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Figuras de Lissajous

As figuras de Lissajous são superposições de sinais periódicos, que podem ser


utilizadas como método para encontrar a diferença de fase entre os sinais ou relação
entre as frequências dos sinais. Esse método é muito utilizado na eletrônica, onde a
figura é obtida através da composição perpendicular de dois sinais de tensão alternada,
e visualizada com auxílio de um osciloscópio.
Uma forma simples de obter uma figura de Lissajous é utilizando uma fonte de
luz pontual (laser) e espelhos que podem oscilar perpendicularmente entre si (verificar
Figura 1).

Figura 1 – a) O espelho 2 é posto para oscilar, observa-se que o ponto luminoso caminha na direção
horizontal. b) O espelho 1 é colocado para oscilar, e é verificado que o ponto luminoso se desloca na
vertical.

Para cada espelho o ponto luminoso caminhará em uma determinada direção e


a combinação desses movimentos, formam uma figura de Lissajous (verificar Figura 2).

Figura 2 – Figura de Lissajous ( sobreposição de imagens).


A Figura 2 mostra a combinação entre as oscilações, que gera uma figura de formato
elíptico, para o caso de oscilações com a mesma frequência, porém, com fases diferentes. A
excentricidade da elipse depende da diferença de fase entre os osciladores.

Na eletrônica, os osciloscópios são utilizados para obter as figuras de Lissajous.


Combinando dois sinais com a mesma frequência e com fases diferentes, aplicando-se um sinal
V1 na entrada horizontal e outro V2 na vertical do osciloscópio. Onde

𝑉1 = 𝑉01 𝑠𝑒𝑛(𝜔1 𝑡 + 𝜑1 )

𝑉2 = 𝑉02 𝑠𝑒𝑛(𝜔2 𝑡 + 𝜑2 )

Para 𝜑1 = 0, Logo:
𝑉1 = 𝑉01 𝑠𝑒𝑛(𝜔1 𝑡)

Pela propriedade sen(a+b) = sen(a) cos(b) + cos(a) sen(b), então:


𝑉2 = 𝑉02 [𝑠𝑒𝑛(𝜔2 𝑡). cos(𝜑2 ) + cos(𝜔2 𝑡) . 𝑠𝑒𝑛(𝜑2 )]

Para 𝜔1 = 𝜔2 , e 𝜑2 = 𝜑 Logo:
𝑉2 = 𝑉02 [𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡). cos(𝜑) + cos(𝜔𝑡) . 𝑠𝑒𝑛(𝜑)]
𝑉1
𝑉1 = 𝑉01 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ⇒ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) =
𝑉01

Portanto:
𝑉2 𝑉1
= . cos(𝜑) + cos(𝜔𝑡) . 𝑠𝑒𝑛(𝜑)
𝑉02 𝑉01
2 2
𝑉2 𝑉1
( ) = ( . cos(𝜑) + cos(𝜔𝑡) . 𝑠𝑒𝑛(𝜑))
𝑉02 𝑉01

Para o segundo termo, temos:


2
𝑉1 𝑉1 2
( . cos 𝜑) + (2 . cos(𝜑) . cos(𝜔𝑡) . 𝑠𝑒𝑛(𝜑)) + (cos(𝜔𝑡) . 𝑠𝑒𝑛(𝜑))
𝑉01 𝑉01

Onde:
𝑉2
cos(𝜔𝑡) . 𝑠𝑒𝑛(𝜑) = − 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡). cos(𝜑)
𝑉02

Logo;
2
𝑉2 𝑉1 𝑉2
( ) − (2 . cos(𝜑)) =
𝑉02 𝑉01 𝑉02
2
𝑉1 𝑉1 2
( . cos(𝜑)) − (2 . cos(𝜑) . 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡). cos(𝜑)) + (cos(𝜔𝑡) . 𝑠𝑒𝑛(𝜑))
𝑉01 𝑉01
𝟐
𝑽𝟏 𝟐 (𝝎𝒕) 𝑽𝟏
Para, {𝒔𝒆𝒏(𝝎𝒕) = 𝑽 } , e {𝐜𝐨𝐬 = 𝟏 − (𝑽 ) } ,Logo:
𝟎𝟏 𝟎𝟏

2
𝑉2 𝑉1 𝑉2
( ) − (2 . cos(𝜑)) =
𝑉02 𝑉01 𝑉02
2 2
𝑉1 𝑉1
( . cos(𝜑)) − (2 ( ) . cos2 (𝜑)) + (cos2 (𝜔𝑡) . 𝑠𝑒𝑛2 (𝜑))
𝑉01 𝑉01

2 2 2
𝑉2 𝑉1 𝑉2 𝑉1 𝑉1
( ) − (2 . cos(𝜑)) = 𝑠𝑒𝑛2 (𝜑) − ( ) 𝑠𝑒𝑛2 (𝜑) − ( . cos(𝜑))
𝑉02 𝑉01 𝑉02 𝑉01 𝑉01
2 2
𝑉2 𝑉1 𝑉2 𝑉1
( ) − (2 . cos(𝜑)) = 𝑠𝑒𝑛2 (𝜑) − ( ) . (cos 2 (𝜔𝑡) + 𝑠𝑒𝑛2 (𝜑))
𝑉02 𝑉01 𝑉02 𝑉01
2 2
𝑉2 𝑉1 𝑉2 𝑉1
( ) − (2 . cos(𝜑)) = 𝑠𝑒𝑛2 (𝜑) − ( )
𝑉02 𝑉01 𝑉02 𝑉01

Portanto:
2 2
𝑉2 𝑉1 𝑉1 𝑉2
( ) + ( ) − (2 . cos(𝜑)) = 𝑠𝑒𝑛2 (𝜑)
𝑉02 𝑉01 𝑉01 𝑉02

A equação obtida é a equação geral da elipse.


Logo observa-se na tela do osciloscópio a composição desses sinais, que possuem a
mesma frequência e fases diferentes:

Figura 3 - Composição de dois sinais defasados. (Oliveira et al. 2009)


Onde os valores a e b podem ser observados verificando os sinais:

𝑉2 = 𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)
𝑉𝑚𝑎𝑥 = 𝑏
𝑉2 = 𝑎, quando 𝑡 = 0
Logo:
𝑎 = 𝑏. 𝑠𝑒𝑛(𝜔. 0 + 𝜑)
𝑎
𝑠𝑒𝑛(𝜑) =
𝑏
Para alguns casos é mais viável usar os valores 2a e 2b, então:
2𝑎
𝑠𝑒𝑛(𝜑) =
2𝑏
Para diferentes valores de 𝜑 teremos diferentes formas das figuras de Lissajous:
Para sinais de mesma fase, mas com frequências diferentes, temos:

Para determinar a relação entre as frequências, traça-se uma tangente


horizontal e outra vertical e conta-se o número de tangências horizontas e verticais. A
relação entre as frequências é dada por:
𝜔2 . 𝑛𝑉
𝜔1 =
𝑛𝐻
Para diferentes valores de 𝜔 teremos diferentes formas das figuras de Lissajous :
REFERÊNCIAS:
OLIVEIRA, J.,FERREIRA NETO, J., ARAUJO, J. H. LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL
II. 2009.
ZUIM, E. Figuras de Lissajous. Notas de aula - Eletricidade Básica.
Figuras 1 e 2: https://www.youtube.com/watch?v=dLBz8fBONjY

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