Você está na página 1de 45

O Conceito de

Limite
O Problema do cálculo da área

𝐴 = lim 𝐴𝑛
𝑛→+∞
O Problema do cálculo da área

𝐴(𝑅) = lim ෍ 𝑅𝑘
𝑛→+∞
𝑘=0
O Problema da velocidade
Quando o velocímetro de um carro aponta para 90 km/h, o que essa informação
indica? Sabemos que, se a velocidade permanecer constante, após uma hora o carro
terá percorrido 90 km.

Porém, se a velocidade do carro variar,


qual o significado de, a velocidade ser,
num dado momento, 90 km/h?
O Problema da velocidade
Para analisar essa questão, vamos examinar o movimento de um carro percorrendo uma
estrada reta e supondo que possamos medir a distância percorrida por ele (em metros) em
intervalos de 2 segundos, como na tabela a seguir

A velocidade média no intervalo de tempo 𝑡 ∈ 4,8 , por exemplo, é dada por


𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 43−10
= = 8.25 𝑚/𝑠
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜 8−4
25−10
A velocidade média no intervalo 4,6 é = 7.5 𝑚/𝑠.
6−4

Mas qual será a velocidade no instante 𝑡 = 4?


O Problema da velocidade
Para ajudar-nos a responder essa questão, vamos analisar a velocidade do carro
em instantes do tempo próximo a 𝑡 = 4. Imaginemos que a distância
percorrida foi medida em intervalos de 0,2 segundos, como na tabela a seguir:

16.80−10.00
A velocidade média nos intervalos 4,5 é dada por = 6.8 𝑚/𝑠
5−4

A velocidade média nos intervalos 4,6 , 4,5 , 4,4.8 , 4,4.6 , 4,4.4 , 4,4.2
pode ser muito diferente da velocidade média durante um pequeno intervalo
de tempo que começa em 𝑡 = 4.
➢ A velocidade média nos intervalos 4,6 , 4,5 , 4,4.8 , 4,4.6 , 4,4.4 , 4,4.2 é:

e a medida que t se aproxima de 4, as velocidades médias em intervalos cada vez


menores, aproximam-se de 5.
➢ Se definirmos a distância percorrida como uma função do tempo 𝑢 𝑡 ,
então 𝑢 𝑡 é o número de metros percorridos após 𝑡 segundos.
➢ Assim, a velocidade média no intervalo de tempo 4, 𝑡 é: 𝑢 𝑡 −𝑢 4
𝑡−4
➢ A velocidade 𝑣 no instante 𝑡 = 4 é o valor-limite da velocidade média
quando 𝑡 aproxima-se de 4, isto é, 𝑢 𝑡 −𝑢 4
𝑣 = lim
𝑡→4 𝑡−4
O Problema da velocidade
➢ Suponha que uma partícula move-se ao longo do gráfico da função 𝑢 = 𝑢 𝑡 .
➢ Se 𝑎, 𝑏 é um pequeno intervalo contido no domínio de 𝑢, a velocidade
média da partícula no intervalo 𝑎, 𝑏 é: 𝑢 𝑏 −𝑢 𝑎
𝑣𝑎𝑏 =
𝑏−𝑎
➢ A velocidade instantânea de uma
partícula que se move ao longo do
gráfico da função 𝑢 = 𝑢 𝑡 em 𝑡 = 𝑡0 ,
é 𝑢 𝑡 − 𝑢 𝑡0
𝑣 𝑡0 = lim
𝑡→𝑡0 𝑡 − 𝑡0
O Problema da tangente
O Problema da tangente
Considere o problema de determinar a reta tangente 𝑡 ao gráfico da função 𝑓, num dado
ponto 𝑃, isto é determinar a reta que toca o gráfico da função 𝑓 apenas no ponto 𝑃,
como na Figura seguinte:

Como 𝑃 é um ponto sobre a reta tangente, podemos


encontrar a equação de 𝑡 se conhecermos sua inclinação
𝑚. Pois a equação da reta tangente ao gráfico de 𝑓 no
ponto 𝑃 = (𝑎, 𝑓 𝑎 ) é dada por
𝑦−𝑓 𝑎 =𝑚 𝑥−𝑎
O problema está no fato de que, para calcular a
inclinação (taxa de variação), é necessário conhecer dois
pontos e, sobre 𝑡, temos somente o ponto 𝑃 .
O Problema da tangente
Para contornar esse problema,
determinamos primeiro uma aproximação
para 𝑚, tomando sobre a curva um ponto
próximo 𝑄 e calculando a inclinação 𝑚𝑃𝑄 da
reta secante ao gráfico da função 𝑓, que
passa por 𝑃 e 𝑄 = 𝑥, 𝑓 𝑥 :

𝒇 𝑥 −𝒇 𝒂
𝑚𝑃𝑄 =
𝑥−𝒂
O Problema da tangente
Imagine agora o ponto 𝑄 movendo-se ao longo da curva em direção a 𝑃.

A medida que 𝑥 aproxima-se de 𝑎, 𝒇 𝑥


aproxima-se de 𝒇 𝒂 e a inclinação da reta
secante, 𝑚𝑃𝑄 , fica cada vez mais próxima da
inclinação da reta tangente, 𝑚, isto é

𝒇 𝒙 −𝒇 𝒂
𝑚 = 𝐥𝐢𝐦
𝒙→𝒂 𝒙−𝒂

que é o mesmo conceito que a velocidade 𝑣


no instante 𝑡 = 𝑎.
O Problema da tangente
Limite de uma sucessão
O paradoxo de Aquiles e a Tartaruga (o segundo paradoxo de Zenão )

Diz respeito a uma corrida entre o herói grego


Aquiles e uma tartaruga para a qual foi dada uma
vantagem inicial. Zenão argumentava que Aquiles
jamais ultrapassaria a tartaruga: se ele começasse em
uma posição 𝑎1 e a tartaruga em 𝑡1 , quando ele
atingisse o ponto 𝑎2 = 𝑡1 , a tartaruga estaria adiante,
em uma posição 𝑡2 . No momento em que Aquiles
atingisse 𝑎3 = 𝑡2 , a tartaruga estaria em 𝑡3 . Esse
processo continuaria indefinidamente e, dessa forma,
aparentemente a tartaruga estaria sempre à frente.
Limite de uma sucessão

As posições sucessivas de Aquiles e da Tartaruga são


respetivamente (𝑎1 , 𝑎2 , 𝑎3 … ) e 𝑡1 , 𝑡2 , 𝑡3 … , e são
conhecidas como sucessões.
Em geral, uma sucessão de números 𝑥𝑛 𝑛∈ℕ é um
conjunto de números escritos em uma ordem definida.
1 1 1 1
Por exemplo, 1, , , , … , onde 𝑥𝑛 = é o termo de
2 3 4 𝑛
ordem n da sucessão.
Essa sucessão pode ser visualizado marcando os seus
termos sobre uma reta real (imagem a), ou desenhando
seu gráfico (imagem b).
Limite de uma sucessão
1
• Os termos da sequência 𝑥𝑛 = tornam-se cada vez mais próximos de 0 à medida
𝑛
1
que n cresce. Dizemos, então, que o limite da sucessão é 0 e escrevemos lim = 0.
𝑛→+∞ 𝑛

• Em geral, se os termos 𝑥𝑛 tendem para um número 𝐿, quando 𝑛 torna-se grande,


dizemos, que o limite da sucessão 𝑥𝑛 é 𝐿 e escrevemos lim 𝑥𝑛 = 𝐿.
𝑛→+∞

• O conceito de limite de uma sucessão de números ocorre sempre que usamos a


representação decimal de um número real. Por exemplo, na sucessão:
3.1, 3.14, 3.141, 3.1415, 3.14159, …
𝑥1 = 3.1, 𝑥2 = 3.14, 𝑥3 = 3.141, 𝑥4 = 3.1415, 𝑥5 = 3.14159, …
𝒍𝒊𝒎 𝒙𝒏 = 𝝅
𝒏→+∞
Limites de funções reais de variável real

2𝑥 2 −𝑥−1
➢ Considere, por exemplo, a função 𝑓 𝑥 = . Qual é o domínio de 𝑓?
𝑥−1

➢O domínio de 𝑓 é ℝ\ 1 .

➢ Qual é o valor da função 𝑓, quando os valores de 𝑥 se aproximam de 1, mas não


chegam a ser exatamente 1?

➢ Para responder essa questão, podemos construir uma tabela de valores de 𝑥


aproximando-se de 1, pela esquerda (𝑥 < 1) e pela direita (𝑥 > 1) e os
correspondentes valores de
2𝑥 2 − 𝑥 − 1 2𝑥 + 1 𝑥 − 1
𝑓 𝑥 = = = 2𝑥 + 1
𝑥−1 𝑥−1
Limites de funções reais de variável real
À medida que 𝑥 vai aproximando-se de 1, pela esquerda (𝑥 < 1) ou pela direita (𝑥 > 1),
os valores de 𝑓 𝑥 vão aproximando-se de 3.

O gráfico de 𝑓 𝑥 = 2𝑥 + 1 para todo 𝑥 ≠ 1.


Limite de uma função

Seja a função

𝑓 𝑥 = 𝑥2 − 𝑥 + 2

À medida que 𝑥 vai aproximando-se de 2,


pela esquerda (𝑥 < 2) ou pela direita (𝑥 > 2),
os valores de 𝑓 𝑥 vão aproximando-se de 4.

Dizemos que lim 𝑓 𝑥 = 4


𝑥→2
Limite de uma função

Em todos os esses casos (a), (b) ou (c) o 𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 = 𝑳.


𝒙→𝒂
Limite de uma função
Ex: Indique no gráfico de 𝒇:

a) 𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 b) 𝒇 𝟒
𝒙→𝟒

À medida que 𝑥 vai aproximando-se de 4,


pela esquerda (𝑥 < 4) ou pela direita (𝑥 > 4),
os valores de 𝑓 𝑥 vão aproximando-se de 4.

Neste caso, dizemos que 𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 = 𝟒.


𝒙→𝟒
Limite de uma função
Seja a função

𝑥2 + 1 𝑠𝑒 𝑥<2
𝑓 𝑥 = ቐ2 𝑠𝑒 𝑥=2
−𝑥 2 + 9 𝑠𝑒 𝑥>2

Indique no gráfico de 𝒇 o 𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 .


𝒙→𝟐

À medida que 𝑥 vai aproximando-se de 2,


pela esquerda (𝑥 < 2) ou pela direita (𝑥 > 2),
os valores de 𝑓 𝑥 vão aproximando-se de 5.
Neste caso, dizemos que 𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 = 𝟓.
𝒙→𝟐
Limites laterais

• Diz-se que 𝑳 é o limite de 𝒇(𝒙)


quando 𝒙 aproxima-se de 𝒃
pela direita (ou limite à diteita
de 𝑓(𝑥) quando 𝑥 tende para 𝑏),
e escreve-se
𝐥𝐢𝐦+ 𝒇 𝒙 = 𝑳
𝒙→𝒃
Limites laterais

Diz-se que 𝑳 é o limite de 𝒇(𝒙)


quando 𝒙 aproxima-se de 𝒃 pela
esquerda (ou limite à esquerda de
𝑓(𝑥) quando 𝑥 tende para 𝑏), e
escreve-se
𝐥𝐢𝐦− 𝒇 𝒙 = 𝑳
𝒙→𝒃
Limites laterais
Ex: Indique no gráfico de 𝒇: a) 𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 b) 𝒇 𝟐
𝒙→𝟐

• À medida que 𝑥 vai aproximando-se de 2, pela


esquerda (𝑥 < 2), os valores de 𝑓 𝑥 vão

aproximando-se de 3. Então 𝐥𝐢𝐦− 𝒇 𝒙 = 𝟑


𝒙→𝟐
• À medida que 𝑥 vai aproximando-se de 2, pela
direita (𝑥 > 2), os valores de 𝑓 𝑥 vão

aproximando-se de 1. Então 𝐥𝐢𝐦+ 𝒇 𝒙 = 𝟏


𝒙→𝟐

Neste caso, dizemos que 𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 não existe, pois os


𝒙→𝟐
limites laterais são diferentes.
Limite de uma função
EXERCÍCIOS: Considere as seguintes funções:

a) Em cada um dos três gráficos, determine os limites laterias em todos os


pontos indicados; b) Diga, justificando, se o limite de 𝑓 nesses pontos existe
ou não; c) Em caso afirmativo, determine o limite de 𝑓, nesses pontos.
Propriedades do limite

1. O limite de uma função quando existe é único. Isto é se lim 𝑓 𝑥 = 𝐿 e de lim 𝑓 𝑥 = 𝑀


𝑥→𝑏 𝑥→𝑏
então 𝐿 = 𝑀 ou o limite não existe.
2. Se 𝑓 𝑥 = 𝑘 para todo 𝑥 ∈ 𝐷𝑜𝑚(𝑓), então lim 𝑓 𝑥 = 𝑘, isto é o limite de função constante
𝑥→𝑏
é a própria constante.

3. Limite da função soma, diferença, produto e quociente:


Se lim 𝑓 𝑥 e lim 𝑔 𝑥 são finitos então: a) lim 𝑓 ± 𝑔 𝑥 = lim 𝑓 𝑥 ± lim 𝑔 𝑥 b)
𝑥→𝑏 𝑥→𝑏 𝑥→𝑏 𝑥→𝑏 𝑥→𝑏
lim 𝑓 𝑥
lim 𝑓 ∙ 𝑔 𝑥 = lim 𝑓 𝑥 ∙ lim 𝑔 𝑥 ; c) lim 𝑓/𝑔 𝑥 = 𝑥→𝑏 , com lim 𝑔 𝑥 ≠ 0.
𝑥→𝑏 𝑥→𝑏 𝑥→𝑏 𝑥→𝑏 lim 𝑔 𝑥 𝑥→𝑏
𝑥→𝑏
Propriedades do limite

4. Se lim 𝑓 𝑥 = 0 e 𝑔 é uma função limitada, isto é existe uma constante 𝑘 > 0 tal que
𝑥→𝑏
𝑔 𝑥 < 𝑘 então lim 𝑓 𝑥 ∙ 𝑔 𝑥 = 0, mesmo que não exista lim 𝑔 𝑥 .
𝑥→𝑏 𝑥→𝑏

5. Limite da função potência e raíz:


𝑝
Se lim 𝑓 𝑥 é finito e 𝑝 ∈ ℕ então: a) lim 𝑓 𝑥 𝑝 = lim 𝑓 𝑥 ;
𝑥→𝑏 𝑥→𝑏 𝑥→𝑏

𝑝 𝑝
b) lim 𝑓 𝑥 = lim 𝑓 𝑥 , desde que 𝑓 𝑥 ≥ 0 e lim 𝑓 𝑥 ≥ 0 para 𝑝 par.
𝑥→𝑏 𝑥→𝑏 𝑥→𝑏

6. Se existe lim 𝑓 𝑥 então 𝑓 é limitada num intervalo aberto contendo 𝑏.


𝑥→𝑏
Propriedades do limite

7. Limite da função ln: Se lim 𝑓 𝑥 > 0, então


𝑥→𝑏

lim ln 𝑓 𝑥 = ln lim 𝑓 𝑥 .
𝑥→𝑏 𝑥→𝑏

8. Se 𝑝 𝑥 é uma função polinomial, então:


lim 𝑝 𝑥 = 𝑝 𝑏 .
𝑥→𝑏
𝑝 𝑥
9. Se é uma função racional e 𝑏 ∈ 𝐷𝑜𝑚 𝑓 , então:
𝑞 𝑥
𝑝 𝑥 𝑝 𝑏
lim = ,
𝑥→𝑏 𝑞 𝑥 𝑞 𝑏
desde que 𝑞 𝑏 ≠ 0.
Limites de funções reais de variável real

Exemplos: Calcule o lim 𝑥 5 − 𝑥 4 + 2𝑥 3 − 3𝑥 + 5 , usando as propriedades


𝑥→1
de limite.

Solução: Como 𝑝 𝑥 = 𝑥 5 − 𝑥 4 + 2𝑥 3 − 3𝑥 + 5 é uma função polinomial,


pode-se aplicar a propriedade 8:

lim 𝑥 5 − 𝑥 4 + 2𝑥 3 − 3𝑥 + 5 = lim 𝑝 𝑥 = 𝑝 1
𝑥→1 𝑥→1

𝑝 1 = 15 − 14 + 2 × 13 − 3 × 1 + 5 = 4
Limites de funções reais de variável real
2𝑥−5
Exemplos: Calcule o lim 2 , usando as propriedades de limite.
𝑥→3 𝑥 −7

Solução: Fazendo 𝑝 𝑥 = 2𝑥 − 5 e 𝑞 𝑥 = 𝑥 2 − 7, tem-se a função racional

2𝑥−5 𝑝 𝑥
𝑓 𝑥 = = .
𝑥 2 −7 𝑞 𝑥

Como 𝑞 3 = 32 − 7 = 2 ≠ 0, pode-se aplicar a propriedade 9:

2𝑥 − 5 𝑝 𝑥 𝑝 3 1
lim 2 = lim = =
𝑥→3 𝑥 − 7 𝑥→3 𝑞 𝑥 𝑞 3 2
Propriedades do limite

10. Limite de funções enquadradas


Se 𝑓 𝑥 ≤ 𝑔 𝑥 ≤ ℎ 𝑥 e lim 𝑓 𝑥 = lim ℎ 𝑥 = 𝐿 então lim 𝑔 𝑥 = 𝐿.
𝑥→𝑏 𝑥→𝑏 𝑥→𝑏

11. Limite da função composta


Sejam 𝐴, 𝐵 ⊂ ℝ, 𝑓: 𝐴 → ℝ e 𝑔: 𝐵 → ℝ com 𝑓 𝐴 ⊂ 𝐵. Sejam 𝑎 um ponto de acumulação
de 𝐴 (não se exige que 𝑎 ∈ 𝐴) e 𝑏 um ponto de 𝐵 não isolado (exige-se que 𝑏 ∈ 𝐵 e que
𝑏 seja um ponto de acumulação de 𝐵).
Se lim 𝑓 𝑥 = 𝑏 e lim 𝑔 𝑦 = 𝑐 então:
𝑥→𝑎 𝑦→𝑏

lim 𝑔 𝑓 𝑥 = 𝑐, desde que 𝑐 = 𝑔 𝑏 .


𝑥→𝑎
Limites de funções reais de variável real
𝑥−1
• Exemplos 2.2: c) Calcule o lim 2 , usando as propriedades de limite.
𝑥→1 𝑥 −1

𝑥−1
• Solução: Como podemos ver a função 𝑓 𝑥 = não está definida no ponto 𝑥 = 1,
𝑥 2 −1

pois o 𝐷𝑜𝑚 𝑓 = ℝ\ ±1 . Mas isso não nos impede de calcular o limite quando 𝑥
tende para 1, pois pela definição, o limite é calculado para valores próximos de 1 e não
para valores iguais a 1. Aqui, não podemos aplicar diretamente a propriedade 9, mas
primeiro faremos a fatorização do denominador:

𝑥−1 𝑥−1 1 lim 1 1 1


• lim 2 = lim = lim = 𝑥→1
= = .
𝑥→1 𝑥 −1 𝑥→1 (𝑥−1)(𝑥+1) 𝑥→1 𝑥+1 lim (𝑥+1)
𝑥→1
1+1 2
𝒇𝒂𝒕𝒐𝒓𝒊𝒛𝒂çã𝒐 𝒅𝒐
𝒅𝒆𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒅𝒐𝒓
Limites de funções reais de variável real
𝑥+1−1
• Exemplos 2.2: d) Calcule o lim , usando as propriedades de limite.
𝑥→0 𝑥
𝑥+1−1
• Sol: O domínio de 𝑓 𝑥 = é o conjunto dos pontos 𝑥 ∈ ℝ ∶ 𝑥 + 1 ≥ 0
𝑥
𝑫𝒐𝒎í𝒏𝒊𝒐
𝒅𝒂 𝒇𝒖𝒏çã𝒐
𝒓𝒂í𝒛
e 𝑥 ≠ 0.
𝑫𝒐𝒎í𝒏𝒊𝒐
𝒅𝒂 𝒇𝒖𝒏çã𝒐
𝒒𝒖𝒐𝒄𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆

• Isto é, 𝐷𝑜𝑚 𝑓 = −1, +∞ \ 0 .


• Não podemos aplicar diretamente a propriedade 9, pois lim 𝑥 = 0. Mas, pelo processo
𝑥→0
da racionalização tem-se
2
𝑥+1−1 𝑥+1−1 𝑥+1+1 𝑥+1 −12 𝑥+1−1 𝑥
• lim = lim = lim = lim = lim =
𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑥 𝑥+1+1 𝑥→0 𝑥 𝑥+1+1 𝑥→0 𝑥 𝑥+1+1 𝑥→0 𝑥 𝑥+1+1
Limites de funções reais de variável real
4
𝑥−1
• Exemplos 2.2: e) Calcule o lim 5 , usando as propriedades de limite.
𝑥→1 𝑥−1
4
𝑥−1
• Sol: O domínio de 𝑓 𝑥 = 5 é o conjunto dos pontos 𝑥 ∈ ℝ ∶ 𝑥≥0 e
𝑥−1
𝑫𝒐𝒎í𝒏𝒊𝒐
𝒅𝒂 𝒇𝒖𝒏çã𝒐
4
5
𝑥
𝑥 − 1 ≠ 0.
𝑫𝒐𝒎í𝒏𝒊𝒐
𝒅𝒂 𝒇𝒖𝒏çã𝒐
𝒒𝒖𝒐𝒄𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆

• Isto é, 𝐷𝑜𝑚 𝑓 = 0, +∞ \ 1 .
• Não podemos aplicar diretamente a propriedade 9, pois lim 5
𝑥 − 1 = 0. Mas podemos
𝑥→1
seguir os seguintes passos:
• 1. fazer a substituição 𝒙 = 𝒕𝟐𝟎 (escolhemos 20 por ser o mínimo múltiplo comum de 4 e
Limites de funções reais de variável real
Continuação da resolução do exercício e) do exemplo 2.2.

• Na mudança de variável de 𝑥 para 𝑡 temos também de verificar quando 𝑥 → 1, o que


acontece à variável 𝑡. Como 𝒙 = 𝒕𝟐𝟎 , se 𝑥 → 1, então 𝑡 → 1 também.

4
𝑥−1 𝒕𝟓 −1
Assim, lim 5 = lim 𝟒
𝑥→1 𝑥−1 𝑡→1 𝒕 −1

• 2. fatorizar o numerador 𝒕𝟓 − 𝟏 e o denominador 𝑡 4 − 1:

• 𝒕𝟓 − 𝟏 = 𝑡 − 1 𝒕𝟒 + 𝒕𝟑 + 𝒕𝟐 + 𝒕 + 𝟏
Divisão do polinónio 𝒕𝟓 − 𝟏 por
𝑡 − 1, pela regra de Ruffini.
• 𝒕𝟒 − 𝟏 = 𝑡 − 1 𝒕𝟑 + 𝒕𝟐 + 𝒕 + 𝟏
Limites de funções reais de variável real
Continuação da resolução do exercício e) do exemplo 2.2.

• 3. Calcular o limite:

4
𝑥−1 𝒕𝟓 − 1
lim = lim 𝟒 =
𝑥→1 5 𝑥 − 1 𝑡→1 𝒕 − 1

𝑡 − 1 𝒕𝟒 + 𝒕𝟑 + 𝒕𝟐 + 𝒕 + 𝟏
= lim 𝟑 𝟐
=
𝑡→1 𝑡−1 𝒕 +𝒕 +𝒕+𝟏

𝒕𝟒 + 𝒕𝟑 + 𝒕𝟐 + 𝒕 + 𝟏 𝟓
= lim 𝟑 𝟐
=
𝑡→1 𝒕 +𝒕 +𝒕+𝟏 4
Limites de funções reais de variável real
2 1
• Exemplos 2.2: f) Calcule o lim 𝑥 𝑠𝑒𝑛 , usando as propriedades de limite.
𝑥→0 𝑥
2 1
• Sol: O domínio de 𝑓 𝑥 = 𝑥 𝑠𝑒𝑛 é o conjunto dos pontos 𝑥 ∈ ℝ ∶ 𝑥 ≠ 0.
𝑥
𝑫𝒐𝒎í𝒏𝒊𝒐
𝒅𝒂 𝒇𝒖𝒏çã𝒐
1
𝒒𝒖𝒐𝒄𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑥

1
• Isto é, 𝐷𝑜𝑚 𝑓 = ℝ\ 0 . Como sabemos que 𝑠𝑒𝑛 é uma função limitada por -1 e 1,
𝑥

1 1
isto é −1 ≤ 𝑠𝑒𝑛 ≤ 1 (ou ainda 𝑠𝑒𝑛 < 1 ) e como lim 𝑥 2 = 0, podemos aplicar
𝑥 𝑥 𝑥→0

diretamente a propriedade 4.

2
1
lim 𝑥 𝑠𝑒𝑛 =0
𝑥→0 𝑥
Exercícios (Trabalho de casa)
Exercícios (Trabalho de casa)
Exercícios (Trabalho de casa)
Exercícios (Trabalho de casa)
Vamos praticar!
Problema 1: O flash de uma câmera opera armazenando
carga em um capacitor e liberando-a instantaneamente ao
ser disparado. Os dados na tabela à esquerda descrevem a
carga Q armazenada no capacitor (medida em
microcoulombs) no instante t (medido em segundos após o
flash ter sido disparado). Use os dados para esboçar o
gráfico desta função e estimar a inclinação da reta tangente
no ponto onde t=0,04. [Observação: A inclinação da reta
tangente representa a corrente elétrica fluindo do capacitor
à lâmpada do flash (medida em microamperes.]
Problema 2: Suponha que uma bola seja solta a partir do ponto de observação no alto da
Torre CN, em Toronto, 450 m acima do solo. Encontre a velocidade da bola após 5
segundos.
Vamos praticar!
Vamos praticar!

Você também pode gostar