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Teorema de Kennelly em Circuitos em CA 1

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Teorema de Kennelly em Circuitos em CA
Objetivos
Esta atividade está relacionada com a comprovação do Teorema de Kennelly para circuitos de corrente alternada. O
experimento proposto serve para analisar a equivalência proposta por Kennelly entre topologias diferentes de circuitos
com componentes reativos. O método de comprovação se baseia na suposição de que se dois circuitos diferentes
apresentam o mesmo comportamento para com as suas conexões externas, então esses dois serão equivalentes para
efeitos externos.

Revisão Teórica
A transformação Y-Δ, também pode ser estendida para circuitos excitados com tensões alternadas e com componentes
reativos. Assim como as redes resistivas podem ser substituídas por redes equivalentes com topologia diferente, o
mesmo acontece com redes constituídas de impedâncias complexas.
Lembrando que:
Impedância Reatância Capacitiva Reatância Indutiva

𝒁 = R ± 𝑗X 1 𝑗𝑋𝐿 = 𝑗2𝜋𝑓𝐿
−𝑗𝑋𝑐 = −𝑗
2𝜋𝑓𝐶

Estendendo o conceito de Kennelly, considerando a seguinte conversão de uma rede com componentes reativos em
topologia  para uma rede equivalente com topologia Y:

𝑍𝐵 ∙ 𝑍𝐶
𝑍1 =
𝑍𝐴 + 𝑍𝐵 + 𝑍𝐶
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝐼𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 ∆ 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑍𝐴 ∙ 𝑍𝐶
𝑍𝑌 = → 𝑍2 =
∑ 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝐼𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑜 ∆ 𝑍𝐴 + 𝑍𝐵 + 𝑍𝐶
𝑍𝐴 ∙ 𝑍𝐵
𝑍 =
{ 3 𝑍𝐴 + 𝑍𝐵 + 𝑍𝐶 }
(𝑅𝐵 ∙ 𝑅𝐶 − 𝑋𝐵 ∙ 𝑋𝐶 ) + 𝑗(𝑅𝐵 ∙ 𝑋𝐶 + 𝑅𝐶 ∙ 𝑋𝐵 )
𝑍1 =
(𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 + 𝑅𝐶 ) + 𝑗(𝑋𝐴 + 𝑋𝐵 + 𝑋𝐶 )
(𝑅𝐴 ∙ 𝑅𝐶 − 𝑋𝐴 ∙ 𝑋𝐶 ) + 𝑗(𝑅𝐴 ∙ 𝑋𝐶 + 𝑅𝐶 ∙ 𝑋𝐴 )
= 𝑍2 =
(𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 + 𝑅𝐶 ) + 𝑗(𝑋𝐴 + 𝑋𝐵 + 𝑋𝐶 )
(𝑅𝐴 ∙ 𝑅𝐵 − 𝑋𝐴 ∙ 𝑋𝐵 ) + 𝑗(𝑅𝐴 ∙ 𝑋𝐵 + 𝑅𝐵 ∙ 𝑋𝐴 )
𝑍 =
{ 3 (𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 + 𝑅𝐶 ) + 𝑗(𝑋𝐴 + 𝑋𝐵 + 𝑋𝐶 ) }

Considerando a seguinte conversão de uma rede de impedâncias Y em uma rede :

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(𝑍1 ∙ 𝑍2 ) + (𝑍2 ∙ 𝑍3 ) + (𝑍1 ∙ 𝑍3 )


𝑍𝐴 =
𝑍1
∑(𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝐼𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑌 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑎 𝑑𝑢𝑎𝑠) (𝑍1 ∙ 𝑍2 ) + (𝑍2 ∙ 𝑍3 ) + (𝑍1 ∙ 𝑍3 )
𝑍∆ = → 𝑍𝐵 =
𝐼𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑌 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎 𝑍2
(𝑍1 ∙ 𝑍2 ) + (𝑍2 ∙ 𝑍3 ) + (𝑍1 ∙ 𝑍3 )
𝑍 =
{ 𝐶 𝑍3 }
(𝑅1 ∙ 𝑅2 − 𝑋1 ∙ 𝑋2 + 𝑅2 ∙ 𝑅3 − 𝑋2 ∙ 𝑋3 + 𝑅1 ∙ 𝑅3 − 𝑋1 ∙ 𝑋3 ) + 𝑗(𝑅1 ∙ 𝑋2 + 𝑅2 ∙ 𝑋1 + 𝑅2 ∙ 𝑋3 + 𝑅3 ∙ 𝑋2 + 𝑅1 ∙ 𝑋3 + 𝑅3 ∙ 𝑋1 )
𝑍𝐴 =
𝑅1 + 𝑗𝑋1
(𝑅1 ∙ 𝑅2 − 𝑋1 ∙ 𝑋2 + 𝑅2 ∙ 𝑅3 − 𝑋2 ∙ 𝑋3 + 𝑅1 ∙ 𝑅3 − 𝑋1 ∙ 𝑋3 ) + 𝑗(𝑅1 ∙ 𝑋2 + 𝑅2 ∙ 𝑋1 + 𝑅2 ∙ 𝑋3 + 𝑅3 ∙ 𝑋2 + 𝑅1 ∙ 𝑋3 + 𝑅3 ∙ 𝑋1 )
= 𝑍𝐵 =
𝑅2 + 𝑗𝑋2
(𝑅1 ∙ 𝑅2 − 𝑋1 ∙ 𝑋2 + 𝑅2 ∙ 𝑅3 − 𝑋2 ∙ 𝑋3 + 𝑅1 ∙ 𝑅3 − 𝑋1 ∙ 𝑋3 ) + 𝑗(𝑅1 ∙ 𝑋2 + 𝑅2 ∙ 𝑋1 + 𝑅2 ∙ 𝑋3 + 𝑅3 ∙ 𝑋2 + 𝑅1 ∙ 𝑋3 + 𝑅3 ∙ 𝑋1 )
𝑍 =
{ 𝐶 𝑅3 + 𝑗𝑋3 }

Equipamentos
Quant. Equipamento Marca/Modelo Número de Série

1 Osciloscópio

1 Gerador de sinais senoidais

1 Multímetro

1 Medidor RLC (opcional - se disponível)

1 Imitanciômetro (opcional - se disponível)

Componentes
Quant. Componentes Valor Nominal Valor utilizado (medido)

2 Resistores 100 

1 Resistor 180 

1 Resistor 220 

1 Resistor 330 

1 Resistor 390 

1 Resistor 470 

1 Resistor 820 

2 Resistores 1,0 k

1 Capacitor 2,2 nF

1 Capacitor 4,3 nF

1 Capacitor 27 nF

1 Indutor 510 H
2 1 Indutor 1 mH

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Diagrama Esquemático
RFD RC

100Ω 820Ω
CB LA
+ +
2.2nF 1mH
14.14Vpk RLD
VFD 100kHz Vi Vo 1kΩ
0° RA
- RB -
470Ω
330Ω

Figura 1 – Circuito com rede em 

RFY R1 C1 R2 L3
100Ω 180Ω 4.3nF 220Ω 510µH
+ +
27nF
RLY
14.14Vpk Vi C2 Vo
100kHz 1kΩ
VFY
0° - R3
-
390Ω

Figura 2 – Circuito com rede em Y

Figura 3 – Exemplo de montagem da rede resistiva em 

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Teorema de Kennelly em Circuitos em CA 4

Figura 4 – Exemplo de montagem da rede em Y


Procedimento
Configuração 
1. Para o circuito mostrado na figura 1 determine através de análise teórica, usando o método que achar mais
conveniente, os valores fasoriais das tensões Vi e Vo; os valores das correntes Ii e Io e; os valores da impedância
de entrada Zi (olhando a partir da fonte), e da resistência de saída Zo (olhando a partir da carga). Registre os
valores calculados na Tabela 1.
2. Desenhe e simule o circuito utilizando o software da sua escolha e registre os valores simulados na Tabela 1.
3. Monte o circuito em um protoboard (ver exemplo na Figura 3) e usando um osciloscópio de dois canais, efetue
as medições experimentais de Vip, Vop e o ângulo as duas tensões, Vi-Vo, registrando os valores na Tabela 1.

4. Se estiver disponível um imitanciômetro ou um instrumento de medição RLC pode se medir Zi substituindo a


fonte pelas ponteiras do instrumento e para medir Zo retirando a fonte de alimentação e a resistência de carga,
conecte à terra o resistor de entrada. No caso de estar disponível um medidor RLC, podem ser medidas as
capacitâncias e indutâncias vistas dos terminais de entrada e saída, por separado, e depois calcular as reatâncias
correspondentes.
5. Calcule os desvios entre os valores experimentais encontrados e os valores teóricos. Os valores resultantes da
simulação servem só como referência qualitativa de aferição.

Configuração Y
6. Repita os passos 1 a 4 para o circuito da Figura 2, registrando os respectivos valores na Tabela 2 (ver exemplo
na Figura 4).

Circuitos Equivalentes -Y


7. Calcule teoricamente o circuito equivalente Y, de acordo com o teorema de Kennelly, para o circuito da Figura
1 e registre os valores na Tabela 3.

8. Calcule teoricamente o circuito equivalente , de acordo com o teorema de Kennelly, para o circuito da Figura
2 e registre os valores na Tabela 4.
9. Compare os valores calculados nos itens 6 e 7 com os utilizados neste experimento e registre os desvios na
4 Tabela 5.

Alteração da Frequência
10. Altere a frequência do gerador de sinais para 10 kHz, calcule e simule as tensões de saída para ambos circuitos
e registre na Tabela 6.
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11. Com o osciloscópio meça Vopp e Vi-Vo de ambos os circuitos e registre na Tabela 6.

Tabelas de Dados
Tabela 1 – Configuração 
Vip Vop

Teórico Simulado Experimental Desvio % Teórico Simulado Experimental Desvio %

Vi-Vo

Teórico Simulado Experimental Desvio %

Zi Zo

Teórico Simulado Experimental Desvio % Teórico Simulado Experimental Desvio %

Tabela 2 – Configuração Y
Vip Vop

Teórico Simulado Experimental Desvio % Teórico Simulado Experimental Desvio %

Vi-Vo

Teórico Simulado Experimental Desvio %

Zi Zo

Ri Teórico Ri Simulado Ri Experimental Desvio % Ro Teórico Ro Simulado Ro Experimental Desvio %

Xi Teórico Xi Simulado Xi Experimental Desvio % Xo Teórico Xo Simulado Xo Experimental Desvio %

Tabela 3 – Transformação -Y

5 ZB ZC ZA Z1 Z2 Z3

Tabela 4 – Transformação Y-


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Teorema de Kennelly em Circuitos em CA 6

Z1 Z2 Z3 ZB ZC ZA

Tabela 5 – Comparação de valores de impedâncias equivalentes

Teórico Prático Desvio % Teórico Prático Desvio %

Z1 ZA

Z2 ZB

Z3 ZC

Tabela 5 – Comparação de valores de impedâncias equivalentes


VoY Vo

Teórico Simulado Experimental Desvio % Teórico Simulado Experimental Desvio %

Vi-Vo

Teórico Simulado Experimental Desvio %

Questões
1. Considerando que os resistores utilizados apresentam tolerância de 10%, pode se dizer que as redes testadas são
equivalentes? Por que?
2. Explique as causas dos desvios encontrados durante o experimento.
3. Baseado neste experimento, pode-se dizer que o Teorema de Kennelly é válido para redes reativas? Se a resposta
6 for afirmativa, existe alguma situação em que este teorema não é válido?
4. O que acontece quando se altera a frequência da fonte de excitação? Explique.

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