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Matemática A

12.ºAno

Revisões de Sucessões

Caderno 3

Revisões de Sucessões 2019/2020 P á g in a |1


1. DEFINIÇÃO DE SUCESSÃO

Uma sucessão de números reais, (𝑎𝑛 ), é uma função 𝑓, em que o domínio é o conjunto dos números naturais e
as imagens são números reais.

𝑓:ℕ → ℝ
𝑛 ↦ 𝑎𝑛

𝑓(1) = 𝑎1 ; 𝑓(2) = 𝑎2 ; … ; 𝑓(𝑛) = 𝑎𝑛

𝑎1 , 𝑎2 , … , 𝑎𝑛 são os termos da sucessão e 𝑛 é a ordem do termo.

𝑓(𝑛) = 𝑎𝑛 é o termo geral da sucessão.

(𝑓(𝑛)) ou (𝑎𝑛 ) representa a sucessão.

Exemplo: Na sucessão 𝑎𝑛 = 2𝑛 , o terceiro termo é 6; 𝑎3 = 2 × 3 = 6.


2
Exemplo: Verifique se 2 é termo da sucessão definida por 𝑢𝑛 = 1 + 𝑛 .

Equivale a verificar se há alguma ordem para a qual 2 é termo da sucessão.


2 2
𝑢𝑛 = 2 ⇔ 1 + 𝑛 = 2 ⇔ 𝑛 = 1 ⇔ 𝑛 = 2 . Ou seja, 2 é o segundo termo da sucessão.

2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA SUCESSÃO

O gráfico de uma sucessão é constituído pelo conjunto de pontos de coordenadas (𝑛, 𝑓(𝑛)), com 𝑛 ∈ ℕ, logo
será sempre um conjunto de pontos isolados.

Representação gráfica da sucessão definida por:

𝟏
𝒇(𝒏) = 𝟏 +
𝒏

3. SUCESSÕES DEFINIDAS POR RECORRÊNCIA


Definir uma sucessão por recorrência consiste em dar a conhecer o primeiro ou os primeiros termos e o
processo pelo qual se pode obter cada um dos termos seguintes através do(s) termo(s) anterior(es).
Dado um conjunto 𝐴, uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐴 e um elemento 𝑎 ∈ 𝐴, existe uma única sucessão (𝑢𝑛 ) de elementos
de 𝐴 tal que:
𝑢1 = 𝑎
{
∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑢𝑛+1 = 𝑓(𝑢𝑛 )

Exemplo:

N.º da figura 1 2 3 4 5 ...


N.º de pontos 1 3 6 10 15 ...

Tem-se 𝑎1 =1; 𝑎2 = 𝑎1 + 2; 𝑎3 = 𝑎2 + 3; 𝑎4 = 𝑎3 + 4; 𝑎5 = 𝑎4 + 5; ... ; 𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−1 + 𝑛


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Assim, tem-se:

𝑎1 = 1
{
𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−1 + 𝑛, 𝑛 ≥ 2

4. MONOTONIA DE UMA SUCESSÃO

Uma sucessão (𝑢𝑛 ) é decrescente se cada termo é menor que o seu anterior, ou seja, se e só se

∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑢𝑛+1 < 𝑢𝑛 ⇔ ∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 < 0

Uma sucessão (𝑢𝑛 ) é decrescente em sentido lato se cada termo é menor ou igual ao seu termo anterior, ou
seja, se e só se

∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑢𝑛+1 ≤ 𝑢𝑛 ⇔ ∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 ≤ 0

Uma sucessão (𝑢𝑛 ) é crescente se cada termo é maior que o seu anterior, ou seja, se e só se

∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑢𝑛+1 > 𝑢𝑛 ⇔ ∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 > 0

Uma sucessão (𝑢𝑛 ) é crescente em sentido lato se cada termo é maior ou igual ao seu termo anterior, ou seja,
se e só se

∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑢𝑛+1 ≥ 𝑢𝑛 ⇔ ∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 ≥ 0

Toda a sucessão crescente, crescente em sentido lato, decrescente, decrescente em sentido lato ou constante é
uma sucessão monótona.

Para estudar a monotonia de uma sucessão (𝑢𝑛 ), deve-se:


1.º Passo: Determinar a diferença 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 .
2.º Passo: Estudar o sinal da diferença 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 .
3.º Passo:
. Se ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 > 0, então (𝑢𝑛 ) é crescente.
. Se ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 ≥ 0, então (𝑢𝑛 ) é crescente em sentido lato.
. Se ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 < 0, então (𝑢𝑛 ) é decrescente.
. Se ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 ≤ 0, então (𝑢𝑛 ) é decrescente em sentido lato.
. Se 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 não tem sempre o mesmo sinal, então (𝑢𝑛 ) é não monótona e deve-se apresentar três termos
que evidenciem este facto.

Exemplos: Estude, quanto à monotonia, as sucessões seguintes:

1 − 4n 3 𝑠𝑒 𝑛 ≤ 5 (−1)𝑛
a. un = b. 𝑏𝑛 = { c. 𝑤𝑛 = d. 𝑑𝑛 = 1 + |𝑛 − 5|
n+2 2𝑛 − 8 𝑠𝑒 𝑛 > 5
𝑛

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Resolução:

1−4(𝑛+1) 1−4𝑛 1−4𝑛−4 1−4𝑛


a. Calculemos 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 = − = − =
𝑛+1+2 𝑛+2 𝑛+3 𝑛+2

−3−4𝑛 1−4𝑛 (−3−4𝑛)(𝑛+2)−(1−4𝑛)(𝑛+3)


= − =
𝑛+3 𝑛+2 (𝑛+3)(𝑛+2)

−3𝑛−6−4𝑛2 −8𝑛−𝑛−3+4𝑛2 +12𝑛 −9


= =
(𝑛+3)(𝑛+2) (𝑛+3)(𝑛+2)

−9
Como (𝑛 + 3)(𝑛 + 2) > 0, ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁 tem-se que
(𝑛+3)(𝑛+2)
< 0, ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, logo a sucessão (𝑢𝑛 ) é

monótona decrescente.

b. Para 𝑛 ≤ 5 a sucessão é constante.

Para 𝑛 > 5 : 𝑏𝑛+1 − 𝑏𝑛 = 2(𝑛 + 1) − 8 − (2𝑛 − 8) = 2𝑛 + 2 − 8 − 2𝑛 + 8 = 2

Como 𝑏𝑛+1 − 𝑏𝑛 > 0, para 𝑛 > 5 a sucessão é crescente. 𝑏6 = 4 e 𝑏5 = 3, logo b6  b5  b6 − b5  0 .

Assim é possível afirmar que 𝑏𝑛+1 − 𝑏𝑛 ≥ 0, ∀𝑛 ∈ ℕ , logo (𝑏𝑛 ) é monótona crescente em sentido lato.

1 1
c. 𝑤1 = −1, 𝑤2 = 2 , 𝑤3 = − 3

Como 𝑤1 < 𝑤2 𝑒 𝑤2 > 𝑤3 , conclui-se que a sucessão (𝑤𝑛 ) é não monótona.

d. 1.º Processo – através do cálculo de alguns termos:

A representação gráfica da sucessão ( dn ) está sobre o gráfico da


função 𝑓(𝑥) = 1 + |𝑥 − 5|.

Como 𝑑4 = 2; 𝑑5 = 1; 𝑑6 = 2 é possível concluir que a


sucessão não é monótona.

2.º Processo: Recorrendo à escrita do termo geral de ( dn ) sem utilizar o módulo. Temos:

1+𝑛−5 𝑠𝑒 𝑛≥5 𝑛 − 4 𝑠𝑒 𝑛≥5


𝑑𝑛 = { , isto é, 𝑑𝑛 = {
1−𝑛+5 𝑠𝑒 𝑛<5 −𝑛 + 6 𝑠𝑒 𝑛<5

A expressão 𝑦 = 𝑥 − 4 com 𝑥 ∈ ℝ representa uma função afim crescente, enquanto que 𝑦 = −𝑥 + 6


representa uma função afim decrescente. Assim podemos concluir que para 𝑛 < 5 a sucessão é decrescente e
para 𝑛 ≥ 5 a sucessão é crescente, logo (𝑑𝑛 ) não é monótona.

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5. MAJORANTE E MINORANTE DE UM CONJUNTO.
CONJUNTOS LIMITADOS.

Seja 𝐴 um subconjunto de ℝ não vazio.


• 𝐴 é minorado se existe um número real 𝑚 tal que ∀𝑎 ∈ 𝐴, 𝑎 ≥ 𝑚.
Diz-se que 𝑚 é um minorante do conjunto 𝐴.
• 𝐴 é majorado se existe um número real 𝑀 tal que ∀𝑎 ∈ 𝐴, 𝑎 ≤ 𝑀.
Diz-se que 𝑀 é um majorante do conjunto 𝐴.

Exemplos:
A. 𝐴 = [1,5]
Por exemplo, 1 e -1 são minorantes de A. ]−∞, 1] é o conjunto dos minorantes de A.
Por exemplo, 5 e 6 são majorantes de A. [5, +∞[ é o conjunto dos majorantes de A.
B. 𝐵 = ]1, +∞[
Por exemplo, 1 é um minorante de B. ]−∞, 1] é o conjunto dos minorantes de B.
Este conjunto não tem majorantes.
Um conjunto 𝐴 ⊆ ℝ diz-se limitado se for minorado e majorado, isto é, se existirem números reais 𝑚 e 𝑀 tais
que:

∀𝑥 ∈ 𝐴, 𝑚≤𝑥≤𝑀

Observação: 𝐴 ⊆ ℝ é um conjunto limitado se, e somente se, estiver contido num intervalo fechado.

Seja 𝐴 ⊆ ℝ.
• Diz-se que um número real é máximo de A se pertencer a A e for majorante de A.
• Diz-se que um número real é mínimo de A se pertencer a A e for minorante de A.
Se um conjunto de números reais admitir um máximo (respetivamente, mínimo), esse máximo (respetivamente,
mínimo) é único.

6. SUCESSÕES LIMITADAS

Uma sucessão (𝑢𝑛 ) diz-se majorada se o conjunto {𝑢𝑛 : 𝑛 ∈ 𝐼𝑁} dos respetivos termos for majorada. Os
majorantes do conjunto de termos chamam-se majorantes da sucessão.

2 2 1
Exemplo: Seja 𝑢𝑛 = 𝑛. Os primeiros termos desta sucessão são 2, 1, , ,…
3 2

Como se trata de uma sucessão decrescente, podemos concluir que o termo


2 é maior do que todos os outros termos, isto é,

𝑢𝑛 ≤ 2, ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, ou seja, (𝑢𝑛 ) é majorada.

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Uma sucessão (𝑢𝑛 ) diz-se minorada se o conjunto {𝑢𝑛 : 𝑛 ∈ 𝐼𝑁} dos respetivos termos for minorada. Os
minorantes do conjunto de termos chamam-se minorantes da sucessão.
Uma sucessão (𝑢𝑛 ) simultaneamente majorada e minorada diz-se limitada.

2𝑛+1
Exemplo: Mostre que a sucessão de termo geral 𝑢𝑛 = 𝑛
é limitada.

2𝑛+1 2𝑛 1 1
Resolução: Sabe-se que = + =2+ .
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛

1 1
Como 0 < 𝑛 ≤ 1, ∀𝑛 ∈ ℕ, vem que 2 < 2 + 𝑛 ≤ 3 , ∀𝑛 ∈ ℕ

Logo 2 é um minorante e 3 é um majorante, ou seja, (𝑢𝑛 ) é limitada.

7. PRINCÍPIO DE INDUÇÃO MATEMÁTICA

Para cada 𝑛 ∈ 𝐼𝑁, seja 𝑃(𝑛) uma condição.


Se 𝑃(1) é verdadeira e se para todo o 𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 𝑃(𝑛) ⇒ 𝑃(𝑛 + 1), então a proposição ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 𝑃(𝑛) é
verdadeira.

A proposição ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 𝑃(𝑛) ⇒ 𝑃(𝑛 + 1) designa-se por hereditariedade da condição 𝑃(𝑛) e o antecedente da
implicação, 𝑃(𝑛), chama-se hipótese de indução.

Exemplo: Prove, por indução matemática que é verdadeira a propriedade: ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 3𝑛 × 2𝑛 = (3 × 2)𝑛 .

Resolução:

Seja 𝑃(𝑛): 3𝑛 × 2𝑛 = (3 × 2)𝑛


1) Comecemos por provar que 𝑃(1) é verdadeira:
31 × 21 = (3 × 2)1 ⇔ 3 × 2 = 3 × 2, que é uma proposição verdadeira.
2) Provemos que, para todo o 𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 𝑃(𝑛) ⇒ 𝑃(𝑛 + 1), isto é, se 𝑃(𝑛) é verdadeira, então 𝑃(𝑛 + 1) também
é verdadeira.
Suponhamos que 𝑃(𝑛): 3𝑛 × 2𝑛 = (3 × 2)𝑛 é verdadeira (hipótese de indução)
Pretendemos provar, então, que 𝑃(𝑛 + 1): 3𝑛+1 × 2𝑛+1 = (3 × 2)𝑛+1 também é verdadeira (tese).
3𝑛+1 × 2𝑛+1 = 3𝑛 × 3 × 2𝑛 × 2
= 3𝑛 × 2𝑛 × 3 × 2
= (3 × 2)𝑛 × (3 × 2) (por hipótese de indução)
= (3 × 2)𝑛+1

Demonstramos assim a hereditariedade da condição 𝑃(𝑛).

Por 1) e 2) provamos que ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 3𝑛 × 2𝑛 = (3 × 2)𝑛 é uma proposição verdadeira.

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Exemplo: Utilizando o método de indução matemática, mostre que, para qualquer número natural n , n 2 + 7n
é um número par.

Resolução:

Se n = 1 : 12 + 7 1 = 8 e 8 é um número par

Hipótese de Indução: n 2 + 7n é um número par, n  IN

Tese de Indução: (n + 1)2 + 7(n + 1) é um número par, n  IN , ou seja, vamos provar que se n 2 + 7n é um
número par, n  IN , então (n + 1)2 + 7(n + 1) também é um número par, n  IN

Demonstração:

(n + 1) 2 + 7(n + 1) = n 2 + 2n + 1 + 7n + 7 = n 2 + 7n + 2n + 8 = n 2 + 7n + 2 ( n + 4 )

Par, por H.I. Par

Sendo que 𝑃(1) é verdadeira e que ∀ 𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 𝑃(𝑛) ⇒ 𝑃(𝑛 + 1), então a proposição ∀𝑛 ∈ 𝐼𝑁, 𝑃(𝑛) é
verdadeira, ou seja, para qualquer número natural 𝑛, 𝑛2 + 7𝑛 é um número par.

8. PROGRESSÕES ARITMÉTICAS

Dados 𝑎 e 𝑟 ∈ ℝ, designa-se por progressão aritmética de primeiro termo 𝑎 e razão 𝑟 a sucessão definida por
recorrência da forma:
𝑢1 = 𝑎 e 𝑢𝑛+1 = 𝑢𝑛 + 𝑟 , ∀𝑛 ∈ ℕ

Pelo que 𝑟 = 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 , ∀𝑛 ∈ ℕ, ou seja, numa progressão aritmética, a razão da progressão aritmética é
igual à diferença entre quaisquer dois termos consecutivos.

Em relação à monotonia podemos concluir que:


• Se 𝑟 > 0, a sucessão é crescente
• Se 𝑟 < 0, a sucessão é decrescente
• Se 𝑟 = 0, a sucessão é constante

Para averiguar se uma sucessão (𝑢𝑛 ) é uma progressão aritmética, pode-se:


1.º Passo: Determinar a diferença 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 .
2.º Passo: Se a diferença 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 for constante, isto é, não depender de 𝑛, então concluímos que se trata de
uma progressão aritmética. Se a diferença depender de 𝑛, concluímos que não se trata de uma progressão
aritmética.

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4𝑛−1
Exemplo: Considere a sucessão de termo geral 𝑢𝑛 = . Prove que (𝑢𝑛 ) é progressão aritmética e indique a
3

respetiva razão. O que se pode concluir sobre a monotonia de (𝑢𝑛 )?

Resolução:

4(𝑛+1)−1 4𝑛−1 4𝑛+4−1−4𝑛+1 4 4


𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 = − = = ∈ ℝ , logo (𝑢𝑛 ) é uma progressão aritmética de razão .
3 3 3 3 3

Como 𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 > 0, ∀𝑛 ∈ ℕ, (𝑢𝑛 ) é uma progressão aritmética crescente.

O gráfico de uma progressão aritmética é constituído por pontos isolados que fazem parte de uma reta.

O termo geral da progressão aritmética de primeiro termo 𝑎 ∈ ℝ e razão 𝑟 é:


𝒖𝒏 = 𝒂 + (𝒏 − 𝟏) × 𝒓

NOTA: Também se pode obter o termo geral da progressão aritmética conhecidos o termo de ordem 𝑘, 𝑢𝑘 , e
a razão 𝑟, de acordo com a expressão seguinte:
𝒖𝒏 = 𝒖𝒌 + (𝒏 − 𝒌) × 𝒓

Exemplo: Determine uma expressão do termo geral da progressão aritmética (𝑢𝑛 ) se:

a) 𝑢1 = 2 e a razão da progressão é −5 b) 𝑢2 = 3 e 𝑢100 = −46

Resolução:

a) 𝑢𝑛 = 2 + (𝑛 − 1) × (−5) = 2 − 5𝑛 + 5 = −5𝑛 + 7 TERMO GERAL


1
b) 𝑢100 = 𝑢2 + (100 − 2)𝑟 ⇔ −46 = 3 + 98𝑟 ⇔ 98𝑟 = −49 ⇔ 𝑟 = − 2
1 1 1
𝑢𝑛 = 3 + (𝑛 − 2) × (− 2) = 3 − − 2 𝑛 + 1 = − 2 𝑛 + 4 TERMO GERAL

Dado 𝑛 ∈ ℕ, a sequência (𝑢1 , 𝑢2 , . . , 𝑢𝑁 ) dos 𝑁 primeiros termos de uma progressão aritmética chama-se
progressão aritmética (finita) de comprimento 𝑵.

Dado 𝑛 ∈ ℕ, a soma dos termos de uma progressão aritmética de comprimento 𝑵, (𝑢1 , 𝑢2 , . . , 𝑢𝑁 ) é dada
por:
𝑁
𝑢1 + 𝑢𝑁
𝑆 = ∑ 𝑢𝑖 = ×𝑁
2
𝑖=1

Exemplo: Determine a soma dos 100 primeiros termos da progressão de termo geral 𝑢𝑛 = 4 − 𝑛.

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Resolução:
𝑢1 = 4 − 1 = 3
100
𝑢1 + 𝑢100 3 − 96 −9300
∑ 𝑢𝑖 = × 100 = × 100 = = −4650 𝑢100 = 4 − 100 = −96
2 2 2
𝑖=1

Exemplo: Determine a soma de todos os números ímpares compreendidos entre 111 e 2017 (inclusive).

Resolução:

Pretendemos calcular a soma 111 + 113 + 115 + ⋯ + 2017. As parcelas desta soma estão em progressão
aritmética de razão 2.
Determinemos o termo geral, (𝑢𝑛 ). Por se tratar de uma progressão aritmética de razão 2 e primeiro termo
111 , vem que: 𝑢𝑛 = 111 + (𝑛 − 1) × 2 = 109 + 2𝑛.
Para sabermos a ordem do termo 2017, resolvemos a equação
𝑢𝑛 = 2017 ⟺ 109 + 2𝑛 = 2017 ⟺ 𝑛 = 954
Concluímos, assim, que temos 954 parcelas. Logo,

954
𝑢1 + 𝑢954 111 + 2017
111 + 113 + 115 + ⋯ + 2017 = ∑ 𝑢𝑖 = × 954 = × 954 = 1015056
2 2
𝑖=1

9. PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

Dados 𝑎 e 𝑟 ∈ ℝ, designa-se por progressão geométrica de primeiro termo 𝑎 e razão 𝑟 a sucessão definida por
recorrência da forma:
𝑢1 = 𝑎 e 𝑢𝑛+1 = 𝑢𝑛 × 𝑟 , ∀𝑛 ∈ ℕ

𝑢𝑛+1
Pelo que 𝑟 = 𝑢𝑛
, ∀𝑛 ∈ ℕ, ou seja, numa progressão geométrica, a razão da progressão geométrica é igual

ao quociente entre quaisquer dois termos consecutivos, desde que nenhum dos termos seja nulo.

Para averiguar se uma sucessão (𝑢𝑛 ) é uma progressão geométrica, pode-se:

𝑢𝑛+1
1.º Passo: Determinar a razão 𝑢𝑛
.
𝑢𝑛+1
2.º Passo: Se a razão for constante, isto é, não depender de 𝑛, então concluímos que se trata de uma
𝑢𝑛
𝑢𝑛+1
progressão geométrica. Se a razão 𝑢𝑛
depender de 𝑛, concluímos que não se trata de uma progressão

geométrica.

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Exemplo: Considere a sucessão de termo geral 𝑢𝑛 = 2 × 52−𝑛 . Prove que (𝑢𝑛 ) é progressão geométrica e
indique a razão.

Resolução:
𝑢𝑛+1 2×52−(𝑛+1) 52−𝑛−1 1
= = = 51−𝑛−(2−𝑛) = 5−1 = 5 ∈ ℝ ,
𝑢𝑛 2×52−𝑛 52−𝑛
1
logo (𝑢𝑛 ) é uma progressão geométrica de razão 5.

TERMO GERAL:
O termo geral da progressão geométrica de primeiro termo 𝑢1 ∈ ℝ e razão 𝑟 não nula é:
𝒖𝒏 = 𝒖𝟏 × 𝒓𝒏−𝟏

NOTA: Também se pode obter o termo geral da progressão geométrica conhecidos o termo de ordem 𝑘, 𝑢𝑘 , e a
razão 𝑟, de acordo com a expressão seguinte:

𝒖𝒏 = 𝒖𝒌 × 𝒓𝒏−𝒌

Exemplo: Escreva uma expressão do termo geral da progressão geométrica (𝑢𝑛 ) se:

1
a) 𝑢1 = −4 e a razão da progressão é 2 b) 𝑢2 = e a razão da progressão é 2
2

Resolução:
1
a) 𝑢𝑛 = −4 × 2𝑛−1 = −22 × 2𝑛−1 = −2𝑛+1 b) 𝑢𝑛 = × 2𝑛−2 = 2−1 × 2𝑛−2 = 2𝑛−3
2

Monotonia de uma progressão geométrica

O estudo da monotonia de uma progressão geométrica pode ser feito a partir do conhecimento da razão 𝑟 e do
seu primeiro termo 𝑢1 .

Podemos considerar os casos:

Razão Primeiro Termo Monotonia


+ Crescente
𝑟>1
− Decrescente
+ Decrescente
0<𝑟<1
− Crescente
+
𝑟<0 Não monótona

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Exemplo: Numa progressão geométrica monótona (𝑢𝑛 ) sabe-se que o 2. ° termo é 12 e o 4. ° termo é 24.
Determine o 20. ° termo.

Resolução:
𝑢4 = 𝑢2 × 𝑟 4−2 ⟺ 24 = 12 × 𝑟 2 ⟺ 𝑟 2 = 2 ⟺ 𝑟 = −√2 ∨ 𝑟 = √2
Uma vez que (𝑢𝑛 ) é uma sucessão monótona, então 𝑟 > 0, ou seja, 𝑟 = √2.

16
𝑢20 = 𝑢4 × 𝑟 20−4 = 24 × (√2) = 6144

Dado 𝑁 ∈ ℕ, a sequência (𝑢1 , 𝑢2 , . . , 𝑢𝑁 ) dos 𝑁 primeiros termos de uma progressão geométrica chama-se
progressão geométrica (finita) de comprimento 𝑵.

Dado 𝑁 ∈ ℕ, a soma dos termos de uma progressão geométrica de comprimento 𝑵, (𝑢1 , 𝑢2 , . . , 𝑢𝑁 ) de


1−𝑟 𝑁
primeiro termo 𝑢1 e razão 𝑟 diferente de 1 é dada por 𝑆 = 𝑢1 × 1−𝑟
.

1
Exemplo: Seja (𝑎𝑛 ) uma progressão geométrica de razão 2 com 𝑎1 = 2. Calcule a soma 𝑎9 + 𝑎10 + … + 𝑎18 .

Resolução:

1.º Processo
1 1 − 218 1 1 − 28 −262 143 −255
𝑆18 − 𝑆8 = × − × = − = 130 944
2 1−2 2 1−2 −2 −2

2.º Processo
Trata-se da soma de 10 (18 − 9 + 1 = 10) termos consecutivos de uma progressão geométrica de razão 2,
1
cujo termo geral é 𝑎𝑛 = × 2𝑛−1 = 2𝑛−2 .
2

Assim, 𝑎9 = 29−2 = 27 = 128 e


1 − 210 1 − 210
𝑎9 + 𝑎10 + … + 𝑎18 = 𝑎9 × = 128 × = 130 944
1−2 1−2

Exemplo: Numa progressão geométrica (𝑎𝑛 ) sabe-se que 𝑆5 = 1,21 e que a razão é −2. Calcule o 6. ° termo
desta progressão.

Resolução:
1−𝑟 5 1−(−2)5
𝑆5 = 𝑎1 × 1−𝑟
, logo 1,21 = 𝑎1 × 1−(−2)
⟺ 𝑎1 = 0,11

𝑎6 = 𝑎1 × 𝑟 6−1 , logo 𝑎6 = 0,11 × (−2)5 = −3,52

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10. LIMITES DE SUCESSÕES

10.1 LIMITE DE UMA SUCESSÃO CONVERGENTE

Dada uma sucessão (𝑢𝑛 ), um número real 𝑙 diz-se limite da sucessão (𝒖𝒏 ) ou limite de 𝒖𝒏 quando 𝒏 tende para
+∞, quando, para todo o número real 𝛿 > 0, existir uma ordem 𝑝 ∈ ℕ tal que ∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑛 ≥ 𝑝 ⇒ |𝑢𝑛 − 𝑙| < 𝛿.
Nesta situação, diz-se que 𝑢𝑛 tende para 𝑙 e representa-se por 𝑢𝑛 ⟶ 𝑙.

Se existir um número real 𝑙 tal que 𝑢𝑛 ⟶ 𝑙, diz-se que a sucessão (𝑢𝑛 ) é convergente.
Caso não seja convergente, diz-se que a sucessão é divergente.
Uma sucessão (𝑢𝑛 ) convergente é sempre limitada.

3𝑛+1
Exemplo: Considere a sucessão (𝑢𝑛 ) definida por 𝑢𝑛 = 𝑛

a) Determine a ordem a partir da qual |𝑢𝑛 − 3| < 0,02.


b) Prove, por definição de limite, que lim 𝑢𝑛 = 3.

Resolução:

3𝑛+1 3𝑛+1−3𝑛 1
a) |𝑢𝑛 − 3| < 0,02 ⇔ | 𝑛 − 3| < 0,02 ⇔ | 𝑛 | < 0,02 ⇔ |𝑛| < 0,02
1 1 1
Como 𝑛 ∈ ℕ, > 0 e consequentemente, | | = .
𝑛 𝑛 𝑛
1 1 1
Assim, | | < 0,02 ⇔ < 0,02 ⇔ 𝑛 > ⇔ 𝑛 > 50
𝑛 𝑛 0,02

A partir da ordem 51, todos os termos verificam |𝑢𝑛 − 3| < 0,02.

b) Pela definição de limite de uma sucessão, lim 𝑢𝑛 = 3 se para qualquer número real 𝛿 > 0, existir uma
ordem 𝑝 ∈ ℕ tal que ∀𝑛 ∈ ℕ, 𝑛 ≥ 𝑝 ⇒ |𝑢𝑛 − 3| < 𝛿.
Seja 𝛿 > 0 um número qualquer. Então,
3𝑛 + 1 3𝑛 + 1 − 3𝑛 1 1 1
|𝑢𝑛 − 3| < 𝛿 ⇔ | − 3| < 𝛿 ⇔ | |<𝛿⇔| |<𝛿⇔ <𝛿⇔𝑛>
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝛿
1
Concluímos, então, que, para qualquer 𝛿 > 0, se considerarmos um número natural 𝑝 superior a 𝛿, se

tem |𝑢𝑛 − 3| < 𝛿, desde que 𝑛 ≥ 𝑝. Provamos assim que, lim 𝑢𝑛 = 3.

10.2. LIMITES INFINITOS


Uma sucessão (𝑢𝑛 ) tem limite +∞, e escreve-se lim 𝑢𝑛 = +∞ ou, simplesmente, lim 𝑢𝑛 = +∞, quando,
𝑛⟶+∞

para todo o 𝐿 > 0, existir uma ordem 𝑝 ∈ ℕ tal que ∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑛 ≥ 𝑝 ⇒ 𝑢𝑛 > 𝐿.


Uma sucessão (𝑢𝑛 ) tem limite −∞, e escreve-se lim 𝑢𝑛 = −∞ ou, simplesmente, lim 𝑢𝑛 = −∞, quando,
𝑛⟶+∞

para todo o 𝐿 > 0, existir uma ordem 𝑝 ∈ ℕ tal que ∀ 𝑛 ∈ ℕ, 𝑛 ≥ 𝑝 ⇒ 𝑢𝑛 < −𝐿.
Uma sucessão que tende para −∞ ou +∞ não pode ser limitada, logo não é convergente e, portanto, é
divergente.

Revisões de Sucessões 2019/2020 P á g i n a | 12


7𝑛+1
Exemplo: Considere a sucessão (𝑢𝑛 ) definida por 𝑢𝑛 = 2
.
Mostre, usando a definição de limite, que lim 𝑢𝑛 = +∞.

Resolução:

Seja 𝐿 um número real positivo qualquer.


7𝑛 + 1 2𝐿 − 1
𝑢𝑛 > 𝐿 ⟺ > 𝐿 ⟺ 7𝑛 + 1 > 2𝐿 ⟺ 7𝑛 > 2𝐿 − 1 ⟺ 𝑛 >
2 7

Portanto, para qualquer número real positivo 𝐿, existe uma ordem 𝑝 𝜖 ℕ, 𝑛 ≥ 𝑝 ⟹ 𝑢𝑛 > 𝐿.
2𝐿−1
Nesse caso, 𝑝 é qualquer número natural superior a 7
.

Logo, lim 𝑢𝑛 = +∞.

• Sucessões que diferem num número finito de termos

Dada uma sucessão (𝑢𝑛 ) com limite 𝑙 ∈ ℝ ou que tende para +∞ ou para −∞ (respetivamente sem limite),
qualquer sucessão (𝑣𝑛 ) que possa ser obtida de (𝑢𝑛 ) alterando apenas um número finito de termos tem o
mesmo limite (respetivamente não tem limite).

• Monotonia, limitação e convergência


Uma sucessão crescente em sentido lato e majorada é convergente.
Uma sucessão decrescente em sentido lato e minorada é convergente.

• Produto de uma sucessão limitada por uma sucessão com limite nulo
Dada uma sucessão (𝑢𝑛 ) limitada e uma sucessão (𝑣𝑛 ) com limite nulo, tem-se que lim(𝑢𝑛 𝑣𝑛 ) = 0

2𝑛2 +𝑛
Exemplo: Mostre que é convergente a sucessão definida por 𝑢𝑛 = 𝑛2
.

Resolução:
Comecemos por estudar a monotonia da sucessão:

2(𝑛 + 1)2 + (𝑛 + 1) 2𝑛2 + 𝑛


𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 = − =
(𝑛 + 1)2 𝑛2
2(𝑛2 + 2𝑛 + 1) + (𝑛 + 1) 2𝑛2 + 𝑛
= − =
(𝑛 + 1)2 𝑛2
(2𝑛2 + 5𝑛 + 3) × 𝑛2 (2𝑛2 + 𝑛) × (𝑛 + 1)2
= − =
(𝑛 + 1)2 × 𝑛2 (𝑛 + 1)2 × 𝑛2
2𝑛4 + 5𝑛3 + 3𝑛2 (2𝑛2 + 𝑛) × (𝑛2 + 2𝑛 + 1)
= − =
(𝑛 + 1)2 × 𝑛2 (𝑛 + 1)2 × 𝑛2
2𝑛4 + 5𝑛3 + 3𝑛2 − 2𝑛4 − 5𝑛3 − 4𝑛2 − 𝑛
= =
(𝑛 + 1)2 × 𝑛2
−𝑛2 − 𝑛 −𝑛(𝑛 + 1) −1
= 2 2
= 2 2
=
(𝑛 + 1) × 𝑛 (𝑛 + 1) × 𝑛 (𝑛 + 1) × 𝑛
Revisões de Sucessões 2019/2020 P á g i n a | 13
Como para todo o número natural 𝑛 se tem −1 < 0 e (𝑛 + 1) × 𝑛 > 0, vem que
−1
𝑢𝑛+1 − 𝑢𝑛 = < 0, ∀ 𝑛 ∈ ℕ, logo a sucessão (𝑢𝑛 ) é decrescente.
(𝑛+1)×𝑛

2𝑛2 +𝑛 1
Por outro lado, sabemos que se trata de uma sucessão limitada, pois, como = 2 + e como, para todo
𝑛2 𝑛
1 1
𝑛 ∈ ℕ, 0 < 𝑛 ≤ 1, vem que 2 < 2 + 𝑛 ≤ 3.
1
Conclui-se assim que a sucessão é limitada, pois 2 < 2 + 𝑛 ≤ 3, ∀ 𝑛 ∈ ℕ.

Dado que se (𝑢𝑛 ) é uma sucessão monótona e limitada, então é uma sucessão convergente.

4𝑛
Exemplo: Determine o limite da sucessão de termo geral (−1)𝑛 × 𝑛2 +𝑛.

Resolução:
O limite pedido é o limite do produto de duas sucessões. A sucessão de termo geral (−1)𝑛 é uma sucessão
4𝑛
limitada, sendo que −1 ≤ (−1)𝑛 ≤ 1, ∀𝑛 ∈ ℕ e a sucessão de termo geral 𝑛2 +𝑛 tem limite nulo.
4𝑛 4𝑛 4
lim 2 = lim = lim =0
𝑛 +𝑛 𝑛(𝑛 + 1) 𝑛+1
4𝑛
Assim, lim [(−1)𝑛 × ] = 0.
𝑛2 +𝑛

10.3. OPERAÇÕES COM LIMITES FINITOS

Sejam (𝑎𝑛 ) e (𝑏𝑛 )duas sucessões convergentes tais que lim 𝑎𝑛 = 𝑎 e lim 𝑏𝑛 = 𝑏, com 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ:

• lim(𝑎𝑛 + 𝑏𝑛 ) = lim 𝑎𝑛 + lim 𝑏𝑛 = 𝑎 + 𝑏


• lim(𝑎𝑛 − 𝑏𝑛 ) = lim 𝑎𝑛 − lim 𝑏𝑛 = 𝑎 − 𝑏
• lim(𝑎𝑛 × 𝑏𝑛 ) = lim 𝑎𝑛 × lim 𝑏𝑛 = 𝑎 × 𝑏
• lim(𝑘 × 𝑏𝑛 ) = 𝑘 × lim 𝑏𝑛 = 𝑘 × 𝑏, 𝑘 ∈ ℝ
𝑎 lim 𝑎 𝑎
• lim (𝑏𝑛 ) = lim 𝑏𝑛 = 𝑏 (𝑏𝑛 ≠ 0, ∀𝑛 ∈ ℕ 𝑒 𝑏 ≠ 0)
𝑛 𝑛

• lim(𝑎𝑛 )𝑘 = (lim 𝑎𝑛 )𝑘 = 𝑎𝑘 , 𝑘 ∈ ℕ
• lim(𝑎𝑛 )𝑘 = (lim 𝑎𝑛 )𝑘 = 𝑎𝑘 , 𝑘 ∈ ℚ+ e 𝑎𝑛 ≥ 0, ∀ 𝑛 ∈ ℕ
• lim(𝑎𝑛 )𝑘 = (lim 𝑎𝑛 )𝑘 = 𝑎𝑘 , 𝑘 ∈ ℚ e 𝑎𝑛 > 0, ∀ 𝑛 ∈ ℕ

10.4. OPERAÇÕES COM LIMITES INFINITOS

• Se lim 𝑎𝑛 = +∞ e lim 𝑏𝑛 = +∞ então lim(𝑎𝑛 + 𝑏𝑛 ) = +∞. Simbolicamente, (+∞) + (+∞) = +∞.


• Se lim 𝑎𝑛 = −∞ e lim 𝑏𝑛 = −∞ então lim(𝑎𝑛 + 𝑏𝑛 ) = −∞. Simbolicamente, (−∞) + (−∞) = −∞.
• Se lim 𝑎𝑛 = ±∞ e lim 𝑏𝑛 = ±∞ então lim(𝑎𝑛 × 𝑏𝑛 ) = ±∞. Simbolicamente, (±∞) × (±∞) = ±∞.
𝑎 𝑎
• Se lim 𝑎𝑛 = 𝑎, 𝑎 ∈ ℝ, e lim 𝑏𝑛 = ±∞ então lim 𝑏𝑛 = 0. Simbolicamente, ±∞ = 0, 𝑎 ∈ ℝ.
𝑛

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𝑏𝑛 ±∞
• Se lim 𝑎𝑛 = 𝑎, 𝑎 ∈ ℝ, e lim 𝑏𝑛 = ±∞ então lim = 0. Simbolicamente, = ±∞, 𝑎 ∈ ℝ.
𝑎𝑛 𝑎

• Se 𝑢𝑛 → −∞ e 𝑝 ∈ ℕ então lim 𝑢𝑛 𝑝 = +∞ se 𝑝 é par ou lim 𝑢𝑛 𝑝 = −∞ se 𝑝 é ímpar.

Simbolicamente, (−∞)𝑝 =+∞ (se 𝑝 é par) ou (−∞)𝑝 =-∞ (se 𝑝 é ímpar).


• Se 𝑢𝑛 → +∞ e 𝑢𝑛 ≥ 0,∀𝑛 ∈ ℕ então para 𝑝 ∈ ℚ+ , lim 𝑢𝑛 𝑝 = +∞. Simbolicamente, (+∞)𝑝 =+∞, 𝑝 ∈ ℚ+ .

10.5. LIMITE DA SUCESSÃO EXPONENCIAL

Dado 𝑎 ∈ ℝ+ , 𝑛 ∈ ℕ, tem-se que:

• lim 𝑎𝑛 = +∞ se 𝑎 > 1 • lim 𝑎𝑛 = 0 se 𝑎 < 1

𝒏
10.6. LIMITE DA SUCESSÃO DEFINIDA POR √𝒂, 𝒂 > 0


𝑛
lim √𝑎 = 1, 𝑛 ∈ ℕ e 𝑛 ≥ 2

Exemplo: Calcule os seguintes limites.

a. lim (1 + 𝑛)
2
b. lim((−1)𝑛 + 2) c. lim(1 − √𝑛) 1 𝑛
d. lim ( )
2
(
e. lim 1- 3
n-1
)

Resolução:

2 2
a. lim (1 + ) = 1 + =1+0=1
𝑛 +∞

b. Se 𝑛 é par então lim(1 + 2) = lim 3 = 3.

Se 𝑛 é ímpar então lim(−1 + 2) = lim 1 = 1.

Como o limite deverá ser único, não existe lim((−1)𝑛 + 2).

c. lim(1 − √𝑛) = 1 − √+∞ = 1 − (+∞) = 1 − ∞ = −∞

1 𝑛 1 +∞
d. lim (2) = (2) =0

(
e. lim 1- 3
n-1
) = 1- 3+¥
= 1- ( +¥) = 1- ¥ = -¥

10.7. INDETERMINAÇÕES
0
Das operações com sucessões convergentes podem resultar situações como, 0.

Das operações com sucessões divergentes podem resultar situações como, ∞ − ∞, ∞ e 0 × ∞.

Nestes casos não é possível indicar de uma forma direta o limite. Por vezes, esse limite nem existe. São situações
de indeterminação.
Quando, efetuando alguns cálculos, se consegue determinar o limite, diz-se que se levantou a indeterminação.
Revisões de Sucessões 2019/2020 P á g i n a | 15
Exemplo: Calcule os seguintes limites.

4 −3𝑛3 +6𝑛2 √𝑛2 +1 7𝑛+3


a. lim (− ) b. lim c. lim d. lim e. lim(−√𝑛2 + 3 + 𝑛)
𝑛+1 𝑛+1 𝑛 2𝑛+2

Resolução:

4 4
a. lim (− 𝑛+1) = − +∞ = 0
6 6 6
−3𝑛3 +6𝑛2 𝑛3 (−3+ ) 𝑛2 (−3+ ) −3+ −3
𝑛 𝑛 2 𝑛
b. lim 𝑛+1 = lim 1 = lim 1 = lim 𝑛 × lim 1 = +∞ × 1
= −∞
𝑛(1+ ) 1+ 1+
𝑛 𝑛 𝑛

1 1 1 1
√𝑛2 (1+ 2) √𝑛2 ×√1+ 2 |𝑛|×√1+ 2 𝑛× √1+ 2
√𝑛2 +1 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 1 1
c. lim 𝑛 = lim 𝑛
= lim 𝑛
= lim 𝑛
= lim 𝑛
= lim √1 + 𝑛2 = √1 + +∞ = 1

7𝑛+3 7𝑛 ×73 73 7𝑛 73 7 𝑛 73
d. lim = lim = × lim = × lim ( ) = × (+∞) = +∞
2𝑛+2 2𝑛 ×22 22 2𝑛 22 2 22
2
(𝑛−√𝑛2 +3)(𝑛+√𝑛2 +3) 𝑛2 −(√𝑛2 +3) 𝑛2 −𝑛2 −3
e. lim(−√𝑛2 + 3 + 𝑛) = lim(𝑛 − √𝑛2 + 3) = lim = lim = lim =
𝑛+√𝑛2 +3 𝑛+√𝑛2 +3 𝑛+√𝑛2 +3
−3 −3 −3
lim = +∞+ = +∞ = 0
𝑛+√𝑛2 +3 √+∞+3

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

2 − 4n
1. Considere a sucessão de termo geral u n = .
n+3
1.1 Determine os 4 primeiros termos da sucessão.
1.2 Verifique se 2,25 é termo da sucessão.
1.3 Determine o termo de ordem 84.
1.4 Estude a monotonia da sucessão.
1.5 Prove que para todo o 𝑛 natural, u n  −5 .

1.6 Será esta sucessão limitada? Justifique.

a = −5
2. Considere a sucessão (a n ) definida por 𝑎𝑛 =  1 .
an+1 = an + 3 , n  IN
2.1 Determine os quatro primeiros termos de (a n ) .

2.2 Estude quanto à monotonia a sucessão (a n ) .

2.3 Escreva o termo geral de (a n ) .

2.4 Calcule o valor exato da expressão a 6 + a 7 + ... + a18 .

2.5 Se a soma dos primeiros 𝑝 termos de (a n ) é 1610, quantos termos se somaram?

Revisões de Sucessões 2019/2020 P á g i n a | 16


T = 4
3. Considere a sucessão (Tn ) definida por:  1
Tn+1 = 2Tn , n  IN
3.1 Calcule os cinco primeiros termos da sucessão.
3.2 Estude (Tn ) quanto à monotonia.

3.3 Escreva, em função de 𝑛, o termo geral da progressão e calcule T11 .


3.4 Mostre que lim 𝑇𝑛 = +∞ .

𝑢1 = 𝑎
4. Seja 𝑎 um número real. Considere a sucessão (𝑢𝑛 ) definida por {
𝑢𝑛+1 = −3𝑢𝑛 + 2, ∀ 𝑛 ∈ ℕ
Qual é o terceiro termo desta sucessão?
(A) 6𝑎 + 4 (B) 9𝑎 − 4 (C) 6𝑎 − 4 (D) 9𝑎 + 4
Exame Nacional 2015 – 1ª fase

5. Qual das expressões seguintes é termo geral de uma sucessão monótona e limitada?
(A) (−1)𝑛 (B) (−1)𝑛 .𝑛 1
(C) − 𝑛 (D) 1 + 𝑛2

Exame Nacional 2015 – 2ª fase

1
6. De uma progressão geométrica (𝑎𝑛 ), sabe-se que o terceiro termo é igual a 4 e que o sexto termo é igual a 2.
Qual é o valor do vigésimo termo?
(A) 8192 (B) 16384 (C) 32768 (D) 65536
Exame Nacional 2015 – Época Especial
𝑛 𝑠𝑒 𝑛 ≤ 20
7. Seja (𝑢𝑛 ) a sucessão definida por 𝑢𝑛 = { (−1)𝑛 𝑠𝑒 𝑛 > 20

Qual das afirmações seguintes é verdadeira?


(A) A sucessão (𝑢𝑛 ) é monótona crescente.
(B) A sucessão (𝑢𝑛 ) é monótona decrescente.
(C) A sucessão (𝑢𝑛 ) é limitada.
(D) A sucessão (𝑢𝑛 ) é um infinitamente grande.
Exame Nacional 2017 – 1ª Fase
1 1−𝑛
8. Seja (𝑢𝑛 ) a sucessão definida por 𝑢𝑛 = (2)
Qual das afirmações seguintes é verdadeira?
1
(A) A sucessão (𝑢𝑛 ) é uma progressão geométrica de razão .
2

(B) A sucessão (𝑢𝑛 ) é uma progressão geométrica de razão 2.


1
(C) A sucessão (𝑢𝑛 ) é uma progressão aritmética de razão 2.

(D) A sucessão (𝑢𝑛 ) é uma progressão aritmética de razão 2.


Exame Nacional 2017 – 2ª Fase

Revisões de Sucessões 2019/2020 P á g i n a | 17


9. Seja (𝑢𝑛 ) uma sucessão real em que todos os termos são positivos.
𝑢𝑛+1
Sabe-se que, para todo o número natural 𝑛, 𝑢𝑛
<1

Qual das afirmações seguintes é verdadeira?


(A) A sucessão (𝑢𝑛 ) é limitada.
(B) A sucessão (𝑢𝑛 ) é uma progressão aritmética.
(C) A sucessão (𝑢𝑛 ) é crescente.
(D) A sucessão (𝑢𝑛 ) é um infinitamente grande.
Exame Nacional 2017 – Época Especial

10. Seja 𝑎 um número real.


Sabe-se que 𝑎, 𝑎 + 6 e 𝑎 + 18 são três termos consecutivos de uma progressão geométrica.
Relativamente a essa progressão geométrica, sabe-se ainda que a soma dos sete primeiros termos é igual a 381.
Determine o primeiro termo dessa progressão.
Exame Nacional 2018 – 1.ª Fase

11. De uma progressão aritmética (𝑢𝑛 ) sabe-se que o terceiro termo é igual a 4 e que a soma dos doze primeiros
termos é igual a 174.
Averigue se 5371 é termo da sucessão (𝑢𝑛 )
Exame Nacional 2018 – 2.ª Fase

𝑛+5
12. Considere a sucessão (𝑢𝑛 ) de termo geral 𝑢𝑛 = 𝑛+3.
Estude a sucessão (𝑢𝑛 ) quanto à monotonia.
Exame Nacional 2018 – Época Especial

13. Seja 𝑟 um número real maior do que 1.


Sabe-se que 𝑟 é a razão de uma progressão geométrica de termos positivos.
Sabe-se ainda que, de dois termos consecutivos dessa progressão, a sua soma é igual a 12 e a diferença entre o
maior e o menor é igual a 3.
Determine o valor de 𝑟.
Exame Nacional 2019 – 1.ª Fase

14. Sejam 𝑎 e 𝑏 dois números reais diferentes de zero.


Sabe-se que 2, 𝑎 e 𝑏 são três termos consecutivos de uma progressão geométrica.
Sabe-se ainda que 𝑎 − 2, 𝑏 e 2 são três termos consecutivos de uma progressão aritmética.
Determine 𝑎 e 𝑏.
Exame Nacional 2019 – 2.ª Fase

Revisões de Sucessões 2019/2020 P á g i n a | 18


(−1)𝑛+1
15. Considere a sucessão (𝑢𝑛 ) de termo geral 𝑢𝑛 = 𝑛+1

Determine a menor ordem a partir da qual todos os termos da sucessão (𝑢𝑛 ) são maiores do que −0,01.
Exame Nacional 2019 – Época Especial

16n + 1 1
16. Considere as sucessões de termos gerais: un = e vn = 5 −
n n
16.1 Calcule lim un e lim v n .

16.2 Calcule o limite de cada uma das seguintes sucessões: (u n − vn ) , 


 un 
 e ( )
un .
 vn 

2
17. Considere a sucessão (𝑤𝑛 ) de termo geral 𝑤𝑛 = 3𝑛+1 − 4.
Prove, utilizando a definição de limite, que lim 𝑤𝑛 = −4.

18. Considere a sucessão (𝑎𝑛 ) de termo geral 𝑎𝑛 = 7𝑛 + 9.


Prove, recorrendo à definição de limite, que lim 𝑎𝑛 = +∞.

1 1 1
19. Determine o limite da sucessão de termo geral 𝑢𝑛 = 1 + 2 + 4 + ⋯ + 2𝑛.

20. Determine os seguintes limites:


20.1.
lim 2
6n 20.2.
(
lim n2 - 3n ) 20.3.
(
lim 2n+1 - 4n ) 20.4. lim
6𝑛
2𝑛+3
5n +10

20.5.
lim
n+ 1
n+ 2
20.6.
lim
( -1)
n
´ 4n 20.7.
lim ( n+1 - n ) 20.8. lim √
6𝑛2
5𝑛+10
n2 + n

20.9. 20.10. 20.11 6𝑛


lim ( -2n+1)
3
æ n+1 - n ö
lim ç ÷
(
lim éë 3 - 4 ´ 5 ùû
2n
) -n 20.12. lim
( )
1 𝑛
4
è n+ 2 ø

21. Prove, pelo método de indução, que:


𝑛

21.1 ∑(𝑘 × 𝑘!) = (𝑛 + 1)! − 1


𝑘=0
𝑛

21.2 ∑ 𝑘+1𝐶𝑘 = 𝑛+2


𝐶𝑛
𝑘=0

Revisões de Sucessões 2019/2020 P á g i n a | 19


SOLUÇÕES:
1 6 5
1.1 𝑢1 = − 2; 𝑢2 = − 5; 𝑢3 = − 3; 𝑢4 = −2
334
1.2 2,25 não é termo da sucessão 1.3 − 1.4 monótona decrescente 1.6 (𝑢𝑛 ) é limitada
87

2.1 𝑎1 = −5; 𝑎2 = −2; 𝑎3 = 1; 𝑎4 = 4 2.2 monótona crescente 2.3 𝑎𝑛 = 3𝑛 − 8


2.4 364 2.5 35 3.1 𝑇1 = 4; 𝑇2 = 8; 𝑇3 = 16; 𝑇4 = 32; 𝑇5 = 64
3.2 monótona crescente 3.3 𝑇𝑛 = 2𝑛+1 ; 𝑇11 = 212 4. B 5.C 6.C 7. C 8.B 9. A 10. 3 11. 5371 é termo da sucessão
12 decrescente 5 1 15 99
13 𝑟 = 3 14 𝑎 = 1 e 𝑏 = 2
𝑈 16
16.1lim 𝑈𝑛 = 16 ; lim 𝑉𝑛 = 5 16.2 lim(𝑈𝑛 − 𝑉𝑛 ) = 11; lim 𝑉𝑛 = ; lim √𝑈𝑛 = 4 19. 2
𝑛 5

20.1. 0 20.2. +∞ 20.3. −∞ 20.4. +∞


20.5. 0 20.6. 0 20.7. −∞ 20.8. +∞
20.9. −∞ 20.10. -1 20.11. +∞ 20.12. +∞

Revisões de Sucessões 2019/2020 P á g i n a | 20

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