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Circuitos de 1ª ordem
OBJETIVOS GERAIS
Concretamente:
Como deduzir as funções de i(t) e v(t) dos circuitos
desde o instante t = to (s) ?
Circuito RC
1
1) Aplicando-se a 1a LK no nó 1, temos:
iR(t) iC(t)
−𝒊𝒔 𝒕 + 𝒊𝑹 𝒕 + 𝒊𝑪 𝒕 = 𝟎
is(t) R vR(t) C vC(t)
𝒗 𝒕 𝒅𝒗 𝒕
+𝑪 = 𝒊𝒔 𝒕
𝑹 𝒅𝒕
𝒅𝒗 𝒕 𝟏 𝟏
+ 𝒗 𝒕 = 𝒊𝒔 𝒕
𝒅𝒕 𝑹𝑪 𝑪
Circuito RL
1) 2a LK:
−𝒆𝒔 𝒕 + 𝒗𝑹 𝒕 + 𝒗𝑳 𝒕 = 𝟎
vR(t)
i(t)
es(t) CC
L vL(t) 𝑑𝑖 𝑡
𝑅𝑖 𝑡 + 𝐿 = 𝑒𝑠 𝑡
𝑑𝑡
𝒅𝒊 𝒕 𝑹 𝟏
+ 𝒊 𝒕 = 𝒆𝒔 𝒕
𝒅𝒕 𝑳 𝑳
Equações Diferenciais
dos circuitos RL e RC
Do circuito RL série, temos: Do circuito RC paralelo, temos:
𝒅𝒊 𝒕 𝑹 𝟏 𝒅𝒗 𝒕 𝟏 𝟏
+ 𝒊 𝒕 = 𝒆𝒔 𝒕 + 𝒗 𝒕 = 𝒊𝒔 𝒕
𝒅𝒕 𝑳 𝑳 𝒅𝒕 𝑹𝑪 𝑪
ESTAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS SÃO CLASSIFICADAS COMO:
De 1a ordem
(pois somente apresentam derivadas de primeira ordem da incógnita)
Ordinária
(pois não apresentam derivadas parciais, apenas derivada em relação a uma
única incognita, que por sua vez só depende de uma única variável (t))
Linear
(pois a função da incógnita e as suas derivadas são relacionadas de forma linear:
(𝑎𝑜 𝑦 𝑛 + 𝑎1 𝑦 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑦 = 𝑔(𝑡))
A coeficientes constantes
(tanto R, L como C não variam com o tempo)
Identificando os termos da equação
diferencial
Considere a seguinte equação diferencial de 1a ordem genérica:
𝟏
𝒙 𝒕 + 𝒙 𝒕 =𝒇 𝒕
𝝉
Onde:
o 𝒙 𝒕 é 𝑎 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑖𝑛𝑐ó𝑔𝑛𝑖𝑡𝑎
o 𝒙 𝒕𝒐 = 𝒙𝒐 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çã𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑑𝑥 𝑡
o 𝒙 𝒕 =
𝑑𝑡
𝒙 𝒕 = 𝒙𝒉 𝒕 + 𝒙𝒑 𝒕
A solução geral da A solução particular da
equação homogênea: xh(t) equação completa: xp(t)
Neste caso, consideramos que
f(t) = 0
Está relacionada com o
𝟏 comportamento da função x(t)
𝒙 𝒕 + 𝒙 𝒕 =𝟎
𝝉 para t
1o passo: Resolvendo a equação diferencial
homogênea para obter xh(t):
𝟏 𝟏
𝒙𝒉 𝒕 + 𝒙𝒉 𝒕 = 𝟎 → 𝒙𝒉 𝒕 = − 𝒙𝒉 𝒕
𝝉 𝝉
Vamos descartar a solução trivial, ou seja, xh(t) = 0
Pergunta-se:
Que função é igual a sua derivada, a menos de uma constante?
𝒑 𝒕−𝒕𝒐
𝟏 𝟏
𝑨𝒆 𝒑+ =𝟎 ⇒𝒑=−
𝝉 𝝉
Logo:
𝒕−𝒕𝒐
−
𝒙𝒉 𝒕 = 𝑨𝒆 𝝉
Analisando-se o efeito
da constante “ ” no circuito:
𝟏 − 𝒕−𝒕𝟎
𝒙 𝒕 + 𝒙 𝒕 =𝟎 𝒙𝒉 𝒕 = 𝑨𝒆
𝝉
Como se comporta a função xh(t) se >>> 0 para t > 0?
A função cai lentamente a zero
Como se comporta a função xh(t) para t> 0, se > 0 e for
pequeno?
A função xh(t) cai rapidamente a zero
tem unidade de…
“segundos”
é denominada…
CONSTANTE DE TEMPO
é um tipo de índice de mérito:
Quanto menor o do circuito, maior será a sua frequência de operação
Constante de tempo () de circuitos
vR(t)
de 1a ordem:
i(t)
1
iR(t) iC(t)
𝒙 𝒕 + 𝒙 𝒕 =𝟎
CC
𝝉
Circuito RL, Circuito RC,
considerando-se es(t)=0: considerando-se is(t)=0:
𝒅𝒊 𝒕 𝑹 𝒅𝒗 𝒕 𝟏
+ 𝒊 𝒕 =𝟎 + 𝒗 𝒕 =𝟎
𝒅𝒕 𝑳 𝒅𝒕 𝑹𝑪
𝑳
𝝉= 𝝉 = 𝑹𝑪
𝑹
Solução da equação diferencial homogênea
de circuitos de 1a ordem...
𝑳
𝒕−𝒕𝒐 𝝉=
− 𝑹
𝒙𝒉 𝒕 = 𝑨 𝒆 𝝉
𝝉 = 𝑹𝑪
𝒙 𝒕 = 𝒙𝒉 𝒕 + 𝒙𝒑 𝒕
𝒕−𝒕
− 𝝉𝟎 Para t, tende a
𝒙 𝒕 = 𝑨𝒆 + 𝒙𝒑 𝒕
zero...
𝒙 𝒕 = 𝒙𝒉 𝒕 + 𝒙𝒑 𝒕
Sendo agora conhecidos tanto 𝒙𝒑 𝒕 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜 𝒙 𝒕𝒐 , teremos:
(𝑡0 −𝑡0 )
−
𝑥 𝑡𝑜 = 𝑨𝑒 𝜏 + 𝑥𝑝 𝑡𝑜
𝑨 = 𝒙 𝒕𝒐 − 𝒙 𝒑 𝒕𝒐
Com isso, determinamos a resposta da solução completa da equação diferencial
de 1ª ordem para circuitos RL ou RC:
𝑡−𝑡𝑜
−
𝑥 𝑡 = 𝐴𝑒 𝜏 + 𝑥𝑝 𝑡
Exemplo 1:
Resposta do Circuito RL à Função Degrau
Considere:
vR(t) 𝑖 𝒕𝒐 = 𝒊𝒐
i(t) 𝒆𝒔 𝒕 = 𝑬𝑯 𝒕 − 𝒕𝒐
R
𝒊 𝒕 = 𝒊𝒉 𝒕 + 𝒊𝒑 𝒕
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑒 𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑛𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜?
𝑳
𝝉=
𝑹
Resposta completa será:
𝒕−𝒕
− 𝑳 𝒐
𝒊 𝒕 = 𝑨𝒆 𝑹 + 𝒊𝒑 𝒕
Resolução do exemplo 1, continuação
𝒕−𝒕
− 𝑳 𝒐
Dado que: 𝒊 𝒕 = 𝑨𝒆 𝑹 + 𝒊𝒑 𝒕
vR(t)
𝑡−𝑡
− 𝐿 𝑜
a2) 𝐴𝑒 𝑅 0 i(t)
R
𝑬
𝑨𝒔𝒔𝒊𝒎: 𝒊𝒑 𝒕 = -
L vL(t)
𝑹 es(t) = E
Resolução do exemplo 1, continuação
a3) Analisando-se agora o comportamento do circuito para t = to:
temos a condição inicial a ser considerada:
vR(t)
i(t)
𝒊 𝒕 = 𝒕𝒐 = 𝒊 𝒐
R
𝑡−𝑡
− 𝐿 𝑜 𝐸
𝐷𝑎𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑖 𝑡 = 𝐴𝑒 𝑅 + L vL(t)
𝑅 -
es(t) = E
𝐸 𝑬
𝑖 𝑡 = 𝑡𝑜 = 𝐴 + = 𝑖𝑜 𝑨 = 𝒊𝟎 −
𝑅 𝑹
𝒕−𝒕
𝑬 − 𝑳 𝟎 𝑬
𝒊 𝒕 = 𝒊𝟎 − 𝒆 𝑹 + ; 𝒕 ≥ 𝒕𝒐
𝑹 𝑹
Análise no Tempo da Resposta
do Circuito RL ao Degrau
𝒕−𝒕 𝒕−𝒕
𝑬 − 𝑳 𝟎 𝑬 −
𝒕−𝒕𝒐 𝑬 − 𝑳 𝒐
𝒊 𝒕 = 𝒊𝟎 − 𝒆 𝑹 + 𝒊 𝒕 = 𝒊𝒐 𝒆 𝑳/𝑹 + 𝟏− 𝒆 𝑹
𝑹 𝑹 𝑹
𝒊 𝒕 = 𝒊𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒕 + 𝒊𝒇𝒐𝒓ç𝒂𝒅𝒂 𝒕
𝒊 𝒕 = 𝒊𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒊𝒕ó𝒓𝒊𝒂 𝒕 + 𝒊𝒑𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒕
Se: 𝒆𝒔 𝒕 = 𝟎 → 𝑬 = 𝟎
dizemos que o circuito está “livre” e a resposta
Sendo que: se reduz a: Não depende de
𝒕−𝒕 fontes externas
− 𝑳 𝒐
𝑡−𝑡
− 𝐿 𝑜
𝒊𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒕 = 𝒊𝒐 𝒆 𝑹 , 𝒕 ≥ 𝒕𝒐
𝐸
𝑖𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖𝑡ó𝑟𝑖𝑎 𝑡 = 𝑖0 − 𝑒 𝑅
𝑅
condições iniciais
Se: io = 0 e es(t) = E H(t - to), nulas (c.i.= 0)
𝐸 dizemos que o circuito apresenta a “resposta
𝑖𝑝𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑡 = forçada”, devido somente à função de excitação:
𝑅 𝒕−𝒕𝒐
𝑬 − 𝑳
𝒊𝒇𝒐𝒓ç𝒂𝒅𝒂 𝒕 = 𝟏−𝒆 𝑹 , 𝒕 ≥ 𝒕𝒐
𝑹
Dados numéricos do exemplo 1:
Assuma que:
io = 2A; L = 1 H, R = 2 , es(t) = 12 H(t)
Logo:
𝒕
𝑡 −𝑳
𝐸 −𝐿 𝒊𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒕 = 𝒊𝒐 𝒆 𝑹, 𝒕 ≥ 𝒕𝒐
𝑖𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖𝑡ó𝑟𝑖𝑎 𝑡 = 𝑖0 − 𝑒 𝑅
𝑅
𝒕 𝒕
− 𝟎,𝟓 − 𝟎,𝟓
𝒊𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒊𝒕ó𝒓𝒊𝒂 𝒕 = −𝟒 𝒆 (A, s) 𝒊𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒕 = 𝟐 𝒆 , 𝒕≥𝟎
𝒕
𝑬 −
𝒊𝒑𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒕 = =𝟔𝐀 𝒊𝒇𝒐𝒓ç𝒂𝒅𝒂 𝒕 = 𝟔 𝟏 − 𝒆 𝟎,𝟓 , 𝒕≥𝟎
𝑹
Comportamento do circuito graficamente:
Resposta transitória do circuito RL série 2,0
Corrente livre do circuito RL série
0
ilivre (t), A
itransitória(t) (A) 1,5
-1
𝒕 𝒕
− −
−𝟒 𝒆 𝟎,𝟓 𝟐𝒆 𝟎,𝟓
-2 1,0
-3 0,5
-4 0,0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
6
ipermanente(t), (A)
iforçada(t), A
4 𝑬 4
=𝟔𝐀 3 −
𝒕
𝑹 𝟔 𝟏−𝒆 𝟎,𝟓
2 2
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
tempo, t (s) tempo, t (s)
8 8
6 6
icompleta(t), A
icompleta(t), A
4 4
2 2
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
tempo, t (s) tempo, t (s)
Conclusões Parciais
• Obter a resposta das funções i(t) e v(t) nos circuitos RC ou RL
corresponde à solução de equações diferenciais ordinárias de
1a ordem;
• Escrever a resposta−(𝒕−𝒕𝒐)
completa das incógnitas em função do
tempo: 𝒙 𝒕 = 𝑨 𝒆 + 𝒙𝒑 𝒕 .
Para os circuitos de 1ª ordem, não é necessário obter a equação diferencial toda vez
que for resolver um exercício.