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Roteiros

Avaliação Nutricional Avançada


Manual de Estágio

ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE AS AULAS PRÁTICAS/RELATÓRIO E ATIVIDADES


OBRIGATÓRIAS

ƒ Leia atentamente todos os roteiros.


ƒ As normas para entrada nos laboratórios devem ser respeitadas, caso contrário
o aluno não poderá participar das aulas (leia as orientações para aulas práticas da
disciplina, disponíveis no AVA).
ƒ Para elaboração do relatório, leia com atenção o manual de orientações de aulas
práticas disponível no AVA.
ƒ O relatório deve ser elaborado segundo as normas da ABNT.
ƒ O prazo para postagem do relatório é de 7 dias a contar da última aula prática da
disciplina, sendo realizada uma única postagem.
ƒ Observar se o arquivo do relatório foi corretamente anexado, se não está
corrompido, em branco, se está disponível e se correesponde à disciplina correta.
Relatórios com tais erros/falhas não serão considerados para a correção e será atribuída
nota zero.
ƒ Do relatório fazem parte as atividades obrigatórias, que só poderão ser anexadas
vistadas pelo professor(a) responsável pela(s) aula(s) prática(s).
ƒ O aluno deve imprimir as folhas com as questões, responder no campo destinado e
entregar ao docente para vistar durante a aula prática.
ƒ O(a) professor(a) responsável pela prática deve vistar preferencialmente as
atividades sempre após o final do período de aula correspondente.
ƒ Professor(a) não assinará folhas em branco sob nenhuma circunstância.
ƒ Folhas com assinaturas do docente rasuradas não serão aceitas.
ƒ Relatórios que não contarem com as atividades obrigatórias não serão validados.
ƒ O(a) aluno(a) deve anexar somente as atividades referentes às aulas práticas de que
participou, da mesma forma que deve descrever no relatório somente os procedimentos
que realizou.
Serviço Social

ƒ O número de atividades obrigatórias varia de acordo com a carga horária de cada


disciplina prática.
ƒ Serão confrontados o relatório e questões entregues com a frequência
registrada em sistema, por esse motivo não deixar de registrar frequência no polo.
A nota é proporcional à frequência registrada em sistema.
ƒ O relatório deve ser confeccionado na seguinte ordem: 1 capa; 2 atividades
obrigatórias; 3 resultados e discussão; 4 referências.
ƒ Estão descritas na tabela abaixo as orientações para confecção de cada uma das
etapas necessárias ao relatório.
ƒ Para maiores informações/orientações consulte (AVA > disciplina > manual de
orientações para a prática).

ITEM CRITÉRIOS PONTUAÇÃO

ƒ Respostas devem estar a caneta.


ƒ Não apresentar rasuras.
ATIVIDADES
ƒ Vistadas pelo(a) docente. 4,0
OBRIGATÓRIAS
ƒ Anexar somente as atividades obrigatórias referentes
aos roteiros de prática que realizou.

ƒ Descrever os resultados por roteiro realizado,


relacionando os achados à teoria e referenciando-os.
RESULTADOS E
ƒ Anexar desenhos, fotos, diagramas, esquemas, tabelas, 5,0
DISCUSSÃO
dentre outros recursos que melhor ilustrem e descrevam
os resultados.

ELEMENTOS ƒ Apresentar capa conforme modelo disponibilizado,


PRÉ-TEXTUAIS contendo nome, RA, polo de matrícula, polo de prática,
(CAPA) E data das aulas e nome do(a) docente e disciplina. 1,0
PÓS-TEXTUAIS ƒ Apresentar em ordem alfabética as referências
(REFERÊNCIAS) utilizadas seguindo normas da ABNT.
Manual de Estágio

Disciplina: Avaliação Nutricional Avançada


AULA 1
Título da Aula: Anamnese Nutricional e utilização das
Instituto de Ciências referências de ingestão
ROTEIRO 1
da Saúde

OBJETIVO: Entender a aplicabilidade de uma anamnese nutricional e recordatório


alimentar aplicados ao paciente na consulta.
Material: Calculadora
Exercício 1: Preencha o quadro abaixo simulando uma consulta nutricional (atividade
realizada em dupla).

                   
  HISTÓRICO SOCIOECONÔMICO-CULTURAL

  Nome: _________________________________________________________
  Gênero: M ( ) F ( ) Etnia: __________ 
  Nascimento: ____ /____ /____ Idade: __ __
  Nacionalidade: ___________ Naturalidade: ___________
  Residência: _______________
  Bairro: _____________ Cidade: _________ Estado: _________
  Condições de saneamento: ( ) adequadas ( ) inadequadas
  Profissão: ____________ Ocupação: _________
  Local onde trabalha: ___________ Horas de trabalho: ____________
  Nível de instrução: ( ) fundamental ( ) médio ( ) superior ( ) pós-graduação
  Completo? ( ) sim ( ) não Se não, ainda estuda? ( ) sim ( ) não
Serviço Social

  Se estuda, em qual local? __________ Horário: _________


  Estado civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) amasiado ( ) viúvo ( ) separado
  Com quantas pessoas reside? ___________ Quem são? ____________
  Meios de locomoção: __________ Tempo gasto com locomoção: _________
  Horas de sono: __________ Característica do sono: _______________ 
  Atividade física? _______________________________________ Frequência:
  _________________ Há quanto tempo? ______________ 
  Atividade de lazer? _____________ Frequência: _______________ Há quanto tempo?
  Tem religião? ( ) sim ( ) não Exige mudança de hábitos? ( ) sim ( ) não
  Quais são as exigências alimentares? ______________________________________
  Faz uso de algum medicamento? ( ) sim ( ) não Qual(is)?__________________________
  Álcool: Há quanto tempo? ________________________Tipo e quantidade:__________________
  Fumo: há quanto tempo? _____________________Quantidade:___________________________
  Faz uso de alguma droga ilícita? ( ) sim ( ) não Qual? _____________________________________
  Considera-se dependente? ( ) sim ( ) não Em tratamento? ( ) sim ( ) não
  Motivo pelo qual procurou assistência nutricional: _______________________________________
  HISTÓRICO FAMILIAR

  HISTÓRICO CLÍNICO

  Histórico de doenças pregressas


  Doenças atualmente associadas:____________________________________________________
  Em tratamento? ( ) sim ( ) não
  Medicamentos em uso:___________________________________________________________
Manual de Estágio

  Já ficou internado anteriormente? ( ) sim ( ) não


  Motivo: ____________________________________ Evolução:____________________________
  Alergias? ( ) sim ( ) não Quais?_____________________________ 
  Vacinação em dia? ( ) sim ( ) não Por quê?______________________________________
  Doenças anteriores deixaram sequelas? ( ) sim ( ) não Quais doenças?________________________
  Quais são as sequelas? _____________________________________________
  Acidentes anteriores deixaram sequelas? ( ) sim ( ) não Quais acidentes?_____________________
  Quais são as sequelas? ___________________________________________
  Histórico da doença atual
  _____________________________________________________________________
  Resultado de exames mais recentes
  Exames de imagem:_____________________________________________________________
  Exames laboratoriais: _______________________________________________
  Em tratamento? ( ) sim ( ) não
  Medicamentos em uso: _____________________________________________ 
  Revisão dos sistemas
  Sistema neurológico
  Capacidade cognitiva: ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Por quê?_______________________________
  Estado emocional: ( ) bom ( ) regular ( ) ruim Por quê? ___________________________________
  Em tratamento? ( ) sim ( ) não Qual?_______________________________
  Autonomia: ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Por quê? ____________________________________
  Grau de dependência: ( ) parcial ( ) total
Serviço Social

  Em reabilitação? ______________________________________________________________
  Comunicação: ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Por quê? ___________________________________
  Em reabilitação?_____________________________________
  Sistema visual
  Apresenta dificuldade visual? ( ) sim ( ) não
  Qual? ___________________________ Utiliza lentes corretivas?___________________________
 
  Sistema auditivo

  Apresenta dificuldade auditiva? ( ) sim ( ) não


Qual? ____________________________________
  Aparelho auditivo?_____________________________
  Sistema digestório

  Dentição: ( ) boa ( ) regular ( ) ruim


  Prótese? ( ) sim ( ) não ( ) total ( ) parcial ( ) fixa ( ) móvel 
  Deglutição: ( ) boa ( ) regular ( ) ruim 
  Se ruim, qual o motivo? 
  ( ) odinofagia: ( ) leve ( ) moderada ( ) grave
  ( ) disfagia: ( ) leve ( ) moderada ( ) grave
  ( ) líquidos ( ) pastosos ( ) sólidos
  Digestão: ( ) sem queixas
  ( ) com queixas: ( ) distensão ( ) eructação ( ) dispepsia
  ( ) pirose ( ) refluxo ( ) náuseas ( ) vômito
  Evacuação: ( ) sem queixas: Frequência: ____________________ Consistência:_______________
Manual de Estágio

  ( ) com queixas: ( ) dor ao evacuar ( ) tenesmo ( ) fezes ressecadas


  ( ) uso de força ( ) fezes amolecidas ( ) fezes líquidas ( ) Frequência:____________________
  ( ) incontinência ( ) urgência fecal ( ) flatulência
  ( ) presença de sangue ( ) acolia ( ) fezes fétidas ( ) fezes espumosas
  Sistema respiratório

  Dispneia ( ) não ( ) sim: ( ) leve ( ) moderada ( ) grave


  Compromete ingestão de alimentos? ( ) não ( ) sim 
  Sistema cardíaco

  Última aferição da pressão arterial:_________________________________


  Sistema urinário

  Diurese: ( ) sem queixas: Frequência: ________________________Coloração:______________


  ( ) com queixas: ( ) dor ao urinar ( ) incontinência ( ) sangue
  Percepção de edema? ( ) não ( ) sim Local:_____________________________
  Sistema reprodutor das mulheres

  Menstruação: ( ) regular ( ) irregular


  Sinais de TPM? ( ) não ( ) sim: Quais?__________________________________
  Amenorreia? ( ) não ( ) sim: Tempo:________________________________
  Sinais de menopausa? ( ) não ( ) sim: Tempo:___________________________
  Partos anteriores? ( ) não ( ) sim: Quantos?_________________________________
  Sistema hematológico: __________________________________________
  Dados de exames recentes: __________________________________________
  Sistema endócrino
Serviço Social

  Disfunção glandular? ( ) não ( ) sim: Qual?_________________________


  Reposição? ( ) não ( ) sim: Qual?__________________________________
  Sistema locomotor

  Mobilidade: ( ) normal ( ) comprometida ( ) restrito ao leito ( ) cadeirante ( ) muletas/andadores


  Grau de dependência: ( ) parcial ( ) total
  Em reabilitação? ______________________________________________________________
  HISTÓRICO NUTRICIONAL

  Peso atual:________________ kg Peso habitual: _______ kg Tempo: _______


  Perda recente de peso? ( ) não ( ) sim 
  Quanto? _______________________ Em quanto tempo? ______________________
  Motivo: __________________________________________________________________
  Ganho recente de peso? ( ) não ( ) sim
  Quanto?__________________________ Em quanto tempo?________________________
  Motivo: ______________________________________________
  Percepção corporal: ________________________________________________________
  HISTÓRICO DIETÉTICO

  Número de refeições por dia


  Refeição: ___________________ Local: ____________________ Horário:____________
Refeição: ____________________ Local: ___________ Horário: _____________________
 
 
Refeição: _____________ Local: _______________________________________
  Horário:___________
  Refeição: _______________ Local: _________________ Horário: _____________________
Manual de Estágio

  Refeição: _______________ Local: _________________ Horário: _____________________


  Refeição: _______________ Local: _________________ Horário: _____________________
  Tempo de duração: ______________
  Companhia de quem? __________________________________
  Consegue alimentar-se sozinho? ( ) sim ( ) não
  Ajuda de quem? ______________________________________
  Talheres que usa para alimentar-se: ( ) garfo ( ) faca ( ) colher
  Frequenta: ( ) feira livre ou ( ) sacolão Periodicidade:____________________________
  ( ) supermercados ou ( ) vendas de bairro Periodicidade:_______________________________
  ( ) outros: ____________________________ Periodicidade:_____________________________
  Apetite: ( ) bom ( ) regular ( ) ruim
  Motivo: ____________________________________________
  Preferências alimentares: _____________________________________________________
  Alimentos rejeitados: ________________________________________________________
  Intolerância ou alergias alimentares: ____________________________________________
  Mitos ou tabus alimentares: ___________________________________________________
  Em quais situações ocorre mudança do hábito? ____________________________________
  Em quais situações omite refeições? _____________________________________________
  O que muda nos finais de semana, feriados e férias? _________________________________
  Ingestão de líquidos: ____________________________________________ copos/dia
  Quais? _____________________________________________
Serviço Social

  Em que momento do dia? ____________________________________________________


  Preferência: ( ) doces ( ) salgados
  Faz uso de alimentos diet? ( ) não ( ) sim
  Qual(is)? ____________________________________________
  Por quê? ____________________________________________
  Faz uso de alimentos light? ( ) não ( ) sim
  Qual(is)? ___________________________________________
  Por quê? ___________________________________________
  Faz uso de suplemento(s)? ( ) não ( ) sim
  Qual(is)? ___________________________________________
  Quem indicou? _______________________________________
  Já fez dieta? ( ) não ( ) sim
  Quem orientou? ______________________________________
  Quais os resultados? ___________________________________
Manual de Estágio

Exercício 2: Recordatório de 24h. Calcule as calorias e os macronutrientes do recordatório


de 24h do paciente abaixo (necessário utilizar tabela centesimal de alimentos).
Identificação do paciente
Nome: JMHR
Data de nascimento: 06/11/1967

Recordatório de 24h

Quantidade Marca comercial


Refeição Local Alimento
(medida caseira ou g) (se houver)
Café infusão sem 1 xícara de 200 ml
açúcar
Pão francês 1 un. (50 g)
Café da manhã Casa Manteiga com sal 1 colher de chá (15 g)
Ovo mexido 1 unidade média (50 g)
Mamão papaia 1/2 unidade (150 g)
Lanche da Casa Banana-prata 1 unidade pequena (85 g)
manhã
Arroz branco 2 colheres de servir (150 g)
Feijão preto 1 concha (100 g)
Almoço Trabalho Carne moída – 3 col. sopa (150 g)
acém
Abóbora cabotian 2 col. sopa (60 g)
cozida
Lanche da Trabalho Manga tommy 1/2 unidade (150 g)
tarde
Cuscuz de milho 1 fatia média (200 g)
cozido com sal
Manteiga com sal 1 colher de chá (15 g)
Jantar Casa
Peito de frango 1 filé (170 g)
grelhado
Laranja-lima 1 unidade (80 g)
Serviço Social

Tabela Centesimal de Alimentos

Alimento (100 g) Energia kJ Carboidrato Proteínas Gordura Fibra (g)


(Kcal) (g) (g) (g)

Café infusão sem 9 38 1,5 0,7 0,1 NA


açúcar

Pão francês 300 1254 58,6 8 3,1 2,3

Manteiga com sal 726 3037 0,1 0,4 82,4 NA

Ovo mexido 240 1005 1,2 15,6 18,6 NA

Mamão papaia 40 168 10,4 0,5 0,1 1

Banana-prata 98 411 26 1,3 0,1 2

Arroz branco 128 537 28,1 2,5 0,2 1,6

Feijão preto 77 322 14 4,5 0,5 8,4

Carne moída – 212 889 0 26,7 10,9 NA


acém

Abóbora cabotian 48 201 10,8 1,4 0,7 2,5


cozida

Manga tommy 51 212 12,8 0,9 0,2 2,1

Cuscuz de milho 113 475 25,3 2,2 0,7 2,1


cozido com sal

Peito de frango 159 666 0 32 2,5 NA


grelhado

Laranja-lima 46 191 11,5 1,1 0,1 1,8

Fonte: Taco (2011). Disponível em: https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/taco_4_edicao_


ampliada_e_revisada.pdf
Manual de Estágio

Exercício 3: A Miniavaliação nutricional (MAN) (do inglês Mini Nutritional Assessment


— short form (MNA-SF®) além de ser um método de triagem, também possibilita classificar
o risco nutricional e o estado nutricional do indivíduo.
Em dupla, aplique a MAN e avalie o estado nutricional do indivíduo.
Serviço Social

Exercício 4: Métodos quantitativos para avaliar a ingestão dietética de indivíduos


Esse método é muito utilizado em pesquisas clínicas e não no atendimento nutricional
diário para avaliação da adequação da dieta; é complexo e analisa o grau de confiança
para concluir que um indivíduo está ingerindo valores similares, acima ou abaixo de suas
necessidades.
Por meio de algumas equações estatísticas, pode-se estimar o grau de confiança com
que a ingestão usual do indivíduo estará acima de suas necessidades ou abaixo dos valores
de Ingestão Superior Tolerável (UL). As equações descritas a seguir não podem ser aplicadas
a todos os nutrientes, pois nem todos apresentam distribuição normal de ingestão diária e
de necessidades. Nesses casos (para as necessidades de ferro em mulheres que menstruam
ou para a ingestão de vitaminas A, B12 e C, por exemplo), a avaliação individual deve levar
em conta outros dados.
Equação para nutrientes que apresentam valores de necessidade média estimada
(EAR).
Quando o nutriente apresentar um valor de necessidade média estimada (EAR), ele
também terá um valor de Ingestão Dietética Recomendada (RDA). Ao avaliar a adequação
do nutriente, não se pode simplesmente afirmar inadequação de consumo quando o valor
encontrado estiver abaixo da RDA. Quando os nutrientes apresentarem valores de EAR,
deve-se seguir as etapas descritas para o cálculo da probabilidade de adequação da dieta.
Primeiramente, deve-se calcular o escore Z a partir da seguinte fórmula:
Ingestão média observada – EAR
Escore Z = Ingestão média observada – EAR, DP (desvio padrão)
Manual de Estágio

Para o uso dessa equação, são necessários os seguintes dados:


ƒ DP da ingestão ou variabilidade intrapessoal da ingestão: a variação cotidiana da
ingestão do nutriente do indivíduo é um indicador de quanto a ingestão observada pode
se desviar da ingestão habitual. Podem-se utilizar os dados de variação intrapessoal
obtidos em pesquisas populacionais, como os obtidos pelo Continuing Survey of Food
Intakes by Individuals (CSFII) 1994-1996, (Institute of Medicine, 2006);
ƒ Ingestão média observada da dieta do indivíduo a ser avaliado;
ƒ Valor de EAR de acordo com o gênero e a idade do indivíduo a ser avaliado;
ƒ DP das necessidades, ou seja, variação da necessidade entre os indivíduos. Esse DP é
calculado multiplicando-se o coeficiente de variação (CV) do nutriente pela EAR (DP das
necessidades = CV 3 EAR). Alguns CV estão disponíveis no Quadro 1. Quando o nutriente
não estiver nessa tabela, considerar como CV 10% do valor de EAR;
ƒ Número de dias do registro de alimentos ou de recordatório de 24h obtido do
indivíduo a ser avaliado;
ƒ Quando o valor resultante da diferença entre a ingestão média observada e a EAR
for alto e positivo, a ingestão estimada é maior que a EAR, havendo probabilidade
de adequação. Quando a diferença for alta e negativa, ocorre a probabilidade de
inadequação. Entretanto, quando o valor se encontrar próximo ao valor de EAR, existe
incerteza sobre a adequação da ingestão do indivíduo.
Serviço Social

Quadro 1. Coeficiente de variação das necessidades de nutrientes que apresentam valores


de EAR.
Nutriente com EAR CV (%)
Macronutrientes
Carboidrato 15
Proteína 12
Vitaminas
Vitamina A 20
Vitamina B6 10
Vitamina B12 10
Vitamina C 10
Vitamina E 10
Folato 10
Niacina 15
Riboflavina 10
Tiamina 10
Minerais
Cobre 15
Iodo 20
Magnésio 10
Molibdênio 15
Fósforo 10
Selênio 10
Zinco 10
Manual de Estágio

CV = coeficiente de variação; EAR = necessidade média estimada.


Fonte: Institute of Medicine (2000).

Vamos exercitar essa aplicação. Realize o cálculo e conclua o exercício.


Suponha que uma mulher de 42 anos tenha relatado, por meio de 3 registros dietéticos,
ingestão média de 700 mg de fósforo. Sabe-se que o fósforo apresenta distribuição normal
com coeficiente de variação de 10% e DP de ingestão de 395 mg.
Etapas para avaliar a probabilidade de adequação de fósforo:
ƒ Primeira etapa: calcular a diferença entre a ingestão média observada e a EAR:
Diferença = 700 mg – 580 mg
Diferença = 120 mg
ƒ Segunda etapa: calcular o DP com base na seguinte equação:

ƒ Terceira etapa: finalizar o cálculo do escore Z, calculando-se a razão entre a dife-


rença (ingestão média observada – EAR) e o DP

Equação para nutrientes que apresentam valores de ingestão adequada (AI)


Quando o nutriente apresenta valores de ingestão adequada (AI), não é possível estimar
as necessidades individuais. A AI representa valores de ingestão (e não das necessidades)
que provavelmente excedem as necessidades de praticamente todos os indivíduos em
determinado estágio de vida e gênero.
Serviço Social

Como mencionado, o valor de AI não é muito útil para se comparar a ingestão de um


indivíduo com suas necessidades, pois esses valores excedem, em muito, a mediana das
necessidades. Assim, quando a ingestão de um nutriente é comparada com a AI, pode-se
concluir apenas se a ingestão está acima da AI ou não.
Se, por outro lado, o resultado não demonstrar alta probabilidade de a ingestão média
estar adequada, não é possível afirmar que a ingestão esteja, necessariamente, inadequada.
Nesse caso, será necessário levar em consideração outros dados do indivíduo para ajudar
na interpretação dos resultados.
Em pesquisas clínicas, é possível calcular o escore Z para avaliar o grau de confiança de
que a ingestão do indivíduo ou do grupo estudado esteja acima ou abaixo do valor de AI.
Vamos exercitar essa aplicação com o exercício a seguir:
Suponha que uma mulher de 34 anos tenha relatado, por meio de 4 recordatórios de
24h (R24h), ingestão média de 2,1 g de sódio. Sabe-se que o nutriente sódio apresenta DP
de ingestão de 1,839 g para mulheres com idade entre 19 e 50 anos.
Para a avaliação da probabilidade de adequação do nutriente sódio, devem ser utilizados
valores de AI, uma vez que não há valores de EAR disponíveis para esse nutriente. Quando
apenas o valor de AI do nutriente estiver disponível, deve-se utilizar o escore Z para avaliar
a probabilidade de a ingestão ser realmente superior ou não à AI: Z = (Mi – AI) ÷ (DPi ÷ √n).

Sendo: Mi = valor médio de ingestão obtida pelo inquérito dietético utilizado; AI = valor
de AI segundo gênero e faixa etária; DPi = desvio padrão da ingestão do nutriente avaliado,
obtido em estudos populacionais e que se refere à variação intrapessoal; 5 n = número de
dias de aplicação do inquérito dietético.
Calcule o Escore Z e classifique a ingestão como adequada ou inadequada de acordo
com o Quadro 2:
Manual de Estágio

Quadro 2. Valores de escore Z e probabilidade de se concluir corretamente se a ingestão


está adequada ou inadequada.
Probabilidade de se
concluir
Escore Z Conclusão corretamente se a
ingestão está adequada
ou inadequada
> 2,00 Ingestão habitual adequada 0,98
> 1,65 Ingestão habitual adequada 0,95
> 1,50 Ingestão habitual adequada 0,93
> 1,25 Ingestão habitual adequada 0,90
> 1,00 Ingestão habitual adequada 0,85
> 0,86 Ingestão habitual adequada 0,80
> 0,68 Ingestão habitual adequada 0,75
> 0,50 Ingestão habitual adequada 0,70
Ingestão habitual adequada/
>0 0,50
inadequada
Ingestão habitual
> -0,50 0,70
inadequada
Ingestão habitual
> -0,85 0,80
inadequada
Ingestão habitual
> -1,00 0,85
inadequada
Ingestão habitual
> -1,50 0,93
inadequada
Ingestão habitual
> -1,65 0,95
inadequada
Ingestão habitual
> -2,00 0,98
inadequada

Fonte: Adaptado de Institute of Medicine (2006).


Serviço Social

Outra forma para avaliar a probabilidade da adequação da ingestão utilizando o


método quantitativo em comparação
Segue outro exemplo de como calcular a probabilidade de adequação da dieta
pelo método quantitativo com a seguinte fórmula:
Escore Z = (ingestão média observada – UL) ÷ [(DP da ingestão) ÷ número de dias
do registro de ingestão]
Uma mulher de 40 anos, com ingestão de magnésio de 320 mg/dia, com base em 3 dias
de recordatório alimentar.
Para determinar a probabilidade de adequação da ingestão, os seguintes dados devem
ser utilizados:
ƒ Ingestão média observada de 320 mg/dia;
ƒ EAR de magnésio de 265 mg/dia para mulheres de 31 a 50 anos;
ƒ O DP da distribuição das necessidades para magnésio equivale a 10% da EAR, por-
tanto, 26,5 mg/dia (Quadro 1);
ƒ A variabilidade intrapessoal do magnésio para mulheres dessa faixa etária é 86 mg/
dia;
ƒ Três dias de recordatório alimentar.
Seguindo a fórmula, calcule a probabilidade de adequação de ingestão do nutriente
magnésio e classifique a ingestão de acordo com o Quadro 3:
Manual de Estágio

Quadro 3. Valores de escore Z e nível de confiança para se concluir corretamente se


a ingestão habitual é maior que a ingestão adequada ou menor que o limite superior
tolerável de ingestão.
Probabilidade de se
concluir
Escore Z Conclusão corretamente se a
ingestão habitual é maior
que AI ou menor que UL
Ingestão habitual adequada
> 2,00 0,98
(excessiva)
Ingestão habitual adequada
> 1,65 0,95
(excessiva)
Ingestão habitual adequada
> 1,5 0,93
(excessiva)
Ingestão habitual adequada
> 1,25 0,90
(excessiva)
Ingestão habitual adequada
> 1,00 0,85
(excessiva)
Ingestão habitual adequada
> 0,85 0,80
(excessiva)
Ingestão habitual adequada
> 0,68 0,75
(excessiva)
Ingestão habitual adequada
> -0,5 0,70
(excessiva)
Ingestão habitual adequada
>0 0,50
(excessiva)/ segura
Ingestão habitual adequada 0,30 (0,70 = probabilidade
> -0,50
(excessiva) de a ingestão ser segura)
Serviço Social

0,20 (0,80 = probabilidade


Ingestão habitual adequada
> -0,85 de a ingestão habitual ser
(excessiva)
segura)

> -1,00 Ingestão habitual adequada 0,15 (0,85 = probabilidade


(excessiva) de a ingestão habitual ser
segura)
Manual de Estágio

Disciplina: Avaliação Nutricional Avançada


AULA 1
Título da Aula: Avaliação de exames laboratoriais, sinais e
Instituto de Ciências sintomas e casos clínicos
ROTEIRO 2
da Saúde

OBJETIVO: Entender e interpretar exames bioquímicos e realizar o diagnóstico nutricional


do indivíduo/paciente.
Material: Calculadora
Exercício 1: O interesse e a importância da utilização dos parâmetros bioquímicos,
imunológicos e metabólicos surgem para auxiliar a avaliação do estado nutricional, uma
vez que as alterações bioquímicas podem ser observadas, algumas vezes, antes das lesões
celulares e/ou orgânicas se instalarem no organismo. Mas alguns fatores e condições podem
limitar o uso desses indicadores na avaliação do estado nutricional.
Complete o quadro de acordo com as especificações:

Limitações ou
Parâmetro Objetivo/indicação
contraindicações

Linfocitometria
Serviço Social

Balanço Nitrogenado

Proteínas plasmáticas

Índice Creatinina/altura
(ICA)

Exercício 2: Caso Clínico


Analise o caso clínico abaixo e responda às questões a seguir.
Paciente M.G.S., 38 anos de idade, sexo feminino, branca, casada, não tem filhos.
HISTÓRIA CLÍNICA: Paciente com diagnóstico de adenocarcinoma hepático, internada
na enfermaria de clínica cirúrgica para ressecção do tumor, cirurgia programada para 48
horas após a internação. Relata ser tabagista há 15 anos, 01 maço de cigarros ao dia, nega
uso de bebida alcoólica. Nega diabetes, HAS, pai falecido com câncer de fígado.
Manual de Estágio

EXAME CLÍNICO: Emagrecida, porém, apresenta ascite refratária, com sinais graves de
comprometimento neurológico, hipocorada, eupneica, afebril, aceitando parcialmente a
dieta prescrita, hábito intestinal normal: 1 vez/dia. Com fezes de consistência pastosa Tipo
6 na escala de Bristol.
INGESTÃO ALIMENTAR: < 2/3 das necessidades nutricionais. Conteúdo proteico:
40 g/dia
DADOS ANTROPOMÉTRICOS: Estatura: 1,58 m – Peso habitual: 50 kg – Peso na
Admissão hospitalar: 44 kg – IMC: 17,6 kg/m² – Porcentagem de perda de peso (%PP): 12%
(6 kg) em 3 meses com perda acentuada no último mês – Prega cutânea triciptal (PCT): 14
mm – hipersensibilidade cutânea: 1.
EXAMES LABORATORIAIS – Proteínas totais: 5,2 g/dL – Albumina: 2,0 g/d – Bilirrubina:
3,5 mg/dL
Glicemia e função renal: glicose 74mg/dl / Ureia sérica 19 mg/dL / Excreção de Creatinina
665.1 mg em 24h – Transferrina: 190 mg% – Excreção urinária de uréia: 40 g em 24h

A triagem nutricional foi realizada no primeiro dia de internação. Após a triagem a


paciente foi submetida a uma Avaliação Subjetiva Global (ASG) e recebeu escore C. A EMTN
foi chamada para atendimento à paciente.
a) Com base no caso descrito e nas informações técnicas fornecidas, faça o diagnóstico
nutricional da paciente, classifique-a pelo Child-Pug e escolha a(s) via(s) de alimentação
(oral, enteral, parenteral). Justifique.

b) De acordo com o exame clínico, quais os principais métodos de avaliação nutricional


que devem ser utilizados nesta paciente e quais devem ser evitados para classificação do
seu estado nutricional? Descreva o método e a razão de usá-lo ou não.
Serviço Social

c) Para avaliar as possíveis perdas proteicas desta paciente será necessário avaliar
o seu balanço nitrogenado (BN) e índice creatinina-altura (ICA). Calcule o BN e o ICA,
descreva quantos gramas de nitrogênio (N2) ela está excretando por dia, qual sua % de ICA
e classifique-os de acordo com as referências e deve-se calcular o índice prognóstico desta
paciente e classificá-la.

Ingestão proteica 24 horas (g) ÷ 6,25 – nitrogênio ureico urinário 24 horas (g) + 4 g

Quadro 4. Interpretação dos valores do Balanço Nitrogenado


Classificação Valores BN
Normal 0 ou +
Depleção leve - 5 a – 10
Depleção Moderada - 10 a -15
Depleção Grave > -15 (ex: sepse)
Fonte: Bottoni (2002, p. 279).

Quadro 5. Classificação do Balanço Nitrogenado

BN Negativo Ingestão < Excreção Catabolismo

BN Positivo Ingestão > Excreção Anabolismo

BN Equilíbrio Ingestão = Excreção ---------

Fonte: Maicá e Schweigert (2008, p.10).


Manual de Estágio

ICA% = Creatinina na urina em 24h (mg) x 100


Creatinina ideal em 24h* (mg)

Fonte: Oliveira (2007, p. 141).

*Cr média: Homem = 23 mg/kg


Mulher = 18 mg/kg

Fonte: Adaptado de Rosa et al. (2008, p. 334).

Quadro 6. Interpretação do resultado do Índice Creatinina-Altura


80 a 90% Depleção Leve
60-80% Depleção Moderada
< 60% Depleção Severa

Fonte: Kamimura et al. (2009, p. 97).

Exercício 3: Caso Clínico


Paciente A.C.M.B., 18 anos, sexo feminino, chega no consultório alegando queda de
cabelo, hemorragias gengivais; seborreia nasolabial, unhas enfraquecidas e xerose da pele.
Relata que estuda no período da manhã e que todas as tardes realiza alguma atividade
(inglês, dança e redação).
Diante desta situação, descreva os nutrientes que possivelmente indicam os sinais e
sintomas dessa paciente.
Serviço Social

Exercício 4: Caso Clínico


Uma equipe multiprofissional do setor de geriatria realizou o 1º atendimento ambulatorial
de M. R. B., 55 anos de idade, aposentada e sedentária. Durante o exame clínico, foram
observados cabelos quebradiços, mucosas hipocoradas e palidez. A paciente relatou estar
se sentindo muito desmotivada para sair de casa e sente muito cansaço e sede intensa.
Na avaliação clínica apresentou sinais e sintomas, além dos relatados anteriormente, foi
observado pouca salivação, quielite angular nos cantos da boca, glossite, lesão de pele com
prurido e perda de paladar para o sabor salgado. Os exames bioquímicos mostraram valores
de ferritina (9 μg/l) e hemoglobina (9 mg/dl) e Linfócitos (600 por mm³). As hemácias
estavam hipocrômicas e microcíticas.
Avaliação nutricional antropométrica:
Peso: 68 kg
Estatura: 1,61 m
% de gordura: 35%
a) Identifique a carência nutricional que a paciente apresenta e dê seu diagnóstico
nutricional.

b) Calcule o IMC desta paciente, descreva seu diagnóstico nutricional e cite 4 (quatro)
estratégias e orientações nutricionais para o tratamento imediato dela.

Exercício 5: Caso Clínico


Homem de 42 anos, portador do vírus da Aids em processo de internação na terapia
intensiva há 1 mês, foram observados os seguintes dados antropométricos e de análises
bioquímicas:
Peso: 50 kg
Manual de Estágio

Estatura: 1,78 m
Prega Cutânea Tricipital (PCT)= 14 mm

Albumina = 2,6 g (%)


Transferrina = 190 mg%
Leucócitos = 4.000
Hipersensibilidade Cutânea = 4 mm

a) De acordo com a patologia do paciente acima, quais as possíveis causas que podem
estar deteriorando seu estado nutricional? Justifique sua resposta.
b) Após 2 meses de internação foi realizado um novo hemograma deste paciente. Os
resultados estão apresentados abaixo:
Eritrócitos: 3.510.000 mm3
Hemoglobina: 9,6 g/dL
Hematócrito: 26,00%
VCM: 98,07 fl
HCM: 39,95 pg
CHCM: 33,61%
RDW: 17%
Observando os índices hematimétricos presentes no hemograma pode-se afirmar que
a anemia apresentada por este indivíduo é por deficiência de quais nutrientes? Explique
como chegou neste diagnóstico.
c) Calcule o Índice Prognóstico Nutricional (PNI) deste paciente e classifique sua % de
risco prognóstico.
Serviço Social

PNI = 158 – (16,6 x ALB) – (0,78 x PCT) – (0,2 x T) – (5,8 x HC)

Em que:
ALB = albumina sérica (g%);
PCT = prega cutânea triciptal;
T = ts = transferrina sérica (mg%);
HC = hipersensibilidade cutânea (0 = não reator; 1 = diâmetro da induração < 5 mm; 2
= diâmetro de induração > 5mm)
Interpretação: Alto risco = > 50%
Risco intermediário = 40 a 49%
Baixo risco = < 40%

Exercício 6: Caso Clínico


Um Nutricionista está trabalhando num centro oncológico com vários pacientes
realizando quimioterapia e radioterapia. O acompanhamento nutricional no período em que
o paciente está fazendo seu tratamento, seja quimioterápico ou radioterápico, é essencial,
tanto para o restabelecimento e/ou manutenção do seu estado nutricional como no alívio
dos sintomas durante o curso da sua terapêutica.
A presença de desnutrição é muito comum na fase inicial do tratamento e essa condição
agrava os efeitos colaterais que possam ser advindos.
Avalie os sintomas descritos pelos pacientes do centro, discuta com o professor e
descreva as recomendações nutricionais para cada caso:
Anorexia
Fadiga
Manual de Estágio

Náuseas e vômitos
Alteração de paladar e odor
Mucosite, estomatite, odinofagia, ulcerações na orofaringe
Xerostomia
Saciedade precoce
Diarreia
Constipação intestinal

Exercício 7: Caso Clínico


Dados pessoais e clínicos: Identificação: M.A.T., gênero masculino, branco, 49 anos,
natural de São Paulo (SP), casado, pai de uma filha adolescente. É publicitário, porém,
atualmente, não está trabalhando.
Queixa e duração: Passou mal enquanto fazia um “lanche” com amigos na padaria.
Admitido no pronto-socorro com pressão arterial de 180 x 110 mm Hg, queixa de hemiparesia
direita e rebaixamento do nível de consciência. Foi submetido a uma tomografia, a qual
indicou acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEH) esquerdo. No dia seguinte,
realizou-se drenagem de hematoma. Permaneceu treze dias entubado, com necessidade
de dieta enteral. Após extubação, foi introduzida dieta via oral, com evolução gradual da
consistência.
Antecedentes pessoais: Hipertensão arterial sistêmica (HAS), com baixa adesão ao
tratamento, fibrilação atrial.
Antecedentes familiares: Pai falecido de infarto agudo do miocárdio e mãe portadora
de HAS.
Hábitos de vida: Tabagista e sedentário.
Serviço Social

Medicamentos: Parou de tomar ácido acetilsalicílico (antiagregante plaquetário) e


cloridrato de amiodarona (antiarrítmico), dos quais fazia uso há 2 anos. Faz uso irregular de
captopril, anti-hipertensivo da classe dos inibidores da enzima conversora de angiotensina
(ECA). Durante a internação, passou a tomar todos eles, além de associar mais dois anti-
hipertensivos: anlodipino, da classe dos antagonistas do canal de cálcio, e clonidina, inibidor
adrenérgico de ação central.
Dados antropométricos
Histórico de peso corporal: Peso habitual = 100 kg; Peso atual = 110 kg (medido em
cama-balança); Estatura = 180 cm.

Ao longo da vida e mesmo após a descoberta da HAS, o paciente nunca se preocupou


com o peso corporal.
Avaliação do estado nutricional:
Índice de massa corporal (IMC) = 34 kg/m2
Circunferência abdominal = 124 cm
Circunferência do braço = 32 cm
Dobra cutânea tricipital = 15 mm (entre percentil 50 e 75*)
Área muscular do braço (sem osso) = 49,3 cm2 (entre percentil 25 e 50*)
Área gordurosa do braço = 63,4 cm2 (> percentil 95*)
Dados bioquímicos e clínicos
Exames laboratoriais
Creatinina = 1,54 mg/dL (normal = 0,8 a 1,3 mg/dL)
Ureia = 44 mg/dL (normal = 15 a 39 mg/dL)
Potássio = 4,7 mEq/L (normal = 3,5 a 5,0 mEq/L)
Manual de Estágio

Colesterol total = 220 mg/dL (limítrofe = 200 a 239 mg/dL)


HDL-C = 32 mg/dL (baixo = < 40 mg/dL)
LDL-C = 155 mg/dL (limítrofe = 130 a 159 mg/dL)
Triglicérides = 195 mg/dL (limítrofe = 150 a 200 mg/dL)
Glicemia = 114 mg/dL (normal = < 100 mg/dL)
Faça o diagnóstico nutricional e comente os dados bioquímicos deste paciente.

Exercício 8: Caso Clínico


Dados pessoais e clínicos: Identificação M.F., 48 anos, gênero masculino, solteiro,
comerciante, natural de São Paulo.
Queixa e duração: Chegou à sua primeira consulta ambulatorial com queixa de náuseas,
apetite reduzido, hálito urêmico, sonolência e cansaço, quadro que teve início há cerca de
três meses e que se intensificou no último mês; conclui-se que o paciente está apresentando
sintomatologia urêmica, desnutrição, hiperpotassemia e hiperfosfatemia; na data apresenta
pressão arterial = 170/110 mmHg e ausência de edema.
Dados antropométricos
História do peso corporal
Peso atual = 69 kg
Estatura = 172 cm
Avaliação do estado nutricional
IMC = 23,3 kg/m2 (eutrofia)
Adequação do peso = 110% (eutrofia)
Adequação da circunferência do braço = 96% (eutrofia)
Serviço Social

Adequação da circunferência muscular do braço = 88% (desnutrição leve)


Adequação da dobra cutânea tricipital = 104% (eutrofia)
Avaliação global subjetiva = 5 (desnutrição leve/moderada)
Manual de Estágio

Disciplina: Avaliação Nutricional Avançada


AULA 2
Título da Aula: Avaliação bioquímica em situações
Instituto de Ciências específicas
ROTEIRO 1
da Saúde

OBJETIVO: Entender e interpretar exames bioquímicos em situações específicas e realizar


o diagnóstico nutricional do indivíduo/paciente.
Material: Calculadora
Exercício 1: CIRROSE COM ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
Paciente: M.C.R., masculino, 65 anos.
Dados clínicos
Queixa principal: Desorientação com alteração do padrão sono/vigília (sonolência
excessiva) e recusa alimentar. Paciente dispneico. Apresenta diarreia.
História de doença pregressa: Cirrose hepática criptogênica. Paciente acompanhado há
um ano no ambulatório de hepatologia em virtude da encefalopatia hepática (EH) crônica
e síndrome hepatopulmonar. Evoluiu com piora da EH e função hepática. Nega episódios
de hemorragia digestiva e ascite.
Diagnóstico clínico: Cirrose hepática descompensada com EH grau II.
Exame Físico
Nível de consciência: desorientado
Cabelos: esparsos e com queda
Olhos e conjuntivas: hipocorados e ictéricos
Bola gordurosa de Bichat e musculatura temporal: depleção
Lábios: estomatite angular
Língua: sem alterações
Serviço Social

Gengivas: sangrantes
Unhas e dentes: sem alterações
Abdome: Escavado, indolor, sem ascite
Edema: ausente
Avaliação antropométrica
Peso atual: 60 kg
Peso usual: 72 kg
Estatura: 1,83 m
Exames Bioquímicos de jejum
Hemácias: 3,37 milhões/mm³; Hemoglobina: 11,1 g/dL; Hematócrito: 34,10%; Proteínas
totais: 6,7 g/mL; Albumina: 2,6 g/mL; Bilirrubina total: 2,3 mg/dL; Tempo de protrombina:
15s Globulina: 3,6 g/mL; Colesterol total: 250 mg/dL; LDL-colesterol: 159 mg/dL; HDL-
colesterol: 30mg/dL; Triglicérides: 44 mg/dL; Glicose: 98 mg/dL; AST: 86 U/I, ALT: 40 U/I;
GGT: 58 U/I.
Calcule o IMC e o Child-Pugh e classifique-os, em seguida avalie os exames laboratoriais,
o exame físico e faça o diagnóstico final.
Manual de Estágio

Tabela 1. Classificação de Child-Pugh.


Classificação de Child-Pugh
Pontos 1 2 3
Encefalopatia
ausente 1-2 3-4
hepática¹
Ascite ausente leve moderada/severa
Albumina > 3,5 2,8 - 3,5 < 2,8
Bilirrubina total² < 2,0 2,0 - 3,0 >3,0
Tempo de
1-4 4-6 >6
protrombina³

A: 5 - 6 pontos B: 7 - 9 pontos C: 10 - 15 pontos

Fonte: PUGH et al. (1973, p. 646).

Exercício 2: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ASSOCIADO A DIABETES MELITUS


TIPO 2 E DISLIPIDEMIA
Paciente: J.F.L., feminino, 45 anos.
Dados clínicos
Queixa principal: Paciente relata que engordou muito nos últimos 2 anos e se sente
muito cansada quando caminha percursos curtos ou sobe poucos degraus.
Exame Físico
Nível de consciência: LOTE (lúcido, orientado em tempo e espaço)
Cabelos: brilhosos sem queda
Olhos e conjuntivas: sem alterações
Bola gordurosa de Bichat e musculatura temporal: sem depleção
Lábios: sem alterações
Serviço Social

Língua: sem alterações


Gengivas: sem alterações
Unhas: sem alterações
Dentes: presentes, sem alterações
Abdome: sem alterações
Edema: ausente
Avaliação antropométrica
Peso atual: 79 kg
Peso usual: 65 kg
Estatura: 1,55 m
Exames Bioquímicos de jejum
Hemácias: 4,55 milhões/mm³; Hemoglobina: 14,4 g/dL; Hematócrito: 39,5%; Proteínas
totais: 6,7 g/mL; Albumina: 4,0 g/mL; Globulina: 2,7 g/mL; Colesterol total: 265 mg/dL; LDL-
colesterol: 161 mg/dL; HDL-colesterol: 40mg/dL; Triglicérides: 295 mg/dL; Glicose: 126 mg/
dL; Ureia: 30 mg/dL.
Sinais vitais
Pressão arterial: 153 x 108 mmHg
Temperatura: afebril
Frequência cardíaca: 95 bpm (70-100 bpm)
Calcule o IMC e classifique-o, em seguida avalie os exames laboratoriais, o exame físico
e faça o diagnóstico final.
Manual de Estágio

Exercício 3: DIABETES MELITUS TIPO 1 COM CETOACIDOSE


Paciente: K.M.O., masculino, 21 anos.
Dados clínicos
Queixa principal: Aumento excessivo de diurese, náuseas com vômitos intensos e cansaço.
História atual da doença: Paciente relata que no último mês perdeu cerca de 5 kg sem
fazer nenhuma restrição dietética. Há cerca de 10 dias observou a presença de poliúria com
grande volume urinário, polidipsia, astenia, náuseas, inapetência e vômitos ocasionais, até
que, no dia anterior à internação, relata seis episódios de vômitos em jato não responsivos
à medicação antiemética (metaclopramida) e astenia intensa. No momento da internação a
glicemia era de 320 mg/dL, com glucosúria. Foi feita a hidratação do paciente e administrada
a insulina de forma contínua até a reversão do quadro. Foi prescrita insulina NPH em dois
horários, pela manhã às 6h (antes do desjejum) e à noite às 23h (antes de dormir).
Exame Físico
Nível de consciência: letárgico
Cabelos: brilhosos – sem queda
Olhos e conjuntivas: hipocorados
Bola gordurosa de Bichat e musculatura temporal: sem depleção
Lábios: sem alterações
Língua: sem alterações
Gengivas: sem alterações
Unhas: sem alterações
Abdome: sem alterações
Edema: ausente
Avaliação antropométrica
Serviço Social

Peso atual: 51 kg
Peso usual: 56 kg
Estatura: 1,69 m
Perda de peso: 8,9% em 1 mês
Exames Bioquímicos de jejum
Hemácias: 4 milhões/mm³; Hemoglobina: 9,50 g/dL; Hematócrito: 33 %; Leucócitos
8.500 mil/mm³; Linfócitos: 3.000 mil/mm³; Plaquetas: 200.000 mil/mm³; Proteínas totais:
7,5 g/mL; Albumina: 4,0 g/mL; Globulina: 3,50 g/mL; Ferro: 30 µg/dL; Ferritina: 18 µg/
dL; Colesterol total: 180 mg/dL; LDL-colesterol: 110 mg/dL; HDL-colesterol: 65mg/dL;
Triglicérides: 180 mg/dL; Glicose: 320 mg/dL; Ureia: 38 mg/dL, Creatinina: 1,5 mg/dL; AST:
15 U/I, ALT: 18 U/I.
Sinais vitais
Pressão arterial: 110 x 70 mmHg
Temperatura: afebril
Frequência cardíaca: 70 bpm (70-100 bpm)
Diagnóstico clínico: Diabetes tipo 1 – cetoacidose diabética – anemia ferropriva.

Calcule o IMC e classifique-o, em seguida avalie os exames laboratoriais, o exame físico


e faça o diagnóstico final.

Exercício 4: NEOPLASIA DE ESÔFAGO


Paciente: A.J.D.A., masculino, 43 anos.
Dados clínicos
Histórico de doença atual: Dor na barriga e dor para engolir.
Manual de Estágio

Histórico de doença pregressa: Apresentou dois episódios de pneumonia, sendo que


ambos aconteceram há 23 anos. Nega diabetes melitus, hipertensão arterial e alergias.
Diagnóstico clínico: Carcinoma epidermoide de esôfago.
Exame Físico
Nível de consciência: LOTE
Cabelos: sem alterações
Olhos e conjuntivas: hipocorados
Bola gordurosa de Bichat e musculatura temporal: depleção
Lábios: sem alterações
Língua: sem alterações
Gengivas: sem alterações
Dentição: incompleta
Unhas: coiloníquas
Fossas supra e infraclaviculares: proeminentes
Perfusão de extremidades: reduzida
Consumo muscular interósseo: ausente
Abdome: escavado, doloroso à palpação
Edema: ausente
Avaliação antropométrica
Peso atual: 51,6 kg
Peso usual: 72 kg
Estatura: 1,64 m
Perda de peso: 28,3% em 3 meses
Serviço Social

Exames Bioquímicos de jejum


Hemácias: 3,5 milhões/mm³; Hemoglobina: 8,9 g/dL; Hematócrito: 28 %; Leucócitos
41,000 mil/mm³; Linfócitos: 2.460 mil/mm³; Plaquetas: 895.000 mil/mm³; Proteínas totais:
5,6 g/mL; Albumina: 1,8 g/mL; Globulina: 3,8 g/mL; Colesterol total: ND; LDL-colesterol:
ND; HDL-colesterol: ND; Triglicérides: ND; Glicose: 74 mg/dL; Ureia: 55 mg/dL, Creatinina:
1,3 mg/dL; AST: ND, ALT: ND.
Sinais vitais
Pressão arterial: 120 x 80 mmHg
Temperatura: afebril
Frequência cardíaca: 64 bpm (70-100 bpm)
Calcule o IMC e classifique-o, em seguida avalie os exames laboratoriais e o exame físico
e faça o diagnóstico final.
Manual de Estágio

Disciplina: Avaliação Nutricional Avançada


AULA 2
Título da Aula: Outras Variáveis Bioquímicas,
Instituto de Ciências ROTEIRO 2
Micronutrientes e Indicadores Prognósticos
da Saúde

OBJETIVO: Entender e interpretar outros parâmetros bioquímicos e realizar cálculos de


indicadores prognósticos do paciente.
Material: Calculadora
Exercício 1: Estudo de caso
Identificação: M.A.T., gênero masculino, branco, 49 anos, natural de São Paulo (SP),
casado, pai de uma filha adolescente.
Antecedentes pessoais: Hipertensão arterial sistêmica (HAS), com baixa adesão ao
tratamento, fibrilação atrial.
Queixa e duração: Passou mal e desmaiou enquanto lavava o carro em casa no fim
de semana. Admitido no pronto atendimento com pressão arterial de 180 x 110 mm Hg,
apresentando hemiparesia direita e rebaixamento do nível de consciência. Foi submetido a
uma tomografia, a qual indicou acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEH) esquerdo.
No dia seguinte, realizou-se drenagem de hematoma. Perdeu muito peso durante os treze
dias entubado e submetido à dieta enteral.
No 14º dia foram observados os seguintes dados antropométricos e de análises
bioquímicas:
Peso ao internar: 83 kg
Peso atual: 65 kg
Estatura: 1,83 m
Prega cutânea triciptal (PCT) = 16 mm
Serviço Social

Percentil 50 de PCT: 12 mm
Albumina = 3,6 (g%)
Transferrina = 160 (mg%)
Leucócitos = 3.500 p/mm³
Linfócitos = 984 p/mm³
Hematócrito = 28 (%)
Circunferência muscular do braço (CMB): 25 cm
Percentil 50 de CMB: 28,1cm
Hipersensibilidade cutânea (HC) = 3,5 mm

Avalie a situação atual do paciente calculando Índice Sugestivo de Desnutrição (ISD), o


Índice de Risco Nutricional (IRN) e o Índice de Prognóstico Nutricional (PNI) e classifique o
risco de desnutrição e a % de risco prognóstico.
Manual de Estágio

FÓRMULAS:
Tabela 2. Variáveis utilizadas para cálculo do ISD proposto por Waitzberg com respectivas
pontuações e pontos de corte.
Pontos de corte e Pontuação
Variável
Moderadamente
(Fórmula) Gravemente Reduzido
Reduzido
% Perda de peso (PP) 10 a 20 % Maior que 20%
% PP = (PH – PA)/PH x 100 1 2
% Peso corporal ideal 61 a 80 % Maior ou igual a 60 %
(peso atual/peso ideal x 100) 1 2
% Prega cutânea do tríceps 61 a 80 % Maior ou igual a 60 %
(PCT medida/PCT padrão percentil 50 x
1 2
100)
% Circunferência muscular do braço 61 a 80 % Maior ou igual a 60 %
(CMB medida/CMB padrão percentil 50
1 2
x 100)
2,4 a 2,9 mg/dL Menor que 2,4 mg/dL
Albumina
2 3
800 a 1199/mm³ Menor que 800 mm³
Linfócitos
1 2
Hematócrito
Masculino 37 a 43 Menor que 37
Feminino 31 a 37 Menor que 31
0 1

PA = peso atual (medido no momento da avaliação); PH = peso habitual (que é aquele


que o indivíduo usualmente apresenta quando está saudável); PCT = prega cutânea do
tríceps; CMB = circunferência muscular do braço.
Fonte: Waitzberg (1981); Bottoni et al. (2000, p. 279-94).
Serviço Social

Fórmula para PNI:

PNI = 158 – (16,6 x ALB) – (0,78 x PCT) – (0,2 x T) – (5,8 x HC)

Em que:
ALB = albumina sérica (g%); PCT = prega cutânea triciptal
T = transferrina sérica (mg%);
HC = hipersensibilidade cutânea (0 = não reator; 1 = diâmetro da induração < 5 mm; 2
= diâmetro de induração > 5mm)

Interpretação: Alto risco = > 50%


Risco intermediário = 40 a 49%
Baixo risco = < 40%
IRN = (1,489 x albumina sérica, g/l) + 41,7 x (peso atual/peso usual)
Permite a seguinte classificação:
a. IRN > 100 = não desnutrido;
b. IRN de 97,5 a 100 = desnutrição leve;
c. IRN de 83,5 a 97,4 = desnutrição moderada;
d. IRN abaixo de 83,5 = desnutrição grave.

Exercício 2: Caso clínico


Mulher com 48 anos de idade procurou assistência médica devido à sua palidez e fadiga
aos menores esforços. O exame clínico revelou anemia e o médico solicitou os seguintes
exames laboratoriais:
Manual de Estágio

Hemoglobina: 8,7 g/dL; HCM: 20,2 pg; VCM: 64,5 fl; Leucócitos: 7,7 x109/L; Plaquetas:
556,0 x109/L; Ferritina: 10,0 mg/L; Ferro Sérico: 6,0 mmol/L; CTLFe: 90,0 mmol/L; Vit. B12:
221,0 ng/L; Folatos: 8,2 mg/L.
Perguntas:
a) Como você faria a interpretação dos resultados laboratoriais?
b) Como você explicaria as causas da anemia?

Exercício 3: Caso clínico


Homem com 45 anos de idade e há 15 anos diagnosticado como portador de Doença
de Crohn foi submetido a várias cirurgias nos últimos dez anos. Sua mais recente cirurgia
envolveu a ressecção e anastomose do intestino delgado. Os exames realizados recentemente
mostraram os seguintes resultados:
Hemoglobina: 8,9 g/dL; HCM: 27,0 pg; VCM: 92,0 fl; RDW: 20,0 %; Leucócitos: 9,7
x109/L; Plaquetas: 398,0 x109/L; Ferro Sérico: 9,0 mmol/L; Ferritina: 10,0 mg/L; CTLFe: 80,0
mmol/L; Vt. B12: 12,0 ng/L; Folatos: 1,8 mg/L;
Interprete esses resultados.

Exercício 4: Caso clínico


Identificação: M.H.A., gênero feminino, 53 anos, casada, dois filhos, bancária aposentada.
Queixa e duração: Encaminhada ao nutricionista por apresentar hipercolesterolemia
isolada (aumento do colesterol total e/ou LDL-C) e alterações das enzimas hepáticas (AST
e GGT).
Antecedentes pessoais: Apresentando nos últimos anos perfil lipídico alterado,
obesidade visceral e oscilações nos níveis pressóricos (PAS = 120-129 mmHg e PAD = 80-
84 mmHg).
Serviço Social

Antecedentes familiares: A mãe faleceu de derrame aos 66 anos; tio materno por
morte súbita aos 43 anos, sendo o pai vivo e portador de dislipidemia e hipertensão
arterial sistêmica.
Hábitos de vida: Ex-tabagista (abandono do fumo há cinco anos). Fumava em média dez
cigarros ao dia. Consome aproximadamente três latas de cerveja semanalmente, sobretudo
aos finais de semana. Relata comer de tudo, dando preferência a salgados (pastel, coxinha
e empadinha) e doces (chocolate e geleia). Sedentária, não pratica atividade física desde a
adolescência e relata que anda muito pouco a pé.
Medicamentos: Não faz uso de medicamentos.
Histórico do peso corporal:
Peso atual: 71,1 kg
Peso habitual: 66,0 kg
Estatura: 169,5 cm
A paciente relatou que mantém esse peso há aproximadamente três anos, e o ganho,
conforme relatado, ocorreu em função de dois fatores: menopausa e aposentadoria.
Avaliação do estado nutricional
Índice de massa corporal (IMC) = 24,8 kg/m² (percentil 50*)
Circunferência abdominal (CA) = 89 cm (percentil 15**)
Dobra cutânea tricipital (DCT) = 17 mm (percentil 15**)
Área muscular do braço (AMB) = 29,2 cm (entre percentil 25 e 50**)
Porcentagem de gordura corporal (%GC): 27,2%
Exames laboratoriais:
Glicemia 86 mg/dL; Ácido úrico 3,4 mg/dL; Colesterol total 257 mg/dL; LDL-C 154,2 mg/
dL; HDL-C 82 mg/dL; TG 89 mg/dL; AST 50 U/mL.
Manual de Estágio

De acordo com as informações fornecidas, faça o diagnóstico nutricional e comente os


exames laboratoriais da paciente.

Exercício 5: Caso clínico
Identificação: M.C.K., gênero masculino, 63 anos, casado, três filhos, engenheiro civil.
História clínica: Os sintomas de esclerose lateral amiotrófica (ELA) se manifestaram há
1 ano e 2 meses, com alteração na fala, caracterizando o predomínio bulbar. O paciente
apresenta fraqueza em membros superiores, fasciculações, disfagia orofaríngea moderada
e dispneia aos pequenos esforços. Necessitava de ventilação não invasiva noturna (VNIN) e
no último mês apresentou uma perda de peso repentina de 9 kg.
Antecedentes pessoais: Hipertensão arterial sistêmica há 12 anos.
Antecedentes familiares: Mãe faleceu de câncer gástrico. Pai falecido subitamente.
Hábitos de vida: Nega etilismo ou tabagismo. É praticante de atividade física regular.
Realiza caminhadas três vezes/semana. Está em atividade profissional como diretor de
construtora civil, trabalhando em média 8 horas/dia, com nível médio de estresse.
Medicamentos: AAS (ácido acetilsalicílico) 100 mg 1 vez/dia, hidroclorotiazida 1 vez/
dia, oxandrolona 1 ampola a cada 15 dias, riluzol 1 comprimido a cada 12h, bromoprida
1 comprimido a cada 12h, ranitidina 1 comprimido a cada 12h. Deve-se notar que a
oxandrolona é um anabolizante não esteroide utilizado em pacientes com doenças
neuromusculares com o objetivo de preservar a força muscular por mais tempo.
Ingestão alimentar: Adequado às necessidades calóricas. Conteúdo proteico: 50 g/dia
DADOS ANTROPOMÉTRICOS: Estatura: 1,86 m; Peso habitual: 78 kg; Peso atual: 69
kg – IMC atual: 20 kg/m²; Circunferência de braço (CB) = 26,7 cm (percentil 90); Dobra
cutânea tricipital (DCT) = 18 mm (percentil 15); Dobra cutânea subescapular (DCSE) = 18
mm (percentil 50).
EXAMES LABORATORIAIS: Glicemia: 85mg/dL; Hemoglobina: 12,2 g/dL; Hematócrito:
Serviço Social

34,9%; Sódio: 141 mEq/L; Potássio: 4,3 mEq/L; Ureia 73 mg/dL; Albumina: 4,08 g/dL; Pré-
albumina: 12 mg/dL; Proteínas totais: 7,4 g/dL; TGO: 27 U/L; TGP: 49 U/L; Leucócitos:
6.600/mm³; Linfócitos: 21%; Fósforo: 3,8 mg/dL; Cálcio: 10 mg/dL; PCR: 4,5 mg/dL; alfa-1-
glicoproteína ácida: 145 mg/dL. Bilirrubina: 3,5 mg/dL; Excreção de Creatinina 29 mg em
24h; Transferrina: 150 mg%; Excreção de ureia: 15 g em 24h.
Analise o caso clínico e faça o diagnóstico nutricional considerando os exames
laboratoriais, a contagem total de linfócitos (CTL) para avaliar a competência imunológica
do paciente e o índice prognóstico inflamatório e nutricional (IPIN).
Como houve perda de peso recente e rápida é importante avaliar as possíveis perdas
proteicas deste paciente. Para isto será necessário avaliar o seu balanço nitrogenado (BN) e
índice creatinina-altura (ICA). Calcule o BN e o ICA, descreva quantos gramas de nitrogênio
(N2) ela está excretando por dia, qual sua % de ICA e classifique-os de acordo com as
referências; calcule o índice prognóstico desta paciente para classificá-la.

REFERÊNCIAS:
1. BOTTONI A.; OLIVEIRA G.P.C.; FERRINI M.T.; WAITZBERG D.L. Avaliação nutricional:
exames laboratoriais. In: WAITZBERG D.L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática
clínica. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2001. p. 279-94.
2. BOTTONI A.; OLIVEIRA G.P.C.; FERRINI M.T.; WAITZBERG D.L. Avaliação nutricional:
exames laboratoriais. In: WAITZBERG D.L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática
clínica. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. p.279-94.
3. IOM (INSTITUTE OF MEDICINE). Dietary reference intake: applications in dietary
assessment. Washington, DC: National Academy Press, 2000.
4. KAMIMURA, M. A.; SAMPAIO, L. R.; CUPPARI, L. Avaliação nutricional na prática
clínica. In: CUPPARI, L. et al. Nutrição: nas doenças crônicas não transmissíveis. Barueri, SP:
Manole, 2009.
5. MAICÁ, I.; SCHWEIGERT, D. Avaliação nutricional em pacientes graves. Revista
Manual de Estágio

Brasileira de Terapia Intensiva, Rua Joaquim Távora, SP, v. 20, n. 3, p. 10, jul./set. 2008.
6. MEDICINE IO. Dietary reference intakes. The essential guide to nutrient requirements.
Washington: National Academy Press, 2006.
7. OLIVEIRA, F. Avaliação do estado nutricional: avaliação bioquímica. In: SILVIA, S.
M. C.; MURA, J. D. A. P. (Ed.). Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo:
Rocca, 2007. p. 141-145.
8. PUGH R.N.H.; MURRAY-LYON I.M.; DAWSON J.L. et al. Transection of the esophagus
for bleeding oesophageal varices. Br J Surg 1973, 60:646-9.
9. ROSA, G. et al. Avaliação nutricional do paciente hospitalizado: uma abordagem
teórico-prática. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2008.
10. WAITZBERG D.L. Avaliação nutricional de pacientes no pré e pós-operatório de
cirurgia de aparelho digestivo. Método antropométrico e laboratorial. (Tese de Mestrado).
Universidade de São Paulo, 1981.
Serviço Social

Nome:_______________________________ RA:_______________ Data: ____/____/____


ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 1

1. Explique dois Inquéritos Dietéticos.

2. Comente sobre a relação entre os resultados de exames bioquímicos, os sinais clíni-


cos e a antropometria para o diagnóstico nutricional.

Visto do docente: _________________________________


Manual de Estágio

Nome:_______________________________ RA:_______________ Data: ____/____/____


ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 2

1. Comente brevemente quais os exames laboratoriais que devemos usar na prática


clínica para avaliação do estado nutricional.

2. Comente sobre: Índice Sugestivo de Desnutrição (ISD), Índice de Risco Nutricional


(IRN) e Índice de Prognóstico Nutricional (PNI).

Visto do docente: _________________________________

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