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MEC 002 - Escoamentos de Fluidos Viscosos - 2a Prova -

23/06/2021
Profs. Guilherme H. Fiorot/ Sergio V. Möller

Nome: Robson Eduardo dos Anjos Schneider Cartão: 00331840

Questões
1 (1,0 ponto) 1

2 (0,5 ponto) 0,5

3 (0,5 ponto) 0,5

4 (0,5 ponto) 0

5 (0,5 ponto) 0,5

6 (0,5 ponto) 0,5

7 (0,5 ponto) 0,4

8 (0,5 ponto) 0,5

9 (0,5 ponto) 0

10 (0,5 ponto) 0

11 (0,5 ponto) 0,5

12 (0,5 ponto) 0,5

13 (0,5 ponto) 0,5

14 (1,0 ponto) 1

15 (1,0 ponto) 0

16 (0,5 ponto) 0

17 (0,5 ponto) 0

Nota Final 6,4


Observação: as correções estão realçadas com cor amarela

Questão 1:

Admitindo diâmetros, velocidade e área projetada iguais, no escoamento de ar em esferas com


rugosidades diferentes, a esfera que possui maior rugosidade tem maior força de arrasto do que
a esfera de rugosidade menor. Isso ocorre devido ao desprendimento da camada limite
tornando o escoamento turbulento no entorno da mesma, porém quando a velocidade aumenta
e ambas estão no regime turbulento a esfera menos rugosa tem a maior força de arrasto que a
esfera mais rugosa.

Questão 2:

Transição é definida como a passagem do escoamento laminar para o escoamento turbulento.


Separação é definida como o afastamento da camada limite do contorno quando há mudança
no sentido da elevação da velocidade (proporcionada por um gradiente de pressão adverso).

Questão 3:

No caso “a” da figura do enunciado (equação da estabilidade sem atrito resolvida para um perfil
de velocidade com ponto de inflexão), até mesmo para Re = ∞ existe uma faixa de comprimento
onde haverá instabilidade.

Quando os efeitos viscosos são desprezíveis (Re → ∞), a equação de Orr-Sommerfeld é chamada
de Equação de Rayleigh:

(𝑈 − 𝑐)(𝜙′′ − 𝛼²𝜙) − 𝑈′′𝜙 = 0

O 1º Teorema de Rayleigh diz que perfis de velocidade que possuem um ponto de inflexão são
instáveis, sendo essa uma condição necessária para a ocorrência da instabilidade, e ainda
constituem uma condição suficiente para a amplificação das perturbações.

O 2º Teorema de Rayleigh diz que a velocidade de propagação das perturbações neutras em


uma camada-limite é menor que a velocidade máxima do escoamento principal. Ele assegura
que no interior do escoamento, existe uma camada onde, para perturbações nulas, temos: 𝑈 −
𝐶 = 0. A camada onde a equação anterior é válida corresponde a um ponto de singularidade na
equação da estabilidade sem atrito. Neste ponto, 𝜙 torna-se infinito se U’’ não desaparecer
simultaneamente. A distância onde U = C é chamada de camada crítica do escoamento principal.

Questão 4:

𝑓 ∝ 𝑘 ⇌ 𝑐 (𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑜𝑛𝑑𝑎)
𝜌𝑈∞ 𝐷
𝑈∞ ∝ 𝑅𝑒 =
𝜇
Questão 5:

Temos duas equações devido a tridimensionalidade do problema e, também, porque a


decomposição de Reynolds pede que todos os componentes da velocidade e pressão sejam
escritos usando um termo relativo a média temporal e outro termo relativo a flutuação. Dessa
forma:

𝑢 = 𝑢̅ + 𝑢′
𝑣 = 𝑣̅ + 𝑣 ′
𝑤=𝑤
̅ + 𝑤′
Inserindo as equações acima na Equação da Continuidade:
𝜕𝑢̅ 𝜕𝑢′ 𝜕𝑣̅ 𝜕𝑣 ′ 𝜕𝑤̅ 𝜕𝑤 ′
+ + + + + =0
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧
Para que a condição de balanço de massa seja atendida, a soma das velocidades média deve ser
0. Portanto:
𝜕𝑢̅ 𝜕𝑣̅ 𝜕𝑤
̅
+ + = 0 → 𝑑𝑖𝑣 𝑉̅ = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Como consequência, a Equação da Continuidade fica:
𝜕𝑢′ 𝜕𝑣 ′ 𝜕𝑤 ′
+ + = 0 → 𝑑𝑖𝑣 𝑉 ′ = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Como mostrado na equação acima, a soma das flutuações da velocidade também é nula.

Questão 6:

Um escoamento turbulento é caracterizado por:

• Irregularidade: uma análise determinística é impossível, trabalha-se com métodos


estatísticos;
• Difusividade: produz a mistura do fluido, aumenta a transferência de calor, retarda a
separação da camada limite;
• Elevados número de Reynolds: a turbulência surge normalmente por uma instabilidade
do escoamento laminar quando o número de Reynolds cresce;
• Tridimensionalidade da vorticidade: a turbulência é rotacional e tridimensional, com
flutuações tridimensionais da vorticidade (escoamentos vorticais bidimensionais não
são considerados turbulentos);
• Dissipação: escoamentos turbulentos são sempre dissipativos e a viscosidade
transforma o movimento turbulento de pequenas escalas em calor;
• Meio contínuo: a menor escala de turbulência é maior que a escala molecular.

Em um escoamento, vórtices são formados junto à superfície devido a um gradiente de pressão.


Esses vórtices atuam como “rolamentos aerodinâmicos” e são carregados pelo escoamento, (i.e.
o escoamento principal escoe sobre os vórtices). O arranjo desses vórtices é chamado de esteira
de von Kármán. A esteira de von Kármán não pode ser considerada escoamento turbulento pois
não é irregular e ocorre basicamente em 2 dimensões.

Questão 7:
𝑢̅
𝑢+ =
𝑢∗
𝑦𝑢∗
𝑦+ =
𝜈
u+ é a relação adimensional entre a velocidade média (temporal) e a velocidade de fricção.
y+ é a intensidade de perturbação,

A e B são constantes.

𝐴 = 1/𝜅
𝐵 = 𝑙𝑛𝛽 (5,5 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑢𝑏𝑜 𝑙𝑖𝑠𝑜)

Questão 8:
𝜕𝑢̅ 𝑢̅𝜕𝑢̅ 𝑣̅ 𝜕𝑢̅ 𝑤̅𝜕𝑢̅
𝜌( + + + )
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝜕𝑝̅ 𝜕 2 𝑢̅ 𝜕 2 𝑢̅ 𝜕 2 𝑢̅ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑢 ′ 𝑢′ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑢 ′𝑣 ′ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑢 ′𝑤 ′
=𝑋− + 𝜇 ( 2 + 2 + 2) − 𝜌 ( + + )
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Termo Significado
𝑿 Forças de campo
𝝏𝒑̅
Forças de pressão
𝝏𝒙
𝝏𝟐 𝒖
̅ 𝝏𝟐 𝒖̅ 𝝏𝟐 𝒖
̅
𝝁( 𝟐
+ 𝟐
+ 𝟐) Forças de atrito
𝝏𝒙 𝝏𝒚 𝝏𝒛

̅ 𝒖
𝝏𝒖 ̅ 𝝏𝒖
̅ 𝒗 ̅𝝏𝒖̅ 𝒘̅ 𝝏𝒖
̅
𝝆( + + + ) Forças de inércia
𝝏𝒕 𝝏𝒙 𝝏𝒚 𝝏𝒛

̅̅̅̅̅̅
𝝏𝒖 ′ 𝒖′ ̅̅̅̅̅̅
𝝏𝒖 ′ 𝒗′ ̅̅̅̅̅̅
𝝏𝒖 ′ 𝒘′
𝝆( + + ) Tensões aparentes
𝝏𝒙 𝝏𝒚 𝝏𝒛

̅
𝝏𝒖
Aceleração local
𝝏𝒕
̅ 𝝏𝒖
𝒖 ̅ 𝒗 ̅𝝏𝒖̅ 𝒘̅ 𝝏𝒖
̅
+ + Aceleração convectiva
𝝏𝒙 𝝏𝒚 𝝏𝒛

Questão 9:

𝑆𝑢𝑏𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑎 ≠ 𝑢+ = 𝑦 +
𝑦 + ≤ 5 ; 𝜆 = 𝜆(𝑅𝑒)
𝜖
𝑦 + ≥ 70 ; 𝜆 = 𝑓 ( )
𝐷
𝑢+ = Δ𝑙𝑛𝑦 + + 𝐵
𝑘𝑠 𝑢 +
≤ 5; 𝜆 = 𝜆(𝑅𝑒)
𝜈
𝑘𝑠 𝑢 +
5< < 70; 𝜆 = 𝑓(𝑅𝑒, 𝜖/𝐷)
𝜈
𝑘𝑠 𝑢 +
≥ 70; 𝜆 = 𝑓(𝜖/𝐷)
𝜈
Questão 10:

No escoamento turbulento, existem perturbações transversais significativas que produzem


componentes de velocidade na direção perpendicular ao fluxo principal. O perfil de velocidade
é mais uniforme que o laminar, o perfil turbulento tem inclinação mais próximo da parede do
que o laminar. Nos escoamentos turbulentos, os vórtices são gerados por cisalhamentos ou
gravidade em várias escalas. Os grandes vórtices retiram energia do escoamento principal e a
transferem para vórtices menores até reduzirem o movimento molecular na escala de energia
de Kolmogorov.

Questão 11:

A viscosidade turbilhonar (ϵ) corresponde a viscosidade cinemática no escoamento laminar.


̅̅̅̅̅̅
𝑢′ 𝑣 ′
𝜖 = −𝜌
𝜌𝜕𝑢̅
𝜕𝑦
O comprimento de mistura é a distância percorrida transversalmente ao escoamento por uma
partícula conservando sua quantidade de movimento.

Questão 12:

Problemas de fechamento são problemas onde há mais incógnitas do que equações disponíveis.
A solução de um escoamento turbulento requer o uso de variáveis adicionais, surgidas através
da decomposição de Reynolds. Dessa forma, o problema não é mais “fechado”, já que a
quantidade de incógnitas é superior a quantidade de equações.

Questão 13:

O escoamento que incide em carros, aviões e navios é, normalmente, turbulento. O arame de


tropeço não teria eficácia na redução do arrasto. Além disso, o arame poderia aumentar a
resistência ao escoamento e prejudicar a aerodinâmica (e, consequentemente, a velocidade)
desses meios de transporte. Veículos (navios, carros de corrida, aviões) devem respeitar uma
“rugosidade admissível” a fim de reduzir o coeficiente de arraste para não ter sua aerodinâmica
comprometida.

O mesmo não é, necessariamente, observado no escoamento que atua na esfera. Neste caso,
para evitar a separação da camada limite, é adicionado o arame de tropeço. O arame atrasa a
separação, diminuindo o gradiente adverso de pressão e deslocando o ponto de separação mais
a jusante da esfera. Contudo, se o escoamento fosse laminar, agora seria turbulento, em função
da rugosidade adicionada.

Questão 14:

Hipóteses simplificativas:

1. Escoamento em regime permanente;


2. Não há forças de campo atuando no escoamento;
3. A pressão está em função da coordenada x;
4. Placa infinita nas coordenadas x e z;
5. Escoamento na coordenada x.
𝜕𝑢̅ 𝑢̅𝜕𝑢̅ 𝑣̅ 𝜕𝑢̅ 𝑤̅𝜕𝑢̅ 1 𝜕𝑝̅ 𝜕 2 𝑢̅ 𝜕 2 𝑢̅ 𝜕 2 𝑢̅ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑢 ′ 𝑢′ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑢 ′𝑣 ′ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑢 ′𝑤 ′
+ + + =𝑋− + 𝜈 ( 2 + 2 + 2) − ( + + )
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜌 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

(1) (4) (5) (4) (2) (4) (4) (4) (4)

1 𝜕𝑝̅ ̅̅̅̅̅̅
𝜕 2 𝑢̅ 𝜕𝑢 ′𝑣 ′
0=− +𝜈 2−
𝜌 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦

Equação da continuidade:
𝜕𝑢̅ 𝜕𝑣̅ 𝜕𝑤
̅ 𝜕𝑢̅
+ + =0→ =0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥
𝜕𝑢′ 𝜕𝑣 ′ 𝜕𝑤 ′
+ + =0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Condições de contorno:

𝑦 = 0 → 𝑢̅ = 𝑢′ = 𝑣 ′ = 0
𝜕𝑢̅
𝑦=𝛿→ =0
𝜕𝑦

Questão 15:
𝜈𝑡 𝑑𝑢̅ 𝑦 2
̅̅̅̅̅̅
−𝑢 ′𝑣′ = = 𝐶𝑈02 ( )
𝑑𝑦 𝛿
𝑑𝑢̅ 𝑑 𝑦 1 𝑈0
= [𝑈0 (1 − log ( ))] = −
𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝛿 2,3 𝑦
𝑑𝑢̅ 1 𝑈0
| |=
𝑑𝑦 2,3 𝑦
1 𝑈0 𝑦 2
𝜈𝑡 ( ) = 𝐶𝑈02 ( )
2,3 𝑦 𝛿
2,3𝐶𝑈0 𝑦 3
𝜈𝑡 =
𝛿2

Questão 16:
𝜖 𝜖
~
𝛿 𝐷
𝛿2 > 𝛿1
O problema começa em escoamento turbulento hidraulicamente rugoso e termina em
hidraulicamente liso. As tensões nas paredes vão diminuindo ao longo da coordenada x.

Questão 17:

Hipóteses:
𝜕𝑝
1. 𝜕𝑥
<0
2. 𝑓⃗ = 0
𝜕
3. 𝜕𝑥
=0
𝜕
4. 𝜕𝑡
=0
5. 𝑣̅ 𝑒 𝑤
̅ ≪ 𝑢̅

𝜕𝑢̅ 𝑢̅𝜕𝑢̅ 𝑣̅ 𝜕𝑢̅ 𝑤̅𝜕𝑢̅ 1 𝜕𝑝̅ ̅̅̅̅̅̅


𝜕𝑢 ′ 𝑢′ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑢 ′𝑣 ′ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑢 ′𝑤 ′
𝜌( + + + )=− + 𝜇∇2 𝑢̅ − 𝜌 ( + + )
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜌 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕𝑣̅ 𝑢̅𝜕𝑣̅ 𝑣̅ 𝜕𝑣̅ 𝑤̅𝜕𝑣̅ 1 𝜕𝑝̅ ̅̅̅̅̅̅


𝜕𝑣 ′ 𝑢′ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑣 ′𝑣′ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑣 ′𝑤′
𝜌( + + + )=− + 𝜇∇2 𝑣̅ − 𝜌 ( + + )
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜌 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕𝑣̅ 𝑢̅𝜕𝑤̅ 𝑣̅ 𝜕𝑤
̅ 𝑤 ̅𝜕𝑤̅ 1 𝜕𝑝̅ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑤 ′ 𝑢′ ̅̅̅̅̅′ 𝜕𝑤
𝜕𝑤𝑣 ̅̅̅̅̅̅̅
′𝑤′
𝜌( + + + )=− + 𝜇∇2 𝑤
̅ −𝜌( + + )
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜌 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

1 𝜕𝑝̅ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑢 ′𝑣 ′ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑢 ′𝑤 ′
0=− + 𝜇∇2 𝑢̅ − 𝜌 ( + )
𝜌 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑣 ′𝑣′ ̅̅̅̅̅̅
𝜕𝑣 ′𝑤′
0 = −𝜌 ( + )
𝜕𝑦 𝜕𝑧
̅̅̅̅̅′ 𝜕𝑤
𝜕𝑤𝑣 ̅̅̅̅̅̅̅
′𝑤′
0 = −𝜌 ( + )
𝜕𝑦 𝜕𝑧

Condições de contorno:

𝑢̅(𝜕Ω) = 0
𝑣̅ (𝜕Ω) = 0
𝑤
̅(𝜕Ω) = 0

𝑢′(𝜕Ω) = 0
𝑣′(𝜕Ω) = 0
𝑤′(𝜕Ω) = 0

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