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Departamento de Matemática

Matemática A – 12.º ano

Síntese de Geometria Analitica e Cálculo vetorial (10.º e 11.º anos)

NO PLANO
Distância entre dois pontos no plano

Sendo A ( x1 , y1 ) e B ( x2 , y2 ) dois pontos do plano, d ( A, B ) = AB = ( x1 − x2 ) + ( y1 − y2 ) .


2 2

Ponto médio de um segmento de reta


x +x y +y
O ponto médio de [AB ] tem coordenadas  1 2 , 1 2  .
 2 2 
Retas verticais e retas horizontais
A equação cartesiana de uma reta vertical é do tipo x = a ,
sendo (a,0 ) as coordenadas de um ponto dessa reta.

A equação cartesiana de uma reta horizontal é do tipo


y = b , sendo (0, b ) as coordenadas de um ponto dessa reta.

Bissetriz dos quadrantes pares e dos quadrantes ímpares


A equação cartesiana da bissetriz dos quadrantes ímpares é
y=x.

A equação cartesiana da bissetriz dos quadrantes pares é


y = −x .

Semplianos abertos e semiplanos fechados


Uma inequação do tipo x > a, x < a, y > b, y < b define um semiplano aberto.
Uma inequação do tipo x ≥ a, x ≤ a, y ≥ b, y ≤ b define um semiplano fechado.

Sendo y = mx + b a equação reduzida de uma reta não vertical, então

• y > mx + b representa o semiplano aberto acima da reta (não inclui a reta)

• y ≥ mx + b representa o semiplano fechado acima da reta (inclui a própria reta)

Mediatriz de um segmento de reta


A mediatriz de um segmento de reta [AB] é o conjunto dos pontos do plano equidistantes de A e de B.

Equação cartesiana da mediatriz: ( x − x1 ) + ( y − y1 ) = ( x − x2 ) + ( y − y2 )


2 2 2 2

Simplificando esta expressão podemos obter uma equação cartesiana reduzida da mediatriz.
Circunferência e círculo

Equação cartesiana reduzida da circunferência de centro (c1 ,c2 ) e raio r : (x − c1 )2 + ( y − c2 )2 = r 2

Inequação cartesiana do círculo de centro (c1 ,c2 ) e raio r : (x − c1 )2 + ( y − c2 )2 ≤ r 2


Cálculo vetorial no plano

 A soma ou diferença de dois vetores é um vetor. Por exemplo: AB + BC = AC

 A soma de um ponto com um vetor é um ponto. Por exemplo: A + AB = B

 A diferença entre dois pontos é um vetor: AB = B − A


 A multiplicação de um número real por um vetor é um novo vetor, colinear com o anterior.
 Vetores colineares são vetores com a mesma direção: “um dos vetores é qualquer coisa vezes o
outro.”
   
o Dois vetores u e v são colineares sse ∃k ∈ IR : u =kv

o Para averiguar ou provar que dois vetores são colineares:


Sendo (u1,u2 ) e (v1, v2 ) dois vetores colineares então, ou a primeira coordenada é nula em ambos os

vetores e são ambos verticais, ou a segunda coordenada é nula em ambos os vetores e são ambos
u u
horizontais ou 1 = 2 .
v1 v 2

Norma de um vetor
A norma de um vetor é um número não negativo que representa a medida do comprimento do vetor:

u = u12 + u2 2

Vetor diretor de uma reta


Vetor diretor de uma reta é qualquer vetor com a direção dessa reta (ou de qualquer reta paralela a essa)
Vetor diretor de uma reta vertical (ou paralela ao eixo das ordenadas): ( 0, c ) , c ∈ IR

Vetor diretor de uma reta horizontal (ou paralela ao eixo das abcissas): ( c,0 ) , c ∈ IR

Equações da reta no plano


Sendo ( x1 , y1 ) as coordenadas de um ponto da reta e (u1,u2 ) as coordenadas de um vetor diretor da reta:

 ( x1 , y1 ) + k ( u1 , u2 ) , k ∈ IR ,
Equação vetorial de uma reta: ( x, y ) =

 x= x1 + ku1
 Equações paramétricas da reta  , k ∈ IR
 y= y1 + ku2

x − x1 y − y1
 Equação cartesiana da reta = ,caso o vetor diretor não tenha nenhuma coordenada nula.
u1 u2

 Equação cartesiana reduzida da reta y = mx + b (só existe para retas não verticais):

 m representa o declive da reta e pode ser calculado:


y2 − y1
 através das coordenadas de dois pontos da reta - m =
x2 − x 1

u
 através das coordenadas de um vetor diretor da reta - m = 2
u1

 b representa a ordenada na origem e indica-nos que a reta contém o ponto de coordenadas


(0, b) , ou seja, dá-nos diretamente o ponto de interseção da reta com o eixo Oy .
Paralelismo de retas no plano
Retas paralelas têm o mesmo declive (𝑟𝑟//𝑠𝑠 ⟺ 𝑚𝑚𝑟𝑟 = 𝑚𝑚𝑠𝑠 ) ou vetores diretores colineares.

Inclinação de uma reta no plano


Chama-se inclinação de uma reta 𝑟𝑟, que passa na origem, 𝑂𝑂,
de um referencial ortonormado, e é distinta do eixo 𝑂𝑂𝑂𝑂, à
amplitude do ângulo convexo formado pelo semieixo positivo
das abcissas e a semirreta 𝑂𝑂̇𝑃𝑃, onde 𝑃𝑃 é um ponto qualquer
de 𝑟𝑟 de ordenada positiva.
A inclinação do eixo das abcissas é a amplitude nula.

A inclinação de uma qualquer reta 𝑟𝑟 do plano, é a inclinação da reta paralela a 𝑟𝑟 que passa na origem do
referencial.

Relação entre o declive e a inclinação de uma reta no plano


O declive, 𝑚𝑚, de uma reta não vertical é igual à tangente trigonométrica da sua respetiva inclinação, 𝛼𝛼, ou
seja, 𝑚𝑚 = 𝑡𝑡𝑡𝑡 𝛼𝛼.

Ângulo entre dois vetores


O ângulo dos vetores 𝑢𝑢
�⃗ e 𝑣𝑣⃗ é o ângulo 𝛼𝛼 definido por representantes de cada um
 
dos vetores com a mesma origem e representa-se por u ^ v .
 
Nota: 0º ≤ u ^ v ≤ 180º .

Produto escalar de dois vetores


         
Dados dois vetores u e v , o produto escalar de u e v é dado por u ⋅ v= u × v × cos ( u ^ v ) .

Nota: o produto escalar de dois vetores é um número real e não um vetor!


Propriedades do produto escalar
   2    
• u ⋅ u =u • u ⋅v = v ⋅u
       
• u ⋅ v > 0 ⇔ 0º ≤ u ^ v < 90º • ( λu ) ⋅ v= λ ( u ⋅ v )
          
• u ⋅ v < 0 ⇔ 90º < u ^ v ≤ 180º • u ⋅ ( v + w) = u ⋅ v + u ⋅ w
   
• u ⋅ v = 0 ⇔ u ^ v = 90º

Produto escalar de dois vetores em função das coordenadas dos vetores


   
Dados dois vetores u e v , de coordenadas (u1,u2 ) e (v1, v2 ) , respetivamente, o produto escalar de u e v
 
é dado por u ⋅ v = u1 × v1 + u2 × v2 .
Ângulo entre dois vetores no plano
   
Dados dois vetores u e v , de coordenadas (u1,u2 ) e (v1, v2 ) , o ângulo entre u e v é dado por
 
  u ⋅v u1v1 + u2v2
cos
= (u ^ v ) =
    .
u × v u × v

Ângulo entre duas retas no plano


 
Dados duas retas r e s e sendo r e s vetores diretores dessas retas e de coordenadas ( r1 , r2 ) e ( s1 , s2 ) , o
 
r ⋅s r1s1 + r2 s2
ângulo entre r e s é dado por cos
= (r ^ s) =
    .
r × s r × s

Perpendicularidade de retas no plano


Duas retas são perpendiculares se o produto dos seus declives for igual a −1 (𝑟𝑟 ⊥ 𝑠𝑠 ⟺ 𝑚𝑚𝑟𝑟 × 𝑚𝑚𝑠𝑠 = −1) ou se
os seus vetores diretores forem perpendiculares.

Lugares geométricos no plano definidos através do produto escalar

 Mediatriz do segmento de reta [𝑨𝑨𝑨𝑨]


é o lugar geométrico dos pontos 𝑃𝑃(𝑥𝑥, 𝑦𝑦) tais que
�������⃗ ������⃗ = 𝟎𝟎
𝑴𝑴𝑴𝑴 ∙ 𝑨𝑨𝑨𝑨
sendo 𝑀𝑀 o ponto médio de [𝐴𝐴𝐴𝐴].

 Circunferência de diâmetro [𝑨𝑨𝑨𝑨]


é o lugar geométrico dos pontos 𝑃𝑃(𝑥𝑥, 𝑦𝑦) tais que
������⃗ ������⃗ = 𝟎𝟎
𝑨𝑨𝑨𝑨 ∙ 𝑩𝑩𝑩𝑩

 Reta tangente à circunferência de centro 𝐶𝐶 no ponto 𝑇𝑇


é o lugar geométrico dos pontos 𝑃𝑃(𝑥𝑥, 𝑦𝑦) tais que
�����⃗ ∙ 𝑻𝑻𝑻𝑻
𝑪𝑪𝑪𝑪 �����⃗ = 𝟎𝟎
NO ESPAÇO

Distância entre dois pontos no espaço

Sendo A ( x1 , y1 , z1 ) e B ( x2 , y2 , z2 ) dois pontos do espaço, d ( A, B ) = AB = ( x1 − x2 ) + ( y1 − y2 ) + ( z1 − z2 ) .


2 2 2

Ponto médio de um segmento de reta no espaço


x +x y +y z +z
O ponto médio de [AB ] tem coordenadas  1 2 , 1 2 , 1 2 
 2 2 2 

Planos paralelos aos planos coordenados


x a, a ∈ IR são paralelos ao plano yOz (e perpendiculares ao eixo Ox )
Os planos com equação do tipo=

y b, b ∈ IR são paralelos ao plano xOz (e perpendiculares ao eixo Oy )


Os planos com equação do tipo=

z c, c ∈ IR são paralelos ao plano xOy (e perpendiculares ao eixo Oz )


Os planos com equação do tipo=

Retas paralelas aos eixos coordenados


As retas definidas por uma condição do tipo x = a ∧ y = b são paralelas ao eixo Oz .

As retas definidas por uma condição do tipo x = a ∧ z = c são paralelas ao eixo Oy .

As retas definidas por uma condição do tipo y = b ∧ z = c são paralelas ao eixo Ox .

Também aprendemos a definir segmentos de reta e semirretas, através de condições cartesianas:

• x =1 ∧ y = 2 ∧ 0 ≤ z ≤ 3 define o segmento de reta [ AB ] , sendo A(1, 2,0) e B(1, 2,3)

•  , sendo A(1, 2,0) e B(1, 2,3)


x =1 ∧ y = 2 ∧ z ≥ 0 define a semirreta AB
Plano mediador de um segmento de reta

O plano mediador de um segmento de reta [ AB ] é o conjunto dos pontos do espaço equidistantes de A e

de B. A equação cartesiana da plano mediador de [ AB ] é:

( x − x1 ) + ( y − y1 ) + ( z − z1 ) = ( x − x2 ) + ( y − y2 ) + ( z − z2 )
2 2 2 2 2 2

Simplificando esta expressão podemos obter uma equação cartesiana mais simples do plano mediador.

Nota: O ponto de interseção do plano mediador do segmento de reta [ AB ] com o segmento de reta [ AB ]

é o ponto médio do segmento de reta.

Superfície esférica e esfera

Equação cartesiana reduzida da superfície esférica de centro ( c1 , c2 , c3 ) e raio r :

( x − c1 ) + ( y − c2 ) + ( z − c3 ) =
2 2 2
r2

Inequação cartesiana da esfera de centro ( c1 , c2 , c3 ) e raio r : ( x − c1 ) + ( y − c2 ) + ( z − c3 ) ≤ r 2


2 2 2

Nota:
A interseção de uma superfície esférica por um plano, pode ser o conjunto vazio ( se o plano e a superfície
esférica não se intersetarem), um ponto ( se o plano for tangente à superfície esférica) ou uma
circunferência ( se o plano intersetar a superfície esférica).

Cálculo vetorial no espaço

 A soma ou diferença de dois vetores é um vetor. Por exemplo: AB + BC = AC

 A soma de um ponto com um vetor é um ponto.Por exemplo: A + AB = B

 A diferença entre dois pontos é um vetor: AB = B − A


 A multiplicação de um número real por um vetor é um novo vetor, colinear com o anterior.
 Vetores colineares são vetores com a mesma direção: “um dos vetores é qualquer coisa vezes o
outro.”
   
o Dois vetores u e v são colineares sse ∃k ∈ IR : u =kv

 
o Para averiguar ou provar que dois vetores u = ( u1 , u2 , u3 ) e v = ( v1 , v2 , v3 ) são colineares:

u u2 u3
• Não havendo coordendas nulas : =
1
= .
v1 v2 v3
• Havendo coordendas nulas, os vetores são colineares se as coordendas nulas forem as
mesmas.

Norma de um vetor no espaço


A norma de um vetor é um número não negativo que representa a medida do comprimento do vetor:

u = u12 + u2 2 + u32
Vetor diretor de uma reta
Vetor diretor de uma reta é qualquer vetor com a direção dessa reta ( ou de qualquer reta paralela a essa)

Vetor diretor de uma reta paralela ao eixo 𝑂𝑂𝑂𝑂: ( c,0,0 ) , c ∈ IR

Vetor diretor de uma reta paralela ao eixo 𝑂𝑂𝑂𝑂: ( 0, c,0 ) , c ∈ IR

Vetor diretor de uma reta paralela ao eixo 𝑂𝑂𝑂𝑂: ( 0,0, c ) , c ∈ IR

Equações da reta no espaço

Sendo ( a1 , a2 , a3 ) as coordenadas de um ponto da reta e ( u1 , u2 , u3 ) as coordenadas de um vetor diretor

da reta:

 Equação vetorial de uma reta: ( x, y, z ) =


( a1, a2 , a3 ) + k ( u1, u2 , u3 ) , k ∈ IR ,

 x= a1 + ku1

 Equações paramétricas da reta  y =a2 + ku2 , k ∈ IR
=
 z a3 + ku3

Paralelismo de retas no espaço


Retas paralelas têm vetores diretores colineares.

Perpendicularidade de retas no espaço


Retas perpendiculares têm vetores diretores perpendiculares.

Produto escalar de dois vetores


         
Dados dois vetores u e v , o produto escalar de u e v é dado por u ⋅ v= u × v × cos ( u ^ v ) .
Nota: o produto escalar de dois vetores é um número real e não um vetor!

Produto escalar de dois vetores em função das coordenadas dos vetores


  
Dados dois vetores u e v , de coordenadas ( u1 , u2 , u3 ) e ( v1 , v2 , v3 ) , respetivamente, o produto escalar de u
  
e v é dado por u ⋅ v = u1 × v1 + u2 × v2 + u3 × v3 .

Ângulo entre dois vetores


   
Dados dois vetores u e v , de coordenadas ( u1 , u2 , u3 ) e ( v1 , v2 , v3 ) , o ângulo entre u e v é dado por
 
  u ⋅v u1v1 + u2v2 + u3v3
cos
= (u ^ v ) =
   
u × v u × v
Ângulo entre duas retas
 
Dados duas retas r e s e sendo u e v vetores diretores dessas retas e de coordenadas ( u1 , u2 , u3 ) e
 
u ⋅v u1v1 + u2v2 + u3v3
( v1 , v2 , v3 ) , o ângulo entre r e s é dado por cos
= (r ^ s) =
   
u × v u × v
Lugares geométricos no espaço definidos através do produto escalar

 Plano mediador do segmento de reta [𝑨𝑨𝑨𝑨]


é o lugar geométrico dos pontos 𝑃𝑃(𝑥𝑥, 𝑦𝑦, 𝑧𝑧) tais que
������⃗ = 𝟎𝟎
�������⃗ ∙ 𝑨𝑨𝑨𝑨
𝑴𝑴𝑴𝑴
sendo 𝑀𝑀 o ponto médio de [𝐴𝐴𝐴𝐴].

 Superfície esférica de diâmetro [𝑨𝑨𝑨𝑨]


é o lugar geométrico dos pontos 𝑃𝑃(𝑥𝑥, 𝑦𝑦, 𝑧𝑧) tais que
������⃗ ∙ 𝑩𝑩𝑩𝑩
𝑨𝑨𝑨𝑨 ������⃗ = 𝟎𝟎

 Plano tangente à superfície esférica de centro 𝐶𝐶 no ponto 𝑇𝑇


é o lugar geométrico dos pontos 𝑃𝑃(𝑥𝑥, 𝑦𝑦, 𝑧𝑧) tais que
�����⃗ ∙ 𝑻𝑻𝑻𝑻
𝑪𝑪𝑪𝑪 �����⃗ = 𝟎𝟎

Equação cartesiana de um plano


Considera 𝑛𝑛�⃗(𝑎𝑎, 𝑏𝑏, 𝑐𝑐) um vetor normal ao plano α, 𝑃𝑃0 (𝑥𝑥0 , 𝑦𝑦0 , 𝑧𝑧0 ) um
ponto conhecido do plano α.
�������⃗
𝑃𝑃(𝑥𝑥, 𝑦𝑦, 𝑧𝑧) ∈ 𝛼𝛼 ⇔ 𝑃𝑃 0 𝑃𝑃 ∙ 𝑛𝑛
�⃗ = 0
Assim, a equação cartesiana do plano α é
𝒂𝒂(𝒙𝒙 − 𝒙𝒙𝟎𝟎 ) + 𝒃𝒃(𝒚𝒚 − 𝒚𝒚𝟎𝟎 ) + 𝒄𝒄(𝒛𝒛 − 𝒛𝒛𝟎𝟎 ) = 𝟎𝟎
que é equivalente a uma equação do tipo 𝒂𝒂𝒂𝒂 + 𝒃𝒃𝒃𝒃 + 𝒄𝒄𝒄𝒄 + 𝒅𝒅 = 𝟎𝟎.

Podemos substituir as coordenadas do vetor 𝑛𝑛�⃗ diretamente na equação 𝑎𝑎𝑎𝑎 + 𝑏𝑏𝑏𝑏 + 𝑐𝑐𝑐𝑐 + 𝑑𝑑 = 0, assim
como as coordenadas do ponto 𝑃𝑃0 (sendo 𝑃𝑃0 um ponto conhecido desse plano) e determinar o valor de 𝑑𝑑.
Modos de definir um plano

 Três pontos não colineares


Processo:
Seja π o plano definido pelos pontos A, B e C.
1.º) Definimos dois vetores não colineares, paralelos ao plano;
2.º) Determinamos as coordenadas de um vetor perpendicular aos vetores obtidos – esse vetor é um
vetor normal ao plano.
3.º) Com o vetor obtido e com um (qualquer) dos três pontos dados escrevemos uma equação
cartesiana do plano π.
Exemplo:
Determina uma equação cartesiana do plano 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴, sendo 𝐴𝐴(2,1,1), 𝐵𝐵(−1,2,2) e 𝐶𝐶(3,0, −1).

Primeiro devemos verificar se os pontos são não colineares.


�����⃗ = 𝐵𝐵 − 𝐴𝐴 = (−3,1,1) e 𝐵𝐵𝐵𝐵
𝐴𝐴𝐴𝐴 �����⃗ = 𝐶𝐶 − 𝐵𝐵 = (4, −2, −3)
4 −2
Como ≠ , �����⃗ e 𝐵𝐵𝐵𝐵
então os vetores 𝐴𝐴𝐴𝐴 �����⃗ são não colineares, logo os pontos 𝐴𝐴, 𝐵𝐵 e 𝐶𝐶 são não
−3 1

colineares.

Podemos então determinar um vetor 𝑛𝑛�⃗(𝑎𝑎, 𝑏𝑏, 𝑐𝑐) ⊥ 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 através dos vetores �����⃗ �����⃗ .
𝐴𝐴𝐴𝐴 e 𝐵𝐵𝐵𝐵

Logo, 𝑛𝑛�⃗(𝑎𝑎, 5𝑎𝑎, −2𝑎𝑎), 𝑎𝑎 ∉ ℝ\{0}. Considerando 𝒂𝒂 = 𝟏𝟏, por exemplo, obtemos 𝒏𝒏
�⃗(𝟏𝟏, 𝟓𝟓, −𝟐𝟐).
Como 𝑛𝑛�⃗(1,5, −2) é um vetor normal ao plano 𝐴𝐴𝐵𝐵𝐵𝐵, uma equação cartesiana do plano 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 é do tipo
𝑥𝑥 + 5𝑦𝑦 − 2𝑧𝑧 + 𝑑𝑑 = 0.
Como o ponto 𝐴𝐴(2,1,1) pertence ao plano, tem-se que 2 + 5 × 1 − 2 × 1 + 𝑑𝑑 = 0 ⇔ 𝑑𝑑 = −5.
Logo, uma equação do plano 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 é do tipo 𝒙𝒙 + 𝟓𝟓𝟓𝟓 − 𝟐𝟐𝟐𝟐 − 𝟓𝟓 = 𝟎𝟎.

 Duas retas concorrentes


Processo:
Seja α o plano definido pelas retas r e s .
1.º) Escolhemos um vetor diretor de cada reta – esses vetores são paralelos ao plano α e são não
colineares.
2.º) Determinamos as coordenadas de um vetor perpendicular aos vetores obtidos – esse vetor é um
vetor normal ao plano.
3.º) Com o vetor obtido e com um ponto pertencente a qualquer uma das retas dadas escrevemos
uma equação cartesiana do plano 𝛼𝛼.

Exemplo:
Considera as retas concorrentes 𝑟𝑟 e 𝑠𝑠, definidas por:
𝑟𝑟: (𝑥𝑥, 𝑦𝑦, 𝑧𝑧) = (0,0,3) + 𝑘𝑘(2,0, −1), 𝑘𝑘 ∈ ℝ e 𝑠𝑠: (𝑥𝑥, 𝑦𝑦, 𝑧𝑧) = (0,0,3) + 𝑘𝑘(1, −2,1), 𝑘𝑘 ∈ ℝ
Determina uma equação cartesiana do plano 𝛼𝛼, definido pelas retas 𝑟𝑟 e 𝑠𝑠.

Como 𝑟𝑟 e 𝑠𝑠 são concorrentes, podemos determinar um vetor 𝑛𝑛�⃗(𝑎𝑎, 𝑏𝑏, 𝑐𝑐) ⊥ 𝛼𝛼 através dos vetores
diretores dessas retas, 𝑟𝑟⃗(2,0, −1) e 𝑠𝑠⃗(1, −2,1).
3
Logo, 𝑛𝑛�⃗ �𝑎𝑎, 𝑎𝑎, 2𝑎𝑎�, 𝑎𝑎 ∉ ℝ\{0}. Considerando 𝒂𝒂 = 𝟐𝟐, obtemos 𝒏𝒏
�⃗(𝟐𝟐, 𝟑𝟑, 𝟒𝟒).
2

Como 𝑛𝑛�⃗(2,3,4) é um vetor normal ao plano 𝛼𝛼, uma equação cartesiana do plano 𝛼𝛼 é do tipo
2𝑥𝑥 + 3𝑦𝑦 + 4𝑧𝑧 + 𝑑𝑑 = 0.
Como o ponto 𝐴𝐴(0,0,3) pertence ao plano, então 2 × 0 + 3 × 0 + 4 × 3 + 𝑑𝑑 = 0 ⇔ 𝑑𝑑 = −12.
Logo, uma equação do plano 𝛼𝛼 é do tipo 𝟐𝟐𝒙𝒙 + 𝟑𝟑𝟑𝟑 + 𝟒𝟒𝟒𝟒 − 𝟏𝟏𝟏𝟏 = 𝟎𝟎.

 Duas retas (estritamente) paralelas


Processo:
Seja β o plano definido pelas retas r e s .
1.º) Escolhemos um vetor diretor de uma das retas e definimos um
vetor a partir de dois pontos, A e B, um de cada reta - esses vetores são paralelos ao plano α e são
não colineares.
2.º) Determinamos as coordenadas de um vetor perpendicular aos vetores obtidos – esse vetor é um
vetor normal ao plano β.
3.º) Com o vetor obtido e com um ponto pertencente a qualquer uma das retas dadas escrevemos
uma equação cartesiana do plano β.

 Uma reta e um ponto exterior à reta


Processo:
Seja β o plano definido pela reta r e pelo ponto A.
1.º) Escolhemos um vetor diretor da reta r e definimos um vetor com
um ponto qualquer da reta r e com o ponto A - esses vetores são paralelos ao plano β e são não
colineares.
2.º) Determinamos as coordenadas de um vetor perpendicular aos vetores obtidos – esse vetor é um
vetor normal ao plano.
3.º) Com o vetor obtido e com um ponto pertencente a qualquer uma das retas dadas escrevemos
uma equação cartesiana do plano β.

Posição relativa de dois planos no espaço


 Planos coincidentes
Para que dois planos sejam coincidentes basta que os seus vetores
normais sejam colineares e que os planos tenham um ponto em
comum ou que as suas equações sejam equivalentes.

 Planos estritamente paralelos


Para que dois planos sejam estritamente paralelos basta que os
seus vetores normais sejam colineares e que os planos não tenham
nenhum ponto em comum ou que as suas equações não sejam
equivalentes.
 Planos perpendiculares
Para que dois planos sejam perpendiculares basta que os seus
vetores normais sejam perpendiculares, ou seja, que o produto dos
vetores seja zero.

 Planos concorrentes oblíquos


Não havendo relação de colinearidade nem de perpendicularidade
entre os vetores normais dos planos, então os planos são
concorrentes oblíquos.

Posição relativa de duas retas no espaço


 Retas estritamente paralelas
Para que duas retas sejam estritamente paralelas basta que os seus vetores diretores sejam
colineares e um ponto de uma delas não pertença à outra.

 Retas (paralelas) coincidentes


Para que duas retas sejam coincidentes basta que dois pontos de uma delas pertençam à outra ou
que os seus vetores diretores sejam colineares e um ponto qualquer de um das retas pertença à
outra.

 Retas perpendiculares
Para que duas retas sejam perpendiculares basta que os seus vetores diretores sejam
perpendiculares.
o Retas concorrentes perpendiculares
Se as retas forem perpendiculares e tiverem um ponto em comum, o que na maioria das vezes
só se consegue averiguar através da resolução do sistema formado pelas equações das retas.

o Retas não complanares perpendiculares


Se as retas forem perpendiculares e não forem concorrentes.

 Retas oblíquas
Se não houver relação de colineariedade nem de perpendicularidade entre os vetores diretores
então as retas são oblíquas
o Retas concorrentes oblíquas
Se as retas forem oblíquas e tiverem um ponto em comum, o que na maioria das vezes só se
consegue averiguar através da resolução do sistema formado pelas equações das retas.
o Retas não complanares oblíquas
Se as retas forem oblíquas e não forem concorrentes.
Posição relativa de retas e planos no espaço
No espaço, a posição relativa entre uma reta e um plano pode ser estudada a partir de um vetor diretor da
reta e de um vetor normal ao plano.

 Reta estritamente paralela a um plano


Para que uma reta seja estritamente paralela a um plano basta que
um seu vetor diretor seja perpendicular a um vetor normal ao
plano e que nenhum ponto da reta pertença ao plano.

 Reta contida no plano


Para que uma reta esteja contida num plano basta que dois dos
seus pontos pertençam ao plano ou um seu vetor diretor seja
perpendicular a um vetor normal ao plano e um dos seus pontos
pertença ao plano.
Neste caso também se diz que a reta é aposta ao plano.

 Reta concorrente perpendicular a um plano


Para que uma reta seja concorrente perpendicular a um plano
basta que um dos seus vetores diretores seja colinear com um
vetor normal ao plano.

 Reta concorrente oblíqua a um plano


Não havendo relação de colineariedade nem de perpendicularidade
entre um vetor diretor da reta e um vetor normal ao plano, a reta é
concorrente oblíqua ao plano.

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