Você está na página 1de 11

linha média (linha geométrica central) do aerofólio e a distribuição da espessura ao

longo dessa linha (STANFORD, S.d.). O primeiro dígito especifica o camber máximo
(abaulamento) em porcentagem da corda (comprimento do aerofólio); o segundo
dígito indica a posição do camber máximo ao longo da corda, em décimos da corda;
os dois últimos dígitos fornecem a espessura máxima em porcentagem da corda. O
camber é a distância, perpendicular à corda, entre esta e a linha média, como ilustra
a Figura 3.

Figura 3: Principais elementos de aerofólio de uma aeronave

Fonte: Google (2017)

Por exemplo, a NACA0006 tem um abaulamento de 0%, distância máxima à


linha central ocorrendo em 0.0 da corda e uma espessura de 6% do comprimento da
corda. A Figura 4 ilustra dois perfis NACA de 4 dígitos.

Figura 4: Perfis de aerofólio: (a) NACA0006; (b) NACA2408

Fonte: UIUC (2022)

Os aerofólios NACA de 5 dígitos usam o mesmo formato da espessura que as


de 4 dígitos, mas a linha média é definida de forma diferente e a nomenclatura é um
pouco mais complexa. O primeiro dígito, quando multiplicado por 1,5, gera o
49
coeficiente de sustentação de projeto, que significa que o aerofólio foi projetado para
um determinado coeficiente de sustentação, em décimos da corda; os dois dígitos
seguintes, quando divididos por 2, dão a posição do camber máximo em décimos da
corda; os dois últimos dígitos, novamente, fornecem a espessura máxima em
porcentagem da corda. Exemplificando, a NACA23021 tem um coeficiente de
sustentação de 0,3, um camber máximo localizado 15% a partir do bordo de ataque e
uma espessura máxima de 21%. Dois perfis NACA de 5 dígitos são ilustrados na
Figura 5.

Figura 5: Perfis de aerofólio: (a) NACA23021; (b) NACA25112

Fonte: (a) UIUC (2022); (b) Airfoiltools (2022)

Nos aerofólios NACA 7-series, o primeiro dígito indica a série 7; o segundo


dígito, a posição da pressão mínima no extradorso, em décimos da corda; o terceiro
dígito, a posição da pressão mínima no intradorso, em décimos da corda; a letra no
quarto dígito indica a distribuição da espessura e as formas da linha de curvatura
média usadas; o quinto dígito é o coeficiente de sustentação do projeto, em décimos
da corda; os dois últimos dígitos indicam a espessura máxima do aerofólio, em
porcentagem da corda. Por exemplo, a NACA747A415 é da série 7, a posição da
pressão mínima no extradorso é de 0,4 da corda, a posição da pressão mínima no
intradorso é de 0,7 da corda, a distribuição da espessura e formas da linha de
curvatura média usadas são do tipo A, o coeficiente de sustentação do projeto é de
0,4 da corda e a espessura máxima do aerofólio é de 15%. Um perfil NACA 7-series
é ilustrado na Figura 6.

50
Figura 6: Perfil NACA747A415

Fonte: UIUC (2022)

2. O MODELO MATEMÁTICO

As equações de Thompson
𝜕2𝑥 𝜕2𝑥 𝜕2𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝛼 2
− 2𝛽 + 𝛾 2
+ 𝐽2 (𝑃 + 𝑄 ) = 0, (1)
𝜕𝜉 𝜕𝜉𝜕𝜂 𝜕𝜂 𝜕𝜉 𝜕𝜂

𝜕2𝑦 𝜕2𝑦 𝜕2𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦


𝛼 2
− 2𝛽 + 𝛾 2
+ 𝐽2 (𝑃 + 𝑄 ) = 0, (2)
𝜕𝜉 𝜕𝜉𝜕𝜂 𝜕𝜂 𝜕𝜉 𝜕𝜂

com
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
𝛼=( ) +( ) , (3)
𝜕𝜂 𝜕𝜂

𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝛽= + , (4)
𝜕𝜉 𝜕𝜂 𝜕𝜉 𝜕𝜂

𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
𝛾 =( ) +( ) , (5)
𝜕𝜉 𝜕𝜉

𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝑃= − , (6)
𝜕𝜉 𝜕𝜂 𝜕𝜂 𝜕𝜉

são obtidas a partir de transformações conformes sobre a equação de Laplace


bidimensional (THOMPSON, 1985). Essas equações constituem um sistema de EDPs
não lineares, de segunda ordem, homogêneas. Nas equações (1)-(6), (𝑥, 𝑦) são
coordenadas cartesianas, (𝜉, 𝜂) são coordenadas generalizadas (nestas, linhas de

51
uma mesma família não se intersectam, enquanto linhas de famílias distintas se
intersectam uma única vez) e 𝑃(𝑥, 𝑦) e 𝑄(𝑥, 𝑦) são funções que controlam o
espaçamento da malha, ou seja, essas funções possibilitam a concentração das linhas
coordenadas nas regiões desejadas (POLINA et al., 1989). Neste trabalho, adotamos
𝑃, 𝑄 ∈ ℝ, isto é, 𝑃 e 𝑄 são constantes reais.

3. O MODELO DISCRETO

Empregando diferenças finitas centradas de segunda ordem (FORTUNA,


2000), escrevemos as equações de Thompson com fatores de espaçamento (1)-(6)
na forma discreta como:

𝑥𝑖+1,𝑗 − 2𝑥𝑖,𝑗 + 𝑥𝑖−1,𝑗 𝑥𝑖+1,𝑗+1 − 𝑥𝑖+1,𝑗−1 − 𝑥𝑖−1,𝑗+1 + 𝑥𝑖−1,𝑗−1


𝛼𝑖,𝑗 − 2𝛽𝑖,𝑗 +
(Δ𝜉 ) 2 4Δ𝜉Δη

𝑥𝑖,𝑗+1 − 2𝑥𝑖,𝑗 + 𝑥𝑖,𝑗−1 2 𝑥𝑖+1,𝑗 − 𝑥𝑖−1,𝑗 𝑥𝑖,𝑗+1 − 𝑥𝑖,𝑗−1


+𝛾𝑖,𝑗 + 𝐽𝑖,𝑗 (𝑃 + 𝑄 ) = 0; (7)
(Δ𝜂)2 2Δ𝜉 2Δη

𝑦𝑖+1,𝑗 − 2𝑦𝑖,𝑗 + 𝑦𝑖−1,𝑗 𝑦𝑖+1,𝑗+1 − 𝑦𝑖+1,𝑗−1 − 𝑦𝑖−1,𝑗+1 + 𝑦𝑖−1,𝑗−1


𝛼𝑖,𝑗 − 2𝛽𝑖,𝑗 +
(Δ𝜉 ) 2 4Δ𝜉Δη

𝑦𝑖,𝑗+1 − 2𝑦𝑖,𝑗 + 𝑦𝑖,𝑗−1 𝑦𝑖+1,𝑗 − 𝑦𝑖−1,𝑗 𝑦𝑖,𝑗+1 − 𝑦𝑖,𝑗−1


+𝛾𝑖,𝑗 + 𝐽𝑖,𝑗 2 (𝑃 +𝑄 ) = 0, (8)
(Δ𝜂) 2 2Δ𝜉 2Δη

sendo
𝑥𝑖,𝑗+1 − 𝑥𝑖,𝑗−1 𝑥𝑖,𝑗+1 − 𝑥𝑖,𝑗−1 𝑦𝑖,𝑗+1 − 𝑦𝑖,𝑗−1 𝑦𝑖,𝑗+1 − 𝑦𝑖,𝑗−1
𝛼𝑖,𝑗 = + , (9)
2Δη 2Δη 2Δη 2Δη
𝑥𝑖+1,𝑗 − 𝑥𝑖−1,𝑗 𝑥𝑖,𝑗+1 − 𝑥𝑖,𝑗−1 𝑦𝑖+1,𝑗 − 𝑦𝑖−1,𝑗 𝑦𝑖,𝑗+1 − 𝑦𝑖,𝑗−1
𝛽𝑖,𝑗 = + , (10)
2Δξ 2Δη 2Δξ 2Δη
𝑥𝑖+1,𝑗 − 𝑥𝑖−1,𝑗 𝑥𝑖+1,𝑗 − 𝑥𝑖−1,𝑗 𝑦𝑖+1,𝑗 − 𝑦𝑖−1,𝑗 𝑦𝑖+1,𝑗 − 𝑦𝑖−1,𝑗
𝛾𝑖,𝑗 = + , (11)
2Δξ 2Δξ 2Δξ 2Δξ
𝑥𝑖+1,𝑗 − 𝑥𝑖−1,𝑗 𝑦𝑖,𝑗+1 − 𝑦𝑖,𝑗−1 𝑥𝑖,𝑗+1 − 𝑥𝑖,𝑗−1 𝑦𝑖+1,𝑗 − 𝑦𝑖−1,𝑗
𝐽𝑖,𝑗 = − . (12)
2Δξ 2Δη 2Δη 2Δξ

As equações de Thompson discretas (7)-(12) definem um sistema linear.


Para solucionar esse sistema pelo método SOR (BURDEN; FAIRES, 1997), devemos
calcular os resíduos 𝑟𝑥 e 𝑟𝑦 em relação às variáveis 𝑥 e 𝑦, respectivamente.

52
Considerando Δ𝜉 = Δ𝜂 = 1 nas equações (7)-(10) e 𝑘 a iteração, como o sistema é
homogêneo, temos que:

𝑟𝑥𝑖,𝑗 (𝑘) = 𝛼𝑖,𝑗 (𝑘) (𝑥𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) − 2𝑥𝑖,𝑗 (𝑘−1) + 𝑥𝑖−1,𝑗 (𝑘) ) +

𝛽𝑖,𝑗 (𝑘)
− (𝑥𝑖+1,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑥𝑖+1,𝑗−1 (𝑘) − 𝑥𝑖−1,𝑗+1 (𝑘−1) + 𝑥𝑖−1,𝑗−1 (𝑘) ) +
2

+𝛾𝑖,𝑗 (𝑘) (𝑥𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 2𝑥𝑖,𝑗 (𝑘−1) + 𝑥𝑖,𝑗−1 (𝑘) ) +

𝐽𝑖,𝑗 (𝑘) 𝐽𝑖,𝑗 (𝑘)


+ [𝑃(𝑥𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) + 𝑥𝑖−1,𝑗 (𝑘) ) + 𝑄(𝑥𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑥𝑖,𝑗−1 (𝑘) )]; (13)
2

𝑟𝑦𝑖,𝑗 (𝑘) = 𝛼𝑖,𝑗 (𝑘) (𝑦𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) − 2𝑦𝑖,𝑗 (𝑘−1) + 𝑦𝑖−1,𝑗 (𝑘) ) +

(𝑘)
𝛽𝑖,𝑗
− (𝑦𝑖+1,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑦𝑖+1,𝑗−1 (𝑘) − 𝑦𝑖−1,𝑗+1 (𝑘−1) + 𝑦𝑖−1,𝑗−1 (𝑘) ) +
2

+𝛾𝑖,𝑗 (𝑘) (𝑦𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 2𝑦𝑖,𝑗 (𝑘−1) + 𝑦𝑖,𝑗−1 (𝑘) ) +

𝐽𝑖,𝑗 (𝑘) 𝐽𝑖,𝑗 (𝑘)


+ [𝑃(𝑦𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) + 𝑦𝑖−1,𝑗 (𝑘) ) + 𝑄(𝑦𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑦𝑖,𝑗−1 (𝑘) )], (14)
2

com

1
𝛼𝑖,𝑗 (𝑘) = [(𝑥𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑥𝑖,𝑗−1 (𝑘) )(𝑥𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑥𝑖,𝑗−1 (𝑘) ) + (𝑦𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑦𝑖,𝑗−1 (𝑘) )(𝑦𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑦𝑖,𝑗−1 (𝑘) )],
4

(𝑘) 1
𝛽𝑖,𝑗 = [(𝑥𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) − 𝑥𝑖−1,𝑗 (𝑘) )(𝑥𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑥𝑖,𝑗−1 (𝑘) ) + (𝑦𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) − 𝑦𝑖−1,𝑗 (𝑘) )(𝑦𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑦𝑖,𝑗−1 (𝑘) )],
4

1
𝛾𝑖,𝑗 (𝑘) = [(𝑥𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) − 𝑥𝑖−1,𝑗 (𝑘) )(𝑥𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) − 𝑥𝑖−1,𝑗 (𝑘) ) + (𝑦𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) − 𝑦𝑖−1,𝑗 (𝑘) )(𝑦𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) − 𝑦𝑖−1,𝑗 (𝑘) )],
4

1
𝐽𝑖,𝑗 (𝑘) = [(𝑥 (𝑘−1) − 𝑥𝑖−1,𝑗 (𝑘) )(𝑦𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑦𝑖,𝑗−1 (𝑘) ) − (𝑥𝑖,𝑗+1 (𝑘−1) − 𝑥𝑖,𝑗−1 (𝑘) )(𝑦𝑖+1,𝑗 (𝑘−1) − 𝑦𝑖,−1,𝑗 (𝑘) )].
4 𝑖+1

Com os resíduos calculados em (13) e (14), os valores de 𝑥 e 𝑦 são atualizados


por intermédio das seguintes relações:
𝜔
𝑥𝑖,𝑗 (𝑘) = 𝑥𝑖,𝑗 (𝑘−1) + (𝑘)
𝑟𝑥𝑖,𝑗 (𝑘) ; (15)
2(𝛼𝑖,𝑗 + 𝛾𝑖,𝑗 )
(𝑘)

53
𝜔
𝑦𝑖,𝑗 (𝑘) = 𝑦𝑖,𝑗 (𝑘−1) + 𝑟𝑦𝑖,𝑗 (𝑘) . (16)
2(𝛼𝑖,𝑗 + 𝛾𝑖,𝑗 (𝑘) )
(𝑘)

O processo iterativo definido pelas equações (13)-(16) é interrompido quando


a precisão 𝜀 estabelecida é alcançada ou quando um número máximo de iterações
itmax é alcançado. Para a precisão, adotamos max{𝑟𝑥𝑖,𝑗 (𝑘) , 𝑟𝑦𝑖,𝑗 (𝑘) } ≤ 𝜀 = 10−5 , e para

o número máximo de iterações, 𝑖𝑡𝑚𝑎𝑥 = 2000.

4. CONDIÇÕES INICIAIS E DE CONTORNO

As fronteiras para o difusor e o arco, os domínios simplesmente conexos


selecionados, são as definidas na Figura 7.

Figura 7: Fronteiras do domínio simplesmente conexo: (a) difusor; (b) arco

Fonte: Os autores

Para as regiões duplamente conexas escolhidas, precisamos definir as


fronteiras interna e externa. Como fronteira interna, empregamos alguns pontos de
uma NACA; como fronteira externa, uma circunferência de raio 𝑅 igual a 𝑚 vezes a
corda do aerofólio, de medida 1 (utilizamos nas simulações 𝑚 = 2, 𝑚 = 3, 𝑚 = 4,5 e
𝑚 = 8). Dessa forma, a malha para a região duplamente conexa terá linhas radiais e
transversais. Em coordenadas retangulares, uma linha de corte define as fronteiras
verticais; os pontos da NACA, a fronteira horizontal inferior; a circunferência de raio
𝑅 = 𝑚, a fronteira horizontal superior. As demais linhas verticais são as transversais,
enquanto que as demais linhas horizontais são as radiais, como ilustra a Figura 8.

54
Figura 8: Geometria para a NACA

Fonte: Almeida (1997)

No processo de cálculo de 𝑥𝑖,𝑗 e 𝑦𝑖,𝑗 , as fronteiras horizontais são mantidas


inalteradas enquanto que as fronteiras verticais são atualizadas a cada passo do
processo iterativo. Assim, 𝑖 = 0,1, … , 𝑖𝑚𝑎𝑥 e 𝑗 = 1, … , 𝑗𝑚𝑎𝑥 − 1. Uma vez determinados
os valores 𝑥𝑖𝑚𝑎𝑥,𝑗 e 𝑦𝑖𝑚𝑎𝑥 ,𝑗 na fronteira vertical direita, impomos esses valores aos
valores 𝑥0,𝑗 e 𝑦0,𝑗 correspondentes na fronteira vertical esquerda. Dessa maneira, as
fronteiras verticais permanecem com os mesmos valores, ou seja, 𝑥0,𝑗 = 𝑥𝑖𝑚𝑎𝑥 ,𝑗 e
𝑦0,𝑗 = 𝑦𝑖𝑚𝑎𝑥 ,𝑗 , 𝑗 = 1, … , 𝑗𝑚𝑎𝑥 − 1. Contudo, para calcularmos os valores 𝑥𝑖𝑚𝑎𝑥 ,𝑗 e 𝑦𝑖𝑚𝑎𝑥 ,𝑗 ,
necessitamos dos “valores fantasmas” 𝑥𝑖𝑚𝑎𝑥+1,𝑗 e 𝑦𝑖𝑚𝑎𝑥 +1,𝑗 . Como não dispomos
desses valores, impomos que 𝑥𝑖𝑚𝑎𝑥 +1,𝑗 = 𝑥1,𝑗 e 𝑦𝑖𝑚𝑎𝑥 +1,𝑗 = 𝑦1,𝑗 , 𝑗 = 1, … , 𝑗𝑚𝑎𝑥 − 1. Esta
estratégia, ilustrada na Figura 9, equivale a adotarmos condições de contorno
periódicas na direção horizontal.
Quanto às condições iniciais, os pontos internos da malha são inicialmente
determinados por interpolação transfinita das condições de contorno. A interpolação
transfinita é uma forma de interpolação linear bidimensional (ALMEIDA, 2017; PAIVA,
2013). Na região duplamente conexa, os pontos da linha de corte são iniciados
considerando-se uma distribuição linear para as abscissas e zero para as ordenadas.

55
Figura 9: Pontos fantasmas no domínio duplamente conexo

Fonte: Almeida (1997)

5. SIMULAÇÕES COMPUTACIONAIS

5.1 Valor ótimo para o parâmetro de relaxação ω no SOR

Selecionamos duas geometrias, o arco (domínio simplesmente conexo) e a


NACA0006 (domínio duplamente conexo), para testar valores ótimos para o
parâmetro de relaxação 𝜔 no método SOR. As Tabelas 1 e 2 relacionam os resultados
desses testes.

Tabela 1: Convergência do método SOR para domínio simplesmente conexo (arco) com P = Q = 0
𝝎 𝟏, 𝟎 𝟏, 𝟏 𝟏, 𝟐 𝟏, 𝟑 𝟏, 𝟒 𝟏, 𝟓 𝟏, 𝟔 𝟏, 𝟕 𝟏, 𝟖 𝟏, 𝟗 𝟐, 𝟎

iterações 549 457 380 314 256 205 158 110 109 2000 1397

convergência sim sim sim sim sim sim sim sim sim não sim

Fonte: Almeida (1997)

56
Tabela 2: Convergência do método SOR para domínio duplamente conexo (NACA0006) com P = Q =
0eR=2
𝝎 𝟏, 𝟎 𝟏, 𝟏 𝟏, 𝟐 𝟏, 𝟑 𝟏, 𝟒 𝟏, 𝟓 𝟏, 𝟔 𝟏, 𝟕 𝟏, 𝟖 𝟏, 𝟗

iterações 2000 2000 2000 2000 2000 156 121 1019 1215 2000

convergência não não não não não sim sim não não não

Fonte: Almeida (1997)

5.2 Difusor

O difusor é uma estrutura utilizada para desacelerar um escoamento com a


menor perda de pressão total possível. As Figuras 10 e 11 ilustram as malhas geradas
computacionalmente a partir da geometria descrita na Figura 7(a).

Figura 10: Malha para o difusor com P=Q=0, ω=1,8 e 79 iterações no SOR

Fonte: Almeida (1997)

57
Figura 11: Malha para o difusor com P=-2 e Q=2, ω=1,8 e 83 iterações no SOR

Fonte: Almeida (1997)

5.3 Arco

As Figuras 12 e 13 ilustram as malhas geradas computacionalmente a partir da


geometria descrita na Figura 7(b).

Figura 12: Malha para o arco com P=Q=0, ω=1,8 e 109 iterações no SOR

Fonte: Almeida (1997)

58
Figura 13: Malha para o arco com P=Q=-1, ω=1,8 e 101 iterações no SOR

Fonte: Almeida (1997)

5.4 NACA0006

As Figuras 14 e 15 ilustram as malhas geradas computacionalmente a partir


dos pontos descritos em UIUC (2022).

Figura 14: Malha para a NACA0006 (35 pontos) com P=Q=0 e R=2, ω=1,6 e 121 iterações no SOR

Fonte: Almeida (1997)

59

Você também pode gostar