudados determinada pela Equação (3), Equação (9), Equação (10), Equação (16),
Equação (17), Equação (18) e Equação (19).
Nota-se que nem todas as equações apresentadas no capítulo 1 foram
utilizadas nesta avaliação. Isto ocorre, pois em alguns casos as características dos
modelos fazem com que eles não atendam as condições de algumas formulações,
como, por exemplo, a imposta pela Equação (13) e pela Equação (15) do JSCE
(2009).
Analisando o conteúdo da Tabela 76 observa-se que existe uma expressiva
divergência entre os resultados obtidos pelas formulações. Isso mostra a sensível
263

dificuldade com relação à proposta de formulações analíticas. Tais divergências


podem ser justificadas pela diferença na consideração das componentes que
influenciam na resistência ao cisalhamento do conector de cada formulação.

Tabela 76 – Capacidade resistente ao cisalhamento dos conectores tubulares a


partir de formulações propostas para conectores do tipo Perfobond

Equação Equação Equação Equações Equação Equação


Modelo
3 9 10 16 e 17 18 19
TQ60-SF-28MPa 412,37 577,23 268,64 192,14 27,54 62,05
TQ60-2F-28MPa 444,07 602,13 270,98 152,90 21.754,15 62,05
TQ60-2F-AR-28MPa 515,54 682,30 262,55 152,90 21.849,19 89,53
TQ70-SF-28MPa 421,54 620,81 263,79 198,68 32,13 62,05
TQ70-2F-28MPa 464,68 654,69 275,22 194,28 40.283,37 62,05
TQ70-2F-AR-28MPa 536,15 737,08 263,76 194,64 40.378,40 93,52
TR70-SF-28MPa 421,54 620,81 263,79 198,68 32,13 62,05
TR70-2F-28MPa 464,68 654,69 275,22 194,28 40.283,37 62,05
TR70-2F-AR-28MPa 536,15 737,08 263,76 194,64 40.378,40 93,52
TR80-SF-28MPa 430,71 667,51 265,00 205,23 36,72 62,05
TR80-2F-28MPa 473,85 701,40 276,43 200,82 40.287,96 62,05
TR80-2F-AR-28MPa 545,32 786,11 264,97 201,18 40.382,99 93,52
TQ60-SF-38MPa 431,23 629,12 265,07 187,87 40,69 62,05
TQ60-2F-38MPa 467,96 657,97 274,80 187,87 26.452,90 62,05
TQ60-2F-AR-38MPa 539,43 738,15 265,04 229,49 26.547,94 98,95
TQ70-SF-38MPa 443,54 684,08 266,69 193,07 47,48 62,05
TQ70-2F-38MPa 493,53 723,35 279,95 193,06 48.979,36 62,05
TQ70-2F-AR-38MPa 565,00 805,73 266,66 234,69 49.074,39 104,30
TR70-SF-38MPa 443,54 684,08 266,69 193,07 47,48 62,05
TR70-2F-38MPa 493,53 723,35 279,95 193,06 48.979,36 62,05
TR70-2F-AR-38MPa 565,00 805,73 266,66 234,69 49.074,39 104,30
TR80-SF-38MPa 455,85 743,03 268,32 198,27 54,26 62,05
TR80-2F-38MPa 505,84 782,30 281,57 198,26 48.986,14 62,05
TR80-2F-AR-38MPa 577,31 867,01 268,29 239,89 49.081,17 104,30
TQ60-SF-52MPa 458,25 702,00 268,64 199,28 59,55 62,05
TQ60-2F-52MPa 501,17 735,71 280,01 199,28 32.009,95 62,05
TQ60-2F-AR-52MPa 572,64 815,89 268,61 240,90 32.104,99 112,45
TQ70-SF-52MPa 475,07 773,31 270,86 206,38 69,47 62,05
TQ70-2F-52MPa 533,49 819,20 286,34 206,37 59.261,54 62,05
TQ70-2F-AR-52MPa 604,96 901,58 270,83 248,00 59.356,58 119,76
TR70-SF-52MPa 475,07 773,31 270,86 206,38 69,47 62,05
TR70-2F-52MPa 533,49 819,20 286,34 206,37 59.261,54 62,05
TR70-2F-AR-52MPa 604,96 901,58 270,83 248,00 59.356,58 119,76
TR80-SF-52MPa 491,88 849,84 273,08 213,48 79,40 62,05
TR80-2F-52MPa 550,30 895,73 288,57 213,47 59.271,47 62,05
TR80-2F-AR-52MPa 621,78 980,45 273,05 255,10 59.366,50 119,76
264

Quando comparado os resultados a partir das formulações com os obtidos a


partir das análises pelo método dos elementos finitos, avalia-se que tais formulações
não levam a valores próximos dos obtidos, principalmente a proposta por Ahn et al.
(2010) que apresentou uma significativa discrepância na ordem de grandeza dos
resultados.
Assim, observa-se que a formulação proposta por Oguejiofor e Hosain (1997)
foi a que apresentou resultados mais próximos aos obtidos pelas análises em MEF,
com uma média de erro de, aproximadamente 20%, seguida da proposta por
Veríssimo (2007), que teve uma média de erro em torno de 46%. No entanto, nota-
se a necessidade da formulação de uma equação própria para conectores de
cisalhamento do tipo tubular que isole todas as componentes que contribuem na sua
capacidade resistente

6.3. DEGRADAÇÃO E MODOS DE FALHA

Com respeito à degradação dos elementos dos modelos estudados, a


plastificação dos conectores tubulares e o esmagamento das lajes de concreto
foram monitorados durante todo o estudo preliminar realizado. Posto isto, a Figura
163, a Figura 164, a Figura 165 e a Figura 166 apresentam estas degradações para
o patamar da resistência máxima dos modelos estudados com f cm 28,3 MPa. É
importante mencionar que a Figura 167 apresenta a legenda necessária para
interpretação de todas as degradações exibidas neste subitem.
Analisando as degradações expostas dos modelos com f cm 28 MPa, é
possível observar que o emprego dos furos, assim como da armadura passante,
provoca uma singela diminuição da propagação do esmagamento do concreto. Este
emprego também influencia na plastificação do conector, pois nota-se que ocorre
uma modificação do padrão de escoamento dos elementos em função dos furos e
um aumento nos valores das tensões de von Mises, quando comparado com o
conector sem furos (SF).
De modo geral, e de acordo com o exposto, as lajes de concreto não sofreram
excessivo esmagamento. Já com relação aos conectores, estes sofreram
substancial plastificação dos seus elementos.
265

Figura 163 – Degradação dos modelos TQ60-28MPa

a) plastificação – TQ60-SF-28MPa b) esmagamento – TQ60-SF-28MPa

c) plastificação – TQ60-2F-28MPa d) esmagamento – TQ60-2F-28MPa

e) plastificação – TQ60-2F-AR-28MPa f) esmagamento – TQ60-2F-AR-28MPa

Figura 164 – Degradação dos modelos TQ70-28MPa

a) plastificação – TQ70-SF-28MPa b) esmagamento – TQ70-SF-28MPa

c) plastificação – TQ70-2F-28MPa d) esmagamento – TQ70-2F-28MPa

e) plastificação – TQ70-2F-AR-28MPa f) esmagamento – TQ70-2F-AR-28MPa


266

Figura 165 – Degradação dos modelos TR70-28MPa

a) plastificação – TR70-SF-28MPa b) esmagamento – TR70-SF-28MPa

c) plastificação – TR70-2F-28MPa d) esmagamento – TR70-2F-28MPa

e) plastificação – TR70-2F-AR-28MPa f) esmagamento – TR70-2F-AR-28MPa

Figura 166 – Degradação dos modelos TR80-28MPa

a) plastificação – TR80-SF-28MPa b) esmagamento – TR80-SF-28MPa

c) plastificação – TR80-2F-28MPa d) esmagamento – TR80-2F-28MPa

e) plastificação – TR80-2F-AR-28MPa f) esmagamento – TR80-2F-AR-28MPa

No tocante da degradação dos modelos com f cm 38 MPa, a Figura 168, a


Figura 169, a Figura 170 e a Figura 171 apresentam a plastificação dos conectores e
o esmagamento da laje de concreto para cada seção estudada separadamente.
Cabe mais uma vez mencionar que a legenda gráfica se encontra na Figura 167.
267

Figura 167 – Legenda para a interpretação da degradação dos modelos

a) legenda das tensões de von Mises b) legenda do dano à compressão para


para interpretação da plastificação interpretação do esmagamento da laje

Figura 168 – Degradação dos modelos TQ60-38MPa

a) plastificação – TQ60-SF-38MPa b) esmagamento – TQ60-SF-38MPa

c) plastificação – TQ60-2F-38MPa d) esmagamento – TQ60-2F-38MPa

e) plastificação – TQ60-2F-AR-38MPa f) esmagamento – TQ60-2F-AR-38MPa

Analisando de modo sucinto a degradação dos modelos do grupo com f cm 38


MPa, observa-se que as considerações são as mesmas das apresentadas para o
grupo com fcm 28 MPa. Isto é, o uso dos furos reduziu de modo discreto a
propagação do esmagamento do concreto e modificou o padrão da plastificação do
conector de cisalhamento tubular. Ainda com relação ao esmagamento e a
plastificação, estes foram comedido e expressivo, respectivamente.
268

Figura 169 – Degradação dos modelos TQ70-38MPa

a) plastificação – TQ70-SF-38MPa b) esmagamento – TQ70-SF-38MPa

c) plastificação – TQ70-2F-38MPa d) esmagamento – TQ70-2F-38MPa

e) plastificação – TQ70-2F-AR-38MPa f) esmagamento – TQ70-2F-AR-38MPa

Figura 170 – Degradação dos modelos TR70-38MPa

a) plastificação – TR70-SF-38MPa b) esmagamento – TR70-SF-38MPa

c) plastificação – TR70-2F-38MPa d) esmagamento – TR70-2F-38MPa

e) plastificação – TR70-2F-AR-38MPa f) esmagamento – TR70-2F-AR-38MPa


269

Figura 171 – Degradação dos modelos TR80-38MPa

a) plastificação – TR80-SF-38MPa b) esmagamento – TR80-SF-38MPa

c) plastificação – TR80-2F-38MPa d) esmagamento – TR80-2F-38MPa

e) plastificação – TR80-2F-AR-38MPa f) esmagamento – TR80-2F-AR-38MPa

Acerca da degradação dos modelos com f cm 52 MPa, esta é apresentada na


Figura 172, na Figura 173, na Figura 174 e na Figura 175 separadamente por seção
transversal estudada. Novamente vale ressaltar que a legenda para melhor
interpretação da distribuição gráfica da degradação está apresentada na Figura 167.

Figura 172 – Degradação dos modelos TQ60-52MPa

a) plastificação – TQ60-SF-52MPa b) esmagamento – TQ60-SF-52MPa

c) plastificação – TQ60-2F-52MPa d) esmagamento – TQ60-2F-52MPa

e) plastificação – TQ60-2F-AR-52MPa f) esmagamento – TQ60-2F-AR-52MPa


270

Figura 173 – Degradação dos modelos TQ70-52MPa

a) plastificação – TQ70-SF-52MPa b) esmagamento – TQ70-SF-52MPa

c) plastificação – TQ70-2F-52MPa d) esmagamento – TQ70-2F-52MPa

e) plastificação – TQ70-2F-AR-52MPa f) esmagamento – TQ70-2F-AR-52MPa

Figura 174 – Degradação dos modelos TR70-52MPa

a) plastificação – TR70-SF-52MPa b) esmagamento – TR70-SF-52MPa

c) plastificação – TR70-2F-52MPa d) esmagamento – TR70-2F-52MPa

e) plastificação – TR70-2F-AR-52MPa f) esmagamento – TR70-2F-AR-52MPa

As considerações relativas à análise dos modelos deste último grupo também


são similares as do primeiro grupo. Assim, de modo resumido, nota-se que a adoção
dos furos nos conectores também reduziu moderadamente o esmagamento do
concreto. No entanto, diferentemente dos dois primeiros grupos, os conectores deste
grupo não tiveram seu padrão de plastificação alterado em função dos furos.
271

Figura 175 – Degradação dos modelos TR80-52MPa

a) plastificação – TR80-SF-52MPa b) esmagamento – TR80-SF-52MPa

c) plastificação – TR80-2F-52MPa d) esmagamento – TR80-2F-52MPa

e) plastificação – TR80-2F-AR-52MPa f) esmagamento – TR80-2F-AR-52MPa

Ainda acerca da plastificação dos conectores, observa-se que neste grupo a


plastificação foi extremamente excessiva, incluindo os conectores sem furos (SF).
No tocante do concreto, pode-se analisar que o dano sofrido é comedidamente
menor quando comparado aos casos dos grupos anteriores.
No Gráfico 11 foi possível observar que a influência da adoção do furo na
resistência ao cisalhamento foi significativamente mais discreta nos modelos com fcm
de 51,9 MPa. Alinhando esta avaliação com a excessiva plastificação dos
conectores deste grupo de modelos exposta na Figura 172, na Figura 173, na Figura
174 e na Figura 175, analisa-se que o aumento do fcm fez com que o concreto
apenas fosse solicitado após a falha do conector. Como visto, a degradação
expressiva nos conectores já acontecia para o patamar da resistência máxima, o
que precede a perda de rigidez e descarregamento do modelo. Assim, os cilindros
de concreto localizados nos furos do conector não chegam a ser solicitados, o que
explica a quase não contribuição do furo na resistência do conector.
Em suma, baseado em todos os modelos estudados, comparando a
degradação entre as quatro seções do grupo, TQ60, TQ70, TR70 e TR80, e
analisando separadamente cada condição de estudo, sem furos (SF), com furos (2F)
e com furos e armadura passante (2F-AR), percebe-se que não há significativa
variação do padrão de plastificação e do padrão de esmagamento, assim como da
272

ordem de grandeza em si da distribuição da tensão de von Mises e do dano à


compressão do concreto.
Outro fato percebido é que o aumento do fcm nos modelos não levou a uma
alteração significativa da propagação do esmagamento nas lajes de concreto. No
tocante da degradação do conector, nota-se que para todas as seções estudadas, a
propagação do escoamento dos elementos finitos aumenta substancialmente com o
aumento do fcm para a condição dos conectores sem furos (SF). Acerca dos com
furos (2F), observa-se que o padrão do escoamento dos elementos mudou, mas não
de modo significativo, similar aos com furos e armadura passante (2F-AR).
Como mencionado no início deste trabalho, a caracterização do modo de
falha dos conectores de cisalhamento é substancialmente importante. Assim, a
Tabela 77 exibe a caracterização da falha dos espécimes avaliados neste estudo
preliminar. Essa caracterização foi realizada considerando a evolução da
degradação do concreto e da distribuição de tensão no conector de cisalhamento a
partir da primeira perda de rigidez dos espécimes até os patamares seguintes ao da
resistência máxima, onde é iniciado a perda de resistência e o descarregamento do
modelo, a fim de identificar qual fenômeno levou à falha dos modelos.
Como é possível observar nas degradações expostas da Figura 163 à Figura
175, em todos os modelos analisados, o conector tubular chega ao patamar da
resistência máxima já com muitos elementos plastificados. No caso dos modelos
TQ60-SF-52MPa e TR70-SF-52MPa, por exemplo, o conector atinge este patamar
quase inteiramente plastificado. Os modelos citados falharam exatamente pela
plastificação do conector. Nestes casos, o comportamento da relação carga versus
deslizamento se mantém constante por um momento após a resistência máxima
antes do descarregamento. Este patamar constante da referida relação indica que
apesar do conector ter plastificado, o concreto ainda consegue manter a resistência
do espécime por alguns patamares de deslizamento.
Acerca dos demais modelos, foi possível analisar que o conector inicia o
processo de plastificação logo nas primeiras perdas de rigidez. Podendo ainda ser
interessante acrescentar que alguns destes conectores alcançam o patamar da
resistência máxima apresentando um alto nível de elementos plastificados. Isto é,
apesar do conector expressivamente plastificado, o modelo ainda resistia até o
momento em que o concreto apresentou considerável esmagamento, fazendo com
273

que houvesse um descarregamento mais acelerado, caracterizando uma falha em


função da plastificação dos conectores associada à degradação do concreto.

Tabela 77 – Caracterização dos modos de falha do conector tubular proposto

Modelo Modo de falha


TQ60-SF-28MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ60-2F-28MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ60-2F-AR-28MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ70-SF-28MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ70-2F-28MPa Plastificação do conector
TQ70-2F-AR-28MPa Plastificação do conector
TR70-SF-28MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR70-2F-28MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR70-2F-AR-28MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR80-SF-28MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR80-2F-28MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR80-2F-AR-28MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ60-SF-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ60-2F-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ60-2F-AR-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ70-SF-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ70-2F-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ70-2F-AR-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR70-SF-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR70-2F-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR70-2F-AR-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR80-SF-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR80-2F-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR80-2F-AR-38MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ60-SF-52MPa Plastificação do conector
TQ60-2F-52MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ60-2F-AR-52MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ70-SF-52MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ70-2F-52MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TQ70-2F-AR-52MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR70-SF-52MPa Plastificação do conector
TR70-2F-52MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR70-2F-AR-52MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR80-SF-52MPa Plastificação do conector
TR80-2F-52MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
TR80-2F-AR-52MPa Plastificação do conector associada a degradação do concreto
274

Um fato a ser mencionado é que alguns conectores apresentaram uma


deformação tão excessiva que acarretou em uma fissuração considerável na região
da laje acima do conector, seguindo a extremidade esquerda do conector de
cisalhamento. Esta excessiva deformação pode ser em função da fina espessura
adotada para a seção transversal dos conectores.
Nesses casos mencionados, a fissuração do concreto pode juntamente com o
esmagamento, fenômeno já conhecido em vigas mistas, contribuir no colapso do
modelo. Assim, o modo de falha dos espécimes nesta condição estaria relacionado
à plastificação dos conectores associada a degradação local da laje de concreto,
sendo o esmagamento concomitante a fissuração que se propagou em função da
demasiada deformação do conector.
Dois exemplos destes modelos que sofrem fissuração provocada pela
deformação do conector são o TR70-2F-38MPa e o TR70-2F-52MPa. Para ilustrar o
fenômeno, a Figura 176 apresenta a o início da fissuração na região mencionada,
assim como a fissuração para o patamar da resistência máxima dos modelos
aludidos. Cabe citar que a legenda para melhor interpretação da degradação
apresentada é a mesma do esmagamento e pode ser consultada na Figura 167. Em
ambos os casos, no patamar da carga de pico é possível observar a referida
deformação dos conectores.

Figura 176 – Propagação da fissuração dos modelos TR70-2F-38MPa e TR70-


2F-52MPa

a) TR70-2F-38MPa – início da fissuração b) TR70-2F-38MPa – patamar da carga


máxima

c) TR70-2F-52MPa – início da fissuração d) TR70-2F-52MPa – patamar da carga


máxima

Como trata-se de um estudo preliminar, é interessante investigar se realmente


é a fina espessura do conector que motiva a sua descomedida deformação e,
275

consequentemente, a fissuração da laje de concreto. Neste sentido, buscou-se


analisar se o aumento da espessura do conector reduz tal deformação. Ainda foi
investigado o aumento da altura da laje, assim como o da resistência do aço do
conector.
No tocante do estudo preliminar, a espessura adotada foi de 3,6 mm. Com
intuito de verificar se o seu aumento leva ao acréscimo da rigidez e a diminuição da
deformação excessiva e, consequentemente, da fissuração proveniente desta
deformação, buscou-se estudar a espessura de 5 mm. Sendo a nova seção também
proveniente do catálogo da Vallourec. No que concerne à altura da laje, para o
estudo preliminar, a mesma foi mantida a utilizada por Vianna (2009), 120 mm. A fim
de averiguar se o seu aumento reduz a sua fissuração, adotou-se a altura de 200
mm, que também é utilizada pela autora aqui citada. Acerca da resistência do
conector, até o momento o aço adotado era o S355. Para averiguar a influência do
seu aumento, o aço S460 é escolhido.
De modo a esclarecer o entendimento a respeito destes novos modelos, a Tabela 78
apresenta e explica suas nomenclaturas. A fim de melhorar a compreensão do
comportamento de tais modelos, o Gráfico 16 apresenta a sua relação carga versus
deslizamento, possibilitando a comparação entre elas, enquanto o Gráfico 17 exibe
uma melhor análise da influência do aumento da resistência do conector de
cisalhamento e o
Gráfico 18, da espessura do conector e da altura da laje.
No que tange aos resultados destes novos modelos, tanto o aumento da
espessura do conector quanto o da altura da laje, inclusive ambos os aumentos
simultâneos, levaram ao aumento da resistência ao cisalhamento do conector
estudado. Aumento este que foi de até 24%, 26% e 55% no caso da variação da
espessura do conector, da variação da altura da laje e de ambos conjuntamente,
respectivamente. Quanto ao aumento da resistência do conector, esta levou a
acréscimos na sua resistência de até 9% e 8% quando analisado o grupo do f cm 38
MPa e 52 MPa, nesta ordem.
Mesmo a atual análise tendo como escopo a redução da deformação do
conector e da fissuração da laje de concreto, concerne mencionar que o aumento
isolado da espessura do conector reduz a sua ductilidade, apresentando um
descarregamento acelerado logo após a resistência máxima. As demais variações
estudadas não interferiram no comportamento dúctil do conector tubular.
276

Tabela 78 – Nomenclatura dos modelos TR70-2F

Nomenclatura
Espessura fy Altura da laje fcm Seção do
do conector (MPa) (MPa) conector
TR70-2F-38MPa 3,6 mm 120 mm
TR70-2F-E5-38MPa 5,0 mm 120 mm
355
TR70-2F-H200-38MPa 3,6 mm 200 mm
TR70-2F-E5-H200-38MPa 5,0 mm 200 mm
38
TR70-2F-460-38MPa 3,6 mm 120 mm
TR70-2F-E5-460-38MPa 5,0 mm 120 mm
460
TR70-2F-460-H200-38MPa 3,6 mm 200 mm
Tubular
TR70-2F-E5-460-H200-38MPa 5,0 mm 200 mm
retangular
TR70-2F-52MPa 70 x 50 mm 3,6 mm 120 mm
TR70-2F-E5-52MPa 5,0 mm 120 mm
355
TR70-2F-H200-52MPa 3,6 mm 200 mm
TR70-2F-E5-H200-52MPa 5,0 mm 200 mm
51,9
TR70-2F-460-52MPa 3,6 mm 120 mm
TR70-2F-E5-460-52MPa 5,0 mm 120 mm
460
TR70-2F-460-H200-52MPa 3,6 mm 200 mm
TR70-2F-E5-460-H200-52MPa 5,0 mm 200 mm

Gráfico 16 – Comparação da relação carga versus deslizamento entre as variações


dos modelos TR70-2F
700,00 700,00

600,00 600,00
Carga por conector [kN]

Carga por conector [kN]

500,00 500,00

400,00 400,00

300,00 300,00

200,00 200,00

100,00 TR70-2F-38MPa TR70-2F-E5-38MPa


100,00 TR70-2F-52MPa TR70-2F-E5-52MPa
TR70-2F-H200-38MPa TR70-2F-E5-H200-38MPa TR70-2F-H200-52MPa TR70-2F-E5-H200-52MPa
0,00 0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Deslizamento [mm] Deslizamento [mm]

a) TR70-2F-38MPa b) TR70-2F-52MPa
700,00 700,00

600,00 600,00
Carga por conector [kN]
Carga por conector [kN]

500,00 500,00

400,00 400,00

300,00 300,00

200,00 200,00
TR70-2F-38MPa TR70-2F-52MPa
TR70-2F-460-38MPa TR70-2F-460-52MPa
100,00 TR70-2F-E5-460-38MPa 100,00 TR70-2F-E5-460-52MPa
TR70-2F-460-H200-38MPa TR70-2F-460-H200-52MPa
TR70-2F-E5-460-H200-38MPa TR70-2F-E5-460-H200-52MPa
0,00 0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Deslizamento [mm] Deslizamento [mm]

c) TR70-2F-460-38MPa d) TR70-2F-460-52MPa
277

Gráfico 17 – Influência do aumento da resistência do conector de cisalhamento


675,00 675,00 671,79
652,89

618,32 621,92
625,00 625,00
Carga por conector [kN]

Carga por conector [kN]


563,76
575,00 551,34 575,00

508,21 541,84
525,00 504,27 498,52
525,00
524,07
TR70-2F-38MPa TR70-2F-52MPa
475,00 475,00
475,46 TR70-2F-E5-38MPa 451,85 TR70-2F-E5-52MPa
426,42 TR70-2F-H200-
425,00 425,00 TR70-2F-H200-
38MPa 422,73
399,75 TR70-2F-E5-H200- 52MPa
TR70-2F-E5-H200-
38MPa
52MPa
375,00 375,00
355,00 460,00 355,00 460,00
Resistência do conector [MPa] Resistência do conector [MPa]

a) TR70-2F-38MPa b) TR70-2F-52MPa

Gráfico 18 – Influência do aumento da espessura do conector de cisalhamento e da


altura da laje de concreto mantendo a resistência do conector
660,00 660,00

610,00 610,00
Carga por conector (kN)

Carga por conector (kN)

560,00 560,00
524,07
508,21
510,00 510,00

504,27
460,00 460,00
422,73 475,46 422,73
38 MPa
410,00 38 MPa 410,00
399,75 52 MPa 399,75 52 MPa
360,00 360,00
3,60 5,00 120,00 200,00
Espessura do conector (mm) Altura da laje (mm)

a) aumento da espessura do conector b) aumento da altura da laje de concreto


de cisalhamento
660,00 652,89

610,00
618,32
Carga por conector (kN)

560,00

510,00

460,00
422,73
38 MPa
410,00
399,75 52 MPa

360,00
3.6 e 120 5.0 e 200
Espessura do conector e altura da laje (mm)

c) aumento concomitante da espessura do


conector e da altura da laje
278

De modo a analisar se as variações estudadas reduzem a deformação do


conector e a fissuração da laje de concreto, a Figura 177 e a Figura 178 apresentam
tal degradação do concreto para o patamar da carga máxima de cada modelo
estudado.

Figura 177 – Fissuração dos modelos TR-2F-38MPa

a) TR70-2F-38MPa b) TR70-2F-460-38MPa

c) TR70-2F-E5-38MPa d) TR70-2F-E5-460-38MPa

e) TR70-2F-H200-38MPa f) TR70-2F-460-H200-38MPa

g) TR70-2F-E5-H200-38MPa h) TR70-2F-E5-460-H200-38MPa

É possível observar que, para ambos os f cms avaliados nesta etapa, o


aumento isolado da espessura do conector de 3,6 mm para 5,0 mm reduz
expressivamente a sua deformação. Tanto a variação da espessura do conector
quanto da altura da laje de concreto, separadamente, levaram a uma diminuição da
propagação da fissuração, principalmente na região acima da extremidade esquerda
do conector de cisalhamento.
Com respeito ao aumento da resistência do concreto, foi observado que,
isoladamente, esta aplicação reduziu a sua deformação. Este aumento simultâneo
com o aumento da espessura do conector também levou a uma redução da
279

deformação em questão. Ainda acerca do aumento do f y do conector tubular, foi


possível notar que tal acréscimo de resistência provocou apenas discretas reduções
da fissuração da laje de concreto.

Figura 178 – Fissuração dos modelos TR-2F-52MPa

a) TR70-2F-52MPa b) TR70-2F-460-52MPa

c) TR70-2F-E5-52MPa d) TR70-2F-E5-460-52MPa

e) TR70-2F-H200-52MPa f) TR70-2F-460-H200-52MPa

g) TR70-2F-E5-H200-52MPa h) TR70-2F-E5-460-H200-52MPa

Avaliando o avanço das degradações dos referidos modelos, juntamente com


o comportamento da relação carga versus deslizamento apresentado no Gráfico 16,
foi possível analisar que a perda de rigidez associada com o descarregamento dos
modelos TR70-2F-H200-38MPa, TR70-2F-H200-52MPa, TR70-2F-E5-H200-52MPa
e TR70-2F-E5-460-H200-52MPa está associada à completa plastificação dos
conectores, sendo este o seu modo de falha. Ou seja, apesar de não reduzir a
deformação excessiva dos conectores, o acréscimo da altura da laje alterou o modo
de falha dos modelos citados uma vez que reduziu não apenas a fissuração como
também o esmagamento do concreto. Esta alteração na altura da laje também
concede um aumento na ductilidade dos conectores de cisalhamento. Os demais
280

modelos analisados nesta etapa continuaram falhando por plastificação completa do


conector associada à degradação local do concreto em virtude de seu expressivo Comentado [WU16]: esmagamento

esmagamento.
Uma observação importante a respeito de modelos com a variação da altura
da laje de concreto armado é que pode ser necessário alterar do mesmo modo a
altura do conector de cisalhamento. Por conseguinte, caso sejam adotadas lajes
com alturas maiores, recomenda-se que o conector tenha a sua altura ajustada
proporcionalmente, como pode ser visto em Vianna (2009). Deste modo, caso lajes
com altura de 200 mm sejam adotadas na continuidade deste estudo, a seção 150 x
100 x 5 mm da Vallourec é indicada.
Se faz interessante reiterar que o aumento isolado da espessura do conector
reduziu sua deformação excessiva. Assim, pode ser importante estudar conectores
ainda mais espessos a fim de verificar o desempenho do conector porquanto apesar
de ter se mostrado eficaz na redução da deformação e no aumento da resistência ao
cisalhamento, reduziu o seu comportamento dúctil. No capítulo 3 foi proposto o
estudo de conectores mais resistentes. Porém, apenas uma classe de resistência
maior que a utilizada no estudo preliminar foi sugerida. Como, nesta pequena
expansão do estudo preliminar, foi possível analisar que a influência desta classe de
resistência foi discreta, recomenda-se o estudo de uma gama maior de resistências
altas do conector.

6.4. VIABILIDADE ESTRUTURAL FRENTE AO CONECTOR PERFOBOND

A fim de comparar o desempenho estrutural, no tocante da resistência ao


cisalhamento, entre o conector tubular proposto e o Perfobond, optou-se por adotar
o modelo do conector Perfobond com dois furos (P-2F) e resistência do concreto de
28,3 MPa e 51,9 MPa. Para possibilitar uma comparação mais aproximada, o
conector tubular de seção quadrada 70 x 70 (TQ70) foi escolhido por possuir 9,65
cm² de área transversal, área esta bem próxima a do conector Perfobond, que
possui 9,53 cm².
Com relação aos resultados dessa comparação, o Gráfico 19 o apresenta nos
termos da relação carga versus deslizamento, enquanto a Tabela 79 apresenta o
281

resumo destes resultados, em termos da resistência máxima ao cisalhamento (P), a


resistência característica (Prk), a razão entre a resistência ao cisalhamento do
conector tubular e a resistência ao cisalhamento do conector Perfobond (PTQ/PP),
tanto do modelo experimental quanto do numérico, a capacidade de deslizamento
(u), a capacidade de deslizamento característica (uk) e a razão entre a capacidade
de deslizamento do conector tubular e a capacidade de deslizamento do conector
Perfobond (TQ/P), tanto do modelo experimental quanto do numérico.

Gráfico 19 – Comparação da relação carga versus deslizamento entre o conector


Perfobond e o conector tubular

500,00 500,00
450,00 450,00
Carga por conector [kN]

Carga por conector [kN]

400,00 400,00
350,00 350,00
300,00 300,00
250,00 250,00
200,00 200,00
150,00 150,00
100,00 100,00
MN-P-2F-120-28 P-2F-120-28-A 50,00 MN-P-2F-120-52 P-2F-120-52-B
50,00 TQ70-2F-52MPa
TQ70-2F-28MPa
0,00 0,00
0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00 0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00
Deslizamento [mm] Deslizamento [mm]

a) 28,3 MPa b) 51,9 MPa

Tabela 79 – Comparação entre conector Perfobond e conector tubular proposto

fcm P Prk u uk


Modelo PTQ/PP TQ/P
(MPa) (kN) (kN) (mm) (mm)
P-2F-120-28-A 329,55 296,60 - 7,77 6,99 -
MN-P-2F-120-28 342,94 308,65 - 4,59 4,13 -
28,3
1,12 1,59
TQ70-2F-28MPa 368,75 331,88 12,35 11,12
1,08 2,69
P-2F-120-52-B 394,85 355,37 - 7,88 7,09 -
MN-P-2F-120-52 461,53 415,37 - 8,42 7,58 -
51,9
1,13 1,85
TQ70-2F-52MPa 446,93 402,24 14,62 13,15
0,97 1,74

Analisando a relação carga versus deslizamento percebe-se que a seção


escolhida não apresenta capacidade resistente tão maior quando comparado com o
Perfobond, porém o ponto importante é que a carga máxima ocorre para um
patamar maior de deslizamento e deformação do conector, o que é positivo
considerando que esta é a proposta do conector tubular, conseguir manter a
282

resistência do Perfobond enquanto aumenta sua capacidade de deslizamento,


levando seu comportamento o mais dúctil possível.
Acerca do comportamento da curva, é possível analisar que o conector
tubular consegue reter resistência de modo superior ao Perfobond, apresentando
baixa taxa de descarregamento da curva.
Comparando o modelo do conector tubular com o modelo numérico do
conector Perfobond, avalia-se que o conector tubular apresenta resistência ao
cisalhamento 7,5% maior para o modelo com f cm 28,3 MPa, e 3% menor para o
modelo com 51,9 MPa. No entanto, quando comparado com o experimental, a
diferença aumenta para 12% e 13% para f cm de 28,3 MPa e 51,9 MPa,
respectivamente.
No tocante da ductilidade, o conector tubular proposto apresentou capacidade
de deslizamento 170% maior do que o Perfobond quando analisados os modelos
numéricos do conector Perfobond com 28,3 MPa e 74% para o 51,9 MPa.
A resistência e o comportamento dos conectores de cisalhamento perfurados
possuem a contribuição do poder de ponta, da área de concreto confinada no furo e
da armadura passante. Uma vez que para o conector tubular tanto a área de
concreto confinado no conector quanto da armadura passante é maior, esperava-se
que tal conector apresentasse comportamento mais dúctil e resistente quando
comparado ao Perfobond.
De modo geral, apesar de não haver ganho de resistência ao cisalhamento
frente ao Perfobond, o conector tubular apresenta expressiva capacidade de
deslizamento, o que é o objetivo deste trabalho. Adiciona-se o fato do conector
tubular apresentar um comportamento com maiores patamares de deslizamento
para cada patamar de resistência observado. Assim, resumidamente, pode-se
mencionar que o conector proposto em questão apresenta um comportamento mais
dúctil quando comparado ao Perfobond. Deste modo, este conector apresenta
viabilidade de uso frente ao conector utilizado como referência.
283

6.5. VIABILIDADE ECONÔMICA FRENTE AO CONECTOR PERFOBOND

O subitem anterior apresentou a viabilidade do conector proposto frente ao


Perfobond em função do seu comportamento mecânico. No quesito construtivo, não
há muita divergência a não ser pelo tamanho da área a ser soldada. Ainda sobre
esta questão, o subitem 6.6. apresenta opções para investigar e facilitar o fluxo de
concretagem no interior da seção do conector tubular.
Relativamente à viabilidade econômica, a comparação a ser realizada será
simplesmente em função da aquisição do material para confecção de um conector,
tubular e Perfobond. Como em quesitos de resistência final, o conector de seção
70x70 mm se comportou de modo semelhante ao Perfobond, o mesmo será
considerado para a comparação.
Foram solicitadas cotações junto a empresas do ramo de aço carbono e as
mesmas foram fornecidas em função do peso, em quilogramas. De modo a tornar
mais clara a comparação, os dados serão apresentados em valores de material por
conector, tubular e Perfobond. Assim sendo, o Gráfico 20 apresenta os valores, em
reais, cotados para a compra dos materiais em questão.

Gráfico 20 – Comparação de valores entre Comentado [WU17]: Atualizar o gráfico e as considerações


ao receber o custo do fornecedor 2 de chapa para o perfobond
os conectores tubular e
Perfobond

R$35,00

R$30,00

R$25,00

R$20,00

R$15,00

R$10,00
Média
R$5,00
Fornecedor 2
R$-

Conector Fornecedor 1
Perfobond
Conector tubular

Como é possível observar, foram analisados valores propostos por dois


fornecedores referentes a cada tipo de material, seção tubular e chapa de aço
284

carbono. A fim de tornar a análise mais clara a comparação ser realizada em função
das médias entre os valores. Deste modo, concerne avaliar que a aquisição de
material para fabricação – corte e soldagem – de conectores do tipo Perfobond é
mais dispendioso em comparação com a aquisição de material para fabricação de
conectores do tipo tubular.
Por se tratar de um estudo preliminar, não foram cotados os custos para corte
e soldagem de cada tipo de conector. Acredita-se que tal levantamento possui
importância uma vez que suas distintas geometrias necessitam de procedimentos
diferentes de cortes e diferenças significativas na área a ser soldada, o que pode
influenciar no custo. Entretanto, avaliando apenas a cotação apresentada, nota -se
que o conector tubular apresenta viabilidade frente ao Perfobond.
Novamente cabe reiterar que um estudo de viabilidade econômica mais amplo
é expressamente recomendado.

6.6. POSSIBILIDADES E RECOMENDAÇÕES DE ESTUDO

Como este trabalho trata apenas de um estudo preliminar, poucas


características e variações foram analisadas. Assim, é recomendado que o estudo
seja ampliado através de novas investigações que analisem mais variações de
propriedades dos materiais, geometrias e características dos espécimes que
melhorem e otimizem o desempenho mecânico dos conectores, principalmente no
que diz respeito ao comportamento dúctil. Com relação a este aspecto, o capítulo 3
apresenta um planejamento de expansão do estudo para a tese de doutorado.
Outra menção importante diz respeito à questão econômica. Isto é, aproveitar
os frutos da seção tubular na performance do conector alinhado a uma nova
geometria que ajude a minimizar os custos com a aquisição dos conectores, como,
por exemplo, pode ser visualizado na Figura 179 e na Figura 180.
Outro ponto importante a ser analisado é a questão construtiva. Assim,
planeja-se também investigar experimentalmente se o conector com seção tubular
permite sua completa concretagem, ou seja, se o concreto consegue percolar sem
dificuldades para dentro do conector e preencher toda sua seção. De modo prévio, a
285

Figura 181 exibe três possíveis opções de modificação do conector para caso a
seção cheia impeça a sua integral concretagem.

Figura 179 – Primeira proposta de conector com corte no eixo de simetria

a) design de corte da metade b) proposta de conector com c) proposta de conector com


do conector corte – metade 1 corte – metade 2

Figura 180 – Segunda proposta de conector com corte no eixo de simetria

a) design de corte da metade b) proposta de conector com c) proposta de conector com


do conector corte – metade 1 corte – metade 2

Figura 181 – Proposta de conectores que facilitem a completa concretagem em seu


interior

a) conector com um corte de b) conector com duplo corte de c) conector com abertura
45º 45º superior
286

Devido às limitações deste trabalho preliminar, não foi possível investigar


todos os casos de estudo que são interessantes. Assim, outra questão a ser
investigada em paralelo é a comparação de um conector tubular com dois
conectores do tipo Perfobond (Figura 182), a qual permitiria analisar a influência da
parte superior da seção tubular. É importante ressaltar a necessidade de manter a
proporção das áreas entre os conectores a fim de validar a comparação.

Figura 182 – Proposta de duplo conector Perfobond

6.7. CONSIDERAÇÕES

Analisando os resultados e as análises expostos a respeito do conector


proposto, pode-se considerar que o mesmo apresenta um bom desempenho técnico,
apresentando adequada resistência ao cisalhamento e a capacidade de
deslizamento esperada, com exceção dos modelos TQ60-SF-28MPa, TQ70-SF-
28MPa e TR70-SF-28MPa que não puderam ser considerados dúcteis de acordo
com o Eurocode 4 (EN 1994, 2004).
Foi possível analisar que, de modo geral, a adoção dos furos levou a um
acréscimo na resistência ao cisalhamento dos conectores, assim como na
capacidade de deslizamento. O mesmo foi observado quando aumentado o f cm do
concreto. Também foi possível analisar que na maioria dos casos estudados, o
287

aumento da área concedeu um aumento da resistência ao cisalhamento dos


conectores em função do aumento da contribuição do poder de ponta.
Com relação ao Perfobond, o uso do conector tubular proposto se mostrou
satisfatório e viável no tocante da resistência ao cisalhamento e, principalmente, da
capacidade de deslizamento dos conectores uma vez que este era o objetivo
principal deste trabalho.
A medida que os resultados foram analisados, notou-se a necessidade de
novas variações para investigação. Por se tratar de um estudo preliminar, tal
necessidade não pôde ser atendida. Isto posto, um amplo estudo ainda necessita
ser realizado a fim de explorar novos casos e geometrias com o intuito de aprimorar
o desempenho do conector tubular proposto, responder todas as questões que irão
surgir e atender todas as necessidades impostas a um conector de cisalhamento. No
entanto, considerando o estudo preliminar aqui exposto, considera-se que tal
conector pode se apresentar como uma opção promissora e viável, claro, desde que
seu estudo seja continuado e aprofundado, como mencionado.
288

7. ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO DA TESE

Como já mencionado anteriormente, este trabalho tem por objetivo propor e


planejar o escopo e as atividades da proposta de tese. Deste modo, uma vez a
proposta do conector de cisalhamento tubular sendo aprovada, pretende-se realizar
um programa experimental e um estudo paramétrico a fim de melhor avaliar o
conector e estudar as melhores configurações, características e propriedades que
levem ao seu uso otimizado.
Assim, considerando o que foi exposto e se baseando no que foi planejado no
capítulo 3 deste trabalho, aspira-se a seguinte organização e estrutura para a tese:
O trabalho irá iniciar com um capítulo introdutório, onde serão brevemente
apresentadas algumas considerações a respeito das estruturas mistas e da
importância da transferência de esforços por meio mecânicos, através de conectores
de cisalhamento. Igualmente serão apresentadas, de modo resumido, ponderações
sobre o uso dos conectores e a importância do desenvolvimento de novos. No final
deste capítulo, pretende-se apresentar as premissas da tese, juntamente com seus
objetivos e motivações.
Almeja-se no capítulo 1 fundamentar teoricamente os conectores de
cisalhamento, realizando o embasamento através do Eurocode 4 (EN 1994, 2004) e
de trabalhos significativos da literatura técnica.
No capítulo 2, cogita-se realizar uma vasta revisão bibliográfica, expondo as
preconizações dos códigos normativos, assim como alguns estudos significativos
sobre conectores de cisalhamento inovadores.
Para o capítulo 3 pensou-se em apresentar de modo detalhado o conector
proposto, expondo a motivação do seu desenvolvimento, as possíveis vantagens da
sua geometria, entre outros fatores. Visa-se com este capítulo, apresentar todas as
informações necessárias para o entendimento dos capítulos posteriores.
É planejado para o capítulo 4 a exposição e o detalhamento de todo o
programa experimental que se pretende realizar, incluindo os pormenores com
relação a todas as atividades relacionadas aos ensaios e às análises dos resultados,
No capítulo 5 pretende-se apresentar a modelagem numérica referente aos
modelos preliminares, que foram realizados para prever os fenômenos e resistência
dos protótipos antes de serem ensaiados, abrangendo todas as premissas da
289

modelagem. A validação dos modelos simulados em função dos ensaios


experimentais será exposta neste capítulo.
Um estudo paramétrico é idealizado para o capítulo 6, expondo todas as
variações dos parâmetros, como apresentados pelos grupos exibidos na Tabela 54
(item 3.3) deste trabalho. É planeada uma criteriosa análise de resultados, incluindo
um estudo estatístico.
Tem-se em vista, para o capítulo 7, um estudo analítico que leve à proposta
de uma formulação para determinação da capacidade resistente ao cisalhamento do
conector em questão, considerando cada componente do sistema estrutural
estudado que contribua parcialmente na resistência.
Fica programada para o capítulo 8 uma detalhada conclusão dos casos
estudados, levando em consideração cada um dos estudos, experimental e
numérico.
O último capítulo deve apresentar todas as referências bibliográficas citadas
no corpo da tese e também deve incluir as não citadas, mas que contribuíram com a
fundamentação e embasamento para as escolhas e escrita da tese.
Menciona-se que todo o planejamento das atividades da tese aqui
apresentado é preliminar, considerando o que foi apresentado no capítulo 3. No
entanto, pretende-se levar em consideração todos os comentários e alterações
propostos pela banca examinadora, assim como entende-se que também se faz
necessário levar em conta as questões econômicas e construtivas citadas no ultimo
capítulo. Logo, tal fato poderá alterar diretamente o que foi planejado, como as
seções, as características, as propriedades dos materiais e as condições de estudo;
assim como a composição dos espécimes a serem ensaiados e o cronograma
preliminar proposto.
A Figura 183 e a Figura 184 apresentam um cronograma preliminar com as
atividades a serem realizadas no decorrer da futura tese de doutorado. É
interessante aludir que o cronograma das atividades referentes ao programa
experimental foi apresentado detalhadamente no item 3.2.2.6., podendo ser
observado na Figura 110.
290

Figura 183 – Planejamento e cronograma de atividades referentes à tese – Parte 1

mar/22
ago/21

nov/21

ago/22
mai/21

mai/22
dez/21

abr/22
out/21
jun/21

jun/22
set/21

jan/22

fev/22
jul/21

jul/22
Atividades

1 Defesa da proposta de tese


2 Consideração dos comentários da proposta
3 Levantamento bibliográfico
4 Formulação e análise dos modelos numéricos preliminares
5 Planejamento do programa experimental
6 Aquisição dos materiais
7 Programa experimental
8 Aquisição e análise dos resultados
9 Análise estática preliminar dos resultados experimentais
10 Validação dos modelos numéricos
11 Formulação e análise de um estudo paramétrico
12 Análise criteriosa dos resultados
13 Formulação analítica para previsão da resistência do conector
14 Redação da tese
15 Revisão da tese
16 Organização da defesa e envio do texto à banca
17 Defesa da tese
291

Figura 184 – Planejamento e cronograma de atividades referentes à tese – Parte 2

mar/23
nov/22

ago/23

nov/23
mai/23
dez/22

dez/23
abr/23
out/22

out/23
jun/23
set/22

jan/23

fev/23

set/23
jul/23
Atividades

1 Defesa da proposta de tese


2 Consideração dos comentários da proposta
3 Levantamento bibliográfico
4 Formulação e análise dos modelos numéricos preliminares
5 Planejamento do programa experimental
6 Aquisição dos materiais
7 Programa experimental
8 Aquisição e análise dos resultados
9 Análise estática preliminar dos resultados experimentais
10 Validação dos modelos numéricos
11 Formulação e análise de um estudo paramétrico
12 Análise criteriosa dos resultados
13 Formulação analítica para previsão da resistência do conector
14 Redação da tese
15 Revisão da tese
16 Organização da defesa e envio do texto à banca
17 Defesa da tese
292

CONCLUSÃO

Este trabalho trata-se da proposta de um conector de cisalhamento do tipo


tubular para ser estudado durante a tese de doutorado. De modo sucinto ele
apresentou uma revisão da literatura a respeito de novos conectores que têm sido
estudados, uma proposta detalhada de como poderia ser dividido e organizado o
estudo da tese, em programa experimental e análise numérica paramétrica, um
estudo numérico para uma avaliação preliminar do conector de cisalhamento
proposto e uma proposta de cronograma das atividades a serem realizadas durante
o período da tese.
No tocante da revisão bibliográfica apresentada, observou-se todas as
considerações e conclusões dos autores a fim de aplicar no futuro trabalho as que
são mais pertinentes e que, com certeza, irão acrescentar de modo positivo na
qualidade final do trabalho. Neste sentido, alguns dos pontos a serem levados em
consideração são: o uso de isopor e espuma de modo a isolar a influência do poder
de ponta; a variação das características dos modelos, como espessura do conector
e da laje, diâmetro dos furos dos conectores e da armadura passante, entre outros,
e a variação das propriedades dos materiais a fim de encontrar a configuração do
espécime que leve a otimização do desempenho estrutural.
No que concerne a avaliação numérica preliminar do conector proposto, esta
foi realizada a partir do software Abaqus (2014) e foi dividida em duas etapas. Por se
tratar de um estudo numérico, a primeira etapa consistiu na validação da
modelagem. Posto isto, buscou-se encontrar o melhor modelo numérico que melhor
representasse modelos de vigas mistas submetidos a ensaio do tipo push-out.
Como já citado anteriormente, a validação foi realizada a partir de resultados
experimentais de conectores do tipo Perfobond, uma vez que não foram
encontrados modelos semelhantes ao proposto neste trabalho. Cabe mencionar que
diferentes modelos foram avaliados a fim de encontrar as leis constitutivas do
concreto que levassem a melhor correlação do comportamento do modelo numérico
com o experimental. A partir das relações carga versus deslizamento, dos valores
das capacidades resistente e de deslizamento e do tempo de processamento de
293

cada análise, considerou-se que a variação das leis constitutivas do concreto


conferiu expressiva influência nos resultados, como:
a) uma diferença de até mais de 80% nas resistências ao cisalhamento
dos modelos;
b) uma diferença significativa de até mais de 600% nas capacidades de
deslizamento dos modelos analisados;
c) uma diferença de até 700% no tempo de processamento das
análises;
d) uma diferença substancial no comportamento das relações carga
versus deslizamento apresentadas, principalmente nas dos modelos
do grupo 2, com a lei constitutiva de compressão proposta por
Alfarah et al. (2017).

A escolha da combinação das leis constitutivas alinhou um tempo adequado


de processamento da análise, um erro aceitável da resistência ao cisalhamento e da
capacidade de deslizamento e, principalmente, um comportamento pós-carga de
pico similar ao do modelo experimental. Deste modo, e ainda no tocante da primeira
etapa, com o intuito de melhor avaliar a validação da modelagem, estudou-se
modelos do Perfobond com furos e com furos e armadura passante. Tais modelos
chegaram a adequadas validações em função dos resultados experimentais,
principalmente do P-2F-120-28-A, confirmando que a escolha da combinação dos
modelos constitutivos foi pertinente. No entanto, acredita-se que seja possível refinar
ainda mais a validação no intuito de chegar a correlações mais adequadas.
No que diz respeito à segunda etapa do trabalho, um estudo preliminar foi
realizado a fim de avaliar a viabilidade, em termos do desempenho mecânico, do
conector tubular proposto. De modo resumido, foram estudadas quatro seções
tubulares para o conector e três resistências do concreto para as lajes dos modelos,
assim como as situações sem furo (SF), com furos (2F) e com furos e armadura
passante (2F-AR), totalizando 36 modelos de estudo.
Alguns pontos são definidos para analisar o desempenho do conector. Assim,
com relação à ductilidade, que é um dos principais objetivos deste trabalho, todos os
conectores estudados, com exceção de TQ60-SF-28MPa, TQ70-SF-28MPa e TR70-
SF-28MPa, todos sem furos, foram classificados como dúcteis de acordo com a
diretriz do Eurocode 4 (EN 1994, 2004). Analisando o comportamento dos
294

conectores sem furos, estes não apresentam adequada capacidade de retenção de


carga após atingirem sua resistência máxima, o que fica evidenciado por meio de
sua baixa capacidade de deslizamento. Este fato não ocorre quando há adoção de
furos no conector, pois estes conectores apresentam significativa capacidade de
retenção de carga, conseguindo resistir parcialmente aos esforços após alcançarem
a carga de pico, enquanto se deformam e deslizam em relação à laje.
Acerca da resistência dos conectores tubulares estudados, estas
apresentaram valores satisfatórios. De modo mais detalhado, concluiu-se que:
a) a adoção de furos e de armaduras passantes concedeu um discreto
aumento na resistência dos conectores estudados. Com relação aos
furos, seu uso levou a acréscimos de 1% a 13% enquanto junto com
a armadura passante, este aumento foi de até 11%;
b) quanto maior o fcm do modelo, menor a influência da adoção de furos
e de armaduras passantes na capacidade resistente ao
cisalhamento dos conectores;
c) a adoção de furos e de armaduras passantes influencia
expressivamente no comportamento do conectores, retardando de
modo significativo o patamar de deslizamento em que o conector
atinge sua resistência máxima. O mesmo ocorreu quando houve o
aumento do fcm do concreto;
d) o aumento do fcm do concreto conferiu um acréscimo na resistência
dos conectores, sendo os sem furos (SF) os mais influenciados.
Quando o fcm varia de 28,3 MPa a 38 MPa, ocorre um aumento na
resistência que varia entre 9% e 20%. No entanto, quando a
variação é de 38 MPa para 51,9 MPa, o acréscimo da resistência
varia de 5% a 13%;
e) o aumento de 23% da seção transversal quadrada concedeu um
aumento da capacidade resistente de até 9%, sendo este aumento
mais expressivo para os conectores dos modelos do grupo de f cm
mais baixo. Já o acréscimo de 4% da seção transversal retangular
levou a discretos aumentos da resistência ao cisalhamento, de até
4%, sendo os conectores com furos (2F) os que mais sofreram esta
influência;
295

f) o aumento da base do conector e, consequentemente, a alteração


da seção de retangular para quadrada levou a um aumento da
capacidade resistente dos conectores de até 7%, sendo este
aumento mais substancial para os modelos do grupo de fcm 51,9
MPa.

Ainda no escopo da segunda etapa da pesquisa preliminar, e com intuito de


fomentar a necessidade da formulação de uma equação que determine a
capacidade resistente do conector proposto, foi realizada uma verificação da
viabilidade do emprego de equações existentes na literatura técnica, para
conectores do tipo Perfobond, na determinação da resistência dos conectores
tubulares.
Avaliando os valores obtidos pelas formulações, concluiu-se que a grande
discrepância entre os resultados mostra a influência da diferença na consideração
das componentes que influenciam parcialmente na resistência ao cisalhamento.
Dentre as formulações avaliadas, nenhuma levou a uma adequada correlação com
os resultados obtidos por meio das análises em elementos finitos. A formulação
proposta por Oguejiofor e Hosain (1997) foi a que apresentou resultados mais
próximos, com uma média de erro de, aproximadamente 20%. Assim, foi possível
concluir que tais formulações não são adequadas para conectores como o aqui
proposto e que se faz necessário propor uma nova formulação para tal.
No tocante da degradação dos espécimes, concluiu-se que não houve
expressivas variações do padrão de esmagamento do concreto e plastificação do
conector de cisalhamento em função da variação das seções transversais e das
condições de estudo, sem furos (SF), com furos (2F) e com furos e armadura
passante (2F-AR). A gradação do fcm nos modelos também não proveu considerável
alteração no padrão de propagação do esmagamento nas lajes de concreto.
Conquanto, tal gradação conferiu um aumento relevante na propagação do
escoamento dos elementos dos conectores, principalmente para a condição dos
conectores sem furos (SF).
Ainda no que se refere à degradação dos modelos, com exceção dos TQ70-
2F-28MPa, TQ70-2F-AR-28MPa, TQ60-SF-52MPa, TR70-SF-52MPa e TR80-SF-
52MPa, que falharam pela completa plastificação dos conectores, os demais
falharam por esta plastificação associada a degradação do concreto, caracterizada
296

por um significativo esmagamento. Todavia, alguns modelos como o TR70-2F-


38MPa e o TR70-2F-52MPa tiveram uma considerável deformação de seus
conectores. A fim de reduzir tal deformação e de averiguar se a mesma é a
responsável por uma significativa fissuração do concreto acima do conector,
analisou-se se o aumento da sua espessura e/ou da altura da laje exerce influência
nos fenômenos citados. A partir de tal análise foi possível concluir que ambas as
variações levaram a diminuição da fissuração citada. No caso do aumento isolado
da espessura do conector, esta diminuiu a deformação excessiva do mesmo,
principalmente para o modelo de menor f cm. O aumento da resistência do conector
também foi analisado com esta finalidade. Deste modo, verificou-se que o seu
aumento isolado reduziu a deformação excessiva do conector, assim como este
aumento concomitante ao aumento da sua espessura reduziu ainda mais a
deformação em questão. Contudo, no quesito da fissuração, a variação da
resistência não levou a reduções consideráveis na fissuração da laje de concreto.
A fim de avaliar a viabilidade do conector proposto frente ao Perfobond, um
dos mais empregados e estudados atualmente, foi realizada uma comparação entre
o conector Perfobond com dois furos (P-2F), que possui área transversal igual a 9,53
cm², e o conector tubular de seção 70 x 70 mm, que é a seção que possui área
transversal mais próxima da do Perfobond, de 9,65 cm², também com dois furos
(TQ70-2F). A partir da comparação foi concluído que:
a) o conector tubular apresentou resistência 7,5% maior do que o
Perfobond, quando comparados os modelos com fcm 28,3 MPa, e 3%
menor quando a comparação é realizada com os modelos com f cm
51,9 MPa. Apesar do conector proposto não acrescentar resistência
frente ao Perfobond, a sua carga de pico ocorre para um patamar
maior de deslizamento. Ele ainda consegue reter resistência,
apresentando baixa taxa de descarregamento do modelo;
b) o conector tubular apresentou capacidade de deslizamento
expressivamente maior frente ao Perfobond, chegando a ser 170%
maior para o modelo com fcm 28,3 MPa e 74% para o com fcm 51,9
MPa;
c) a vantagem do tubular, em termos de resistência e capacidade de
deslizamento, é inversamente proporcional ao aumento da
resistência do concreto;
297

d) o aço do conector tubular sofreu maior propagação do escoamento,


chegando a excessivas plastificações, quando comparado com o
Perfobond, principalmente nos modelos com fcm 28,3 MPa;
e) o padrão de degradação da laje de concreto é bastante distinto
quando comparados os dois conectores; sendo o esmagamento do
conector tubular mais discreto, ocorrendo na base da região de
compressão da laje, ao lado esquerdo do conector.

No que tange o custo, verificou-se neste estudo preliminar que o gasto para
aquisição de material para fabricação dos conectores do tipo tubular é
consideravelmente menos dispendioso quando comparado ao gasto referente a
aquisição de material para fabricação do conector Perfobond.
Em função dos ótimos resultados que foram expostos neste trabalho,
considera-se que o conector de cisalhamento tubular proposto apresenta viabilidade
para uso em função do seu desempenho mecânico, em termos de resistência e
ductilidade. No entanto, não se ignora o fato de que se fazem necessários novos
estudos a fim de otimizar o comportamento do conector e de facilitar a questão
construtiva.

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS E CONTINUIDADE DO ESTUDO

Como mencionado, este é um estudo preliminar. Assim, ainda são


necessárias algumas investigações no intuito de melhor conhecer o conector tubular
proposto e também de aprimorar o seu desempenho. O capítulo 3 apresenta um
planejamento para o estudo a ser continuado na tese de doutorado, se dividindo em
programa experimental e estudo numérico paramétrico. São apresentadas variações
de estudos, onde, entre outros pontos, seriam avaliadas as influências dos seguintes
itens no comportamento do conector:
a) tensão de escoamento do conector;
b) espessura do conector;
c) quantidade de furos do conector;
298

d) diâmetro do furo do conector;


e) existência e diâmetro da armadura passante;
f) resistência à compressão do concreto.

No capítulo 6 foram apresentadas algumas propostas de geometria para o


conector com finalidade de diminuir os custos com o perfil tubular e de facilitar o
fluxo da concretagem no interior da seção tubular.
Outra situação a ser considerada é a possibilidade de estudar modelos em
elementos finitos que possibilitem isolar as componentes que possuem suas
parcelas de contribuição na resistência ao cisalhamento a fim de melhor entender o
comportamento do conector e avaliar a influência de cada uma dessas
componentes.
299

REFERÊNCIAS

ABAQUS Inc S. ABAQUS/Explicit: Advanced Topics. Quasi-Static Analyses, 2005.

ABAQUS Inc S. ABAQUS Analysis user's manual. 614th ed. Dassault Systèmes
Simulia Corp. Johnston, Rhode Island, 2014.

ABAQUS Inc S. ABAQUS Theoric guide. 614th ed. Dassault Systèmes Simulia Corp.
Johnston, Rhode Island, 2014.

AHMED, A. Modeling of a reinforced concrete beam subjected to impact vibration


using ABAQUS. International Journal of Civil and Structural Engineering 4, No 3,
2014.

AHN, J.; LEE, C.; WON, J.; KIM, S. Shear resistance of the perfobond-rib shear
connector depending on concrete strength and rib arrangement. Journal of
Constructional Steel Research 66, 1295-1307, 2010.

AÏTCIN, P.C. Concreto de alto desempenho. 1. ed. São Paulo: PINI, 2000.

AL-DARZI, S. Y. K.; CHEN, A.; LIU, Y. Q. Finite element simulation and parametric
studies of perfobond rib connector. American Journal of Applied Sciences 4, 122–
127, 2007.

ALFARAH, B.; LÓPEZ-ALMANSA, F.; OLLER, S. New methodology for calculating


damage variables evolution in Plastic Damage Model for RC structures. Journal of
Engineering Structures 132, 70-86, 2017.

AMERICAN CONCRETE INSTITUTE.. ACI 221-1: Standard Practice for Selecting


Proportions for Normal, Heavy-weight and Mass Concrete. Michigan, 2002.
300

AMERICAN NATIONAL STANDARD INSTITUTE. ANSI. AMERICAN INSTITUTE OF


STEEL CONSTRUCTION. AISC 360-05: Specification for Structural Steel Buildings.
Chicago, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738: Concreto -


Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro, 2015.

_NBR 5739: Concreto - Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio


de Janeiro, 2018.

_NBR 6673: Produtos planos de aço - Determinação das propriedades mecânicas à


tração. Rio de Janeiro, 1981.

_NBR 7211: Agregados para concreto – Especificação. Rio de Janeiro, 2009.

_NBR 7222: Concreto e argamassa — Determinação da resistência à tração por


compressão diametral de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2011.

_NBR 8522: Concreto - Determinação dos módulos estáticos de elasticidade e de


deformação à compressão. Rio de Janeiro, 2017.

_NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto


de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.

_NBR 11768: Aditivos químicos para concreto de cimento Portland. Rio de Janeiro,
2019.

_NBR ISO 6892: Materiais metálicos — Ensaio de Tração. Parte 1: Método de


ensaio à temperatura ambiente. Rio de Janeiro, 2013.

_NBR ISO 7438: Materiais metálicos — Ensaio de dobramento. Rio de Janeiro,


2016.
301

_NBR ISO 7480: Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado -
Especificação. Rio de Janeiro, 2007.

_NBR NM 67: Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do tronco


de cone. Rio de Janeiro, 1998.

ASSUNÇÃO, B. C. Análise Experimental de Conectores de Cisalhamento Tipo T-


Perfobond Modificado. Tese (Doutorado em Engenharia civil) – Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.

BAMAGA, S. O.; TAHIR, M. M.; TAN, C. S.; SHEK, P.N.; AGHLARA, R. Push-out
tests on three innovative shear connectors for composite cold-formed steel concrete
beams. Journal of Construction and Building Materials 223, 288–298, 2019.

BARBOSA, W. C. de S. Estudo de conectores de cisalhamento em barras de aço


para vigas mistas de aço e concreto. Tese (Doutorado em estruturas e construção
civil) – Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

BEZERRA, L. M.; CAVALCANTE, O. O.; CHATER, L.; BONILLA, J. V-shaped shear


connector for composite steel-concrete beam. Journal of Constructional Steel
Research 150, 162–174, 2018.

BUTTON, S. T. Metodologia para planejamento experimental e análise de


resultados. Notas de aula (Programa de pós-graduação em engenharia mecânica) -
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.

CÂNDIDO-MARTINS, J. P. S.; COSTA-NEVES, L. F.; VELLASCO, P. C. G. S.


Experimental evaluation of the structural response of Perfobond shear connectors.
Journal of Engineering Structures 32, 1976-85, 2010.

CAVALCANTE, O. R. de O. e. Estudo de conectores de cisalhamento do tipo “V” em


viga mista. Tese (Doutorado em estruturas e construção civil) – Universidade de
Brasília, Brasília, 2011.
302

CEB-FIP. Model code. Model code for concrete structures. International Federation
for Structural Concrete (FIB), Switzerland, 2010.

CHEN, Z.; YUQING, L.; SHUANGJIE, Z.; HINO, S.; YAMAGUCHI, K. Experimental
analysis of shear behavior of oval perfobond connector. International Conference on
Tissue Engineering, ASCE, 2011.

CHI, Y.; YU, M.; HUANG, L.; XU, L. Finite element modeling of steel-polypropylene
hybrid fiber reinforced concrete using modified concrete damaged plasticity. Journal
of Engineering Structures 148, 23-35, 2017.

CHUNG, C. H.; LEE, J.; KIM, J. S. Shear strength of T-type perfobond rib shear
connectors. KSCE Journal of Civil Engineering 20(5), 1824-1834, 2015.

CRUZ, B. C. Avaliação numérica de ensaios pushout com conectores de


cisalhamento tipo pino e Perfobond. 141p. Dissertação (Mestrado em engenharia
civil) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.

CUNICO, M. W. M.; CUNICO, M. M.; MIGUEL, O. G.; ZAWADZKI, S. F.; PERALTA-


ZAMORA, P.; VOLPATO, N. Planejamento fatorial: uma ferramenta estatística
valiosa para a definição de parâmetros experimentais empregados na pesquisa
científica. Visão Acadêmica 9, nº 1, 2008.

DAVID, D. L. Análise teórica e experimental de conectores de cisalhamento e vigas


mistas constituídas por perfis de aço formados a frio e laje de vigotas pré-moldadas.
Tese (Doutorado em engenharia de estruturas) – Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2007.

DCAD – Programa para Dosagem de Concretos de Alto Desempenho. Versão


Educacional 1.1. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2016. Disponível em:
http://www.labbas.eng.uerj.br/pgeciv/nova/index.php?menu=downloads.
303

DUTRA, C. M.; VERÍSSIMO, G. de S.; RIBEIRO, J. C. L.; PAES, J. L. Análise


numérica do comportamento estrutural de conectores de cisalhamento tipo
crestbond. Congresso Latino-americano da Construção Metálica, São Paulo, 2014.

EUROCODE 2. EN 1992-1-1. Design of concrete structures, Part 1: general rules


and rules for building. CEN, European Committee for Standardiza-tion, 2004.

EUROCODE 4, EN 1994-1-1. Design of composite steel and concrete structures,


Part. 1.1 general rules and rules for buildings. CEN, European Committee for
Standardiza-tion, 2004.

FERREIRA, L. T. S. Sistemas construtivos semi-rígidos mistos para edificações.


Tese (Doutorado em engenharia civil) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2000.

FERREIRA, M. R. Análise não linear por elementos finitos de vigas de betão armado
à torção. 187p. Dissertação (Mestrado em engenharia civil) – Universidade da Beira
Interior, Covilhã, 2016.

FORTES, W. R. Estudo numérico de conectores de cisalhamento tipo Perfobond.


113p. Dissertação (Mestrado em Engenharia civil) – Universidade do Estado do Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.

FREITAS, M. A.; FALEIRO, R. M. R.; BORGES, M. F. Projeto robusto de parâmetros


em sistemas sinal-resposta: comparação de métodos de modelagem e análise.
Produção 17, nº 3, 547-565, 2007.

GB50010. Code for Design of Concrete Structures. Ministry of housing and urban–
rural development of China, 2002.

GENIKOMSOU, A. S.; POLAK, M. A. Finite element analysis of punching shear of


concrete slabs using damaged plasticity model in ABAQUS. Journal of Engineering
Structures 98, 38-48, 2015.
304

GU, J. C.; LIU, D.; DENG, W. Q.; ZHANG, J. D. Experimental study on the shear
resistance of a comb-type perfobond rib shear connector. Journal of Constructional
Steel Research 158, 279–289, 2019.

HE, S.; FANG, Z.; FANG, Y.; LIU, M.; LIU, L.; MOSALLAM, A. S. Experimental study
on perfobond strip connector in steel-concrete joints of hybrid bridges. Journal of
Constructional Steel Research 118, 169–179, 2016.

HENRIQUES, J.; SILVA, L. S. da; VALENTE, I. B. Numerical modeling of composite


beam to reinforced concrete wall joints. Part I: Calibration of joint components.
Journal of Engineering Structures, 2013.

HORDIJK, D. A. Tensile and tensile fatigue behaviour of concrete; experiments,


modelling and analyses, 1992.

HOSAKA, T.; MITSUKI, K.; HIRAGI, H.; YOSHITAKA, U.; HIROSHI, W.;
YOSHIHIRO, T. An experimental study on shear characteristics of perfobond strip
and its rational strength equations. Journal of the Structural Engineering 46, 1593–
1604, 2000.

HSU, L.S., & HSU, C.-T.T. Complete stress-strain behavior of high-strength concrete
under compression. Magazine of Concrete Research 46, 301-312, 1994.

JAPAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS. JSCE. Standard Specifications for Steel


and Composite Structures. Tóquio, 2009.

KATWAL, U.; TAO, Z.; HASSAN, M. K. Finite element modelling of steel-concrete


composite beams with profiled steel sheeting. Journal of Constructional Steel
Research 146, 1-15, 2018.

KEO, P.; LEPOURRY, C.; SOMJA, H.; PALAS, F. Behavior of a new shear connector
for U-shaped steel-concrete hybrid beams. Journal of Constructional Steel Research
145, 153–166, 2018.
305

KIM, Sang-Hyo; KIM, Kun-Soo; HAN, O.; PARK, Jun-Seung. Influence of transverse
rebar on shear behavior of Y-type perfobond rib shear connection. Journal of
Construction and Building Materials 180, 254–264, 2018.

KOPP, M.; WOLTERS, K.; CLABEN, M.; HEGGER, J.; GÜNDEL, M.;
GALLWOSZUS, J.; HEINEMEYER, S.; FELDMANN, M. Composite dowels as shear
connectors for composite beams – Background to the design concept for static
loading. Journal of Constructional Steel Research 147, 488–503, 2018.

KRÄTZIG, W. B.; PÖLLING, R. An elasto-plastic damage model for reinforced


concrete with minimum number of material parameters. Elsevier Journal, Computers
and Structures 82, 1201–1215, 2004.

LEITE, M. D. R. N. Avaliação de conectores de cisalhamento tipo perfobond em


estruturas de aço. 81p. Projeto final (Graduação em Engenharia civil) – Universidade
do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

LEONHARDT, F.; ANDRÄ, W.; ANDRÄ, H.; HARRE, W. Neues, vorteilhaftes


verbundmittel für stahlverbund-tragwerke mit hoher dauerfestigkeit. Beton
Stahlbetonbau 82, 325–331, 1987.

LEONHARDT, F.; ANDRAE, W.; ANDRAE, H.-P.; HARRE, W. New improved


bonding means for composite load bearing structures with high fatigue strength.
Beton 82 (12), 325–331, 1987.

LIU, Y.; XIN, H.; LIU, Y. Experimental and analytical study on shear mechanism of
rubber-ring perfobond connector. Journal of Engineering Structures 197, 2019.

LÓPEZ-ALMANSA, F.; ALFARAH, B.; OLLER, S. Numerical simulation of rc frame


testing with damaged plasticity model. Comparison with simplified models. In:
Second European Conference on Earthquake Engineering and Seismology, Istanbul,
2014.
306

MALM, R. Predicting shear type crack initiation and growth in concrete with non-
linear finite element method. Bulletin 97 – Royal Institute of Technology (KTH),
Stockholm, 2009.

MEDBERRY, S. B.; SHAHROOZ, B. M. Perfobond shear connectors for composite


construction. Engineering Journal, American Institute of Steel Construction, 39, 2–12,
2002.

MINITAB STATICAL SOFTWARE. Versão 19.1. 2019.

MUHIT, I. B. Various types of shear connectors in composite structures: a review.


Chung-Ang University, Korea, 2015.

OGUEJIOFOR, E. C.; HOSAIN, M. U. A parametric study of perfobond rib shear


connectors. Canadian Journal of Civil Engineering, 21, 614-625, 1994.

OGUEJIOFOR, E. C.; HOSAIN, M. U. Numerical analysis of push-out specimens with


perfobond rib connectors. Journal of Computers and Structures 62, 617–624, 1997.

PAREDES, R. S. C. Metodologia e planejamento experimental. Notas de aula


(Laboratório de aspersão térmica e soldagem especiais) – Universidade federal do
Paraná, Paraná, 2012.

PATHIRANA, S. W.; UY, B.; MIRZA, O.; ZHU, X. Strengthening of existing composite
steel-concrete beams utilising bolted shear connectors and welded studs. Journal of
Constructional Steel Research 114, 417-430, 2015.

PATIL, P. S.; SHAIKH, M. G. A study of effect of shear connector in composite beam


in combined bending and shear by ansys. International Journal of Innovative
Technology and Exploring Engineering 3, ISSN: 2278-3075, 2013.

PAVLOVIC, M. S. Resistance of bolted shear connectors in prefabricated steel-


concrete composite decks. 199p. Doctoral Dissertation – Faculty of Civil Engineering,
University of Belgrade, Belgrade, 2013.
307

PAVLOVIC, M.; VELJKOVIC, M. FE validation of push-out tests using bolts as shear


connectors. Steel Construction 10, 2, 135-144, 2017.

PINTEREST. Disponível em
https://i.pinimg.com/originals/71/02/9b/71029b1241bd334a0d43d83162a604c7.jpg.
Acesso em 03 de abril de 2020.

QURESHI, J.; LAM, D. Behaviour of headed shear stud in composite beams with
profiled metal decking. Advances in Structural Engineering 15, 1547-1558, 2012.

RAMASAMY, V.; GOVINDAN, B. Feasibility study on triangular perfobond rib shear


connectors in composite slab. Journal of Materials Today: Proceedings 21, 133–136,
2020.

RODRIGUES, D. M.; SILVA, A. F. da; MARINS, F. A. S.; MIRANDA, R. de C.; DIAS,


E. X.; LUCHE, J. R. D. Utilização da otimização multiobjetivo em problemas de
delineamento de experimentos com múltiplas respostas. XLVII SBPO: Simpósio
brasileiro de pesquisa operacional, Porto de galinhas, Pernambuco, 2015.

SALES, M. W. R. Conector de cisalhamento tipo pino com cabeça para viga mista
aço- concreto com laje alveolar. Dissertação (Mestrado em engenharia civil) –
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.

SHANGHAI MTC INDUSTRIAL Co.,LTD. Disponível em https://mtc-china.com/steel-


floor-decking/. Acesso em 03 de abril de 2020.

SHARIATI, M.; SULONG, N. H. R.; SUHATRIL, M.; SHARIATI, A.; KHANOUKI, M.


M. A.; SINAEI, H. Behaviour of C-shaped angle shear connectors under monotonic
and fully reversed cyclic loading: An experimental study. Journal of Materials and
Design 41, 67–73, 2012.

SILVA, H. P. Simulação numérica do comportamento de conectores de cisalhamento


tipo Crestbond. 109p. Dissertação (Mestrado em engenharia civil) – Universidade
Federal de Viçosa, Minas Gerais, 2013.
308

SOUZA, K. L. B. de. Análise numérica da influência do material de reparação em


vigas de concreto armado recuperadas. 194p. Dissertação (Mestrado em engenharia
civil) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.

SPREMIĆ, M.; MARKOVIĆ, Z.; VELJKOVIĆ, M.; BUĐEVAC, D. Push-out


experiments of headed shear studs in group arrangements. Journal of Advanced
Steel Construction 9, 139-160, 2013.

SPREMIĆ, M.; GLUHOVIĆ, N.; MARKOVIĆ, Z.; DOBRIĆ, J.; FILIPOVIĆ, A.


Comparison of headed studs with perfobond shear connectors - experimental and
numerical analysis. EUROSTEEL 2017, September 13–15, Copenhagen, Denmark,
2017.

TAGUCHI, G.; CHOWDHURY, S.; TAGUCHI, S. Robust Engineering, McGraw-Hill


Book Company, New York, 1999.

TRISTÃO, G. A. Comportamento de conectores de cisalhamento em vigas mistas


aço-concreto com análise da resposta numérica. 125p. Dissertação (Mestrado em
engenharia de estruturas) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

VELLASCO, P. C. G. S. Estruturas Mistas aço-concreto. Notas de aula (Pós-


graduação em engenharia civil) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2015. Comentado [K18]: Conferir o ano das notas de aula de aço
2 do professor Pedro.

VERÍSSIMO, G. de S. Desenvolvimento de um conector de cisalhamento em chapa


dentada para estruturas mistas de aço e concreto e estudo do seu comportamento.
316p. Tese (Doutorado em engenharia de estruturas) – Universidade Federal de
Minas Gerais, Minas Gerais, 2007.

VERÍSSIMO, G. de S.; VALENTE, M. I. B.; PAES, J. L. R.; CRUZ, P. J. de S.;


FAKURY, R. H. Projeto e análise experimental de um conector de cisalhamento em
chapa de aço dentada para estruturas mistas de aço e concreto. Revista Sul-
Americana de Engenharia Estrutural 3, 53-67, 2006.
309

VIANNA, J. da C. Avaliação do comportamento estrutural de conectores Perfobond e


T-Perfobond em vigas mistas. 300p. Tese (Doutorado em Engenharia civil) –
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

VIANNA, J. da C.; COSTA-NEVES, L. F.; VELLASCO, P. C. G. da S.; ANDRADE, S.


A. L. de. Structural behaviour of T-Perfobond shear connectors in composite girders:
An experimental approach. Journal of Engineering Structures 30, 2381–2391, 2008.

VIANNA, J. da C.; COSTA-NEVES, L. F.; VELLASCO, P. C. G. da S.; ANDRADE, S.


A. L. de. Experimental assessment of Perfobond and T-Perfobond shear connectors’
structural response. Journal of Construction Steel Research 65, 408-421, 2009.

VIANNA, J. da C; ANDRADE, S. A. L. de; VELLASCO, P. C. G. da; COSTA-NEVES,


L. F. Experimental study of Perfobond shear connectors in composite construction.
Journal of Constructional Steel Research 81, 62-75, 2013.

WAHALATHANTRI, B. L.; THAMBIRATNAM, D. P.; CHAN, T. H. T.; FAWZIA, S. A


material model for flexural crack simulation in reinforced concrete elements using
abaqus. In Proceedings of the First International Conference on Engineering,
Designing and Developing the Built Environment for Sustainable Wellbeing,
Queensland University of Technology, Brisbane, 260-264, 2011.

WANG, X.; LIU, Y.; LIU, Y. Experimental study on shear behavior of notched long-
hole perfobond connectors. Advances in Structures Engineering 22, 202-213, 2019.

YU, Z.; HE, S.; MOSALLAM, A. S.; JIANG, S.; FENG, W. Experimental and
numerical evaluation of perfobond rib shear connectors embedded in recycled
aggregate concrete. Advances in Civil Engineering 2020, 2020.

YUN, X.; GARDNER, L. Stress-strain curves for hot-rolled steels. Journal of


Constructional Steel Research 133, 36-46, 2017.

ZHAO, C.; LIU, Y. Q. Experimental study of shear capacity of perfobond connector.


Eng. Mech. 29, 349–354, 2012.
310

ZHENG, S.; LIU, Y.; YODA, T.; LIN, W. Parametric study on shear capacity of
circular-hole and long-hole perfobond shear connector. Journal of Constructional
Steel Research 117, 64–80, 2016.

ZHENG, S.; LIU, Y.; LIU, Y. ZHAO, C. Experimental and numerical study on shear
resistance of notched perfobond shear connector. Materials 2019, 12, 34, 2019.
311

Você também pode gostar