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Calculando a tensão de saída de um circuito RL

Autor: José Pedro da Silva Júnior

Considerando o circuito:

Considerando a malha como:

𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑅 − 𝑉𝑜𝑢𝑡 = 0

𝑉𝑖𝑛 = 𝑉𝑅 + 𝑉𝑜𝑢𝑡

Considerando o sinal de entrada alternado então podemos considera-lo como


um sinal senoidal:

𝑉𝑖𝑛 = 𝑉𝑝 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)

A tensão no resistor R é dada por:

𝑉𝑅 = 𝐼. 𝑅

Como Vout é o sinal no indutor então:

𝑑𝐼
𝑉𝑜𝑢𝑡 = 𝐿.
𝑑𝑡
Sendo assim temos:

𝑑𝐼
𝑉𝑝 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) = 𝐼. 𝑅 + 𝐿
𝑑𝑡
Considerando que o circuito possui tensão, corrente e carga variável com o
tempo, podemos derivar estas impedâncias:

𝑑 𝑑𝐼 𝑑2𝐼
𝑉𝑝 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) = 𝑅 + 𝐿
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡²
Como a corrente é variação da carga no tempo, então:

𝑑 𝑑𝐼 𝑑2𝐼
𝑉 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) = 𝑅 + 𝐿
𝑑𝑡 𝑃 𝑑𝑡 𝑑𝑡²
Considerando que a corrente alternada se comporta de maneira senoidal,
como a tensão de entrada com o acréscimo de uma fase, então:

𝐼 = 𝐼𝑝 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)

Sendo assim:

𝑑 𝑑 𝑑²𝐼𝑝
𝑉𝑃 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) = 𝑅 𝐼𝑝 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑) + 𝐿 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡²
Derivando os termos:

𝜔𝑉𝑝 cos(𝜔𝑡) = 𝑅𝜔𝐼𝑝 cos(𝜔𝑡 + 𝜑) − 𝐿𝜔²𝐼𝑝 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)

Para facilitar o cálculo deverão ser usadas duas identidades trigonométricas:

𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑) = 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡). cos(𝜑) + cos(𝜔𝑡) . 𝑠𝑒𝑛(𝜑)

cos(𝜔𝑡 + 𝜑) = cos(𝜔𝑡) . cos(𝜑) − 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡). sen(φ)

Onde tem seno e cosseno nos substituiremos por essas identidades, assim
algumas se anularam. Antes de substituirmos é interessante dividir tudo por
𝑅𝜔𝐼𝑝 :

𝑉𝑝 𝐿𝜔
cos(𝜔𝑡) = cos(𝜔𝑡 + 𝜑) − 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)
𝐼𝑝 𝑅 𝑅

𝑉𝑝 𝐿𝜔
cos(𝜔𝑡) = [cos(𝜔𝑡) . cos(𝜑) − 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡). sen(φ)] − [𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡). cos(𝜑) + cos(𝜔𝑡) . 𝑠𝑒𝑛(𝜑)]
𝐼𝑝 𝑅 𝑅

Colocando 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) e 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡) em evidência e igualando a equação à zero,


temos:

𝐿𝜔 𝑉𝑝 𝐿𝜔
(cos(𝜑) − 𝑠𝑒𝑛(𝜑) − ) 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡) + (−𝑠𝑒𝑛(𝜑) − cos(𝜑)) 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) = 0
𝑅 𝐼𝑝 𝑅 𝑅

Como é um sinal periódico, existem duas condições de contorno: uma quando


𝜋
o período 𝜔𝑡=0 e quando 𝜔𝑡 = 2 , sendo assim para cada período teremos duas
situações, na primeira:

cos(𝜔𝑡) = cos(0) = 1

𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) = 𝑠𝑒𝑛(0) = 0
𝐿𝜔 𝑉𝑝
cos(𝜑) − 𝑠𝑒𝑛(𝜑) − =0
𝑅 𝐼𝑝 𝑅

𝐿𝜔 𝑉𝑝
cos(𝜑) − 𝑠𝑒𝑛(𝜑) =
𝑅 𝐼𝑝 𝑅

Para a segunda temos:


𝜋
cos(𝜔𝑡) = cos ( ) = 0
2
𝜋
𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) = 𝑠𝑒𝑛 ( ) = 1
2
𝐿𝜔
−𝑠𝑒𝑛(𝜑) − cos(𝜑) = 0
𝑅
𝐿𝜔 𝑠𝑒𝑛(𝜑)
− =
𝑅 cos (𝜑)

Ou seja, a tangente de 𝜑 é:

𝐿𝜔
𝑡𝑔(𝜑) = −
𝑅
Fazendo uma relação com os teoremas da trigonometria: (Agora tudo vai se
encaixar)

A hipotenusa é:

𝐻 = √𝑅² + (−𝐿𝜔)²

O seno é dado por:

𝐶. 𝑂
𝑠𝑒𝑛(𝜑) =
𝐻
−𝐿𝜔
𝑠𝑒𝑛(𝜑) =
√𝑅² + (−𝐿𝜔)²
E o cosseno é dado por:

𝐶. 𝐴
𝑐𝑜𝑠(𝜑) =
𝐻
𝑅
𝑐𝑜𝑠(𝜑) =
√𝑅² + (−𝐿𝜔)²

Voltando para a primeira condição de contorno:

𝐿𝜔 𝑉𝑝
cos(𝜑) − 𝑠𝑒𝑛(𝜑) =
𝑅 𝐼𝑝 𝑅

Agora que já conhecemos os senos e os cossenos, podemos substituir:

𝑅 𝐿𝜔 −𝐿𝜔 𝑉𝑝
+− =
√𝑅² + (−𝐿𝜔)² 𝑅 √𝑅² + (−𝐿𝜔)² 𝐼𝑝 𝑅

Resolvendo a soma das frações a corrente 𝐼𝑝 é dada por:

1
𝐼𝑝 = 𝑉𝑝
√𝑅² + (−𝐿𝜔)²

Como foi definido lá no começo que a corrente é:

𝐼 = 𝐼𝑝 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)

Então:

1
𝐼= 𝑉𝑝 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)
√𝑅² + (−𝐿𝜔)²

1
𝐼= 𝑉𝑖𝑛
√𝑅² + (−𝐿𝜔)²

Lembrando que:

𝑑𝐼
𝑉𝑜𝑢𝑡 = 𝐿
𝑑𝑡
𝑑
𝑉𝑜𝑢𝑡 = 𝐿 𝐼 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)
𝑑𝑡 𝑝
𝑉𝑜𝑢𝑡 = 𝐿𝐼𝑝 𝜔𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜑)
Como:
𝜋
𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜑) = −𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑 − )
2
Para que a exista carga o seno tem q ser diferente de zero, sendo assim :

|𝑉𝑜𝑢𝑡 | 𝐿𝜔
=
|𝑉𝑖𝑛 | √𝑅² + (−𝐿𝜔)²

Cheguei até ai para segunda questão, para o resistor é só substituir:

𝑉𝑅 = 𝐼. 𝑅

𝑅
𝑉𝑅 = 𝑉𝑖𝑛
√𝑅² + (−𝐿𝜔)²

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