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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

BARRAGENS – AULA 1
ENGENHARIA CIVIL – CCET – CAMPUS CIDAO
Conceitos Básicos
A disciplina de barragens é composta por duas partes: dimensionamento e
monitoramento/operação e segurança de barragens

ANA – Barragens de Água


ANEEL – Barragens de Geração de Energia
ANM – Barragens de Rejeitos
A barragem é composta por vertedouro, barragem e buqueirão (acidente topográfico,
formado por elevação das margens do rio).
No buqueirão, há a sela topográfica, outro acidente em barragens.
Assoreamento: Excesso de sedimentos.
Anualmente, deve ser atualizado o volume dos reservatórios.
Bacia hidráulica – Água acumulada de captação.
Bacia hidrográfica – Delimita uma área de drenagem.
Qual o volume precipitado? 1000 ⋅ 106 ⋅ 0,7 = 700 ⋅ 106 𝑚3 = 700 ℎ𝑚3
Qual o volume escoado? Considerando um escoamento médio anual de 8 a 18%, 56 hm³.
Prec. = Evap. + Inf. + Esc.
O potencial de evaporação é de 2000 mm, ou seja, desvantagem escoamento/evaporação.

Filtro de pé
O cut-off (catófe) é uma trincheira de vedação, formada após a remoção do material que
contenha permeabilidade superior à do material da barragem.
Dreno de pé
O dreno de pé é responsável por captar a água drenada, e canalizá-la na extremidade do
pé da jusante da barragem. O mesmo deve ser composto de transição granulométrica, pois
construir um dreno de pé no mesmo material da barragem ocasiona na água drenada
levando embora parte do material, instabilizando o talude.
Tipos de Barragem
Barragens de Aterro
1. Terra Homogênea
2. Terra Zoneada
3. Enrocamento (Blocos de Rocha) Núcleo Impermeável
4. Enrocamento Face Impermeável
5. Barragens de Concreto

Estudos Topográficos
Estudos Hidrológicos
Estudos Geológico-Geotécnicos
Para a divisão enrocamento-solo, dever-se-á fazer uma área de transição entre
enrocamento e solo.
Implantação do Eixo pela Linha de Cumeada
Seccionar o Eixo a cada 20 m (Estaqueamento)
• Desenhar objeto (desenhar a estaca fora do mapa)
• Criar bloco (comando “BLOCO”)
• Selecionar objeto (opção de “Selecionar objetos”)
• Selecionar pickpoint (opção de “Selecionar ponto”) no meio do objeto
• Nomear o bloco (opção “Nome” dado “Estaca”)
Medir (“_MEASURE”)
• Medir com bloco? “S”
• Nome do bloco? “Estaca”
• Alinhado? “S”
• Espaçamento: “20”
• Entidade: Selecionar a “PLINHA”
Cotar cada uma das estacas
Após a cotagem, fazer um perfil:
• Desligar as funções do OSNAP e usar o comando “ID”;
• Criar um gráfico em um novo arquivo;
• Toco da rocha
Dimensionamento do Vertedouro
Dados:
• Topografia do boqueirão: curvas de nível a cada metro;
• Geotecnia do local: topo da rocha, qualidade da rocha;
• Estudo de cheias (hidrologia): cota máxima de acumulação, que é a cota da soleira do
vertedouro;
Nada pode ficar aberto abaixo do nível da crista da barragem, para tal, fazem-se
barragens auxiliares.
Ao projetar o vertedouro, deve-se tomar cuidado se a água está indo para o aterro, pois ela
deve voltar para o curso de água.
No caso da barragem do rio Jaibaras, é necessário que o vertedouro seja na ombreira
direita, pois na esquerda a água irá para o aterro, enquanto na direita a água irá descer em
um curso acentuado na direção do próprio rio Jaibaras.
Estudo de Cheias
Tempo de Vertedouro Desvio do rio Verificação de
Recorrência galgamento*
Qafluente Qefluente Qafluente Qefluente Qafluente Qefluente
100 x
1000 x
10000 x
* - Barragem sangrando.
O dique fusível serve para salvar a barragem em caso de galgamento.

Equação Geral de Vertedores


3
𝑄 = 𝐶𝑑 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝐻02

Em que:
• Q = descarga de projeto (m³/s)
• Cd = coeficiente de descarga que depende do tipo de vertedouro (√𝑚/𝑠)
• L = largura do canal do vertedouro (m)
• H0 = lâmina máxima vertente (m)

Tipo de Soleira do Vertedouro


Locação do Vertedouro em Planta e em Perfil
Dados:
• Planta do local das obras com estaqueamento.

• Perfil longitudinal com eixo y (cotas) e eixo “x” (estacas).


𝐿 ≥ 80 𝑚
𝐻0 + 𝐶𝑆 + 2,0 < 126 𝑚
Para a execução do projeto de um vertedouro, tem-se:
• Cota da Soleira – CS (m)
• Descarga milenar – Q1000 (m²/s)
• Descarga decamilenar – Q10000 (m³/s)
Dependendo de onde estiver a cota da soleira (acima ou abaixo do topo de rocha), você
terá dois tipos de vertedouros.

Exemplo – Geometria do Perfil Creager


Dados
• Cota da Soleira: 250,00 m;
• Cota do Topo da Rocha*: 238,00 m;
• Q1000 = 400 m³/s.
* - Cabe menção que o topo da rocha é o ponto mais baixo de impermeável na área que
seu vertedouro será construído.
Condicionantes para a geometria:
• Lâmina máxima (H0);
• Altura do muro (P);
• Inclinação da face de montante (essa é sempre vertical);
• Velocidade de aproximação (va).
Adotando uma largura L de 100 m:

𝑄1000 = 𝐶𝑑 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝐻01,5

400 = 2,2 ⋅ 100 ⋅ 𝐻01,5

2
3 400
𝐻0 = √( ) = 1,489 𝑚
2,2 ⋅ 100

• Entre o ponto C e a origem há duas curvas circulares;


• Entre a origem e o ponto T (esse trecho é a soleira) há uma parábola;
• Entre o ponto T e o ponto B há uma reta;
• Entre o ponto B e o ponto D há um círculo (a saber, é um arco de um círculo imaginário
de raio R).
Para o próximo passo, determinaremos a velocidade de aproximação – va
• Aplica-se a equação de Bernoulli nas seções 1 e 2:

𝑃1 𝑣12 𝑃2 𝑣22
+ 𝑧1 + = + 𝑧2 +
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
𝑣𝑎2
(𝑃 + 𝐻0 ) + 0 + 0 = (𝑃 + ℎ0 ) + 0 +
2𝑔
𝑣𝑎2
𝑃 + 𝐻0 = (𝑃 + ℎ0 ) +
2𝑔
Sabe-se que Q = va ⋅ A
𝐴 = 𝐿 ⋅ (𝑃 + ℎ0 )
𝑄 = 𝑣𝑎 ⋅ [𝐿 ⋅ (𝑃 + ℎ0 )]
𝑄 𝑚3
𝑞= → 𝑃. 𝑀. 𝐿.
𝐿 𝑠
𝑣𝑎 ⋅ 𝐿 ⋅ (𝑃 + ℎ0 )
𝑞= = 𝑣𝑎 ⋅ (𝑃 + ℎ0 )
𝐿
𝑞
𝑣𝑎 =
𝑃 + ℎ0
𝑄 400 𝑚3
𝑞= = =4 𝑃. 𝑀. 𝐿.
𝐿 100 𝑠
Cortando P de ambos os lados:
ℎ𝑎
⏞ 𝑞 2

𝑣𝑎2 ( )
𝑃 + ℎ0
𝐻0 = ℎ0 + = ℎ0 +
2𝑔 2𝑔
2
4 1
1,489 = ℎ0 + ( ) ⋅
12 + ℎ0 19,62
h0 ha ha+h0 = H0
1 0,0048 1,0048
1,4 0,004542 1,404542
1,485 0,0045 1,489
ℎ0 = 1,485 𝑚
𝑚
𝑣𝑎 = 0,297
𝑠
ℎ𝑎 = 0,0045 𝑚
Sabendo tanto ha quanto H0, podemos consultar um ábaco geométrico para as
coordenadas do ponto C.

Fonte: Design of Small Dams (1975)


Para ha/H0 = 0,003, as coordenadas do ponto C são:
• xC/H0 = 0,282 → xC = 0,42 m
• yC/H0 = 0,126 → yC = 0,19 m
• R1/H0 = 0,53 → R1 = 0,79 m
• R2/H0 = 0,235 → R2 = 0,35 m

• Agora para a parábola entre a origem em T, ela é formada pela equação genérica a
seguir:
𝑦 𝑥 𝑛
= −𝑘 ( )
𝐻0 𝐻0
Onde os valores são substituídos de acordo com os resultados do vertedouro que você
deseja projetar, e “k” e “n” são encontrados nos ábacos a seguir.

Para ha/H0 = 0,003


𝑘 = 0,50 𝑛 = 1,87
𝑦 𝑥 1,87
= −0,5 ⋅ ( )
1,489 1,489
𝑥1,87
𝑦 = −1,489 ⋅ 0,5 ⋅ = −0,354 ⋅ 𝑥1,87 (Equação 1 - da ogiva)
1,4891,87
• O ponto T está na intersecção da parábola com a reta TB.
Arbitrando uma declividade de 1:0,6 (V:H), resulta uma equação da reta em função da
declividade.
𝑑𝑦 1
=− (Equação 2 - da reta)
𝑑𝑥 0,6
Derivando a Equação 1 em relação a x:
𝑦 − 𝑦𝑇 𝑑𝑦
= = −0,354 ⋅ 1,87 ⋅ 𝑥 0,87
𝑥 − 𝑥𝑇 𝑑𝑥
𝑑𝑦
= −0,67 ⋅ 𝑥1,87 (Equação 3)
𝑑𝑥
Igualando as equações II e III
1
− = −0,66 ⋅ 𝑥𝑇0,87
0,6

0,87 1
𝑥= √ = 2,9 𝑚
0,6 ⋅ 0,66

Que substituindo na Equação 1, resulta em:


𝑦𝑇 = −0,354 ⋅ (2,9)1,87 = −2,592 𝑚
Equação da Reta:
𝑦 − 𝑦𝑇 1
=−
𝑥 − 𝑥𝑇 0,6
−𝑥 + 2,9 = 0,6𝑦 − 0,6 ⋅ 2,592
𝑥 = 1,3488 − 0,6𝑦 (Equação 4 - da reta)
• Nas coordenadas do ponto B:
𝐻 = ℎ0 + 𝑃 = 1,485 + 12 = 13,485 𝑚
𝑚
𝑣 = √2𝑔𝐻 = √2 ⋅ 9,81 ⋅ 13,485 = 16,27
𝑠
(𝑣 + 6,4𝐻) + 16
𝑥= 3,281
⏟ ⋅[ ] (medido em pés)
fator de
11,85𝐻 ⋅ 64
conversão de
metros para pés

(16,27 + 6,4 ⋅ 13,485) + 16


𝑥 = 3,281 ⋅ [ ] = 1,743 pés
11,85 ⋅ 13,485 ⋅ 64

𝑅 ≥ 10𝑥 = 101,743
𝑅 ≥ 55,335 pés ≅ 16,86 𝑚
Adotaremos um raio de 15 m, por considerar que 16,86 é um exagero.
𝛼
𝐵𝑃𝐼 = 𝑅 ⋅ tg
2
𝐵𝑃𝐼 = 15 ⋅ 0,57 = 8,49

𝑦 = 𝐵𝑃𝐼 ⋅ sen 𝛼 = 7,27 𝑚


𝑦𝐵 = 𝑃 − 𝑦 = −4,73 𝑚
Substituindo na Equação 4, resulta em:
𝑥 = 1,3488 − 0,6 ⋅ (−4,73) = 4,1868 𝑚

• Coordenadas do ponto D:
𝑦𝐷 = −𝑃 = −12 𝑚
𝑥𝐷 = 𝑥𝐵 + 𝐵𝑃𝐼 ⋅ cos 𝛼 + 𝐵𝑃𝐼 = 17,05 𝑚

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